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Revista A música e a cultura popular como

Tempo ferramentas de resistência LGBTQI+


Amazônico
Renato Silveira*

Resumo: O presente artigo, sob o viés do método crítico


cultural, pretende abordar a heteronormatividade do
homem e sua relação com a comunidade Lésbica, Gay,
Bissexual, Transexual, Queer, Intersexual +, doravante
LGBTQI+, no sentido de combater a violência pelas mídias
sociais, impressas e, principalmente, atentar ao grito dos
marginalizados, através das paradas gays e do
comportamento cultural relacionado à música “para
compreender a quebra de paradigmas comportamentais”
sob forma de protesto. Nesse contexto, a ideia é possibilitar
mudanças no entendimento das diversas formas de ser e
estar no mundo, a partir da criação de uma nova cultura
direcionada às identidades LGBTQI+. Tais leituras geraram
novos elementos de discussão e, associadas aos
conhecimentos acadêmicos, positivaram a cultura das
margens indicando em sua matriz, apontando suas
diferenças culturais, no sentido de construção política à
medida que vozes ecoam potencializando modos de
inclusão e, interagindo com questões pouco tratadas,
disponibilizando ferramentas discursivas de difusão
cultural por meio da linguagem escrita e oral para
compreender as identidades de gênero e de sexualidades.

Palavras-chave: Cultura popular, Música, LGBTQI+,


Resistência.

Abstract: This article, under the bias of the cultural critical


method, aims to address the heteronormativity of men and
their relationship with the Lesbian, Gay, Bisexual,
Transsexual, Queer, Intersexual +, henceforth LGBTQI +,
in order to combat media violence. social, print and,
especially, heed the cry of the marginalized through gay
parades and music-related cultural behavior "to understand

*
Renato Silveira - discente do Programa de Pós-Graduação em Crítica Cultural da Universidade do Estado da
Bahia (Pós-Crítica/UNEB) apresenta o trabalho supracitado sob a orientação do Professor Doutor Paulo César
Souza García. Endereço eletrônico: rsghiggi@gmail.com.
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the breaking of behavioral paradigms" in protest. In this


context, the idea is to enable changes in the understanding
of the many ways of being and being in the world, from the
creation of a new culture directed to LGBTQI + identities.
These readings generated new elements of discussion and,
associated with academic knowledge, positivized the
culture. margins indicating in their matrix, pointing out
their cultural differences, in the sense of political
construction as voices echo potentializing modes of
inclusion and interacting with untreated issues, providing
discursive tools of cultural diffusion through written and
oral language to understand the gender and sexuality
identities.

Keywords: Popular culture, Music, LGBTQI +, Resistance.

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INTRODUÇÃO

Nos centros acadêmicos existem vários estudos sobre a temática da tradição oral e da
cultura popular e como elas influenciam nos estudos, os quais antigamente eram oriundos dos
campos da antropologia, sociologia e etnologia, que eram dominados desde o século XIX pela
visão do folclore, que tem passado por muitas mudanças. Ressaltamos que os estudos das
culturas populares e tradições orais são aprofundados a partir do conceito do patrimônio
imaterial e dos estudos culturais que podem abranger muitas áreas. A demanda dessa produção
se distingue das demais, justamente, por contar com o auxílio dos professores, em sala de aula,
facultando a visão das culturas populares nos aportes e olhares sobre o campo de pesquisa.
Algumas práticas culturais precisam sair do loco para ter algum reconhecimento, assim, tem-se
maior conhecimento sobre a cultura em geral e as culturas populares em específico.
Assim o presente estudo obedece aos resultados em pesquisas em fase de processo
contínuo, portanto, o conhecimento produzido até o momento, balizará as direções futuras,
possibilitando a elaboração desta dissertação de mestrado do Pós-Graduação em Crítica
Cultural da UNEB/Campus II, positivado pela doutrina das professoras através dos discursos e 29
questionamentos das suas respectivas áreas em sala de aula. A Universidade nos fornece uma
dimensão do que teremos pela frente, logo, o auxílio das referências bibliográficas foram
indispensáveis para a confecção deste estudo.
As reivindicações ganham frente de mobilidade com os direitos humanos, da posição
das mulheres, dos negros e os direitos gays junto à nova proposta de rádio difusão laboratorial
acadêmica em ciências humanas (Rádio Web – UNEB (Campus II – Alagoinhas), buscando os
elementos linguísticos culturais da comunidade LGBTQI+ para entender e quebrar os
paradigmas comunicacionais modernos.
A história começa bem antes quando a luta por mais direitos e reconhecimento frente
a uma sociedade homofóbica, paulatinamente foi ganhando espaço no meio LGBTQI+, através
das paradas e, posteriormente, iniciou novo processo de comunicação pelas redes sociais; nas
últimas décadas os avanços tecnológicos surgiram como uma realidade que dá voz aos que até
então, eram invisíveis e mudos para essa mesma sociedade, que sempre os perseguiu em nome
de uma orientação sexual diferente da generalidade. Essa modernidade acelerou o processo de
inclusão, causando rupturas na forma de linguagem e comunicação.
As investigações no campo das ciências sociais ocorreram de forma estratégica onde

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se utilizou de elementos bibliográficos respaldados pelos representantes da crítica cultural
como Ayala (2003), Butler (2010), Canclini (2006), Fernandes (2007), Hall (2003), Lima
(2002), Preciado (2011), Yudice (2006), Zumthor (2010), e outros autores que enriqueceram a
conceitualização e aplicação, indicando a praxiologia do referido tema.
A cultura patriarcal e a masculinidade hegemônica ainda configuram o retrato do
binarismo, situando todas as pessoas que não estão no centro da heteronormatividade como
abjetas fora do convívio generificado do estado ser homem e mulher cisgêneros. Os conceitos
empregados pelo poder da música que tocam na web rádio, além das vozes nas paradas gay,
trazem eixos referenciais gêneros de modo despolarizado, considerando propriedades
discursivas de naturalização do corpo, firmando a luta contra a violência e o direito a outras
formas de existir. Mesmo com toda informação em tempo real, é cedo para se pronunciar e
esperar resultados de como as pessoas se tornaram ávidas por poder e defendem seus corpos
através dessa ferramenta sonora.
A internet em nosso país é recente, as webs rádios cresceram exponencialmente e já
não podem mais ser comparadas à TV ou ao rádio clássico, pois seu desempenho, apesar de
debutante, é visto como algo sólido e com ares autônomos beneficiados pela sua dinâmica e 30
pelos baixos custos, ou seja, inova e responde instantânea e imediata ao público LGBTQI+ o
uso para pleitear e reafirmar seus direitos sociais através desse novo meio acessível das massas.
De acordo com o contexto tecnológico comunicacional:

Tanto o sexo quanto o gênero e a sexualidade seriam resultados de


dispositivos inscritos em um sistema tecnológico e sociopolítico complexo:
"homem", "mulher", "homossexual", "heterossexual", "transexual" não
passam de máquinas, produtos, instrumentos, redes, conexões, fluxos de
energia e de informação, usos e desvios que incidem sobre o corpo.
(PRECIADO, 2014, p. 223)

Nesse caso, tais avanços tecnológicos e sociais foram imprescindíveis para entender
os esboços deste trabalho, no modo de agir e compreender as diferenças biológicas sexuais que
são construções sociais oriundas do ranço patriarcal respaldadas pelo poder e diferenças de sexo
de uma cultura distorcida, machista e preconceituosa. O sucesso ao público LGBTQI+ se
destaca pela forma como a inovação da informação acontece, ou seja, é mais dinâmica por
propagar linguagens atuantes na cultura de gênero, raça, sexualidades e etnias. Por usar os
recursos modernos, nas paradas gays, associados à tecnologia das webs rádios por meio de

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frequências sonoras e cibernéticas proporcionam mais simpatia aos modelos de músicas ligadas
aos movimentos dos direitos sociais.

SITUANDO A DISCUSSÃO: O CONTEXTO SOCIAL E O OBJETO DE ESTUDO

Tomando como base Butller (2017) compreendemos as relações entre os LGBTQI+,


o clamor do povo nas passeatas gay e a relação das músicas de protesto com a violência
publicada de maneira irresponsável e os efeitos que isso causa no binarismo do gênero. Segundo
Hall (2003, p. 232), “o povo sempre foi objeto de reforma e resistência nas transformações, [...]
tais mudanças são a chave para o longo processo de moralização da classe trabalhadora,
desmoralizando os pobres e reeducando o povo”. É justamente o povo, no sentido geral, que
deve conclamar a sociedade para exigir mudanças e melhorias baseadas no respeito e na
dignidade de todo cidadão, independente de orientação sexual. Desde o início desta jornada
acadêmica, sempre vislumbramos a maneira como ocorre à violência contra os “abjetos” e nas
pesquisas, entender o porquê de tanta cólera, por isso investiguei a teoria queer, entendendo a
forma como as vítimas resistem, fui além da zona de conforto, utilizei autores pós- 31
estruturalistas, não deixando que a denominação homem/mulher (cis) interferissem nesse
estudo.
As explorações das lutas de classe não se encaixam na economia, ou seja, as lutas
feministas, as lutas queer seriam “meramente culturais” frente aos novos movimentos
contemporâneos. De acordo com Butler:

descarta-se a articulação comum de uma agenda única entre os movimentos


sociais, em contrapartida proclama a pluralidade e diferença obtida por meios
de novas formas de conservadorismos sexuais associados a uma ortodoxia
marxista. (2016, p. 228)

O que a autora quis dizer é que a música funciona como um instrumento configurador
de experiência utilizado pela (nesse estudo) comunidade LGBTQI+ que passa por alterações
orgânicas, anatômicas juntamente com forte opressão social, familiar, religiosos onde o
indivíduo se torna critico ou libertário de seu próprio tempo, espaço e segmento social.
Paralelamente, Lima diz que a música exerce um poder sobre as pessoas como veremos a seguir:

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Através da música os LGBTQI+, negros, mulheres criam frentes de resistência
para que sua voz seja ouvida e a sociedade compreenda que eles sofrem a todo
momento desigualdades sociais, injustiças, sem oportunidades de crescimento
igualitária. Nesse processo de rotulação são apontados como moradores de
guetos, pobres, inconsequentes pelo governo, justiça e polícia. Os negros gays
consomem e produzem músicas rearticulando o discurso da democracia racial
e uma consciência atrelada ao corpo. (LIMA, 2002, p. 81).

O que Lima nos alerta é que os que não se enquadram nos ditames da sociedade, atuam
de maneira performática, ou seja, um produto da sociedade dita o comportamento através de
convenções e conceitos, criando um novo modo cultural de agir. Para quebrar esse paradigma,
o homem/mulher cis deve pensar além de categorias onde o revolucionário se firme como
apreciação. A questão performática acena para o processo de construção linguística, abordando
o sistema como uma declaração do discurso limitado desse modo comportamental.
Ao problematizar o gênero como construção social em relação à masculinidade ou
feminilidade da cultura social, não se pode negar o domínio da heterossexualidade compulsória
e como tal normatizar as relações sociais e individuais entre as pessoas. Comparando o vínculo
da pessoa com o que gostaria de ser, o macho ser uma cópia é o mesmo que ser performático.
32
A teoria queer rompe com esse binarismo, na forma de metáfora “cuir” do sistema normatizador
que se diz “dar” sentido das coisas, o fato de não parecer gay, implica no universo binarista.
Tornar-se um sujeito no campo da performatividade é construir o gênero no mundo cultural
homossexual, no estado devir deste sujeito, ele fluí, não precisa estar estático.
Nesse embate, os LGBTQI+ se utilizam dessas mesmas armas contra eles e
ressignificam o signo agora a seu favor, por meio de letras musicais como: “Calunia” (Ney
Matogrosso, 1983), “Ser um homem feminino” (Pepeu Gomes, 1983), “Homens e mulheres”
(Ana Carolina, 2006), “Obrigado não” (Rita Lee, 1997), “O tempo não para” (Cazuza, 1988) e
algumas internacionais como: "I Want to Break Free" (Queen, 1984), "It’s Raining Men" (The
Weather Girls, 1982), "Dancing Queen" (ABBA, 1976), "I Will Survive" (Gloria Gaynor, 1978),
"A Little Respect" (Erasure, 1998), "Y.M.C.A." (Village People, 1979) entre outras, são
verdadeiros hinos gays cantados por toda comunidade LGBTQI+.
É possível utilizar o pensamento de Zumthor (2010, p. 40) “a representatividade da
performance como é o caso das paradas gay em todo o país, bem como as webs rádios, as redes
sociais”, associa-se à ideia de performance de Butler quando os estudos entre oralidade e poesia
medieval, identificam a poesia oral como rito de linguagem, fazendo da comunicação um

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processo corporal, estendendo o corpo no espaço através das palavras. A união de milhares de
vozes num uníssimo coro ecoa sob a égide de liberdade e união, com muito barulho e
inquietude. Pois,

As certezas escapam, os modelos tornam-se inúteis, as fórmulas são


inoperantes. Mas é impossível estancar as questões. Não há como ignorar as
“novas práticas”, os “novos” sujeitos, suas contestações ao estabelecido.
(LOURO, 2018, p. 27).

As pessoas, segundo Louro (2018), transgridam seus limites público/privado, fazendo


parte dessa cena, por isso o incômodo da figura do agressor não enxergar a congregação das
pessoas num espaço tido como “normais” em relação aos “diferentes”, para tal, desconstrói-se
o sujeito em relação ao seu corpo; o queer no Brasil problematiza esses discursos com cópias
de um sujeito, o sentido não é mais como ele se apresentava. A subjetividade agora não ocorre
mais em torno de si, assim, o sujeito dentro da experiência estética é ressignificado. A língua é
o que caracteriza o homem na sociedade e culturalmente como ele se comunica, se o sujeito se

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perder com o excesso de simulacro, ele se firmará como sujeito impossibilitando-o de fazer a
história e, neste caso, o simulacro se realizará encima das grandes narrativas que levam apenas
a reprodução. Conforme Hallbwacs (1990), ressignificar os acontecimentos através de marcas
tal como o nazismo e o fascismo das mídias controladoras (até hoje), ou seja, isto é, pensar as
demais e nem sempre explicitadas razões de como essa degradação consubstanciou-se,
sobretudo, no corpo.
De acordo com Barbero (2002, p. 119), “as alternativas de comunicação popular
devem ser unicamente marginais às grandes mídias, que não podem existir aquelas alternativas
que envolvem as grandes mídias, ou as mídias maciças”. O texto do autor pode ser utilizado
por dialogar com as pesquisas referentes à violência aos LGBTQI+, e à maneira como eles
respondem tais disparates na forma de protesto nas passeatas gay. Percebemos que não era mais
uma reprodução e sim uma terrível inovação na propaganda comunicativa, ao contrário do que
as novidades da linguagem e a forma como essa comunicação oferecem, as publicações dos
periódicos são doentias, aludindo à violência e a forma como ocorre vai de encontro a dignidade
dessas pessoas.
Para Thompson (1992) o jornalismo sério e isso inclui o modo como ocorrem as
entrevistas, acontece pela importância da averbação, onde o saber e memória são dignos ou não
de ser compartilhado, para isso é preciso que esses jornais tenham acesso à tecnologia e saber

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como manuseá-la. O contexto é o mais importante para aquele sujeito pelo fato de não se perder
elementos a partir do contexto que direciona os sujeitos. Infelizmente essa é uma realidade que
não ocorre nos jornais quando tratam da violência contra os LGBTQI+.
De acordo com Hampaté Bâ (2010, p. 167), “a mentira não é simplesmente um defeito
moral, mas uma interdição ritual cuja violação lhes impossibilita o preenchimento da função”.
Ou seja, para o autor, são assertivas que poderiam ser usados quando nos referirmos ao
entendimento do porquê noticiar os fatos não respeitando essas pessoas. O discurso funde-se
com a subjetividade ao estado-devir no processo de enunciação pelo canal de comunicação
contemporâneo; por essa subjetividade há possibilidade de se trabalhar a literatura com os
periódicos ensejando resultados.
Segundo Fernandes (2007), os estudos culturais dão espaço para a incorporação de
outras linguagens denominado “campo da cultura popular”, como a música rap e o repente, são
sugestões de novas leituras e outras abordagens que oportunizam os estudos culturais, além de
abrir caminhos para a análise de gênero até então marginais: crônicas, diários, textos orais a
inúmeras áreas de conhecimento, dentre elas: sociologia, história e folclore. Rompe-se com a
intenção de comunicar e constituir uma performance de expressão ideológica e identitárias de 34
um grupo ou comunidade. Sobre as formas de musicalidade e o sentido de suas letras, Yudice
(2006, p. 51) diz que:

O processo cria novos estilos de vida, novas culturas, muitas vezes baseados
em elementos de uma cultura amostrada e outra, como música rap que a
juventude negra brasileira incorpora em seus próprios projetos antirracistas.

De acordo com o autor, há todo um processo de legitimação das defesas contra os


perseguidos por racistas, e mais ainda por outros segmentos da sociedade, como os LGBTQI+,
é preciso criar para resguardar sua segurança.
Neste estudo, relação sujeito e cultura, por isso esta jornada literária baseia-se nas
ideias rizomáticas como arborescência dos apontamentos de diferentes campos do discurso,
para tal, utilizamos o método avaliativo, partindo do princípio de que é preciso dar um passo à
frente e entender o real significado de gênero no sentido significado e significante, permitindo
ao significante produzir outros sentidos. A maneira como a crítica acontece não fica somente
no plano das ideias, do pensamento, da procura, da resistência, do exaurimento e da imposição
ideológica na sociedade sobre esses conjuntos transformadores do pensamento.
Segundo THOMPSON (1992, p. 204-205), “a lição importante a aprender a estar

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atento àquilo que não está sendo dito, e a considerar o que significam os silêncios. Os
significados são provavelmente os mais convincentes”. O pensamento do autor dialoga com a
proposta onde a comunicação anuncia o diferencial, isto pode ser observado nos jornais e seu
conteúdo, reconfigurando a contextualização da plataforma rompendo com os paradigmas
comunicacionais, agregando outras formas de pensar a cultura e, como um rizoma, explora e
amplia o mapa, investindo na crítica cultural associada à crítica literária, criando novos ângulos
que se voltam para esta parte da pesquisa.
Assim o significado do gênero está associado a condição do texto e suas definições. A
desconstrução é inevitável, e para a elaboração do método o texto deve ser visto em outra
dimensão cultural, congniscivo e discursiva, é preciso captar enunciações e modos de vida que
podem revelar processos analíticos em torno das subjetividades desses sujeitos. Quando a
dialética é questionada pela subjetividade dos pesquisadores, desconstrói-se o discurso, muda-
se as oposições ao descrever os fundamentos de modo linear que transcendam a hierarquia do
saber.
É preciso evoluir para entender como a linguagem simples e compreensível a todos
normatiza o diálogo e aproxima a realidade vivida pelo público alvo, ou seja, uma vez que nos 35
permite estabelecer a relação entre o sujeito e a sociedade, cogitando os efeitos das afinidades
estabelecidas na construção dessas identidades. Para isso o foco principal do problema em
questão que neste trabalho é a forma como a música LGBTQI+ ajuda-os, fortalecendo-os; a
dinâmica é observar e compreender além da imposição social que sufoca os costumes e
tradições, ela destrói polos opostos, recriando-os. Para isso é preciso desfazer o que foi feito.
De acordo com Oliveira (1992), o fenômeno musical não se separa do contexto, ele
está ligado ao comportamento das pessoas, dialogando com pessoas que desconhecem o valor
e a importância da música com os que vivem sob essa égide musical, esse processo dá elementos
ao indivíduo para que dessa nova interação entenda-se como ele se vê. É considerada ainda uma
linguagem da pessoa evidenciada pela subjetividade a diferença e semelhança.
O pensamento crítico de acordo com a arborescência de Deleuze e Guattari (1994)
ressignificam o sentido proporcionando alternativas do pensamento não mais como uma via
única, mas sim com várias possibilidades de fuga ao pensamento tradicional e unidimensional,
enriquecendo o conhecimento sem desfazer-se dessas vias, nem as ignorando.
Para esses autores, a concepção deste elemento é a representatividade de algo que pode
haver, mas de todo modo, ao fazer, não há como confeccionar sem desejar, é algo que existe

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sem ter começado, é a multiplicidade de sentidos. O rizoma permite a clareza do pensamento
de forma simples, colocando através da diversidade a definição da desmistificação do
entendimento. Visto dessa forma, os objetos não têm início nem fim, por isso o método na
cátedra de Tradição oral e cultura popular permite vislumbrar possibilidades através de suas
conexões, significações, representações, afinal tudo está inacabado e com o tempo se finaliza.
A relevância da variedade, pluralidade e multiplicidade de sentidos se fazem presentes
com novas formas de reinvenção que funcionam como respostas e servem para proteção, são
formas de resistências que, segundo Suzel (2014), ligam o indivíduo a coletividade, ao privado,
ao social, ao diacrônico e ao sincrônico; é o articular de um passado comum, desde as práticas
musicais rítmicas que começam com o formato de uma rede enquanto tradição de um momento
político social contextual: urbanidade, luta contra o racismo, direitos políticos e econômicos,
produzindo uma nova memória como mito. A música é a mais coletiva e importante das artes
para preservar a memória de um povo, no caso dos LGBTQI+, as músicas “Techno”
(eletrônicas) das paradas.
Segundo Pucci (2006):
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Esse teatro, repleto de vozes e gestos, também se dá em outro ambiente.
Artistas do mundo do rock e do pop acionam com desenvoltura multidões e
não raro exercem verdadeiro fascínio com atitudes provocativas que
estimulam mudanças de comportamento em jovens que buscam identificação.
Durante a performance, andam de um lado a outro, ocupando todo o palco,
dançam, jogam-se sobre público, gesticulam, incitam os fãs com gritos e
palavras de ordem, exercem o poder da voz. Por vezes, convertem-se em
semideuses.

O autor cita a música em seus diversos segmentos e o poder que ela tem sobre as
pessoas, não seria diferente nas músicas de uma parada gay e o seu estilo único de envolver e
ser usado como porta voz dos LGBTQI+. Ainda segundo Oliveira (1992), a música é um
fenômeno físico inserido as concepções culturais como uma interação social de acordo com o
comportamento aprendido, sob forma simbólica comunicacional entre um indivíduo ou um
grupo. O procedimento da Crítica Cultural é peculiar pela maneira como se apresenta e por ter
uma identidade própria que fortalece possíveis resultados e significâncias; quando trazemos
esses elementos à baila, visualizamos o desempenho dos corpos, estes sustentam e constroem
como via de fluência no sentido performático, nesse contexto só há uma saída que permite
decorrer o trânsito: o gênero não é performativo, ele é o foco da imagem onde é fabricado

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encima da linguística na produção de corpos sexuais.
Paralelamente, os avanços tecnológicos e sociais foram imprescindíveis para entender
os esboços deste trabalho, no modo de agir e compreender as diferenças biológicas sexuais que
são construções sociais oriundas dos moldes impostos e respaldadas pelo poder e diferenças de
sexo de uma cultura homofóbica, racista e preconceituosa defensora de um discurso e práticas
sociais baseados no patriarcalismo das famílias tradicionais.
O movimento queer chega para dar a tônica de uma realidade invisível frente ao
governo, as pessoas não se resumem mais ao gênero, hoje o cidadão vive de acordo que seu
desejo almeja, dentro de sua orientação sexual, as necessidades primárias demandam sons,
ritmos que indicam o caminho a seguir sem se sentir mais presos, encarcerados, ilegais. Tais
demandas apontam para mais direitos sociais, igualitários, humanitários como o direito a uma
identidade social, contra a violência LGBTQI+, contra o medo que ainda impera nas pessoas
somente por viverem com pessoas do mesmo sexo, por usarem roupas não condizentes com seu
sexo, são exigências de grupos religiosos não mais admitidas pelo público LGBTQI+; e nem o
Estado deve permanecer inerte diante das atrocidades que ocorrem a todo momento.
Diante do contexto, mudanças são proclamadas, vozes são ressoadas, multidões se 37
reúnem cada vez mais, o fato é que o Estado não acompanha essas mudanças, e as poucas vezes
que o faz, ocorre muito lentamente, por isso a necessidade de fazer cada vez mais barulho para
que finalmente os governantes ouçam e entendam que:

A identidade está em franco processo de construção, nada está acabado e há


muito a ser determinado, necessitando sempre uma reiteração do corpo
homossexual marcado pelo tempo e exteriorizações constitutivas da abjeção
heterossexual. (ALÓS, 2011, p. 436).

A cultura popular e a identidade estão sempre somando as relações que um povo


realiza, nesse ínterim, segundo Hall (2003), são relações de tensão contínua por causa dessas
interações, influencias e antagonismo que a cultura dominante impõe, são tensões e oposições
entre aquilo que pertence ao domínio central da elite ou cultura dominante frente a cultura de
periferia. As descobertas da sexualidade e o sentido que isso significa para cada membro
LGBTQI+ surge com elementos formadores para a defesa e resistência, ou seja, ressignifica
suas posições, para tal, este estudo denota à importância como o modo de linguagem (verbal e
impressa) se faz presente para novas perspectivas baseados no signo. De acordo com Hampaté

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Bâ:

[...] a fala é, portanto, a materialização da cadência. E se é considerada como


tendo o poder de agir sobre os espíritos, é porque sua harmonia cria
movimentos, movimentos que geram forças, forças que agem sobre os
espíritos que são, por sua vez, as potencias da ação. (2010, p. 164)

O autor nos índica a fala, a música como algo usado por grande parte da comunidade
LGBTQI+ e os negros como ferramenta no combate à discriminação racial e sexual, tais eventos
são possíveis graças as mídias, como as redes sociais no sentido de dar voz e se fortalecerem.
Alós (2018) apud Wittig (2011, p. 438) quando diz que: “a sociedade heterossexual oprime os
LGBTQI+ e os que são marcados pela diferença que oprime mulheres e homens que se
encontram em posições de dominação”, assim a política de dominação refere-se à identidade
usada de modo depreciativo pelo feminismo, antirracismo e antiheterossexualismo, tudo em
concordância com a justiça social e os movimentos de esquerda que devem fazer frente a seus
desafios. As lutas sociais associadas à música têm o poder de transformaram o campo social da

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sexualidade. Segundo Pucci (2006, p. 8):

Há várias formas de sua expressão vocal que poderiam ser configuradas como
estilos ou gêneros musicais, se aplicássemos a classificação ocidental-
européia. Seriam mitos contados por pajés (wãwãnei), cantigas de amor
(kaharei), cantigas de mutirão (gamangaré), cantigas das almas (peixoei), que
fazem parte de ritos do povo Suruí e configuram um refinado sistema ritual.
Em vários casos, há palavras que não são compreendidas pelos mais jovens,
porque são arcaísmos; em outros casos, como numa linguagem mística, o som
de uma palavra importa mais do que o seu significado lingüístico, cuja
precisão semântica responde a um plano paralelo.

É justamente essa mística que pode-se atribuir ao encanto de um evento LGBTQI+ nas
grandes cidades, como é o caso das paradas gays, há ritmo, ordem, desejo, esperança, mesmo
numa batida estranha ao nosso idioma, todos falam a mesma linguagem, ou seja, a linguagem
e a performance do corpo demandando algo que acrescente e valorize as pessoas envolvidas
nesses eventos.
De acordo com Haesbaert (1997), o sujeito precisa rever as fronteiras e compreender
que num território ele tem poder, ele se desloca e por questão de logística, dentro desse território
ele pode não se sentir daquele lugar, ele pertence a um território de identidade que são
organizações políticas, ele é uma construção, nem todos seriam identidades culturais por causa

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dos fatores geográficos e históricos , mesmo assim, pode surgir uma nova identidade cultural:
uma identidade regional, para isso tudo deve partir da ideia de harmonia; a possibilidade de
algo novo deve ser visto como algo bom e que diminua as tensões sociais. A expectativa é que
a cultura transforme o homem e a sociedade mais construtiva e menos centralizadora, tocando
frentes que compreendam as identidades de gênero e de sexualidades no fórum local e global.
Tais mudanças são necessárias e, segundo Hobsbawn (1984), ao se criar novos padrões, estes
são incompatíveis com as velhas tradições, e ao se juntar com seus promotores e divulgadores
institucionais, perdem a capacidade de adaptação e a da flexibilidade.
Segundo Oliveira (1992), a música deve ser entendida pelos elementos estéticos, logo,
o fenômeno sonoro será sempre música, independente dos aspectos, ela é uma manifestação de
crenças, uma identidade universal pertencente a sociedade; caracteriza-se pela sua difícil
interpretação dentro e fora do meio cultural, mas não impede que os integrantes desses eventos
são acima de tudo dignos de respeito, são corpos com signos e experiências de vida, eles não
perdem a capacidade de transformar aquilo que lhe é usual, pelo contrário, o sofrimento
transforma-se em linguagem, a microfísica do poder fala por ele, mesmo com uma mídia
tendenciosa recoloca-os numa forma de vivência obscura. É preciso clareza para que nesse 39
espaço, as pessoas tenham voz e que esse sofrimento seja usado como armas para fortalecer a
si e ao coletivo. De acordo com Makl:

Para entender essas práticas musicais, precisamos entender suas formas de


organização, sua feitura em performance. Precisamos ir além da língua como
analogia das práticas significantes, evitando assim que a textualidade nos
impeça a compreensão da totalidade; precisamos colocar e foco as
performances, porquanto elas são irreduzíveis à textualidade das palavras.
(2011, p. 62).

Uma das características da coletividade na música segundo Makl é a de que, nas artes
musicais negras há um drama individual e coletivo, ninguém é deixado sozinho, existe um
tecido cultural, todos participam, as pessoas não ficam sós, e mesmo com tanta variedade, isso
não apaga o individualismo, ele existe, mas a dualidade impera mais, portanto, é notório o papel
da linguagem e sua importância, mas é preciso ter cautela para não transformar o discurso em
uma armadilha de gênero. A exemplo podemos citar a música: “O canto das três raças” (Clara
Nunes, 1974):

Ninguém ouviu

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Um soluçar de dor
No canto do Brasil
Um lamento triste sempre ecoou
Desde que o índio guerreiro
Foi pro cativeiro
E de lá cantou
Negro entoou
Um canto de revolta pelos ares
Do quilombo dos palmares
Onde se refugiou
Fora à luta dos inconfidentes
Pela quebra das correntes
Nada adiantou
E de guerra em paz, de paz em guerra
Todo povo dessa terra
quando pode cantar, canta de dor [...]

40
A letra da música representa uma forma de protesto na voz dos negros e dos índios, e
questiona qual o papel da identidade, como ela surgiu, e baseado nessas mazelas o país foi
forjado em cima de sangue e dor. Ao mesmo tempo, ela trabalha a batida sonora desses povos
oprimidos através da sua musicalidade, do seu ritmo para que com essa cadência, sirva de
contexto para as vozes não se calarem e protestarem por seus direitos, atualmente a comunidade
LGBTQI+ se utiliza dessas batidas na versão eletrônica.
Como mestrando em Pós-Crítica e na posição de pesquisador imagino que este estudo servirá
de referência para edificar novos caminhos às pessoas que sofrem preconceito por pessoas
próximas e principalmente, por colidirem com suas orientações sexuais, seu modo de agir, sua
maneira de se fazer presente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sempre que os direitos básicos do cidadão são cerceados na sua liberdade de


expressão, os estudos culturais através de sua força política social intervirão no sentido de
engrandecer essa linguagem. Para Yúdice (2006) a cultura é vista como expansão nas esferas

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política e econômica, bem como a globalização acelerada como um recurso de melhorias. No
caso dos LGBTQI+ garantir sua segurança pela experiência cultural adquirida impõe a
sociedade seus reveses ao tempo que corrigem erros por “ofender” os que são díspares deles. A
proposta deste trabalho relacionou o empoderamento de algumas classes minoritárias e
perseguidas que se fazem presente, no sentido de dar novas formas de interagir com o meio
para que eles reconheçam tais indivíduos não só pelo fato deles pensarem diferentes dos
modelos sociais, mas para inserção social protegendo-os, e ao noticiar os fatos distorcidos, que
não estão condizentes com a realidade, e no caso dos jornais, faz-se necessário um novo
resultado, onde os protestos musicais e performáticos anunciam a verdade ao público que não
pode mais ser esquecido ou excluído ou manipulado.
Após analisar os discursos comparando-os com os estudos já produzidos e por
abordagens identitárias, de gênero e sexualidades associados às novas plataformas digitais até
o momento, concluímos que este trabalho apresenta avanços sociais aos LGBTQI+, pois “ser
diferente não é ser ofensivo, é abrilhantar ainda mais a sociedade com sua alegria e seu jeito de
ser” (FOUCAULT, 1988, p. 85). A essência se faz mais presente e transforma esse processo
diminuindo distancias, aproximando mais as pessoas através dos dispositivos impressos e on- 41
line. A cultura popular transforma a maneira das pessoas interagirem, indicam comportamentos
na sociedade, para isso, se faz necessário a defesa de seus direitos viabilizando e somando aos
interesses sociais. As culturas populares dessas identidades vão além de sua complexidade
múltipla do lugar, do modo, da maneira de coexistência, são características pessoais, sexuais
num pensamento abrangente marcados pelo pensamento ocidental racista e preconceituoso.
A grandiosidade deste trabalho é positivar essas identidades a partir de estruturas
sociais associadas às práticas culturais da comunidade LGBTQI+. Ante o exposto, finalizamos
estre trabalho na linha de pesquisa citada, servindo de pilar central para a confecção dos
prováveis primeiro e segundo capítulos desta dissertação de mestrado.

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Recebido em: 14/05/2018


Aprovado em: 17/09/2018

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