Você está na página 1de 5

Alzheimer, porque caímos no esquecimento?

Introdução:
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa, descoberta por Alois Alzheimer, um
médico alemão que em 1907, descreveu pela primeira vez esta condição. Este
problema afeta cerca 25 milhões de pessoas e é a principal forma de demência
mundial que provoca uma deterioração global, progressiva e irreversível de diversas
funções cognitivas como a memória, a atenção, a concentração, a linguagem, o
pensamento, entre outras, dificultando a realização das atividades de vida diária do
doente, de acordo com o vídeo proposto.

À medida que as células cerebrais vão sofrendo uma redução, de tamanho e número,
formam-se as tranças neurofibrilhares no seu interior e placas senis no espaço exterior
entre elas. Esta situação impossibilita a comunicação dentro do cérebro e danifica as
conexões existentes entre as células cerebrais. Estas acabam por morrer, traduzindo-
se numa incapacidade de recuperar ou reaprender a informação perdida.

Diagnóstico da doença de Alzheimer


Atualmente não existe qualquer teste específico para identificar a Doença de
Alzheimer. O diagnóstico é realizado após uma observação clínica cuidadosa. O
diagnóstico clínico pode incluir a realização de: história médica detalhada, exame físico
e neurológico aprofundado; exame do funcionamento intelectual; avaliação
psiquiátrica; avaliação neuropsicológica e análises laboratoriais ao sangue e urina.

Estes exames irão ajudar a excluir a existência de outras doenças, que têm sintomas
similares, tais como carências nutricionais e depressão. Após a eliminação de outras
causas, o diagnóstico clínico da Doença de Alzheimer pode ser realizado com uma
precisão de 80% a 90%. O diagnóstico só pode ser confirmado após o falecimento da
pessoa, através da observação do tecido cerebral.

Tipos de Alzheimer:
Existem dois tipos de Doença de Alzheimer:

A Doença de Alzheimer esporádica pode afetar adultos de qualquer idade, mas ocorre
habitualmente após os 65 anos. Esta é a forma mais comum existente e afeta pessoas
que podem ter ou não, antecedentes familiares da doença. É possível que algumas
pessoas possam herdar uma maior ou menor probabilidade de desenvolverem a
doença numa idade avançada. Existe apenas um gene Apolipoproteína E. de tipo 4 que
se localiza no cromossoma 19 e que apresenta um risco maior de desenvolver mais
cedo a Doença de Alzheimer.
Mesmo assim, metade das pessoas portadoras deste gene, e que vivem até aos 85
anos, não desenvolvem este tipo de demência nesta idade. As pessoas com este gene
do tipo 2, parecem estar mais protegidas do desenvolvimento da Doença de
Alzheimer, até mais tarde na vida. Os investigadores até agora não conseguiram
explicar esta situação e, atualmente, existem muitas investigações em curso para
descobrir por que razão isto acontece.

A Doença de Alzheimer Familiar é a forma menos comum, na qual a doença é


transmitida de uma geração para outra. Se um dos progenitores tem um gene mutado,
cada filho terá 50% de probabilidade de herdá-lo e, assim sucessivamente. A presença
do gene significa a possibilidade da pessoa desenvolver a Doença de Alzheimer,
normalmente entre os 40 e 60 anos. Este tipo de doença afeta um número muito
reduzido de pessoas, quase 3% da população mundial, de acordo com o vídeo
proposto.
O principal fator de risco conhecido é o genótipo para a apolipoproteína E. As formas
puramente genéticas (monogénicas) são ainda mais raras, com um início habitual
antes dos 60 anos e são transmitidas de forma autossómica dominante. Foram já
identificados três genes responsáveis por estas formas. Codificam para as presenilinas
1 e 2, e para a proteína precursora de amilóide. As mutações nestes genes causam,
direta ou indiretamente, um aumento da produção de peptídeo amilóide que se
acumula no cérebro.

Sintomas:
Os sintomas da Doença de Alzheimer podem ser muito subtis, no entanto, estudos
mostram que a duração de cada estado é extremamente variável. Em média, o
primeiro estado tem duração de dois a 10 anos. O segundo, de um a três anos. O
terceiro, de oito a 12 anos. Esses estados podem ser subdivididos em sete fases:
– Leve: fases 1 a 3
– Moderado: fase 4 e 5
– Grave: fases 6 e 7

 Fase 1: Cognição normal


Quando o seu familiar estiver na fase inicial, não terá quaisquer sintomas. Apenas um
exame médico poderá mostrar como o cérebro está a funcionar.
 Fase 2: Declínio cognitivo muito leve
Há um esquecimento de informações como, por exemplo, os nomes de familiares. O
Alzheimer nesta fase não afeta a forma de trabalhar ou viver.
 Fase 3: Declínio cognitivo leve
Neste momento começa-se a perceber que um doente de Alzheimer pode:
- Perder da noção de tempo e desorientação
- Esquecer um texto que acabou de ler ou mesmo reter muito pouco
- Repetir a mesma informação muitas vezes
 Fase 4: Declínio cognitivo moderado
Durante esse período, há um agravamento dos sintomas da fase 3.
 Fase 5: Declínio cognitivo moderadamente grave
Há um agravamento notório do doente, este assa a necessitar de alguma assistência
para as tarefas diárias como escolher a roupa, indicar os dados pessoais, etc
 Fase 6: Declínio cognitivo grave
Como avanços de Alzheimer, os delírios e os esquecimentos são frequentes, como
pensar que precisa de ir para o trabalho, mesmo que não tenha um emprego. Nessa
fase, a pessoa depende inteiramente de um cuidador para sobreviver. A incontinência
também é frequente.
 Fase 7: Declínio cognitivo muito grave
As habilidades básicas de vida como comer ou caminhar são comprometidas durante
esse período. O cuidador terá de o alimentar, fazer companhia, cantar ou contar
histórias
Outros sintomas característicos:

● Demorar mais tempo na realização de atividades de rotina;


● Incapacidade para compreender questões e instruções;
● Imprevisibilidade emocional.
● Isolamento social
● Comportamentos obsessivos e compulsivos
● Discernimento fraco ou diminuído
● Alterações de humor e personalidade
Curiosidades:
● Pesquisas apontam que as pessoas de escolaridade mais avançada ou os que
lidam com atividades mais complexas têm um impacto cerebral mais leve.
Nesses casos, a doença costuma progredir mais lentamente .

● Até à presente data o único fator de risco evidente para o desenvolvimento


desta doença parece ser a existência prévia de um traumatismo craniano
severo. As causas para o surgimento da doença ainda não foram esclarecidas,
porém a idade e histórico familiar são os principais fatores de risco. Mas
algumas condições podem aumentar o risco, como hipertensão, diabetes e
depressão. O tabagismo, o consumo excessivo de álcool também são fatores
que contribuem para o Alzheimer.

● As pessoas com a doença desenvolvem duas proteínas em excesso no cérebro.


Os pesquisadores acreditam que isso ocasione uma distorção na comunicação
entre as células cerebrais.

● Com o passar do tempo, a dependência aumenta, o que gera a necessidade de


apoio, supervisão e orientação para executar tarefas do dia a dia. Para um
melhor acompanhamento da doença foram criados vários centros de apoio em
Portugal como por exemplo a Associação Portuguesa de Familiares e Amigos
dos Doentes de Alzheimer situada em Lisboa. Em estados avançados, a pessoa
precisa de ajuda para escovar os dentes, trocar de roupa, tomar banho e se
alimentar.

● A nível mundial, a demência afeta 1 em cada 80 mulheres, com idades


compreendidas entre os 65 e 69 anos, sendo que no caso dos homens a
proporção é de 1 em cada 60. Nas idades acima dos 85 anos, para ambos os
sexos, a demência afeta aproximadamente 1 em cada 4 pessoas.

● De acordo com um relatório, a estimativa do número de casos com demência


em Portugal sobe para mais de 205 mil pessoas, das quais 143 mil são doentes
de Alzheimer.
● Pensa-se que, no total, já foram perdidos cerca de 45754 anos por
incapacidade das pessoas com a doença de Alzheimer.
Conclusão
Para concluir, a doença de Alzheimer como o tipo de demência principal tem um
impacto social e económico enorme, contudo, em termos psicológicos, esta doença
afeta muito os familiares de um doente. No entanto, é necessário alertar a sociedade
para este tipo de problema uma vez que ainda não tem cura, mas a ciência está a
tentar prevenir ou retardar o aparecimento desta demência. Para isto, é necessário
que a sociedade adote um estilo de vida saudável baseado no desporto e na
alimentação saudável.

Você também pode gostar