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SUMÁRIO
ASPECTOS LEGAIS DO ATENDIMENTO DE URGÊNCIA .................................... 5
Vítima em pé:................................................................................................................ 38
FRATURAS.................................................................................................................. 65
QUEIMADURAS ......................................................................................................... 70
ASFIXIA....................................................................................................................... 74
HEMORRAGIA ........................................................................................................... 78
CONVULSÕES ............................................................................................................ 89
INTOXICAÇÕES ......................................................................................................... 98
REFERÊNCIAS.......................................................................................................... 135
CONCEITOS BÁSICOS EM PRIMEIROS SOCORROS
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vascular cerebral;
➢ Ataques epilépticos;
➢ Convulsões.
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com clareza de pensamento.
Essa situação pode ocorrer por vários motivos, tais como crenças religiosas ou
até mesmo falta de confiança no socorrista que for realizar o atendimento. Nestes casos,
a vítima não pode ser forçada a receber os primeiros socorros, devendo assim certificar-
se de que o socorro especializado foi solicitado e continuar monitorando a vítima,
enquanto tenta ganhar a sua confiança por meio do diálogo.
Caso a vítima não possa falar em decorrência do acidente, como um trauma na
boca, por exemplo, mas consegue demonstrar por meio de sinais que não aceita o
atendimento, fazendo uma negativa com a cabeça ou empurrando a mão do socorrista, é
importante proceder da seguinte forma:
➢ Nunca discuta com a vítima;
➢ Nunca questione suas razões, principalmente se elas forem baseadas em
crenças religiosas;
➢ Não toque na vítima, isto poderá ser considerado como violação dos seus
direitos;
➢ Tente conversar com a vítima, informando a ela que você sabe realizar o
atendimento em primeiros socorros, que irá respeitar o direito dela de recusar o
atendimento, mas que você é treinado e pode prestar uma assistência de qualidade,
enquanto o atendimento médico especializado não chega;
➢ É importante que testemunhas provem que o atendimento foi recusado
por parte da vítima, portanto você pode reunir os dados destas testemunhas.
Quando a vítima for uma criança, a recusa do atendimento pode ser feita pelo
pai, pela mãe ou pelo responsável legal. Se a criança é retirada do local do acidente
antes da chegada do socorro especializado, o prestador de socorro deverá, se possível,
arrolar testemunhas que comprovem o fato.
O consentimento da vítima para que se possa realizar o atendimento de
primeiros socorros pode ser formal, quando esta fala ou sinaliza que concorda com o
atendimento e após o socorrista ter se identificado e informado à vítima de que possui
treinamento específico em primeiros socorros.
Pode ser tambémimplícitoquando esta vítima estiver inconsciente, confusa ou
ferida gravemente, a ponto de não poder falar ou sinalizar consentindo com o
atendimento.
A legislação nesses casos conclui que a vítima daria o consentimento, caso
tivesse condições de expressar o seu desejo de receber o atendimento de primeiros
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socorros.
O consentimento implícito pode ser adotado também nos casos de acidentes
envolvendo menores desacompanhados dos pais ou responsáveis legais. Do mesmo
modo, a legislação conclui que o consentimento seria dado pelos pais ou responsáveis,
caso estivessem presentes no local.
SINAIS VITAIS
Os sinais vitais são indicadores das funções vitais do nosso organismo e podem
orientar o diagnóstico inicial e acompanhar a evolução do quadro clínico de uma vítima.
São considerados também como os sinais emitidos pelo nosso corpo de que suas
funções vitais estão normais e que qualquer alteração indica uma anormalidade.
Os sinais vitais são:
➢ Pulso;
➢ Respiração;
➢ Pressão arterial;
➢ Temperatura.
PULSO
É a ondulação exercida pela expansão das artérias seguida por uma contração do
coração. Nada mais é que a pressão exercida pelo sangue contra a parede arterial em
cada batimento cardíaco.
O pulso pode ser percebido sempre que uma artéria é comprimida contra um
osso. Os locais mais comuns para obtenção do pulso são nas artérias carótida, radial,
femoral e braquial.
Pode ainda ser verificado por meio da ausculta cardíaca com o auxílio de um
estetoscópio e denominamos pulso apical. Na verificação do pulso deve-se observar a
sua frequência, ritmo e volume.
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ÍNDICES NORMAIS DE PULSO
Homem 60 a 70 bpm
Mulher 65 a 85 bpm
RESPIRAÇÃO
PRESSÃO ARTERIAL
É a força exercida pelo sangue contra a parede interna das artérias quando este é
impulsionado pela contração cardíaca. Pode variar de acordo com a idade do paciente,
devido ao aumento da atividade física, situações que levam ao estresse e ao medo e por
alterações cardíacas.
A pressão arterial é influenciada pela força dos batimentos cardíacos e pelo
volume circulante. A contração cardíaca é denominada sístole e o relaxamento do
coração é denominado diástole. A pressão sistólica é a pressão máxima do coração,
enquanto a pressão diastólica é a pressão mínima do coração.
<http://nickmartins.com.br/atualidades/wp-content/uploads/2011/01/perigo-
pressao- baixa.jpg
São empregados termos específicos para definir alterações nos valores anormais
da pressão arterial, são eles:
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➢ Hipertensão: aumento dos níveis da pressão arterial;
➢ Hipotensão: redução dos níveis da pressão arterial;
➢ Normotenso: são os parâmetros normais da pressão arterial.
6 anos 95 x 62 mmHg
TEMPERATURA
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http://www.atmosferafeminina.com.br/content/user/images/febre_materia.jpg
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São empregados termos específicos para definir alterações nos valores anormais
da temperatura, são eles:
✓ Afebril: temperatura corporal normal.
✓ Hipotermia: temperatura corporal abaixo do normal.
✓ Hipertermia: temperatura corporal acima do normal.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
http://www.inem.pt/files/2/multimedias/Thumbnail.axd?WM_FICHEIRO=/files/
2/multimedias/2010052409065785283
1.jpg&WM_WIDTH=500&WM_HEIGHT=147>.
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hospitalares.
O SAMU francês iniciou-se por volta da década de 60, quando os médicos
começaram a detectar que havia uma desproporção considerável entre os meios
disponíveis para tratar vítimas nos hospitais e os meios ultrapassados que eram
utilizados no atendimento pré- hospitalar.
Dessa forma, constatou-se a necessidade da realização de um treinamento
específico para as equipes de resgate e a importância da presença e atuação do médico
no local da ocorrência, com o objetivo de aumentar as chances de sobrevivência das
vítimas, iniciando imediatamente os cuidados básico e avançado, restaurando a
ventilação, respiração e circulação das vítimas.
No ano de 1965, foram criados oficialmente os Serviços Móveis de Urgência e
Emergência (SMUR) e, em 1968, foi criado o SAMU com o objetivo de controlar as
atividades do SMUR.
No Brasil, o SAMU teve início por meio de um acordo assinado entre os
governos brasileiro e francês, por meio de uma solicitação do Ministério da Saúde,
quando se optou pelo modelo de atendimento francês, em que as viaturas de suporte
avançado possuem obrigatoriamente a participação do médico, diferente do modelo
americano em que as atividades de resgate são exercidas primariamente por
paramédicos.
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E, de acordo com o § 2º, este regulamento é de caráter nacional, devendo ser
utilizado pelas Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios
na implantação dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência, com ou sem vínculo
com a prestação de serviços aos usuários do Sistema Único de Saúde.
http://www.esmeraldanoticias.com.br/wp-content/uploads/2011/06/samu.jpg
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lugar para atender qualquer problema de saúde urgente que possa levar ao sofrimento ou
até mesmo à morte.
São feitos atendimentos por equipes de profissionais de saúde, que recebem as
chamadas gratuitas, feitas pelo telefone, e como resposta envia uma ambulância, com
técnico de enfermagem ou com enfermeiro e médico, ou mesmo uma simples
orientação.
O Ministério da Saúde considera como nível pré-hospitalar, na área de urgência
e emergência, aquele atendimento que procura chegar à vítima nos primeiros minutos.
Após ter ocorrido o agravo à saúde, agravo este que possa levar à deficiência
física ou mesmo à morte, sendo necessário, portanto, prestar-lhe atendimento adequado
e transporte a um hospital devidamente hierarquizado e integrado ao Sistema Único de
Saúde.
A equipe de atendimento pré-hospitalar realiza os seguintes procedimentos:
➢ Reanimação cardiorrespiratória;
➢ Oxigenoterapia;
➢ Contenção de hemorragias;
➢ Imobilizações;
➢ Intubação orotraqueal;
➢ Punção venosa com reposição de volume e medicação;
➢ Transporte de pacientes.
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supervisão direta é a distância e deve ser efetuada unicamente por médico, tem na
Central de Regulação Médica o elemento ordenado e orientador da atenção pré-
hospitalar, sendo o médico regulador o responsável pela decisão técnica em torno dos
pedidos de socorro e decisão gestora dos meios disponíveis.
Diversos pontos de interesse no atendimento pré-hospitalar são discutidos por
organizações médicas, como por exemplo, a Sociedade Brasileira de Cardiologia, que
desde julho de 1999 define as “Diretrizes sobre o Tratamento de Infarto Agudo do
Miocárdio”. E, ainda, aborda em parte o atendimento pré-hospitalar no infarto agudo do
miocárdio, demonstrando que um melhor preparo das equipes de atendimento pré-
hospitalar, a eficiência dos treinamentos, o uso de algumas drogas, a assistência via
telefonia, colocação rápida da ambulância junto à vítima e a conscientização da
população possivelmente reduzirão os números de óbito por mal súbito.
O SOCORRISTA
O socorrista é uma pessoa que foi treinada para prestar o primeiro atendimento e
auxiliar os profissionais do atendimento pré-hospitalar, no local da emergência.
http://www.fiocruz.br/ccs/media/cpqam_samu2.jpg
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Em quase todas as regiões dos EUA, os socorristas tornaram-se parte importante
do sistema de saúde e os cuidados, por eles prestados, reduziram o sofrimento,
diminuíram sequelas adicionais e salvaram muitas vidas. No Brasil, existem diversos
cursos de primeiros socorros para treinamento de socorristas, realizados tanto por
instituições privadas quanto públicas.
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➢ Identificar o que está errado com o paciente, utilizando-se das
informações obtidas no local e pelo exame físico do paciente;
➢ Fazer o melhor possível, dentro de sua capacidade;
➢ Obter ajuda do pessoal presente no local da emergência e controlar suas
atividades;
➢ Transferir as informações pertinentes, sobre a ocorrência, para os
profissionais do serviço de emergência;
➢ Auxiliar os profissionais do serviço de emergência no local da ocorrência
e trabalhar segundo sua orientação.
AVALIAÇÃO DA CENA
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http://rmtonline.globo.com/banco_imagens_novo/noticias/%7B0485B56F-
CCBB-4212- 8698-25859A854E69%7D_acidente_Chapada_carro_600.jpg
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Para isso, o socorrista deverá conhecer os conceitos básicos da mecânica
aplicada ao trauma, ou seja, do processo de avaliação da cena de um acidente para
determinar as lesões que provavelmente estão presentes, com base na força e no
movimento envolvido no trauma.
<http://www.servesisma.com.br/resg.JPG
CINEMÁTICA DO TRAUMA
A equipe de resgate que atende uma vítima politraumatizada deve ter dois tipos
de lesões em mente quando se deparar com a ocorrência. O primeiro tipo de lesão é
aquele identificado facilmente no exame físico, permitindo tratamento precoce, como
por exemplo, uma hemorragia externa, uma fratura exposta. O segundo tipo de lesão é
aquele identificado como potencial, ou seja, não identificado facilmente no exame
físico, mas pode estar presente pelo mecanismo de trauma sofrido pelo paciente.
Dependendo do grau de suspeita destas lesões pela equipe de resgate, danos
menos aparentes podem passar despercebidos, sendo tratados tardiamente, e trazendo
problemas graves e por muitas vezes irreversíveis à vítima.
Deste modo, ressalta-se a importância de se conhecer a história do acidente.
Quando bem acurada e interpretada pela equipe, tem-se a suspeita de mais de 90% das
lesões antes de ter contato direto com o paciente.
Podemos dizer que a história no trauma divide-se em três fases:
➢ Pré-impacto: São aqueles eventos que precedem o acidente, tais como
ingestão de álcool e/ou drogas, doenças preexistentes da vítima ou idade. Estes dados
terão influência significativa no resultado final da ocorrência.
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➢ Impacto: Avalia-se o tipo de evento traumático, como por exemplo, um
acidente automobilístico, atropelamento, queda ou perfuração por arma de fogo ou arma
branca. Deve-se estimar a quantidade de energia trocada, ou seja, a velocidade do
veículo, a altura da queda ou o calibre da arma.
➢ Pós-impacto: Essa fase inicia-se após a vítima ter absorvido a energia do
impacto. As informações levantadas nas fases de pré-impacto e impacto são utilizadas
para conduzir as ações pré-hospitalares na fase de pós-impacto. A ameaça à vida pode
ser rápida ou lenta, dependendo em parte das ações tomadas nesta fase pela equipe de
resgate.
http://www.tecnocaronline.com.br/img/dicas_feriado-02.jpg
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➢ Quebra com abaulamento circular do para-brisa: Indica o impacto da
cabeça, o que sugere lesão cervical e craniana.
http://a5.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-
aksnc1/6215_106329806877_53662206877_2056170_1867475_n.jpg.
8C2fVI/AAAAAAAAAHE/ei7_Vf6jENE/s1600/painel+II.001.jpg
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Um corpo em movimento, sendo este movimento retilíneo e uniforme, irá
continuar no seu movimento, com a mesma velocidade, até que haja uma força que o
faça alterar o seu movimento.
Ainda com relação a esta lei podemos acrescentar que a tendência que um objeto
tem para resistir a alterações no seu movimento chama-se inércia e que a massa é a
propriedade do corpo que nos vai permitir especificar qual é a resistência que este
oferece à alteração de seu movimento.
É nesta lei que se baseia o princípio dos cintos de segurança, para evitar que
num acidente os passageiros sejam projetados para fora do veículo devido à inércia.
http://fikolars.pbworks.com/f/colisao_cinto.jpg
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massa, ou seja,a energia trocada em um acidente em alta velocidade é muito maior do
que uma em baixa velocidade. Já a diferença da massa dos ocupantes do veículo pouco
interfere na energia de colisão. Uma força é igual ao produto da massa pela sua
aceleração ou desaceleração.
Outro fator que devemos considerar em um acidente é a distância de parada,
pois antes da colisão, e o passageiro viajam numa mesma velocidade. Durante o
impacto, os dois sofrem uma brusca desaceleração e chegam até a parar. Portanto,
quanto maior a distância de parada, menor será a força de desaceleração sobre o veículo
e seus passageiros.
A compressibilidade do material também exerce influência na distância de
parada e consequentemente na força de desaceleração sofrida pelo veículo. Assim que
ocorre a compressão do material, há um aumento na distância de parada, absorvendo
parte da energia, impedindo que o corpo absorva toda a energia, diminuindo as lesões
no mesmo.
http://pitstopbrasil.files.wordpress.com/2009/09/bel-air_malibu_7_640x408.jpg
CAVITAÇÃO
http://0.tqn.com/f/p/440/graphics/images/en/15818.jpg
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http://www.chuckhawks.com/energy_transfer_12ga.jpg
TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA
Densidade
Área de superfície
Quando há transferência de energia, tanto para um tecido muito denso quanto
para um tecido pouco denso, a área de superfície de impacto é determinante para o
tamanho da lesão, contudo, não existirá influência direta na gravidade da lesão.
Por exemplo, um ferimento proveniente de uma lâmina em que sua área de
contato com a pele não é muito grande. No entanto, a trajetória da lâmina pode lesionar
grandes vasos, ocasionando ferimentos com risco de morte.
O conhecimento da ocorrência da transferência de energia e de suas variáveis
pela equipe de resgate tem grande importância prática. Isto pode ser confirmado quando
se compara duas equipes que atendem um motorista que se chocou violentamente contra
o volante.
A que conhece cinemática do trauma, mesmo não reconhecendo lesões externas,
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saberá que ocorreu uma cavitação temporária e uma grande desaceleração suspeitando
de lesões de órgãos intratorácicos. Com isso, a conduta será mais agressiva,
minimizando a morbimortalidade dos pacientes.
Já a equipe que não possui estes conhecimentos, não suspeitará de lesões de
órgãos intratorácicos, retardando o diagnóstico e conduta das mesmas, influenciando
diretamente na sobrevida dos pacientes.
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA
O exame primário tem por objetivo identificar e manejar situações que ameaçam
a vida desta vítima. Ele é realizado sem movimentar a vítima da sua posição inicial,
com exceção dos casos em que haja necessidade de intervir em alguns passos, como por
exemplo, na desobstrução das vias aéreas.
Para avaliar o nível de consciência devemos chamar a vítima ou dando-lhe um
comando vigoroso, em voz alta, tocando-a pelos ombros com cuidado, dizer: "ei, você
está bem?", "o que aconteceu?" ou "abra seus olhos!".
Se a vítima responder, emitindo som, gemido, pronunciando palavras ou
obedecendo ao comando, significa que as vias aéreas estão livres, a respiração e
circulação estão presentes.
http://2.bp.blogspot.com/_OFTzR8CWOqI/S_wWr4vQ-
_I/AAAAAAAAAEE/kQDHbwA66kc/s1600/10.jpg
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de um serviçode atendimento móvel de urgência (SAMU) e um Desfibrilador Externo
Automático (DEA).
<http://2.bp.blogspot.com/_Ug0eQeQQUS0/Sp2YTQW1TaI/AAAAAAAAAGo
/QvhKlAahETQ/s320/500T.jpg>.
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✓ E- Exposição da vítima.
CIRCULAÇÃO
<http://www.coracaosaudavel.com/images/abcressu05.jpg>
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A verificação do pulso não deve ultrapassar mais do que cinco ou dez segundos
pela possibilidade dele ser lento, pela sua irregularidade ou por sua amplitude reduzida.
Se existe pulso, porém a respiração é ausente, após as duas ventilações iniciais,
elas devem ser continuadas na frequência de uma ventilação a cada cinco segundos.
Se caracterizada a parada cardíaca, deve-se imediatamente chamar por uxílio de
"socorro especializado" sem abandono da vítima e prontamente iniciar a compressão
torácica externa.
O paciente deve estar em decúbito dorsal horizontal, apoiado numa superfície
rígida como o solo, uma tábua ou uma bandeja de servir de tamanho apropriado,
interposta entre o doente e o leito.
http://portal.ua.pt/projectos/mermaid/prisocorros.htm
http://portal.ua.pt/projectos/mermaid/prisocorros.htm
✓ Posicione seu corpo diretamente sobre suas mãos. Os ombros devem ficar
“olhando” para as mãos;
✓ Inicie as compressões;
✓ Pelo menos trinta compressões para cada duas ventilações;
✓ Realize o ciclo de compressões e ventilações por pelo menos cinco ciclos
ininterruptos ou até que o resgate especializado chegue ao local do atendimento.
MASSAGEM CARDÍACA
http://portal.ua.pt/projectos/mermaid/prisocorros.htm
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cotovelos fixas, transmitindo ao esterno da vítima a pressão exercida pelo peso dos seus
ombros e tronco, reduzindo a fadiga. A pressão aplicada deve ser suficiente para
deprimir o esterno em de cinco centímetros no adulto.
Ao realizar as compressões elas deverão ser rítmicas e regulares, seguindo-se
imediatamente o relaxamento de igual duração, aliviando totalmente a pressão,
permitindo ao tórax retornar a sua posição normal, sem, entretanto, retirar as mãos.
Tal movimento permite o enchimento das câmaras cardíacas para redistribuição
do sangue pelo organismo, atingindo enfim as perspectivas das manobras de RCP.
A sequência destas manobras não deve ser interrompida. A respiração artificial e
a massagem cardíaca externa devem ser associadas, para uma reanimação efetiva.
Caso atenda sozinho à vítima, serão trinta compressões para cada duas
ventilações. Em dois socorristas a ideia é a mesma, mas não há a necessidade de parar a
massagem para realizar as ventilações.
Após quatro ou cinco ciclos de compressão e ventilação, que deve durar
aproximadamente um minuto, aconselha-se a reavaliação de presença de pulso e de
respiração espontânea, repetindo-se as reavaliações a cada três minutos.
Durante a parada cardíaca, a massagem cardíaca realizada de modo apropriado
pode produzir uma onda de pressão sistólica próximo a 100 mmHg, entretanto, a
pressão diastólica é ao redor de zero, resultando, assim, uma pressão média de 40mmHg
que irá representar a pressão de perfusão em grandes vasos, ou seja, 1/3 a 1/4 do
normal.
Essa situação de fluxo em nível crítico impõe ao socorrista uma eficiência e
exige uma constância nas compressões.
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tetraplegia.
A cabeça e o pescoço da vítima nunca devem ser hiperestendidos ou mesmo
fletidos para manter ou estabelecer uma via aérea permeável. Para que possamos
verificar se esta via aérea não está obstruída devemos solicitar à vítima que ela fale.
Caso a vítima não consiga falar, observamos que esta vítima possui uma alteração do
nível de consciência. Caso a vítima atenda a solicitação, podemos considerar que esta
via aérea está livre, com a ventilação e perfusão cerebral mantidas, devido à passagem
de ar por esta via aérea.
Se a vítima apresentar rouquidão ou falta de voz significa que deve haver um
comprometimento das vias aéreas superiores, ou seja, uma obstrução.Avaliar e controlar
as vias aéreas são condutas rápidas e simples, não necessitando inicialmente de nenhum
equipamento, portanto estas técnicas manuais de desobstrução e controle ou
estabilização da coluna cervical não devem ser retardadas a espera do socorro
especializado.
A obstrução das vias aéreas pode ser causada por:
✓ Objetos sólidos;
✓ Queda da língua;
✓ Líquidos.
Os principais sintomas apresentados pela vítima com obstrução das vias aéreas
são:
✓ Tosse;
✓ Respiração ruidosa;
✓ Movimentos respiratórios alterados;
✓ Cianose (extremidades roxas).
ELEVAÇÃO DA MANDÍBULA
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http://www.sbp.com.br/img/cursos/curso_suporte/fig02-05.gif
TRAÇÃO DA MANDÍBULA
http://www.concursoefisioterapia.com/2010/02/manobra-de-tracao-de-
mandibula-jaw.html
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✓ Inserção de uma cânula orofaríngea.
http://1.bp.blogspot.com/_P-
MzoBY5JIc/S1djluYhWBI/AAAAAAAAAsk/lI3bPhqETck/s400/canula+guedel.JPG
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✓ Cianose.
Os métodos de desobstrução das vias aéreas variam de acordo com o tipo de
objeto que está causando a obstrução. Caso a vítima apresente uma obstrução das vias
aéreas por sólidos, devemos realizar:
➢ Remoção manual do objeto;
➢ Compressões torácicas.
MANOBRA DE HEIMLICH
Vítima em pé:
✓ Ficar atrás da vítima;
MANOBRA DE HEIMLICH
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http://www.lxjovem.pt/index.php?id_tema=473
✓ Posicionar uma de suas pernas entre as pernas da vítima, servindo de base
caso ela desmaie;
✓ Colocar o braço em volta da cintura da mesma;
http://www.lxjovem.pt/index.php?id_tema=473
✓ Fechar uma mão e colocar o lado do polegar contra o abdômen da vítima
entre a cicatriz umbilical e o apêndice xifoide;
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http://www.lxjovem.pt/index.php?id_tema=473
http://www.lxjovem.pt/index.php?id_tema=473
✓ Puxar ambas as mãos em sua direção, com um rápido empurrão para cima
e para dentro, comprimindo a parte superior do abdômen com a base do pulmão,
expulsando o ar e movimentando o objeto causador da obstrução;
✓ Realizar cinco vezes a manobra com uma compressão firme e vigorosa,
suficiente para movimentar o objeto e desobstruir as vias aéreas;
✓ Caso a vítima fique inconsciente, a manobra deverá ser interrompida e
deve-se iniciar a reanimação cardiorrespiratória.
COMPRESSÃO ABDOMINAL
http://csaudeesp.blogspot.com/
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✓ Apoiá-la na palma da mão, de cabeça para baixo;
✓ Bater nas costas com as mãos em concha;
✓ Verificar se o objeto foi expulso.
RESPIRAÇÃO
AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA
➢ A: Alerta;
➢ V: Responde a estímulos verbais;
➢ D: Responde a estímulos dolorosos;
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➢ S: Sem resposta.
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VARIÁVEIS ESCORE
Abertura ocular Espontânea 4
À voz 3
À dor 2
Nenhuma 1
Pontuação total: de 3 a 15
EXPOSIÇÃO DA VÍTIMA
Sendo assim, para que um diagnóstico diferencial mais preciso seja realizado, é
preconizado que dentre o C-A-B-D-E dos primeiros socorros, o “E” refere-se à
exposição da vítima.
Quando estabilizadas respiração e circulação, iniciamos a exposição da vítima
para verificar se existem outros ferimentos, complicações e situações a serem
resolvidas.
Lembre-se que tal procedimento deverá ser realizado com cautela e precaução a
fim de evitar maiores dolos na vítima já fragilizada. Todo movimento realizado,
principalmente se em pós-trauma, deverá atender normas de manipulação assegurando a
assistência prestada.
A busca por outras e/ou maiores lesões pode no momento da primeira assistência
salvar a vida da vítima.
Em primeiros socorros, chamamos de “a hora de ouro” a primeira hora de
atendimento, portanto, se o socorrista fizer o seu melhor, a probabilidade desta vítima
ter sua vida prolongada é grande.
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meio do rolamento em bloco.
Um socorrista posiciona-se atrás da cabeça da vítima, abre a viseira e segura
cada lado do capacete com os dedos estabilizando a mandíbula. O outro socorrista
mantém a estabilização da coluna cervical, colocando os dedos polegar no ângulo da
mandíbula de um dos lados e o indicador e médio no outro lado. A outra mão mantém a
imobilização do pescoço, apoiando a região cervical.
A seguir, o socorrista que segura o capacete pelas laterais, força a sua abertura
liberando as orelhas e traciona-o delicadamente, enquanto o outro socorrista mantém a
estabilização do pescoço para evitar a inclinação da cabeça.
Após a retirada do capacete, os socorristas devem manter a imobilização da
coluna cervical manualmente até obter dispositivo que o faça.
http://4.bp.blogspot.com/-
u1Xw93nGPj8/TdfrQRgx9oI/AAAAAAAAAJU/CMpOSNXQQxk/s400/capacete5.gif.
46
http://2.bp.blogspot.com/_XNH-
UIyc1zU/TEFVDmH8q0I/AAAAAAAACoU/oaQspTh_7ng/s1600/moto_ferragens.jpg.
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
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sinais ou lesões aparentes.
A vítima poderá assumir uma posição que demonstre que ela está com dor,
segurando ou apontando para determinado membro ou região do corpo ou ainda
permanecendo sentada com o objetivo de melhorar a respiração.
A entrevista é feita simultaneamente, levantando informações obtidas junto ao
próprio paciente ou às testemunhas que se encontram no local. Com essas informações
podem-se obter detalhes da história ou do mecanismo de trauma, queixas e sintomas
que o paciente relata.
Em vítimas conscientes, o socorrista deve identificar-se explicando os
procedimentos que irá realizar com a vítima. Após esse primeiro contato, o socorrista
deve perguntar o nome da vítima, tratando-a sempre pelo seu nome. Segue a avaliação
perguntando idade, endereço, data e com isso avaliando se as respostas estão corretas,
demonstrando que a vítima apresenta um nível de consciência e oxigenação cerebral
adequada.
Entretanto, a vítima poderá estar confusa sendo necessária uma abordagem mais
detalhada indicando ao socorrista possíveis lesões e situações graves. A entrevista com
a vítima deve ser rápida e direcionada, devendo-se questionar a vítima quanto à:
➢ Presença de dor;
➢ Sensação de formigamento;
➢ Calor ou perda da sensibilidade em alguma parte do corpo;
➢ Doença;
➢ Uso de medicamentos;
➢ Alergias a remédios ou a algum tipo de alimento;
➢ Quando foi a última refeição;
➢ Uso de substâncias como álcool ou drogas ilícitas.
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➢ Uso de cinto de segurança;
➢ Uso de capacete;
➢ Posição no veículo;
➢ Deformidade do veículo.
Estas informações a respeito do evento são importantes na condução do
atendimento, partindo sempre da queixa principal, direcionando a entrevista e a
assistência que deverão ser feitas simultaneamente, durante a avaliação da vítima.
Na inspeção devem ser pesquisados:
✓ A cor da pele;
✓ Simetria;
✓ Alinhamento;
✓ Deformidade;
✓ Sangramento.
CABEÇA
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Palpe o crânio com os polegares fixos na região frontal, examine os olhos
procurando por objetos estranhos. Verifique se as pupilas estão normais, dilatadas,
contraídas ou desiguais.
Normalmente apresentam o mesmo diâmetro, ou seja, devem estar do mesmo
tamanho.
EXAME DO CRÂNIO
http://1.bp.blogspot.com/_YQ-
op14RPUo/TTQz1T0XW2I/AAAAAAAAB_c/sYtxHs2Tg9s/s1600/9-A.JPG>.
PESCOÇO
OLHOS
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Nesse momento, as pupilas são avaliadas quanto ao tamanho, simetria e reação à
luz.
Normalmente, são do mesmo tamanho e reagem com contração na presença de
luz.
Quando se apresentam do mesmo tamanho, são denominadas isocóricas. Quando
são desiguais são chamadas de anisocóricas, situação que pode ocorrer no traumatismo
craniano encefálico ou no acidente vascular cerebral.
As pupilas poderão estar contraídas ou dilatadas por ação de drogas, iluminação
ou ausência de oxigenação cerebral. São denominadas mióticas quando estão contraídas
e midriáticas quando estão dilatadas.
ORELHA E NARIZ
BOCA
TÓRAX
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crepitações ósseas, áreas dolorosas ou mesmo ferimentos com fraturas expostas e
enfisema subcutâneo
ABDÔMEN
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DORSO
PELVE
Busca-se por alterações que, com frequência, estão relacionadas com fraturas da
pelve como hematomas, deformidade articular no quadril, sangramento pelo ânus,
vagina ou uretra.
O exame é feito palpando-se levemente as cristas ilíacas, enquanto se investiga a
ocorrência de crepitação óssea, dor ao procedimento ou instabilidade da cintura pélvica.
A crista ilíaca faz parte do osso do quadril denominado ílio e é a extremidade
superior expandida e pode ser palpada em toda sua extensão, bilateralmente. A
ocorrência de incontinência urinária ou fecal e priapismo, em homens, são sinais
sugestivosde lesão na medula espinhal, decorrente de fratura ou deslocamento da coluna
vertebral. O priapismo é caracterizado por ereção peniana prolongada, sem estimulação
sexual, frequentemente, causada por lesão medular.
MEMBROS INFERIORES
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➢ Deformidades;
➢ Espículas ósseas.
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PALPAÇÃO DOS MEMBROS INFERIORES
<http://4.bp.blogspot.com/_7H9r_7bo6nc/SyBogqF3OoI/AAAAAAAABRU/6
WCBl455zZY/s400/palpa%C3%A7%C3% A3o+tibial.JPG>
MEMBROS SUPERIORES
55
amplitude do pulso.
56
de oxigênio e excesso de gás carbônico no sangue.
Independente da forma que ocorreu e de onde a parada cardíaca ocorreu, os
objetivos da equipe de ressuscitação consistem em restaurar espontaneamente a
circulação e respiração, preservando as funções vitais durante todo o processo de
ressuscitação.
A doença cardíaca ainda é a causa mais frequente de morte nos países
industrializados seguido das emergências traumáticas caracterizada em muitas cidades
pelos acidentes automobilísticos.
Por estes motivos, os conceitos de reanimação cardiorrespiratória e cerebral
tendem a concentrar-se na isquemia miocárdica como causa primária de parada
cardiorrespiratória.
A reanimação cardiorrespiratória e cerebral é uma terapia sintomática, que
auxilia a manutenção da função do nosso organismo até o restabelecimento da função
cardíaca normal.
A causa básica da parada cardiorrespiratória deve ser identificada e tratada
rapidamente, sem que isso interrompa ou retarde ainda mais o início das manobras de
reanimação.
As principais causas de parada cardiorrespiratória são:
57
Já nas causas secundárias, o problema do coração é causado por uma disfunção
respiratória ou por uma causa externa. São as principais causas de parada
cardiorrespiratória em vítimas de traumatismos.
Podemos considerar a oxigenação deficiente devido à obstrução de vias aéreas
ou doenças pulmonares como câncer de pulmão, transporte inadequado de oxigênio
consequente de hemorragia grave, estado de choque, intoxicação por monóxido de
carbono ou ainda devido à ação de fatores externos sobre o coração, como por exemplo,
drogas e descargas elétricas.
O atendimento de uma parada cardiorrespiratória deve ser realizado por
manobras de ressuscitação com o objetivo de recuperar e manter, artificialmente, as
funções circulatórias e respiratórias.
Para que a equipe de socorristas tenha êxito em seu atendimento, fatores como
condição clínica do paciente antes da parada cardiorrespiratória, as causas, a qualidade
nas manobras aplicadas, o tempo decorrido entre a parada cardiorrespiratória e a
realização das manobras de reanimação, são determinantes para que esta condição seja
revertida.
A probabilidade de sobrevida de uma vítima de parada cardiorrespiratória
diminui drasticamente a cada minuto perdido durante a ressuscitação cardiorrespiratória
e cerebral.
A parada cardiorrespiratória constitui emergência médica extrema, pois
interrompe o aporte de oxigênio ao organismo, causando uma anóxia tecidual, exigindo
que as manobras de ressuscitação sejam realizadas. As repercussões da anóxia são
diferentes nos vários tecidos e exercem seu efeito nocivo mais rapidamente no músculo
cardíaco e tecido cerebral.
Qualquer que seja a causa originária da parada cardiorrespiratória, o paciente
perde a consciência em dez segundos. Nos próximos dois a quatro minutos, ocorre a
depleção da adenosina trifosfato no cérebro. Este tempo representa, portanto, o limite
entre a vida e a morte do paciente ou a instalação de graves sequelas neurológicas se o
paciente se recuperar.
REANIMAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA E CEREBRAL
58
http://www.resgatetatico.com.br/imagens/imagens%20geral1/First_Responder.jp
g
59
A partir desse momento, o suporte básico de vida deve ser iniciado com o
objetivo de restabelecer as funções vitais da vítima até a chegada do suporte avançado
de vida.
60
avalia a vítima buscando a identificação da parada cardiorrespiratória. Relembrando que
em adultos as principais causas de parada cardiorrespiratória são cardíacas.
Nas paradas cardíacas primárias, o fluxo arterial fica estagnado e a saturação de
oxigênio começa a se reduzir, portanto a ressuscitação cardiopulmonar e cerebral
iniciada precocemente mantém o fluxo de oxigênio adequado para os órgãos vitais.
Portanto, o diagnóstico deve ser rápido e, em caso de dúvida no reconhecimento
da respiração, devem-se iniciar rapidamente as manobras de reanimação.
Com a finalidade de tornar o início das manobras de reanimação mais veloz, a
pulsação em grandes artérias deve ser procurada apenas por profissionais da saúde e não
deve demorar mais que dez segundos.
As compressões torácicas externas devem ser iniciadas imediatamente, ou seja,
nas novas diretrizes da American Heart Association (AHA), a sequência do suporte
básico de vida foi invertida do A – B - C para C – A– B.
A compressão torácica de alta qualidade deve ser realizada no meio do tórax da
vítima em decúbito dorsal horizontal sobre superfície rígida e plana. Deve-se comprimir
o tórax cerca de cinco centímetros, com a região hipotenar da mão dominante,
permitindo o retorno do mesmo entre as compressões e evitar as interrupções.
A outra mão do socorrista deve estar posicionada sobre a primeira com os dedos
entrelaçados ou estendidos, de maneira a evitar a aplicação de força sobre as costelas. A
frequência das compressões deve ser de cem vezes por minuto, no mínimo, mas não
deve ultrapassar 120 compressões por minuto.
Se o socorrista não for treinado ou houver situação que impossibilite a realização
da ventilação artificial, deve ser realizada a compressão torácica sem interrupções até a
chegada do socorro especializado, fadiga do socorrista ou retorno da consciência da
vítima.
Caso seja realizada a ventilação artificial, esta deve ser feita na proporção de
trinta compressões para duas ventilações, de forma assincrônica à compressão e gerando
elevação visível do tórax.
É importante lembrar que antes de iniciar o atendimento, deve-se verificar se o
ambiente não oferece risco ao socorrista e/ou à vítima. O uso de equipamento de
proteção individual (EPI) também é importante, pois a emergência não justifica a sua
não utilização.
Na possibilidade de ocorrência de desfibrilação elétrica, esta deve ser feita
precocemente, até o terceiro minuto de fibrilação ventricular (FV) ou taquicardia
61
ventricular sem pulso (TVSP).
Após o choque, a CTE deve ser reiniciada o mais breve possível. Assistolia e
atividade elétrica sem pulso (AESP) não são ritmos chocáveis, mas devem receber RCP.
Após a desfibrilação e a retomada do ritmo cardíaco normal, deve-se manter a
compressão torácica até que a contração mecânica do coração seja útil e eficiente.
As manobras do suporte básico de vida são fundamentais para sistematizar a
ação durante um atendimento de emergência, facilitando o raciocínio e a tomada de
decisão.
62
exaustivamente por toda a equipe que trabalha na emergência.
63
de terapia intensiva, com cargas monofásicas que variam de 0 a 360 Joules ou Bifásicas
de 0 a 200J.
Ele pode também efetuar a desfibrilação com leitura automática do ritmo
cardíaco, permitindo que uma pessoa que não tenha conhecimento prévio seja o
operador do aparelho. A utilização do DEA vem sendo difundida em vários países, pois
ele pode salvar muitas vidas.
São razões importantes que devem ser consideradas e que facilitam na
utilização:
➢ É um equipamento autoinstrutivo;
➢ Quando instalado na vítima, age inteligentemente;
➢ Aplica a descarga elétrica apenas quando o ritmo cardíaco for chocável.
64
➢ Luvas de procedimentos;
➢ Luvas estéreis;
➢ Máscaras descartáveis;
➢ Óculos;
➢ As próprias roupas do socorrista.
FRATURAS
A fratura é definida como uma lesão ou quebra de um osso, causada por uma
pancada, queda ou pela aplicação de força. Pode ainda ser definida como a quebra da
continuidade do osso e ocorre quando o osso é submetido a estresse maior do que ele
pode suportar.
As fraturas podem ser causadas por:
➢ Uma pancada direta;
➢ Um impacto violento;
65
➢ Um movimento de rotação repentina;
➢ Contração muscular extrema.
Apesar de o osso ser afetado, outras estruturas adjacentes também são atingidas,
resultando em um edema de tecidos moles, hemorragia no músculo e articulações,
luxações articulares, ruptura de tendões, nervos rompidos e vasos sanguíneos
danificados.
Os órgãos corporais podem ser lesados pela força que causa a fratura ou pelos
fragmentos da fratura, e por esse motivo, imediatamente após um trauma, a pessoa pode
ficar em estado de confusão, não ter consciência da fratura e tentar caminhar com perna
fraturada.
Por esse motivo quando se suspeita de fratura, é importante imobilizar a parte do
corpo afetada imediatamente antes do paciente ser movimentado. O movimento de
fragmentos de fratura causara dor adicional, danos de tecidos moles e sangramentos. As
fraturas são mais comuns nos membros, podendo ser únicas ou múltiplas.
As fraturas são divididas em dois tipos:
➢ Fechadas: que apesar do choque, deixam a pele intacta.
➢ Expostas ou abertas: quando o osso fere a pele, ficando exposto.
FRATURA EXPOSTA
http://www.tvcanal13.com.br/fotos/idosa%20atropelada.jpg
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formigamento da região;
➢ Inchaço e pele arroxeada, acompanhado de uma deformação aparente do
membro machucado.
FRATURA FECHADA
http://2.bp.blogspot.com/_ePcEtAaRqy8/Sj1nZ7KPhUI/AAAAAAAAAm0/-
KxPdCl40TE/s400/maior_0903085744fracture-types-2%5B1%5D.JPG
ENTORSE
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É a torção de uma articulação, com lesão dos ligamentos, ou seja, estrutura que
sustenta as articulações. Os cuidados são semelhantes aos abordados nas fraturas.
http://www.clinicadeckers.com.br/imagens/orientacoes/34_ent_tornozelo.jpg
LUXAÇÃO
http://www.clifisio.com/editor/userfiles/image/4012591424_b2d5ca0d32.jpg
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CONTUSÃO
É uma área afetada por uma pancada ou queda sem ferimento externo. Pode
apresentar sinais semelhantes aos da fratura fechada. Se o local estiver arroxeado, é
sinal de que houve hemorragia sob a pele, ou seja, um hematoma.
AMPUTAÇÕES
http://www.eutrabalhoseguro.com
69
De qualquer forma, deve ficar claro que os procedimentos para amputação de
membros inferiores ou superiores buscam a restauração de um órgão enfermo e não uma
mutilação.
Nessa conjuntura, é fundamental um trabalho integrado dos diversos tipos de
profissionais envolvidos na reabilitação do paciente para estimular e valorizar a
capacidade residual da pessoa atingida e assim buscar uma recuperação total.
No diagnóstico médico a amputação é considerada como um diagnóstico
secundário, pois a enfermidade ou trauma recebe o rótulo de diagnóstico primário. E,
posteriormente, se surgirem complicações, quanto mais cedo forem identificadas as
causas, mais rápido poderá ser o controle e cura, o que possibilitará um melhor
desempenho do paciente na fase da reabilitação.
Já as causas traumáticas atingem também um número expressivo da população
por acidentes de trânsito, de trabalho ou, em número menor, em razão de outra etiologia.
Dentre os citados, os acidentes de trabalho tendem a culminar em amputações dos
membros superiores (dedos, mão e braço).
QUEIMADURAS
Como maior órgão do corpo humano, a pele é composta por três camadas; são
elas:
• Epiderme;
• Derme;
• Tecido subcutâneo.
70
• Sólidos superaquecidos ou incandescentes;
• Substâncias químicas;
• Emanações radioativas;
• Radiações infravermelhas e ultravioletas;
• Eletricidade;
• Frio;
• Outros.
71
7) Doença preexistente.
Quanto à profundidade, a primeira avaliação será visual. Esta será apenas uma
estimativa, já que a extensão e a profundidade real da lesão podem não ser aparentes por
vários dias.
http://primeirossocorros12b.blogs.sapo.pt/1681.html
72
QUEIMADURA DE SEGUNDO GRAU
http://primeirossocorros12b.blogs.sapo.pt/1681.html
73
http://www.gmvarginha.com.br/primeiros_sorrro/queimadura/queimaduras.htm
ASFIXIA
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✓ Afogamento;
✓ Grande traumatismo do tórax;
✓ Envenenamento por drogas ou gases;
✓ Enforcamento;
✓ Choque elétrico;
✓ Qualquer bloqueio das vias respiratórias.
O reflexo da tosse da vítima expulsará o líquido aspirado da traqueia em dez a
trinta segundos. A obstrução completa se apresenta quando algum alimento sólido ou
algum objeto estranho se aloja na laringe.
Dependendo da gravidade da asfixia, os sintomas podem incluir:
✓ Agitação;
✓ Palidez;
✓ Dilatação das pupilas;
✓ Respiração ruidosa;
✓ Tosse;
✓ Inconsciência com parada respiratória;
✓ Cianose da face e extremidades.
75
SINAL UNIVERSAL DO ENGASGO
http://www.saudeeforca.com/wp-content/uploads/2010/09/asfixia_thumb.gif
76
do engasgado. Aplique pressão rápida e seguidamente.
✓ Não tente virar a pessoa de cabeça para baixo para forçar
a saída do objeto (uma bala engolida por uma criança, por exemplo). Isso
pode piorar o engasgo, especialmente se ocorrer vômito.
77
✓ Então vire a criança de uma vez e coloque-a sobre a coxa
com a cabeça mais baixa que o tronco;
✓ Faça quatro compressões seguidas no esterno.
ENGASGO EM LACTENTES
http://www.hospitalgeral.com.br/1_com/pri_socorros/img/asfix2.jpg
HEMORRAGIA
78
o sangue está drenando e a coagulação do sangue, que é uma sequência complexa de
reações químicas que resultam na formação de um coágulo de fibrina, impedindo assim
a drenagem do sangue pelo orifício de vaso lesado.
Estes mecanismos têm como objetivo a hemostasia, ou seja, o controle do
sangramento pelo organismo isoladamente, defendendo-o, ou em associações com
técnicas básicas e avançadas de tratamento médico.
Os pacientes com distúrbios no mecanismo de coagulação, por exemplo, os
hemofílicos, podem apresentar hemorragias graves por traumas banais.
CLASSIFICAÇÃODAS HEMORRAGIAS
Hemorragias Externas
HEMORRAGIAS EXTERNAS
http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/hemo.gif
Hemorragias Internas
79
CONSEQUÊNCIAS DAS HEMORRAGIAS
Perdas acima de 30% (maiores que 1.500) levam ao choque descompensado com
hipotensão. Os sinais e sintomas são:
➢ Alterações das funções mentais;
➢ Agitação;
➢ Confusão ou inconsciência;
➢ Sede intensa;
➢ Pele fria;
➢ Palidez cutânea;
➢ Suor frio;
➢ Taquicardia;
➢ Pulso radial ausente;
80
➢ Taquipneia importante;
➢ Enchimento capilar lento.
81
➢ Realizar a avaliação primária;
➢ Desobstruir vias aéreas e efetuar assistência ventilatória, se necessário.
Suplementar oxigênio em alta concentração, utilizando máscara com reservatório e
fluxo de 12L/min.;
➢ Elevar extremidades com sangramento acima do nível do coração;
➢ Colocar compressa sobre o ferimento, efetuando a compressão direta da
lesão, com a mão enluvada. Caso a compressa fique encharcada de sangue, coloque
novas compressas secas sem retirar a primeira. O objetivo é não retirar o coágulo;
➢ Fixar a compressa sobre o ferimento com bandagem ou, caso não
disponha de bandagem, manter a compressão manual;
➢ Se houver persistência da hemorragia, ocluir a artéria próxima ao
ferimento, para diminuir a circulação no local.
ABORDAGEM E CONDUTA
http://portal.ua.pt/projectos/mermaid/jpgs/12_1.jpg
CONTROLE DAS HEMORRAGIAS INTERNAS
CHOQUE
82
Choque é uma síndrome caracterizada pela incapacidade de o sistema
circulatório fornecer oxigênio e nutrientes aos tecidos de forma a atender as suas
necessidades metabólicas.
A insuficiência circulatória causa dano celular e lesão em vários órgãos, que
podem tornar-se irreversíveis se o choque não for rapidamente corrigido. Não se deve
definir choque com base apenas na pressão arterial, já que existem condições em que
pode haver hipotensão sem choque com oferta e consumo adequados de oxigênio.
O conceito atual de choque e toda sua fisiopatologia envolvem um desequilíbrio
entre a oferta e a demanda celular de oxigênio. Para que as necessidades metabólicas
celulares sejam atendidas, deve haver uma adequada oferta de oxigênio.
Esta oferta é a quantidade total de oxigênio transportada aos tecidos, e é
dependente de três fatores: a concentração de hemoglobina, o débito cardíaco e o
conteúdo de oxigênio no sangue arterial.
Após o estabelecimento do quadro de choque, vários mecanismos
compensatórios ocorrem para preservar o suprimento de oxigênio a órgãos vitais como
o coração e o cérebro, atuando para restaurar pelo menos parcialmente o volume
intravascular efetivo e aumentar o débito cardíaco.
A moderna classificação do choque foi proposta por Weil, em 1972, utilizando
quatro categorias, baseadas na causa primária da anormalidade perfusional. Estas
categorias, contudo, não são isoladas entre si, havendo considerável superposição entre
os diversos tipos.
CHOQUE HIPOVOLÊMICO
No choque hipovolêmico o desarranjo inicial é a perda de volume circulante,
com redução do retorno venoso e diminuição do débito cardíaco e da oferta de oxigênio.
A pressão arterial isoladamente não é um bom indicador da severidade do
choque hipovolêmico, pois pode ser mantida em níveis próximos da normalidade
devido à vasoconstrição intensa, especialmente em pacientes jovens e sem patologia
prévia, devendo ser analisada em conjunto com outros parâmetros na avaliação da
gravidade do choque.
Nas fases iniciais o choque hipovolêmico é rapidamente reversível pela
restauração apropriada do volume intravascular. Contudo, se a perfusão tissular e a
oferta de oxigênio permanecem severamente diminuídas, dano celular irreversível pode
83
ocorrer.
O choque hipovolêmico pode ser classificado em hemorrágico e não
hemorrágico. O choque hipovolêmico hemorrágico caracteriza-se por baixas pressões de
enchimento ventricular e pressão capilar pulmonar associada a níveis reduzidos de
hemoglobina e hematócrito.
Pode ocorrer por perdas sanguíneas externas ou por sangramentos ocultos, não
exteriorizados. O choque hipovolêmico não hemorrágico é resultante de perda apenas
do componente líquido do compartimento intravascular.
Geralmente estes casos são devido à perda excessiva de líquidos pelos tratos
gastrointestinal ou urinário. Também pode ser resultado de transudação para o meio
extravascular, como ocorre nas queimaduras, traumatismos extensos em partes moles,
peritonites, pancreatites e obstrução intestinal.
Achados que suportam o diagnóstico de choque hipovolêmico não hemorrágico
incluem baixas pressões de enchimento e hematócrito normal ou elevado.
CHOQUE CARDIOGÊNICO
84
pode ser uma alternativa terapêutica nos casos de grande perda de massa ventricular.
CHOQUE ANAFILÁTICO
85
CHOQUE NEUROGÊNICO
CHOQUE SÉPTICO
86
hemoculturas positivas, ou pode proliferar apenas localmente e liberar várias
substâncias na circulação.
O choque séptico é caracterizado inicialmente por débito cardíaco reduzido,
devido à hipovolemia e ao baixo retorno venoso que existe na maior parte dos casos.
Diversos fatores contribuem para a diminuição do volume intravascular:
➢ Desidratação produzida por febre, taquipneia, redução da ingestão de
líquidos e eventualmente vômitos, diarreia, poliúria, sangramentos e sequestração em
cavidades;
➢ Aumento da permeabilidade vascular e transudação para o espaço
extravascular;
➢ Aumento da capacitância venosa por venodilatação;
➢ Síntese proteica redirecionada para a produção de diversas proteínas da
fase inflamatória aguda em detrimento da síntese de albumina, com redução da pressão
coloidosmótica intravascular.
TRATAMENTO DO CHOQUE
87
INSOLAÇÃO
A maior parte dos relatos dessas emergências diz respeito a uma produção
prolongada de calor corporal interno. O calor externo, que o paciente está exposto, não
precisa ser maior que a temperatura ambiental normal. Com a transpiração contínua,
água e sais minerais são perdidos pelo corpo, ocasionando cãibras musculares dolorosas
ou cãibras produzidas pelo calor.
Os sinais e sintomas são: severas cãibras musculares, esgotamento, vertigem,
fraqueza e perda da consciência, pulso fraco e respiração rápida e superficial, sudorese
intensa.
INSOLAÇÃO
http://www.grupoescolar.com/a/b/4B6FA.jpg
INTERMAÇÃO
Condutas:
➢ Realizar a avaliação primária;
➢ Conduzir o paciente para um local fresco e colocá-lo em posição
confortável;
➢ Resfrie o paciente de qualquer maneira, retire suas roupas em excesso,
molhe-o. A temperatura do corpo deve ser abaixada rapidamente ou o paciente corre
risco de morrer;
➢ Bolsas de gelo, se possível, devem ser colocadas nas axilas, punhos,
tornozelos, virilhas e pescoço do paciente ou imergir o paciente em água fria;
➢ Monitorar os sinais vitais;
➢ Providenciar oxigênio;
➢ Transporte para um hospital.
CONVULSÕES
89
consciência entre uma crise e outra, recebe o nome de status epilépticus.
O status epilépticus é uma emergência médica. O prolongamento das crises leva
a uma atividade cerebral intensa, sem que o fluxo sanguíneo atenda às suas
necessidades. Assim, sem a chegada de oxigênio e glicose suficientes, ocorre sofrimento
cerebral, podendo resultar em graves sequelas neurológicas ou em morte.
A principal causa de convulsão é a epilepsia, porém existem tipos de epilepsia
que não estão associados a convulsões e existem convulsões por outras condições
diferentes da epilepsia. A crise convulsiva tipo grande pode ser precedida dos casos que
duram alguns segundos e envolvem sensações como alucinações visuais ou gustativas.
Geralmente as convulsões são de curta duração, cessando espontaneamente sem
necessidades de medicação.
90
Considera-se como epiléptico o indivíduo que passa por dois episódios de crises
não provocadas com intervalo de tempo de pelo menos 24 horas. Esta definição
determina que mesmo um surto de várias crises consecutivas dentro de 24 horas ou um
estado de mal epiléptico não caracterizam uma epilepsia, pois podem ser decorrentes de
fatores causais externos e não de epilepsia propriamente dita. É importante conseguir
uma descrição pormenorizada do evento, com testemunhas.
Deve pesquisar ativamente sinais podrômicos, o momento do início da perda de
contato, presença de movimentos automáticos, abalos, torções da face ou dos olhos,
tempo de duração do fenômeno, liberação esfincteriana e eventuais traumatismos e
ferimentos decorrentes.
As crises podem ser parciais ou generalizadas. As crises parciais caracterizam-se
por descargas epilépticas que acometem um lobo ou um hemisfério.
Se o paciente preserva a plenitude cognitiva são chamadas de crises parciais
simples. Se a crise parcial atinge o complexo amígdalo-hipocampal, o paciente
apresenta perda da plenitude cognitiva. Nesta situação teremos uma crise parcial
complexa, que pode ser acompanhada de movimentos automáticos ou não.
As crises generalizadas caracterizam-se por alterações eletroencefalográficas de
início simétrico e síncrono em ambos os hemisférios cerebrais. Quando estas crises
apresentam manifestação motora, elas acometem os dois lados do corpo.
ABORDAGEM E CONDUTA
➢ Avaliar a cena;
➢ Procurar sinais de consumo de drogas ou envenenamentos;
➢ Uso de equipamentos de proteção individual;
➢ Realizar a avaliação primária;
➢ Verificar o nível de consciência da vítima e se a mesma ainda apresenta
convulsões;
➢ Solicitar auxílio;
➢ Tranquilizar pacientes lúcidos;
➢ Não tentar introduzir objetos na boca do paciente durante a convulsão;
➢ Não tentar conter a vítima;
➢ Proteger a cabeça do paciente colocando um apoio;
➢ Afastar do paciente de objetos perigosos;
➢ Aguarde a crise seguir sua evolução natural;
91
➢ Em caso de convulsão em criança febril, resfriá-la com toalhas molhadas
com água em temperatura ambiente;
➢ Abrir a via aérea com manobras manuais após a cessação das convulsões;
➢ Assistir a ventilação, caso esta não retorne após a convulsão;
➢ Preparar para a ocorrência de novo episódio convulsivo, se a vítima não
recupera a consciência nos primeiros dez minutos;
➢ Caso a vítima apresente vários episódios de crises convulsivas sem
recuperar a consciência, o profissional de emergência estará diante de um estado de
grande mal epiléptico, devendo providenciar transporte imediato para um centro de
saúde de referência. Esta é uma emergência médica.
FATORES DE RISCO
92
O melhor tratamento para acidente vascular encefálico é o preventivo, assim, as
pessoas com fatores de riscos devem ser identificadas e educadas para reconhecer os
sinais de acidente vascular encefálico.
Estes pacientes têm que ser acompanhados permanentemente por um médico. Os
pacientes com doenças cardíacas, diabéticos e hipertensos têm mais chances de sofrer
um acidente vascular encefálico.
Geralmente as vítimas de acidente vascular encefálico são idosas – mais de 70%
das vítimas têm mais de 65 anos –, porém jovens tambémpodem apresentar esta
condição.
Os fatores de risco que podem ser controlados são:
➢ Hipertensão;
➢ Colesterol elevado;
➢ Diabetes;
➢ Tabagismo;
➢ Doença cardíaca.
93
Os sinais e sintomas podem atingir o máximo de severidade desde o início,
piorar gradativamente ou flutuar. Por vezes, é impossível distinguir o acidente vascular
encefálico isquêmico do hemorrágico, mas a cefaleia acompanhada de náuseas e
vômitos são mais proeminentes com as hemorragias. A perda da consciência é mais
frequente no acidente vascular encefálico hemorrágico.
Muitos pacientes apresentam sintomas de um acidente vascular encefálico com
duração menor que 24 horas, são os chamados ataques isquêmicos transitórios. Estes
ataques muitas vezes precedem o acidente vascular encefálico, devendo servir como um
alerta para o risco.
Os profissionais de emergência não devem tentar diferenciar um acidente
vascular encefálico de um ataque transitório e o paciente deve ser levado para o hospital
de referência mais próximo.
Até pouco tempo não havia tratamento hospitalar específico para o acidente
vascular encefálico, os pacientes eram colocados em um protocolo geral de “Alteração
do Nível de Consciência”.
Porém, com o desenvolvimento de novos tratamentos à base de drogas, que
dissolvem coágulos, tornou-se importante que estes pacientes sejam removidos
rapidamente para o hospital, mesmo que aparentemente sua situação não seja crítica,
pois três horas após o início do quadro este tratamento não é mais eficaz.
O profissional de emergência deve ter a seguinte conduta:
➢ Avaliar a cena;
➢ Realizar exame primário;
➢ Observar cuidados com a coluna cervical em situações nas quais se
suspeita que o paciente possa ter sofrido algum traumatismo (em caso de queda);
➢ Abrir as vias aéreas é prioridade caso o paciente esteja inconsciente ou
sonolento;
➢ Iniciar a ventilação pulmonar, caso necessário. A respiração inadequada
piora ainda mais as condições cerebrais e pode aumentar a área de necrose;
➢ Administrar oxigênio sob máscara em todos os casos e manter a oximetria
monitorizada acima de 92%;
➢ Prevenir a broncoaspiração, colocando o paciente em decúbito lateral,
caso ocorram vômitos;
➢ Caso o paciente apresente sinais de choque, iniciar o tratamento;
➢ As alterações dos sinais vitais são comuns após o acidente vascular
94
encefálico, particularmente a pressão arterial;
➢ Exame secundário com avaliação neurológica: escala de coma de
Glasgow e escala de Cincinatti;
➢ Transportar para um centro de saúde de referência.
ANGINA DE PEITO
95
medicação, o paciente deverá ser levado o mais precocemente possível para avaliação
médica. Deve ser evitado qualquer tipo de esforço físico por parte da vítima, inclusive
andar até em carro.
Quando a dor for prolongada, podemos ter duas situações: ou o paciente tem
uma angina grave, chamada de angina instável, ou um infarto agudo do miocárdio.
Ambas são consideradas emergências; e o paciente deve ser transportado imediatamente
para o hospital.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
96
A dor torácica que ocorre de forma repentina e contínua, apesar do repouso e
medicamento, é o sintoma apresentado na maioria dos pacientes com um infarto agudo
do miocárdio.
Esta dor pode irradiar para os braços (principalmente o esquerdo), ou pescoço.
Alguns pacientes podem apresentar dor epigástrica, dorsal, no membro superior direito
e nos ombros. A dor pode associar-se a vômitos, sudorese, ansiedade, inquietação e falta
de ar.
Geralmente os sintomas se iniciam em repouso, pioram gradualmente e duram
horas caso não haja tratamento. Os sinais vitais são inespecíficos, pois podem estar
dentro dos parâmetros normais.
As complicações do infarto agudo do miocárdio são classificadas como elétricas,
como por exemplo, as arritmias; e mecânicas, como a falência cardíaca.
A fibrilação ventricular é a principal causa de óbito por arritmias em pacientes
infartados. A maioria das mortes ocorre nas primeiras 24 horas, especialmente na
primeira hora (50% dos óbitos). O profissional de saúde pode atuar com eficácia
utilizando o desfibrilador semiautomático e transportando a vítima rapidamente ao
hospital.
ABORDAGEM E CONDUTA
97
chegar a um centro de saúde de referência, maiores são as possibilidades de reduzir a
área de infarto;
➢ Obter acesso venoso periférico em membro superior, mantendo-o com
solução glicosada 5%, desde que prescrito pelo médico;
➢ Reavaliar frequentemente o paciente;
➢ Preparar para complicações súbitas como parada cardíaca, choque ou
edema pulmonar agudo.
INTOXICAÇÕES
98
um diagnóstico sindrômico até que um diagnóstico definitivo seja estabelecido.
Durante a história clínica sobre a etiologia do quadro do paciente é importante
tentar
obter receituários antigos, embalagens, os produtos encontrados próximos à
vítima, determinar o tempo entre a ingestão ou inalação do produto e a chegada ao
serviço médico, os antecedentes patológicos pregressos (história de tratamento
psiquiátrico, uso de lítio, antidepressivo cíclico, neurolépticos, analgésicos, opioides,
digitálicos, anticonvulsivantes, dependência de drogas, etc.).
Aos dados de exame físico como o grau de orientação são associados: suas
condições de fornecer ou não informações adequadas, hálito, presença de picadas ou
manchas na pele, reflexo pupilar, alterações motoras e/ou hemodinâmicas. Fatores que
permitirão ao médico socorrista elaborar um diagnóstico e, ao mesmo tempo, muitas
vezes, inferir a etiologia.
Intoxicação por droga(s) adentra no diagnóstico diferencial de qualquer paciente
com alteração do estado mental. Entra no diagnóstico de quaisquer sinais ou sintomas
inexplicados em crianças menores de cinco anos ou adultos jovens.
As intoxicações geralmente não requerem análises toxicológicas, embora o
suporte de departamento de bioquímica e hematologia seja necessário. As maiores
finalidades que justificam esse procedimento são a necessidade de um tratamento
específico e do uso de antídoto para a droga suspeitada.
Compostos como lítio, acetaminofen e metanol são exemplos de poucas
substâncias que devem ser avaliadas qualitativa e quantitativamente, para melhor
eficácia da assistência ao paciente vítima de intoxicação por elas.
De acordo com a epidemiologia das intoxicações no Brasil, por tipo de agente,
os medicamentos lideram as estatísticas (ácido acetilsalicílico, barbitúricos,
antidepressivos cíclicos, neurolépticos, benzodiazepínicos, digoxina, lítio, codeína),
seguidos pelos produtos de limpeza de uso doméstico (saneantes); desengordurantes
(destilados do petróleo: querosene, gasolina, tíner) e cáusticos (soda cáustica).
Os produtos químicos industriais, como por exemplo, sulfeto de hidrogênio, CO,
tolueno, xileno são citados mais frequentemente em medicina ocupacional. Em quarto
lugar encontramos os praguicidas (raticidas, principalmente), seguidos pelos
agrotóxicos de uso doméstico (inseticidas do grupo dos clorados, fosforados,
carbamatos e, com menor toxidade, os piretos) e em sexto lugar aparecem as drogas
como cocaína, maconha, opioides, isto é, drogasde abuso.
99
Os envenenamentos ou intoxicações predominam em crianças (menores de doze
anos), principalmente entre um e quatro anos. Geralmente, por supervisão inadequada
dos pais, ou pela acessibilidade de produtos caseiros com potencial tóxico. Os adultos
entre quinze e quarenta anos são os mais afetados, a maioria do sexo feminino e de
modo intencional.
100
INTOXICAÇÃO POR INALAÇÃO
101
➢ Irritação nos olhos;
➢ Cefaleia;
➢ Temperatura da pele aumentada;
➢ Choque por alergia (choque anafilático).
AFOGAMENTOS
Afogamento é todo acidente por submersão em que a vítima morre dentro das
primeiras 24 horas. Quase afogamento é todo acidente por submersão em que a vítima
sobrevive no mínimo por 24 horas, independentemente do resultado final.
O afogamento é uma causa comum de morte acidental em crianças e adultos
jovens. A prevenção é o principal instrumento para redução nos casos de afogamento,
por intermédio da educação da população e do aumento do número de guarda-vidas nas
praias.
Os tipos de afogamentos são:
Do ponto de vista prático o quadro dos pacientes que se afogam em água doce
102
ou salgada é idêntico, devido à pequena quantidade de fluido que normalmente é
aspirada.
É necessário que o profissional de emergência informe ao médico se o
atendimento ocorreu em água poluída ou contaminada por produtos químicos e qual era
a temperatura da água, pela possibilidade de a hipotermia coexistir com o afogamento.
A maioria dos afogamentos segue um padrão comum, após um período de
pânico, a vítima tenta se manter em apneia enquanto luta para emergir. É frequente a
deglutição de água que causa distensão do estômago e vômitos.
Com a queda da oxigenação, ocorrem respirações involuntárias durante a
submersão e aspirações de quantidade variáveis de água.A passagem de líquido pela
laringe causa, nas fases iniciais, um intenso laringoespasmo (oclusão da glote devido à
contração dos músculos laríngeos) que previne a aspiração de maiores quantidades de
água.
CLASSIFICAÇÕES DO AFOGADO
103
Obs.: É importante lembrar que esta classificação não tem caráter evolutivo.
ABORDAGEM E CONDUTA
104
TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO
http://www.malthus.com.br/mg_02045/02051_b.jpg
FRATURAS DE CRÂNIO
105
intracraniana.
Podem ser classificadas em:
➢ Fraturas, linear ou simples: representam 80% das fraturas de crânio,
são lineares e sem desvio.
➢ Fraturas abertas: localizam-se sob lesões do couro cabeludo e têm
maior potencial para infecção.
➢ Fraturas deprimidas: ocorrem geralmente após lesão de baixa
velocidade com impactos de pequenos objetos. Têm maior potencial para causar lesão
cerebral, pois fragmentos ósseos penetram na massa encefálica.
➢ Fraturas de base de crânio: a presença de sangramento pelo nariz
(rinorragia) ou pelo ouvido (otorragia) indica a possibilidade desta lesão. A equimose
periorbitária (olhos de guaxinim) surge algumas horas após o trauma. A equimose de
mastoide é um sinal tardio (mais de 24 horas após a lesão).
FRATURAS DE CRÂNIO
http://3.bp.blogspot.com/_jttoLB3SPIM/SU6iAm-
otkI/AAAAAAAAABo/6s3FUvXe- s0/s400/Imag007.jpg
LESÕES CEREBRAIS
106
em contato com protuberâncias ósseas, caracteriza-se por áreas de hemorragia no
cérebro. Pode causar déficits permanentes ou se resolver totalmente. As lacerações
cerebrais podem ocorrer nas mesmas situações das contusões cerebrais.
➢ Hematomas intracranianos: existem três tipos de hematomas
(epidurais, subdurais e intracerebrais).
➢ Hematomas epidurais: ocorrem em quase todos os casos de fratura de
crânio, não ocasionando sequelas graves. Criam um aumento da pressão intracraniana
em poucas horas. São responsáveis por 5 a 10% dos óbitos por TCE.
➢ Hematomas subdurais: ocorre quando o sangramento está presente entre
a dura- máter e a aracnoide. Geralmente de natureza venosa, tendo uma velocidade de
expansão menor. Podem ser classificados de acordo com a apresentação clínica em
agudos, subagudos e crônicos.
➢ Hematomas intracerebrais: são causados por dano vascular no
momento do impacto. O quadro clínico depende da região do cérebro que foi afetada.
LESÕES CEREBRAIS
http://hon.nucleusinc.com/imagescooked/28392W.jpg
➢ Avaliar a cena;
➢ Realizar a sequência CAB;
➢ Realizar miniexame neurológico (escala de coma de Glasgow);
➢ Avaliar pupilas (tamanho, simetria, responsividade à luz);
107
➢ Movimentos das extremidades (comparar a simetria entre o lado direito e
esquerdo do corpo);
➢ Transportar rapidamente para o serviço apropriado para reduzir a
gravidade das lesõese diminuir a mortalidade das vítimas.
108
Abertura Ocular Espontânea 4
Ao comando verbal 3
À dor 2
Ausente 1
Localização à dor 5
Flexão hipertônica 3
Extensão hipertônica 2
Sem resposta 1
Desorientado e conversando 4
Palavras inapropriadas 3
Sons incompreensíveis 2
Sem resposta 1
DESMAIO
109
metabólicos ou hipóxia fazem parte desta rotina.
A síncope é um problema frequente, sendo responsável por 1 a 6% de todas as
admissões hospitalares. Cerca de 30% das pessoas têm pelo menos uma síncope nas
suas vidas, em 40% existe recidiva, sobretudo após os primeiros doze meses após o
primeiro episódio.
As causas principais são as alterações vasovagais, ou seja, uma
hipersensibilidade do reflexo vasovagal, ocasionando dor intensa, estresse, emoção. Ou
secundária a fatores cardíacos, como por exemplo, arritmia cardíaca e/ou cardiopatia
obstrutiva ou mais frequentemente devido à alteração da resposta neuromediada do
sistema nervoso autônomo que controla a pressão arterial e a frequência cardíaca.
As outras causas são devido à hipotensão postural, após mudança rápida para
posição de pé e medicamentos como anti-hipertensivos, antiarrítmicos e
antidepressivos, que são os fármacos normalmente associados à perda de consciência.
Na síncope, nem sempre existe uma diferenciação tão clara e os achados de
exames diagnósticos podem ser inespecíficos.
O diagnóstico é baseado na história clínica, no exame clínico e neurológico;
estes itens são necessários para equacionar corretamente o episódio deinconsciência.
São necessários, quando pertinente, diversos exames que vão desde um simples
hemograma e dosagens de glicose até, nos casos mais graves, uma ressonância
magnética.
Casos mais graves, especialmente doenças de origem cardíaca, requerem uma
atenção maior. Enquanto o paciente estiver desmaiado deve ser acomodado deitado, a
cabeça sem angulações e as pernas elevadas.
Há algumas medidas que podem ser realizadas com o objetivo de evitar que uma
pessoa possa desmaiar, são elas:
➢ Se você acha que vai desmaiar, procure deitar-se com as pernas mais
elevadas que a cabeça.
➢ Se não for possível deitar-se, sente-se e abaixe a cabeça até o nível dos
joelhos, pois com este procedimento você consegue aumentar o fluxo de sangue para
seu cérebro.
➢ Procure não se levantar bruscamente, faça-o lentamente, para que sua
frequência cardíaca e pressão sanguínea tenham mais tempo para se ajustar à posição
110
vertical.
➢ Se você começou a tomar alguma medicação nova e acha que seu
desmaio foi ocasionado pela medicação, procure seu médico, pois pode ser necessário
ajustar a dosagem.
➢ Em épocas de altas temperaturas, como verão, passar por muito calor e
umidade, ter sensação de abafamento, ingerir pouco líquido, ficar em pé por um longo
tempo, fazer exercícios e desidratar-se são condições propícias para ocorrer um
desmaio.
Os primeiros socorros para casos de desmaio devem ser tomados até que seja
possível o atendimento especializado. Podemos destacar:
➢ Afastar a vítima de local que proporcione perigo, como por exemplo,
escadas, janelas;
➢ Deitá-la de barriga para cima e elevar as pernas acima do tórax, para que
a cabeça fique mais baixa em relação ao restante do corpo;
➢ Manter a cabeça de lado para facilitar a respiração e evitar aspiração de
secreções;
➢ Afrouxar as roupas;
➢ Manter o local arejado;
➢ Após recobrar a consciência, deve permanecer pelo menos dez minutos
sentada, antes de ficar em pé, pois isso pode favorecer o aparecimento de um novo
desmaio;
➢ Transportar a vítima para atendimento médico.
São atitudes importantes que o socorrista não deve fazer:
➢ Não jogar água fria no rosto, para despertar;
➢ Não oferecer álcool ou amoníaco para cheirar;
➢ Não sacudir a vítima.
CHOQUE ELÉTRICO
O choque elétrico pode ser definido como a passagem de uma corrente elétrica
através do corpo, utilizando-o como um condutor. Esta passagem de corrente pode
causar um susto, porém também pode causar queimaduras, fibrilação cardíaca ou até
mesmo a morte.
111
Por esse motivo deve-se ter muito cuidado na manipulação com tomadas, fios
desencapados e até mesmo a rede elétrica de distribuição de energia, pois são muito
perigosos e com alto poder para eletrocutar uma pessoa.
Costuma-se associar a lesão que o choque pode causar com o nível de tensão,
porém o correto é que depende da intensidade da corrente elétrica que atravessa o corpo
da pessoa durante o choque e do caminho da corrente elétrica pelo corpo.
Certamente que quanto maior for a tensão, maior é a probabilidade de ocorrer
um dano físico à pessoa, tendo em vista que pela lei de Ohm o aumento da corrente é
diretamente proporcional ao da tensão e inversamente proporcional ao da resistência
elétrica
As lesões provocadas pelo choque elétrico podem ser de quatro naturezas, são
elas:
➢ Eletrocussão;
➢ Choque elétrico;
➢ Queimaduras;
➢ Quedas provocadas pelo choque.
ELETROCUSSÃO
O choque elétrico é causado por uma corrente elétrica que passa através do
corpo humano ou de um animal qualquer. O pior choque é aquele que se origina quando
uma corrente elétrica entra pela mão da pessoa e sai pela outra.
Nesse caso, atravessando o tórax, ela tem grande chance de afetar o coração e a
respiração. Se fizerem parte do circuito elétrico o dedo polegar e o dedo indicador de
uma mão, ou uma mão e um pé, o risco é menor.
112
O valor mínimo de corrente que uma pessoa pode perceber é 1mA. Com uma
corrente de 10 mA, a pessoa perde o controle dos músculos, sendo difícil abrir as mãos
para se livrar do contato. O valor mortal está compreendido entre 10 mA e 3 A.
QUEIMADURAS
QUEDA DE ALTURA
PRIMEIROS SOCORROS
113
borracha.
Ao atender uma vítima de choque elétrico é necessário cuidar para não ficar na
mesma situação, portanto deve-se desligar a energia elétrica antes, ou usar alguma
forma de isolamento elétrico, como por exemplo, botas de borracha.
Estando a vítima fora de uma área eletrificada, observa-se se existe algum objeto
obstruindo a passagem do ar pela boca ou nariz, como próteses dentárias ou alimentos,
que devem imediatamente ser retirados.
As queimaduras elétricas geralmente são mais graves do que aparentam, mesmo
aquelas em que o paciente procura ajuda especializada pessoalmente.O corpo, no
choque elétrico, serve como condutor da energia e ao mesmo tempo de resistência
elétrica, causando os danos ao organismo.
Quando internado, é recomendável a passagem de uma sonda vesical para
monitorar a urina, ao mesmo tempo em que ela é estimulada pela hidratação venosa
agressiva com soro fisiológico para proteger o rim, mantendo uma diurese de pelo
menos 100 ml por hora.
FERIMENTOS NO TÓRAX
114
evoluem para o óbito apresentam lesões torácicas.
Os ferimentos podem ser fechados ou penetrantes, dependendo da integridade da
parede torácica. Os fechados podem ser por compressão dos órgãos torácicos ou por
aceleração-desaceleração e são mais frequentes que os penetrantes.
Os ferimentos penetrantes podem ser causados por arma branca ou arma de fogo.
São mais evidentes e a trajetória do projétil ou lâmina pode ser imaginada,
determinando o local de lesões em órgãos. As lesões específicas no traumatismo de
tórax serão abordadas a seguir.
FRATURA DE COSTELA
As fraturas mais comuns são as laterais entre a terceira e oitava costelas. Elas
são longas, finas e pouco protegidas. Fraturas simples isoladas quase nunca trazem risco
de morte.
Podem ser detectadas por dor ao movimento ou palpação e, às vezes, crepitação
local. As fraturas de costelas mais baixas podem ser associadas a lesões do fígado (à
direita) e baço (à esquerda).
115
FRATURA DE COSTELA
http://www.clinicadeckers.com.br/imagens/orientacoes/14_costela_lesionada.jpg
TÓRAX INSTÁVEL
CONTUSÃO PULMONAR
116
hospitalar ou por unidade de suporte avançado.
CONTUSÃO PULMONAR
http://2.bp.blogspot.com/_VMFYTb5Xd00/S-
bQtliz4ZI/AAAAAAAAAC0/mV0TKoBIUFg/s1600/trauma+perfurocortante+t%C3%
B3rax+3.jpg
PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO
117
PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO
http://2.bp.blogspot.com/_3TLnErjyzOc/Sh84GwPdZpI/AAAAAAAAAKI/4Bd
uH-cM3U/s400/pneumotorax.jpg
PNEUMOTÓRAX ABERTO
CONTUSÃO CARDÍACA
118
CONTUSÃO CARDÍACA
http://www.medicinageriatrica.com.br/wp-
content/uploads/2007/05/traumacard.JPG
TRATAMENTO E CONDUTA
➢ Avaliação da cena;
➢ Realizar a sequência CAB;
➢ Conter hemorragias;
➢ Contato com o serviço de resgate;
➢ Transporte imediato para centro de saúde de referência.
FERIMENTOS NO ABDÔMEN
119
valoriza o potencial de dano causado pelo acidente, sobretudo no trauma contuso.
A completa ausência de sintomas e sinais locais não descarta a possibilidade de
trauma abdominal. Os traumatismos podem ser fechados ou penetrantes, dependendo da
integridade da parede abdominal.
TRAUMATISMOS FECHADOS
TRAUMATISMOS FECHADOS
http://www.famema.br/gallery2/main.php?g2_view=core.DownloadItem&g2_ite
mId=102&g2_serialNumber=2
TRAUMATISMOS PENETRANTES
120
http://2.bp.blogspot.com/_wj8si01CvYk/Sogkkir9hhI/AAAAAAAAAOE/-
v9h91icly4/s400/DSC00665.JPG
PRIMEIROS SOCORROS
➢ Avaliar a cena;
➢ Realizar a sequência CAB;
➢ Administração de oxigênio;
➢ Imobilização rápida;
➢ Acesso venoso e infuso de soro (somente com supervisão e/ou orientação
médica);
➢ Transporte imediato para o centro de saúde de referência.
ENVENENAMENTO OFÍDICO
121
gêneros, que descreveremos a seguir.
Micrurus (Corais)
Conhecidas vulgarmente como Corais. São encontradas nas regiões Centro-
Oeste, Sul e Nordeste. A ação do veneno das Corais no organismo é muito rápida, de
grande potência e mortal, se não for cuidado a tempo. Por isso, os sintomas e sinais
aparecem em questão de minutos. São eles:
➢ Dificuldade em abrir os olhos;
➢ “Cara de bêbado”;
➢ Falta de ar;
➢ Dificuldade em engolir;
➢ “Formigamento” e “adormecimento”;
➢ Insuficiência respiratória aguda.
CORAL
http://www.zoopets.com.br/serpentes/Advertencia_Micrurus%20decoratus_1_Ot
avio%20Marques.jpg
Crotalus (Cascavéis)
122
➢ Dificuldade de abrir os olhos;
➢ “Cara de bêbado”;
➢ Visão dupla;
➢ Visão turva;
➢ Dor muscular;
➢ Sensação de formigamento no membro afetado;
➢ Dificuldade para falar.
➢ Escurecimento da urina.
CASCAVEL
http://s190.photobucket.com/albums/z257/americanwildlife/Reptile/Crotalus_en
yo.jpg>.
Bothops (Jararacas)
123
➢ Bolhas;
➢ Gangrenas;
➢ Abscesso;
➢ Insuficiência renal aguda.
JARARACA
http://3.bp.blogspot.com/_r8CAcPTrVU8/Sd_0deOoM4I/AAAAAAAABk4/pU
RnF- e6sgY/s1600/c_jararaca1.jpg
Lachesis (Surucucus)
SURUCUCU
124
http://www.achetudoeregiao.com.br/animais/gif_animal/cobras.gif/surucucu1.jp
g
Conduta
➢ Realize o exame primário;
➢ Procure identificar o animal agressor, porém não perca tempo em fazer
isto, se o capturar, leve-o morto para o hospital;
➢ Avalie os sinais vitais;
➢ Limpe o local da picada com água;
➢ Administre oxigênio;
➢ Mantenha o paciente deitado;
➢ Em caso de acidente com Botrópico (Jararaca), e se a vítima estiver com
edemas no membro, eleve o membro para aliviar o edema;
➢ É importante que se faça um círculo em volta do local da picada com uma
caneta, a fim de marcar o local da inoculação do veneno;
➢ Trate o choque, caso necessário;
➢ Transporte para um centro de saúde de referência.
125
ARANHAS
http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/aranha_loxosceles_gaucho1.jpg
Reconhecimento
126
➢ Entorpecimento e formigamento no membro afetado;
➢ Espasmo do músculo do maxilar causando dificuldade para abrir a boca;
➢ Choque;
➢ Edema.
ESCORPIÃO
http://www.hospvirt.org.br/enfermagem/imagens/escorp.jpg>.
Ferimentos oculares são mais comuns do que podemos imaginar. Muitos podem
até ser de pouca importância, mas se não forem tratados de forma rápida e adequada
podem levar a complicações que ameaçam a visão.
Pode haver lesões sérias, e até mesmo com o cuidado de médicos
oftalmologistas, a visão pode ser perdida.
127
http://4.bp.blogspot.com/_1xcCviN1G4Q/S5w-LR-
E2bI/AAAAAAAAADw/JeUwwK0KIUo/s320/faca+no+olho.jpg>.
A proteção dos olhos é uma necessidade urgente, e imperativa, não apenas pelo
desejo de bem-estar dos indivíduos, mas também por razões de ordens
socioeconômicas, como o aumento da produtividade.
Com o aumento da industrialização e a diminuição das medidas profiláticas, os
acidentes oculares de trabalho têm ocorrido com uma frequência cada vez maior, sendo
necessárias medidas eficazes para preveni-los e evitá-los.
Tais acidentes são responsáveis, muitas vezes, por gerar incapacidade e
limitações nos indivíduos, por provocarem cegueira. Nos Estados Unidos, ocorrem
cerca de mil acidentes oculares de trabalho por dia, apesar de todo um esforço na sua
prevenção.
Por ser a visão o sentido mais importante, os olhos são extremamente essenciais
para o operário e lesões mínimas podem impossibilitá-lo para o trabalho.É importante
ressaltar que aproximadamente 98% dos acidentes são evitáveis, ou seja, a cada cem
acidentes, apenas dois deveriam acontecer.
Dentre eles, podemos citar:
➢ Produtos de limpeza, como desinfetantes, detergentes e alvejantes;
➢ Inseticidas;
➢ Objetos pontiagudos como tesouras, facas, garfos e agulhas;
➢ Líquidos inflamáveis;
128
➢ Produtos com temperaturas elevadas, tais como, fósforo, óleo para fritura;
➢ Plantas domésticas que liberem substâncias (coroa-de-cristo, etc.), entre
outros.
129
A caixa deve conter o seguinte:
➢ Fitas adesivas;
➢ Almofadinhas de gaze estéril comum e do tipo sem adesivo;
➢ Faixas especiais para estancar ferimentos leves;
➢ Sabão, uma barra pequena, para limpar as feridas;
➢ Toalhinhas ou compressas com álcool;
➢ Faixa elástica;
➢ Faixa triangular;
➢ Agulha e pinça;
➢ Tesouras pequenas.
130
http://www.carajas.com/wiki/images/a/a2/Embox.jpg>.
CORPOS ESTRANHOS
http://www.saudenoclique.com.br/wp-content/uploads/2010/02/loesoes-
olhos2.jpg
Quando um corpo estranho atinge os olhos, as seguintes providências devem ser
131
tomadas:
➢ Piscar os olhos para permitir que as lágrimas lavem e removam pequenas
partículas;
➢ Não tente retirá-lo;
➢ Não esfregue os olhos com os dedos;
➢ Coloque pálpebra sobre pálpebra e irrigue o olho com soro fisiológico,
água limpa com conta gotas, ou embaixo de uma torneira (abrir pouco) deixando a água
escorrer sobre o olho atingido;
➢ Quando o corpo estranho estiver na esclera do olho e for terra ou areia,
tentar retirar delicadamente com um cotonete;
➢ Se o corpo estranho estiver fixo ao globo ocular não tente retirá-lo,
coloque uma compressa ou pano limpo cobrindo os dois olhos para evitar movimentos
conjugados e leve a vítima ao hospital imediatamente;
➢ Se o objeto estiver cravado no olho, não tente retirá-lo, cubra-os e procure
ajuda médica;
➢ Se não for possível fechar os olhos, cubra-os com um cone de papel
grosso e procure ajuda médica imediata.
http://www.saudenoclique.com.br/wp-content/uploads/2010/02/loesoes-
olhos2.jpg
132
Quando um corpo estranho estiver no nariz, as seguintes providências devem ser
tomadas:
➢ Tente expelir o ar pela narina com corpo estranho fazendo certa pressão
com a boca fechada e o outro lado comprimido com o dedo;
➢ Instrua a vítima para que ela respire pela boca;
➢ Não introduza instrumentos como arames, palitos, grampos ou pinças nas
narinas.
http://static.hsw.com.br/gif/human-blockhead-2.jpg
133
➢ Tentar Manobra de Heimlich em pé ou se a vítima desmaiar;
➢ Não obtendo sucesso, realize respiração boca a boca com a vítima deitada
em decúbito dorsal até chegada de socorro médico.
➢ Cuidados: nunca tente puxar os objetos da garganta ou abrir a boca para
examinar o seu interior. Deixe a pessoa tossir com força, este é o recurso mais eficiente
quando não há asfixia. Se o objeto tem arestas ou pontas e a pessoa reclamar de dor,
procure um médico. Se a pessoa não consegue tossir com força, falar ou chorar, é sinal
de que o objeto está obstruindo as vias respiratórias, o que significa que há asfixia.
<http://3.bp.blogspot.com/_3X_vmcDQ1Rc/S7dZoFkJ3oI/AAAAAAAABVQ/J
Y4rvv9MiJM/s1600/IMG_0092.JPG>.
134
REFERÊNCIAS
135
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WWW.VENES.COM.BR