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1 Introdução
Considerações
O calor, sendo uma forma de energia, não pode ser criado nem
destruído.
A energia só pode ser transformada ou conduzida de um ponto a
outro. A seguir é ilustrado o conceito de bombeamento de calor.
Radiação
A radiação é um processo pelo qual o calor flui de um corpo de alta
temperatura para um de baixa, quando os mesmos estão separados
no espaço, ainda que exista um vácuo entre eles.
Conveccão
A convecção é um processo de transporte de energia pela ação
combinada da condução de calor, armazenamento de energia e
movimento da mistura. A convecção é mais importante como
mecanismo de transferência de energia (calor) entre uma superfície
sólida e um liquida ou gás.
Especificação do Sistema
A parte crítica de especificação de um sistema para medição de
temperatura, dentre os muitos tipos existentes, se concentra na
escolha do sensor mais apropriado e do dispositivo de proteção
do mesmo.
Principais fatores técnicos a serem considerados
Faixa de Temperatura
Na prática industrial a medição é efetuada numa gama muito
extensa, desde temperaturas criogênicas abaixo de -200 o C até
alguns milhares de graus.
Nenhum sensor individual cobre esta gama, e o primeiro critério
de escolha será o atendimento a faixa requerida para cada
aplicação específica.
Precisão e Repetibilidade
Variam bastante, em função do sensor, estando muitas vezes o
mesmo tipo disponível com diferentes classes.
Tanto a precisão quanto a repetibilidade devem atender as
necessidades da aplicação, porém a escolha de um sensor que
exceda em muito os requisitos exigidos pode elevar
desnecessariamente o custo, além de sacrificar outras
características.
Proteção
De forma geral, os sensores de temperatura são mecanicamente
delicados e incapazes de resistir quando expostos diretamente às
condições agressivas de muitos processos.
Por estes motivos são protegidos, normalmente por tubos ou
poços. Estes são providos de rosca ou flange para conexão ao
processo, e são confeccionados com ligas metálicas ou materiais
cerâmicos.
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Introdução
Considerações
Com relação a proteção, as piores aplicações são as que
envolvem temperatura elevadas em meios agressivos, como
ocorre, por exemplo, em gaseificadores de leito fluidizado.
Tempo de Resposta
O tempo de resposta, Tr , é o tempo que o sensor leva para reagir
a uma variação da temperatura do meio que está sendo medido,
entrando em equilíbrio com a nova temperatura deste.
Como o sensor se aproxima da nova temperatura de maneira
assintótica, é preciso definir o tempo decorrido até podemos
considerar, para fins práticos, que as temperaturas do meio e do
sensor se igualaram.
Características:
sendo,
t : Temperatura do líquido em ◦ C.
V0 : Volume do líquido à temperatura inicial de referência t0 .
Vt : Volume do líquido à temperatura t.
β1 , β2 , β3 : Coeficiente de expansão do líquido ◦ C−1 .
Vt = V0 [1 + β1 ∆t] . (5)
Consideração
No termômetro de mercúrio, pode-se elevar o limite máximo até 550◦ C
injetando-se gás inerte sob pressão, evitando a vaporização do
mercúrio.
Capilar
Elemento de Medição
Classe 1 B
Na classe 1 B a compensação é feita somente no sensor, através de
uma lamina bimetálica. Este sistema é normalmente preferido por ser
mais simples, porém o comprimento máximo do capilar para este
sistema de compensação é de aproximadamente 6 metros.
Importante
Recomenda-se não dobrar o capilar com curvatura acentuada para
que não se forme restrição que prejudicariam o movimento do líquido
em seu interior, causando problemas de medição.
P1 P Pn
= 2 = ··· = (6)
T1 T2 Tn
Observação
As variações de pressão são linearmente dependentes da
temperatura, sendo o volume constante.
Características
O gás mais utilizado é o N2 e geralmente é pressurizado com
uma pressão de 20 a 50 atm, na temperatura mínima a medir.
Sua faixa de medição vai de -100 a 600 ◦ C, sendo o limite inferior
devido à própria temperatura crítica do gás e o superior
proveniente do recipiente apresentar maior permeabilidade ao
gás nesta temperatura, o que acarretaria sua perda inutilizando o
termômetro.
Tipos de gás de preenchimento.
Princípio de Funcionamento
Sua construção é bastante semelhante ao de dilatação de
líquidos, baseando o seu funcionamento na Lei de Dalton:
Termômetros Bimetálicos
Princípio de Funcionamento
Este termômetro também é conhecido como termômetro à
dilatação de sólidos.
Baseia-se no fenômeno da dilatação linear dos metais com a
temperatura, sendo:
Lt = L0 (1 + α∆t) (8)
sendo t a temperatura do metal em ◦ C, L0 comprimento do metal
à temperatura inicial de referência t0 , Lt comprimento do metal na
temperatura final t, α coeficiente de dilatação linear e ∆t = t − t0 .
Característica de Construção
O termômetro bimetálico consiste em duas laminas de metais
com coeficientes de dilatação diferentes sobrepostas, formando
uma só peça. Variando-se a temperatura do conjunto, observa-se
um encurvamento que é proporcional a temperatura.
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Medidores de Temperatura por Dilatação/Extensão
Efeito Termoelétrico
Quando dois metais ou semicondutores dissimilares são
conectados e as junções mantidas a diferentes temperaturas,
quatro fenômenos ocorrem simultaneamente: o efeito Seebeck, o
efeito Peltier, o efeito Thomson e o efeito Volta.
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Medição de Temperatura com Termopar
Consideração
O efeito Seebeck se produz pelo fato de que os elétrons livres de
um metal difere de um condutor para outro e depende da
temperatura.
Quando dois condutores diferentes são conectados para formar
duas junções e estas são mantidas a diferentes temperaturas, a
difusão dos elétrons nas junções se produz a ritmos diferentes.
- Termopares Básicos
- Termopares Nobres
- Termopares Especiais
Termopares Básicos
São assim chamados os termopares de maior uso industrial, em que os
fios são de custo relativamente baixo e sua aplicação admite um limite
de erro maior. A seguir daremos informações sobre os termopares da
norma ANSI MC-96.1 e baseados na ITS-90.
Tipo T
- Cor do fio: (+) Azul (−) Vermelho
- Cor do cabo: Azul
- Liga: (+) Cobre −→ 99,9 %
(−) Constantan −→ São as ligas de Cu - Ni compreendidos no intervalo
entre Cu (50%) e Cu (65%) Ni (35%). A composição mais utilizada para este
tipo de termopar é de Cu (58%) e Ni (42%).
-Características:
faixa de utilização: -184 ◦ C a 370 ◦ C
f.e.m. produzida: -6,258 mV a 20,810 mV
Tipo J
Tipo J
- Cor do fio: (+) Branco (−) Vermelho
- Cor do cabo: Preto
- Liga: (+) Ferro −→ 99,5 %
(−) Constantan −→ São as ligas de Cu - Ni compreendidos no
intervalo entre Cu (58%) e Ni (42%). Normalmente se produz o ferro a
partir de sua característica casa-se o constantan adequado.
-Características:
faixa de utilização: 0 ◦ C a 760 ◦ C
f.e.m. produzida: -8,095 mV a 43,559 mV
Tipo E
Tipo E
- Cor do fio: (+) Violeta (−) Vermelho
- Cor do cabo: Violeta
- Liga: (+) Chromel −→ Ni (90%) e Cr (10%)
(−) Constantan −→ Cu (58%) e Ni (42%)
-Características:
faixa de utilização: 0 ◦ C a 870 ◦ C
f.e.m. produzida: -9,835 mV a 76,298 mV
Tipo K
Tipo K
- Cor do fio: (+) Amarelo (−) Vermelho
- Cor do cabo: Amarelo
- Liga: (+) Chromel −→ Ni (90%) e Cr (10%)
(−) Alumel −→ Ni (95%), Mn(1, 8%), Si (1, 6%), Al (1, 2%)
-Características:
faixa de utilização: 0 ◦ C a 1260 ◦ C
f.e.m. produzida: -6,458 mV a 54,852 mV
Termopares Nobres
Tipo R
- Cor do fio: (+) Preto (−) Vermelho
- Cor do cabo: Verde
- Liga: (+) Platina (87%) Rhodio (13%)
(−) Platina (100%)
-Características:
faixa de utilização: 0 ◦ C a 1480 ◦ C
f.e.m. produzida: -0,226 mV a 21,101 mV
Tipo B
Tipo B
- Cor do fio: (+) Cinza (−) Vermelho
- Cor do cabo: Cinza
- Liga: (+) Platina (70%) Rhodio (30%)
(−) Platina (94%) Rhodio (6%)
-Características:
faixa de utilização: 870 ◦ C a 1705 ◦ C
f.e.m. produzida: 0 mV a 13,809 mV
Termopares Especiais
Tungstênio - Rhênio
Esses termopares podem ser usados continuamente até 2300 ◦ C e
por curto período até 2750 ◦ C.
Ouro - Ferro/Choromel
Esses termopares são desenvolvidos para trabalhar em temperaturas
criogênicas.
Nicrosil/Nisil
Basicamente, este novo par termoelétrico é um substituto para o par
tipo K, apresentando uma força eletromotriz um pouco menor em
relação ao tipo K.
Consideração
Os instrumentos utilizados para medição de temperatura com termopares
costumam fazer a correção da junta de referência automaticamente.
Neste caso, um dos métodos utilizados, a medição da temperatura nos
terminais do instrumento, através de circuito eletrônico, sendo que este circuito
adiciona a milivoltagem que chega aos terminais, uma milivoltagem
correspondente a diferença de temperatura de 0 ◦ C à temperatura ambiente.
Cálculo da Temperatura
FEM = JM − JR
FEM = 2, 25 − 1, 22
FEM = 1, 03 mV → 20 ◦ C
Esta temperatura obtida pelo cálculo está errada, pois o valor da
temperatura correta que o meu termômetro tem que medir é de
50 ◦ C.
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Medição de Temperatura com Termopar
FEM = JM − JR
FEM = 2, 25 − 1, 22
FEM = 1, 03 mV + a mV
Portanto,
FEM = JM − JR
FEM = 2, 25 − 1, 22 + 1, 22
FEM = 2, 25 mV → 50 ◦ C
Consideração
Hoje em dia a maioria dos instrumentos fazem a compensação da
junta de referência automaticamente.
A compensação da junta de referência pode ser feita
manualmente. Se pega o valor da mV na tabela correspondente a
temperatura ambiente e acrescenta-se ao valor de mV lido por
um milivoltímetro.
Fios de Compenssação e Extensão
Na maioria das aplicações industriais de medição de temperatura,
através de termopares, o elemento sensor não se encontra junto
ao instrumento receptor.
Nestas condições torna-se necessário que o instrumento seja
ligado ao termopar, através de fios que possuam uma curva de
força eletromotriz em função da temperatura similar aquela do
termopar, afim de que no instrumento possa ser efetuada a
correção na junta de referência.
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Medição de Temperatura com Termopar
Definições
Convenciona-se chamar de fios aqueles condutores constituídos
por um eixo sólido e de cabos aqueles formados por um feixe de
condutores de bitola menor, formando um condutor flexível.
Chama-se de fios ou cabos de extensão aqueles fabricados com
as mesmas ligas dos termopares a que se destinam. Exemplo:
Tipo TX, JX, EX e KX.
Chama-se de fios ou cabos de compensação aqueles fabricados
com ligas diferentes das dos termopares a que se destinam,
porém que forneçam, na faixa de utilização recomendada, uma
curva da força eletromotriz em função da temperatura equivalente
à desses termopares. Exemplo : Tipo SX e BX.
Informação
Os fios e cabos de extensão e compensação são recomendados na
maioria dos casos para utilização desde a temperatura ambiente até
um limite máximo de 200 ◦ C.
Engenharia Elétrica Instrumentação Industrial Campo Grande 2020 71 / 116
Medição de Temperatura com Termopar
Erros de Ligação
Solução
Uma solução simples é que normalmente é usada na prática, será a
inserção de fios de compensação entre o cabeçote e o registrador.
Estes fios de compensação em síntese, nada mais são que outros
termopares cuja função é compensar a queda da FEM que aconteceu
no caso estudado, ocasionada pela diferença de temperatura entre o
cabeçote e o registrador.
Engenharia Elétrica Instrumentação Industrial Campo Grande 2020 74 / 116
Medição de Temperatura com Termopar
Inversão Simples
Inversão Dupla
Estabilidade na FEM.
Resistência mecânica.
Dimensão reduzida.
Impermeabilidade a óleo, gás e água.
Facilidade de instalação.
Adaptabilidade.
Resposta mais rápida.
Resistência a corrosão.
Resistência de isolação elevada.
Blindagem eletrostática.
Associação de Termopares
Associação Série
Podemos ligar os termopares em série simples para obter a soma
das mV individuais. É a chamada termopilha. Este tipo de ligação
é muito utilizado em pirômetros de radiação total, ou seja, para
soma de pequenas mV .
Associação em Paralelo
Princípio de Funcionamento
Os bulbos de resistência são sensores que se baseiam no princípio de
variação da resistência em função da temperatura.
sendo,
Rt =Resistência na temperatura T (Ω).
R0 =Resistência a 0 ◦ C (Ω).
T =Temperatura (◦ C)
A, B, C = Coeficientes inerentes do material empregado.
A = 3, 90802 × 10−3
B = −5, 802 × 10−1
C = −4, 2735 × 10−12
R100 − R0
α=
100R0
Pt 100
Outro fator importante num sensor Pt 100 é a repetibilidade, que
é a característica de confiabilidade da termoresistência.
A Repetibilidade deve ser medida com leitura de temperaturas
consecutivas, verificando-se a variação encontrada quando de
medição novamente na mesma temperatura.
O tempo de resposta é importante em aplicações onde a
temperatura do meio em que se realiza a medição está sujeito a
mudanças bruscas, e a Pt 100 tem alto tempo de resposta.
Uma Ni 500 será uma termorresistência de níquel que a 0 ◦ C
apresenta uma resistência de 500 Ω.
Princípio de Medição
Antigamente a medição da temperatura com as termoresistências
eram normalmente feitas por um circuito do tipo Ponte de
Wheatstone.
Atualmente, devido ao grande avanço tecnológico da eletrônica,
principalmente dos microprocessadores, a medição de
temperatura com as termoresistências sofreram muitas
modificações.
Basta a medição de um ou dois níveis de tensão, para podermos
determinar a temperatura do processo. A seguir mostraremos os
circuitos mais utilizados.
Ligação a 2 Fios
Este tipo de configuração fornece uma ligação para cada extremidade
da termoresistência.
É a maneira mais simples de se ligar uma termoresistência, porém é a
menos exata, pois o valor das resistências R1 e R2 dos fios de ligação
são adicionados ao valor de resistência da Pt-100.
Normalmente este tipo de ligação é utilizado onde a termoresistência
fica a menos de 10 m de distância do instrumento de medição.
Ligação a 3 Fios
Este é o método mais utilizado para termoresistências na indústria. Este tipo
de configuração fornece uma ligação numa extremidade da termoresistência
e duas na outra extremidade.
Ondas Eletromagnéticas
As ondas ocorrem quando uma perturbação originada em uma região
pode ser reproduzida nas regiões adjacentes em um instante
posterior.
Espectro Eletromagnético
Pirômetros Ópticos