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F.T.L – FACULDADE TEOLÓGICA DE LORENA.

CURSO BACHAREL EM TEOLOGIA.

FACULDADEEVANGÉLICA DE TECNOLOGIA, CIENCIAS E BIOTECNOLOGIA.


(FAECAD)

FABRÍCIO COTRIM SILVA

ALIENAÇÃO POLÍTICA CRISTÃ

LORENA – SP
2016
FABRÍCIO COTRIM SILVA

ALIENAÇÃO POLÍTICA CRISTÃ

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LORENA – SP
2016
INTRODUÇÃO

Quando ouvimos alguém falando sobre política oude alguém inserido nesse
contexto inevitavelmente associamos ao roubo e corrupção, pois é o que temos
experimentado no dia a dia de nossa nação.
Por muitos anos os cristãos se ausentaram da vida política por entenderem
que apenas os filhos do diabo deveriam ocupar essas Instituições e como
consequência disso temos a maior crise econômica em nossa história.
Tratamos a Alienação Política para entendermosnossa omissão enquanto
cristãos, nos torna os principais responsáveis pela degradação sociopolítica,
esquecendo que nosso dever não se baseia apenas no contexto espiritual do
homem.
Vemos através dos meios de comunicação os Três Poderes cuja finalidade
deveria ser servir a Nação, aparelhados em prol de uma Ideologia Política e não da
República.
Para melhor compreensão abordaremos a origem do termo Política e as
consequências da mesma quando pessoas de bem preferem se ausentar ou calar-
sesobre o referido assunto. Veremos no decorrer da história Deus levantando
homens que transformaram o curso de nações pelo poder do Evangelho e sendo sal
e luz no meio dos homens.

“Que proveito há, meus irmãos se alguém disser que tem fé e não tiver obras?
Porventura essa fé pode salvá-lo?
Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano.
E algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e não lhes
derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito há nisso?
Tiago 2.14-16

ORIGEM

Polis cidade ou comunidade; Idiotesaquele que fecha dentro de si; Politikos


aquele que participava da vida da cidade, que se abria para o conjunto da
comunidade.
Na Grécia Clássica o idiota era aquele que não participava da política, ou
seja, de sua comunidade.
Para entendermos essas expressões acima citadas a população de Atenas
era de 500 mil habitantes, sendo que 300 mil eram escravos e 50 mil estrangeiros,
conhecidos como “metecos”. Como mulheres e crianças não tinham direito do voto
restavam apenas dez por cento da população, que englobava os cidadãos
propriamente ditos, capacitados para decidir por todos. Por isso, quando falamos em
democracia ateniense, é bom lembrar que a maior parte da população eraexcluída
do processo político e nos dias atuais é um direito de todos devidamente habilitados
por Lei.
Há 2500 anos os gregos as cidades gregas debatiam os problemas de
interesse comum em reuniões de cidadãos chamadas de assembleias, que
aconteciam em um espaço público conhecido como ágora.
Isso significa que as decisões passaram a ser tomadas por consenso, o que
acarreta persuadir, convencer, justificar e explicar, não se dispondo mais da força,
dos privilégios e da autoridade de origem divina, diferentemente do que ocorria
antes, em que a imposição, a violência, a obediência, o privilégio, a tradição e o
medo eram as formas de exercício do poder.
É nesse preciso momento que está sendo elaborado um novo ideal de justiça,
pelo qual todo cidadão tem direito ao poder. Cultiva-se uma nova noção de justiça,
que passa a assumir um caráter políticona sociedade.
O diálogo e a discussãopassam a ocupar um papel primordial para conviver-
se na pólis, pois por meio dela se rompe com a violência, com o uso da força e do
medo, na medida em que, em princípio, todos os falantes têm no diálogo os mesmos
direitos: interrogar, questionar, contra argumentar. A razão passa a se sobrepor à
força, tornando-se uma forma de controlar o exercício do poder.
Podemos dizer que o cidadão da pólis participava dos destinos da cidade por
meio do uso da palavra em praça pública.
Teologia do Escapismo Político

Nossa cidadania está somente no céu?


Uma forma de escapismo é encontrada na declaração “nossa cidadania está
no céu e devemos tirar as pessoas da terra”. Mas Paulo não encontrou nenhuma
contradição em reivindicar uma cidadania celestial em Filipenses 3.20 e ao mesmo
tempo reivindicar e usar sua cidadania romana em Atos 16.37-39; 22.22-29. Nossa
cidadania celestial (se corretamente entendida) impactará profundamente nossa
cidadania terrena. Ela traz em perspectiva aquela frase maravilhosa, “Uma nação
sob Deus”.

O reino de Deus não é deste mundo


Outra forma de escapismo pode ser encontrada na declaração, “O reino de
Deus não é deste mundo”. Novamente, essa é uma declaração verdadeira se
entendermos pela palavra “de” [deste = de + este] que o reino de Deus não é
derivado deste mundo. Ele é derivado do céu. Mas o que a oração do Senhor pede?
“Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu.” Essa não
é uma oração escapista. É uma oração que deseja ver o reino celestial influenciar e
mudar as coisas terrenas.

Estamos buscando apenas aquelas coisas que são de cima


Outra forma de escapismo pode ser encontrada na expressão, “Estamos
buscando apenas aquelas coisas que são de cima”. Uma vez mais, essa é uma
declaração verdadeira, mas retirada do contexto. O contexto de Colossenses 3 é
que Cristo (que é de cima) é suficiente para tudo o que precisamos na vida. Não se
trata de um chamado para escapar da vida. E sabemos isso porque Paulo continua
e mostra em Colossenses como Cristo é suficiente para as nossas relações no
casamento, com os filhos, patrões, empregados e “tudo quanto fizerdes”. Isso não é
escapismo. Isso é pedir que a Sua vontade seja feita na terra como é feita no céu.
Mas era um mundo terra firma que estava sendo afetado em Colossenses.
O mundo não é importante
Outra escusa dada é que o mundo não é importante. J Vernon McGee disse
certa feita: “Você não dá uma polida no casco do navio que está afundando”. A ideia
é que quando um navio está afundando, não se preocupe com o navio – salve
almas! Ele acreditava que o nosso mundo estava afundando, sendo o evangelismo a
única coisa importante com a qual deveríamos nos envolver. Mas João o Batista
estava polindo casco quando tentou produzir reforma política em Lucas 3.19? Não!
Ele estava fazendo o que todos os profetas do Antigo Testamento fizeram –
confrontando males na sociedade e tentando fazer a diferença. Louvo a Deus por
ele estar levantando candidatos que estão tentando produzir reforma em
Washington, DC. E você verá sem dúvidas vários deles chegando através dessas
portas. Se o mundo não fosse importante, por que o Novo Testamento diz que Deus
estava em Cristo reconciliando o mundo consigo mesmo (2Co 5.19)? Por que ele
prometeria que os mansos herdariam a terra (Mt 5.5)? Por que Jesus recebeu toda a
autoridade no céu e na terra no primeiro século? Por que Romanos 13 diz que o
magistrado civil é servo de Deus, um ministro de justiça? Por que o Novo
Testamento diz tanto sobre empregadores, empregados, economia e administração
da terra? Obviamente o mundo é muito importante para Deus. A Bíbliz diz, “Porque
meu é todo animal da selva, e o gado sobre milhares de montanhas”, demonstrando
de maneira óbvia que ele está interessado em gados e montanhas. Eu amo o hino
cristão “Alegria para o Mundo”. Ele diz que a graça de Deus é destinada a avançar,
indo até mesmo onde a maldição é encontrada. Isso é bem longe. A maldição tem
impactado negativamente a política? Sim, tem, e a graça de Deus é suficiente para ir
bem longe, mesmo onde a maldição é encontrada.
O CRISTÃO E A POLÍTICA

Quando falamos de política boa parte de cristãos torcem o nariz em sinal de


reprovação por desconhecerem sua origem e necessidade cotidiana.
A semântica desta palavra é antagônica no que diz respeito a corrupção;
tornou-se uma caricatura, uma imagem distorcida.
Na História houveram homens que entenderam a necessidade de trazer luz
sobre o referido assunto na ótica das Sagradas Escrituras e por esse motivo nações
foram beneficiadas.
Gostaria de fazer uma breve meditação no que Apostolo Paulo escreve para
os Efésios no Capítulo 2 e versos de 8 a 10 onde diz:
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de
Deus não vem das obras, para que ninguém se glorie.
Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para boas obras,as quais Deus
antes prepararam para que andássemos nelas. ”

O cerne do Evangelho é a salvação por intermédio apenas de Jesus, mas o


versículo seguinte afirma que fomos criados em Jesus Cristo para as boas obras.
Deus espera que façamos o bem neste mundo influenciando leis e políticas para o
bem, pois não devemos nos esquecer do segundo mandamento como ordem,
“amaras o teu próximo como ti mesmo”.

No livro de Mateus capitulo 5 verso 16, Ele mesmo diz:


“Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas
boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.”

Ao longo da História cristãos influenciaram governos para o bem como por


exemplo no Império Romano eles fizeram passar leis que proibiam o infanticídio
(abandono infantil) e o aborto em 374 d.C. Antes disso os meninos das classes
menos abastadas sofriam por não podia dispor de tempo integral para os estudos,
dedicava-se ao trabalho agrícola ou artesanal.
Roma
Os abandonos de crianças na Roma Antiga eramvariados, meninos e
meninas estavam destinados à prostituição ou à vida de gladiadores. Outros ainda
se tornavam servos. Ricos e pobres abandonavam os filhos na Roma antiga. As
causas eram variadas: enjeitavam-se ou afogavam-se as crianças malformadas, os
pobres, por não terem condições de criar os filhos, expunham-nos, esperando que
um benfeitor recolhesse o infeliz bebê, os ricos, ou porque tinham dúvidas sobre a
fidelidade de suas esposas ou porque já teriam tomado decisões sobre a distribuição
de seus bens entre os herdeiros já existentes.
Importante assinalar que, na Antiguidade, grega e romana, o infanticídio era
praticado. A legislação da Roma imperial tentou condenar essa prática, e o
imperador Constantino, desde 315 – reconhecendo a importância do fator
econômico na prática do abandono por pais extremamente pobres -, procurou fazer
funcionar um sistema de assistência aos pais, para evitar que vendessem ou
expusessem seus filhos. Depois de 318 o infanticídio passou a ser punido com a
morte.

Martinho Lutero
Martinho Lutero foi o primeiro dos reformadores a tratar do assunto em sua
obra “Da autoridade secular, até que ponto se lhe deve obediência” (1523).
Lutero viveu num período de frequentes guerras ou ameaças de guerras.
Pode-se mencionar: a disputa entre Carlos V, Imperador do Sacro Império Romano
Germânico e Francisco I, monarca francês; a ameaça turca que em 1529 estava nas
fronteiras de Viena; e a Guerra dos Camponeses (1524-1525), em que Lutero esteve
envolvido. Governantes e teólogos que estavam ao lado de Lutero questionavam-se
a respeito da legitimidade de um cristão, ao contrário do que expõe o Sermão do
Monte, utilizar-se da força da espada. Estes questionamentos e especificamente o
pedido de uma posição de Lutero sobre o tema da autoridade civil ou secular,
levantados por Wolfgang Stei, pregador da corte de Weimar, e pelo duque João
Frederico da Saxônia, deram origem ao escrito Da Autoridade Secular, até que
ponto se lhe deve obediência, tendo sido escrito a partir de dezembro de 1522 e
publicado em março de 1523. Como base para o escrito Lutero utilizou suas
pregações em Weimar em outubro de 1522.

João Calvino
Abordou a matéria nas Institutas da Religião Cristã (1559), ao tratar “da
administração política. ”
Por causa de sua reflexão firmemente apoiada nas Escrituras, o reformador
tinha um elevado conceito acerca do estado e dos governantes civis. O apóstolo
Paulo havia ensinado que as autoridades são "ministros de Deus" e foram por ele
instituídas com vistas ao bem comum, merecendo assim a obediência dos cidadãos
(Epístola aos Romanos, cap. 13). Calvino, seguindo a mesma linha de raciocínio,
acentuou que a carreira pública era uma das mais nobres funções a que um cristão
podia aspirar e deixou claro que os cidadãos tinham o dever de obedecer às leis e
honrar os seus magistrados. Os governantes, por sua vez, tinham solenes e graves
responsabilidades diante de Deus em relação às pessoas entregues aos seus
cuidados.
Calvino estava em parte reagindo contra os anabatistas, que desprezavam as
instituições políticas e o exercício de cargos públicos como algo indigno de um
cristão, e contra os diferentes grupos de anarquistas e revolucionários da época.
Como a maior parte dos protestantes do século XVI, ele era favorável a uma estreita
associação entre a igreja e o estado, cada qual respeitando a esfera de atuação do
outro. A alegação de que Calvino teria sido o ditador de Genebra é injustificada. Na
realidade, ele nunca exerceu nenhum cargo político naquela cidade e durante
grande parte da sua estadia ali teve um relacionamento difícil com os magistrados
civis, sempre desejosos de interferir nos negócios da igreja.
O mais surpreendente é que quase todos os reformadores articularam uma
teologia do Estado e várias obras foram lançadas em rápida sucessão nessa época.

Martin Bucer
De Regno Christi [O reino de Cristo] (1551)
Foi um reformador protestante em Estrasburgo, que influenciou as
vertentes luterana, calvinista, anglicanae doutrinas e práticas. Bucer era
originalmente um membro da Ordem Dominicana, mas depois da reunião e sendo
influenciada por Martinho Lutero, em 1518 ele conseguiu que seus votos monásticos
fossem anuladas. Ele então começou a trabalhar para a Reforma, com o apoio
de Franz von Sickingen.

John Ponet
Foi um Inglês protestante clérigo e escritor controverso, o Bispo de
Winchester. Conhecido como um teórico da resistência que fez um ataque
sustentando sobre o direito divino dos reis.
Escreveu o livro, “Um breve tratado do poder político” (1556).

Christopher Goodman
Foi um Inglês reforma clérigo e escritor. Ele era um exílio Marian, que
deixou a Inglaterra para escapar da perseguição durante a Contra-Reforma no
reinado da rainha Maria I de Inglaterra. Ele foi o autor de uma obra sobre “Os limites
à obediência aos governantes” (1558); contribuiu para a Bíblia de Genebra.
E no período pós-reforma foram escritas duas obras influentes: Lex Rex [A lei
é o rei] (1644), de Samuel Rutherford, e Política (1603), de Johannes Althusius, que
tem “a distinção de ser uma das contribuições centrais para o pensamento político
ocidental”. O movimento de reforma não foi, portanto, somente um movimento de
redescoberta do evangelho, como revelado nas Escrituras Sagradas, que visou
renovar a igreja. Foi também um amplo movimento de reordenação da sociedade, à
luz da revelação de Deus em
sua Palavra. Como escreveu Daniel Elazar, “a estrada para a Democracia
Moderna começou com a Reforma Protestante no século XVI, em especial entre
aqueles expoentes protestantes reformistas que desenvolveram uma teologia
política que remeteu o Ocidente de volta aos caminhos do autogoverno popular, com
ênfase na liberdade e igualdade”. Desse modo, contrariando muito do pensamento
secular, o que se descobre nessas obras é que a verdadeira origem do contrato
social, garantidor das liberdades fundamentais do ser humano, encontra-se na
Reforma Protestante e, em última análise, na mensagem
evangélica oferecida nas Escrituras e confiada à igreja.
Índia
Na Índia em 1829 findou uma prática religiosa graças à intervenção cristã;
essa prática consistia na cremação das viúvas ainda vivas logo após a morte do
marido. Pense em quantas esposas indianas pediam ao seu “deus” longevidade
para seus maridos.

Inglaterra
Na história da Inglaterra encontramos William Wilberforce influenciando o
Império Britânico com sua campanha e debate por 40 longos anos em proibição do
tráfico de escravos.

Estados Unidos
Nos Estados Unidos, a campanha contra a escravatura foram lideradas por
abolicionistas, e cerca de dois terços dos líderes desses abolicionistas eram clérigos
cristãos que pregavam a política do púlpito, e pregavam que a escravatura era um
erro e que as leis da nação deveriam ser mudadas, pois tais práticas eram contrárias
aos padrões morais de Deus na Escritura.
Mais recentemente o Reverendo Martin Luther King foi um pastor batista que
pregava a partir da Bíblia que as leis precisavam ser mudadas para que a
segregação racial findasse, influenciando o governo para o bem.

CONCLUSÃO
Nestes breves relatos históricos pudemos perceber como homens comuns
mas com princípios Eternos conseguiram mudar o trajeto de algumas nações para o
bem. Por entender que a vida cristã faz parte do cenário político e que ultrapassa os
limites das quatro paredes que nos acostumamos durante muitos anos;ela nos leva
a verdadeira “Seara” que aguarda com expectativa que algum Ceifeiro venha mudar
sua história.
BIBLIOGRAFIA

http://marciomorena.jusbrasil.com.br/artigos/121944032/as-origens-do-pensamento-
politico-a-polis-grega

http://monergismo.com/phillip-kayser/politica-e-escapismo/

http://ojs.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/viewFile/11691/6544

http://monergismo.com/andrew-sandlin/cristianismo-mae-da-liberdade-politica/

Política Segundo a Bíblia, Grudem Wayne

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