O documento apresenta um resumo sobre:
1) A importância da gestão democrática nas escolas e da formação de gestores comprometidos com o diálogo e participação de toda a comunidade escolar.
2) A diferença entre gestão e administração, sendo a gestão democrática preocupada com a qualidade do ensino e formação de cidadãos autônomos.
3) A necessidade do gestor compartilhar responsabilidades e tomar decisões de forma descentralizada para uma educação realmente democrática.
O documento apresenta um resumo sobre:
1) A importância da gestão democrática nas escolas e da formação de gestores comprometidos com o diálogo e participação de toda a comunidade escolar.
2) A diferença entre gestão e administração, sendo a gestão democrática preocupada com a qualidade do ensino e formação de cidadãos autônomos.
3) A necessidade do gestor compartilhar responsabilidades e tomar decisões de forma descentralizada para uma educação realmente democrática.
O documento apresenta um resumo sobre:
1) A importância da gestão democrática nas escolas e da formação de gestores comprometidos com o diálogo e participação de toda a comunidade escolar.
2) A diferença entre gestão e administração, sendo a gestão democrática preocupada com a qualidade do ensino e formação de cidadãos autônomos.
3) A necessidade do gestor compartilhar responsabilidades e tomar decisões de forma descentralizada para uma educação realmente democrática.
O presente trabalho visa apresentar como uma equipe gestora está
estruturada nas escolas nos dias atuais, em especial no que se refere a gestão democrática e o período complicado em que vivemos com a pandemia da COVID-19, pensando a formação dos gestores e como a mesma contribui para a prática no dia-a-dia escolar. O trabalho foi realizado na disciplina de Prática de Ensino PED V, do curso de Pedagogia da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI Campus Santo Ângelo, para que enquanto acadêmicos do curso de Pedagogia tivéssemos mais conhecimentos e pudéssemos ter novas aprendizagens no que se refere à importância da formação dos gestores para atuar em uma gestão democrática. No decorrer do semestre, mesmo com aulas síncronas por motivo dos regulamentos de distanciamento social em virtude da pandemia da COVID-19, estudamos a estruturação da gestão democrática, a qual fortalece relações dialógicas e estrutura um sistema de ensino, que visa a formação de sujeitos participativos e preocupados com a efetivação de uma educação de qualidade. Além disso, tivemos a oportunidade de estudar sobre o planejamento educacional em sistemas e instituições, aliados a tomada de decisões na execução das ações pensadas, bem como na elaboração de documentos essenciais para o andamento escolar. No decorrer das aulas também estudamos sobre o papel do pedagogo dentro da gestão democrática, o qual é um grande articulador e inspirador no processo de ensino e aprendizagem, efetivando a qualidade das ações pedagógicas e administrativas. Ainda analisamos como deve ser estruturado o Projeto Político Pedagógico (PPP), o qual pertence à organização do trabalho pedagógico da escola, bem como têm vínculos com a preparação da didática da aula, além de outras atividades pedagógicas e administrativas na escola. Como maneira de contribuição para a minha formação e para novos conhecimentos, visitei a Escola Municipal de Ensino Fundamental Joaquim Rolim de Moura, localizada no interior do município de Vitória das Missões, para observar durante três manhãs como é organizada a equipe gestora da escola, e o que pensam sobre a gestão democrática, a prática pedagógica, bem como ao acesso, permanência e aprendizagem dos alunos e também a respeito do reflexo da pandemia na educação. A prática teve duração de 12 horas e foi desenvolvida nos dias 25 de maio e 1 e 2 de junho. O relatório, em um primeiro momento, é composto por um referencial teórico que trata dos conceitos estudados e analisados na disciplina de Prática de Ensino PED V, no decorrer do semestre. Posteriormente, há a apresentação da instituição de ensino visitada e um relato juntamente com uma análise crítica das observações realizadas com a equipe gestora da Escola Municipal de Ensino Fundamental Joaquim Rolim de Moura. Para finalizar, são apresentadas as considerações finais adquiridas ao longo do trabalho. Gestão democrática A gestão educacional é um termo que ganhou grande ênfase no que se refere ao contexto educacional, principalmente a partir da década de 1990, e cada vez mais está se tornando um assunto importante através da orientação das ações dos sistemas de ensino e das escolas, pois esta, é a fundamentação para uma boa organização e para o estabelecimento de unidade dos segmentos educacionais, bem como para a movimentação e participação dos sujeitos para o desenvolvimento de uma educação de qualidade. Dessa maneira, precisamos ter muito claro a diferença entre a gestão da administração, pois esta última, possui limitações a serem superadas, além de ser vista como um processo racional, linear e fragmentado correspondendo a algo mais controlado e comandado por administradores, e não gestores, isto é, uma realidade com visão objetiva e jamais subjetiva, em que as decisões dificilmente irão ser tomadas dentro do grande grupo, pois conforme o Luck Cabe ao administrador, o dirigente maior da hierarquia, estabelecer as regras do jogo e não aos membros da unidade de trabalho, a partir do entendimento de que, por sua ‘’posição subalterna’’, estes não têm possibilidade de perceber o conjunto dos aspectos da unidade de trabalho, cabendo-lhes, apenas, implementar as decisões. (LUCK, 2015, p.61). Ao contrário, então, à perspectiva administrativa, surge a gestão democrática, como parte integrante da educação nacional, além de ser obrigatória em instituições escolares públicas, sendo um forte instrumento para estabelecer e fortalecer o diálogo nos sistemas de ensino e nas escolas, buscando atender as reais necessidades de aprendizagem dos educandos, aumentando a participação de todo o corpo docente, dos alunos e de toda a comunidade escolar. Está sempre preocupada com a qualidade de ensino, para formar sujeitos ativos, autônomos e agentes para com as decisões a serem tomadas em sociedade, preocupados com o bem-estar social e com o sucesso individual e profissional. A gestão democrática, desse modo, é uma oportunidade para a redemocratização da escola, entende-se assim que A escola é uma instituição de serviço público que se distingue por oferecer o ensino como um bem público. Ela não uma empresa de produção ou uma loja de vendas. Assim, a gestão democrática é, antes de tudo, uma abertura ao diálogo e à busca de caminhos mais consequentes com a democratização da escola brasileira em razão de seus fins maiores postos no artigo 205 da Constituição Federal. (CURY, 2010, p.21). Dentro dessa visão, o diálogo ganha constante ênfase por fortalecer as relações entre os indivíduos, sendo esta, um grande instrumento para a solução de muitos conflitos em razão de estimular à problematização, assim desenvolve novas ideias a respeito de novos assuntos. A construção da democratização da educação se faz com a presença e permanência de todos no processo educativo, sendo que o sucesso escolar será o resultado da sua qualidade. Nesse viés, encontramos os elementos que fazem parte dessa gestão conforme Araújo (2000), que é a participação, a autonomia, a transparência e a pluralidade. A participação é muito importante nesse segmento, pois dá suporte e é condição básica para a gestão democrática, logo uma não é possível sem a outra. A democratização da educação não se configura apenas na ampliação ao acesso do atendimento escolar de qualidade, isto é, se assume pelos dirigentes educacionais e pelos tantos tipos de pessoas que fazem parte de alguma forma do processo educativo, podendo inaugurar e ganhar maior significado democrático na prática social da educação, pois nos dias de hoje, há uma necessidade de uma gestão contemporânea, que visa impor novos campos de articulação e de consulta, com conselhos de classe, Conselhos Escolares, Círculos de Pais e Mestres (CPM) e os conselhos do Fundef, da merenda e do ECA. Por isso, a gestão democrática da educação “trabalha com atores sociais e suas relações com o ambiente, como sujeitos da construção da história humana, gerando participação, corresponsabilidade e compromisso” (BORDIGNON; GRACINDO, 2001, p. 12). Sobre o papel do gestor democrático, que além de estar atento ao Projeto Político Pedagógico (PPP), precisa nortear um caminho para dinamizar a escola e motivar todos os envolvidos do processo, mesmo em meio a dificuldades, em consequência da própria democratização fazer com que surjam múltiplas opiniões, o gestor poderá fazer com que essas dificuldades se tornem fáceis, pois ‘’para chegar a uma posição de destaque, chegam as dificuldades, mas só os bons conseguem mantê-las’’ (SANTANA, GOMES e BARBORSA, 2012, p.65). O gestor, desse modo, jamais poderá parar de adquirir novos conhecimentos, sendo que somente com esse meio, terá condições de exercer sua função com excelência, estando preparado psicologicamente e intelectualmente, mas acima de tudo, o gestor deverá ter a dimensão que sozinho jamais conseguirá fazer com que a escola se torne um espaço dinâmico e prazeroso de aquisição de novos conhecimentos e de sucesso no aproveitamento do trabalho, isto é, ele precisará descentralizar as múltiplas tarefas do cotidiano voltadas somente a ele, pois se queremos que haja a democratização em toda a escola, todos devem ter funções e responsabilidades compartilhadas, assim O gestor escolar tem de se conscientizar de que ele, sozinho, não pode administrar todos os problemas da escola. O caminho é a descentralização, isto é, o compartilhamento de responsabilidades com alunos, pais, professores e funcionários. Isso na maioria das vezes, decorre do fato de o gestor centralizar tudo, não compartilhar as responsabilidades com os diversos atores da comunidade escolar. Na prática, entretanto, o que se dá é a mera rotinização e burocratização das atividades no interior da escola, e que nada contribui para a busca de maior eficiência na realização de seu fim educativo. (PARO, 2008, p.130). Nota-se, portanto, que quanto melhor for a relação entre o gestor com os funcionários, professores, alunos e comunidade escolar, mais fácil será o seu trabalho, e consequentemente, haverá um ensino de qualidade. E é através da sua autonomia e iniciativa que terá oportunidade de desenvolver melhor essa interação.
Planejamento Educacional em sistemas e instituições
O Planejamento Educacional é um grande instrumento político e
pedagógico que sustenta os sistemas e as instituições educacionais, que busca aliar as práticas pensadas com uma gestão democrática, tendo a presença marcante das intenções e necessidades do grande grupo, encaminhando logo o processo de ensino e aprendizagem visando uma educação de qualidade. Este importante elemento que a escola deve ter conhecimento cada vez mais, não estará se importando somente com as competências políticas dos seus profissionais, pois eles também necessitam de aprendizagens técnicas com fins sociais. Logo, este planejamento não poderá se limitar e preconizar-se às ideologias que não priorizam o desenvolvimento de sujeitos participativos. Pensando nesta perspectiva, Saviani nos mostra que [...] o planejamento educacional é, nas diferentes circunstâncias, um instrumento de política educacional, isto é, a forma pela qual se busca implementar determinada política preconizada para a educação [...] a tentativa de operar transformações sociais pela ação do Estado sob a égide da ideologia do nacionalismo desenvolvimentista conduz à tensão entre a ideia de plano de educação como instrumento da ação do Estado a serviço do desenvolvimento econômico-social do país e a ideia de plano de educação como mero instrumento de uma política educacional que se limita a distribuir recursos na suposição de estar, dessa forma, preservando a liberdade de iniciativa no campo educacional (SAVIANI, 2007, p. 177). No que se refere ao Planejamento Educacional em sistemas de ensino, este está de acordo com a tomada de decisões e na execução das ações pensadas, complementando politicamente a esfera da educação propriamente dita. Já o Planejamento Educacional voltado para as instituições, irá ser marcado pela elaboração do Projeto Político Pedagógico e dos demais documentos essenciais para o andamento pleno da instituição, enfatizando a aliança entre a teoria e a prática de seus profissionais, buscando destacar os objetivos a serem traçados para uma educação de qualidade. O Planejamento nessa perspectiva, precisa vir ao encontro ‘’[...] como meio, por excelência, do exercício do trabalho pedagógico de forma coletiva, como possibilidade de superação de práticas fragmentadas’’ (SOUZA, GOUVEIA, SILVA, SCHWENDLER, 2005, p. 34). Nesse sentido, para haver um bom planejamento, é necessário que antes a equipe gestora, busque avaliar as práticas aplicadas na escola, juntamente com seus professores, funcionários, alunos e comunidade escolar, para poder haver condições de melhorias no que precisa ser mudado e continuação daquilo que está trazendo bons resultados. É bom também, que a partir destas constatações, que os profissionais tenham bem claro, que, o planejamento deve sempre estar ao seu favor, os auxiliando como um processo eficaz que trará bom efeito no que constrói. Utilizando o Planejamento Educacional, os profissionais da educação devem buscar aliar os recursos disponíveis com resultados para uma aprendizagem satisfatória, bem como, articular relações e atividades com cunho pedagógico, técnico, democrático, político e burocrático, para isso, devem estar preparados no âmbito profissional e pessoal. Notamos esse conhecimento, nas ideias de Calazans, que por sua vez acredita que Considerando que o planejamento é um ato de intervenção técnica e política, seria essencial que o profissional por ele responsável (planejador) estivesse preparado para manter uma articulação permanente a fim de estabelecer coordenação entre a esfera técnica, o nível político e o corpo burocrático. Esta articulação seria indispensável para que o planejador se preparasse para manter uma postura autônoma na estrutura e no sistema de relações das instituições e da sociedade. (CALAZANS, 2003 p. 15). É clara a importância que o um Planejamento Educacional possui nos sistemas e instituições de ensino, pois é através dele, que os educares terão condições de alcançar os seus objetivos, com muita dedicação, pois sustenta diariamente as metodologias aplicadas em sala de aula e no entorno da escola, isto é ‘’É preciso resgatar a dimensão pedagógica do planejamento como uma atividade que propicia a aglutinação em torno da escola [...]’’ (PADILHA, 2001, p.67). Sendo assim, não há como planejar sem estar inserido pedagogicamente na realidade em que se encontram os alunos, pois conforme Vasconcellos Planejar é tentar intervir no vir-a-ser, antever, amarrar ao nosso desejo os acontecimentos no tempo futuro. Para isso, é preciso conhecer o campo que se quer intervir, sua estrutura e funcionamento [...] Acontece que a realidade não se dá a conhecer diretamente, não se entrega; o esforço de decifração e interpretação visa a apreender o dinamismo do real já configurado, tendo em vista nele entrar, seja no sentido de usufruir ou de transformar (VASCONCELLOS, 2002, p. 83). Planejar, é, portanto, um ato de educar, não conseguimos ir a nenhum lugar se não pudermos planejar, sendo no dia-a-dia com tarefas pessoais, como na escola ou em outro trabalho. Precisamos compreendermos que cada vez mais, se queremos uma educação de qualidade, que desenvolva sujeitos participantes, ativos, pensantes e transformadores, necessitamos estar sempre à procura de novos conhecimentos para serem compartilhados de acordo com as demandas que iremos encontrar na caminhada pedagógica.
O papel do pedagogo na gestão democrática
O pedagogo ocupa um vasto espaço na organização do trabalho
pedagógico, com características ainda indefinidas, visto como um grande mediador no processo de formação cultural que acontece em diversas situações na escola, tendo uma presença marcante em todas as práticas pedagógicas na escola e na realização das atividades planejadas. É ainda, um grande articulador e inspirador no processo de ensino e aprendizagem, efetivando a qualidade das ações pedagógicas e administrativas. Logo, passa a ser conhecido também como um gestor que auxiliará nas decisões e na elaboração de práticas a serem tomadas dentro da gestão escolar, conforme é estabelecido na Lei nº 9.394/96 no artigo 14, que define Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes 6 princípios: I – participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II – participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. (BRASIL, 1996). Nesse viés, o pedagogo terá diversas funções na gestão escolar, isto é, poderá coordenar, promover, organizar, participar, avaliar e intervir em todo o processo de ensino e aprendizagem, bem como de formação cultural e social dos sujeitos que participam da comunidade escolar, contribuindo para a efetivação de uma gestão democrática que esteja preocupada com o desenvolvimento de cidadãos participativos. Nesse sentido, conforme Vila e Santos, direcionam que, ‘’Cabe ao pedagogo em conjunto com os demais setores da escola, direcionar em seu plano de trabalho as ações específicas de sua função no 9 cotidiano escolar’’ (SANTOS e VILA, p. 9).
Os pedagogos, são vistos na contemporaneidade, então, como
profissionais que casa vez mais veem preenchendo as necessidades em equipes gestoras pedagógicas, habituam-se tanto no âmbito legislativo como também no âmbito social. São denominados como supervisores escolares, coordenadores pedagógicos, orientadores educacionais e mais especificamente, como professores pedagógicos, dispondo de diversas funções, pois de acordo com Huberman (1986) estes profissionais não trabalham somente com uma só disciplina, mas em diversas situações de várias áreas, sendo elas voltadas ao conteúdo ou não.
Saviani nos mostra nesse sentido que
Daí a tendência a secundarizar a escola, esvaziando-a
de sua função específica, que se liga à socialização do saber elaborado, convertendo-a numa agência de assistência social, destinada a atenuar as contradições da sociedade capitalista (SAVIANI, 2005, p. 99).
Todavia, não se deve atribuir ao pedagogo a função de ser conhecido
por resolver diversos conflitos e os problemas emergências, pois sua formação perpassa isso, pois é um dos mais importantes profissionais da educação, sendo que qualquer indivíduo passará pela sua formação. É inquestionável que estes profissionais sejam ainda mais valorizados pelas políticas públicas, pois assim como planejar, decidir, coordenar, executar ações, acompanhar e controlar, avaliar sua prática e dos educandos, o pedagogo precisa efetivar seu processo de ensino e aprendizagem, para o sucesso das aprendizagens dos alunos.
Para além disso, a escola também irá precisar especificar as funções
dos demais profissionais. Para isso, a demanda pelo pedagogo ganhará ênfase, pois este dentro da gestão, irá articular a organização das práticas pedagógicas e posteriormente a efetivação das propostas, garantido a concretização dos trabalhos pedagógicos e administrativos, assim, Saviani novamente afirma que
O pedagogo é aquele que domina sistemática e
intencionalmente as formas de organização do processo de formação cultural que se dá no interior das escolas. [...] Daí a necessidade de um espaço organizado de forma sistemática com o objetivo de possibilitar o acesso à cultura erudita (SAVIANI, 1985, p. 28).
Portanto, o pedagogo, estará articulando as ações nas instituições
escolares, possibilitando que todos os envolvidos do processo de ensino e aprendizagem tenham consciência das funções que serão desempenhadas no âmbito escolar, bem como, competência para encaminhar seus trabalhos, assumindo o compromisso e responsabilidade na sua área, sendo ela específica ou não.
Projeto Político Pedagógico (PPP)
Conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 9.394 de
1996), há uma especificação, a qual prevê que cabe à escola a responsabilidade de elaborar, executar e avaliar seu Projeto Pedagógico. Nesse sentido, a escola terá a incumbência, dentre muitas outras, de refletir, analisar e ficar atenta no que se refere à intencionalidade educativa que deseja passar no processo de ensino e aprendizagem. Nessa perspectiva, o Projeto Político Pedagógico (PPP) é alusivo e pertence à organização do trabalho pedagógico da escola, bem como terá vínculos com a preparação da didática da aula, além de outras atividades pedagógicas e administrativas na escola. Assim, o Projeto Político Pedagógico (PPP), irá nortear e mostrar caminhos, com novas direções, para ser possível a concretização de compromissos elaborados e pensados coletivamente, pois conforme Veiga O projeto pedagógico, ao se constituir em processo participativo de decisões, preocupa-se em instaurar uma forma de organização do trabalho pedagógico que desvale os conflitos e as contradições, buscando eliminar as relações competitivas, corporativas e autoritárias, rompendo com a rotina do mando pessoal e racionalizado da burocracia e permitindo relações horizontais no interior da escola. (VEIGA, 2004, p.38). Assim, o Projeto Político Pedagógico (PPP), irá se fundamentar por meio das ações do corpo diretivo e de toda a equipe escolar, sendo mais elaborado pela coordenação pedagógica e pela orientação educacional, as quais irão conduzir o sistema de construção, execução e avaliação de todo o projeto pedagógico. Portanto, cabe ao gestor executar as regras e leis, assim como, deve estar ciente de que sua postura é fundamental nesse momento, pois terá que usar seus conhecimentos e competências para administrar, impor, mediar e resolver conflitos que irá passar em todo o espaço da escola, fazendo com que lhe seja possível a realização de um trabalho articulado com todos, ou seja, há que se ter consciência de que não só cabe à equipe diretiva e os demais gestores esta tarefa, é necessário a participação constante dos professores, dos pais e responsáveis, dos alunos, das pessoas que fazem parte dos procedimentos técnico-administrativos e das partes estruturadas da sociedade local, assim como contando também com a contribuição dos segmentos que fazem parte das Superintendências Regionais da Secretaria de Estado de Educação. Entendemos então, que A ideia-chave de projeto é, então, de unidade e considera o coletivo em suas dimensões de qualidade técnico-política e de democracia participativa. A construção, a execução e a avaliação do projeto são práticas sociais coletivas, fruto da reflexão e da consistência de propósitos e intencionalidades. (VEIGA, 2009, p.165). É através do Projeto Político Pedagógico (PPP) que será possível, então a integração e inclusão dos responsáveis pela gestão da escola, em que esses farão também um diagnóstico, bem como, uma comparação do que melhorou e do que pode ser melhorado, apresentando de forma avaliativa, os pontos negativos e positivos do processo, para assim ser possível a elaboração de outros documentos que fazem parte do regimento interno da escola. Em vista disso, compreende-se que ‘’O Projeto Político-pedagógico expressa a identidade da escola, e os profissionais precisam conhecê-lo, defendê-lo e colocá-lo em prática, pois participam de forma coletiva dessa construção’’ (SANTANA, GOMES e BARBOSA, 2012, p.65). No que diz respeito ao tempo no Projeto Político Pedagógico (PPP), se faz em duas variações, sendo eles: o tempo cronológico e o tempo pedagógico. O primeiro representa o tempo real em que acontecem as coisas, isto é, por exemplo, as horas, os minutos e os segundos. Já o tempo pedagógico é ‘’[...] aquele tempo da experiência vivida.’’ (VEIGA, 2009, p.165), que irá acontecer na sala de aula, durante o processo de ensino e aprendizagem, nas decisões pedagógicas tomadas, em que as novas aprendizagens são construídas, no momento de diálogos, do compartilhamento de ideias e na solidariedade. 3. APRESENTAÇÃO DA INSTITUIÇÃO A escola Municipal de Ensino Fundamental Joaquim Rolim de Moura, está localizada na zona rural do munícipio de Vitória das Missões, Rio Grande do Sul, na comunidade Rolim de Moura. A escola possui atendimento em dois turnos, de manhã das 7:30 horas às 11:40 horas e de tarde das 13:10 horas até as 17:00 horas, tendo turmas de 1º à 5º ano dos anos iniciais e do 6º ano ao 9º ano dos anos finais. A escola atende 110 alunos e 20 professores, além da equipe diretiva e dos funcionários que atuam no espaço. A escola foi fundada em 1972, a partir da junção de duas comunidades escolares, juntamente com a Administração do município de Santo Ângelo e a doação de um terreno de dois senhores que moravam na localidade, foi decidido que seria construída uma nova escola que viesse atender a todos. Sendo assim, todo o material que as duas escolas tinham, foram enviados para o novo espaço, atendendo alunos de 1ª até a 5ª série. Com a emancipação do município em 1992, ocorreu o processo de desativação das pequenas escolas que não tinham muitos alunos, desta forma, a escola passou a ser um grande polo recendo crianças e jovens de muitas comunidades vizinhas. Os objetivos da escola são a partir do Projeto Político Pedagógico (2019, p.9): tem sido formar cidadãos críticos, responsáveis, formadores de opiniões e participantes do contexto social; oferecer acesso à cultura geral, ao conhecimento sistematizado, ampliando, assim, seus horizontes. Além disso, a escola trabalha os direitos e deveres do cidadão, ética, cidadania, temas transversais e polêmicos da atualidade.(2019, p.9). No que se refere à filosofia da escola, esta consiste em “Mediar o conhecimento, formando cidadãos conscientes e participativos” (PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, 2019, p.6). A escola é um espaço amplo e favorável a aprendizagem. Possui salas de aula um para cada turma, em cada turno. Também dispõe de um laboratório de informática com 12 computadores, biblioteca bem equipada e organizada, auditório com sala de vídeo e para a prática de esportes, um grande ginásio, bem como um parquinho para as crianças poderem se divertir de outras formas. O pátio que a escola possui é grande e bonito, com um lindo jardim e várias árvores frutíferas. Além disso, conta com uma sala para os professores, secretaria junto com a sala da direção e coordenação. O refeitório não é muito grande, porém muito bem equipado, assim como os banheiros e corredores bem higienizados e adaptados. Vale ressaltar que todos os espaços fechados possuem climatizadores. A escola entende que sua função, é basicamente de: socialização do saber sistematizado. Pretende que o domínio de instrumentos culturais e científicos, consubstanciados no saber elaborado auxilie no conhecimento e compreensão das realidades sociais, favorecendo a atuação dos indivíduos na luta pela transformação social. A difusão de conteúdos é a tarefa primordial. Não conteúdos abstratos, mas vivos, concretos e, portanto, indissociáveis das realidades sociais. (PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, 2019, p.19). Os educandos na perspectiva do Projeto Político Pedagógico (2019, p.9) são descritos como ‘’ na maioria das vezes, interessados, capazes de aprender e interagir com o mundo, construindo conhecimentos. Mas ainda, precisam constantemente de estímulos, pois apresentam uma carência afetiva e um descuido com o material escolar. Os educadores tem a função de formar cidadãos críticos, responsáveis, atuantes, que tenham visão de mundo, profissionais felizes, sendo um mediador da aprendizagem. Que haja um trabalho em conjunto, com objetivos comuns, que cada um cumpra com suas responsabilidades em prol do todo (comunidade escolar), são algumas expectativas. (PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, 2019, p.9). No que se refere à aprendizagem (Projeto Político Pedagógico, 2019), pode ser definida como uma mudança relativamente permanente no comportamento que resulta da experiência. Desta forma a metodologia está inserida na perspectiva de uma ‘’[..] tendência progressista “crítico-social dos conteúdos”, a metodologia não é neutra e existe questionamento de conteúdo (saber, conhecimento).’’ (PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, 2019, p.19). Na avaliação, para a escola esta ‘’ [...] é concebida como um processo contínuo que se faz mediante observações, registros, trabalhos diversos, relatórios, debates 4. RELATO E ANÁLISE CRÍTICA DAS OBSERVAÇÕES As observações da disciplina de Prática de Ensino V, na Escola Municipal de Ensino Fundamental Joaquim Rolim de Moura, foram realizadas durante três manhãs nos dias 25 de maio e 1 e 2 de junho de 2020. As observações foram realizadas com a coordenadora diretora da escola e com a coordenadora pedagógica da escola, sendo que a primeira possui sua formação em Curso Norma, graduação em Letras e é pós-graduada em Psicopedagogia, e a outra é graduada em Pedagogia, tendo especialização Organização do Trabalho Pedagógico e Orientação Educacional. Tanto a coordenadora como a diretora foram bem flexíveis com a disponibilidade de tempo para atenderem os requisitos da entrevista. Mesmo que a escola está seguindo protocolos de distanciamento social, a equipe gestora faz plantão de atendimento durante todas as manhãs de segunda-feira até sexta-feira, logo são muito participantes e preocupadas com o andamento das aulas. Por esse motivo, foi possível desenvolver a prática de forma presencial, seguindo todos os regulamentos de cuidados em virtude da pandemia da COVID-19. Por questão de melhor organização o relato das observações será dividido em 5 tópicos, sendo eles: gestão escolar democrática, prática pedagógica, avaliação, acesso, permanência e aprendizagem e educação em tempos de pandemia.
4.1. Gestão escolar democrática
No dia 25 de maio, a entrevista contou com a presença da coordenadora pedagógica, está mostrou os dados da escola e documentos essenciais para o funcionamento da instituição. Foi possível notar que a mesma ficou muito feliz com a visita. A partir disso, comecei a questioná-la sobre como era constituída a equipe gestora da escola, a qual possui uma diretora, uma vice-diretora e a coordenadora pedagógica. Após isso, lhe perguntei sobre o que ela sabia a respeito de gestão democrática, respondendo que sim, pois acredita que é o tipo de sistema que irá produzir bons resultados para o sucesso do processo de ensino e aprendizagem, no que se refere ao desenvolvimento participativo de todos os docentes, funcionários, alunos e comunidade no âmbito escolar. Feito a leitura de um pequeno comentário acerca de como precisa ser devidamente a gestão democrática, seguimos para o roteiro da entrevista. A coordenadora por sua vez, destacou que a direção consegue informar a maioria dos pais sobre os acontecimentos da escola. Já para os que não têm sinal de telefone ou de internet, a comunicação fica mais difícil. Se percebe, nesta perspectiva que toda a equipe gestora tenta ao máximo incluir seus alunos em um processo educativo que abranja a todos, buscando a interação das famílias dos alunos para que estes estejam sempre cientes do que acontece em sala de aula e como são seus filhos na escola. No que se refere ao conselho escolar, este é formado por representantes de toda a comunidade escolar, sendo a composição paritária, tendo o mesmo número de pessoas entre funcionários e não funcionários. Nota-se que a escola é bem dinâmica nas escolhas, pois é feita com a opinião de todos, ou seja, todos participam. O conselho escolar da instituição, também é constituído por normas de funcionamento definidas e conhecidas por todos, além de que participa das definições orçamentárias da escola. A escola também conta com a presença de grêmios estudantis que participam da tomada de decisões da na escola, para assim melhor ajudar os alunos a desenvolver noções de organização. Nesse sentido, se nota que os objetivos da escola estão sempre a favor da formação de cidadãos atuantes e que estes desenvolvam a liderança, portanto é válido que os alunos participem de corporações que também dão sustentação à escola. A coordenadora frisou também, que há a atuação bem marcante do Círculo de Pais e Mestres (CPM), que estão sempre envolvidos em programações da escola e em reuniões importantes para o melhor funcionamento do espaço. Fica claro, portanto, que tento esta escola o Círculo de Pais e Mestres (COM) bem organizado e com pessoas certas para representar as demais famílias, de certo modo, mostra também aos alunos o quão importante é dar a importância à colaboração e cooperação de todos para que a educação abranja ativamente a comunidade escolar, propiciando a educação de qualidade. Na perspectiva da abertura de debates e diálogos com todos, a coordenadora afirmou que este é muito importante e é diariamente concretizado, pois na sua visão, é o melhor caminho para a gestão democrática, para assim ser possível a discussão e a negociação de encaminhamentos relativos ao andamento escolar. Nesse viés a escola está correta também, pois busca oportunizar essa troca de diálogo com todos, sendo uma Pedagogia participativa, levantando hipóteses para que possa mudar o que necessariamente precisa ser mudado e continuar com aquilo que mostra bons resultados. Ainda, foi questionado sobre se a comunidade escolar tem o conhecimento e discute acerca das dificuldades de gestão e de financiamento da escola. A resposta foi de que durante a atuação dessa equipe gestora sempre houve essa participação, pois enquanto houver a ação dessas no âmbito escolar, uma das prioridades é haver a transparência. As famílias dos alunos também participam efetivamente das instancias colegiadas da escola, como Círculo de Pais e Mestres, Conselho Escolar e Conselhos de Classe. Na presença dos pais ou responsáveis dos alunos, a coordenadora afirmou que a mesma é quase efetivada com a participação de todos, em uma proporção de 90% que comparecem na escola para terem mais conhecimento da vida escolar de seus filhos. Desse modo, entende-se que para a escola é essencial que família e escola estejam articuladas em prol do desenvolvimento dos seus alunos, pois este é o mais importante e precisa ser sempre analisado. Quanto mais houver a presença dos pais ou responsáveis dos alunos, com certeza a escola estará mais segura para pensar e repensar sobre seus objetivos no processo de ensino e aprendizagem. Na elaboração do Projeto Político Pedagógico, este foi construído também com a participação da comunidade escolar, de acordo com a Nova Base Comum Curricular (BNCC), no ano de 2019. Essa parte na gestão democrática leva muito em consideração a troca de diálogos e opiniões da comunidade sobre seus interesses e demandas da educação, pois é possível notar que para a coordenadora é essa parte integrante que garante um ensino de qualidade que, que esteja engajada com o contexto social em que está inserida. Findando, a coordenadora afirmou que a equipe diretiva, os educadores, educandos, funcionários e os demais membros da comunidade escolar, procuram resolver discussões, que raramente acontecem, dentro do ambiente escolar, sempre articulado com o diálogo, a troca de opiniões e possíveis discussões. Se compreende que na escola em um todo todos são muito unidos, compreensivos e dispostos a ouvirem e respeitados sobre o que pensam e o que falam. Dessa forma, fica mais viável a organização e a resolução de possíveis conflitos, como relatou a coordenadora.
4.2. Prática Pedagógica
Ainda no dia 25 de maio com a presença da coordenadora pedagógica
da escola, segui o roteiro da entrevista na pauta da prática pedagógica desenvolvida na escola. A coordenadora, achou muito importante este enfoque a ser detalhado e trabalhado. Após a leitura do comentário sobre como precisa ser uma prática pedagógica, partimos para o roteiro da entrevista. Primeiramente a coordenadora foi questionada se na escola havia uma proposta pedagógica curricular, ou seja, o Projeto Político Pedagógico escrito em forma de documento. A coordenadora afirmou que sim, sendo que o mesmo é atualizado periodicamente e havia sido remodelado no ano de 2019 de acordo com a Nova Base Comum Curricular (BNCC), estando sempre disponível para o conhecimento de toda a comunidade escolar. Notou-se desse modo, após uma análise no Projeto Político Pedagógico (PPP), que o mesmo é muito bem organizado, com propostas bem claras, com objetivos importantes e que vão ao encontro das necessidades dos alunos, bem como esclarece como é caracterizado o corpo docente da escola, seus alunos, funcionários e a equipe gestora. Além disso, é muito importante o que a escola faz no sentido de sempre estar disponível para todos os documentos importantes para o funcionamento da instituição. Sobre os professores, eles participam ativamente da elaboração da proposta pedagógica da escola, sendo sempre muito participativos e preocupados com o processo de ensino e aprendizagem a ser desenvolvido. Os professores planejam regularmente seus planos de trabalho docente, estando sempre articulado também com a Nova Base Comum Curricular (BNCC). Se percebeu nesta perspectiva que a coordenadora é bastante preocupada com o andamento da proposta pedagógica, pois no âmbito da gestão democrática é necessário que haja essa inquietação, para que assim estes professores não se acomodem no ‘’modismo’’, sendo preciso que corram atrás de estratégias bem elaboradas para melhor ser a qualidade de ensino para os alunos, pois serão esses que daqui alguns anos que estarão tomando grandes e importantes escolhas a respeito das decisões em nossa sociedade. Na hora atividade da escola, os professores usam esse tempo para planejar seu trabalho na escola. Vale ressaltar que os professores da hora atividade são profissionais que fazem processo seletivo do município e do CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola), possuindo formação ou cursando o curso de Pedagogia. Nesse sentido, conforme o que foi observado, a escola está muito bem preparada com esses profissionais, ou seja, eles são orientados para ajudarem os professores titulares, assim como complementar o processo de ensino e aprendizagem, mediando relações também. Sobre o planejamento dos professores, a coordenadora ressaltou que a equipe diretiva e a coordenação pedagógica sempre procuram acompanhar o cumprimento do planejamento e o que está sendo pensando para ser desenvolvido em sala de ala, pois acreditam que este planejamento precisa valorizar os conhecimentos que os alunos adquiriram no ano anterior e os que eles trazem do seu contexto social. Ainda, para ela, é imprescindível a importância que os professores precisam ter com o diálogo em sala de aula, bem como, com a troca de opiniões e sugestões dos alunos, pois são grandes ferramentas que auxiliam na hora do planejamento, o qual irá também atender as necessidades e os interesses dos alunos, para além dos conteúdos já programados. Esta prática pedagógica é, portanto, democrática, participativa, mediadora, orientadora e eficaz na maioria das situações. O planejamento é preocupado com a construção de novos conhecimentos por parte dos alunos, sendo estes o centro de todo o processo, pois são cidadãos em desenvolvimento, que devem compor seus pensamentos articulados com a autonomia, estranhamento e levantamento de hipóteses sobre situações que lhes forem apresentadas. Já os alunos com alguma deficiência, recebem atendimento individualizado uma vez por semana, em que uma professora, que é formada em Curso Normal, Letras e Língua Inglesa, com especialização em Letramento e Atendimento Educacional Especializado (AEE), atende os alunos uma vez por semana, nas segundas-feiras, em uma sala somente para este tipo de atendimento. São sete alunos que recebem o Atendimento Educacional Especializado (AEE), sendo como alguns dos problemas a Síndrome de Down e Déficit de atenção. O Atendimento Educacional Especializado (AEE) na escola, é bem pensado. Todavia, deveria haver mais dias na semana para que os alunos fossem na escola, pois com tantos alunos que precisam de um atendimento individualizado tendo cada um uma especificidade de aprendizagem diferente, faz com que a professora se sobrecarregue no atendimento. Vale ressaltar que a escola já solicitou mais um profissional para essa situação, ficando a cargo da Secretaria de Educação do município. Para finalizar essa importante parte da entrevista, a coordenadora foi questionada sobre se era respeitado o tempo de aprendizagem diferente de cada aluno. Ela por sua vez, afirmou que sim, pois acredita ser importante para trazer bons resultados na hora da avaliação dos alunos durante todo o processo. É interessante nessa perspectiva, como a escola respeita seus alunos em todos os sentidos e os estimula a desenvolver esse pensamento, sempre a favor de fortalecer os laços de relações com todos.
4.3 Avaliação
No dia 1 de junho, as observações continuaram de forma presencial na
escola, contando com a presença da diretora, a qual fez parte da entrevista também. Percebendo que a diretora havia ficado muito feliz com a minha visita, falamos sobre vários assuntos voltados para a educação, bem como sobre a importância do curso de Pedagogia desenvolver estas práticas nos dias atuais. Após a leitura do comentário sobre como precisa ser uma avaliação no processo educativo, entramos no roteiro da entrevista. A diretora foi questionada sobre quais seriam as diferentes atividades para avaliar os alunos. Sua resposta foi de que os professores usam muitas atividades, tais como provas, trabalhos, seminários, ainda avaliando a participação, a cooperação e a integração dos alunos durante as aulas. Desta forma, a atribuição da forma da avaliação é discutida com todos os professores juntamente com a equipe diretiva e a coordenação pedagógica, levando sempre em conta os interesses dos alunos. É possível perceber que os professores não são orientados a ficarem acomodados no modismo de avaliações tradicionais, ou seja, somente provas. Eles precisam avaliar o educando como um todo, levar em consideração o nível de aprendizagem, suas expectativas, o contexto social em que vivem, como muitos outros fatores, que irão com certeza refletir na hora da avaliação final. No que se refere às decisões sobre a aprovação ou reprovação dos alunos, estas são tomadas de forma coletiva, valorizando a participação e a efetivação das atividades dos alunos durante todo o ano letivo. As famílias dos alunos são sempre convidadas a participar dos conselhos de classe, para assim ter maior conhecimento de como seus filhos reagem na escola, bem como, são sempre avisadas durante todo o ano se seus filhos estão tendo ou não bons resultados na escola, orientados sempre pelo diálogo e melhor entendimento. Se compreende, então, que todas as decisões no que se refere a avaliação, são articuladas pela discussão de opiniões, o que faz que tanto os professores como as famílias dos alunos tenham maior dimensão que a escola procura ao máximo fazer que todos tenham o mesmo acesso a todas as aprendizagens, cabendo a eles mostrarem o devido interesse o comprometimento das atividades. Durante cada trimestre do ano letivo, os alunos são orientados a fazerem uma auto avaliação, para poderem conhecer-se melhor e enxergar como reagem com as situações em sala de aula. Nessa oportunidade eles têm a opção de falar, escrever ou expressar o que sentem. A diretora também foi indagada se existe na escola algum procedimento formalizado para avaliar o trabalho realizado durante o ano por todos os sujeitos que ali trabalham. Sua resposta foi que isso acontece efetivamente, por meio de reuniões pedagógicas, em que todos podem falar o que estão sentindo e o que precisa ser melhorado, tudo em favor da melhor qualidade de ensino. Nesse viés, é possível enfatizar que é relevante o que a direção pensa sobre a avaliação dos alunos sobre eles mesmos e também dos profissionais sobre o trabalho na escola. Dessa forma, estimulam o pensamento crítico sobre suas ações, podendo interiorizar o que pode ser mudado para melhor e prosseguir com as práticas que dão certo. As avaliações das pessoas que trabalham na escola, são feitas através do Conselho Escolar e do Círculo de Pais e Mestres, em reuniões periódicas. Nesse sentido, todas as pessoas são acostumadas a opinar sobre como melhorar os trabalhos e o funcionamento na escola. Portanto o diálogo e a troca de opiniões são efetivados diariamente na escola, de modo a contribuir para o pensamento reflexivo e com o funcionamento escolar.
4.4. Acesso, permanência e aprendizagem
Ainda no dia 1 de junho, com a presença da diretora da escola,
comentamos sobre o acesso, permanência e aprendizagem na escola, após feita a leitura do comentário sobre o mesmo tema. No roteiro da entrevista, a diretora em um primeiro momento foi questionada sobre se a escola conseguia estabelecer estratégias para poder acompanhar os alunos com maior número de faltas. Sua resposta foi que sim, pois toda a equipe diretiva juntamente com a coordenação pedagógica está sempre em constante diálogo com os professores sobre o desenvolvimento e o comprometimento dos alunos em sala de aula, bem como a participação em aula. Se algum aluno começa a ter faltas frequentes elas falam com esse aluno ou então, se não resolver, acionam a presença dos pais na escola para tomar conhecimento da devida situação, que poderá refletir no abandono ou na evasão dos alunos na escola. É válido informar que a comunidade escolar sempre tem informações a respeito da quantidade de alunos que abandonam a escola. Nesse sentido, nota-se que a equipe diretiva é muito preocupada com a evasão e a permanência dos alunos na escola, para que assim possam construir novas aprendizagens, podendo ter acesso a informações importantes sobre o mundo para além do contexto escolar, dando os primeiros passos para a cidadania. Portanto, a escola adota medidas para trazer os alunos novamente para escola, indo sempre ao encontro da realidade social em que estão inseridos, ou seja, onde moram, como é a situação familiar, se este aluno recebe incentivo familiar para com seus estudos, entre tantos outros fatores. Foi perguntado para a diretora também se para os alunos que possuem dificuldades a escola oferece oportunidades para sanar tais por meio de atividades complementares. A resposta foi de que logo no começo do primeiro trimestre, na terceira ou quarta semana de aula, os professores, tanto dos anos iniciais como dos anos finais, listam os nomes daqueles alunos que então estão com dificuldades, principalmente nas disciplinas de Matemática e Português. A partir disso, é encaminhado um aviso para as famílias desses alunos, solicitando que seus filhos vão até a escola uma vez por semana no turno inverso das aulas para então ter uma contribuição a mais no processo de aprendizagem, mediado por um professor para os anos iniciais e outro para os anos finas. O resultado disso é na maioria dos casos, satisfatório. Sobre as causas de reprovações e aprovações, a escola busca compreender como um todo o que ocorreu durante o ano letivo com esse aluno, através de diálogo com estes alunos, suas famílias e por meio de conselhos de classe. Se nota a partir destas constatações, que o aluno tem acesso a várias oportunidades de aprovar no ano letivo. Só estará reprovando se ele mesmo não cumprir com as atividades, com o respeito com todos, com a participação em aula e o comprometimento em trabalhos e na hora de estudar para as avaliações. Acesso a várias ferramentas de estudo, todos possuem, basta quererem resultados positivos. Para findar, na visão da diretora a maior dificuldade encontrada pela escola, para haver resultados significativos consequentes da aprendizagem vai ao encontro do desinteresse de alguns alunos durante o processo, sendo este, também o reflexo do que vivem em suas casas, pois muitas vezes não recebem apoio da família, o que acaba prejudicando os alunos na escola. Assim, se compreende a importância da família com a escola para que os alunos se compromentam com seus estudos, pois tudo o que é aprendido é ressignificado diariamente, é necessário nessa perspectiva que estes alunos aproveitem ao máximo esse tempo na escola, com seus professores e colegas, uma vez que é a partir destes momentos que estará construindo sua condição como cidadão.
4.4. Educação em tempos de pandemia
No dia 2 de junho, com a presença da coordenadora pedagógica da
escola, comentamos sobre os reflexos da pandemia da COVID-19 na educação. Na visão da coordenadora, é preciso que nesse momento tenhamos calma e esperar o melhor momento para podermos retornar às atividades presenciais com os alunos, professores e funcionários. Nesse sentido, após a leitura do comentário sobre a educação em tempos de pandemia, começamos seguir com a última parte da entrevista. A escola por sua vez, passou por um processo de reorganização por conta da necessidade de distanciamento social. Deste modo, a coordenadora relatou que como o MEC (Ministério da Educação e Cultura) permitiu a validação de atividades a distância, as equipes diretivas juntamente com a coordenação pedagógica e os professores, foram orientados pela Secretaria de Educação do município para que preparassem atividades para quatro semanas, ou seja, um mês. Estas atividades são impressas na escola para todos os alunos de 1º à 9º ano. São recolhidas pela Secretaria de Educação que em um dia, com poucas pessoas, faz o roteiro no município com o transporte escolar para entregar essas atividades em forma de apostila para todos os alunos. No próximo mês, estas atividades serão recolhidas e outras estarão sendo encaminhadas novamente. Vale ressaltar, que todos os professores, junto com a equipe gestora, participam de grupos de WhatsApp para não perderem o contato com os alunos. Os alunos que não têm internet em casa, a coordenação pedagógica entra em contato com a família, para saber como está sendo o andamento das atividades encaminhadas, pois as mesmas contam como dias letivos e estarão sendo registradas como presença dos alunos nos cadernos de chamada. Para que as famílias saibam o dia e os horários do roteiro do transporte escolar, a Secretaria de Educação divulga os avisos nas redes sociais e no rádio. Os professores e funcionários, assim como a esquipe diretiva e coordenação pedagógica, fazem escala para plantão, mas sempre seguindo as instruções de distanciamento social, para que a escola não pare totalmente. Nessa perspectiva, é notável que a coordenadora pedagógica é muito comprometida e preocupada com o andamento e validação das atividades, assim como também com a efetivação das atividades da apostila por parte dos alunos. Contudo, se percebe que há uma satisfação no que se refere aos primeiros resultados da participação da maioria dos alunos, que entram em contato pelas redes sociais com seus professores, interessados no cumprimento dos trabalhos. O planejamento das atividades pelos professores, são feitos em suas próprias casas, para assim enviarem ao e-mail da escola para serem impressas. Os professores são orientados a não elaborarem as atividades muito difíceis, pois pode fazer com que os alunos não cumpram esses trabalhos por conta de não terem uma boa internet em casa, ou não saberem fazer, e as vezes os próprios pais não terem muito conhecimento sobre determinado assunto. A partir disso, é possível notar que há uma aflição na equipe gestora, pois como os alunos não estão indo até a escola em virtude da pandemia da COVID-19, os professores ficam um pouco limitados, por mais que a maioria dos alunos tenham contato com a internet, o ensino ainda não é remoto. Portanto, a iniciação de novos conteúdos fica um pouco complicado, principalmente nos anos de alfabetização e de encerramento dos anos finais. A equipe gestora está sempre em constante contato com professores, alunos, funcionários e comunidade em geral, preocupada com a saúde de todos e com a aprendizagem dos alunos. Uma vez por mês, uma pessoa representante da equipe gestora de cada escola do município, vai até a Secretaria de Educação para reunirem-se com para debater os resultados e pensar possíveis soluções acerca da educação contemporânea com a presença da pandemia. A coordenadora foi questionada também sobre como a escola está pensando sobre o retorno das aulas presenciais. Ela afirmou que todos os profissionais estão preocupados e analisando a situação, mas já estão se adiantando em algumas medidas, como a organização de pias com sabão de álcool e álcool gel, papel toalha, uso de máscaras e luvas, salas de aula com bastante ventilação e bem equipadas para o distanciamento dos alunos. Nessa perspectiva, é importante esse diálogo que as equipes gestoras do município possuem juntamente com a Secretaria de Educação, para assim pensar sobre o andamento do ano letivo em tempos de pandemia da COVID- 19. Isso mostra união, força, vontade de continuar acontecendo uma educação de qualidade que inclua a todos. O sentimento que a equipe gestora consegue relatar, é de muita angustia, preocupação, várias incertezas, porém de alegria por conta do apoio das famílias que interagem com a escola e com seus filhos. Isso mostra a boa relação que a escola tem com essas famílias, tendo cooperação, entendimento, fé, solidariedade, vontade de querer que seus filhos tenham uma educação de qualidade. Somente desta forma, teremos força o suficiente de encarar esse momento tão delicado que estamos vivendo, fazendo da educação escolar e universitária, uma armadura contra as ideologias opressoras, e a mais preocupante na atualidade, a pandemia da COVID-19. 5. CONCLUSÃO A partir da realização do trabalho, tive a oportunidade de conhecer como é estruturada e como se dá o funcionamento de uma equipe gestora, bem como pude compreender melhor a importância da gestão democrática em nossa contemporaneidade. A gestão democrática, sendo um elemento integrador para desenvolver uma educação de qualidade, articulada ao diálogo e a troca de opiniões, propiciando a formação de sujeitos ativos e participativos, deve cada vez mais ser pensada em escolas de rede pública e estadual pois dá condições suficientes para a construção da cidadania não alienada e disposta a mudanças. Para a formação de pedagogos preparados que estejam preparados para atuar na gestão escolar, o curso de Pedagogia precisa continuar tendo metodologias e objetivos para a constituição de profissionais que tenham ânimo, vontade de querer transformar o que necessita de mudanças e que visam uma educação de qualidade, pensando em educar para a cidadania. Nota-se nesse sentido (Saviani, 1985), que o pedagogo dentro do viés da gestão democrática, será um articulador na organização das práticas pedagógicas e da efetivação das propostas, garantindo a concretização dos trabalhos pedagógicos e administrativos. Para tanto, esse pedagogo precisa ter conhecimento da estrutura do Projeto Político Pedagógico (PPP), assim como também, a forma que ele deve se introduzir ao contexto social, pois é um documento que irá (Santana, Gomes e Barbosa, 2012) expor a identidade da escola, logo é fundamental que os gestores tenham disponível esse material para todos os profissionais da instituição, para conhece-lo, defende-lo e o colocar em prática, pois estarão trabalhando coletivamente em sua execução e construção. Articulado ao Projeto Político Pedagógico, o planejamento educacional em sistemas e em instituições precisa ter clara a sua importância, pois dá fundamentação à práticas pedagógicas transformadoras, que ressignificando diariamente o processo ensino aprendizagem. Desse modo, sustenta a perspectiva de uma educação de qualidade que coopera, interage, ouve e que media a construção de aprendizagens com o contexto social dos alunos. Portanto, a partir das observações realizadas na Escola Municipal de Ensino Fundamental Joaquim Rolim de Moura, foi possível perceber como ocorre a prática escolar no dia-a-dia da equipe gestora da escola. Por meio da entrevista com a diretora e a coordenadora pedagógica, foi perceptível que ambas desenvolvem a gestão democrática, pois oportunizam o diálogo, estando dispostas a mudanças no que for necessário a uma educação de qualidade, visando a formação de sujeitos participativos, autônomos e cidadãos, pensantes de uma sociedade igualitária. Percebi também, que cada uma possui uma individualidade, porém a mesma perspectiva engajada na gestão democrática, estando sempre à procura de novos conhecimentos e buscando conhecer seus alunos, auxiliando o planejamento de seus professores através do Projeto Político Pedagógico (PPP). Por fim, posso afirmar que a realização do presente trabalho, foi muito importante para minha evolução acadêmica e profissional, isto é, ampliou a minha visão do campo pedagógico que poderei atuar, fazendo-me compreender o quão é complexa a formação de professores e como a gestão precisa ser democrática, pois é através dela que poderemos dar os primeiros passos para uma sociedade mais igualitária, constituída por sujeitos transformadores. Nesse sentido, cabe a nós futuros pedagogos estarmos atentos a estes processos, afim de melhor nos especializarmos para garantir uma educação de qualidade. REFERENCIAS ARAÚJO, Adilson César de. Gestão democrática da educação: a posição dos docentes. PPGE/UnB. Brasília. Dissertação de Mestrado, mimeog., 2000. BORDIGNON, Genuíno; GRACINDO, Regina Vinhaes. Gestão da Educação: o município e a escola. In: FERREIRA, Naura; AGUIAR, Márcia (orgs.). Gestão da Educação: impasses, perspectivas e compromissos. São Paulo: Cortez, 2000. BRASIL. 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