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EXCELENTISSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DO 1º JUIZADO ESPECIAL CIVEL
DA COMARCA DE IMPERATRIZ, ESTADO DO MARANHÃO.
RAFAEL SILVA DOS SANTOS, brasileiro, em regime de união estável, soldador, portador
do RG: 0261206620032 e CPF: 036.534.503-22, residente e domiciliado na Rua 20, nº 33, Pq. Buriti, CEP;
65.916-450, em Imperatriz, MA, e, endereço eletrônico (e-mail): desconhecido, por meio de seu advogado e
bastante procurador, Dr. THIAGO FERREIRA MASCARENHAS, OAB-MA 12.253, com escritório profissional
na Rua Godofredo Viana, 714, Centro, CEP: 65.900-100, nesta cidade de Imperatriz, MA, e-mail:
mascarenhas.adv@hotmail.com, onde receberá intimações, vem, respeitosamente perante Vossa
Excelência, propor a presente
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em face de , pessoa jurídica de direto privado, inscrita BRDU SPE ZURIQUE LTDA (LOTEAMENTO
VERONA) no CNPJ sob o nº 16.560.949/0001-86, na pessoa de seu representante legal, sito na Rua Coronel
Manoel Bandeira, nº 1757, Sala 6, Bairro Centro, Imperatriz - MA, pelas razões fáticas e jurídicas que passa a
expor:
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Dr. Thiago Ferreira Mascarenhas . Advogado - OAB|MA 12.253
Rua Godofredo Viana, 714, Centro - CEP: 65.900-100 – Imperatriz, MA
Fone: (99) 99132-7985 - e-mail: mascarenhas.adv@hotmail.com
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PRELIMINARMENTE
DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
O Autor, não possui condições de promover a presente ação, arcando com às custas
processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, conforme termo de
carência jurídica (documento anexo).
Por tais motivos, requer lhe sejam deferidos os benefícios da justiça gratuita, com
escopo no inciso LXXIV, do art. 5º CF/88 e na lei 1.060/50, com alterações introduzidas pela Lei 7.510/86 em
combinação com o art. 98 do NCPC.
1 – DOS FATOS
Ocorre que em virtude da forte crise ora vivenciada em nosso pais, o Requerente
perdeu grande parte de seu poder aquisitivo, estando neste momento impossibilitado de arcar com as
prestações do objeto do contrato acima apresentado. Até a data da propositura da presente demanda o
Promovente já pagou à Promovida o valor total de R$ 7.989,61 (sete mil, novecentos e oitenta e nove reais e
sessenta e um centavos), que, corrigidos e atualizados somam o montante de R$ 9.126,75 (nove mil, cento e
vinte e seis reais e setenta e cinco centavos)
Ressaltando o que foi apresentado acima, a parte Autora não tem mais interesse na
continuidade do contrato, pelas dificuldades financeiras pelas quais tem passado, restando inviável o
pagamento das parcelas restante por parte deste.
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Desta maneira não restam alternativas ao Autor a não ser a busca das vias judiciais
para a rescisão do contrato e a satisfação de seu direito.
2 – DO DIREITO
Inicialmente, convém destacar que entre a parte Autora e a Ré emerge uma inegável
relação de consumo, vejamos:
Art. 2º Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produtos
ou serviço como destinatário final.
§ 1° (…)
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Desse modo, cabe ao Requerido demonstrar provas em contrário ao que foi exposto
pelo Promovente. Resta informar ainda que as provas seguem em anexo. Assim, as demais provas que se
acharem necessárias para resolução da lide, deverão ser observadas o exposto na citação acima, pois se
trata de princípios básicos do consumidor.
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao
fornecimento de produtos e serviços que:
(...)
Lei. 8.078/90
(...)
De acordo com a previsão supra, vê- se que o promitente vendedor deve proceder com a
devolução das quantias paga, sendo considera nula a cláusula que a veda o seu recebimento pelo
promissário comprador que desiste do contrato. Trata o artigo supra da vedação ao enriquecimento sem
causa, pois se houver a retomada do produto alienado, este poderá novamente ser comercializado, não se
justificando a retenção integral das prestações já pagas.
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Cumpre ainda enfatizar que os valores referentes ao reeembolso devem ser pagos
acrescidos de correção monétária, cabendo ao empreendimento descontar apenas taxas administrativas em
percentual já pacificado, e, inclusive recentemente sumulado pelo STJ, vejamos:
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No caso em comento a parte Autora, não tem interesse continuar com o negócio,
destacando-se que este vem passando por dificuldades financeiras, não obtendo êxito em tentativas
administrativas, conforme já demonstrado.
Enfatiza-se ainda que ainda aquele que se encontra inadimplente e pretende receber o
dinheiro de volta, deve ter devolvido o valor gasto no negócio. O valor deve ser devolvido em parcela única,
corrigida conforme os índices devidos, assim, nada de devolução parcelada para o consumidor
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Assim, cumpre demonstrar os valores atualizados dos cálculos, enfatizando que até a data
da propositura desta ação, foram pagos R$ 7.989,61 (sete mil, novecentos e oitenta e nove reais e sessenta e
um centavos), que, corrigidos e atualizados somam o montante de R$ 9.126,75 (nove mil, cento e vinte e seis
reais e setenta e cinco centavos), vejamos os demonstrativos abaixo:
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Destaca-se que a situação apresentada, traz fundado receio de dano de difícil reparação,
haja vista que o autor diante do atitude postergada pela Ré, está impossibilitado de manejar seu patrimônio
econômico aplicado neste negócio, e, como dito veio ao judiciário por não dispor atualmente de condições
para a manutenção do contrato ora objeto desta ação. Desta forma, sente fundado receio de ter o seu nome
incluso no cadastro negativo, o que acarretará mais constrangimentos, principalmente por ser pessoa honesta
e cumprir fielmente suas obrigações, autorizando assim, consoante o disposto nos arts. 300 e seguintes do
NCPC, a concessão da ANTECIPAÇÃO DA TUTELA, de forma notificar a Ré para que não inclua o nome da
reclamante no registro de consumidores inadimplentes (SPC e SERASA).
“Quando a citação do réu puder tornar ineficaz a medida ou, também, quando a
urgência indicar a concessão imediata da tutela, o juiz poderá fazê-la inaudita altera
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pars, que não constitui ofensa, mas sim limitação imanente do contraditório, que fica
diferido para momento posterior do procedimento” (NELSON NERY JUNIOR E
ROSA MARIA DE ANDRADE NERY, Código de Processo Civil Comentado, São
Paulo: RT, 2002, 6ª ed., p.614)
I - Não demonstrado o perigo de dano para o credor, não há como deferir seja
determinada a inscrição do nome do devedor no SPC ou SERASA, mormente
quando este discute em ações aparelhadas os valores 'sub judice', com eventual
depósito ou caução do 'quantum'. Precedentes do STJ.
Não obstante é ainda necessária a medida liminar para que seja a Ré compelida efetuar a
reembolsar ao autor os valores pretendidos na inicial, ante o evidente enriquecimento sem causa caso
continue de posse do montante econômico aqui tratado.
Nesta senda viável seria a antecipação para a restituição dos valores liminarmente, ainda
que necessária a garantia do juízo.
Não obstante seja outro o entendimento deste juízo, pleiteia o Autor para que se digne em
suspender a exigibilidade das parcelas vincendas a partir do mês de Setembro de 2016, tendo em vista que
em razão do não pagamento das futuras parcelas a Ré poderá vir a incluir o nome do Promovente nos
cadastros restritivos.
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Ocorre que tais clausulas devem ser banidas destes contratos ante a aplicação do
principio da boa fé objetiva dos contratos, bem como pelo principio da proteção contratual e da facilitação da
defesa de seus direitos.
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao
fornecimento de produtos e serviços que:
(...)
Assim, no que se refere a clausula supra elencada (clausula 18ª) requer-se desde já a
decretação da sua nulidade para que não haja perca de quaisquer valores pagos a titulo de intermediação
imobiliária, por nao ser de conhecimento do autor a contratação referida. Para que não incidam sobre a
rescisão quaiquer multas indenizatórias em face do promovido, para que não haja a perca de valores a titulo
de ressarcimento por despesas tributárias, administrativas etc, para que não haja pagamento mensal de
fruição em qualquer que seja o montante, e para que a devolução dos valores seja efetuada em parcela unica
conforme preve a legislação pertinente ao caso.
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Para se falar em dano moral faz-se imperioso o atingimento da honra subjetiva de quem o
pretende, sua reputação, sua personalidade, seu sentimento de dignidade, passe por dor, humilhação,
constrangimentos, desrespeito ao seu patrimônio.
Não obstante, o Autor empreendeu neste imóvel economias importantíssimas para sua
subsistência, e quando necessitou do distrato, mesmo já tendo gerado lucros altos para o Promovido, bem
como sempre ter sido adimplente, este se viu desrespeitado, humilhado por não ter recebido o mínimo de
atenção da Ré.
O sentimento suportado pela Autora, frente a expectativa, demonstra a lesão daquilo que
de mais importante possui a pessoa humana: o seu patrimônio moral; e este foi irremediavelmente ferido pela
conduta reprovável das Requeridas, visto que apesar de cientes, quedaram-se inertes.
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Há, portanto, relativamente ao ato praticado pela Requerida, dano a ser indenizado,
compensando-se, assim, o transtorno sofrido pelo Autor, pelo tempo já esperado sem nenhuma resposta, e,
igualmente, pela evidente frustração.
Assim, tem relevância não apenas a análise da intensidade do sofrimento causado para
se estimar o valor da indenização, mas também, a capacidade financeira do infrator, para que se arbitre um
valor suficientemente capaz de prevenir ocorrência de nova conduta idêntica.
Então, em outras palavras, em relação ao valor indenizável, pesa certificar que há de ser
fixado em consonância com o poderio econômico da Promovida, para que não perca o seu caráter de sanção,
uma vez que a pena deve sempre trazer uma desvantagem maior que a vantagem auferida pelo ato ilícito,
para que exerça a prevenção sobre o ato danoso (Teoria da Prevenção).
Portanto, se é certo que o dano é irreparável, é justo que haja ao menos uma
compensação em virtude da atitude das Requeridas, a qual, adequado o caráter punitivo da indenização.
Ademais, além de não o reembolso dos valores pagos, a Promovida tem lhe feito
cobranças posteriores ameaçando-o de mandar as prestações para o cartório de protestos, ou seja, estão
tentando obrigar o Autor a permanência no negócio.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.
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Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.
Ora, esses dispositivos legais não deixam dúvida de que o dano a que se refere é o “dano
gênero”, do qual são “espécies” o dano patrimonial e o dano moral. Autoriza, evidentemente, a reparação de
quaisquer dos tipos de dano. Nada impõe a interpretação restritiva, uma vez que o citado artigo é genérico,
não mencionando o tipo de dano que se deve reparar.
Por outro lado, se alguma dúvida persistia sobre admissibilidade da reparação do dano
moral, a Constituição Federal de 1988 aí está para dissipá-la, através do art. 5º, incisos V e X, assim
redigidos:
Art. 5º [...]
[...]
Cumpre destacar que a questão vertente destes autos refere-se a uma relação
consumerista, da qual se inclui a empresa do ramo edilício. Portanto, o caso em tela merece análise sob a
ótica também do sistema criado pelo Código de Defesa do Consumidor, especialmente sobre o que determina
o art. 14 desse diploma legal que, além de estabelecer a responsabilidade objetiva dos prestadores de
serviço, distribuiu de maneira própria o ônus da prova:
É neste sentido, conforme restou demonstrado no amparo legal colacionado, bem como
na jurisprudência de nossos Tribunais, que o Autor sofreu abalo emocional, por estar agindo a Ré de má-fé.
Concretizando-se portanto o dano moral.
3 – DOS PEDIDOS
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A) A citação da Requerida para querendo contestar a presente demanda no prazo legal,
sob pena de revelia;
D) Requer, que seja decretada a rescisão contratual, sejam declaradas como nulas as
cláusulas abusivas e ilegais (cláusula 18º, §2º, A e B, §7º - B; §8º - A e B), nos termos da
jurisprudência assente do STJ, inclusive pacificada, onde, coíbe condições prejudiciais ao
consumidor, uma vez impõe onerosidade excessiva ao consumidor, haja vista não serem
estabelecidas em valores justos e razoáveis, sobretudo, em razão da Requerida não ter
suportado despesas que justificassem os descontos extraordinários no limite máximo já
outrora entendido pelo STJ;
E) O deferimento da inversão do ônus da prova em favor do Autor, nos termos do artigo
6°, VII do CDC;
F) Nos termos do art. 319, VII do NCPC, seja realizada audiência de conciliação ou
mediação por ser de interesse da Autora;
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Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito e cabíveis à
espécie, em especial pelos documentos juntados.
Dá-se à causa o valor de R$ 14.126,75 (quatorze mil, cento e vinte e seis reais e
setenta e cinco centavos).
Termos em que,
Pede deferimento.
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