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Segundo sua última versão de 2018, assinalada pelo ex-ministro da Educação Rossieli
Soares da Silva, “A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter
normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos
os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica, de modo
a que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade
com o que preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE)" (2018, p. 7); ou seja, de acordo com
a sua própria definição, o documento serve de sustentação desde à Educação Infantil até a
conclusão no Ensino Médio, e é por onde os estabelecimentos de ensino se baseiam ao oferecer
suas disciplinas e estudos ao corpo estudantil.
A disciplina de Língua Portuguesa faz parte da área de Linguagens, uma das cinco áreas
do conhecimento das competências gerais da educação básica. Quando o documento aborda os
artifícios que serão introduzidos nas áreas de Língua Portuguesa e Literatura na educação
infantil, explica que será papel do educador servir de mediador entre as “letras” e a criança,
onde no “[...] convívio com textos escritos, as crianças vão construindo hipóteses sobre a escrita
que se revelam [...] indicativas da compreensão da escrita como sistema de representação da
língua” (2018, p. 42). Sendo assim, o documento visa instrumentalizar todas as disciplinas,
especialmente a da área de Linguagens, visto que desde a infância dentro do ambiente escolar,
o aluno estabelecerá que o que representa a língua é a escrita (rebuscada, mais desenvolvida,
revisada e analisada), desconsiderando todos os outros recortes que compõem a vastidão do que
é a língua e a linguagem como fenômenos externos e internos a ele.
Assim sendo, o documento não busca incluir o conhecimento prévio do aluno sobre mundo
e a linguagem, nem sobre a gramaticalidade, textos e discursos da Língua, somente a produção
dela. Essa produção é disfarçada como “pluralidade” que em sua execução, limitará todas as
partes envolvidas no processo educacional. Tanto no setor de Língua Portuguesa e Literatura
(área de Linguagens) quanto nas demais áreas do conhecimento, o que a BNCC prevê na
verdade é o sucateamento da educação, principalmente a pública. A aquisição, processamento
e ensino de Língua devem ser executados de forma profunda e simultaneamente fluída,
principalmente nas sociedades em que é nítida a separação da população em classes sociais,
econômicas, de gênero, taxas de analfabetismo, faixa etária, entre outros.
Referências
1. http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/