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1 INTRODUÇÃO
O aprofundamento nos estudos que envolvem a cadeia de suprimentos vem assumindo cada vez
mais importância no debate das estratégias empresariais dos séculos XX e XXI. Entra em voga a
busca por vantagens competitivas de longo prazo, extrapolando os ambientes internos das
organizações, dado o processo de globalização. Essas vantagens são mais abrangentes do que o
sucesso financeiro da organização, vez que a preocupação social e ambiental também passaram a
compor a pauta de prioridades das empresas e entidades governamentais.
Pelo lado das compras públicas não é diferente, vez que os governos também vêm aprimorando
seus instrumentos de gestão, a fim de adquirir excelência (em termos de eficiência e eficácia) em
suas operações. O cerne do presente artigo são as compras públicas, mais especificamente no que
tange à avaliação e gestão do desempenho dos fornecedores do estado de Minas Gerais.
O fornecimento e o relacionamento com fornecedores podem ser mensurados e monitorados pela
avaliação de desempenho contínua, instrumentalizada por indicadores, de modo a tornar
quantificáveis os aspectos que são predominantemente qualitativos e a montar uma base de dados
histórica que permita a verificação das dimensões benéficas e prejudiciais dessa relação, a fim de
que sejam tomadas as providências cabíveis para potencialização dos benefícios ou correção dos
erros, respectivamente.
Dentre os benefícios esperados pela aplicação da correta gestão e avaliação de fornecedores, pode-
se enumerar a melhoria na qualidade do gasto público, mais particularmente através da qualidade
dos materiais, produtos e bens adquiridos e na racionalização de custos gerados por economia de
escala, assim como a otimização dos processos envolvidos nas atividades do Estado e a respectiva
melhoria no atendimento ao cidadão.
1.1 Objetivos
Quanto à forma de abordagem do problema neste artigo, trata-se de uma pesquisa qualitativa,
porque a análise dos dados é subjetiva, ou seja, não se utiliza de métodos e técnicas estatísticas
para seu tratamento e obtenção de resultados.
Por meio dos objetivos estabelecidos, denota-se que o trabalho enquadra-se em uma pesquisa do
tipo exploratória e descritiva. Exploratória porque o assunto foi pouco explorado até então, e
pretende-se investigar a fundo a fim de evidenciar maiores informações sobre o tema. Descritivo
devido à forma com que foi realizada a busca pelos fatos, através da observação, análise e
interpretações dos mesmos, trazendo situações, comportamentos e opiniões acerca do objeto
estudado (BEUREN, 2009).
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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Conforme elucida Frazão (2009), a busca por vantagens e diferenciais competitivos no ambiente
empresarial tem se baseado em estratégias que possuam repercussões positivas de longo prazo. A
gestão da cadeia de suprimentos (supply chain management – SCM) vem conquistando adeptos e
espaço na tomada de decisões das grandes organizações, e envolve o gerenciamento do processo
“desde as matérias-primas iniciais até o consumo final dos produtos acabados, conectando
companhias produtoras, fornecedores e usuários dos bens” (FRAZÃO, 2009; p.49). Como as
organizações não são autossuficientes, surge a necessidade de estreitar seus laços com os
fornecedores, a fim de formar aliados eficientes e ágeis no desempenho de suas funções, como
suscita o mesmo autor.
Lambert et al. (1996, apud PIRES, 2010) enumeram alguns tipos de relacionamentos que podem
ser classificados como parcerias. No primeiro tipo as organizações reconhecem-se como parceiras
e coordenam o planejamento de atividades. No segundo tipo as entidades avançam da coordenação
para a integração de atividades. Já no terceiro tipo os parceiros compartilham um significante
nível de integração operacional e cada um vê o outro como uma extensão dele próprio.
Por seu turno, Slack (2008) parte do pressuposto que o objetivo do gerenciamento da cadeia de
suprimentos é atender às necessidades dos clientes finais, fornecendo produtos e serviços
adequados quando eles são necessários, a um preço competitivo. Para o autor, a cadeia de
suprimentos deve atingir um nível ótimo de cinco dimensões fundamentais para o sucesso das
atividades: qualidade, velocidade, confiabilidade, flexibilidade e custo (SLACK, 2008).
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uma “imagem espelho” das relações com os clientes e, por isso, a organização deve desenvolver
parcerias com os fornecedores-chave com o intuito de construir relações ganha-ganha.
Pires (2010) explicita que desempenho, em relação à gestão da produção, pode ser definido como
a informação sobre os resultados derivados dos processos e produtos que permite avaliar e
comparar com relação a metas, padrões, resultados do passado e a outros semelhantes. Neely et al.
(1995, apud PIRES, 2010) definem a avaliação de desempenho como processo de quantificação
de uma ação, onde a avaliação é o processo de quantificação e a ação é o que leva ao desempenho.
Beamon e Ware (1998, apud PIRES, 2010) afirmam que deve-se analisar algumas questões para a
adoção de sistemas de avaliação de desempenho, tais quais: “(1) quais aspectos deverão ser
medidos, (2) como se podem medir tais aspectos e (3) como utilizar essas medidas para analisar,
melhorar e controlar o desempenho da empresa” (BEAMON e WARE, 1998, apud PIRES, 2010;
p.220). Com isso, é possível identificar a necessidade da definição de medidas e indicadores de
desempenho que sejam adequados aos objetivos e características dos sistemas de medição
implementados.
Dentre as justificativas para adoção da avaliação de fornecedores, Finger (2002) infere que é
necessário um acompanhamento periódico, constante e estreito das atividades realizadas entre
duas organizações, de modo a fornecer feedbacks. Segundo o autor, essa avaliação deve ser
estruturada por meio de um checklist sobre o que será monitorado e controlado, por meio do qual
será feito o diagnóstico do desempenho do fornecedor apontando as deficiências que devem ser
melhoradas. Juran (1992, apud FINGER, 2002) sugere que o feedback não se limite à insatisfação,
mas que reforce as experiências positivas a fim de que sirva de base para a melhoria contínua dos
processos e sistemas organizacionais.
Finger (2002) afirma que é preciso estabelecer e manter uma metodologia de acompanhamento
dos fornecedores e de troca rápida e constante de informações, para que se evite ou se corrija
situações indesejadas. Nesses sistemas de avaliação, surge a necessidade da implantação de
indicadores de desempenho que forneça uma base de dados que possibilite a formação de
diagnósticos o quanto mais reais possível da capacidade e desempenho do fornecedor (FINGER,
2002). Ainda conforme o autor, uma avaliação de desempenho consistente oportuniza “cada vez
mais melhorias para os clientes e, consequentemente, para os próprios fornecedores, concentrando
desta forma o foco nas relações do tipo ganha-ganha” (FINGER, 2002; p.29).
Para análise dos fatores qualidade, entrega e serviço, Finger (2002; p.23) destaca que um bom
fornecedor deve:
Entregar pontualmente;
Fornecer qualidade consistente;
Oferecer bom preço;
Ter antecedentes estáveis;
Fornecer bom serviço;
Ser responsivo às necessidades do cliente;
Cumprir com o prometido; e
Dar apoio técnico.
Slack (2008) sugere a utilização de indicadores que mensurem os requisitos genéricos de
qualidade, velocidade, confiabilidade, flexibilidade e custo do fornecimento, que são os objetivos
de desempenho desejados por qualquer operação produtiva e que contribuem para a
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Este critério possui uma particularidade nas compras públicas, uma vez que elas são realizadas por
meio de licitação. Destarte, o preço não pode ser um critério de análise do desempenho do
fornecedor, já que ele é definido a priori.
Slack (2008) disciplina que qualidade trata da “adequação aos propósitos do cliente, caracterizada,
principalmente, pela isenção de erros”. Machado (2011) entende que o fator qualidade
compreende a qualidade dos produtos, o cumprimento rigoroso das suas especificações técnicas e
o acompanhamento técnico, quando for o caso.
A qualidade “mede a conformidade com as especificações contratadas, que pode ser medida em
partes por milhão (PPM) do total de falhas identificadas na inspeção de recebimento e na
produção” (MOURA, 2009; p.78) comparadas ao total de itens recebidos/produzidos.
Para Slack (2008), é desejável que o fornecedor busque a minimização do tempo entre o pedido e
a oferta do produto ou serviço demandado. De acordo com Machado (2011; p.71), “a agilidade
deve medir o tempo de resposta do fornecedor ao pedido de cotação”, isto é, trata-se da
capacidade do fornecedor em atender às solicitações do cliente de forma ágil (MACHADO, 2011).
Moura (2009) traz que o quesito Pontualidade na Entrega avalia a capacidade do fornecedor em
atender a data de entrega solicitada, em relação a atrasos ou adiantamentos. Este pode ser
mensurado em número de dias de atraso ou adiantamento (MOURA, 2009). Cabe salientar que o
adiantamento na entrega de determinados produtos também geram prejuízos para a organização
compradora, dado que esse adiantamento aumenta o custo de estocagem dos materiais.
2.4.4 Confiabilidade
Slack (2008) resume que este fator nada mais é que a manutenção dos compromissos de entrega.
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Machado (2011; p.72) elucida que “o indicador de confiabilidade visa medir a precisão das
informações do fornecedor com relação às solicitações” do cliente. Ela ainda fala que os principais
problemas relacionados à confiabilidade são (a) as quantidades de produto solicitadas em
comparação às quantidades entregues, (b) o número de notas fiscais com erro frente ao número de
notas fiscais emitidas e (c) o prazo de entrega dos produtos e serviços (MACHADO, 2011). Ainda
para Machado (2011), este fator influencia diretamente no relacionamento entre cliente e
fornecedor.
Moura (2009) diz que a correção na quantidade de entrega mede a precisão na quantidade,
comparando a quantidade entregue em relação à solicitada. Sua mensuração pode ser feita por
meio de termos relativos que possibilitam a comparação entre o quantitativo solicitado e o
recebido pelo cliente. Ademais, o autor explicita que a conformidade da documentação “analisa
documentos envolvidos na transação, como, por exemplo, notas fiscais, quantificando os
problemas ocorridos com o trâmite de documentação necessária no fornecimento” (MOURA,
2009; p.78).
2.4.5 Flexibilidade
A Lei Federal nº 8.666, de 1993, a Lei Federal 10.520, de 2002 e a recente Lei Federal nº 12.462,
de 2011, norteiam a condução das licitações e gestão das contratações realizadas pelo setor
público, nas três esferas de Governo (municipal, estadual e federal). Além disso, destaca-se a Lei
de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000), que define como a
Administração deve gerenciar os seus recursos. A partir destas normas gerais, os entes da
federação organizam e regulamentam a gestão interna de suprimentos visando, dentre outros
princípios, a eficiência e a economicidade.
Particularmente no Governo do Estado de Minas Gerais, tem-se a exigência da utilização
obrigatória, desde 2004, do Sistema Integrado de Administração de Materiais e Serviços (SIAD-
MG) para as contratações feitas por órgãos e entidades da Administração Pública mineira. O
SIAD-MG é um sistema corporativo composto por vários módulos que, integrado ao Sistema
Integrado de Administração Financeira de Minas Gerais (SIAFI-MG), permite o controle do ciclo
de suprimentos de materiais e serviços desde o planejamento da compra até o momento em que os
materiais são recebidos ou os serviços contratados são realizados.
Ademais, foi instituída, em 2009, a nova versão do Portal de Compras do Governo de Minas na
Internet, que veio facilitar o acesso do público à participação nos processos de compras, assim
como aprimorar e qualificar a gestão da informação na Administração Pública, com impactos
evidentes no controle dos gastos públicos.
Com a implantação do SIAD-MG foi possível padronizar os fluxos e procedimentos de compras
no âmbito da administração mineira. Ademais, foram desenvolvidos armazéns de dados, os quais
possibilitam a obtenção de informações para geração de relatórios gerenciais sobre a natureza dos
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Este Projeto teve como objetivo principal o desenvolvimento de um modelo de gestão de estoques
para a Administração mineira, buscando uma melhor definição dos níveis de estoque e um
aprimoramento das rotinas necessárias para a operação e o gerenciamento dos almoxarifados.
Dentre as rotinas que foram analisadas, duas delas têm relação direta com o desenvolvimento da
metodologia para a avaliação de desempenho de fornecedores: o recebimento dos materiais e a
rotina de agendamento.
Destaque-se que o agendamento pretende subsidiar a organização das entregas pelos fornecedores
conforme a disponibilidade da equipe do almoxarifado, evitando tumultos nos recebimentos e uma
sobrecarga de trabalho no almoxarifado.
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Note-se que os subcritérios assinalados com asterisco, quando não forem aplicáveis, terão seus
pontos revertidos no outro subcritério do mesmo critério.
No Quadro 2, vê-se a composição da nota em relação ao critério Quantidade:
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Quantidade Pontos
Correta 30
Entrega Pontos
Na data agendada 30
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Os dias de atraso serão contados automaticamente a partir do final do prazo estipulado pela
Autorização de Fornecimento. A data da entrega será agendada no sistema e poderá ser alterada
sem prejuízo da nota do fornecedor, desde que seja observado o prazo inicial estabelecido na AF e
que o novo agendamento seja cumprido. De modo semelhante às falhas das quantidades, o atraso
poderá ser justificado pelo fornecedor e submetido ao crivo do responsável pelo recebimento do
material.
Em relação ao critério de Qualidade, a pontuação se dará conforme o Quadro 4.
Pontuação
Aprovação
Com embalagem Sem embalagem
Total 20 30
Reprovação 0 0
Fonte: Projeto Avaliação de Fornecedores – Prévia da Metodologia. DCLC/SCRLP/SEPLAG-MG
Quando houver embalagem para o material, será usada pontuação constante do Quadro 5 para a
sua avaliação, de acordo com sua integridade e condições.
Aprovação Pontos
Total 10
Com ressalva 5
Reprovação 0
Fonte: Projeto Avaliação de Fornecedores – Prévia da Metodologia. DCLC/SCRLP/SEPLAG-MG
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Ok 10 5 5
Com problemas 0 0 0
Fonte: Projeto Avaliação de Fornecedores – Prévia da Metodologia. DCLC/SCRLP/SEPLAG-MG
Os registros de desempenho do fornecedor a cada entrega, conforme critérios citados, serão a base
para o cálculo do seu respectivo indicador de desempenho.
O indicador de desempenho do fornecedor poderá ser apresentado em qualquer das seguintes
formas:
a) Indicador de Desempenho do Fornecedor por Entrega (IDF-E): será calculado, para um
determinado item da autorização de fornecimento, a partir da soma das pontuações atribuídas a
cada critério de avaliação;
b) Indicador de Desempenho do Fornecedor por Autorização de Fornecimento (IDF-AF): será
calculado a partir da média aritmética simples dos IDF-E, no âmbito de uma mesma autorização
de fornecimento;
c) Indicador de Desempenho do Fornecedor por Contratação (IDF-C): será calculado a partir da
média aritmética simples dos IDF-AF, no âmbito de uma mesma contratação.
d) Indicador de Desempenho do Fornecedor por Órgão (IDF-O): será calculado a partir da média
aritmética simples dos IDF-C, no âmbito de um mesmo órgão ou entidade.
e) Indicador de Desempenho do Fornecedor Geral (IDF-G): será calculado a partir da média
aritmética simples dos IDF-C, no âmbito do Estado de Minas Gerais.
Destaque-se que o órgão ou entidade contratante poderá gerar uma classificação geral de seus
fornecedores a partir dos dados registrados no Portal de Compras MG. Além disso, a SEPLAG
poderá gerar uma classificação geral dos fornecedores do Estado a partir dos dados registrados no
Portal de Compras MG.
Foi publicada em 07/02/2014 a Resolução SEPLAG nº 13, que tornou obrigatória a avaliação e
definiu as ações a serem tomadas conforme o desempenho dos fornecedores.
Neste contexto, para um IDF-C maior que 90%, atribuir-se-á o conceito “A” para o fornecedor.
Entende-se que o “Atestado de Capacidade Técnica” (previsto na Lei nº 8.666/93, art. 30, II)
apenas poderá ser fornecido para os contratantes que apresentem esta classificação. Além disso,
estuda-se a possibilidade de premiação e divulgação dos fornecedores melhor classificados.
Para os fornecedores com rendimento maior que 70% e inferior ou igual a 90% (conceito “B”),
recomenda-se a realização de reuniões para discussão acerca do desempenho mediano e
elaboração de plano de ação corretivo.
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Por fim, quando o rendimento do IDF-C for igual ou aquém de 70% (conceito “C”), além das
ações previstas para o fornecedor classificado com conceito “B”, deverá ser analisada a
possibilidade de abertura de processo administrativo punitivo para o fornecedor. Os registros e
relatórios do sistema deverão subsidiar a instrução processual.
Saliente-se que, pela Lei nº 8.666/93, artigo 87, a exclusão de fornecedores dos processos
licitatórios só é possível por meio de processo administrativo, no qual será assegurada a ampla
defesa (BRASIL, 1993).
Além disso, está sendo analisada a possibilidade de alertar automaticamente os demais gestores do
Estado que possuam contratos com fornecedores conceituados como “C”, para que os mesmos
sejam mais cautelosos na execução destes contratos.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por meio do estudo realizado, foi possível identificar a importância do relacionamento entre
clientes e fornecedores para a cadeia de suprimentos, bem como conhecer a metodologia de
avaliação de desempenho de fornecedores adotada pelo Estado.
Cumpre ressaltar a importância do tema para a Administração Pública, dado que a implantação da
metodologia de avaliação de desempenho de fornecedores possibilitará a melhoria da qualidade do
gasto público, assim como permitirá maior economicidade, eficiência e eficácia nos processos de
qualidade, garantia de qualidade dos insumos, melhor pontualidade na entrega de materiais e a
otimização dos processos produtivos e de prestação de serviços pelo Estado. Esses foram os
benefícios observados pela revisão bibliográfica e percebidos pela Funed e pela CEMIG após a
implantação do modelo de avaliação de fornecedores, por isso se espera que também levará
resultados positivos ao Estado.
Consideramos que a metodologia de avaliação de fornecedores desenvolvida pelo Estado de
Minas Gerais atende a necessidade da melhoria dos seus processos de compras constatada pelo
estudo diagnóstico de maturidade em compras. Entretanto, ainda há um longo caminho a ser
percorrido pelo Estado na busca da máxima eficiência em compras.
A padronização e sistematização da mensuração de resultados, os planos de ação desenvolvidos,
assim como a esperada busca por melhores resultados nos índices, por parte dos fornecedores,
trará os benefícios almejados pelo Estado quanto à melhor observância no atendimento dos prazos
de entrega, no atendimento exato das especificações dos produtos, na garantia em relação ao
funcionamento e emprego dos materiais, na qualidade da documentação legalmente exigida e no
recebimento dos quantitativos solicitados em sua totalidade.
Enfim, com a consecução dos objetivos dos fornecedores e do Estado, em conjunto, a população
poderá observar a benesse da aplicação dos recursos economizados com a melhoria dos processos
de compras em outras esferas mais urgentes, como educação, saúde e segurança pública.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEUREN, Ilse M. (Org.) Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: teoria e
prática. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
BRASIL. Lei n. 8666, de 21 de junho de 1993. Diário Oficial da União, 6 de julho de 1993.
Disponível em <http://www.planalto.gov.br>, acesso em 07 de março de 2013.
DI PIETRO, Maria S. Z. Direito administrativo. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
FRAZÃO, Lucas Silva. Capacitação de fornecedores: o programa “Fit For Global Approach”,
da empresa Robert Bosch. Revista Gestão & Regionalidade. Universidade Municipal de São
Caetano do Sul, v.25, n.74, mai-ago/2009.
ISHIKAWA, Kaoru. Controle de qualidade total: à maneira japonesa. Rio de Janeiro: Campus,
1993.
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