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HISTÓRIA E TEORIA DA
ARQUITETURA BRASILEIRA
AS INVASÕES ESTRANGEIRAS...................................................................................................................................................................................................................................................................................................11
OS INVASORES HOLANDESES....................................................................................................................................................................................................................................................................................................13
O ADOBE .......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................18
OS JESUÍTAS E OS FRANCISCANOS...............................................................................................................................................................................................................................................................................................20
MARIANA.....................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................27
TIRADENTES.................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................28
SABARÁ .......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................31
DIAMANTINA..............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................32
ARQUITETURA MILITAR...............................................................................................................................................................................................................................................................................................................35
SUMÁRIO
OS ARQUITETOS ENGENHEIROS E SUAS PRODUÇÕES...................................................................................................................................................................................................................................................................36
SEMINÁRIOS
MARCELO (1908-1964)......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................60
MILTON (1914-1953).........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................60
MAURICIO (1921-1996).....................................................................................................................................................................................................................................................................................................................60
GLOSSÁRIO ARQUITETÔNICO....................................................................................................................................................................................................................................................................................................79
BIBLIOGRAFIA...........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................145
REFERÊNCIAS..............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................146
INTRODUÇÃO
Este trabalho foi realizado por
Júlia Alves Costa e Murilo
Guedes Versiani, com objetivo de
registrar os conteúdos referentes
a disciplina de História e Teoria
da Arquitetura Brasileira,
apresentados durante o primeiro
semestre letivo de 2021 e
lecionado pelo Professor Cézar
Augusto Simão.
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A ECONOMIA NO PERÍODO COLONIAL
Os invasores franceses
Desde a chegada dos portugueses no Brasil, em 1500, os territórios recém-descobertos despertaram grandes interesses de outros povos
europeus. A França foi o primeiro reino europeu que contestou o Tratado de Tordesilhas (1494), que dividiu as terras descobertas na
América entre Portugal e Espanha. O litoral brasileiro era constantemente frequentado pelos franceses desde o período da extração do
pau-brasil. Os franceses, nessa época, mantinham permanentes contatos com os povos indígenas e dessa relação articulavam acordos e
alianças com esses povos.
Os invasores holandeses
Entre 1630 e 1637, os holandeses estenderam o seu domínio pelo Nordeste brasileiro e
conquistaram regiões como a Paraíba e o Rio Grande do Norte. Para isso, contaram com a
preciosa ajuda de um colono chamado Domingo Fernandes Calabar. O conhecimento que ele
tinha da terra foi crucial para o sucesso dos holandeses.
A partir de 1637, foi enviado pela WIC o alemão Maurício de Nassau para administrar a
colônia holandesa. Ele era um militar e foi indicado para assumir o cargo e aqui permaneceu
até 1643. Maurício de Nassau realizou inúmeras ações para o desenvolvimento da colônia. Ele
procurou recuperar a economia açucareira de Pernambuco ao vender engenhos que tinham
sido abandonados durante a guerra entre portugueses e holandeses e procurou estabelecer
algumas normas para a melhoria da vida, como a obrigatoriedade de se plantar mandioca,
proibição de se jogar lixo nas ruas, entre outras medidas
Ele também incentivou a vinda de cientistas e artistas para o Brasil. Os cientistas promoveram
uma série de estudos sobre a fauna e a flora locais, assim como estudaram doenças tropicais Maurício de Nassau
que atingiam a população. Os artistas, por sua vez, retrataram o modo de vida local, alguns Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o
_Maur%C3%ADcio_de_Nassau
retratando paisagens do cotidiano, enquanto outros retratavam indígenas e escravos que
habitavam a região. 13
OS PINTORES VIAJANTES
Muitos são os artistas viajantes que passam pelo Brasil desde o período colonial;
cabe destacar os mais importantes em relação às obras produzidas. O governo de
Maurício de Nassau em Pernambuco, de 1636 a 1645, é responsável por fontes
iconográficas fundamentais a respeito do Brasil holandês. Entre os artistas que
documentam o país nesse contexto encontram-se os holandeses Albert Eckhout
(ca.1610-ca.1666) e Frans Post (1612-1680), contratados para integrar a comitiva de
Nassau.
De sua vasta obra documental é possível lembrar Engenho de Açúcar, s.d., Vista da
Ilha de Itamaracá, 1637, e Mocambos, 1659. Eckhout trabalha com telas de grandes
dimensões, além de fazer desenhos e esboços. Fauna, flora e tipos humanos são por
ele registrados em: Homem Mestiço, s.d., Dança dos Tarairiu [Tapuias], s.d., Índia
Tupi, 1641, Abacaxi, Melancia e Outras Frutas, s.d., entre outros. Ainda no período
colonial, vale mencionar a "Viagem Filosófica", chefiada por Alexandre Rodrigues
Ferreira, responsável por uma série de expedições ao interior do país, com fins
botânicos, zoológicos, mineralógicos e etnográficos. Dessa expedição resultam
Índios Caçando e Lutando, Frans Post 1667, óleo sobre madeira. 57.80 cm x 72.50 cm
desenhos e aquarelas de autoria de Joaquim José Codina (s.d.-1790) e José Joaquim 15
Fonte: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra24412/indios-cacando-e-lutando
Freire (1760-1847).
OS PINTORES VIAJANTES
Integra também a missão austríaca Thomas Ender (1793-1875), responsável por diversos desenhos da região do Rio de Janeiro e da província de São
Paulo, por exemplo, Vista da Tijuca e O Catete e o Vale das Laranjeiras.
O pintor Johann Moritz Rugendas (1802-1858) registra o périplo da missão em Viagem Pitoresca pelo Brasil, 1834; o pintor Adrien Taunay (1802-
1828), por sua vez, realiza paisagens e descreve aspectos da vida social bororo (Agrupamento dos Índios Bororo do Acampamento Chamado Pau-
Seco, entre os Rios Paraguai e Jauru, 1827). Da expedição Thayer, 1865-1866, chefiada pelo naturalista Louis Agassiz (1807-1873), que percorre o país
em 1865, ficam as paisagens amazônicas de autoria de Jacques Burckhardt (1808-1867) - como, Paisagem Brasileira, Manaus, 1865, - e a série Peixes
Brasileiros, 1865.
Bairro das Laranjeiras, Thomas Ender , 1817 - 1818, aquarela sobre lápis. 25.20
cm x 40.20 cm. Danse Batuca, Rugendas, 1835, litogravura.
Fonte: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra60917/gegend-von- Fonte: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra2992/batuque
laranjeiras-bairro-das-laranjeiras
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OS PRIMEIROS MÉTODOS CONSTRUTIVOS:
Os mucambos do Nordeste
Mucambos são construções artesanais, de frágil constituição, destinadas ao uso residencial.
Apresenta diferenças no Brasil mais de natureza regional, conforme o material empregado
na sua construção - folha de buriti, palha de coqueiro, palha de cana, capim, sapé, lata velha,
pedaços de flandres ou de madeira, cipó ou prego - do que de tipo, numas regiões mais
africano, noutras mais indígena.
Definido como o tipo de casa popular mais primitivo do Nordeste, varia com a diversidade
da vegetação e serviria como ilustração dos processos ecológicos do homem com o meio,
tanto no sentido mais imediato, de obtenção de sua matéria-prima, como no sentido dado
pela Escola Sociológica de Chicago, ou seja, em sua relação com fenômenos tais como
competição, seleção, mobilidade e recesso. Identifica e delimita quatro grandes zonas – as da
carnaúba, do buriti, da barriguda e do coqueiro da índia – onde o tipo de mucambo
acompanharia a presença de tais espécies.
Moradia de Negros (1835)
Fonte: http://humbertoosousa.blogspot.com/2013/04/privacidade-
Nas construções mais primitivas, sem pregos, o cipó ou corda vegetal junta os componentes. amor-em-cativeiro.html
O mucambo, segundo Freyre, teria várias qualidades. A iluminação e ventilação se davam
por aberturas na empena, melhor do que por meio de janelas, o que, somado ao isolamento
térmico da cobertura, lhe daria superioridade no desempenho climático. E, esteticamente,
seria artisticamente honesto, com linhas simples e economia de ornamentos. 17
OS PRIMEIROS MÉTODOS CONSTRUTIVOS:
O Adobe
O adobe é um material vernacular, ou seja, os recursos e matéria-prima utilizados são
‘retirados’ do próprio local onde foi construído o adobe, usado na construção civil. É
considerado um dos antecedentes históricos do tijolo de barro e seu processo construtivo
é uma forma rudimentar de alvenaria. Adobes são tijolos de terra crua, água e palha e
algumas vezes outras fibras naturais, moldados em fôrmas por processo artesanal ou semi
industrial.
Apesar da redução no uso do adobe, este ainda é usado em várias regiões do Brasil,
principalmente no norte e nordeste. Também em Minas Gerais e Goiás é possível
encontrar muitas casas em adobe. Infelizmente muitas casas populares de adobe são Construção com tijolos de adobe
Fonte: https://www.youtube.com/watch?
construídas sem os cuidados necessários (especificados acima) gerando rápida degradação v=2jB1uB7gp1c&ab_channel=SitioJo%C3%A3odeBarro
do material e conferindo a impressão de ser o adobe um material ineficiente. 18
AS MISSÕES RELIGIOSAS QUE VIERAM AO BRASIL
Uma das diferenças das organizações religiosas é que seus integrantes podem ser homens
comuns da sociedade. Ou seja, não precisam necessariamente serem ordenados sacerdotes.
O aparecimento dessas organizações facilitou o trabalho de cristianização do mundo rural. Nos tempos medievais, houve uma expansão de grupos
monásticos e aparecimento de grupos de frades mendicantes.
As organizações têm a sua própria hierarquia e títulos. Esses cargos tomados em conjunto constituem o clero e no rito ocidental só podem ser
ocupados, normalmente, por homens solteiros.
As instituições mais antigas são as dos Beneditinos e dos Franciscanos, que possuem monastérios e conventos, objetivos e devoções diferenciados.
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AS MISSÕES RELIGIOSAS QUE VIERAM AO BRASIL
Franciscanos: ordem criada como uma Ordem de Irmãos, que assumiam a missão de
viver e pregar o evangelho. Não era uma ordem clerical --composta por sacerdotes.
O próprio são Francisco não quis ser sacerdote e os primeiros frades também não
tinham esse objetivo. Desde o início, muitos sacerdotes entraram para a ordem. Mais
tarde, devido às necessidades da igreja, a maioria dos frades passou a se ordenar. Mas Brasão do Ministro Geral da Ordem dos
até hoje a ordem possui frades sacerdotes e não sacerdotes, cada um exercendo a sua Frades Menores
função. Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ordem_dos_F
rades_Menores
Clarissas: ordem religiosa feminina por são Francisco: a Ordem de Santa Clara. A
primeira religiosa franciscana foi a jovem Clara Offreduccio, mais tarde chamada de
santa Clara de Assis. As irmãs clarissas vivem um estilo de vida contemplativa, sendo
enclausuradas. Não têm, normalmente, uma atividade pública no meio do povo,
dedicando-se mais à oração, à meditação e aos trabalhos internos dos mosteiros.
Jesuítas: ordem religiosa fundada por Inácio de Loyola no século 16, também
conhecida pelo nome de Companhia de Jesus. Em 1539, Inácio e companheiros
decidem formar uma união permanente, fazendo um voto de obediência a um Simbolo da Companhia de Jesus no Brasil
superior, em adição aos votos de pobreza, castidade e obediência. Em 1540, o papa Fonte:
http://www.terraboa.blog.br/2014/04/simbolo-
Paulo 3º aprova o plano de uma nova ordem e Loyola foi escolhido o supervisor- da-companhia-de-jesus-no-brasil.html
geral dos jesuítas. A Companhia de Jesus se desenvolveu rapidamente e se espalhou
pelo mundo. 20
AS MISSÕES RELIGIOSAS QUE VIERAM AO BRASIL
Carmelitas: seu nome é uma referência ao local Monte Carmelo --cadeia de montanhas
localizado na Palestina--, berço da Ordem do Carmo, surgida por volta de 1200. Em 1562, santa
Teresa D’Ávila reformou o Carmelo Feminino e, em 1568, com a ajuda de são João da Cruz,
reformou também o ramo masculino, nascendo assim, a Ordem dos Carmelitas Descalços.
Entre os princípios dos carmelitas está a simplicidade, com a busca da solidão e da oração, e
seguindo Jesus.
Beneditinos: a Ordem de São Bento foi fundada na Itália por são Bento de Núrsia (480-547).
Brasão Beneditinos. Ordem de São Bento (Ordo Sancti Benedicti), Abadia
Os primeiros beneditinos a chegar ao Brasil saíram de Portugal em 1581 e se instalaram em de Monte Cassino, em 529
Salvador (BA). Os monges beneditinos chegaram à São Paulo em 1598. O frei Mauro Teixeira Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ordem_de_S%C3%A3o_Bento
foi o primeiro beneditino a chegar à São Paulo. Após a morte de seus familiares pelos índios
tamoios, num ritual de canibalismo, ele entrou no Mosteiro de São Bento da Bahia. Em
seguida, foi enviado para São Paulo para formar o núcleo inicial da presença dos beneditinos
na cidade.
Maristas: congregação criada por são Marcelino Champagnat Marcelino José Bento
Champagnat, na França. Aos 27 anos, o então padre Marcelino criou a "Congregação dos
Irmãozinhos de Maria", berço dos Irmãos Maristas. Os primeiros irmãos eram jovens
camponeses, a maioria entre 15 e 18 anos de idade. Mais tarde, ele abriu escolas em pontos
distantes da França. A missão dos maristas é "tornar Jesus Cristo conhecido e amado". Entre os Brasão Carmelitas. Ordem dos Irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria do
pontos da concepção marista estão a simplicidade, o espírito de família, o amor ao trabalho e a Monte Carmelo
Fonte: https://www.ocarm.org/en/
devoção a Maria. 21
OS GENIAIS ARQUITETOS BARROCOS
Manuel Francisco Lisboa, era um arquiteto português. Foi responsável pela construção
de pontes, igrejas e chafariz em Minas Gerais. Entre as suas obras de maior destaque está
a Igreja Nossa Senhora da Conceição, relevante por suas proporções e pela qualidade de
sua arquitetura.
Mas a genialidade que atravessou séculos pertenceu ao seu filho, Antônio Francisco
Lisboa. Com traços próprios, característicos pela força do olhar e anatomia distorcida,
Aleijadinho produziu uma arte barroca e expressionista única. A igreja de São Francisco
de Assis é considerada a sua obra prima. Seu tamanho reduzido é intimista e suas torres Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, Pça. Antônio Dias, 09, Ouro Preto - MG.
circulares são sem precedentes até então. No interior há um teto de Manuel de Castro Fonte: https://guia.melhoresdestinos.com.br/igreja-matriz-de-nossa-senhora-da-
Ataíde, outro grande representante do barroco mineiro. conceicao-206-5818-l.html
É impressionante ver as obras abrigadas pelas capelas, todas as 66 peças que compõem as
cenas foram esculpidas em cedro, entre 1796 e 1799. As figuras são inspiradas no
conjunto do Santuário do Bom Jesus do Monte, em Braga, Portugal.
Fachada da Basílica do Senhor Bom Jesus de Motosinhos
Fonte: https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2018/06/23/interna_gerais,968867/basilica-
do-senhor-bom-jesus-de-matosinhos-e-reaberta-ao-publico.shtml 22
OS GENIAIS ARQUITETOS BARROCOS - ALEIJADINHO
Biografia Aleijadinho
Aleijadinho (1738-1814) foi um escultor, entalhador e arquiteto do Brasil colonial. Suas
obras estão espalhadas pelas cidades de Ouro Preto (antiga Vila Rica), Tiradentes, São
João Del-Rei, Mariana, Sabará, Morro Grande e Congonhas do Campo.
Antônio Francisco Lisboa, conhecido como Aleijadinho, nasceu em Vila Rica, hoje Ouro
Preto, Minas Gerais, no dia 29 de agosto de 1738, segundo a maioria dos biógrafos.
Filho do português Manuel Francisco Lisboa, que chegou a Minas Gerais em 1724 e logo
encontrou trabalho de carpinteiro e escultor. Dois anos depois, se casou com Antônia,
que lhe deu quatro filhos. Em 1738, nasce Aleijadinho, filho de Francisco e de sua escrava
Isabel.
Aleijadinho estudou as primeiras letras, latim e música, com os padres de Vila Rica. Teve
como mestre nas artes os portugueses João Gomes Batista e Francisco Xavier de Brito.
Aprendeu a esculpir e entalhar ainda criança, observando o trabalho de seu pai que
esculpiu em madeira uma grande variedade de imagens religiosas, e de seu tio Antônio Suposto retrato póstumo de Aleijadinho realizado por Euclásio Ventura no século XIX. Abaixo,
sua assinatura.
Francisco Pombal, importante entalhador de Vila Rica. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Aleijadinho
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OS GENIAIS ARQUITETOS BARROCOS - ALEIJADINHO
Contexto Histórico
Em Minas gerais, na primeira metade do século XVIII, as construções religiosas
eram, sobretudo, de igrejas paroquiais e, para evitar o contrabando de ouro o
governo impôs que só permanecessem na capitania os padres que realmente
prestavam assistência aos paroquianos.
Foi na época do ouro em Minas Gerais que Aleijadinho desenvolveu suas atividades
de escultor entalhador e projetista. Suas talhas, estátuas e seus projetos, em estilo
Barroco e Rococó, estão presentes em construções religiosas de várias cidades
mineiras:
A rampa que conduz ao Santuário de Bom Jesus está ladeada por seis capelas "Capelas dos Passos" onde
abrigam 66 imagens, em cedro, em tamanho natural, representando as cenas da Paixão de Cristo, entre elas:
Cristo Carregando a Cruz. A obra é considerada o principal conjunto de imagens do Barroco brasileiro.
O artista projetou a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Assis, em Ouro Preto (1766), elaborou o
frontispício, a pia batismal, as imagens das três pessoas da Santíssima Trindade e dos anjos que adornam o
altar principal.
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A FUNDAÇÃO E AS CONSTRUÇÕES DAS PRIMEIRAS CIDADES NA ESTRADA REAL
Ouro Preto
Sua origem data da última década do século 17, com a descoberta do ouro no leito de um
córrego, fato que atraiu centenas de bandeirantes paulistas e fez a riqueza da região por
quase um século. Na aparência, eram pedras de superfície escura, daí o nome ouro preto.
Depois de fundido, revelava-se o amarelo.
Para a história do Brasil, Ouro Preto apresenta grande relevância como palco da
Inconfidência Mineira, o principal movimento de contestação à metrópole portuguesa,
ocorrido em 1789. A traição de um de seus integrantes levou a Coroa a descobrir a
conspiração em Vila Rica, reprimindo-a duramente. Considerado o principal líder
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/670754938239173781/
insurgente, o alferes Joaquim José da Silva Xavier, apelidado de Tiradentes, acabou
enforcado e esquartejado no Rio de Janeiro, em 21 de abril de 1792.
Ali, projetaram-se dois dos maiores artistas do período colonial brasileiro: o arquiteto,
escultor e entalhador Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, e o pintor Manuel da Costa
Athaíde. A arquitetura religiosa do período leva a marca da ostentação e do luxo, como
pode ser observado nas igrejas de Nossa Senhora do Pilar, São Francisco de Assis, Nossa
Senhora do Rosário e de Santa Efigênia. Uma das soluções originais deu-se com o largo
Mariana
Mariana é a primeira cidade de Minas Gerais e foi criada no período colonial, por efeito das
expedições bandeirantes no século 17, em busca de ouro e pedras preciosas. Localizada na
região Central do Estado, sua ocupação começou em 16 de julho de 1696, quando as
bandeiras de Salvador Fernandes Furtado de Mendonça e Miguel Garcia chegaram ao
ribeirão do Carmo.
A área era rica em ouro, que surgia no leito do ribeirão, nas encostas e nos morros. Mariana
possuía valor estratégico para a Coroa, tanto que recebeu este nome em deferência a D.
Maria Ana D'Áustria, mulher de D. João 5º, rei de Portugal. Além de primeira cidade,
ocupa a posição de primeira capital e primeira sede do bispado em Minas Gerais. Sua forte
tradição religiosa, mantida através dos séculos, vem desde seu início e passa pela fundação
do Seminário Menor.
Já em 1743, o governo português enviou o engenheiro militar José Fernandes Alpoim para
desenhar a planta da cidade, o que a transformou na primeira localidade de Minas Gerais a
ter um planejamento urbano. Seu desenho urbano é formado por uma sucessão de praças,
igrejas e capelas, que revelam aspectos característicos do barroco, estilo dominado por
curvas, visão em profundidade e gosto pelos contrastes claro e escuro. Essa arquitetura está
representada na praça Minas Gerais, onde ficam as igrejas de São Francisco de Assis e de
Nossa Senhora do Carmo, uma ao lado da outra, fato raro na história das construções Rua de Mariana
religiosas. Fonte: https://br.pinterest.com/pin/800233427512517233/
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A FUNDAÇÃO E AS CONSTRUÇÕES DAS PRIMEIRAS CIDADES NA ESTRADA REAL
Tiradentes
A Cidade de Tiradentes foi fundada por volta de 1702, quando os paulistas descobriram
ouro nas encostas da Serra de São José, dando origem a um arraial batizado com o nome de
Santo Antônio do Rio das Mortes. O arraial posteriormente, passou a ser conhecido como
Arraial Velho, para diferenciá-lo do Arraial Novo do Rio das Mortes, a atual São João del
Rei. Em 1718 o arraial foi elevado à vila, com o nome de São José, em homenagem ao
príncipe D. José, Futuro rei de Portugal, passando em 1860, à categoria de cidade. Durante
todo o século XVIII, a Vila de São José viveu da exploração de ouro e foi um dos
importantes centros produtores de Minas Gerais.
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A FUNDAÇÃO E AS CONSTRUÇÕES DAS PRIMEIRAS CIDADES NA ESTRADA REAL
Tiradentes
Ainda existem na cidade excelentes exemplares de arquitetura civil do
século XVIII, como o Sobrado Ramalho, nos quatro cantos: o Sobrado
do Aimorés Futebol Clube: na Rua Direita: o Prédio da Prefeitura com
suas sacadas de ferro batido e sótão: a casa nº 114 da Rua Padre Toledo,
com forros pintados, representado os cinco sentidos; a casa do Largo do
Ó nº 1 com forros pintados e três casas com antigas janelas de rótula, na Igreja São Francisco de Paula - Tiradentes
Fonte:
Rua direita. https://www.tripadvisor.com.br/Attractio
ns-g737098-Activities-c47-t175-
Tiradentes_State_of_Minas_Gerais.html
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A FUNDAÇÃO E AS CONSTRUÇÕES DAS PRIMEIRAS CIDADES NA ESTRADA REAL
Rei, que se fixou às margens do rio das Mortes, localidade a que chamavam de Del/MG.
Fonte:
Porto Real da Passagem. A ele se atribui a descoberta do ouro, em 1792. Ali, https://pt.wikipedia.org/wiki/Catedral_
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A FUNDAÇÃO E AS CONSTRUÇÕES DAS PRIMEIRAS CIDADES NA ESTRADA REAL
Sabará
Uma das mais tradicionais cidades mineiras, Sabará foi importante na época da exploração
do ouro em Minas Gerais. Sua descoberta é contestada entre historiadores. Não há
consenso de que o bandeirante paulista Manoel de Borba Gato tenha sido o desbravador da
região. Alguns especialistas apontam Manoel Afonso Gaia como o primeiro povoador.
Certo é que Borba Gato fundou a então Vila Real de Nossa Senhora da Conceição de
Sabarabussu, em 1711.
A vila foi um dos maiores produtores de ouro da Coroa portuguesa, tanto que recebeu a
Casa da Intendência para a cobrança do quinto (o imposto de 20% que o governo português
cobrava de toda a extração mineral na colônia). A produção era tanta que a cidade
alcançou prestígio e riqueza. Recebeu, como prova, de d. Pedro 1º o nobre título de
fidelíssima, em 1823. Em 6 de março de 1838, foi elevada à categoria de cidade, quando
recebeu o nome de Sabará. Em virtude da sua alta produção de ouro, a cidade possui rico
acervo sobre o período, em museus e igrejas.
Sabará conserva muita história em suas ruas, principalmente no centro da cidade. Casarões,
igrejas e capelas setecentistas encantam os visitantes pela sua imponência. No Conjunto Capela de Nossa Senhora do Ó
Arquitetônico da Rua D. Pedro II, o Solar do Padre Correa é destaque e já hospedou Fonte: https://www.fragatasurprise.com/2012/07/sabara-minas-
ninguém menos que D. Pedro I e D. Pedro II. Construído em 1773, ele possui escadarias de gerais.html
madeira de jacarandá, talha da terceira fase do barroco mineiro e funciona como prefeitura
da cidade.
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A FUNDAÇÃO E AS CONSTRUÇÕES DAS PRIMEIRAS CIDADES NA ESTRADA REAL
Diamantina
A cidade de Diamantina teve sua formação com a descoberta e exploração do ouro no vale
do córrego do Tijuco, em 1713, pela bandeira liderada por Jerônimo Gouveia que, partindo
do Serro, acompanhou o curso do rio Jequitinhonha até atingir a confluência do córrego
Pururuca e Rio Grande. Os primeiros povoados se instalaram no lugar denominado
Burgalhau (hoje Rua do Burgalhau, Rua do Espírito Santo e Beco das Beatas), mas o
crescimento do povoado se deu a partir de 1720 em decorrência da descoberta do diamante.
Arquitetura Religiosa
Os primeiros templos religiosos construídos no Brasil seguiam o estilo tardo-renascentista
ou maneirista português, conhecido como estilo chão. Esta estética caracteriza-se pelas
fachadas compostas por figuras geométricas básicas, frontões triangulares, janelas próximas
ao quadrado e paredes marcadas pelo contraste entre a pedra e as superfícies brancas, de
caráter bidimensional. A decoração é escassa e circunscrita em geral aos portais, ainda que
os interiores são ricos em altares, pinturas e azulejos.
Assim, as primeiras igrejas brasileiras têm nave e capela-mor de planta retangular, com
uma ou três naves, janelas simples e uma fachada retangular ou quadrada encimada por um
frontão triangular, podendo ter uma ou duas torres laterais. Ao longo do século XVII
aparecem frontões adornados com volutas de caráter maneirista. Nessa primeira fase, os
principais modelos das igrejas coloniais foram as igrejas de São Roque e São Vicente de
Fora de Lisboa.
Hoje em dia restam poucos exemplos da arquitetura quinhentista no Brasil, uma vez que
boa parte das edificações mais antigas foi ou destruída ou muito alterada. Exemplos raros
de arquitetura religiosa quinhentista são a Igreja Matriz de São Cosme e São Damião de
Igarassu (começada em 1535 e depois reformada) e a Igreja da Graça em Olinda, construída
no último quartel do século XVI, com uma fachada maneirista inspirada na Igreja de São
Igreja de São Francisco de Assis
Roque de Lisboa. O arquiteto desta última, irmão Francisco Dias, havia trabalhado na
Fonte: http://www.mineirosnaestrada.com.br/igrejas-ouro-preto/
construção da igreja lisboeta e projetou outras igrejas jesuítas no Brasil com arquitetura
similar. 33
OS DIVERSOS TIPOS E MODELOS DA ARQUITETURA COLONIAL
Arquitetura Civil
A casa urbana no Brasil colonial seguia um único padrão, determinado por questões
parcelárias, tectônicas e ambientais. Quanto ao sistema parcelário, o lote urbano era
sempre estreito e profundo, variando a largura de 5 a 8 metros.
Não se concebiam casas urbanas recuadas e com jardins. As casas eram alinhadas pela divisa
frontal e geminadas nos dois lados (casas em correnteza), criando a chamada rua corredor.
Isto em parte se deve à precariedade das técnicas construtivas. Sabendo-se que a taipa de
pilão, ou o pau-a-pique eram vulneráveis à chuva, um dos modos de protegê-las das
intempéries era colar empena com empena, restando apenas duas fachadas expostas. Os
beirais e varandas se incumbiam da proteção destas.
A casa mais simples que poderemos encontrar é a chamada casa de porta e janela, composta
apenas de sala, quarto, varanda e cozinha. Para nossos padrões atuais, poderemos estranhar
que a circulação para os compartimentos dos fundos se dê pelo quarto. Logo a seguir, temos
o sobrado urbano, um dos tipos de residência mais persistentes de nossa história da
habitação individual, acrescentaríamos que os números de pavimentos de um sobrado é Sobrados coloniais da antiga Rua dos Judeus, em Recife
geralmente dois, e não mais que três. Até hoje vemos um grande número de sobrados nos Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Sobrado_(Brasil_Col%C3%B4nia)
núcleos históricos de nossas cidades, a maioria tendo sido construída nos primeiros anos do
século XX, mas que muitos pouco acrescentaram ao sobrado setecentista, no que se refere à
morfologia.
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OS DIVERSOS TIPOS E MODELOS DA ARQUITETURA COLONIAL
Arquitetura Militar
Uma das primeiras preocupações da Coroa Portuguesa para com
sua colônia era a proteção contra-ataques e invasões inimigas.
Para tanto, foram desenvolvidas edificações e complexos que
visavam à permanência da posse das terras contra possíveis
ataques.
35
OS ARQUITETOS ENGENHEIROS E SUAS PRODUÇÕES
Sua primeira obra importante é a conclusão da Igreja Matriz de Campinas, ocasião em que
conhece o visconde de Indaiatuba, que, em 1886, o convida para construir em São Paulo os
edifícios da Tesouraria da Fazenda, da Secretaria da Agricultura e da Secretaria de Polícia,
no pátio do Colégio, conhecidos como "Secretarias de Estado". Com essa obra, estabelece
na capital paulista o maior escritório de projetos do século XIX e início do século XX: a F.
P. Ramos de Azevedo e Cia. Em vários projetos de hospitais, asilos, quartéis, escolas,
institutos, matadouros, edifícios públicos e residências, Ramos de Azevedo demonstra uma
combinação segura entre o recurso a um repertório estilístico beaux arts e a consideração e
exploração da racionalidade construtiva, a serviço da utilidade e da funcionalidade.
Nas inúmeras residências que constrói, Ramos de Azevedo lança mão do receituário de
elementos compositivos compilados nos tratados de Julien Guadet e Louis Cloquet. No
entanto, como adequação à tradição rural brasileira, propôs algumas revisões desses Francisco Ramos de Azevedo
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ramos_de_Azevedo
programas "clássicos", introduzindo elementos novos e locais, como os jardins frontais nos
sobrados urbanos. 36
OS ARQUITETOS ENGENHEIROS E SUAS PRODUÇÕES
Ricardo Severo (1869-1940)
Ricardo Severo da Fonseca e Costa, nascido em Lisboa, Portugal em 1869 foi um
engenheiro, arqueólogo, arquiteto. Formou-se engenheiro civil de obras públicas em 1890 e
engenheiro civil de minas em 1891 na Academia Politécnica do Porto, em Portugal.
Participa da fundação da Sociedade Carlos Ribeiro, em atividade de 1887 a 1898, e da
Revista de Ciências Naturais e Sociais, de 1890 a 1898. Em 1891, participa da revolta
republicana do Porto e é obrigado a emigrar para o Brasil. Escreve artigo sobre o Museu
Sertório, 1892, por meio do qual conhece Ramos de Azevedo (1851-1928), que o convida a
trabalhar em seu escritório.
Dentre suas principais obras, está o Grand Hotel Araxá, que foi um trabalho em conjunto
com Francisco Bolonha, a pedido Lincoln de Campos Continentino para modernizar
Estância Hidromineral de Araxá e foi inaugurado por Benedito Valadares o então
governador de Minas e o presidente Getúlio Vargas.
O plano original de Continentino contava com 3 edifícios, um para o hotel, outro para o
Cassino e outro para as termas, e hotel e o casino deveriam ser ligados por uma passarela,
contudo, no projeto de Signorelli não é planejado um edifício separado para o cassino e este
é incorporado ao de hotel. O intuito principal do projeto era criar um núcleo de conforto
envolta do cassino e levar pessoas para Araxá a ativando com outro motivo além de suas
águas de excelentes propriedades, e em consequência trouxe muitas pessoas importantes e Luiz Sihnorelli
gerou diversos encontros políticos e sociais em seu interior. Fonte:https://itaunaemdecadas.blogspot.com/2012/04/ig
reja-matriz-em-decadas.html
38
OS ARQUITETOS ITALIANOS E SEUS PROJETOS ARQUITETÔNICOS EM MINAS
Raffaello Berti (1900-1972)
Raffaello Berti foi arquiteto e urbanista, professor e pesquisador. Nasceu em Pisa (Itália) no
ano de 1900 e se formou em arquitetura na Accademia di Belle Arti di Carrara. Berti foi
um dos fundadores da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais em
1930, onde lecionou por 37 anos e foi homenageado ao ter seu nome dado à biblioteca da
faculdade.
A Casa D’Itália foi projetada por Raffaello Berti em 1935, onde foi instalado o Consulado da
Itália. A Faculdade de Filosofia de Minas Gerais, que depois se incorporou à Universidade
de Minas Gerais, foi fundada no dia 21 de maio de 1939 e primeiramente instalada na Casa
d’Itália, à rua Tamoios, dividindo depois seus cursos entre o Colégio Marconi e o Instituto
de Educação de Minas Gerais.
Durante a 2a Guerra Mundial o edifício foi alvo de radicais, que depredaram sua fachada.
Em 1945, ao fim da guerra, o Estado tomou posse do Edifício e instalou a Assembleia
Administrativa, que funcionou no local até 1973, quando cedeu o lugar para a Câmara dos Raffaello Berti
Vereadores. Em 1988, apesar de protestos de arquitetos e intelectuais, o prédio foi Fonte::https://estadodeminas.lugarcerto.com.br/app/noticia/noticias/2
012/11/07/interna_noticias,46675/conheca-as-obras-projetadas-por-
demolido. berti-em-belo-horizonte.shtml 39
O INÍCIO DA ARQUITETURA MODERNISTA NO BRASIL
40
O INÍCIO DA ARQUITETURA MODERNISTA NO BRASIL
41
NOVAS DIREÇÕES DA CRIAÇÃO URBANA
A mudança do nome da vila e da rotina do povoado veio em 1721, com a visita do ouvidor
Raphael Pires Pardinho, hoje nome de praça na cidade. Ele foi, provavelmente, a primeira
Vista parcial da cidade. Em primeiro plano, o Passeio Público na década de 1950.| Foto: Acervo de Paulo
autoridade a se preocupar com o meio ambiente da cidade, iniciando uma tradição pela José da Costa
Curitiba é uma palavra de origem Guarani: kur yt yba quer dizer "grande quantidade de
pinheiros, pinheiral", na linguagem dos índios, primeiros habitantes do território. Nos
primórdios da ocupação humana, as terras onde hoje está Curitiba apresentavam grande
quantidade de Araucaria angustifolia, o pinheiro-do-Paraná. A árvore adulta tem a forma
de uma taça. Sua semente é o pinhão, fonte de proteína e alimento de grande consumo, in
natura ou como ingrediente da culinária regional paranaense.
pinheiros. 43
DOIS MESTRES ARQUITETOS FENOMENAIS
Numa primeira fase, apenas três edifícios foram construídos: o Nova Cintra (1948), Parque Eduardo Guinle
o Bristol (1950) e o Caledônia (1954), com. O primeiro diferencia-se dos outros dois Fonte: https://catracalivre.com.br/agenda/parque-guinle-recanto-verde-no-coracao-de-
laranjeiras/
pela sua implantação norte-sul, paralela a uma das vias laterais ao parque, o que
permitiu ao arquiteto implantar uma série de galerias comerciais com contato
direto com a rua. Além disso, o Nova Cintra apresenta sete pavimentos de
apartamentos, enquanto o Bristol e o Caledônia contam com seis. 44
DOIS MESTRES ARQUITETOS FENOMENAIS
Dentre suas principais obras, está a Igreja de São Francisco de Assis, inaugurada em 1943, é
parte do projeto arquitetônico da Pampulha, junto com a Casa do Baile, o Cassino (hoje
Museu de Arte da Pampulha) e o Iate Clube, encomendado pelo prefeito de Belo
Horizonte, Juscelino Kubitschek, a Niemeyer. Este conjunto é um marco da arquitetura
moderna no Brasil e no mundo.
Sendo uma das primeiras obras do arquiteto, com a qual ele ganhou reconhecimento em
todo o país, Niemeyer encontrou a oportunidade de desafiar a monotonia que rodeava a
arquitetura contemporânea, aproveitando-se da liberdade plástica que o concreto permite,
dando início a sua arquitetura de curvas que o caracteriza até hoje. A igreja, apesar de ser
considerada como a obra-prima do conjunto, recebeu muitas críticas dentro do ambiente
cultural tradicional da cidade, e especialmente das autoridades eclesiásticas, que por 14 Igreja São Francisco de Assis/ BH
anos não permitiram a consagração da capela, devido, entre outras coisas, a sua forma Fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_de_S%C3%A3o_F
pouco ortodoxa. Esta forma representa um uso completamente revolucionário do rancisco_de_Assis_(Belo_Horizonte) 45
A ARQUITETURA MODERNA
Segundo a leitura de Goodwin, a arquitetura moderna brasileira se define pela síntese entre
Henrique Ephim Mindlin (1911-1971)
tradição e modernidade, pela adaptação dos princípios do movimento moderno, Fonte:
notadamente da obra de Le Corbusier, ao meio local e pelo vínculo com o Est https://arquivo.arq.br/profissionais/
henrique-mindlin
46
A ARQUITETURA MODERNA
47
https://arquivo.arq.br/profissionais/henriqu
e-mindlin
A ARQUITETURA MODERNA
Nesse período, seus projetos e obras são publicados nos principais meios de difusão da
arquitetura moderna no país: a revista de Engenharia da Prefeitura - PDF e a Revista de
Álvaro Vital Brasil (1909-1997)
Arquitetura da ENBA.
48
Fonte: https://revistaprojeto.com.br/acervo/entrevista-alvaro-vital-brazil/
A ARQUITETURA MODERNA
Álvaro Vital Brasil (1909-1997)
Autor de uma obra sempre qualificada por adjetivos como coerência, rigor, sobriedade, discrição, parcimônia,
rigidez e severidade, Vital Brazil é um dos mais ortodoxos praticantes do racionalismo arquitetônico no Brasil.
Em seus projetos, a pulsão revolucionária da estética moderna adquire ares pacificadores, almejando sempre
um equilíbrio formal e uma existência silenciosa em meio ao cenário ruidoso das grandes cidades brasileiras.
De acordo com o crítico Roberto Conduru, o arquiteto desenha "edifícios cuja polida urbanidade determina
uma existência quase anônima na paisagem construída".
Sua primeira obra de destaque é o Edifício Esther, 1936, em São Paulo, projetado em parceria com Adhemar
Marinho (1909). Um dos primeiros edifícios modernos do Brasil, o Esther reúne os famosos "cinco pontos da
arquitetura moderna", definidos por Le Corbusier (1887 - 1965), superando a rigidez art déco que caracteriza
suas primeiras obras: residências unifamiliares em que as paredes ainda têm função estrutural. Além disso, o
prédio enfatiza o programa plurifuncional (lojas, escritórios e apartamentos residenciais de diversos tamanhos)
na dinâmica planar das fachadas principais, que alternam janelas horizontais e terraços em ritmos
equilibrados.
Para soltar o edifício do entorno, o arquiteto divide-o em dois blocos, criando uma "rua interna" e pública, que
secciona o lote e deixa o volume secundário integrado à quadra. Essa operação faz com que o projeto
arquitetônico se transforme, de um golpe, em intervenção urbanística de grande inteligência. Dado o
pioneirismo do projeto, o Esther provoca muita polêmica, sendo acusado de exibir acintosamente a intimidade
de seus ocupantes, tornando-se, portanto, um "antro de devassidão". Por outro lado, reúne o grupo de artistas
e intelectuais modernistas da cidade, abrigando desde a sede do departamento paulista do Instituto de Álvaro Vital Brasil (1909-1997)
Arquitetos do Brasil - IAB/SP, até o "Clube de Artistas", escritórios de arquitetos como Rino Levi (1901 - Fonte: https://revistaprojeto.com.br/acervo/entrevista-alvaro-vital-
49
A ARQUITETURA MINEIRA
Dentre suas principais obras, está o Edifício Mape. Com a função de trazer maior
modernidade a cidade, o edifício Mape foi idealizado ne década de 1950 e teve a sua
construção finalizada em 1962. O edifício está localizado em belo horizonte na
praça da liberdade, bairro Lourdes. Essa forma nasceu de uma imposição da
legislação da época, que permitia construções mais altas desde que se preservasse a
insolação e a circulação de ar dos edifícios vizinhos. Possui a estrutura em concreto
armado e ganhou suavidade com a utilização de pastilhas coloridas de vidro no
revestimento externo.
50
A ARQUITETURA MINEIRA
Entre 1934 e 1937, ocupa o cargo de diretor de parques e jardins do Recife, Pernambuco, onde passa a residir. Nesse período, vai com freqüência ao
Rio de Janeiro e tem aulas com Candido Portinari (1903-1962) e com o escritor Mário de Andrade (1893-1945), no Instituto de Arte da Universidade
do Distrito Federal. Em 1937, retorna ao Rio de Janeiro e trabalha como assistente de Candido Portinari.
O final da década de 1930 arca a integração de sua obra paisagística à arquitetura moderna, época em que o artista experimenta formas orgânicas e
sinuosas na elaboração de seus projetos. Sua paixão por plantas remonta à juventude, quando se interessa por botânica e jardinagem, mas é em 1949
que Roberto Burle Marx organiza uma grande coleção, quando adquire um sítio de 800.000 m², em Campo Grande, Rio de Janeiro. Em companhia
de botânicos, realiza inúmeras viagens por diversas regiões do país, para coletar e catalogar exemplares de plantas, reproduzindo em sua obra a
diversidade fitogeográfica brasileira. 52
A COMPLEMENTAÇÃO DO EDIFÍCIO E A ARQUITETURA PAISAGÍSTICA
arquitetônico e botânico. 55
A COMPLEMENTAÇÃO DO EDIFÍCIO E A ARQUITETURA PAISAGÍSTICA
Filho de imigrantes italianos, ingressa, em 1921, na Escola Preparatória e de Aplicação para os Arquitetos Civis, em
Milão, Itália. Transfere-se, em 1924, para a Escola Superior de Arquitetura de Roma. Ainda estudante, publica no
jornal O Estado de S. Paulo, em 1925, uma carta com o título Arquitetura e Estética das Cidades, considerada uma das
primeiras manifestações por uma arquitetura moderna no Brasil. Ali surge uma característica presente ao longo de
sua carreira: a vontade de construir um campo de atuação em que seja possível reconhecer a especificidade da
arquitetura moderna brasileira.
Retorna ao Brasil em 1926. Inicia uma carreira independente em 1927, construindo pequenas residências e conjuntos
de casas de aluguel para membros da comunidade italiana paulista. Sua primeira obra moderna construída é o
Pavilhão da L. Queiroz (1931), na Feira de Amostras do Parque da Água Branca, mas é de 1934 um de seus projetos
mais emblemáticos, o Edifício Columbus. Como condomínio de apartamentos para a cidade de São Paulo, o projeto
inova ao dar tratamento a todas as fachadas (e não só à fachada frontal) e ao desenvolver a relação interior/exterior.
Levi projeta uma série de edifícios residenciais, sempre levando em conta a construção do espaço urbano, a integração Rino Levi ( 1901-1965)
com a paisagem e a setorização da planta por função. Fonte: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/
Em 1936, é construído o Cine Ufa-Palácio, projeto que contempla necessidades técnicas, como a acústica. O sucesso alcançado por essa inovação lhe abre portas para um novo
programa. Seus projetos são divulgados em publicações como a Revista Politécnica, de São Paulo, a italiana Architettura e a francesa Architecture d´Aujourd´hui. A partir de
1936, seu escritório conta com a colaboração de outros dois arquitetos-sócios: Roberto Cerqueira César (1917-2003) e Luiz Roberto Carvalho Franco (1926-2001).
De 1940 a 1942, Levi projeta o Instituto de Educação Sedes Sapientiae, atual Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), onde os volumes construídos se
estruturam em função de um pátio interno. A circulação ocorre ao redor desse espaço, protegida por marquises que remetem às loggias e aos pátios italianos. O arquiteto, no
entanto, reelabora os elementos, de modo a criar uma arquitetura própria: inverte a forma das arcadas nas marquises onduladas, preenche o pátio com vegetação tropical e
constrói seu primeiro "teto-jardim".
56
A COMPLEMENTAÇÃO DO EDIFÍCIO E A ARQUITETURA PAISAGÍSTICA
painel de Burle Marx recebe os visitantes. Essa busca pela Fonte: https://arquivo.arq.br/projetos
Em seu último projeto, o Centro Cívico de Santo André (1965), vencedor do concurso que propunha o Proposta concurso de Brasília (1956),
Fonte:
deslocamento do centro político-administrativo para uma área limítrofe ao centro antigo, Levi retoma https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquit
a concepção de cidade polinuclear, pretendendo que o novo núcleo assuma a função do core existente extos/08.086/234
no centro urbano contíguo. São três níveis escalonados e relacionados pela torre administrativa, com
três praças de caráter e uso diversos, hierarquizadas em função desses usos: a Praça Cívica na cota
superior, a Praça Cultural na intermediária e uma praça inferior para serviços, que articula as esferas
política, cultural e cotidiana da vida pública da cidade.
O interesse de Rino Levi pelo paisagismo, em especial por plantas ornamentais, leva a artista botânica
inglesa Margaret Mee (1909-1988) a homenageá-lo: depois de registrar pela primeira vez, em pintura,
uma bromélia coletada no rio Cauboris, Amazonas, ela solicita que a nova espécie seja dedicada à
memória do arquiteto. A planta recebe, então, a denominação Neoregelia Leviana.
Rino Levi deixa um legado não só para a área de projeto arquitetônico, com suas soluções inovadoras
que integram arte e técnica, mas também para o modo de pensar a arquitetura no Brasil, na sua Centro Cívico de Santo André (1965)
constante luta por consolidar esse campo profissional e por criar um modo próprio, e brasileiro, de Fonte:
https://www.nelsonkon.com.br/centro-
projetar. civico-de-santo-andre/
59
A ARQUITETURA CARIOCA DOS 3 IRMÃOS ROBERTO
Em 1937, os dois irmãos Roberto mais velhos vencem o concurso para o Aeroporto Santos
Dumont. A edificação é construída entre 1938 e 1944. Nela, o grande saguão linear ao longo do
eixo longitudinal aliado à transparência no eixo perpendicular chama a atenção. Essa estrutura
permite ver a cidade e a pista de pouso com a baía de Guanabara ao fundo. Mesmo antes de
concluir o curso universitário, Maurício Roberto junta-se à sociedade em 1941, quando o
escritório ganha o nome pelo qual fica conhecido. Os anos em que os três irmãos trabalham
juntos – de 1941 a 1953 – coincidem com a época áurea do escritório. Aliam estética,
funcionalidade e técnicas de construção modernas. Veem cada projeto como único e trabalham
regularmente, divergindo do modelo dos antigos ateliês e das grandes companhias americanas.
Vencedor de concurso nacional em 1937, o projeto do Aeroporto Santos Dumont tira partido de
sua localização privilegiada, às margens da Baía de Guanabara. Composto por um bloco Aeroporto Santos Dumont
retangular disposto longitudinalmente em relação ao litoral, tem a um lado a vista para as pistas, Fonte:https://diariodovale.com.br/politica/gustavo-tutuca-discute-concessao-do-
a Baía e as montanhas ao redor, e ao outro o centro da cidade. Um grande hall central, com pé aeroporto-santos-dumont/
direito duplo e colunas cilíndricas parcialmente conectadas ao mezanino superior, se estende por
todo o comprimento do edifício, conferindo monumentalidade à obra. O acesso, perpendicular a
este hall, permite a ligação visual entre as pistas e a cidade. Seguindo o vocabulário modernista, a
fachada voltada para a cidade é marcada por uma composição ritmada de brises verticais de
concreto, enquanto o lado voltado para o pátio dos aviões é totalmente envidraçado.
60
A ARQUITETURA CARIOCA DOS 3 IRMÃOS ROBERTO
Começa a trabalhar com estruturas pré-fabricadas em 1951, no entanto por conta dos altos custos
dentro desse mercado no Brasil, não foi para frente no início. Já algum tempo depois, começa a
coordenar o curso de pré-fabricação na Faculdade de Arquitetura da Universidade de São Paulo. Além
disso, utilizou dessa exeperiência na realização dos projetos do conjunto residencial da Universidade de
São Paulo, o Posto de Assistência Médica do INPS e a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Farias
Brito da Universidade de Guarulhos.
Dentre seus principais projetos, está o Edifício Japurá, que é nome mais conhecido para o Conjunto
Residencial Armado de Arruda Pereira. Esse projeto se destaca na arquitetura brasileira por ter
pioneiro na produção de moradias econômicas na área central de São Paulo e por representar uma das
primeiras vezes que temos o conceito corbusiano (de Le Corbusier) de unidades habitacionais no
Brasil. Além de aproveitar elementos de Le Corbusier como térreo livre, teto jardim e unidade duplex,
o conceito dessa edificação articula o âmbito de habitação mínima com economia e racionalidade. O
projeto estava bastante atrelado a renovação da área central de São Paulo com a implantação do Plano
de Avenidas, e esse papel, que conferia um caráter higienizador e de controle social, consiste em
substituir um nos maiores complexos de cortiços da capital paulista.
Aeroporto Santos Dumont
Fonte::https://pt.wikipedia.org/wiki/Edif%C3%ADcio_Japur%C3
%A1/
61
A INVENTIVIDADE DE DOIS GRANDES ARQUITETOS
Em desacordo com essa orientação valorizada pelo fascismo, predominante em Roma, ela
se transfere para Milão, onde trabalha com o arquiteto Gió Ponti (1891-1979), líder do
movimento pela valorização do artesanato italiano e diretor das Trienais de Milão e da
revista Domus. Em pouco tempo ela própria passa a dirigir a revista e a atuar politicamente Capa da primeira edição da revista Habitat (1951) (imagem:
integrando a resistência à ocupação alemã durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), divulgação).
Fonte: https://www.itaucultural.org.br/acropole-habitat-e-
e colaborando com o Partido Comunista Italiano (PCI), então clandestino.1 Ainda em modulo-as-primeiras-revistas-de-arquitetura-do-brasil
Milão, funda, ao lado do crítico Bruno Zevi (1918-2000), a revista A-Cultura della Vita.
Em 1946, após o fim da guerra, casa-se com o crítico e historiador da arte Pietro Maria
Bardi (1900-1999), com quem viaja para o Brasil - país no qual o casal decide se fixar, e que
Lina chama de "minha pátria de escolha". No ano seguinte, Pietro Maria Bardi é convidado
pelo jornalista Assis Chateaubriand (1892-1968) a fundar e dirigir o Museu de Arte de São
Paulo Assis Chateaubriand (Masp), em São Paulo. Lina projeta as instalações do museu, em
que se destaca a cadeira dobrável de madeira e couro para o auditório, considerada "a
primeira cadeira moderna do Brasil".
Em 1948, funda com o arquiteto italiano Giancarlo Palanti (1906-1977) o Studio d'Arte
Palma, voltado à produção manufatureira de móveis de madeira compensada e materiais Capa da primeira edição da revista Módulo (março de 1955)
"brasileiros populares", como a chita e o couro. Sua inserção mais efetiva no meio (imagem: divulgação).
Fonte: https://www.itaucultural.org.br/acropole-habitat-e-
arquitetônico nacional se dá, inicialmente, pela atuação editorial, quando cria, em 1950, a Lina Bo Bardi no Sesc Pompéia, São Paulo SP , 1982 , Olney Krüse.
modulo-as-primeiras-revistas-de-arquitetura-do-brasil
revista Habitat, que dura até 1954. Fonte: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa1646/lina-bo-bardi
62
A INVENTIVIDADE DE DOIS GRANDES ARQUITETOS
Na capital baiana, realiza também o projeto de restauro do Solar do Unhão, um Casa de vidro, Lina Bo Bardi. Edificada entre 1950 e 1951,
Fonte: http://institutobardi.org/
conjunto arquitetônico do século XVI tombado na década de 1940 pelo Serviço
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan), e se relaciona
criativamente com uma série de importantes artistas vanguardistas, como o
Sesc Pompeia, Lina Bo Bardi
fotógrafo e etnólogo francês Pierre Verger (1902-1996) e o cineasta Glauber Rocha Fonte: https://www.sescsp.org.br/unidades/11_POMPEIA/
(1938-1981).
De volta a São Paulo após o golpe militar, em 1964, incorpora em seus projetos o
legado da temporada nordestina na forma de uma radical "experiência de
simplificação" da linguagem.
Sua obra a partir daí assume contundentemente o caráter do que qualifica como
"arquitetura pobre". São exemplares importantes dessa última fase de sua carreira
os suportes museográficos da exposição A Mão do Povo Brasileiro, 1969, feitos de
tábuas de pinho de segunda; o edifício do Sesc Pompéia, 1977, adaptação de uma
antiga fábrica de tambores; e o Teatro Oficina, 1984, construção que dissolve a MASP SP, Inaugurado em 1968.
rigidez da relação palco-platéia pela criação de um teatro-pista, como um
63
Fonte: https://masp.org.br/
sambódromo.
A INVENTIVIDADE DE DOIS GRANDES ARQUITETOS
Sérgio Wladimir Bernardes (Rio de Janeiro RJ 1919 - idem 2002). Arquiteto, urbanista, designer. O
interesse de Bernardes pela arquitetura é precoce. A Casa Eduardo Bahout, 1934, o seu primeiro projeto, é
construída cinco anos antes de seu ingresso na Faculdade Nacional de Arquitetura - FNA, onde se forma
em 1948.
Funda o escritório Sérgio Bernardes Associados - SBA, em que desenvolve projetos de arquitetura e
design, alguns deles premiados como a Casa Jadir de Souza, 1951/1952, 1º prêmio de habitação na Trienal
de Veneza, em 1954; a Casa Lota Macedo Soares, 1953/1956, Prêmio Jovem Arquiteto Brasileiro na 2ª
Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP, 1954; o Pavilhão do Brasil na Feira Mundial
da Bélgica, Prêmio Estrela de Ouro na Feira Internacional de Bruxelas, em 1958.
Em 1979 cria o Laboratório de Investigações Conceituais - LIC, uma entidade sem fins lucrativos dedicada
à pesquisa e formulação de planos urbano-territoriais, cujo objetivo, nas palavras do arquiteto, é "ser um
núcleo de pensamento que intervenha na realidade atual e sugira que o Homem pode se organizar melhor
no espaço, harmonizando trabalho, circulação, habitação e lazer, condições elementares de seu bem
estar".
Além das atividades no SBA e LIC, Bernardes trabalha em órgãos públicos, é chefe do Setor de
Arquitetura da Campanha Nacional contra a Tuberculose - CNCT, entre 1949 e 1959, quando projeta o
Sanatório de Curicica, 1949/1951, em Jacarepaguá; assessor da Secretaria de Obras do Governo do Estado
da Guanabara, de 1960 a 1965, durante a gestão de Carlos Lacerda (1914 - 1977); e secretário de
planejamento e coordenador-geral da Prefeitura de Nova Iguaçu, em 1984. Candidata-se à Prefeitura do
Rio de Janeiro em 1985.
Obtém a sala hors concurs na 6ª Bienal Internacional de São Paulo em 1963. Vinte anos depois realiza
uma exposição retrospectiva de sua obra no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ, Sergio Bernardes (1919-2007)
organizada por Lauro Cavalcanti. Parte de seu acervo encontra-se na Fundação Oscar Niemeyer no Rio
64
Fonte: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa13295/sergio-bernardes
de Janeiro.
A INVENTIVIDADE DE DOIS GRANDES ARQUITETOS
66
A ARQUITETURA QUE FAZ ESCOLA EM FUNDAMENTAIS ARQUITETOS
Dentre suas principais obras, está a Igreja da Vila Madalena, construída em São
Paulo, organiza-se desde um espaço interno praticamente livre de 40m por 20 m,
com acesso pela porção média da dimensão maior, disposta faceando a rua, mas
bem recuada. Cria-se assim um amplo adro que aproveita a porção mais plana do
lote, organizado em patamares devido à inclinação da rua lindeira, isolando a
construção na porção posterior do terreno; que, devido à sua grande declividade,
vai obrigar a apoiar o volume da igreja sobre colunas, de maneira a apresentar o
nível de acesso em continuidade à praça.
67
DOIS GRANDES ARQUITETOS CONTEMPORÂNEOS
A obra de João Filgueiras Lima, o "Lelé", destaca-se pela combinação entre a exploração da
industrialização na construção civil - a criação de componentes pré-fabricados em série - e o
recurso da forma livre, freqüentemente sinuosa, herdada de seu convívio com Oscar Niemeyer
(1907-2012). Em ambos os sentidos, sua trajetória se inicia em 1957, no canteiro de obras de
Brasília, onde Lelé trabalha usando inicialmente a madeira (nos alojamentos de operários), e
depois o concreto armado (nos edifícios residenciais das superquadras e nas instalações da
Universidade de Brasília - UnB). É nessa experiência inaugural que toma contato tanto com a
urgência de desenvolver soluções técnicas que atendam à construção rápida e em grande escala
quanto com a poética formal de Niemeyer, deduzida com base na plasticidade do concreto
armado.
Entre os protagonistas da arquitetura moderna do Brasil, Lelé é o arquiteto que leva mais longe
as experiências de industrialização de componentes na construção civil - sobretudo em João Filgueiras Lima (1932-2014)
Fonte: http://www.casasbrasileiras.arq.br/csalotta.html
argamassa armada -, mesmo diante das condições precárias do país. Orientado pela dimensão
coletiva da arquitetura, trabalha prioritariamente para o poder público em programas de
grande alcance social: edifícios residenciais, escolas, hospitais e equipamentos urbanos de
saneamento e transporte. Nesse sentido, cria uma alternativa concreta para a prática
arquitetônica em projetos públicos num período de exíguas oportunidades de atuação
profissional: os anos de ditadura militar e a década de 1980, marcada por sucessivas reduções de
investimento. 68
DOIS GRANDES ARQUITETOS CONTEMPORÂNEOS
Em 1962, Lelé é convidado pelo antropólogo e educador Darcy Ribeiro (1922-1999) e Niemeyer a coordenar o
Centro de Planejamento - Ceplan, da UnB. Ali, introduz no Brasil a tecnologia de pré-fabricados de concreto
desenvolvida pelos países do Leste Europeu. Interrompidas pelo golpe militar, essas experimentações são
retomadas em Salvador, na década de 1970, quando o então prefeito, Mario Kertész (1945), cria a Companhia
de Renovação Urbana - Renurb, 1978 a 1982, com o objetivo de implantar um sistema eficiente de transporte
na cidade.
Conduzido por Lelé, o projeto acaba agregando uma série de equipamentos urbanos, tais como sistemas de
drenagem, abrigo, escada, posto policial, banca de jornal e serviços. Esses projetos exigem a elaboração de um
sistema de fôrmas metálicas mais sofisticado, proporcionando o desenvolvimento da tecnologia da argamassa
armada. Esta, diferentemente do concreto armado, comporta ferragens mais homogêneas, permitindo
Centros Integrados de Educação Pública - Cieps
dimensões reduzidas na peça final, o que facilita não apenas a produção, mas a montagem in loco das peças, já Fonte: https://www.escolasbrasil.net/
que os componentes podem ser manipulados sem ajuda de guindaste. Depois de 1982, esse projeto ganha força
e irradia-se para outros campos da industrialização de componentes urbanos, com a inauguração da Fábrica
de Equipamentos Comunitários de Salvador - Faec, 1985-1989. São dessa época os projetos desenvolvidos em
parceria com Lina Bo Bardi (1914 - 1992) para a recuperação do centro histórico da capital baiana.
Dessa experiência de implantação de um sistema fabril de produção para componentes urbanos, Lelé cria,
entre 1984 e 1986, a "fábrica de escolas" para o então secretário da Educação do Rio de Janeiro, Darcy Ribeiro.
O projeto dos Centros Integrados de Educação Pública - Cieps tem a colaboração de Niemeyer, e é
apresentado ao Ministério da Educação como piloto de um sistema em escala federal, o dos Centros
Integrados de Apoio à Criança - Ciacs, 1990, que prevê a construção de 5 mil escolas pelo Brasil. Do ponto de
vista tecnológico, essas escolas representam um aprimoramento tanto dos sistemas da fábrica de Salvador
quanto da experiência da escolinha de Abadiânia, no interior de Goiás, em 1982, em que utiliza um misto de
estrutura de chapas de aço, madeira e componentes de vedação, piso e cobertura de argamassa armada.
Centros Integrados de Educação Pública - Cieps
Fonte: https://www.escolasbrasil.net/
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DOIS GRANDES ARQUITETOS CONTEMPORÂNEOS
Sua obra atinge maturidade técnica e simbólica na experiência com a rede Sarah Kubitschek de
hospitais para doenças do aparelho locomotor, iniciada em Brasília, 1980, e estendida para
Salvador, 1991, Fortaleza, 1991, Belo Horizonte, 1993, Recife, 1995, e Natal, 1996. As especificidades
do gerenciamento desses hospitais, que articulam no mesmo edifício áreas de desenvolvimento
técnico-científico e atendimento médico, trazem a oportunidade de desenvolver projetos
arquitetônicos marcados pela vinculação estreita entre espaço e programa.
Esses últimos aspectos ajudam no processo de cura dos pacientes. Em seguida, o mesmo sistema de
iluminação, ventilação e pré-fabricação é aplicado a outros programas, tais como os tribunais de
contas da Bahia, 1995, Rio Grande do Norte, 1996, e Aracaju, Belo Horizonte, Maceió, Teresina,
Cuiabá - todos em 1997 -, e os centros administrativos municipais no Maranhão e Amapá, a partir
de 1998. Em todos esses casos, Lelé constrói uma obra de responsabilidade pública baseada no
princípio da inclusão e consegue oferecer à população espaços agradáveis, econômicos, eficientes e
pouco convencionais.
Centro de Reabilitação Sarah Kubitschek Lago Norte, Brasília/DF. Image © Nelson Kon
Fonte: Archdaily
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DOIS GRANDES ARQUITETOS CONTEMPORÂNEOS
A produção de Mendes da Rocha se caracteriza, segundo o crítico italiano Francesco Dal Co, pela combinação ímpar dos seguintes atributos: a "segura
racionalidade", a "essencialidade das soluções construtivas", a "intransigência no emprego dos materiais" e o "desprezo pelo supérfluo". São atributos que revelam as
singularidades do arquiteto e que, em parte, indicam as relações que desenvolve com profissionais e tendências ao longo de sua carreira.
Mendes da Rocha se forma em 1954, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo. Filho do engenheiro de
portos e vias navegáveis Paulo Menezes Mendes da Rocha, diretor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP) entre 1943 e 1947, tem uma
formação familiar ligada à reflexão sobre a relação entre engenharia e natureza.
O arquiteto se destaca muito cedo, aos 29 anos, quando projeta o
Ginásio do Clube Atlético Paulistano (1958), obra que lhe vale o
Paulo Mendes da Rocha , 2013 , Ana Ottoni
Grande Prêmio Presidência da República na 6ª Bienal
Reprodução fotográfica arquivo do artista.
Internacional de São Paulo, em 1961. Estruturada em seis enormes Fonte: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/
pilares de concreto que se afinam ao encontrar o solo, essa obra
pioneira antecipa muitas das características da chamada "virada
brutalista" na arquitetura. Entre o final da década de 1950 e início
dos anos 1960, a carreira do arquiteto também é marcada por
projetos de escolas para a rede pública.
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Fonte: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/ Fonte: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/ Fonte: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/
DOIS GRANDES ARQUITETOS CONTEMPORÂNEOS
Após o Ato Institucional nº 5 (AI-5 ), Mendes da Rocha é afastado da FAU/USP em 1969, à qual retornará, com a anistia, apenas em 1980, na função de auxiliar
de ensino – permanecerá nessa condição até tornar-se professor titular em 1998, ano em que se aposentará compulsoriamente, por ter completado 70 anos de
idade.
Com os direitos profissionais cassados, vence em 1969, em situação paradoxal, o concurso nacional para o Pavilhão do Brasil, na Expo'70, em Osaka: seu projeto é
uma grande cobertura de concreto e vidro apoiada em colinas artificiais. Em 1971, seu trabalho é um dos premiados no concurso internacional para o Centre
Georges Pompidou (Beaubourg), em Paris.
Enquanto no trabalho de Vilanova Artigas, mentor de Mendes da Rocha, a visão didática da estrutura prevalece, nos projetos deste último a construção não
parece carregar um sentido pedagógico explícito. Ela, antes, foge do formalismo, exprimindo-se na forma de "gestos primários", quase arquetípicos. Esse é o
sentido da construção de uma topografia artificial no mencionado Pavilhão do Brasil. Trata-se, em suas palavras, de "uma visão poética sobre a forma que
ultrapassa, na sua dimensão humana, a estrita necessidade". Uma arquitetura que se distancia do modernismo heróico, e que declara desejar-se menos "funcional"
do que "oportuna".
Jockey Club de Goiânia, de 1962. Conjunto Habitacional Zezinho Magalhães Prado/Parque Cecap. Casa Paulo Mendes Da Rocha, Paulo Mendes da Rocha - São Paulo/SP,
Fonte: https://www.nelsonkon.com.br/conjunto- Projetado em conjunto com Artigas e Fábio Penteado, (1968). 1960.
habitacional-cecap/ Fonte: https://www.nelsonkon.com.br/conjunto-habitacional-
cecap/
Fonte' http://www.nelsonkon.com.br/casa-paulo-mendes-da-rocha/
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DOIS GRANDES ARQUITETOS CONTEMPORÂNEOS
No campo do urbanismo, o lirismo do seu raciocínio se baseia na exploração da relação entre construção e natureza,
uma vez que, para Mendes da Rocha, a "primeira e primordial arquitetura é a geografia". Em projetos como a Cidade
do Tietê, de 1981, e as propostas de reurbanização das baías de Vitória, de 1993, e Montevidéu, de 1998, a inteligência
das intervenções dialoga com as possibilidades latentes da paisagem, lidas de uma ótica infraestrutural.
No primeiro desses projetos, Mendes da Rocha propõe a construção estratégica de uma "cidade-porto fluvial" que, às
margens do rio Tietê, integre as redes de transporte intercontinentais e incentive a ocupação do território, ligando,
em última análise, as bacias Amazônica e do Prata. No segundo, propõe edifícios insólitos construídos diretamente
sobre as águas, em contraste e diálogo com a monumentalidade tanto dos navios que atracam no porto quanto das
montanhas próximas. Por fim, no terceiro projeto, faz da superfície de água da baía, tratada historicamente como um
entrave para o desenvolvimento da cidade, um meio de transporte que integra lugares estanques, retifica o porto e
explora a potencialidade "festiva" da natureza ao transformar uma ilha existente em teatro ao ar livre. Estudos do arquiteto buscam "reflexão crítica" sobre especulação e mau uso do espaço nas
cidades Mendes da Rocha apresenta projetos ligados à água.
Quatro fatores podem ser apontados como determinantes na constituição desse modo de pensar. O primeiro refere-se
à ideologia desenvolvimentista da Escola Paulista, apoiada no projeto político do Partido Comunista Brasileiro (PCB), Link para matéria-
que enxerga nas grandes obras de infraestrutura (barragens, canais, estradas, portos) o vital avanço das forças https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1706200009.htm
produtivas da nação. O segundo é familiar, e deve-se à influência do seu pai, engenheiro encarregado de planejar o https://www.itaucultural.org.br/cidade-do-tiete-ocupacao-paulo-mendes-da-rocha
combate à seca no Nordeste e responsável pela construção do Açude de Cruzeta, 1918, no Rio Grande do Norte. O
terceiro relaciona-se à influência da "visão telúrica" de Le Corbusier, que, no livro Precisões sobre um Estado Presente
da Arquitetura e do Urbanismo, 1930, relata o impacto provocado pelo território americano em sua visão de mundo. E
o quarto, mais recente, consiste na leitura da liberdade irreverente e fenomenológica de propostas do arquiteto
italiano Aldo Rossi, particularmente do seu "Teatro do Mundo" em Veneza, 1979: uma construção flutuante, que se
move, como a própria cidade de Veneza, cujo "leito carroçável" é feito de água.
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DOIS GRANDES ARQUITETOS CONTEMPORÂNEOS
O reconhecimento se intensifica em 1997 com a Sala Especial Mendes da Rocha, na 10ª Documenta de Kassel,
Alemanha, e com o Prêmio Mies van der Rohe de Arquitetura Latino-Americana, em 2000, pela reforma da Pesp.
Pode-se dizer que, pelo amplo reconhecimento que obtém no fim dos anos 1990, a arquitetura brasileira recupera
parte do interesse que desperta no público estrangeiro entre as décadas de 1940 e 1960. A obra de Mendes da Rocha se Pórtico, Praça do Patriarca, em 1992,. Detalhe do pórtico, Praça do Patriarca, em 1992,.
Fonte: Fonte:
alça no panorama contemporâneo simultaneamente como a legítima herdeira desse legado histórico racionalista e https://pt.wikipedia.org/wiki/Pra%C3%A7a_do_Patriarca https://pt.wikipedia.org/wiki/Pra%C3%A7a_do_Patriarca
como sua atualização crítica no contexto das revisões pós-modernas.
No processo de formalização conduzido por Mendes da Rocha, não é o apuro no detalhe construtivo ou a
expressividade plástica que comandam, mas a monumentalidade da técnica. Não há a intermediação do capricho
artesanal ou da composição em seu raciocínio, pois a relação entre técnica e pensamento é direta. "Raciocina-se com a
engenhosidade possível. Não se pensa com formas autônomas ou independentes de uma visão fabril delas mesmas", diz
Paulo Mendes. E completa: "Quando o arquiteto risca no papel uma anotação formal, um croquis, está convocando
todo o saber necessário, mecânica dos fluidos, mecânica dos solos, máquinas e cálculos que sabe que existem para fazer
aquilo. Não se trata de fantasias, mas uma forma peculiar de mobilizar o conhecimento, o modo arquitetônico."
Com a publicação do livro Paulo Mendes Da Rocha: Bauten Und Projekte (2001), na Europa, pela editora Niggli
Verlag, além de encomendas de projetos na Espanha, o arquiteto recebe, em 2006, o importante Prêmio Pritzker, livro Paulo Mendes Da Rocha: Bauten
condecoração máxima entre os arquitetos do mundo, considerada o prêmio Nobel da arquitetura. Além de Paulo Und Projekte (2001), na Europa, pela
Mendes, o único arquiteto brasileiro a receber o prêmio é Oscar Niemeyer (1907-2012) condecorado em 1988. editora Niggli Verlag.
Fonte:
O reconhecimento internacional de Mendes da Rocha, sua produção diversa e singular, além do valor simbólico que https://www.amazon.com.br/Paulo-
Mendes-Rocha-Works-
suas obras têm entre os que vivenciam a cidade, são os fatores que determinam a importância do arquiteto para o Projects/dp/3721204131
Brasil e explicam sua posição proeminente nas discussões e eventos sobre a arquitetura e o urbanismo.
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DOIS ARQUITETOS DE PRODUÇÃO IMPORTANTES POUCO CONHECIDOS
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DOIS ARQUITETOS DE PRODUÇÃO IMPORTANTES POUCO CONHECIDOS
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OS ARQUITETOS PROFESSORES E SEUS ENSINAMENTOS
Os anos 60 e 70 foi o período que mais trabalhou intensamente como arquiteto diminuindo o ritmo em 1980, mas voltou a produzir, a partir de 2002, em tempo
integral. Foi professor doutor livre docente em 1990 na Universidade de São Paulo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, mas passou a professor titular a partir
de 1992 onde atua desde então. Também trabalha como pesquisador da área.
Uma das suas primeiras criações foi uma prancheta de estrutura de aço e madeira compensada, ainda estudante. Além de um grande arquiteto atuava desde o
início da carreira na criação de móveis no escritório de Jorge Zalszupin.
Em 1959, para atender a uma encomenda particular de uma galeria paulistana criou a famosa poltrona Katinsky inspirada em Mies Van Der Rohe, ou seja, ao
conceito “menos é mais” que foi um precioso exemplo de desenho de móvel moderno no Brasil. Essa criação ganhou dimensão e foi industrializada em série. Mas
segundo o próprio Katinsky a original era soldada e suas reproduções podem ser desmontadas. Ainda no final dos anos 60 criou o banco Katinsky com a mesma
inspiração da poltrona, mas já foi produzida para ser reproduzida em série.
Júlio Roberto Katinsky (1932)
Aposentou- se em 2002, porém continua prestando serviços até hoje à Instituição, na linha de pesquisa “Projetos de Modelos Tridimensionais” para estudantes,
Fonte/
em pesquisa sobre arquitetos atuais, e em aulas de pós- graduação.
Ao longo de sua vida profissional produziu ainda uma grande bibliografia, entre artigos publicados, textos para jornais e revistas, trabalhos em anais de congresso
a livros e participações a bancas examinadoras, comissões e eventos, não se esquecendo de mencionar vários prêmios e menções honrosas que conquistou até hoje.
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especificações originais do autor, em especificações originais do autor, em ruy-ohtake
aço e couro. aço e couro.
OS ARQUITETOS PROFESSORES E SEUS ENSINAMENTOS