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Calagem, adubação de

base, de plantio e de
cobertura
A adubação consiste em aumentar a
disponibilidade de nutrientes, principalmente na
fase inicial de desenvolvimento da floresta, muitas
vezes corrigindo deficiências existentes no solo ou
na planta. É de grande importância para o
crescimento das árvores e para a sustentabilidade
do ecossistema florestal ao longo dos ciclos de
corte, pois repõe parte dos nutrientes exportados
com a colheita. Por esses motivos pode se afirmar
que a adubação é importante, principalmente para
florestas de rápido crescimento que tendem a ter
melhor resposta à adubação e ciclos mais curtos,
ou seja, maior capacidade de absorver e de
exportar nutrientes. (Silva, 2005)
A economia realizada na etapa de formação da
floresta, em muitos casos, reflete-se em seu
desenvolvimento, o que diminui a receita obtida,
sendo importante a aquisição de material de
qualidade (sementes, mudas e insumos) e
adequado à finalidade e às condições do local que
será implantada a floresta, mesmo que gere um
custo maior de implantação da floresta. Deve-se
também seguir as recomendações feitas por um
profissional habilitado, pois no final, o retorno será
maior que a “economia” realizada na implantação.
Tipos de adubação para plantios
florestais
Dinâmica e exportação de
nutrientes em plantios florestais;
Calagem;
Adubação de base – fosfatagem;
Adubação de plantio;
Adubação de cobertura;
Adubação de base + plantio;
Adubação orgânica
Extração de nutrientes pela
colheita florestal
Importância dos três Ciclos de Nutrientes para
plantio de Pinus taeda, aos 20 anos de idade

GEOQUÍMICO – ecossistema e meio externo;


BIOGEOQUÍMICO - sistema solo – planta – solo
BIOQUÍMICO - ciclo interno da planta
Remoção de nutrientes
através do desbaste de Pinus taeda (VALERI,
1988)
Biomassa (Mg ha-1) e nutrientes (kg ha-1) em
galhos,acículas e de Pinus taeda e na vegetação
de sub-bosque.
Produção de biomassa e nutrientes em floresta de
Eucalyptus dunnii aos 7 anos de idade
Planejamento da adubação em função da
exportação de nutrientes através da colheita
florestal
“ASPECTOS DA CICLAGEM DE NUTRIENTES EM UM
SISTEMA SILVOPASTORIL COM Acacia mearnsii De Wild., NO
MUNICÍPIO DE TUPANCIRETÃ, RS” CALIL, 2003

Componente Biomassa (Mg ha-1) %


Folhas 5,95 4,33
Galhos mortos 6,35 4,51
Galhos vivos 21,19 15,07
Casca 9,96 7,08
Madeira 79,14 56,30
Raízes 17,96 12,71
Total 140,73 100
Número de rotações possíveis (6 anos) em função
da intensidade de colheita da biomassa

Componente N P K

Madeira 51,0 4,8 3,0

Madeira + Casca 24,0 3,6 1,8

Total Aéreo 9,0 1,1 0,0


DEVEMOS PLANEJAR E ADUBAR A FLORESTA
PLANTADA ?

Brun, 2011.
Calagem em plantios comerciais

Plantio de florestas ocorre, muitas


vezes, em solos de baixa fertilidade;

A acidez prejudica o crescimento das


florestas;

Muitos solos são naturalmente


ácidos;
Como fazer a aplicação?
Época: 3 meses antes do plantio;
Distribuição uniforme em toda a área;
Incorporação, quando possível (Em
áreas florestais a incorporação pode ocorrer
na linha de plantio (área onde o solo é
preparado)
Efeito residual do calcário: 5 ou mais
anos;
Conclusão: a cada rotação, aplicar
A dosagem poderá ser menor (a
análise de solo dirá isso);
Quando solo muito ácido ou baixo
teor de Ca e Mg: pode aplicar mais
calcário junto com a adubação de
manutenção (EMBRAPA, 2011).
Adubação de plantio ou de base

Usar 20 a 40% da dose de N e K2O;


Usar 100% da dose de P2O5;
Boro e Zinco podem ser aplicados
nessa aplicação;
Recomendação ESALQ: 10 g/planta
de FTE (popular “fritas”);
Aplicação: fileira contínua ou coveta
lateral;
Adubos fosfatados de alta
solubilidade: superfosfato simples,
superfosfato triplo, fosfato
monoamônio e fosfato diamônio,
dentre outros;
Termofosfatos ou fosfatos
naturais:aplicar na linha de plantio, de
1 a 1,5 m de largura.
Adubação de cobertura
Adubação orgânica

Ainda há muita pesquisa a se fazer;


Sabe-se que é importante;
As recomendações de uso de
resíduos diversos devem ser
calibradas;
5 kg / planta de eucalipto – cama
de aviário em coroamento,
preferencialmente incorporado
Outros tipos de resíduos usados

Lodo de indústria de celulose e papel;


Serragem;
Lodo de esgoto;
Esterco suíno líquido;
Cinza de caldeira;
MANTER OS RESÍDUOS DE
COLHEITA NA ÁREA
Recomendações de Adubação para
Eucalyptus, Pinus e Espécies Nativas
(GONÇALVES,J.L.M., 2005)
A necessidade de adubação decorre do
fato de que nem sempre o solo é capaz de
fornecer todos os nutrientes que as plantas
precisam para um adequado crescimento.
Isso se deve aos solos muito
intemperizados e lixiviados usados para os
plantios florestais e pelo continuo processo
de exportação de nutrientes devido às
diversas rotações de exploração de
culturas agrícolas ou florestais.
As características e quantidade de
adubos a aplicar dependem das
necessidades nutricionais da espécie,
da fertilidade do solo, da reação dos
adubos com o solo, da eficiência dos
adubos e de fatores de ordem
econômica.
1. Avaliação das Necessidades de
Adubação para Eucalyptus e Pinus
Diversos são os métodos que podem
ser utilizados para se avaliar o nível
de fertilidade do solo e a partir daí
fazer as recomendações de
adubação.
1.1. Análise Química de Solo

O método de mais fácil execução, de


baixo custo, e que pode ser efetuado
antes do plantio ou ainda durante
qualquer estágio nutricional das
árvores, é a análise de solo. Esse
método constituí a forma mais prática
e viável de avaliar a fertilidade do
solo, possibilitando a recomendação
de adubação adequada ao plantio.
1.2. Análise Química de Tecidos
Vegetais
Os conteúdos dos nutrientes na
planta refletem o estado nutricional
da mesma e também a fertilidade do
solo. Dificilmente as deficiências
nutricionais, identificadas pela análise
de tecido, podem ser corrigidas a
tempo sem que o crescimento das
árvores seja prejudicado.
Valores adequados de concentração foliar
1.3. Diagnóstico de Sintomas
Visuais de Deficiência Nutricional
O princípio deste método é que cada
nutriente executa funções ou funções
específicas na planta e sua
deficiência provoca sintomas
característicos. Os principais
sintomas se manifestam pela redução
do crescimento, perda ou mudança
de cor e deformações na parte aérea.
Recomendação de Calagem
As espécies de Eucalyptus e Pinus
plantados no Brasil são adaptadas a
baixos níveis de fertilidade do solo.
Essas espécies são pouco sensíveis
a acidez do solo e toleram altos
níveis de Al e Mn. De modo que
utiliza-se o calcário dolomítico,
preferencialmente, para suplementar
o solo com quantidades adicionais de
Ca e Mg.
2.2. Recomendação de Macro e
Micronutrientes
2.2.1. Adubação de plantio ou de
base.

Para a adubação de plantio é recomendado


utilizar 20 a 40% das doses de N e K2O e 100%
da dose de P2O5. Os micronutrientes também
podem ser aplicados nessa adubação,
principalmente B e Zn.
A adubação de plantio terá como
finalidade principal promover o
arranque inicial de crescimento das
mudas, basicamente nos primeiros 6
meses pós plantio, suplementando o
solo com montantes adicionais de
nutrientes que irão atender a
demanda nutricional das mudas.
A escolha dos adubos tem grande
repercussão para o equilíbrio nutricional
das árvores e conseqüentemente para o
seu crescimento.
2.2.2. Adubação de cobertura
Nessa adubação, cerca de 60 a 80% das doses de N e K2O
têm sido recomendadas. Essas doses têm sido parceladas,
geralmente entre 2 a 4 aplicações, dependendo da
disponibilidade de recursos e das concepções e diretrizes
técnicas adotadas para a realização das fertilizações.

Para definir as épocas de aplicação dos fertilizantes é


fundamental considerar as fases de crescimento da floresta.
O ideal seria parcelar, eqüitativamente, as adubações de
cobertura, parte sendo aplicada entre 3 a 6 meses pós-
plantio, parte entre 6 a 12 meses pós-plantio e o restante
entre 12 a 24 meses pós-plantio. A melhor forma de definir
as épocas das adubações é através do acompanhamento
visual ou por medições dendrométricas do crescimento da
floresta que permite caracterizar o estágio de
desenvolvimento.
As aplicações dos adubos podem ser
feitas em meia-lua ou em filetes
contínuos na projeção das copas e
após o fechamento das copas, em
faixas de 30 cm ou mais, entre as
linhas de plantio. Essas aplicações
não devem coincidir com os períodos
de intensas chuvas e tampouco
quando os níveis de umidade do solo
estiverem muito baixos.

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