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Departamento de Sociologia

Unidade Curricular:
SÓCIO-ANTROPOLOGIA URBANA E RURAL
Docente: Professora Teresa Maria Sousa Araújo Pereira Mora

Trabalho Prático 2021/2022

Trabalho individual escrito


Francisca Sousa (a96965)

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Índice
1. Introdução...........................................................................................................................3
2. Biográfico............................................................................................................................3
3. Mapa foto voz.....................................................................................................................3
4. Narrativa da vida...............................................................................................................8
5. Interpretação da realidade construída............................................................................12
6. Re-significação do biográfico...........................................................................................13
7. Bibliografia.......................................................................................................................14

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1. Introdução
No âmbito da unidade curricular Sócio-Antropologia Urbana e Rural, foi no proposto a
realização de um trabalho individual que tem como propósito dar a conhecer o meu
quotidiano e interpretá-lo a partir da sócio-antropologia urbana e rural.
O seguinte trabalho está dividido em cinco fases. A primeira fase refere a construção da
minha trajetória espácio-temporal, a segunda fase é a elaboração do meu mapa foto-voz,
a terceira fase do trabalho é a narrativa da vida, que é constituída pela entrevista ao meu
padrinho com 72 anos de idade, a quarta fase refere a interpretação dos textos do dossiê
e relacioná-los com o meu trabalho e a quinta e última fase é o re-significado do
trabalho.

2. Biográfico

setembro de setembro de
2008- 2017-
entrada na entrada na
19 de primária, secundária,
dezembro Escola Secundária
de 2002- básica de de Caldas
nascimento Sande das Taipas

setembro de setembro de outubro de


2006- 2012- 2020,
entrada no entrada na entrada na
infantário básica, EB universidad
do Samelos 2/3 e do Minho,
Arqueologo campus de
Mario Gualtar-
Cardoso Licenciatura
de
Sociologia

3. Mapa foto voz

Sobre as fotografias que tinha de escolher para dar a conhecer a minha trajetória
espácio-temporal, escolhi os locais que tiveram um impacto significante durante
a minha infância/ adolescência. Esses locais são a escola básica do Além em
Vila Nova de Sande, o parque de lazer situado também em vila nova de sande, a
rua da pojeira em Vila Nova de Sande, o centro paroquial e social de Vila Nova
de Sande, centro social cultural desportivo e recreativo de sande vila nova, a
localização de duas casas abandonadas em vila nova de sande, depois temos a
açude localizada em brito e por ultimo a escola secundaria situada em caldas das
taipas.

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Primeiramente vou falar dos locais mais importantes em Vila Nova de Sande.
Por ordem cronológica, temos em primeiro lugar a Escola Básica do Além, aqui
iniciei o
meu
processo
de

socialização primária e foi a partir daqui que comecei a fazer amigos, a brincar e
aprender as normas básicas da sociedade.

Outro local com


grande impacto na
minha vida é o
centro Social
cultural desportivo
e recreativo de Sande Vila Nova, foi importante porque aqui aprofundei os meus
conhecimentos e também foi aqui que passei muitas tardes a jogar ao esconde e ao
futebol com os meus amigos.

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Ainda em
Vila Nova
de Sande,
outro local
que marcou a
minha
infância
foi o centro
paroquial e
social de
Vila Nova
de Sande pois
era aqui que eu e os meus amigos nos juntávamos nas noites de verão antes de
existir o parque de lazer.

Em Vila Nova de Sande tem algumas casas abandonadas o que despertava


bastante interesse em saber qual era a qualidade de habitação no interior. A
realidade é que eram casas pobres, com pouca qualidade de vida e atualmente
cheia de buracos com muita probabilidade de qualquer dia demolir.

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A rua da
Pojeira de
Vila Nova
de Sande é a
rua onde esta
rodeada de
monte na
freguesia.
É nesta rua
que costume
passar
quando
vou
caminhar
com os
meus pais
e é uma rua cujo cheiro é de natureza o que transmite para mim calma.

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Por ultimo em Vila Nova de Sande temos o parque de lazer. O parque de lazer
foi construido em 2014. O parque é fundamental em mim porque dá para
desaliviar a cabeça, pois tem grande espaço para caminhar e para exercitar.
Além desse motivo é essencial da nossa socializaçao, porque aqui socializamos
com pessoas desconhecidas e também com conhecidos. Passei muitas tardes a
jogar monopolio e voleibol com os meus amigos e alias é o nosso ponto de
encontro durante as noites de verão.

A açude em
Brito é uma
especie
de um rio e foi
aqui que

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conheci pessoas novas e acima de tudo conheci um local tão bonito e tão perto
de casa.

Por ultimo destacei a escola secundária Caldas das Taipas. Nesta escola foi um
capitulo da minha vida com bastante importancia porque aqui aprofundei mais
os meus conhecimentos, moldei a minha personalidade com o que ia
aprendendo, aprendi sobre os fenomenos culturais e acima de tudo é importante
porque foi aqui que deu me acesso à universidade do Minho e ao meu curso de
licenciatura de Sociologia.

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Depois de reunir as fotos e colocar no MapHub, o espaço ficou dividido entre
Vila Nova de Sande, Brito e Taipas. Sendo que Vila Nova de Sande é o território
com mais destaque.

https://maphub.net/Franciscasousa/parque_sande_vila-nova-2

4. Narrativa da vida
No âmbito de recolher uma narrativa de vida a uma pessoa mais velha, escolhi
entrevistar o meu padrinho com 72 anos de idade, que viveu e passou por várias
dificuldades como dá conta ao longo da entrevista. Para além de dar a conhecer a sua
vida, fala também um pouco sobre as mudanças ocorridas ao longo dos anos em Vila
Nova de Sande, uma vez que vive aqui há mais de 42 anos e trabalhou na junta de
freguesia dando assim um maior esclarecimento. A entrevista foi realizada em formato
escrito uma vez que foi pedido pela parte do entrevistado privacidade.
Entrevistador: Bom dia, desde já muito obrigado por ajudar me neste trabalho e
conceder-me a entrevista. Esta entrevista tem como objetivo narrar a sua vida, portanto
as perguntas são de caracter pessoal e por isso se houver alguma pergunta onde não se
sinta confortável responder é so dizer me que passamos para a seguinte pergunta.
Entrevistado: Bom dia, não é incomodo nenhum e fico feliz que possa ajudar no seu
trabalho.
Entrevistador: Para iniciar a nossa conversa quero que me diga o seu nome, quando e
onde nasceu?
Entrevistado: Chamo-me Fernando Salgado Oliveira, nasci no dia 10 de maio de 1948
em são Lourenço de Sande
Entrevistador: Agora quero que imagine que a sua vida era um livro, qual era o titulo
do livro?
Entrevistado: Se a minha vida fosse um livro o título seria “A minha vida foi uma
escravatura”.
Entrevistador: Porquê “A minha vida foi uma escravatura”?

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Entrevistado: Porque a minha vida foi marcada por miséria, por muito trabalho
escravo, tinha 8 anos e não importa se fazia chuva ou sol, as 7:30 estava no campo
sozinho a olhar pelos animais e ficava ali até ao anoitecer.
Entrevistador: Dividindo o seu livro “A minha vida foi uma escravatura” em capítulos,
quais seriam os títulos dos capítulos mais importantes/marcantes para si?
Entrevistado: O primeiro capitulo do meu livro seria “Escravatura, miséria, porrada e
trabalho”, este capitulo corresponde a minha infância e adolescência, de seguida tinha o
capítulo “A guerra ultramar”, marcada pela minha ida forçada para a guerra em Angola,
depois temos o capitulo do “Casamento, filhos, netos” apesar de ter existido alguns
problemas familiares entre os meus filhos que afetaram a família inteira tenho a dizer
que foi o capitulo mais feliz da minha vida e o capitulo final era titulado “a doença
familiar” este é o capitulo que vivo nos dias de hoje dado que a minha esposa tem
cancro e de mesmo eu ter alguns problemas de saúde.
Entrevistador: Disse me que nasceu em são Lourenço de sande, viveu aí durante a sua
infância/adolescência?
Entrevistado: Não vivi lá até aos meus dois anos, depois mudei me para são clemente
de sande onde passei a minha infância e adolescência e passei durante cinco anos de
casado lá e só depois mudei me para Vila Nova de Sande onde ainda hoje resido.
Entrevistador: Consegue descrever-me a casa e a zona da sua infância/adolescência?
Gostava de morar lá e tinha alguns costumes nessa área quando era criança/
adolescente?
Entrevistado: A casa onde vivia era um casarão, contudo estava todo a cair, cheios de
buracos, de ratos, de cobras, sem água, sem luz, ou seja, era uma casa grande mas com
zero condições para habita-la. a zona era uma zona rural, constituída por muitos
campos, sem acesos e as restantes casas eram exatamente iguais a minha, era casas
típicas dos labradores. Eu não gostei nada de morar lá. Os meus costumes era ir à missa
todos os dias, muitas vezes descalço. Na escola fazíamos guerras de calhaus (com
pedras) e jogávamos ao peão e ao botão
Entrevistador: Como caracteriza a sua cidade natal? Ocorreram mudanças, se sim
consegue descrever-me as mudanças ocorridas?
Entrevistado: A minha cidade natal é a cidade de Guimarães. Guimarães é uma cidade
razoável, não é uma cidade muito folclórica nem uma cidade a cair aos pedaços. Sim
ocorreram muitas mudanças na cidade, a nível da movimentação de transito, a novos e
melhores acessos, a criação de novas escolas, criação de salas de espetáculos, também
ocorreu uma mudança significativa nas casas, dado que agora as casas têm muitas
melhores condições do que no meu tempo e há mais construções de casa.
Entrevistador: E em relação a sua freguesia, Vila Nova de Sande consegue dizer me se
ouve mudanças e se sim quais foram as mudanças?
Entrevistado: Obviamente que houve mudanças, alias eu durante 10 anos trabalhei na
junta de freguesia de Vila Nova de Sande e, portanto, sei melhor do que ninguém
explicar as mudanças que ocorreram. Antigamente e como muitas outras freguesias,

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Vila Nova de Sande era só campo e monte. As casas eram de fracas condições,
dominadas pelos labradores com os valores tradicionais de família e também via se
muito as casas pobres, que eram casas como a da minha infância, com pouca qualidade
de habitação e toda degradada. Atualmente ainda se vê algumas casas pobres, mas quase
sempre estas estão abandonadas, agora o que se vê são casas modernas com boa
qualidade de habitação. Com a construção de inúmeras novas casas o campo e monte
foram desaparecendo. Mas não foi só a construção de casas que ajudou o monte a
desaparecer, mas sim a construção de fábricas. Vila Nova de Sande é uma freguesia
cujo setor dominante é a indústria. Atualmente tem começado a existir algum comércio,
mas nada de extraordinário. Também não podemos esquecer que houve obras
importantes, como a construção de um parque de lazer maravilhoso e grande; melhoria
na igreja e no salão; melhoria e modernização do centro social de vila nova de sande e
da escola primária e melhoria a nível de acessos.
Entrevistador: Tinha alguma tradição familiar? Caso tenha, ainda mantem alguma
dessas tradições?
Entrevistado: Uma tradição da minha família era ir a missa todos os dias, atualmente
não mantenho totalmente, ou seja, já não vou todos os dias mas sim todos os fins de
semanas.
Entrevistador: Considera que teve uma infância feliz?
Entrevistado: Infelizmente a minha infância não foi feliz, porque na minha infância,
havia muita miséria, fome e muita falta de condições.
Entrevistador: Mas apesar dessa infância ter sido infeliz, consegue partilhar-me
alguma memoria boa durante essa época?
Entrevistado: Uma memoria feliz foi quando fui caçar os pássaros, porque naquela
época comia-se os pássaros, e em vez do ninho estar os pássaros encontrei uma cobra.
Entrevistador: Quando pensa na educação que teve, o que considera que está bem e o
que acha que deveria ter sido diferente?
Entrevistado: Educaram-me a ser respeitador e a ser uma pessoa séria e amiga. O que
eu mudava era ter tido a oportunidade de aprofundar mais a minha aprendizagem a nível
escolar.
Entrevistador: Sente que a sua educação teve um papel fundamental no
desenvolvimento da sua pessoa?
Entrevistado: Não porque a minha educação era a base de porrada e eu não sou nem
nunca fui uma pessoa apologista do uso de porrada
Entrevistador: Considera que seja mais importante a educação familiar ou a educação
escolar?
Entrevistado: Para mim é mais importante a educação familiar pois foi aqui que
aprendi a base da educação
Entrevistador: Quando era a criança, qual era o seu maior sonho? Tinha alguma
profissão de sonho? E como se imaginava o seu futuro?

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Entrevistado: O meu maior sonho em criança era ter um carro, porque quase ninguém
tinha e queria para destacar me. Em relação a profissão de sonho nunca tive. Imaginava
o meu futuro como sendo um homem de família, de muito trabalho e de boa educação
Entrevistador: Para além daquilo que já fez a nível profissional, gostaria de ter feito
mais?
Entrevistado: Não porque durante a minha vida fiz um pouco de tudo. Trabalhei no
têxtil, a limpar poços e minas, a cuidar e vigiar os animais no campo e nos meus últimos
anos antes da reforma trabalhei como carteiro.
Entrevistador: O que acha da sua vida neste momento?
Entrevistador: Dou graças a deus por estar como estou.
Entrevistador: Como se sente a nível emocional?
Entrevistado: A nível emocional cumpro as minhas obrigações.
Entrevistador: Como se imagina no futuro?
Entrevistado: No futuro próximo gostaria que a minha família tivesse saúde,
estabilidade na vida e que resolvessem as divergências entre eles.
Entrevistador: Tem alguma memoria importante para si que gostasse de partilhar?
Entrevistado: A memoria mais importante para mim é o tempo onde a família da
minha mulher estava toda unida.
Entrevistador: Consegue caracterizar-se em 4 palavras?
Entrevistado: Eu sou uma pessoa trabalhador, amigo, investidor e educado.
Entrevistador: O que considera ser o mais importante da vida?
Entrevistado: O mais importante que a vida pode me dar é a saúde, porque sem saúde
não há nada.
Entrevistador: O que considera ser uma vida feliz?
Entrevistado: Uma vida feliz é uma vida sem obstáculos.
Entrevistador: E uma vida infeliz é o que?
Entrevistado: Uma vida infeliz é uma vida rodeada de doenças e sem condições nem
estabilidade.
Entrevistador: Caracterize-me a sua vida numa só palavra?
Entrevistado: Aminha vida é difícil.
Entrevistador: Consegue-me explicar o porque da sua escolha?
Entrevistado: Porque desde pequeno que passei miséria e sofri muitos obstáculos e
atualmente não passo miséria a nível de alimentos e de dinheiro, mas passo por
dificuldades com a doença da minha esposa e também com os meus problemas de
saúde. Portanto continua a ser uma vida bastante difícil.

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Entrevistador: Quem são as pessoas mais importantes da sua vida neste momento?
Entrevistado: As pessoas mais importantes para mim neste momento são aquelas que
me rodeiam.
Entrevistador: Assim como toda a gente tem uma história, você certamente também
tem. Poderá falar-me dela? Conte tudo o que desejar e o que sentir confortável para
partilhar.
Entrevistado: A minha história foi desde pequenino ser criado no medo, na miséria, na
agressão e sem condições de habitação. Fui revoltado e obrigado a combater na guerra
ultramar e durante essa época o que custou me mais foi não ter meios para contactar a
minha família. Depois vem o casamento, é um casamento bastante feliz que dura a 49
anos e que daqui originou os meus três filhos e infelizmente perdi duas ao longo do
processo. Depois de criar os filhos vieram as netas e a afilhada e é uma época da minha
vida feliz.
Entrevistador: Se pudesse escolher, mudaria alguma coisa na sua vida?
Entrevistado: A única coisa que mudava era no aspeto da saúde que de certa forma
tinha mais cuidado com a saúde e também gostava de ser mais culto e aprender mais.
Entrevistador: Achas que mudou muito ao longo da sua vida?
Entrevistado: Mudei porque tive a necessidade de mudar ao longo da minha vida,
como pessoa e também a ter certos cuidados para a minha saúde, exemplo mudei a
minha alimentação por causa dos meus diabetes.
Entrevistador: O que é a vida para si?
Entrevistado: É a vida que deus me deu, é um dom.
Entrevistador: Que lição de vida transmitiria a terceiros?
Entrevistado: A lição de vida é ser uma pessoa educada, respeitadora, seriedade e
acima de tudo ter compromisso com as outras pessoas.
Entrevistador: Acha que ficou algo para referir na entrevista?
Entrevistado: Sinceramente não.
Entrevistador: Chegamos ao final da nossa entrevista, quero voltar a agradecer por ter
dado algum do seu tempo para a entrevista e de certa forma aprendi muito da sua vida.
Mas antes de darmos como concluído a entrevista queria que me respondesse a mais
uma questão, que é o que achou desta entrevista?
Entrevistado: Agradeço eu por ter tido o interesse de todas as pessoas entrevistar-me a
mim. Esta entrevista para mim foi um desabafo e por isso tenho a agradecer lhe mais
uma vez.

5. Interpretação da realidade construída


O texto escolhido foi “Silva, Manuel Carlos (2013), “Casas e tipos de casas. Poder
doméstico e conflitos intra-familiares”. A parte do texto que foquei me foi “Casas e

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tipos de casas”. Esta parte está interligada ao meu trabalho porque durante a entrevista e
até no meu mapa foto-voz dou a conhecer mais do que um tipo de casas.
A introdução deste texto foca-se no conceito de casa que se vai ajustando à evolução do
seu substrato económico e social. Além disso a casa é o espaço onde se organiza e
distribui as tarefas pelos diversos membros e também é aqui que se constitui o quadro
de referência tanto económico-assistencial como cultural-afetivo. Depois desta breve
introdução do conceito de casa e da sua função o autor dá-nos a conhecer que existem
quatro tipos de casas. A casa patrimonial, remediada, pobre e moderna. A casa
patrimonial é o tipo de casa que se fixa nos tradicionais valores de propriedade, da
poupança e da glorificação do trabalho, estas são casas típicas dos lavradores e é
constituída por uma ampla cozinha, várias e espaçosas divisões e pode ter uma varanda
exterior. Atualmente este tipo de casas encontram-se em declínio e outras são
remodeladas. Outro tipo de casa é a casa remediada, estas são construídos de pedra ou
reconstruídas com cimento, é constituída por um estabulo para os animais e um local de
arrumação no piso inferior, a nível de habitação, tem uma cozinha que é o principal
local de convívio, uma casa de banho “retrete”, uma sala de estar e um a três quartos
dependendo do agregado familiar. Estes tipos de casa são típicos de pequenos
camponeses-artesãos ou camponeses-operários. Temos ainda a casa pobre, este tipo de
casa cada vez se vê menos e são casas pequenas e degradadas. A casa possui na parte
inferior uma espécie de abrigo para o gado e além disso possui apenas uma divisão de
forma retangular que serve de cozinha e um quarto de dormir. Por último, temos as
casas modernas, estas são consideradas como sendo o novo modelo de casa. Este tipo de
casa é mais espaçoso, com mais conforto e uma maior funcionalidade. É constituída por
uma cozinha menos espaçosa, casa de banho, uma ou duas salas de estar, três a cinco
quartos e algumas até tem dispensas. Este tipo da casa é visto como sendo uma casa
mais vistosa e normalmente situa-se na berma da estrada. Na conclusão deste capítulo o
autor dá-nos a conhecer que cada tipo de casa exibem as características do grupo social
a que cada família pertence.
Como já referi este texto está interligado ao meu trabalho, porque neste trabalho faço
referência a três tipos de casa. A casa moderna, a casa remediada e a casa pobre. No
meu mapa foto voz tenho duas fotografias de casas abandonadas, onde uma é casa
pobre, pois é uma casa bastante pequena e muito degradada e tive a oportunidade de vê-
la pelo interior e só tinha uma divisão. Já a outra casa abandonada é uma casa
remediada, pois é construída a base de pedra e a nível interior tem mais divisões que a
casa pobre. Além disso na minha entrevista também falamos de dois tipos de casa. A
casa pobre que foi habitada pelo meu padrinho e que descreveu como sendo uma casa
sem qualidade para habitar e que não tinham luz nem água. Ao falarmos na entrevista
sobre as mudanças ocorridas em Vila Nova de Sande falamos do novo tipo de casa que
é a casa moderna. Estas casas são as casas que mais se vem na minha freguesia
atualmente e são casas mais vistosas, mais confortáveis, mais espaçosas e que a nível
interior tem mais divisões do que os outros tipos de casas que falamos.

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6. Re-significação do biográfico
Com a realização deste trabalho, refleti quais foram as vivencias mais marcantes ao
longo da minha vida e o porquê de terem sido importantes. Além disso fiquei a conhecer
melhor o meu padrinho depois da realização da entrevista e também conheci a miséria
que as pessoas passavam a alguns anos atras. Consegui realizar o trabalho sem nenhum
percalço e cumpri todos os pontos propostos para a realização deste trabalho pela
docente, mas acima de tudo aprendi bastante com o trabalho.
Antes da realização do trabalho sabia que antigamente as pessoas sofriam de miséria,
mas não tinha a perceção do quanto as pessoas sofriam com a miséria. Não sabia
também que existia quatro tipo de casas e que antigamente o tipo de casa mais frequente
era a casa pobre, apesar de existirem ainda poucas as casas remediadas e patrimonial.
Este trabalho proporcionou me curiosidade para descobrir e mesmo estudar quais as
mudanças ocorridas pelo mundo nos últimos anos e acima de tudo o que podemos e
devemos melhorar para tornar o mundo, especialmente alguns países menos
desenvolvidos, mais modernizados e acabara com a miséria existente nesses países
Portanto a realização deste trabalho teve um grande impacto em mim, pois despertou o
interesse em modernizar os países e mesmo acabar com a miséria que infelizmente
muitas pessoas continuam a sofrer.

7. Bibliografia
Silva, Manuel Carlos (2013), “Casas e tipos de casas. Poder doméstico e conflitos intra-
familiares”. In Manuel Carlos Silva, Sócio-antropologia Rural e Urbana. Fragmentos da
sociedade portuguesa (1960- 2010), Porto, Afrontamento, pp. 87-103

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