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INDÍCE
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3
2 CARACTERIZAÇÃO DO JOGO DE ANDEBOL.......................................... 5
3 IMPORTÂNCIA DO GR DE ANDEBOL....................................................... 9
4 REGULAMENTO ESPECÍFICO................................................................ 11
5 CARACTERIZAÇÃO DO GR DE ANDEBOL ............................................ 14
5.1 Características Somáticas ................................................................. 15
5.2 Capacidades Físicas.......................................................................... 18
5.3 Características Psicológicas .............................................................. 23
5.4 Aspectos Fisiológicos......................................................................... 30
5.5 Aspectos Biomecânicos ..................................................................... 33
6 TÉCNICO-TÁCTICA.................................................................................. 39
6.1 Importância da Técnica...................................................................... 39
6.2 Importância da Táctica....................................................................... 41
6.3 Posição Base ..................................................................................... 43
6.4 Colocação .......................................................................................... 45
6.5 Deslocamentos .................................................................................. 47
6.6 Pré-defesa ......................................................................................... 48
6.7 Fintas ................................................................................................. 49
6.8 Observação........................................................................................ 51
6.9 Colaboração com a defesa ................................................................ 52
6.10 Participação no ataque ...................................................................... 63
6.11 Técnicas de Defesa ........................................................................... 64
6.12 Técnica Específica de 1ª linha ........................................................... 65
6.13 Técnica Específica de Ponta.............................................................. 68
6.14 Técnica Específica de Pivot ............................................................... 70
6.15 Técnica Específica de Remates em penetração................................ 71
6.16 Técnica específica de Remates de Contra-ataque ............................ 71
6.17 Técnica Específica de Livres de 7 metros.......................................... 72
7 ESCOLAS MAIS REPRESENTATIVAS .................................................... 73
8 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 81
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O Guarda-redes de Andebol – Revisão da literatura
ÍNDICE DE QUADROS
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O Guarda-redes de Andebol – Revisão da literatura
1 INTRODUÇÃO
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O Guarda-redes de Andebol – Revisão da literatura
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O Guarda-redes de Andebol – Revisão da literatura
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O Guarda-redes de Andebol – Revisão da literatura
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O Guarda-redes de Andebol – Revisão da literatura
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O Guarda-redes de Andebol – Revisão da literatura
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O Guarda-redes de Andebol – Revisão da literatura
3 IMPORTÂNCIA DO GR DE ANDEBOL
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O Guarda-redes de Andebol – Revisão da literatura
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O Guarda-redes de Andebol – Revisão da literatura
4 REGULAMENTO ESPECÍFICO
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O Guarda-redes de Andebol – Revisão da literatura
• Mover-se com a bola nas mãos dentro da área de baliza, sem ser sujeito a
restrições aplicáveis a jogadores de campo (segurar a bola por um máximo
de 3 segundos, dar mais de 3 passos, regra dos dribles, tocar a bola vezes
consecutivas) ao guarda-redes não é permitido, no entanto, atrasar a
execução de um lançamento de baliza.
• Deixar a área de baliza com a bola e voltar a jogá-la em campo, caso não
tenha tentado controlá-la.
• Voltar a entrar na área de baliza com a bola nas mãos vindo do terreno de
jogo.
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O Guarda-redes de Andebol – Revisão da literatura
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O Guarda-redes de Andebol – Revisão da literatura
5 CARACTERIZAÇÃO DO GR DE ANDEBOL
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O Guarda-redes de Andebol – Revisão da literatura
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O Guarda-redes de Andebol – Revisão da literatura
Ribeiro (2002) sustenta esta teoria afirmando que a conjugação destes dois
parâmetros, vai possibilitar ao guarda-redes a cobertura duma superfície mais
ampla da baliza.
Apesar de não ser decisiva, a altura é considerada como um elemento
determinante no sucesso do guarda-redes de andebol (Barda, 1994; Czerwinski,
1993; Johansson, 1995; Latiskevits, 1991; Rivière, 1989). Estes autores
consideram que os valores ideais da altura de um guarda-redes deve variar entre
aproximadamente 185 cm e 200 cm.
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O Guarda-redes de Andebol – Revisão da literatura
todas as qualidades de defesa. Também Greco (2002) refere que a altura baixa
não é um factor eliminatório para a escolha de um guarda-redes, existe sim é
necessidade de compensar esta diferença com outras qualidades como a força de
pernas, colocação, antecipação, timing, etc.
A envergadura é também um factor somático importante na escolha do guarda-
redes (Czerwinski, 1993; Johansson, 1995; Marques, 1983), devendo ser sempre
superior à altura (Bayer, 1987; Brenda, 1981; Czerwinski, 1993; Rivière, 1989),
sugerindo alguns autores (Cercel, 1980; Curado, 1980) que a envergadura deverá
ser em média 8 a 10 cm superior à altura. Ribeiro (2002) salienta que um guarda-
redes com maior altura e envergadura, poderá colocar-se mais perto da linha de
baliza, o que determina um contacto com a bola a menor velocidade, pois o
espaço que ela percorre é maior. Por outro lado, aquela colocação não lhe vai
exigir tanta velocidade de reacção como a um guarda-redes de menor altura e
envergadura, que, para cobrir a mesma superfície da baliza, terá
obrigatoriamente, de avançar mais. Em termos de despesa energética, é óbvio
que as acções do guarda-redes mais alto são mais económicas, pois,
teoricamente, encontra-se sempre mais perto da bola.
Greco (2002) considera que com maior envergadura terá ligeiramente um alcance
maior, podendo tocar em bolas mais longe que outros, necessitando de menor
flexibilidade e menor consumo de energia.
Czerwinski (1993) e Bayer (1987) consideram, também, a relevância do
peso, pelo que estes jogadores se devem caracterizar por uma estrutura atlética
adequada, apresentando um índice ponderal adequado às exigências das suas
tarefas.
Bayer (1987) refere os critérios de selecção de guarda-redes da Federação
Romena de Andebol, fornecendo as taxas de importância de cada critério, onde
se evidencia a relevância da morfologia, nomeadamente a altura, o índice
ponderal e a envergadura:
Morfologia 40%
- Altura 50%
- Relação altura/peso 25%
- Envergadura 25%
Características psicológicas 30%
Qualidades físicas 30%
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Atenção/Concentração
Cada remate à baliza provoca no guarda-redes um complexo processo
mental num tempo reduzidíssimo, originando uma acção motora considerada
adequada, à qual está associada a responsabilidade de decisão (Latiskevits,
1991). Antón (1990) diz que a concentração expressa a orientação para um
objectivo ou processo, sendo um fenómeno ligado à percepção, ao pensamento e
às atitudes práticas.
A regra de ouro do guarda-redes consiste em manter a sua concentração, a
qual permite a apreensão de informação de qualidade necessária à avaliação das
possibilidades do rematador, bem como manter bons apoios no deslocamento, a
fim de obter um equilíbrio disponível e manter a capacidade de reacção. A
concentração do guarda-redes corresponde a "estar sempre pronto a ..." (Rivière,
1989; Zeier 1986).
O guarda-redes deverá possuir uma capacidade de concentração tal, que lhe
permita percepcionar uma série de indicadores relativos ao jogo (modo de jogar
do adversário, particularidades individuais do adversário, situações de jogo
particulares, etc.), que posteriormente analisará. Obviamente que, quanto mais
amplo for o leque da percepção, tanto maior será a sua eficácia (Ribeiro, 2001).
Este mesmo autor refere que é aquele percurso mental que, em
determinadas circunstâncias, lhe viabilizará a antecipação das suas acções
(previsão do local de remate, intercepção do contra-ataque, etc.) e, assim
neutralizar as iniciativas do adversário.
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O Guarda-redes de Andebol – Revisão da literatura
Antecipação
A antecipação consiste em prever os movimentos e trajectórias dos
adversários, baseando-se na capacidade de "ler" os movimentos do adversário e
daí prever as acções seguintes (Hecker & Thiel, 1993; Zeier, 1987). O guarda-
redes não deve detectar apenas as informações ligadas à trajectória da bola
(direcção, velocidade, distância), mas também, os factores predictivos desta
trajectória, contidos no comportamento do rematador (Mariot, 1992). Aquele não
reage apenas ao remate, ele tem interiorizado uma série de movimentos e acções
do rematador que lhe possibilitam reduzir as zonas prováveis de remate e assim
antecipar a sua acção de defesa.
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Hóquei no Gelo 95 % 5% 0%
Lacrosse 80 % 20% 0%
Futebol 80 % 20% 0%
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jogo é mais rápida. Isso acontecendo de forma eficiente permite ao jogador estar
apto para os treinos e jogos subsequentes num espaço de tempo ideal (Almeida,
1995, citado por Greco, 2002).
Apesar da aparente pouca utilização do sistema aeróbio pelo guarda-redes
de andebol, Greco (2002) afirma que se torna importante o seu treino a fim de:
permitir a manutenção de alto nível de velocidade de ação e reacção;
proporcionar um melhor desempenho na capacidade de recuperação entre
treinos; aumentar o desempenho físico; prevenir falhas tácticas em função da
fadiga e diminuir os erros técnicos.
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O Guarda-redes de Andebol – Revisão da literatura
das diferentes técnicas pode chegar até 20% (Muller et al., 1992, citados por
Greco 2002). A velocidade da bola depende em grande escala do movimento de
preparação. O tempo de percepção visual para um remate em apoio varia entre
0.5 e 0.9 s para jogadores masculinos de alto nível (Muller et al., 1992, citados
por Greco 2002).
Os dados acima citados possuem uma grande importância para as
possibilidades de defesa do guarda-redes, pois eles permitem o cálculo do tempo
de vôo da bola, dependendo da sua velocidade e da distância até ao guarda-
redes. O tempo de vôo da bola para um remate a uma distância de 8 metros varia
entre 0.40 e 0.65 s de acordo com a velocidade da bola.
Bolas rematadas a uma distância de 8 metros entre o ponto de soltura da
bola e o guarda-redes, que significa na prática um remate a cerca de 9 metros da
baliza, percorrem esta distância num intervalo de 0.43 s a 0.50 s para as
respectivas velocidades de soltura de 16 m/s a 21 m/s (58 e 76 km/h). O tempo
do movimento dos atacantes varia entre 0.45 s e 0.55 s, de acordo com a
alteração ou não da direcção do remate e da finta. Isso significa para o GR que o
tempo de voo da bola não é suficiente para reagir e realizar uma defesa com
sucesso. Portanto, o guarda-redes tem de dirigir sua atenção ao movimento do
atacante para antecipar a provável direcção da bola.
Apenas remates realizados a uma distância maior do que 9 metros da baliza
ou com velocidades inferiores a 15 m/s (54 km/h) poderiam ser defendidos
quando o guarda-redes reage em função da trajectória da bola no voo. Através da
antecipação, o tempo para a defesa (soma do tempo de reacção e do tempo de
ação) pode ser diminuído em até 0.15 s (Jones, 1974, citado por Greco, 2002).
Como parece lógico, o tempo de voo da bola determina o tempo de reacção
de que dispõe o guarda – redes. Este intervalo de tempo, por sua vez, depende
tanto da distancia que a bola tem de percorrer até à baliza, como da velocidade
da mesma. Assim, Czerwinski (1993) refere-se a investigações realizadas na ex-
RFA, Suécia e Dinamarca que demonstram que a velocidade da bola em remates
de jogadores de elite varia entre os 135 Km/h, para remates em salto, e os 95
Km/h para remates sem deslocamento e sem salto. Entre estes valores, ainda se
encontram as velocidades de 110 Km/h para remates em corrida e 120 Km/h para
remates em suspensão.
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Meia distância
Distância de remate 80 Km/h 0,36 seg. 0,39 seg.
(8 m)
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6 TÉCNICO-TÁCTICA
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uma técnica rudimentar conseguem ter êxito nas suas acções. Apesar disto, ele
indica três razões que justificam a aquisição de uma certa técnica:
1 – Uma determinada técnica permite reduzir o número de resoluções que
um guarda – redes tem de tomar num curto espaço de tempo. Assim, depois o
guarda – redes só terá de escolher entre as técnicas, tirando assim uma
vantagem essencialmente temporal.
2 – A técnica do guarda – redes pode ajustar-se perfeitamente as
capacidades físicas e características anatómicas individuais.
3 – Só quando se sabe quais movimentos e em que altura se devem
aplicar, é que se consegue automatiza-los e ser mais rápido. Onde não existe
técnica de movimento não há automatização.
Spate (1993) considera que não existe uma técnica normalizada de base. A
melhor técnica para um guarda – redes é a que for mais eficiente, dependendo
sempre da sua constituição somática e condição física (Hecker & Thiel, 1993;
Olsson, 2000; Spate, 1993). O guarda – redes escolhe um modelo de técnica de
base, a qual é corrigida e aperfeiçoada ao longo da vida, tendo em conta a sua
experiência, a evolução da modalidade e a técnica de remate dos adversários.
A técnica permite realmente uma preparação mais preciosa e efectiva nos
exercícios que se realizam em jogo, mas não se deve dar demasiada importância
à função da mesma porque só uma base sólida de preparação física e
motivações das capacidades darão vantagens. Através da técnica, os outros
factores exigidos podem ser optimamente desenvolvidos (Zeier, 1987).
Oliveira (1996) ao observar os melhores guarda – redes portugueses
chegou à conclusão que não existe uma técnica ideal, pois cada uma apresenta
particularidades individuais nas suas defesas.
Riviére (1989) sugere uma divisão faseada dos diferentes momentos que
compõe o processo global de defesa do guarda – redes:
1 – Inicio da atenção preparatória, composta pelo deslocamento e atitude,
onde aparecem os primeiros elementos da previsão do remate;
2 – Segue-se a pré-defesa, que se caracteriza por uma posição de tensão
correspondente à atenção ao remate iminente. Esta fase é influenciada pela
experiência, observação dos jogadores adversários (conhecimento) e pela acção
examinada;
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6.4 Colocação
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6.5 Deslocamentos
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6.6 Pré-defesa
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6.7 Fintas
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6.8 Observação
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conjuntas forem praticadas nos treinos. Esta prática contínua passa por um
processo de mentalização dos defensores, pois estes devem perceber que são os
“primeiros guarda-redes” da equipa, uma vez que se encontram mais perto do
ponto de saída da bola no momento de remate à baliza. O posto específico de
guarda – redes propriamente dito deve entender-se como o “último guarda-redes”
da equipa, cuja missão radicará mais em solucionar o fracasso dos outros
“guarda-redes”.
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Remates de ponta
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metros) (Antón, 2002; Cadenas & Hoffman, 1995, citados por Férnandez et al.,
1999; Olsson, 2004)
Incomodar o rematador, sem provocar livre de 7 metros, pois assim o
atacante terá menor tempo de observação do guarda-redes e da sua colocação
(Olsson, 2004)
Ou seja, diminuir-lhe o ângulo, dando menor espaço de baliza ao rematador
e dar-lhe menos tempo de preparação do remate.
Também existem algumas referências às responsabilidades pelos diferentes
lados da baliza, onde neste caso (de diminuição do ângulo de remate) o guarda-
redes deverá responsabilizar-se preferencialmente pelo ângulo curto (1º poste) e
o defensor pelo longo (Antón, 2002; Falkowski & Enriquez, 1979).
Remates de pivot
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Remates de Contra-ataque
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Remates a meia-altura
Nesta situação, tal como nos remates para os ângulos superiores, o corpo é
impulsionado com a perna contrária à trajectória da bola, utilizando-se a outra
para interceptar o remate (Olson, 2003a).
Nos remates para zona central prevê-se a utilização dos dois braços e ligeira
extensão de pernas.
Nos remates próximos dos postes: Defesa simultânea de perna e mão,
defesa em equilíbrio e impulsão com perna do lado contrário ao da trajectória da
bola, balanço e extensão da perna livre, a mão desce para junto do pé, tocando a
bola em simultâneo e de forma coordenada, a mão deverá estar orientada com a
palma voltada para a bola.
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A defesa a remates fortes é melhor com as duas mãos (Hecker & Thiel,
1993; Olson, 2003a) e a segunda mão estende o corpo lateralmente. Hecker &
Thiel (1993) propõem também a defesa em equilíbrio ou desequilíbrio
Ribeiro (2002) refere que as bolas devem ser paradas, com as duas mãos e,
se necessário, com a perna livre, devendo evitar-se a utilização de pé e mão; o
contacto com a bola é promovido através de um salto lateral, com impulsão
unipedal (perna de impulsão contrária à bola). Este autor recomenda a utilização
da defesa só com uma mão, quando o guarda-redes não se encontra posicionado
no centro da baliza, tendo assim de intervir a uma grande distância. Segundo
Zeier (1987) a defesa com pé e mão só é adequada para remates abaixo das
ancas, porque o tronco ficaria inclinado para trás se o pé participasse numa
defesa tão alta.
É neste tipo de remates que os guarda-redes se revelam por norma mais
eficazes (Oliveira, 1996).
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Remates picados:
Na defesa a este tipo de remates é fundamental orientar todo o movimento
do corpo para a frente, na direcção do ponto de impacto da bola e avançar "todo"
o corpo para cima da bola (Ribeiro, 2002).
Hecker & Thiel (1993) propõem a mesma técnica de defesa dos remates
para baixo, com a particularidade de nos picados ser necessário orientar o
movimento do corpo para a frente, pois é difícil prever se o remate após o ressalto
direccionado para baixo, a meia-altura ou para cima, sendo assim necessário
procurar defender com todo o corpo.
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Para os remates de ponta em geral, Basic (1992), Hecker & Thiel (1993) e
Olson (2003a) propõem como variante avançar o apoio contrário ao poste da
baliza, em direcção ao braço do rematador, cobrindo assim o 2º poste e
“oferecendo” o remate para o 1º poste, seguido de movimento igual ao
anteriormente proposto mas em sentido contrário.
Outra técnica possível, proposta por Hecker & Thiel e Ribeiro (2002) refere-
se à utilização de fintas, através da saída precoce e exagerada do guarda-redes,
na direcção do ponto de impulsão, forçando um "chapéu", o que dá a
possibilidade de "abafar" a bola.
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observação precisa do remate (Hecker & Thiel, 1993). Não saltar em direcção ao
rematador, agir lateralmente em direcção a um dos lados, partindo de uma
posição estável e esperar sobre a linha de baliza se o rematador é pressionado
por um defensor ou parte de uma posição desfavorável.
Ribeiro (2002) propõe a utilização de uma técnica defensiva, caracterizada
pelos seguintes parâmetros: a) defesa em salto, com impulsão unipedal e
orientação lateral; b) "oferecer" todo o corpo à bola.
Apesar de utilizada com alguma frequência, em especial num passado
recente, parece não ser muito aconselhável a utilização da defesa em “leque”.
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Escola Sueca
Colocação
Geralmente, e enquanto a equipa adversária circula a bola, o guarda – redes
mantém-se muito concentrado e atento a todos os movimentos, quer da bola na
sua circulação, quer no movimento dos jogadores. Vai-se colocando em varias
posições na baliza consoante a circulação da bola, tentando assim cobrir todos os
ângulos e por consequência diminuir as opções de remate por parte da equipa
adversária.
Posição Base
A Escola Sueca apresenta uma característica muito peculiar. Os guarda –
redes suecos realizam continuamente apoios sucessivos, alternando o pé de
sustentação e utilizando a parte interior da planta do pé, procurando assim que a
projecção o seu centro de gravidade se encontre muito perto do limite da base de
sustentação durante todos os movimentos. Com isto, eles procuram obter uma
resposta rápida do seu esquema corporal que é solicitado a intervir.
Deslocamentos
Os guarda – redes desta escola realizam deslocamentos sempre em função
da circulação da bola, estando muito concentrados em todos os movimentos do
jogador com bola, para assim poderem reagir de uma forma mais rápida tendo
mais probabilidades de eficácia nas suas defesas.
O guarda – redes realiza um semicírculo consoante a movimentação da bola,
contudo esse semicírculo não é “fechado”, isto é, modifica-se o parâmetro de
profundidade mediante a situação e a atitude do jogador que têm a bola. As suas
deslocações não estão predeterminadas, mas sim irão variar e adaptar-se ao
desenrolar do jogo.
Neste tipo de guarda – redes podemos afirmar que as suas movimentações
não se limitam apenas a deslocamentos laterais, mas também executam vários
deslocamentos frontais para avançar e/ou recuar.
Assim temos:
• Remate da posição pivot ou remate em penetração – o Guarda – redes
realiza 2 a 3 passos em direcção ao jogador para tentar cobrir ao máximo o
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para o rematador encontrar espaço para realizar o remate com êxito. Se numa
primeira abordagem o guarda – redes não se conseguir aproximar muito do
rematador, dará um salto explosivo procurando cobrir o máximo de ângulo
possível.
A perna utilizada para a impulsão deve ser a que se encontrar mais longe da
bola, para direccionar e orientar todo o corpo em direcção à bola.
Neste tipo de defesas os braços realizam um movimento em leque dirigindo-
se para fora e as pernas sobem até cobrir a horizontal.
A remates das pontas, os guarda – redes adoptam uma atitude corporal
diferente. Neste tipo de remates eles opõem-se de forma muito ofensiva,
avançando para o rematador, cobrindo assim o maior ângulo possível e tentando
“jogar” com o adversário, utilizando com mestria a sua agilidade e a sua destreza.
Relativamente a esta escola há que salientar alguns aspectos e
características muito próprias.
Os Guarda – redes Suecos recorrem muitas vezes à tentativa de engano
para ludibriar o adversário, utilizando fintas e principalmente mostrando falsos
ângulos supostamente encobertos. Este tipo de movimentos cria uma falsa
imagem ao rematador, pois este pensa que o ângulo é favorável para ter êxito no
remate e no fim o guarda – redes recoloca-se rapidamente conseguindo defender
a bola. Este tipo de técnica é bastante eficaz para o guarda – redes, pois este
com os seus movimentos de engano, supostamente dirige o atacante.
Um outro aspecto característico é a constante necessidade de tocarem na
bola após uma falta, principalmente em faltas que dão origem a livres de 7 metros
e ainda mais evidente em momentos decisivos do jogo. Eles pegam na bola,
adaptam-na, e depois oferecem ao jogador que vai realizar o remate, criando-lhe
ali uma maior pressão, um maior nervosismo.
Este tipo de guarda – redes são extremamente rápidos na procura da bola,
quer em situações de remate para fora, quer também em situações faltosas por
parte do ataque, pois em todas as oportunidades são eles que querem marcar a
falta colocando a bola o mais rápido possível em jogo, para que a sua equipa
possa atacar rapidamente, e assim tentar surpreender o adversário.
Outra característica muito importante, é a velocidade com que realizam o
contra ataque, e sempre com uma margem de erro bastante reduzida o que se
torna extremamente importante e essencial para o êxito da sua equipa.
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Escola Balcânica
Posição Base
A característica mais relevante do guarda – redes da escola Balcânica é
manter-se em elevação a maior parte do tempo de jogo.
A planta do pé deverá encontrar-se apoiada na sua totalidade,
proporcionando assim uma grande estabilidade durante o jogo. Podemos pois
concluir que para esta escola a posição base, acentua sobretudo na palavra
“equilíbrio”.
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Deslocamentos
Os deslocamentos, como sempre, são influenciados pela situação de posse
de bola da equipa contrária. Na técnica Balcânica não se realiza o clássico semi-
circulo, predominando sim, os deslocamentos em linha. Os movimentos são muito
automatizados e predeterminados, para que a atenção se centre em outros
aspectos mais relevantes.
Ao contrário da Escola Sueca, os deslocamentos da Escola Balcânica não
sofrem praticamente variação no parâmetro da profundidade. Podemos concluir
que a maioria dos deslocamentos são laterais e não em corrida.
A única situação em que os deslocamentos base não são em linha, mas sim
em profundidade, é no remate aos 6 metros, e aqui deve ter-se atenção ao local
onde ele se realiza:
- desde a posição de pivot ou remate em penetração, vai fazer com que o
guarda – redes dê 2 a 3 passos amplos e frontais, tentando diminuir ao máximo o
ângulo de remate;
- desde e o extremo, ele sai antes do remate adoptando uma posição firme
e determinada.
Defesa
A remates de 1ª linha, a defesa a bolas altas é realizada com uma impulsão
da perna do lado contrário ao da bola.
Na defesa a bolas baixas e a meia altura, utilizam um salto para a frente e na
diagonal, com as pernas e braços abertos, baixando o centro de gravidade,
procurando assim cobrir o maior espaço de baliza possível.
A defesa a remates de 2ª linha, da zona de pivot, desde a sua posição base,
realiza um deslocamento amplo de 2 a 3 passos. A partir daí, e sem efectuar
nenhuma defesa, salta abrindo as pernas e os braços (“defesa em leque”).
O entendimento do guarda – redes com a defesa não é rígido. Muitas vezes,
“jogam” com o rematador, na tentativa de lhe criar dúvidas no momento do
remate.
Relativamente a esta escola há a salientar alguns aspectos próprios. Para o
guarda – redes desta escola as exigências ao nível da coordenação e de
dissociação são muito importantes, quer a nível global, quer a nível segmentar.
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O Guarda-redes de Andebol – Revisão da literatura
Escola Russa
Os guarda-redes desta escola são normalmente de elevada estatura.
A sua posição base é relativamente estreita e estável, de braços arqueados,
com as mãos à altura dos ombros ou em frente ao “peito”.
A defesa de bolas altas é feita, geralmente, com uma mão, sendo a impulsão
realizada com a perna do lado contrário à trajectória da bola.
As defesas a remates a meia altura e para baixo são realizadas a partir de
uma posição fixa, apresentando assim um diminuto campo de defesa. Mantém-se
sempre em equilíbrio, raramente caindo.
As defesas a remates de 6 metros, quer da zona frontal, quer de ponta,
utilizam sempre uma perna fixa.
Estes guarda – redes dão grande valor à disciplina e a uma rigorosa
distribuição de tarefas e colaboração com a defesa. Valorizam a diminuição dos
ângulos de remate, responsabilizando-se apenas por um dos lados da baliza.
As grandes virtudes desta escola são o “bom” jogo posicional e o trabalho
em conjunto com a defesa, apresentando maior eficácia em remates de 1ª linha.
Tem, no entanto grandes dificuldades na resolução de problemas não
estereotipados ou normalizados pelo guarda – redes, apresentando assim
dificuldades perante jogadores de grande diversidade técnica. Apresentam
também algumas dificuldades na defesa de remates picados ou para baixo.
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O Guarda-redes de Andebol – Revisão da literatura
Escola Alemã
Apresentam uma posição base bastante ampla, a colocação das mãos varia
entre a altura dos ombros e da anca.
A defesa de bolas altas é feita com uma ou com ambas as mãos,
impulsionam com a perna contrária à do lado da trajectória da bola, utilizando em
casos extremos a impulsão com a perna do lado da bola.
Nos remates a meia altura ou para baixo realizam um salto em frente, com
os braços e pernas abertas, baixando o centro de gravidade, recorrendo, por
vezes, à queda em remates para baixo. Nos remates a meia altura utilizam ambas
as mãos para blocar a bola.
Para os remates de 2ª linha não utilizam uma técnica normalizada,
realizando por vezes defesa em leque agressiva ou salto com uma perna.
A remates de ponta cobrem o 1º poste, apostando tudo na defesa do 2º
poste. Com ângulo reduzido do rematador, saem de entre os postes utilizando o
corpo para tapar toda a baliza, procuram ocupar o máximo de espaço mantendo o
corpo direito.
Nos remates de 2ª linha na zona frontal, tentam limitar o local de remate,
saindo de entre os postes, cobrindo uma zona de baliza e investindo a defesa na
zona provável de remate.
Existe trabalho de colaboração com a defesa mas não de forma rígida,
variando as suas acções em função das características da defesa e do
adversário.
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