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Descaminho X Contrabando
OU
Permissão X Proibição
Anteriormente à excogitada lei, o Estatuto Penal Repressivo versava acerca dos crimes
de contrabando e descaminho em um só tipo penal (art. 334 do CP de 1940), inclusive
atribuindo pena idêntica aos delitos.
Contrabando ou descaminho
Com nova redação da lei 13.008, de 26.06.2014, os crimes passaram a ser tratados em
artigos distintos. Podemos observar que a separação dos delitos não apresentou
consequências relevantes ao sistema penal. No entanto, trouxe uma alteração nas penas,
uma vez que o delito de descaminho permanece a mesma (1 a 4 anos de reclusão), ao
passo que a pena para o crime de contrabando foi fixada em 2 a 5 anos de reclusão.
O Supremo Tribunal Federal nos apresenta diversas decisões as quais foi aplicado o
princípio da insignificância aos crimes contra a ordem tributária previstos na Lei nº
8.137/90 , um exemplo é o HC 126.191, então podemos dizer que é possível sim
aplicar o princípio da insignificância, mas esse princípio é aplicado só para os crimes de
descaminho não sendo permitido para o crime de contrabando, no que se refere o art.
334-A, no delito de contrabando, o objeto material sobre o qual recai a conduta
criminosa é a mercadoria proibida ou seja a lei proíbe de qualquer forma a importação
ou exportação de mercadorias, para os juristas o contrabando não se cuida, tão somente,
de sopesar o caráter pecuniário do imposto sonegado, mas principalmente, de tutelar,
entre outros bens jurídicos, a saúde pública, o desvalor da conduta é maior, razão pela
qual se deve afastar a aplicação do princípio da insignificância.
Existia um valor estabelecido pela jurisprudência tendo como base o art. 20 da Lei
n.°10.522/2002, que determina o arquivamento das execuções fiscais cujo valor
consolidado for igual ou inferior a R$ 10.000,00 o que favorece o princípio da
insignificância.
Mas o MP pela Portaria n°12 75/ decidindo que o valor de 20 mil reais, seria o limite
mínimo para a execução de débitos contra a União, o STJ não concordou com atitude do
MP em normatizar um valor estimado como mínimo, alegando que a opção da
autoridade fazendária sobre o que deve ou não ser objeto de execução fiscal não pode
ter a força de subordinar o exercício da jurisdição penal, já para o Supremo Tribunal
Federal o fato de as Portarias 75 e 130/2012 do Ministério da Fazenda terem aumentado
o patamar de 10 mil reais para 20 mil reais produz efeitos penais. Logo, o novo valor
máximo para fins de aplicação do princípio da insignificância nos crimes tributários
passou a ser de 20 mil reais, sendo assim, o STJ não teve outra escolha e adotou
também o valor mínimo estipulado pelo MP.
Descaminho X Contrabando
OU
Permissão X Proibição
Os relatos históricos abaixo nos levaram a entender alguns motivos para o agravante de
determinados crimes tributários.