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nunca poderemos
amar
1
Laís Magalhães
2
Rebecca, carinhosamente apelidada de Becca, era
uma menina doce e sonhadora, criada no interior do
Paraná, pela mãe – basicamente. Adorava a cor
vermelha (nos batons e roupas principalmente),
porém sua cor preferida era azul. Teve uma infância
calma, exceto nos momentos em que seus pais
estavam brigando, e ela ficava tão nervosa que
começava a vomitar.
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dela). Tinham medo que ela fosse criada sozinha e
sem amor – ou algo do tipo – mas ela amava a
enfermagem e era muito boa no que fazia, era amor
e ternura em pessoa, parecia ser muito errado terem
tomado aquela decisão.
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pele pálida que também estava fria, suas mãos
estavam sob sua cabeça, seu semblante era calmo,
mas ela já não estava mais lá.
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quando caiu, dando o ombro todas as vezes que ela
precisou chorar, foi suporte até mesmo quando ela
não se suportou.
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Pegou a empresa numa situação muito complicada,
estruturou o departamento que atuava, e colocou
todos os pontos e virgulas que eram necessários.
Ficava ocupada a maior parte do tempo com a
empresa.
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se não fizessem mais questão que ela estivesse ali. E
poxa, ela era foda no que ela fazia, e eles sabiam.
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ficasse por perto apenas aquilo que a fazia bem.
Aliás, tudo o que fosse diferente de brasa ou gelo
deveria sair de ação. Se não fosse extremo não
valeria a pena ficar.
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horas, porque momentos de desespero pedem
medidas desesperadas.
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Seu pensamento foi interrompido, quando ao seu
lado uma voz marcante pede ao barman um uísque
sem gelo, e outro martini para a moça bonita de saia
vermelha. Ela olhou então, vagarosamente, já
sentindo as bochechas queimarem, e sorrindo como
quem agradecia, porém queria recusar.
— Eu insisto.
Disse ele, sem que ela falasse sequer uma palavra.
— Obrigada... Senhor?
Respondeu, de imediato.
— Thomas!
Ele completou sorrindo, e se sentou ao lado dela no
balcão.
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Era uma tarde quente e agitada em Curitiba, o céu
estava limpo e as pessoas já se preparavam para o
final de semana.
— Problemas no trabalho
Ela respondeu.
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Compreensível, deve ser muito complicado chegar
em um lugar em que não conhece ninguém e tentar
se adaptar ao ambiente, às pessoas, a nova rotina...
Pensava ela, enquanto se imaginava pela milésima
vez estando nessa situação, e pensando que esse era
exatamente o motivo de acabar sempre de auto
sabotando, desistindo e se privando de fazer a
mudança que sempre julgou necessária fazer. Mas
também ouviu porque, além da conversa ser
interessante, o cara era muito gostoso.
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alguma forma, naquele pequeno instante foram
capazes de se conectar um com o outro.
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dentro de si e se imaginou nessa situação (tendo um
filho agora, aos 21 anos).
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Se não fosse o fato de o brilho da aliança passar pelo
rosto dela a cada segundo enquanto ele gesticulava
a mão ao falar (e ele gesticulava muito), ela
provavelmente o teria o agarrado e beijado. Ah, e
como ela estava precisando que um homem
colocasse as mãos sobre ela, com vontade.
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meia nove. Nós nem ao menos conversávamos sobre
nada, do que adiantava eu estar presente?
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La no centro, onde a música era alta e estava
escuro, nem tentaram dizer nada. Se concentraram
na dança que era lenta, mas não o bastante para se
tocarem... e não agitada o bastante para pularem e
gritarem histericamente. Havia indubitavelmente
uma sinergia única entre eles.
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já soubesse boa parte do que estava rolando na sua
vida.
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proposta, ele vem se preparando para esse
momento, e acredito que é a hora certa de passar
esse investimento para suas mãos.
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oferta deles e assumisse a gerência da empresa,
então ela começou a crer que essa fosse a deixa para
aceitar.
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— Não acredito Becca, que enfim consegui fazer sua
cabeça e te convencer a vir pra cá. Depois de tanto
tempo me iludindo que viria, é uma pegadinha?
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naquele momento, era tirar todo aquele peso que
carregou por muito tempo.
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— Poxa vida, eu sai sem me despedir e sem falar
meu nome.
Becca pensava, envergonhada.
— Rebecca, então?
Ele sorriu de canto.
— Prazer em te conhecer.
Ela disse com as bochechas exatamente da cor da
saia que usou quando o conheceu.
— Muito bem-vinda.
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Alguma coisa nele mexeu muito com ela desde a
primeira troca de olhares e palavras. Ela, muito
cheia de ideias, curiosa pra vida e transbordando
sonhos. Ele estava eufórico de um jeito único, como
se as poucas palavras trocadas desenterrassem um
passado não vivido, não sentido.
— Atrapalho, moça?
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Naquele momento, ele deu dois passos para dentro
da sala, fechou a porta e se sentou na frente dela.
Ela não pode evitar olhar sem graça para baixo, mas
ele tocou suas mãos que estavam sobre a mesa.
— Juro que não foi por querer, aquele dia foi louco e
intenso de um jeito especial para mim. Quando
deitei no travesseiro, pensei em como nossa
conversa foi bacana, foi muito bom ter conhecido
alguém que pensava como eu e pôde me ouvir e
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compreender sem julgar. O papo fluiu naturalmente
de forma clara, conduzimos aquela dança como se já
nos conhecêssemos, isso é raro sabe?
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Ele completou a frase, enquanto ela gelava, e o
encarava vidrada sem soltar nenhuma palavra.
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de papel que estava sobre a mesa e saiu com um
sorriso safado na cara.
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tonalidades diferentes; eles amavam comida
japonesa; o suco preferido dele era pêssego e o dela
era de abacaxi...
“Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.
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Ela prosseguiu:
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— You take my breath away.
Ele disse, sério, sem risadinha.
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certeza: ERA PERIGOSO. Porque, de repente, eles
sentiam aquele nervosismo de novo, acompanhado
de um baita frio na barriga, que há muito tempo não
sentiam.
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Mandavam áudios escondidos no meio do dia, da
noite, falando, gemendo, gritando até... Não tinha
hora nem lugar, era vontade pura, puro prazer. Sua
voz grossa a deixava louca, molhada, pedindo.
Geralmente eram acompanhados de fotos do seu
pau que, naquela altura, já estava enorme, duro,
rachando.
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— Você está preparada? Sou superdotado.
Thomas mandou uma mensagem.
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dois corpos molhados se juntavam e deslizavam um
no outro junto à espuma do shampoo. Se deitou, ela
foi por cima e cavalgou nele enquanto sentia que a
água quente caia sobre suas costas.
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vontade de gravar um áudio no momento, o que o
deixaria excitado e provavelmente o faria bater na
sua porta as 2 da manhã, a jogando no chão e a
comendo lá mesmo.
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Ao chegar em casa ela tomou um banho, se arrumou
e enquanto passava um batom provocante daqueles
que ela amava e tinha aos montes, ouviu seu celular
tocar.
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momento, ela sentiu aquelas mãos grandes tocarem
sua bunda, por baixo do vestido.
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Perto dele me desconcerto, ele percebe, minhas
bochechas ficam ainda mais rosas de vergonha, mas
a sua presença também me passa tranquilidade. É
um misto de carinho, medo, excitação, afeto,
adrenalina e segurança. – Pensava.
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porém sutilmente, a fazendo parar de respirar por
alguns segundos.
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terem ido juntos, para que não parecesse uma
situação muito adversa. Agiram com naturalidade,
tudo normal, exceto pra eles que vivenciaram a
loucura que acabou de acontecer.
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celular – apresentou os possíveis cenários, se
sentou. Olhou para o celular, que continha uma
mensagem de texto “sua inteligência me excita”.
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saírem dali, imediatamente, procurar um cantinho
só deles.
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escadas, devido ao horário os corredores já estavam
vazios, chegando na porta 15, que era o quarto dele.
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fazendo ela aumentar a intensidade conforme ele
aumentava o tom.
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jeito, cada momento. Gravou na memória aquele
olhar de predador, as falas que saiam espremidas e
seus gestos. Ela era a presa, e gostava da sensação,
se esqueceu de todos os problemas que existiam lá
fora.
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sentou sobre ela encaixando o pau em direção as
costas, ficou a massageando enquanto se tocava
também... ela se virou e beijou a boca dele enquanto
ainda tinha o gosto dela, o jogou na cama ficando
por cima e encaixou, sentindo que tocou o mais
profundo que dava, inclinou a cabeça pra cima e
seus olhos viraram, o movimento era sincronizado,
como uma dança com passos perfeitamente
ensaiados.
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Ele gozou na cara dela, no cabelo, em tudo que
estava na frente. Puderam se esquecer das
imperfeições dos corpos, porque o momento foi
perfeito. Deram 100%, receberam 100% de volta... a
troca foi mútua, o prazer foi mútuo.
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de que, além de lavar por fora, também pudesse
levar embora um pouco do que estava por dentro.
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– ela dizia aos prantos, enquanto a água descia
quente sobre os seus ombros.
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agora estou aqui nessa situação. Depois que te
perdi... Você passaria a mão nos meus cabelos e
diria que ficará tudo bem? Eu sinto sua falta
mãezinha.
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Mas como ela poderia dizer algo? Concordaram em
fazer, foi tudo consensual até de mais, queriam
muito fazer, e o que ela sentia a partir daquele
momento era responsabilidade dela.
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— É melhor que não façamos isso nunca mais.
Disse ela enquanto se preparava para abrir a porta
do carro.
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O fato de pensar que ele pertencia a outro lugar,
outra família, outras pessoas, e que ela nunca
passaria de uma sombra na mente dele, fazia com
que ela se sentisse como um objeto.
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— É inegável que sinto algo por ti, ligo pra você, me
preocupo, penso em você grande parte do meu dia.
Eu sentaria e conversaria por horas, falaria sobre
tudo que você quisesse, te contaria meu passado e
planejaria o futuro ali mesmo, sentado. Mas não
podemos, temos nossos limites... eu tenho a minha
mulher, temos uma família.
Estamos vivendo momentos diferentes, quero um
pouco de diversão e prazer, algo que nunca tive
antes entende? Reviver o passado como uma
juventude que não foi experimentada, jamais vivida
por mim.
Comecei muito jovem, responsabilidades demais,
sonhos interrompidos. Quando te vi e conversei com
você, vi enfim a brecha para ser quem sempre quis
ser, mas tinha certeza que nunca seria... até aquele
momento que percebi que nossas vontades bateram,
que nos completamos de certa forma em vários
aspectos.
Estou no meu melhor momento como homem,
minha carreira está estabelecida, meu casamento
está sólido há décadas, meus filhos estão crescidos e
quase independentes.
Eu queria algo que pudesse me desocupar a mente,
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que aliviasse esse tesão acumulado que tive em você,
realizar as fantasias que não pude antes com a
minha esposa porque ela se contenta sempre com o
“papai-mamãe” e não ousa mudar nunca.
Você já faz sim, parte da minha vida, mas de uma
forma diferente e só nossa. Não quero mais alguém
para brincar de casinha, já tenho alguém para falar
sobre doenças e problemas. Quero você para gritar
no meu ouvido as putarias que tem vontade de falar,
que escute as minhas que existem no meu íntimo,
sem que me julgue e só aprecie.
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um amor que nunca poderiam amar de verdade,
apenas pra senti-lo presente, para fazer parte da
vida dele de alguma forma.
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E então o final de semana passou voando, fazendo
com que ela não tivesse tanto tempo assim pra se
ajustar, até ver ele de novo.
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chamou para almoçar, disse que ia no restaurante
próximo pois tinha que voltar mais depressa.
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— Amor, garotos, esse é o Fred presidente na
empresa onde eu trabalho, e essa é a Rebecca
gerente de aquisições e projetos.
— Muito prazer.
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Meu Deus, que loucura, eles estavam ali lado a lado
e Becca fingindo costume com toda essa situação.
Na sua cabeça, ficou se passando a seguinte
apresentação “prazer em te conhecer, enfim. Mas
prazer mesmo eu tive quando chupei o pau do seu
marido o final de semana todo...” era um
pensamento involuntário, que não deixava de ser
engraçado, como quando estamos em um lugar alto
e seguramos nossos objetos com mais força para não
os jogar de lá.
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Comeram às pressas, Fred e ela, pois realmente
tinham que voltar. Ela principalmente, porque não
via a hora de sair daquele ambiente. Seu corpo
estava totalmente inquieto, como numa situação de
perigo, em que a descarga de adrenalina te faz
pronto pra correr a qualquer momento. E ela
provavelmente correria, se não parecesse um ato tão
estranho e desesperado.
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beijariam na saída e iriam para casa de mãos dadas
caminhando. “Porque não foi assim que aconteceu?
Deus, me diz, porque aconteceu agora e dessa
forma? O livro da vida dele está há umas 100
páginas na minha frente, enquanto eu ainda estou
escrevendo o segundo capítulo. Seríamos perfeitos
juntos.” – Ela pensava.
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pessoal de Fred há anos, e eles não poderiam falhar
nessa tarefa.
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O trabalho feito por eles é, de uma forma
simplificada, analisar por todos os ângulos o negócio
que o cliente deseja investir, olhando desde o tipo de
empresa que eles desejam abrir ou expandir, o tipo
de material a ser fabricado ou revendido e o alcance
que ele terá no mercado consumidor, até o prédio
que deve ser construído com fácil acesso logístico e
do pessoal, público alvo, estruturação do negócio e
também auxiliar nas negociações das aquisições de
ativos imobilizados e algumas vezes na contratação
de mão de obra qualificada.
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A viagem já aconteceria na segunda, então ela teria o
final de semana para se preparar. As passagens já
haviam sido compradas pelo parceiro, tamanha era
a pressa para que fossem.
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para fazer sala para os clientes e as análises ao
mesmo tempo.
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tempo que está um clima de sol, pode começar a
nevar. Ela devia estar preparada para qualquer
situação – com relação a tudo.
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Já dentro do avião, ela colocou uma serie para
assistir, acomodou o headset na cabeça e tentou
ignora-lo. Ela não conseguia focar em nenhuma fala
por completo dos personagens, pois ficava
imaginando em como poderiam estar se dando bem
e batendo altos papos na viagem, como isso poderia
ser proveitoso.
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Ele se ajustou de forma relaxada, inclinando
levemente sua cabeça sobre os ombros dela, como se
quisesse assistir com ela seja lá o que ela estava
vendo – ele não ligava nada para o que estava
passando, era somente para provocar.
Por mais que a vontade dela fosse dizer que sim, ela
olhou para ele, tirou sua mão de lá e fingiu querer
dormir. Quando fechou os olhos, instantaneamente
veio na mente a cena de quando se abaixou e o
chupou, era tão forte, tão grande, tão bom.
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A boca estava muito molhada, quente, sedenta, e
sempre que a sua língua tocava a ponta, ela sentia
que ele ia estremecer, pulsava muito, as veias
ficavam evidentes.
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nuca e retribuiu o cafuné, também se mexeu para
pegar o celular, ele despertou.
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Mas não estavam com os pés no chão - literalmente,
o que acabava a preocupando um pouco.
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colunas que davam um ar sofisticado ao local, era
tudo muito colorido e alegre lá dentro, com lustres
gigantes e despojados.
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Thomas tirou os sapatos, a camisa, e se deitou na
cama que tinha diversos espelhos na parede por
detrás da cabeceira. O banheiro dava visão para o
quarto, através de umas grades abstratas que
ficavam ali, onde na verdade deveria ser uma parede
separada.
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mar, para os outros prédios em volta, as luzes da
cidade estavam todas acesas.
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Ele a abraçou firme, os peitos dela tocaram os dele,
ela beijou seu pescoço e mordeu sua orelha em cima
da pinta que ele tinha e que parecia um brinco, falou
sussurrando enquanto o sentia arrepiar.
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acontecendo naquele quarto, como se nada pudesse
os atrapalhar e destruir o que estava sendo
construído naquele momento, aquele pequeno
momento único e só deles.
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Mas ambos sabiam que seria melhor responder,
porque não iriam parar de chegar mensagens.
Thomas então parou, pegou o celular e respondeu as
mensagens, falando que estava tudo bem e que
havia chegado há algumas horas. O clima acabou
esfriando, resolveram então que seria melhor ir
dormir, pois no outro dia bem cedo teriam que ir
para o cliente.
82
Enquanto Becca e Josh conversavam sobre os
negócios, entendendo um pouco melhor sobre a
economia local, o modelo de negócio que era feito,
sobre o ramo que estavam pretendendo investir
agora e qual o público alvo que seria atingido,
Thomas que conversava com o pai de Josh, não
parava de olhar para os dois.
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Depois de alinharem tudo, Josh levou Becca para
almoçar em um restaurante beira-mar, e perguntou
se ela queria conhecer um pouco mais da cidade a
noite. Becca, depois de receber o convite, pensou em
como aquilo poderia ser interessante para os
negócios e também para conhecer um pouco mais
sobre os parceiros. Mas ela pensou também sobre
como aquilo poderia deixar Thomas enciumado – o
que reforçava ainda mais a vontade de ir.
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Becca e Thomas foram para o hotel, ela chegou e
tomou um banho apressado.
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estava pronta, construída e que outras pessoas
dependiam dele.
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Seguiram para um restaurante de luxo, no centro da
cidade, ambos pediam um prato que continha
camarão e tomaram champanhe. Saindo de lá,
foram para uma balada que, aparentemente,
frequentavam pessoas mais jovens e de classe média
alta.
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complicada demais. E para a segunda pergunta, se
fosse há pouquíssimo tempo atrás, ela diria “com
certeza” sem pensar duas vezes, já que era o que ela
sempre quis fazer.
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Becca entrou no quarto, Thomas estava dormindo,
ela tirou suas roupas e se deitou na cama. Ele
acordou.
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ela – não poderiam haver cobranças de nenhuma
espécie e em nenhum lado.
90
Mais tarde, já no hotel, Thomas puxou Becca pelos
braços.
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melhor, de novo não, porque a verdade é que nunca
me senti assim.
Nunca houve tanto frio na barriga, tanta vontade de
entrega, tanta espera ao receber de volta. Minha
menina, aqui ouvindo seu coração bater, percebo
que nunca houve dentro de mim algo parecido
antes. E não é culpa de ninguém, sabe?
O que aconteceu antes de acontecer isso, de
acontecer “nós”, não foi um erro, e o que acontece
agora não é culpa de ninguém. Nós não devemos nos
culpar por nos sentirmos assim, há muito
sentimento envolvido, muito carinho, muito fogo. Se
isso é errado, por Deus, o que é certo então?”
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E se não fosse para ser, se é tão errado assim,
porque Deus nos permitiu então? Porque cruzamos
o caminho um do outro? Acredito fortemente que
ninguém passa em nossas vidas por acaso, todas
trazem um pouco de si e levam um pouco de nós.
Senhor, sua menina ainda olha para o céu estrelado
e lembra de você, é o que está acontecendo agora por
exemplo, enquanto você deita sobre meus peitos e eu
te ouço respirar. Eternizarei esse momento em
minha mente, com toda certeza, e agora permitirei
que entre em mim – com força – da mesma forma e
intensidade que entrou no meu coração.
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Ao voltar para o hotel, arrumaram as suas malas e
tomaram um banho. Havia areia por toda parte,
seus cabelos estavam bagunçados, mas eles estavam
radiantes e vivos como nunca. Ela o filmou no
quarto, tentando fechar a mala sem organizar as
roupas lá dentro.
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Com certeza, haveria um vazio dentro deles não
preenchido, depois daquela semana que passaram
juntos de forma tão intensa.
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Ela entrou, fechou a porta, 5 segundos depois a
porta se abre, ele entra e a fecha rapidamente, ele a
puxa pelos braços e a vira, fazendo seus cabelos
voarem com o movimento. Os dois se olham bem
próximos, suas bocas querem se encostar, fazendo
com que eles se beijem então. Há àquela altura do
campeonato, já não conseguiam mais se contem ao
que sentiam um pelo outro, mesmo que fosse na
empresa.
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Havia muito trabalho a ser feito, mesmo não tendo
abandonado 100% a operação do escritório
enquanto estavam fora, o fato de ficarem longe nesse
período acabava acumulando atividades que
requerem uma atenção maior, e no caso deles, eram
executadas apenas por eles mesmos.
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Logo em seguida, veio Thomas esbanjando todo o
seu charme e o terno azul escuro novo
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Entraram naquele quarto, que estava
completamente escuro, exceto pelas luzes que
vinham da hidromassagem localizada ao fundo. Ela
foi caminhando para frente, ele puxou seus cabelos
a trazendo para perto, pegou na sua cintura e a
virou já tirando sua blusa. Ela abriu o cinto dele,
puxando-o com tudo e desabotoando sua calça. Os
sapatos foram jogados pra cima, as roupas foram
jogadas no chão do quarto, não havia sequer um
minuto a perder.
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vez mais excitado enquanto prosseguia, já não se
cabia na cueca.
100
— Isso, rebola pra mim.
101
— Você beija bem demais.”
Ele disse enquanto passava o polegar nos lábios
dela.
102
Ela fez que sim com a cabeça e saíram cada um em
seu carro. Thomas voltou para casa dirigindo
depressa, pois precisava chegar o quanto antes. Já
Becca dirigia de forma tranquila, ela gostava de
repassar todos os momentos em sua mente mais
uma vez, ela tinha esse costume de guardar cada
memória, pois esses eram os únicos registros que ela
poderia ter e levar consigo até o fim de sua vida.
103
muito mais favorável aos negócios e na metade do
ano já estavam quase com esse número fechado.
104
iriam para o destino. Durante o almoço, os dois
acabaram não falando sobre muitas coisas. Becca se
lembrou e quis puxar assunto.
105
celular, lido e as apagado para que eu não as visse.
E essa possibilidade é a mais provável de ter
acontecido e também a que mais me assusta, porque
realmente aquelas imagens mostravam o quão
próximos somos, estávamos no mesmo quarto.
E se ela viu e não falou nada é perigoso demais que
continuemos com tudo isso. É melhor nos
afastarmos de vez, para sempre!
106
A reunião durou duas horas, mas parecia que foram
dez. Com o tempo passando lentamente, Becca não
via a hora de sair dali, após as palavras que foram
ditas anteriormente, as coisas perderam totalmente
o sentido.
107
quase todas as noites, fazia jantar românticos,
deixava as crianças em casa e saía mais com ela.
Tudo isso era feito com um pouco de remorso, e
também tinha a esperança que ela não tivesse visto
as imagens, mas sabia que tinha visto pois não
tinha outra explicação de terem sumido do celular.
108
sua esposa. E ele nunca havia a imaginado nessa
posição.
109
— Eu penso sobre isso o tempo todo, Frederico
acorda e vai dormir de bem com a vida. Não é como
se não tivéssemos problemas como um casal, é claro
que temos, mas após a morte do meu irmão ele me
pediu para que eu fosse morar com ele já que nunca
morei sozinho, e posso dizer que essa foi a melhor
coisa que ele poderia fazer por mim naquele
momento. Eu não aguentaria ficar sozinho, eu
provavelmente surtaria, e nosso relacionamento só
se fortaleceu.
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Jamais poderia ser a parte que complementa o que
falta na vida de alguém, jamais seria a “metade da
laranja” pois, precisava de alguém que estivesse ali
por completo. Alguém que pudesse segurar sua mão
e ela apresentasse naquela confraternização, por
exemplo.
111
porque isso que aconteceu entre vocês foi uma
mentira e passageiro. Ou você acha mesmo que ele
deixará tudo que possui por uma menina?
Tudo o que ele perderia com toda essa brincadeira, a
família, os amigos. Seria julgado e condenado por
todos, seu nome iria para o lixo também: “a garota
do trabalho que destruiu um casamento”.
Pensou o que? Que ficariam juntos e viveriam um
romance? Coitada, não se ache importante, não ache
que você fez a diferença na vida do meu marido,
porque você não fez. E se você queria uma aventura
com um cara mais velho, sabe-se lá por qual motivo,
é melhor que acabe aqui, ou faço da sua vida um
inferno!
112
— Carlos, acho que vi sim. Mas está tudo certo. Se
preocupa não.
Disse ela, dando um grande gole na bebida, olhando
para Carlos e sorrindo.
113
Todos bateram palmas, enquanto Fred sorria lá do
meio ainda em êxtase, após dizer todas aquelas
palavras. Eu sentia sobre mim um olhar negativo,
ela não parava de me encarar, talvez pelo fato de eu
sair sem dizer nada, mas aquilo não poderia estragar
a nossa festa. Saímos então para pegar os presentes,
o amigo secreto aconteceria naquele momento.
114
Thomas achou estranha a reação de Becca, por ficar
muito sem graça ao descobrir que ele era o amigo
secreto, por ficar assustada quando ele foi abraça-la
e por ficar sem reação e hesitante ao mostrar o
presente, já que disfarçar que eles não tinham nada
era algo já normal para os dois.
115
geralmente ele conseguia chamar atenção, todos
adoravam suas gravatas.
116
— Tchau pessoal, muito bom ver que vocês
gostaram, ficamos felizes.
Disse Fred todo simpático, porém um pouco
embriagado.
117
Se tinha uma coisa que Becca sabia ser era sexy,
sem fazer nenhum esforço, ela algo natural dela.
118
Fred se levantou para pegar gelo, Carlos olhou para
o vazio e disse:
— Seus babacas.
A voz ecoou pela sala.
119
Fred começou a rir do nada, enquanto os dois
olhavam assustados sem entender nada.
120
Os três se olharam, Becca foi em direção de Fred e
também o beijou, mas logo em seguida começou a
chorar.
121
— Não senhora, você não tem condições de dirigir, o
quarto de hospedes está arrumado e a cama está te
esperando dona Rebecca.
Carlos prosseguiu em tom autoritário.
122
dentro, como se quisesse eternizar o que sente para
que ela sempre se lembre dele.
123
não queria que Becca simplesmente fosse embora da
sua vida.
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Mas ela realmente estava bem, já havia dirigido em
situações piores. Com os sapatos jogados no banco
do passageiro, ela ligou seu carro e seguiu. Em
algum momento durante o caminho, sentiu seu
corpo gelar e simplesmente apagou.
125
— Você não sabia da gravidez, Sra. Rebecca? Por
isso consumiu bebida alcoólica? A gravidez é de
aproximadamente 5 semanas...
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E mesmo ela não devendo satisfação nenhuma da
sua vida para ninguém, mas não tendo
absolutamente ninguém de verdade em sua vida
além do Fred, e também porque havia guardado esse
segredo com ela por tanto tempo e estando tão
exausta, soltou:
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poderia tomar.
O dia de merda era justamente por esse motivo,
aliás. Eu estava pronta pra finalmente sair de lá, me
estressei demais, e sai pra beber a tarde. No meu
primeiro dia, quando eu o vi descer as escadas e vir
em minha direção me dar boas-vindas, eu me
assustei demais.
Primeiro porque eu sai do bar embriagada e sem
dizer meu nome, segundo porque era evidente a
atração que sentíamos um pelo outro.
Muita coisa rolou, Fred. E quando eu digo muita
coisa, estou me referindo as diversas posições que
transamos mas também sobre tudo o que
experimentamos na cabeça e no coração, mesmo ele
negando que sentisse ... mesmo ele não se
permitindo sentir, ou não se permitindo dizer algo
sobre sentimentos porque era “proibido”, ele dizia
que tínhamos nossos limites, acredita? Mesmo
sendo evidente que havia algo ali.
Mas eu entendo, sabe? Eles são um casal perfeito,
do tipo que se conheceram jovens, começaram a vida
jovens e logo tiveram seus filhos. Passaram uma
barra juntos, enfrentaram todos os problemas juntos
e cresceram juntos.
128
Cada um deu uma parte de si, se doaram sim um
para o outro como puderam, cederam e
compartilharam sensações e sentimentos, e agora
estavam colhendo os frutos.
Definitivamente não dava para competir com isso,
não havia espaço para mim em lugar algum – exceto
na cama dele, quando o tesão estava acumulado –
mas eu nunca ocuparia espaço no coração daquele
cara. Merda! Terminamos tudo há algumas
semanas, então não há mais nada a ser dito.
129
— Me consegue um trabalho no parceiro de Miami?
Na viagem estreitei alguns laços, fiz alguns contatos,
mas como você os conhece há muito tempo, com
certeza sua indicação será certeira... E Frederico, me
promete que Thomas não saberá dessa gravidez, me
promete que nossa conversa morrerá aqui. Vou
carregar o fardo e arcar com as consequências
sozinhas.
130
Becca se sentiu aliviada, porque poderia se mudar e
começar a sua vida do zero em outro lugar, conhecer
novas pessoas e esquecer tudo o que se passou. Ela
colocou na cabeça que dali para frente somente
ficariam em sua vida o que pudesse ser cem por
cento, e tudo que ousasse ser 99,99 ela dispensaria.
Ela usaria o mês de dezembro para se organizar,
resolver com o seguro o assunto do carro, vender
sua casa, arrumar a mudança, ajustar seu visto
para de trabalho e enfim viajar.
131
para o Fred perguntando por ela, mas ele acabou
respondendo que não sabia dela.
132
A primeira semana de dezembro acabou se passando
então. Becca, que estava ocupada demais pensando
em sua mudança, ficava praticamente o dia todo
fora de casa resolvendo seus assuntos.
133
Thomas ficou sem graça, porque estava desesperado
atrás de Becca, mas como não a encontrava e o
único amigo dela era Fred, realmente não sabia mais
onde recorrer.
134
Bom, ela já estava se mudando do país, então não
poderia deixar de cortar o cabelo bem curto.
Mulheres que mudam seus cabelos estão decididas a
mudar de vida, são essas mudanças que geralmente
marcam o fim de um ciclo e o início de outro.
135
Passagem comprada e dentro de um livro, o sorriso
grande no rosto e malas prontas. Naquela tarde
Becca seguiria em direção ao desconhecido – não tão
desconhecido assim. Antes de partir, ela decidiu que
daria uma última volta na cidade, precisava disso
para enfim se despedir de tudo o que viveu, que foi
muito bom por sinal, e marcou também o início de
uma nova fase na vida dela. Caminhando pela rua,
ela se deu conta que estava próximo ao salão do seu
ex namorado. Ao olhar lá para dentro, o viu junto
com a amiga que ele tinha desde quando eles ainda
eram um casal.
136
iguais aos dele. Cabelo, olhos, sobrancelha, boca...
não era possível que ela estivesse vendo ali uma
criança filha então dos dois, isso só poderia
significar uma coisa: pela idade do menino, era fruto
de uma traição.
137
— Eu estou com o cabelo curto demais, de óculos
escuros, eles não me notarão.
Ela pensava enquanto dava passos largos e seguia
em diante.
138
com ele sobre nada... muito menos queria que ele
soubesse da viagem.
139
— Eu juro a mim mesma, que vou me esquecer e
nunca mais vou sofrer por tudo isso que está no
passado. De agora em diante sou eu por mim e meu
filho, no final sempre somos nós por nós mesmos, é
necessário deixar o que passou realmente passar,
nenhuma lagrima será derramada por histórias mal
resolvidas e pessoas que não deveriam nem ter
passado, muito menos ficado por um período em
minha vida.
140
Eu acabei me envolvendo com outra pessoa,
aconteceu de forma natural, nós sabíamos do que
estava por vir, dos riscos que corríamos e
assumimos todos eles. Gostaria de te pedir desculpa
olhando dentro dos seus olhos, nós vivemos tempos
incríveis juntos, éramos jovens quando nos
conhecemos, nós nos gostamos muito, nos amamos
muito, vimos coisas ruins demais e boas demais
juntos, cada momento que existiu enquanto
estávamos juntos foram mesmo reais, eu juro que
permaneci verdadeiro e segui meus princípios por
toda a nossa vida como um casal.
Até que tive que me mudar para essa cidade, que
comecei um novo emprego, que conheci essa pessoa.
Vieram à tona sensações não sentidas antes,
vontades e desejos não realizados antes, que enfim
tive a oportunidade de experimentar.
Não te digo tudo isso para te torturar, ou para te
deixar mal, não é isso. Por favor não confunda as
coisas, o que vivemos foi real e verdadeiro enquanto
durou, mas o que estou vivendo agora também é real
e verdadeiro, não tem nada a ver conosco, não tem
nada a ver com nossa história, é simplesmente uma
nova história a ser vivida e que eu decidi vive-la.
141
Espero que possamos nos darmos bem de agora
para frente, mesmo que não vivamos mais como um
casal, ainda serei pai dos meus filhos, ou melhor,
pai dos nossos filhos. E tudo isso não é culpa nossa,
ou dela, não é culpa de ninguém... é apenas o que
meu coração decidiu que seria melhor, enfim uma
oportunidade de ser alguém melhor.
142
mulherzinha... como é mesmo o nome? Becca né, a
é, me lembrei. Se depender de vocês tudo bem, mas
por mim ele não precisa mais colocar os pés dentro
dessa casa mais.
143
Carlos desceu com uma mala, Fred com outra, e
Becca com uma mochila nas costas e o livro com os
bilhetes na mão. Todos estavam com um grande
sorriso no rosto, mas Fred continha as lagrimas que
estavam presas nos olhos.
144
Siga em frente de peito cheio e cabeça erguida, com
a certeza que tudo já deu certo... Mas caso você
queira voltar, estaremos aqui pra sempre, por você.
Fred prosseguiu, mas a essa altura já não conseguia
mais segurar o choro.
145
A viagem seria a mesma que outrora fizera, mas
agora era diferente, ela estava diferente. Era outro
motivo, outro proposito, outro corte de cabelo,
outros sentimentos no peito. Agora era mais
solitário, mas ela continuava acompanhada.
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tsunami e inundam tudo aquilo que existe hoje,
fazendo com que pareça que não existiu nada antes
daquilo, e por onde se olha só tem água... assim
também é com o amor, que era naquela situação,
uma história inacabada.
147
Ela fechou os olhos para tentar pensar em outra
coisa, mas começou a tocar “sweater weather”, que
vinha de encontro com o que ela sentia. Estava frio,
ainda teria mais umas 8 horas de viagens, e ela
decidiu que naquele momento desbloquearia
Thomas do Whatsapp.
148
Achando que iria para um hotel, para a surpresa de
Becca Josh havia se antecipado a ela e alugado uma
casa para que ela ficasse. Porque, segundo ele, ela
não merecia nada menos que ter uma casa só para
ela enquanto estivesse ali. Bom, a casa era grande e
ficava bem próxima a empresa, e aquilo funcionava
como um benefício complementando o salário que
ela já receberia.
149
acabaram vindo com o desbloqueio que havia feito
ainda dentro do avião, onde não pegava sinal.
— Saí de casa.
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E essa penúltima mensagem a fez chorar enquanto
lia, mas a última a fez ligar para Thomas
instantaneamente quando acabou de ler.
— Oi? Thomas...
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— Hm, então, acontece que... eu não vou voltar!
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Thomas seguiu em silêncio, porque sabia que tudo
aquilo era verdade, e porque aparentemente ficar em
silêncio era o que ele sabia fazer de melhor
ultimamente. Ele tinha medo de que as palavras não
saíssem como ele gostaria e que pudesse acabar
estragando tudo... como já fez outras vezes. E dessa
vez ele sentia que se estragasse, não tinha volta.
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Ela pegou o celular e fez uma chamada de vídeo
154
E por pior que parecesse a situação, os dois
pareciam aliviados diante da notícia que Becca
acabara de contar. Aliviados, porque, em meio a
tanto caos e problema, finalmente eles teriam a
chance de, pelo menos, tentarem fazer com que
aquilo desse certo.
155
novamente não lembrou de toma-lo. Por um
descuido ou deslize... Sim, apenas um dia sem
tomar o anticoncepcional, foi o suficiente para que o
“estrago” estivesse feito.
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sentimentos que estavam sendo armazenados no
canto esquerdo do peito há algum tempo.
157
escorressem por entre seus dedos, segurou com
força.
— Estou grávida!
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Thomas ainda a encarava, vidrado, permanecia
imóvel. Becca não tinha mais nada a falar, começou
a encará-lo também.
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insegurança da sua parte, entendo que houve no
passado e que ainda há, afinal passamos por altos e
baixos o tempo todo que estivemos “juntos”... Sei
que recuei, que reaproximei, que quis ditar as regras
e agi algumas vezes como se eu tivesse lhe usando,
estou aqui agora reconhecendo o meu erro e também
estou aqui para lhe pedir perdão por todas as vezes
que quebrei seu coração.
Se você sente que seu lugar agora é aqui, que quer
recomeçar longe de toda aquela loucura em que já
estivemos, ficarei e recomeçarei com você. Eu juro
que ficarei ao seu lado, indo contra o que eu disse lá
no princípio, porque afinal de contas eu já nem sei
mais quem eu era, só me interessa quem serei a
partir de agora com você.
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dúvidas não era um homem fácil, mas ele era
alguém que Becca queria deixar ficar – em sua casa,
sua vida, seu coração – e ela abriu então as portas,
para que isso fosse possível.
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Agradecimentos
162
frequência muito alta e com uma sensibilidade
muito grande.
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