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D.

Internacional
Privado
(teórico) – 2.º SEMETRES

Disciplina jurídica de relações privadas que têm o elemento da internacionalidade, como por exemplo:
responsabilidade civil contratual; capacidade negocial de gozo.

RELAÇÕES PRIVADAS INTERNACIONAIS – falamos de relações jurídicas com duas


características:
 relações jurídico-privadas – relações entre pessoas que estão a atuar sem qualquer este de
autoridade;
 relações jurídico-privadas internacionais – JITTA contruiu uma classificação que divide as
relações jurídico privadas em puramente internas, relativamente internacionais e absolutamente
internacionais. O DIP ocupa-se apenas por estas últimas duas.

As relações puramente internas são aquelas que os elementos estão em contacto com uma ordem
jurídica que é a ordem jurídica do foro. É onde pertence a ordem de aplicação do direito onde se entrega e se
decide a relação controvertida. Exemplo: eu compro a G o seu computador por 100€. G só aceitou porque ficou
com medo que ela a ameaçasse e depois de passar a UC diz que o negócio foi celebrado com vício de vontade e
vai aos tribunais para invalidar o negócio. ordem jurídica é só a portuguesa, é a ordem jurídica do foro. Aqui
aplica-se apenas a lei portuguesa.
As relações jurídicas privadas relativamente internacionais são aquelas que são puramente internas
que não é pela ordem jurídica do foro. Exemplo: dois nacionais brasileiros que se casam no brasil. Emigram para
PT. Perante os tribunais PT coloca-se a questão do divórcio. o casamento foi válido ou não? temos uma relação
jurídica, relativamente internacional, porque é puramente interna que é o brasil, mas o do foro será o tribunal
português que está a avaliar e decidir o caso. Problema de direitos adquiridos no estrangeiro. Queremos nestas
relações reconhecer direitos que foram adquiridos noutra ordem jurídica.
As relações jurídicas absolutamente internacionais são aquelas que estão em contacto desde a sua
origem com mais do que uma ordem jurídica. Exemplo: um PT vende a um nacional BR uma casa situada em FR
através de um ccv celebrado em IT. Aqui coloca-se o problema de qual a lei aplicável a esta situação.
O DIP ocupa-se destas duas últimas, que chamamos de relações jurídicas internacionais ou situações
plurilocalizadas.
Será que é importante estudar a regulamentação jurídica destas relações jurídico-privadas?
Tradicionalmente, e a partir do séc.XX, assistimos a importantes movimentos migratórios. As questões
internacionais que se colocavam era sobretudo direito da família e sucessões. Atualmente, este cenário mudou
com a globalização. As empresas internacionalizam-se e celebram contratos de importação e exportação, o
mercado financeiro relaciona-se entre vários ordenamentos, a mobilidade das pessoas aumentou, é fácil comprar
bens noutros países, e houve um elementos de trocas no comércio internacional. Exemplo: celebrei contrato com
o Facebook da irlanda. Exemplo: comprar na shein, amazon.

O objeto do direito internacional privado é resolver questões privadas, plurilocalizadas que têm
ligações comais de uma ordem jurídica.

Duas ideias base:

 O DIP ao regulamentar as relações privadas internacionais vis obter a continuidade e


estabilidade das relações jurídico privadas de forma que as fronteiras físicas que existem não
impeçam as pessoas de exercer os seus direitos.
 O DIP é um direito tolerante à diversidade de soluções jurídicas que existem nas várias ordens
jurídicas. As soluções de PT não são melhores do que a de outros países.

ÂMBITO DO DIP
Enquanto ramo de direito objetivo, incluímos normas de conflitos de leis, normas acessórias, e normas
materiais de DIP.
Normas de conflitos de leis – são normas que existem na primeira parte do CC, por exemplo. E são
normas que nos dizem qual a ordem jurídica que é aplicável para resolver uma questão internacional. Exemplo:
art.45º CC. é uma norma que nos indica a lei aplicável a uma relação privada internacional. Art.46º CC “O
regime da posse, propriedade e demais direitos reais é definido pela lei do Estado em cujo território as coisas se
encontrem”.
Estas podem ser de fonte nacional, da EU, e de fonte internacional. De fonte nacional, temos
essencialmente do art.25º ao art.65º CC (vamos estudar todos estes artigos nas TP).

Vamos estudar dois regulamentos da EU, a Lei Aplicada às Relações internacionais Reg.864/2007
(ROMA II), aplicável às obrigações extracontratuais, e o Reg.593/2008 (ROMA I) aplicável às relações
contratuais.
Relações contratuais são contratos internacionais em geral – o contrato de consumo internacional, o
contrato de seguro, de transferência e de trabalho. Nas relações extracontratuais, incluímos a responsabilidade
extracontratual nas suas 3 modalidade e enriquecimento sem causa e gestão de negócios.
Estudaremos a Convenção de Roma sobre a lei aplicável às relações contratuais. Há sobreposição entre o
Reg.593/2008, que mais tarde a Prof explica.
Também há normas de reconhecimento de atos públicos estrangeiros e normas estrangeiras que se
inclui as transações judiciais e os acordos que são homologados internacionalmente. Também temos aqui
fontes nacionais, da Ue e internacionais. Aqui estão as relações jurídicas internacionais que não são da ordem
jurídica do foro. Exemplo: um casal de PT, emigraram para ENG, o marido bate na mulher, dá-lhe com um tijolo
na cabeça do marido, divorciam-se em ENG, passado uns meses a mulher vem propor uma ação de divórcio em
PT, o marido diz que eles já são divorciados. Ele terá razão? Tem de haver conhecimento do divórcio em PT.

Onde se encontram as normas que se destinam ao reconhecimento de sentenças estrangeiras? Temos o


CC, temos fontes da EU (regulamento 1215/2015) e fontes internacionais como a convenção de 2010.
Inclui-se o reconhecimento de decisões arbitrais estrangeiras. Os principais meios de resolução é a
arbitragem internacional, e havendo um litígio resolvido através desta é preciso reconhecer esta sentença nos
vários estados onde se quer que se produzam efeitos. Convenção que regula a decisão arbitral: convenção 1958 de
New York.
Um tipo de normas que complementam estas todas de agora são as normas de competência
internacional. Temos no CPC, mas também na Eu coo o regulamento 1215 e em convenções internacionais.
Outro tipo de normas que se estudam em DIP são as normas de direito da nacionalidade. São um conjunto
de princípios que regulam a manutenção, perda e aquisição da nacionalidade. Estudaremos em geral as normas e
depois olharemos para a nossa lei da nacionalidade.

Dentro do DIP, incluímos as normas de direitos dos estrangeiros. Estas normas são um conjunto de
normas que definem a capacidade dos estrangeiros para serem titulares de direitos (privados) por contraposição às
capacidades reconhecidas aos portugueses.

Os métodos
São modos de regulamentação.
 Via substancialista
 Via conflitual
Aplicação do direito material do estado foro. Exemplo: ccv de um prédio rústico, situa-se em FR,
celebrado em FR, entre dois PT. Segundo o CC FR que permite que sejam escritos por doc particular. coloca-se
em PT, perante tribunais PT, uma questão relacionada com o cumprimento deste contrato. O comprador PT não
paga o preço. O contraente faltoso podia invocar a falta de forma perante o CC PT? Não pode.
Este primeiro método defende que às relações privadas internacionais defendia que se devia aplicar o
direito material do foro. Este método que foi praticado na europa até ao séc.XVII, é um sistema de territorialismo
e apesar de podermos apontar vantagens, temos imediatamente que isto não pode ser aceite por não ser justo.

As vantagens são: boa administração da justiça porque os órgãos que aplicam o direito estão mais
familiarizados com a sua ordem jurídica e mais facilmente aplicam as suas próprias leis – mas aqui o direito
variava consoante o estado em que se estava, o mesmo problema, mas soluções diferentes. Isto gera
imprevisibilidade e incerteza jurídica para as partes, frustrar-se-ia as legítimas expectativas dos interessados.
Outro problema: se a solução varia, o autor da ação podia escolher onde lhe fosse mais favorável propor a ação –
fórum shopping que põe em causa o princípio da igualdade processual das partes.
Mas podemos ter no direito material do foro, podemos ter normas especiais para regulamentar relações
privadas internacionais – direito material especial. Temos várias, ainda que limitados, exemplos no nosso CC.
Dentro deste direito material especial, temos várias categorias de nomes:

Normas materiais do direito internacional privado – exemplo: art.51º/3 CC. fala dos casamentos
celebrados em embaixadas e este artigo diz que pode ser celebrado mas que tme de ser organizado um processo
anterior para saber se as pessoas têm capacidade para tal. Exemplo: art.54º/2 CC, se a lei aplicável permitir
modificar o regime de bens (em PT é imutável), aceitamos, mas não tem efeitos retroativos para proteger
terceiros. Exemplo: art.3º CodSocCom, na transferência de sede é boa por razões fiscais, aqui podem as
sociedades de fora podem transferir para Portugal mas tem de ter o pacto social de acordo com a ordem jurídica
PT. Para que estas normas materiais possam ser aplicadas, tem de haver uma ligação entre a ordem jurídica
portuguesa e a situação em concreto.

Normas de aplicação imediata (NAI) ou normas internacionalmente imperativas – normas materiais


especialmente autolimitadas pelo fim social que visam atingir e pela sua especial densidade valorativa (visam
salvaguardar valores essenciais para o estado), reclamam a sua aplicação ao caso independentemente do âmbito
de competência da ordem jurídica a que pertencem., quando elas se querem aplicar, aplicam-se mesmo. Exemplo:
art.2223º CC, fala do testamento estrangeiro que para ser válido em PT, tem de se observar a forma solene (ou
seja, haja a intervenção de uma autoridade dotada de fé pública), tem de garantir que a vontade da pessoa foi
expressa sem pressões externas, garantir que a pessoa está na plenitude das suas capacidades intelectuais. Estas
normas existem em todas as normas jurídicas porque o legislador define um valor que quer garantir (a proteção da
parte mais fraca, o interesse público, etc). exemplo: direito do trabalho, direito do consumo em que há partes mais
fracas).
Direito dos estrangeiros – normas materiais que regulam o direito e capacidade de gozo dos estrangeiros
contrários aos nacionais. Exemplo: DL 280/2001, os tripulantes de embarcações nacionais devem ter
nacionalidade portuguesa ou da UE.

Direito Material Uniforme


Direito material uniforme são normas de regulamentação de criação supraestadual. Há dois tipos:
aplicável às relações internas internacionais e o aplicado apenas às relações internacionais, chamado direito do
comércio internacional. Normas materiais especificas para regular em certas relações privadas no plano
internacional.
De criação supraestadual, é comum a vários estados, aparece em domínios limitados e as relações
privadas internacionais são tratas da mesma maneira que as relações internas. Exemplo: letras, livranças e a
convenção de Genebra de matéria de cheque. Mesmo nos domínios onde há este direito material, podemos ter
uma diversidade de direitos que resulta da interpretação de normas do direito uniforme. Apesar do instrumento
jurídico ser o mesmo, pode ocorrer desuniformidades que resultam da integração de lacunas ou interpretação das
normas. Exemplo: art.31º/4 LULetras e Livranças e a sua interpretação, s enão houver indica-se, presume-se que
o aval é dado pelo sacador. Mas nos vários estados surgiu uma dúvida quanto a esta presunção. O STFrancês
disse que era não ilidível, o DPAlemão era ilidível, o STJ de PT é não ilidível. Só há uma área que não há o
problema, quando o direito material uniforme é de fonte da união europeia. Isto porque há o TJUE que em caso
de dúvidas uniformiza a interpretação.
Convenção de viena 1980 do ccv internacional de mercadorias exemplo de direito do comércio
internacional. Dele fazem parte de cerca de 100 estados contratantes. Convenção de direito material que regula o
ccv de mercadorias internacionais. Tem um regime interno, temos obrigações, responsabilidade. Apesar de ser de
1980 e a mais importante, Portugal não a tinha ratificado durante décadas. Finalmente retificou e entrou em
aplicação em 2021 a 1 de outubro.
Assim, elimina-se o problema da discriminação da lei aplicável e aplica-se realmente aquela convenção
em todos os países que a integram. Harmonia internacional de sucessões. Temos 100 estados a aplicar o mesmo
regime jurídico. Há uma maior facilidade em determinar o regime jurídico e com menos custos.

Mas se é um regime tão vantajoso, porque não há em mais áreas? Porque não temos direito material
uniforme internacional em todas as áreas jurídicas?
É necessário que os estados estejam de acordo quanto a certa regulamentação jurídica como também
ratificando o instrumento e isto pode demorar anos. é um processo difícil e que resulta de muitas discussões entre
estados. A unificação por via internacional é sempre mais difícil de alterar e há áreas que estão sempre em
mutação. Exemplo: comércio eletrónico é diferente daquilo que existia há 5 anos e, sendo difícil de alterar, não há
esta uniformização.
Mesmo quando existe este direito material uniforme, só existem aspetos parcelares, e há áreas em que é
difícil os estados estarem de acordo. Exemplo: direito da família.
Alem disso, entre os países que são contratantes podem surgir diferenças na interpretação de normas. é
certo que a maior parte das convenções tem normas sobre a interpretação. A convenção de viena tem o artigo 7º,
que diz que o direito material uniforme deve ser interpretado de forma uniforme, os estados não devem recorrer
aos seus tribunais. Devem recorrer a trabalhos preparatórios e fazer uma interpretação sistemática. Isto aplica-se
também à integração de lacunas.
Só não há desuniformidades quando o direito material tem como fonte a UE.
Artigo 1º convenção de Viena – âmbito espacial da convenção – o regime da convenção aplica-se
quando as partes do contrato têm o seu estabelecimento num estado contratante. Fixa o critério de
internacionalidade, diz-nos qual é a conexão relevante para se aplicar aquele instrumento jurídico (há quem lhes
chame normas de aplicação).
ATÉ AGORA ESTIVEMOS A FALAR DO MÉTODO SUBSTENCIALISTA.

Alguns corpo normativos que existem ao nível do comércio internacional que se aproximam da ia
substancialista. É constituído por usos e práticas do comércio internacional que têm uma grande relevância pela
importância que lhes é dada pela arbitragem internacional. Por regra, estes usos e práticas, não é aceite pelas
ordens jurídicas nacionais como verdadeiras normas. Por causa da sua incompletude e não tutelam certos valores
que certas ordens salvaguardam de interesses jurídicos e da parte mais fracas.
Ainda assim, apesar de não reconhecerem como verdadeiras normas, podem ser utilizadas para integrar e
interpretar a vontade das partes. neste âmbito, há dois exemplos de lex que são utilizados no âmbito do comercio
internacional. Exemplo (matéria para os testes): os princípios relativos aos contratos de comércio internacional
UNIDROIT (elabora propostas de regulamentação de direito internacional, dentro desta missão regulou um
conjunto de princípios que as partes, se quiserem, podem utilizá-los) e outro de direito europeu dos mercados.
Exemplo: ccv internacional. As partes podem escolher como lei aplicável os contratos e regulamentos da
UNIDROIT? Pode-se escolher os princípios? Não é uma escolha válida, não pode ser lei do contrato, mas pode
ser para integrar a vontade das partes e nas lacunas que existirem.
Há outro tipo de corpo normativo que é o soft law (direito flexível). São as leis modelo. As convenções
internacionais são difíceis de estarem de acordo. Por isso, algumas organizações internacionais fazem leis modelo
(Nações Unidas para o Comércio Internacional, a mais importante). São propostas aos estados para estes
adotarem as leis. Se os estados adotarem, é um regime jurídico comum a vários estados. Exemplo: lei sobre
arbitragem comercial internacional. Esta lei modelo é base da legislação portuguesa e francesa e italiana sobre
arbitragem. São normas uniformes que são propostas aos estados para que estes as transponham ou se inspirem
nelas para fazerem as suas legislações nacionais. Como um direito material mas sem ser obrigatório.
ACABAMOS OS DIREITOS MATERIAIS SUBSTANTIVOS.

Método conflitual
Baseia-se na formulação e aplicação de normas de conflitos. Estas normas são aquelas que regulamento
relações privadas internacionais através da remissão para uma das ordens jurídicas a que essa relação jurídica está
ligada. Essa remissão é feita através de um elemento de conexão/ de internacionalidade. Aquela ordem jurídica,
através do elemento, é considerada competente para resolver o conflito em causa. exemplo: art.46º CC. isto é
uma norma de conflitos porque regula a relação privada através da remissão para uma ordem jurídica, relacionada
com a relação, e através do elemento de conexão (lugar da coisa), dá a resposta ao problema jurídico. Exemplo:
PT quer uma casa de férias em Ibiza. Qual a lei que vai regular a transmissão do direito de propriedade? A lei
espanhola porque é o lugar da coisa. norma de conflitos que não nos diz o regime mas sim remete para a ordem
jurídica onde vamos procurar o regime, através do elemento, aquela ligação que interessa (o lugar da coisa). cada
ordem jurídica é que sabe quais os tipos de direitos reais que existem (pr.tipicidade).
A norma de conflitos assenta em dois pressupostos:
1. há limites espaciais à aplicação do direito – não há um âmbito de aplicação uniforme e universal,
a aplicação de PT não pode ser aplicada a todo e qualquer tipo de relações internacionais; apenas
se aplicam a situações em que há uma ligação com certa situação. E é uma ligação definida de
acordo com os princípios internacionais.
2. Pluralidade e diversidade das ordens jurídicas – o método conflitual é tolerante à diversidade de
direitos e à pluralidade de ordens jurídicas.
Daí que a norma de conflito desempenha a dupla função de:
3. delimitam o âmbito de aplicação do direito material do foro, art.46º CC;
4. conferem eficácia na ordem jurídica interna a normas matérias de ordens jurídicas estrangeiras
mais bem posicionadas para resolverem aquela questão.
Por Exemplo: art.46º CC. as duas funções acima descritas são verificadas. A ligação específica era o
lugar da casa de férias. Pode-se aplicar a lei estrangeira em Portugal se a própria lei nacional a permita através de
uma norma de conflitos numa questão privada internacional. Depende sempre do que disser a norma de conflitos.
Nos casos práticos, só podemos aplicar lei estrangeira se aplicarmos uma norma de conflitos que assim o permita.

CARACTERÍSTICAS DAS NORMAS DE CONFLITOS


 Normas formais ou indiretas. São normas de remissão ou conexão. Normas imperativas. Normas
que operam por categorias de questões jurídicas ou relações jurídicas. Em regra, são normas que
designam a lei melhor localizada para regular a situação – normas localizadoras. Mas ainda
assim, o método conflitual guarda o controlo do resultado material a que se chega por aplicação
material da norma de conflitos.
 Normas formas ou indiretas porque elas não têm a regulação das situações privadas, elas remetem
para uma ordem jurídica onde vamos encontrar a regulamentação. Daí que sejam normas de
remissão ou conexão. Essa remissão para a ordem jurídica, é feito através de um elemento de
conexão (nacionalidade, lugar).
 São imperativas porque não estão na disponibilidade das partes. Elas operam pro categorias de
questões ou relações jurídicas. Porque se folhearmos o CC, olharmos para as normas de conflito
vemos algumas que regulam questões jurídicas e outros situações. Art.25º CC capacidade das
pessoas que é uma questão jurídica. Art.46º CC abrangem o grupo mais amplo de relações
jurídica. Decorre daqui que uma questão privada internacional pode ser regulada nos seus
diversos aspetos por diferentes ordens jurídicas, isto chama-se desmembramento da r.j. em que a
designação mais utilizada é “dépeçage”. Exemplo: ccv em IT. PT e ES são as partes. Imóvel em
FR.

As partes escolhem a lei Suiça para aplicar no contrato. Quais as leis que regulamentam esta questão?
Capacidade negocial de exercício, art.25º CC, a lei da nacionalidade de uma das partes, à capacidade da lei PT
aplicamos a nacionalidade da lei PT e à IT a de IT. À forma aplicamos a lei italiana. Substância do contrato, as
partes escolheram suiça. A escolha de lei só é possível em relação às questões contratuais. Quais as obrigações
das partes é preciso ver a lei suiça. Falta saber a questão dos direitos reais (porque está em causa um imóvel),
aplicamos o art.46º que diz o lugar da situação da coisa que está em FR. Temos a mesma relação jurídica, mas em
diferentes partes aplicamos leis e ordenamentos diferentes.
Por regra, as normas de conflitos são localizadoras. Ou seja, em princípios, designam como ordem
jurídica aplicada aquelas que têm uma conexão especial com os factos. Esta conexão e definida em função os
princípios e valores fundamentais do DIP. Devido ao princípio da tipicidade dos direitos reais, aplicamos o direito
internacional. Daí o “por regra”. É a lei aplicada melhor posicionada para regular (o lugar do facto, por exemplo,
como anteriormente referido). Excecionalmente, podemos ter normas de conflito materiais, desenhadas pelo
legislador para ter certo resultado material. Exemplo: contratos de consumo o legislador quer proteger a parte
mais fraca. O consumidor é a parte mais fraca.

Os mecanismos mais utilizados são a reserva de ordem pública nacional e a adaptação.


A primeira está prevista no art.22º CC o legislador pt não pode admitir que o resultado ponha em causa
o pr. da ordem nacional. exemplo: Iraniano quer casar em PT. A capacidade para contrair casamento art.49º CC.
vai ao conservador. Ele quer-se casar com B mas este já e casado com C. pode o conservador celebrar? Não mas o
art.49º CC diz que é aplicável da lei nacional e o iraniano diz que pode a poligamia. Temos de começar pela
reserva de ordem pública nacional, invocá-la.
A adaptação é também uma limitação do resultado material das normas de conflitos. A lei dépeçage.
Por Exemplo: uma relação privada em que se aplicam várias soluções. É como se tivéssemos a construir
um automóvel com peças de marcas diferentes. No fim, temos um automóvel mas a chave ao colocar pode não
funcionar.
A adaptação ajuda a resolver o problema: as normas podem não se ajustar, contradições, antimoniais
normativas. Por isso a adaptação é uma forma de corrigir o resultado da aplicação dessas normas de ordens
jurídicas diferentes. Exemplo: ccv, um efeito real (transmissão da propriedade) por mero efeito do contrato (e não
se dá em todas as ordens jurídicas como, por exemplo, na Alemanha) e dois obrigacionais (pagamento do preço e
entrega da coisa), art.879º CC versa sobre um imóvel na AL. Lei aplicável ao contrato a lei PT. Para as
obrigações do contrato a lei PT. Efeitos reais, é regulado porque lei? Art 46º a lei alemã, o efeito real é AL. Na
AL a transmissão do direito propriedade não se dá por mero efeito do contrato, é preciso uma to posterior ao
contrato notarial ou judicial de transmissão do bem. Porque vão fazer um ccv se não se transmite o direito real?
temos um contrato que não produz um dos seus efeitos, isto é o resultado depeçage. Isto resolve-se através da
adaptação. Adaptamos o nosso 879º-a CC. adaptamos dizendo que do ccv resulta a obrigação de transmissão do
direito de propriedade., ou seja, deste contrato, as partes têm a obrigação de celebração daquele ato posterior e se
não fizerem, incumprimento e responsabilidade contratual. Temos de adaptar o 879º.
Método conflitual funciona através de conexão, mas depois, tem instrumentos de inspiração material
para controlar o resultado (reserva e adaptação). Da mesma forma, o método substancialista tem a regulamentação
material das relações privadas internacionais, mas para ser aplicada tem de ter a ligação entre a situação que se
quer regulamentar e a ligação com a ordem jurídica – inspiração conflituosa. Os dois métodos acabam por se
complementar entre si.
Este método surge no seculo XIX, por Oumoulin, antes disso tínhamos o método estatutário.

AS ESCOLAS ESTATUÁRIO utilizavam um método muito específico. De acordo com esse método,
por interpretações dos estatutos (normas), determinava-se o ambito de aplicação espacial de cada norma. A escola
estatutária classificava as normas num de 3 tipos:
 Estatutos Pessoas: diziam respeito as pessoas, e aplicavam-se a todas as pessoas que tinha o seu
domicilio em certo território. Esses estatutos pessoais acompanhavam a pessoa onde quer que ela
estivesse.
 Estatutos Reais: diziam respeito a coisas imoveis, e aplicavam-se a todas as coisas que estivessem
no território onde vigora-se esse estatuto;
 Estatutos Misto: aplicavam-se aos atos jurídicos, como contratos e delitos, sendo aplicáveis a
todos os atos que fossem feitos no território onde vigora-se esse estatuto.

Este método esta ultrapassado, porque obrigava a classificar todas as normas num destes estatutos, o que
levava a dificuldades na classificação das normas materiais, sendo feita de forma rudimentar. Se a norma se
começa por “dizer a pessoa” então seria pessoal.
Este método partia da ideia de que a aplicação de direito estrangeiro afetaria a soberania do estado.
Ainda assim há elementos deste método que se aplicam, tais como:
 Apesar de rudimentar ainda hoje há coisas do método estatutário que sobrevive: como a lei
aplicável ao processo e a lei aplicável é sempre a lei do país em questão.
 A outra é a aplicação da lei do lugar de celebração do ato;
 Aplicação da lei pessoa a questões do estado de capacidade, família e sucessão por morte – lei
pessoal – artigo 25.º CC.
 Aplicação da lei do lugar da coisa aos direitos reais – artigo 46.º CC
 Princípio da autonomia da vontade – possibilidade de as partes escolherem a lei a aplicar ao
contrato;
 Este método foi retomado por alguns autores, relativamente as normas de aplicação imediata –
artigo 2223.º. CC.

No seculo XIX temos o período universalista do DIPrivado, onde se descobre a aplicação das normas
de conflito, cuja aplicação deveria ser universal. Savigny foi um dos primeiros autores a falar das normas de
conflito, tendo criado grande parte do direito privado. Ele parte do principio, que para a altura era revolucionário,
de que existe uma igualdade entre a OJ de foro e as OJ estrangeiras, porque segundo ele, entre as nações
civilizadas há uma comunidade de direitos, fruto das ideias cristas, o que originava um acordo entre as NJ
relativamente as soluções aos problemas jurídicos que se colocavam a logica seria, se todas as nações tem os
mesmo problemas jurídicos, e se todas essas nações tinham uma comunidade de direitos cristãos, então poderiam
procurar uma solução em conjunto, existindo a tal igualdade entre nações.
Ele parte aqui do conceito de relação jurídica a cada categoria de relações jurídicas segundo a natureza
das coisas corresponde uma sede, e a cada relação jurídica aplica-se a lei vigente na sede da relação jurídica,
segundo – aplicávamos a lei vigente na sede da relação jurídica, sendo uma grande alteração em relação ao
método estatuário (que partia da norma material para saber o seu ambito de aplicação) – ele parte da RJ para
chegar a norma material. Para ele a sede da relação jurídica significava ordem jurídica com a qual a RJ tem uma
relação mais estrita. As normas tem um caracter localizador, então temos que procurar a lei melhor localizada
para aplicar, e essa será a mais próxima da RJ.
O ideal para Savigny era a harmonia dos julgados ou harmonia jurídica internacional – as relações
em caso de conflito de leis, nesse caso as RJ esperam a mesma solução independentemente do tribunal que as
apreciar. Esta mesma solução só se consegue obter pela aplicação das mesmas leis. Assim, quer a questão seja
colocada em A ou B, tendencialmente chegar-se-á a mesma conclusão. E esta harmonia leva a procura de um
modelo universal de resolução de conflito de leis. Há uma norma de conflito comum a quase todos os estados, que
diz que aos direitos reais se aplica o direito de onde a coisa esteja. Por exemplo, A tem uma casa em Ibiza e vai
vender a B, sendo que existe um litígio em relação ao contrato. Se a questão for resolvida em Portugal vamos
aplicar a lei espanhola, por ser o lugar da coisa. Em Espanha temos exatamente a mês lei, pelo que o tribunal
espanhol também decidiria que dever-se-ia aplicar a lei espanhola. Se colocássemos a questão a um tribunal
francês, teríamos a mesma solução. Ou seja, sendo a norma de conflito semelhante, também a solução terá
tendência a ser.
Houve uma despolitização do direito internacional privado – havia a ideia que o direito internacional
privada era meramente formal, querendo apenas a harmonia internacional. Ou seja, o DIP como fim ultimo não
queria obter valores do direito em geral, mas só e apenas a harmonia de julgados (não procurava a proteção do
mais fraco ...). E assim foi pelo menos até aos anos 30 do século XX, nos EUA surge a chamada revolução
metodológica norte-americana1 - american law instituto, que faz codificações privadas “os Restatement 2”,
tentando pegar nas diferentes decisões dos estados, criando uma decisão comum, e legislando sob isso, podendo
ou não os tribunais aceitar isso.

1
50 Estados, cada um com o seu direito. Aqui o DIP acaba por ser direito interno, porque como cada estado tem um
direito, eles acabam por ter conflitos entre eles, e cada um tem a sua própria norma de conflitos. Então foi necessário criar
uma forma de harmonizar esses direitos dentro de 1 país. O único estado em que não funciona a logica do precedente é o
da Lusiana, onde há um CC.
2
1934 é o primeiro e o segundo é de 1971. O primeiro relaciona-se com o conteúdo semelhante ao artigo 46.º,
mas
A partir dos anos 30 do seculo XX, uma serie de autores norte americanos, insurgiu-se contra Savigny,
criticando:
 O método dele, diziam que era muito formal, querendo apenas a harmonia dos julgados, não se
preocupando com a justiça material;
 Não dava importância ao interesse dos estados;
 Consideravam que era um método inadequado para resolver as especificidades do comercio
internacional;
Teorias do 1.º Resteitment
Estes autores fizeram algumas propostas de substituição, sendo alguns ainda usadas hoje em dia:
 David – Resolve, select, aprouch  o problema não é a escolha da lei, diz antes que devemos
olhar as normas materiais das diferentes leis, e o tribunal deve escolher aquela que julgar
pertinente, face ao resultado material que pretende. O problema é que quem escolhe é o juiz,
levando a uma incerteza e insegurança jurídica
 Efler – Better Rule  a mesma logica aplicável, mas aqui temos que considerar o resultado em
abstrato e não ao caso concreto, como acontece acima.
 Von Mehren  propõe que o juiz formule uma solução material ad hoc. Uma situação em
contacto com normas diferentes, o juiz deve formular uma solução material ad hoc que combine
as normas em causa.
 Curry – Governamental Inter-analisys – temos que olhar as leis em contacto com a situação,
vendo o interesse que cada lei processe, e aplicar a lei do estado que quiser ver realizadas as
finalidades sociopolíticas da sua lei. Mas como é que sabemos quando interessa aplicar a lei?
Estando em causa uma lei de foro e uma lei estrangeira devemos aplicar a do foro; se tivermos 2
internacionais aplicamos a de foro;
 Baxted – Comparative Impairment  comparar os prejuízos – dentro das leis em contacto com a
situação devemos aplicar a lei cujos objetivo politico legislativos, seriam mais prejudicados se
não aplicarmos aquela lei.
 Ehrenzweig  devemos aplicar como regra básica ou residual a lei do foro. A aplicação de uma
lei estrangueira so poderia decorrer da interpretação das normas do foro e dos interesses que elas
prosseguem.

Estas teorias foram aplicadas pelos tribunais norte americanos, sendo que algumas ainda são aplicadas
hoje em dia.

Surgiu, entretanto, o 2.º Resteitment, que traziam as chamadas openended rules, que apresentam um
leque de possibilidade para resolver as questões internacionais. Por exemplo o art.145º do 2º rest. Diz respeito a
responsabilidade contratual e refere que o juiz deve aplicar a lei que tem uma conexão mais significativa daquela
questão dentro da lei do lugar da conduta ou, ou, ou... Ou seja, é o juiz que escolhe.
O que encontramos como comum, é uma certa abserção a normas rígidas, preferimos normas flexíveis.
Há uma grande atenção aos interesses políticos, económicas e sociais ao decidir, e um grande pender face as
relações jurídica internacionais – davam mais importância a decisão do caso concreto - um grande pender da
solução casuística das relações/ situações privadas (em vez de termos uma solução abstrata). Mas isto leva a
incertezas e inseguranças, porque so temos solução quando a caso, e a decisão esta nas mãos do juiz, sem que as
partes possam prever a decisão, havendo insegurança jurídica.
Foi lançada uma outra critica, a melhor lei do ponte de vista material, pode não ser a melhor lei a aplicar
ao caso, porque as partes não contam que esta seja aplicada.
Temos ainda outra critica, aqui o que deve importar é o interesse dos indivíduos e não do estado, porque
em muitas relações privadas o estado nem sequer tem interesse, se for uma relação entre 2 empresas, aqui o
interesse é das empresas e não do estado.
A outra critica é o facto de que a maioria das proposta é demasiado rebuscada, mas acaba sempre por
defender a aplicação da lei do foro.

A doutrina europeia decidiu então olhar ao direito internacional, com base nesta criticas, e reformular o
direito internacional privado. Desde logo abriu-se este direito a uma pluralidade de métodos – temos normas e
métodos próprios para regular estas relações, podendo ser direito natural uniforme, ou normas de aplicação
imediata, ou a via substancialista, ou ainda a conflitual. Ou seja, esta revolução americana levou a abertura do
DIP Europeu. Estes métodos não estão de costas uns para os outros.

No atual estado metodológico, nos temos uma pluralidade de métodos, tendo uma flexibilização da
aplicação das normas de conflitos. Essa flexibilização dá-se a apartir de algumas figuras que se encontra no
método conflito (que coexistem com as de influencia de Savigny).
Um desses tipos de normas são clausulas gerais de conexão mais estreita– há certas normas que temos,
que entregam ao juiz a determinação da lei aplicável, dizendo-lhe que ele deve aplicar a lei que tiver uma conexão
mais estreita com a situação. Nos temos varias, desde logo no art.º 52/2 do CC + 102.º ou 122.º do CC + 4.º da
Convenção de Roma
Temos ainda as normas de conflitos materiais – estas normas são normas de conflito que estruturalmente
são coincidentes com as normas de conflito nacionais, mas tem uma finalidade material subjacente, sendo
desenhadas para objeter um certo resultado. Portanto aplicamos não a lei mais próxima, mas sim aquela que
garante que obtemos um certo resultado material – é o caso do contrato de consumo, no artigo 6.º da convenção
de roma, onde o legislador quer proteger o consumidor, vamos aplicar a lei da residência habitual do consumidor
(em regra aplicamos, em contratos a do pais de quem vende), isto porque o consumidor assim consegue obter
melhor informações sob a lei, tendo menos custos. Mas ainda faz mais, diz que as partes podem escolher a lei a
aplicar, mas temos sempre que aplicar as leis imperativas que mais protejam o consumidor, mesmo que seja a lei
do outro (ou seja, podemos escolher a lei de residência do comerciante, mas se a lei que mais protege o
consumidor for a da sua residência habitual, vamos aplicar essa). O contrato de trabalho internacional também
tem normas muito protetoras do trabalhador.
Temos ainda as chamadas clausulas de exceção, que são instrumentos de correção das normas de conflito
do tipo clássico. E como é que funcionam? Elas permitem que o julgador aplique ao caso concreto uma lei que
tem uma conexão mais estreita com o caso, que aquela que tem a norma de conflitos aplicada – 6 .º da convenção
de roma, que diz que aplicamos x lei, exceto se houver outra lei que seja mais próxima do caso, tendo mais uma
vez a justiça do caso concreto.

A ideia que o DIP é puramente formal e que visa apenas a harmonia dos julgados, hoje em dia é uma
ideia totalmente ultrapassado. O DIP tem sempre em atenção o resultado material, na resolução das questões
privadas internacionais. Os princípios do DIP são os princípios do DP em geral. Tem em causa também os
chamados interesses sociais, desde logo com as normas de aplicação imediata. Mas acima de tudo é um ramo do
direito que regula relações privadas, salvaguardando os interesses dos indivíduos. É um direito que utiliza uma
pluralidade de métodos que se complementa, e por fim, o DIP dá um poder acrescentado ao julgador na regulação
das relações privadas internacionais, quer ao determinar as normas aplicáveis, quer através da reserva da ordem
publica, quer através do resultado.

PRINCÍPIOS DO DIP
São importantes porque permitem compreender quais os fins que inspiram o nosso sistema de DIP, o que
é importante para integrar as lacunas e interpretar as normas. Ajuda-nos a perceber qual o espirito do sistema, o
que posteriormente é útil. Os princípios do DIP são retirados do próprio DP Portugues, analisando as normas que
existem, não só norma de conflito, mas também as normas que auxiliam a aplicação das normas de conflito,
olhando ainda as normas interpretativas, assim como as normas materiais de DIP e as normas de reconhecimento
estrangeiro.
São essencialmente os mesmos que inspiram o DP, mas com uma diferença: o objeto do DIP são as
relações privadas, mas internacionais, portanto teremos que adaptar os princípios do DP a uma relação
internacional. Alguns princípios exprimem valores individuais e outras valores sociais.
Os primeiros dizem respeito a pessoa/indivíduos, e a realização dos seus fins enquanto pessoas e depois
temos os segundos, que dizem respeito a comunidade/sociedade, ou seja, dizem respeito ao bem comum.

PRINCIPIOS PESSOAIS

1. Dignidade da pessoa humana – é o principio inspirador de toda a ordem jurídica portuguesa,


estando no artigo 1.º da CRP, sendo a finalidade primordial de todo o direito, e é com base nele
que se reconhece a personalidade jurídica, assim como se reconhece uma serie de direitos aos
cidadãos.
Em DIP traduz-se no facto de em DIP se reconhecer aos nacionais estrangeiros a viver em
Portugal a possibilidade de serem titulares de direitos da/na OJ portuguesa – 15.º CRP + 14.º do
CC – os estrangeiros são inclusive comparados aos nacionais em alguns casos.
Sujeição de uma serie de materiais, matérias de estatuto pessoal, a lei pessoal de acordo com os
artigos 25.º + 26.º + 27.º do CC. São matérias que definem a identidade das pessoas. A lei
pessoal, artigo 31.º/1 CC, é a lei da nacionalidade do individuo – a ideia do legislador é que onde
quer que a pessoa esteja, aquelas matérias são definidas com a mesma lei, a da nacionalidade. Ou
seja, onde quer que a pessoa esteja, a pessoa A será sempre filha dos seus pais.

2. Autonomia da vontade: princípio básico de direito privado. Significa que as partes podem
modelara as suas relações juridicas de acordo com as suas vontades/interesses. Em DIP o
principio significa que as partes poderão também modelar as suas relações contratuais como bem
entenderem – artigo 3.º do Convenção de Roma. A ideia é que o legislador reconhece que o
interesse das partes é aquilo que esta em causa na relação contratual, pelo que elas são as
melhores pessoas para dizer que lei se aplicar. Assim, elas sabem desde inicio quais os direitos e
obrigações que tem que cumprir.

3. Tutela da confiança

4. Igualdade

PRINCIPIOS SOCIAIS

1. Proteção parte mais fraca

2. Paz Social

3. Salvaguarda da soberania nacional

4. Preservação da Identidade Cultura

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