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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO

TRIÂNGULO MINEIRO – Campus Uberlândia


ENGENHARIA AGRONÔMICA

FERNANDO CÉSAR FERREIRA


GABRIEL ALVES
LUCAS DILAN MARTINS CORRÊA
LUCAS FERNANDO FARIA LOBATO
LUCAS ARAÚJO MOTA
RONAILTO OLIVEIRA

MANEJO SUSTENTÁVEL NA PRODUÇÃO DE SUÍNOS


ARCÊNIO MENESES DA SILVA

UBERLÂNDIA, MG
2022
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1

2 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 1

3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 1

4 DESENVOLVIMENTO ......................................................................................... 2

5 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 6

6 REFERÊNCIAS ................................................................................................... 7
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1. INTRODUÇÃO

Atualmente o Brasíl é um dos maiores consumidores e exportadores de carne suína no


mundo, se caracterizando num dos grandes setores de produção animal do mercado, em sistemas
de criação intensiva e confinamento. Essa atividade tem enorme importância, tanto interna
quanto externa, para a economia do país. Apesar disso, a criação de suínos é uma atividade que
promove grande impacto ao meio ambiente em diversos fatores, seja físico, químico e
econômico, em virtude, do elevado número de animais em áreas de produção.

Um dos grandes entraves a esse sistema de criação está relacionado a impactos


ambientais, devido ao risco de contaminações, sejam elas em solos, rios, lençóis freáticos,
atmosfera, onde se destaca a grande concentração de dejetos líquidos e gasosos despejados no
meio ambiente, assim como, ao manejo do mesmo.

Conforme, SEGANFREDO (2000), apud DURIGAN et al. (2009), a poluição


ambiental ocasionada pelos dejetos dos suínos é um sério problema devido ao elevado número
de contaminantes presentes nesses resíduos. Dentre os dejetos que atingem as águas
superficiais, os principais constituintes são matéria orgânica, nutrientes e bactérias fecais,
enquanto que os que atingem águas subterrâneas são nitratos e bactérias (NOLASCO et al.,
2005).

2. OBJETIVO GERAL

Dessa forma o presente trabalho tem como objetivo reconhecer e apresentar os


principais aspectos relacionados à cadeia produtividade de suínos no país, como manejo,
nutrição, sanidade, genética e ambiência, além dos impactos ambientais decorrentes do sistema
de criação.

3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Identificar todas as etapas do processo produtivo do empreendimento, descrevendo, de


forma detalhada, desde a entrada da matéria prima e/ou insumos até a saída final da produção.

Destacar as principais atividades desenvolvidas e as relações com meio ambiente ao


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longo do processo produtivo, tal como, a oferta e qualidade da água utilizada nos sistemas de
criação de suínos; a qualidade e oferta de ração aos animais; a aclimatação das granjas; a
infraestrutura das instalações nas granjas (comedouros, bebedouros, iluminação, etc); a
limpeza das baias; o cuidado com a higienização dos funcionários; local de armazenamento e
tratamento dos dejetos líquidos.

Identificar os impactos ambientais destas atividades em cada uma das etapas do


processo produtivo, tal como, a emissão de gases nocivos à atmosfera; o risco à
biodiversidade; a disposição inadequada dos dejetos no solo; a contaminação de ambientes
aquáticos, seja por emissão direta dos efluentes da produção de animais em corpos hídricos,
seja por contaminação indireta (KUNZ et al., 2009).

4. DESENVOLVIMENTO

A água é fundamental para se obter uma produção sustentável de suínos, sendo


necessário entendimento, a respeito, da captação (identificação e retirada da água de alguma
fonte disponível para oferta a propriedade), armazenamento (em local apropriado com a
finalidade de consumo imediato, ou a longo prazo), tratamento (a água oferta deve ser potável)
e qualidade (deve adequar-se às recomendações e exigências nutricionais dos suínos, além da
limpeza e desinfecção das granjas) da mesma.

O Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) estabelece parâmetros físico-


químicos e microbiológicos da água, estipulando a qualidade das águas superficiais e
subterrâneas que devem ser ofertadas aos animais, de forma, que por meio da Resolução
Conama Nº 357 de 17/03/2005 classifica as águas doces e salobras, estabelecendo padrão
Classe 3 para dessedentação de animais.

A água se caracteriza em um dos nutrientes mais importantes na criação de suínos,


desempenhando importantes funções relacionadas ao seu metabolismo, como crescimento,
manutenção de tecidos e de órgãos vitais e reprodutivos (OETTING e FRANCO, 2010), além
de compor aproximadamente 70% de sua composição corporal (GIESEN, 2005).

O consumo médio de água pelos suínos varia conforme a espécie, sistema de criação,
alojamento, condições ambientais, tipo de dieta, consumo de ração, temperatura corporal,
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doença, vazão do bebedouro, qualidade da água ofertada e estado de saúde dos animais
(BRUMM et al., 2010). Caso não seja atendidas as exigências mínimas, as consequências são
redução do apetite, desidratação, estresse, comportamento agressivo, diminuição do ganho de
peso, deficiência na conversão alimentar, cistites, nefrites, e diminuição na produção de leite.

Não menos importante, os custos com a nutrição dos suínos representa os maiores
gastos com sua produção, em média 70% do custo total, para atender as especificidades de cada
fase, desde a reprodução até a terminação (EMBRAPA SUÍNOS E AVES, 2003). Um manejo
nutricional eficiente é fundamental para o atendimento das necessidades energéticas e de
aminoácidos, contribuindo para a correta função reprodutiva.

Neste contexto, é de suma importância o aprimoramento do potencial digestivo para a


produção de suínos, destacando a utilização de vários produtos, como milho, farinha de peixe,
leite em pó, farelo de soja, farelo de trigo para aquisição da quantidade desejada de proteína
bruta ao seu consumo diário.

Na fase de crescimento, os suínos necessitam de maiores quantidades de proteínas e


energia para aquisição de massa corporal adequada, sendo introduzida uma dieta rica em
proteínas e aminoácidos. Durante a gestação, as porcas devem receber alimentação balanceada
para sua correta manutenção, enquanto que na lactação, que dura de 21 a 23 dias há um
aumento no consumo de ração, pois as fêmeas utilizam de suas reservas corporais para a
produção de leite, devendo haver ingestão de maiores quantidades de nutrientes e energia.

Um dos maiores desafios na produção de suínos está relacionada a exploração de seu


potencial genético, sendo que as principais linhagens comercializadas no país são provenientes
de raças europeias e norte asiáticas, adaptadas às condições climáticas temperadas
(ZANGERONIMO et al., 2015). Desse modo, o clima tropical se apresenta como um dos
principais limitantes na produtividade suinícola no Brasil, onde o conhecimento da capacidade
fisiológica de adaptação destes animais às condições climáticas de nosso país é fundamental
para assegurar a máxima produtividade (NUNES et al., 2016).

Assim, o estresse por calor, umidade, ventilação, tipo das instalações, além de
componentes relacionados ao manejo, como dietas, desmame e arraçoamento acabam por
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interferir no desenvolvimento dos animais.

A infraestrutura das instalações nas granjas (comedouros, bebedouros, iluminação, etc)


deve seguir alguns requisitos, com relação a escolha do local, distância mínima de cursos
d’água, APP’s, declividade do terreno, posicionamento das instalações, devendo ser ao longo do
eixo longitudinal no sentido leste-oeste, altura do pé direito, uso de telhas térmicas que
propiciem melhor isolamento térmico, ventilação com o mínimo de ruído para regulagem da
temperatura e umidade no interior das instalações, proporcionando melhor conforto térmico,
sombreamento.

Outro fator de grande relevância na ambiência das granjas de suínos é a adequada e


rotineira limpeza, em especial pisos móveis ou fixos, vazados ou compactos, garantindo bem-
estar aos animais e maior produtividade. Sempre que possível, a limpeza das baias deve ser
realizada a seco com o auxílio de pá, espátula, rodo e/ou vassoura, sem o uso de água, ou de
forma, a consumir a menor quantidade possível, já que impacta tanto no custo de produção,
quanto em questões ambientais, representando maior volume de dejetos líquidos a serem
tratados.

Em criações intensivas de suínos, o manejo da instalação é fundamental para se prever


da utilização de materiais de fácil limpeza e desinfecção, visando o controle e/ou eliminação das
instalações de qualquer microrganismo patogênico capaz de causar doença. Para tanto, a
limpeza visa reduzir a carga de contaminação microbiana e minimizar o contato dos suínos com
o excesso de matéria orgânica (seca ou úmida). Contudo, o uso de equipamentos adequados
pelos funcionários e visitantes, além do banho é fundamental para evitar a transmissão e
disseminação de doenças em sistemas de produção de suínos.

Nos sitemas de criação intensivo e extensivo de suínos, a carga de dejetos produzida


diariamente é alta, necessitando de correta destinação e tratamento. Dentre as alternativas
possíveis, tem-se o emprego dos dejetos de suínos como fertilizante orgânico em substituição
aos fertilizantes químicos.

O armazenamento dos dejetos de suínos consiste na sua estocagem temporária,


promovendo a fermentação da biomassa microbiana, e reduzindo a carga patogênica com a
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finalidade de minimizar os impactos ambientais, potencializando seu aproveitamento como


fonte de adubação agrícola, além da geração biogás.

Existem vários processos destinados ao tratamento de dejetos provenientes dos


sistemas de criação de suínos, variando em relação a alguns fatores, como características do
dejeto, do local, recursos financeiros, mas sendo influenciado principalmente pelo sistema de
produção utilizado e quantidade de dejetos produzida, além de ressaltar a devida importância de
que o tratamento atenda à legislação ambiental vigente (DIESEL; MIRANDA; PERDOMO,
2002).

Os impactos ambientais oriundos do sistema de produção de suínos têm causado


enormes desequilíbrios ecológicos resultantes da incorporação dos dejetos no meio ambiente,
sendo necessário alternativas que permitam a redução da emissão de odores, gases nocivos e
riscos de poluição dos mananciais de água superficiais e subterrâneas por nitrato, e do ar pelas
emissões de amônia.

Dessa maneira, a gestão ambiental em uma unidade de criação de suínos demanda


visão ampla e sistêmica da produção devido a elevada carga de poluentes gerada em decorrência
do grande volume de dejetos produzidos diariamente. Os dejetos suínos, quando aplicados
diretamente ao solo ocasionam desequilíbrios químicos, físicos e biológicos, cujo grau de
impacto varia com a composição do resíduo, a quantidade aplicada, a capacidade de extração
das plantas, o tipo de solo e o tempo de utilização dos dejetos (CERETTA et al., 2005), e em
cursos d’água resulta no elevado aumento populacional de bactérias, e na extração do oxigênio
dissolvido na água para o seu crescimento, ocasionando a morte de peixes (DARTORA et al.,
1998), risco a biodiversidade ambiental e a expansão da suinocultura (BLEY JUNIOR, 1997).
Na atmosfera, os gases e vapores oriundos do processo de criação de suínos coloca em risco a
saúde de homens e animais, tendo como principais contaminantes a amônia e o metano, além de
elevados níveis de matéria orgânica, nitrogênio, fósforo, sais e bactérias presentes nos dejetos, o
que representa risco ao meio ambiente e a saúde da população (ASAE, 1993).

Nesse contexto, a suinocultura não se apresenta sustentável do ponto de vista


ambiental, agravando os problemas de contaminação do lençol freático, acumulação de
elementos tóxicos, salinização, impermeabilização, desequilíbrio dos nutrientes no solo e
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contaminação das culturas por meio da transmissão de patógenos e parasitas (SEGANFREDO,


2000), além de insetos e linhagens de bactérias resistentes a antibióticos (OLIVEIRA e KUNZ,
2003). Cabe ressaltar que, os dejetos suínos são constituídos por fezes, urina, água desperdiçada
pelos bebedouros, água de higienização, resíduos de ração, pelos, poeiras e outros materiais
decorrentes do processo de criação dos suínos (KONZEN, 1997; DIESEL; MIRANDA;
PERDOMO, 2002).

Dessa maneira, os dejetos oriundos do sistema de criação de suínos devem ser


manejados, de forma a promover o mínimo impacto ambiental e possibilitar sua utilização como
fertilizante em alternativa aos adubos químicos nas lavouras.

5. CONCLUSÃO

A Gestão Ambiental de uma unidade de produção de suínos deverá contemplar toda a


cadeia produtiva. Para tanto será realizado um planejamento que vise desde sua regularização,
planejamento da instalação, escolha do local, aspectos construtivos, a qualidade da água
fornecida aos animais e utilizada na higienização, o balanço nutricional da ração ofertada aos
animais, a infraestrutura das granjas, implantação e manutenção adequada do sistema de
controle sanitário nas granjas, vacinação, manejo dos resíduos gerados, monitoramento
ambiental das atividades desenvolvidas, obtenção das licenças ambientais pertinentes, visando a
sustentabilidade da atividade suinícola, a preservação ambiental e o conforto dos animais,
dentre outros aspectos.
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6. REFERÊNCIAS

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DURIGAN, M. R.; FRANCO, R. A. M.; ROSATO, M. M.; HERNANDEZ, F. B. T.; LEITE,


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