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PROGRAMAÇÕES
10.1. OBJETIVO
Assentamento
Manoel Jacinto
S e t e a n o s d e a t u a ç ã o
Demarcação Ausência de
parcial dos ramais Poucas residências permanentes
lotes no assentamento
Fragilidades
produtivas Fortalecimento Soluções para estimular a
organizacional fixação de vida local.
Fortalecimento
técnico Cenários propostos pelo Plano de
Desenvolvimento do Assentamento
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10.3. GESTÃO DO PDA
Como orientação geral, a gestão do PDA deve incorporar toda a base de discussão e
encaminhamentos que estão sendo feitos no âmbito dos núcleos de ATES buscando estimular
a atuação sinérgica dessas duas instâncias no melhor assessoramento possível ao
assentamento. Em termos práticos, a realidade dos acontecimentos de política agrária no
estado não estimula maiores previsões, pois é marcada por ações isoladas ora no campo
federal, ora no campo estadual e municipal.
Partindo desse quadro não é aconselhável propor modelos teoricamente perfeitos, pois
não conseguem ser implementados pelas deficiências dos mecanismos locais. Na verdade é
muito mais apropriado aproveitar os mecanismos disponíveis por que isso fica mais próximo
da capacidade e do controle dos agentes que poderão colocar em prática o modelo proposto.
Nesse campo de reflexão vê-se que a gestão do PDA deve contar com duas instâncias
complementares. Em primeiro lugar a instância local que deve assentar-se na capacidade e
atuação das entidades representativas para que verdadeiramente exerçam suas funções em prol
dos interesses coletivos. A segunda instância, situa-se em condição externa aos limites físicos
do assentamento, mas é para onde deverão confluir as maiores decisões em prol do
desenvolvimento social e econômico do assentamento. Em termos institucionais, comissão
setorial, comitês, conselhos, grupo de trabalho-GT, são alguns dos arranjos que podem servir
aos referidos fins. No entanto, o estado já dispõe de um colegiado denominado, Conselho de
Desenvolvimento Rural que vem assumindo um papel relevante no atual cenário de política
rural da região incluindo a participação das ATES para os assentamentos do estado.
Aproveitar essa condição que é real parece ser mais oportuno do que aventurar novas
propostas que dificilmente poderão acontecer de verdade.
Outros encaminhamentos dizem respeito ao papel da Superintendência Estadual do
INCRA, a quem cabe às maiores responsabilidades pela viabilização dos mecanismos
necessários a implementação deste plano, onde a figura do empreendedor social deve assumir
papel destacado na viabilização dos respectivos requerimentos. O papel das parcerias a serem
estabelecidas constitui um capítulo à parte para que o PDA possa ser implementado. Nesse
campo, prefeitura municipal e instituições, como: RURAP, SENAR, SEBRAE, EMBRAPA,
IEPA, SEMA e UNIFAP, devem ser consideradas como parceiras em potencial. De igual
modo, deve ser considerado a contribuição que entidades não governamentais poderão prestar
à implementação do Plano.
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referencial, a redução da prática agrícola itinerante em atenção às recomendações do PDA,
que sugerem, como alternativa, a diversificação produtiva pelo ingresso de tecnologias que
possam aumentar o tempo útil da terra. Logo, o desejável é que, a assistência técnica seja
oferecida ao sistema como elemento intrínseco dos projetos produtivos propriamente ditos,
atuando desde a concepção e, se possível, até a comercialização dos produtos, assim como o
reinvestimento de capital no próprio sistema.
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PROGRAMA:
ORGANIZAÇÃO
TERRITORIAL
P
elo diagnóstico do assentamento isso, o assentamento passa a conviver com
Manoel Jacinto ficou explícito que, o seguinte quadro de loteamento:
a atual organização territorial do i. 40% do assentamento consta de
assentamento é marcada pela total ausência loteamentos demarcados que já vêm sendo
de infra-estruturas básicas que, dentre utilizados através de práticas agrícolas e,
outros aspectos, vem limitando as atuais em alguns casos, com instalações
circunstâncias de vida do assentado e
residenciais e quintais produtivos;
colocando em risco a própria viabilidade
econômica-social do assentamento. As ii. 23% do assentamento consta de
explicações e registros constantes no loteamentos recém demarcados que
diagnóstico não deixam dúvidas quanto ao abrange áreas já ocupadas e produtivas e
desafio que é conviver no interior do novas áreas a serem ocupadas;
assentamento onde o assentado, no seu dia- iii. 37% do assentamento consta de
a-dia, é obrigado a empreender longas áreas ocupadas, mas não demarcadas e de
caminhadas para chegar ou sair do seu lote áreas naturais.
e, muito mais penosamente, para
transportar sua produção. E, tudo isso, Complementando esse quadro
porque o assentamento só dispõe de trilhas ainda tem-se a considerar a questão da área
cortando a floresta, abertas pelos próprios e perímetro oficial do assentamento que se
assentados. encontram em discordância com o
loteamento demarcado ao longo do igarapé
A ausência de ramais principais e Manoel Jacinto. Para encaminhar soluções
de vicinais tecnicamente implantadas e de a essas questões ficam propostas as
quaisquer outros serviços de apoio à seguintes programações:
produção ou de atendimento social
praticamente limitam as oportunidades do
assentamento aumentar a fixação do
assentado no lote e com isso criar maiores
identidades na área produtiva e de
organização social.
Outro quadro contundente da
condição territorial do assentamento diz
respeito ao próprio estágio de demarcação
dos lotes que no período dos trabalhos de
campo do PDA, em janeiro/2005, constava
de somente 56 lotes demarcados, e que, em
marco/2005, foram demarcados 32 novos
lotes e. projetar outros 52 (de acordo com a
planta mostrada pelo Sr. Erivam).Com
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Subprograma:
Implantação de ramais
Justificativa:
A justificativa social para a construção de ramais no assentamento Manoel Jacinto, de
um certo modo, já vem sendo apresentada nos vários itens deste PDA através do registro de
parte das dificuldades que são enfrentadas pelo assentado para chegar ou sair do seu lote ou
mesmo para transportar a produção ou quaisquer outros materiais. Visto isto, o mais
importante é a indicação das propostas circunstâncias mais adequadas possíveis nas quais os
requeridos ramais deverão ser implantados.
Segundo o reconhecimento local descrito no diagnóstico, 56 lotes demarcados e em
utilização estão distribuídos ao longo do igarapé Manoel Jacinto e trilha conhecida como,
Linhão. Neste caso, tem-se caracterizado um eixo de 11,73 km que é composto pelos 37 lotes
com benfeitorias implantadas na margem do referido igarapé e própria trilha de acesso e um
outro eixo de 5,91 km que é composto pelos 19 lotes que fazem frente para o referido Linhão.
Sobre esses dois eixos têm-se as seguintes considerações:
i. Os dois eixos citados compõem um único bloco de lotes que poderiam ter suas
frentes para um ramal principal;
ii. Todavia, por conta das circunstâncias de acesso, cada um desses eixos passou a ter
suas frentes onde estão implantados os roçados, quintais, residências, etc., em
sentido oposto ao previsto;
iii. Com isso, deu-se origem a duas grandes trilhas que possibilitam o acesso dos
assentados aos seus respectivos lotes. O aproveitamento desses caminhos já
abertos tem as seguintes vantagens:
- Economiza custos com a derrubada e abertura de floresta;
- Reduz, em muito, os possíveis impactos ambientais;
- Consegue atender a todos os lotes dos dois eixos já demarcados;
- Poderá ser estendido para o atendimento dos novos lotes que deverão ser
demarcados no prolongamento dos referidos eixos;
Justificativa:
Como ficou demonstrado no diagnóstico do assentamento 50,2% da renda bruta
familiar do assentado decorre de rendimentos não rurais e que a maioria da população
assentada dispõem de residências fixas, na sede municipal de Porto Grande. Indagações feitas
aos assentados sobre a permanência temporária no assentamento, ou mesmo, sobre a mudança
de alguns que já residiam no assentamento e voltaram para a sede municipal, tiveram como
respostas àquilo que facilmente pode ser concluído por qualquer pessoa que tenha a
oportunidade de conhecer localmente o assentamento:
“A ausência de qualquer serviço de atendimento social limita integralmente a vida
permanente no assentamento”.
Para superar essa deficiência, certamente, a solução passa pelas possibilidades de
oferecer melhores condições à vida local para que isto seja tomado como estímulo ao gradual
aumento da permanência do assentado no lote. Todavia, refletindo mais detalhadamente sobre
os dados acima citados, é necessário entender que a proximidade do assentamento à sede
municipal por si só já estabelece relação de vida diferenciada deste assentamento em relação
outros. De igual modo, ao relevar que, nas atuais circunstâncias de precariedades do
assentamento, 43,8% da renda familiar já decorrem de atividades rurais. Pode-se concluir que
ao oferecer incentivos na forma de melhores assistências sociais e produtivas há de se esperar
que o assentamento responda com maior participação na composição de renda, e por
conseqüência, na qualidade de vida do assentado.
Pensando assim, o que de certo modo, o representa uma interpretação dos anseios e
expectativas dos assentados através daqueles que participaram da assembléia e dos trabalhos
de campo do PDA. Assim, ficam propostas as seguintes ações:
i. Construção de prédio para o atendimento a educação escolar e a saúde no eixo de
loteamentos Manoel Jacinto;
ii. Construção de prédio para o atendimento a educação escolar e a saúde no eixo de
loteamentos Linhão.
A existência de postos para o atendimento da educação escolar e de saúde sempre
funcionou como elemento de vinculação local do homem rural em torno dos quais iniciam a
organização comunitária e passam a ser tomados como pontos de referências para formação
de núcleos comunitários. No caso do assentamento Manoel Jacinto, certamente não será
diferente e, precisamente, é uma das ações que se fazem necessárias para que o mesmo possa
dispor de maior identidade comunitária.
A questão seguinte é a indicação desses postos de serviço para que contemplem da melhor forma
possível, a atual realidade de distribuição dos lotes e, por certo, da população assentada. O reconhecimento local
feito pela equipe de elaboração do PDA conjuntamente com pessoas da comunidade a análise da planta de
loteamento do assentamento permitem as seguintes indicações:
Posto do eixo Manoel Jacinto Posto do eixo Linhão
Localização proposta: proximidade do Localização proposta: proximidade do lote
igarapé Ivo. 86
Referências espaciais: Referências espaciais:
7.km da margem do rio Araguari; 10,5km do início do Linhão na margem do
9 km do último lote demarcado do rio Araguari;
referido eixo. 5,5 km do último lote demarcado do
referido eixo.
Atendimento estratégico: Atendimento estratégico:
Prevê-se a organização de serviços para o Prevê-se a organização de serviços para o
atendimento das famílias que compõem a atendimento das famílias que compõem a
população dos atuais lotes demarcados. De população dos atuais lotes demarcados do
modo complementar fica prevista a Linhão e Vicinais C, D, E, F e G. De modo
implantação gradual do núcleo comunitário complementar fica prevista a implantação
local. gradual do núcleo comunitário local.
Atividade:
Finalização da demarcação
de lotes.
Justificativa
A demarcação dos lotes do assentamento Manoel Jacinto, primeiramente com os 56
lotes nos eixos Manoel Jacinto e Linhão e, mais recentemente, com os 84 novos lotes que
estão sendo tratados por este PDA como vicinais C, D, E, F,G e loteamentos ribeirinhos
certamente constitui um grande sinal para legitimidade social do assentamento. Todavia a
capacidade de 270 lotes prevista para o PA e as muitas ocupações já existentes, mas ainda não
regularizadas justificam maiores esforços no sentido da continuidade e finalização da
demarcação do assentamento.
Nesse sentido, cabe a este PDA reiterar as solicitações dos próprios assentados quanto
a demarcação de seus respectivos lotes e argüir que o significado desse ato para os referidos
beneficiários vai além da simples definição territorial, pois acima de tudo lhes garante o
direito de propriedade e de usufruto da terra.
Detalhamentos
Ao analisar mais detalhadamente as plantas de loteamento do assentamento conclui-se
que, tanto os primeiros loteamentos dos eixos Manoel Jacinto e Linhão, quanto os mais
recentes que estão sendo tratados por este PDA como vicinal C, D, E, F e G apresentam
profundas distorções no tamanho dos lotes que, em alguns casos quase chegam a dobrar o
tamanho e, em outros, a reduzir quase pela metade do tamanho de 50 ha proposto pelo Ato de
Criação do PA.
Em conversa pessoal com assentados que acompanharam algumas etapas dos referidos
trabalhos de loteamento nos foi explicado que demarcar lotes que já vêm sendo ocupados
podem ocorrer várias situações dentre as quais, dividir um lote normal em dois, para atender
pessoas que estão explorando a mesma área. Isto é: demarcar áreas que vêm sendo utilizadas é
diferente da demarcação planejada de áreas naturais. Não sendo conveniente estabelecer,
portanto, maiores discussões sobre a questão, tem-se a admitir que uma parte do assentamento
já está demarcada e, a partir desta, projetar as demarcações que faltam para incluir as
ocupações ainda não demarcadas e completar a capacidade prevista pelo Ato de criação do
assentamento.
No primeiro caso, foram constatados ocupações de áreas na continuidade dos eixos
Manoel Jacinto e Linhão, e tomamos conhecimento das ocupações de áreas nos igarapés
Areia e Boca Suja, todas ainda não alcançadas pelas já citadas demarcações. Quanto ao
segundo caso que trata da projeção de novas demarcações a partir das existentes cumpre fazer
os seguintes esclarecimentos:
i. A projeção teórica do conjunto de lotes que estão faltando para completar a
capacidade prevista para o assentamento tem como balizamento técnico o tamanho de lote
previsto oficialmente e os atuais limites estabelecidos pelas demarcações anteriores;
ii. Com isto, circunstâncias locais que acabam interferindo na demarcação prática
dos lotes não podem ser previstas;
iii. Finalmente, a condição de projetar novos lotes em continuidade às plantas já
existentes significa atender os parâmetros topográficos, mas certamente não levar em
consideração a dinâmica natural local.
Atividade:
Redefinição do perímetro
e área do assentamento
Justificativa
Nos preparativos dos painéis/motivações para a assembléia do PDA ocorrida na
Escola Professora Maria Cristina Botelho Rodrigues, a primeira questão a ser discutida antes
mesmo da abertura dos trabalhos previsto foi a distorção do limite de área do assentamento
apresentado pelo referido painel. O senhor Maurício, representante do Sindicato dos
Trabalhadores Rurais, foi o primeiro a dizer que o mapa estava errado e indicar o lugar por
onde deveria passar o limite do assentamento. Naquele momento, sem muita convicção dos
técnicos, foi explicado ao referido senhor que o mapa apenas reproduzia o plano cartográfico
do assentamento cedido pelo setorial do INCRA. No mapa em questão, a maior parte dos
loteamentos do eixo Manoel Jacinto e Linhão situavam-se fora dos limites oficiais do
assentamento.
Com os trabalhos de campo ficou comprovada a planta de loteamento dessas áreas,
principalmente dos lotes implantados ao longo do igarapé Manoel Jacinto exatamente como
tinha explicado o citado senhor. Todavia, ficou comprovado também que o mapa questionado
na assembléia, nos limites N/NO do assentamento, utilizava como referência o igarapé
Manoel Jacinto até a foz do contribuinte, igarapé Ivo. Desse ponto em diante, o traçado do
assentamento caminhava pelo eixo da drenagem desse último igarapé.
Nos trabalhos subseqüentes, voltou-se a procurar o setorial responsável do INCRA e
ficou-se sabendo que o plano cartográfico questionado era o único existente. Com isso, a
resposta encontrada foi a seguinte;
i. A definição da área oficial do assentamento tinha utilizado como limite natural
parte do igarapé Manoel Jacinto e o igarapé Ivo;
ii. Enquanto o plano de demarcação dos lotes tinha utilizado como referência o curso
normal do igarapé Manoel Jacinto.
Investigando mais detalhadamente a questão chegou-se a conclusão que a distorção
toda se deu por conta da utilização da base cartográfica do IBGE para a definição da área do
assentamento, pois esta ao invés de utilizar o igarapé Ivo como tributário do igarapé Manoel
Jacinto, utiliza como curso principal deste último igarapé. Por outro lado, a própria divisão
municipal entre Porto Grande e Ferreira Gomes utiliza o igarapé Ivo como prolongamento da
drenagem principal do igarapé Manoel Jacinto.
Na demarcação dos lotes, como normalmente é feita com a participação de pessoas
locais, não levou em consideração o mapa do assentamento e acabou caminhando ao longo do
curso principal do igarapé Manoel Jacinto o que resultou na atual distorção dos loteamentos
citados situarem-se fora dos limites oficiais do assentamento.
Visto isto, na obrigação de chamar a atenção para a referida questão, pois acaba tendo
sérias implicações para o futuro do assentamento, cabe a este PDA propor em caráter de
urgência a redefinição do perímetro e área do referido assentamento de modo a corrigir as
distorções acima descritas. Para isto, a figura 59 apresenta a uma projeção da nova área do
assentamento definida pelo curso principal do igarapé Manoel Jacinto e com a inclusão dos
referidos lotes excluídos.
PROGRAMA:
PRODUTIVO
Justificativa:
O diagnóstico do assentamento demonstrou que a conformação básica da agricultura
local baseia-se na formação de roçados itinerantes com tamanho médio de 8 tarefas/produtor,
integralmente destinados ao cultivo de plantas anuais, sobretudo da mandioca, arroz e milho.
O mesmo documento também indicou que o assentamento convive com diferentes estágios de
implantação e de implementação destacados pela ausência de infra-estruturas de apoio à
produção, demarcação incompleta dos seus lotes, algumas indefinições no quadro de
assentados, permanência temporária no local de trabalho e outras questões mais que obrigam
a maiores reflexões sobre o que propor e como propor o fortalecimento da atividade agrícola
local. O assentamento também convive com outras situações que acabam tendo grandes
implicações naquilo que deve ser proposto: fragilidade organizacional, pequeno acumulo de
experiências agrícolas conjuntas e grandes limitações ao acesso e a circulação de maquinário
caso seja pensado o preparo mecanizado do solo.
A partir desses referenciais, o fortalecimento da agricultura local deve priorizar a
adoção de estratégias que de modo gradual e criteriosamente assistidas ofereçam adequada
assistência técnica e contínua capacitação do produtor em questões de melhoramentos da
produção, da transformação e da própria comercialização da produção. Não é aconselhável
neste momento propor mudanças abruptas ao sistema produtivo local, pois correriam o risco
de não poderem ser internalizados dentre a população local. Por exemplo, propor a
mecanização da terra para substituir o atual sistema de roçados itinerantes e prover maiores
níveis de produtividade para a lavoura ainda é muito temeroso para o estágio de implantação
que o assentamento convive. O mais prudente é confiar que o assentamento possa ir se
preparando para num futuro próximo assumir com mais maturidade as necessárias
transformações de uso produtivo da terra.
Conjuntamente a esses procedimentos deve ser incentivada a diversificação da base
produtiva, pois isso representa maior garantia de segurança alimentar e geração de renda
complementar principalmente se for relevada a proximidade do assentamento aos centros de
comercialização.
Estratégia:
O desejável fortalecimento à agricultura local de modo a promover gradual elevação
da renda familiar e a preparação do assentado para assumir num futuro próximo outros
compromissos com modelos mais permanentes de uso produtivo da terra passa pela
complementaridade de ações que têm na adequada assistência técnica e capacidade da
organização local os maiores balizamentos.
Em termos operacionais, a proposta indica as seguintes orientações:
i. Em caráter de urgência, retomar a questão da organização social local para
que a entidade legitimamente construída pelos assentados possa capitanear os requerimentos e
soluções para o assentamento;
ii. No campo da adequada assistência técnica faz-se necessário que ocorra
através de ações programáticas de modo a garantir maior efetividade, estabelecer sentido de
continuidade e, principalmente, possibilitar o controle por parte da entidade representativa e
dos próprios beneficiários finais;
iii. No campo das ações a serem encaminhadas, destacam-se:
a. Melhoramentos da produtividade pela introdução de cultivares e
estacas/sementes, comprovadamente testadas em termos de resistência e de
rendimento bruto;
b. Melhoramentos da produtividade pela adoção de técnicas adequadas de
plantio;
c. Melhoramentos da produtividade pela adoção de técnicas adequadas de
consorciamento de culturas;
d. Melhoramentos aos atuais sistemas de fabricação de farinha;
e. Introdução de programas voltados à diversificação da base produtiva;
f. Capacitações voltadas à organização produtiva e social.
No futuro próximo, quando o assentamento sentir que já dispõe de experiência
suficiente para iniciar novas práticas agrícolas centradas na mecanização da terra, sugerem-se:
Que o primeiro ano da nova experiência se restrinja a 1 ha/produtor como
módulo produtivo;
iv. Esta condição visa diminuir os possíveis riscos que decorrerão da falta ou
pouca experiência local em lidar com procedimentos mais exigentes na relação
custo/benefício;
v. A partir do segundo ano, a avaliação coletiva ou individual dos resultados
obtidos poderá ser tomada como balizamento para justificar os futuros
empreendimentos;
Modelo de gestão:
Não se trata propriamente de um modelo de gestão integralmente definido, pois a
possibilidade do mesmo existir de fato e vir a dar certo depende da capacidade de organização
do assentamento sem a qual tudo fica mais difícil planejar e dar encaminhamento. A contar
que essa organização social e produtiva do assentamento seja buscada com muito empenho,
ficam indicados como elementos essenciais à gestão produtiva:
i. A entidade representativa dos assentados deve ter papel central na
coordenação de todas as estratégias e atividades voltadas ao fortalecimento agrícola;
ii. Os mecanismos a ser buscados devem estar centrados na descentralização
de competências e responsabilidades locais segundo a criação de grupos de afinidades;
iii. Calendários e agendas de avaliação devem ser admitidos como
instrumentos essenciais à gestão da programação;
iv. A resolução de problemas deve ser feita por grupo de afinidade;
v. No caso especifico da comercialização da produção, além do papel central
da entidade representativa, pode ser discutida a possibilidade de testar outras formas
organizadas para comercializar parte da produção em conjunto.
Proposta técnica.
A proposta técnica para o fortalecimento da agricultura local tem dois
encaminhamentos:
1o. Melhoramento das atividades convencionais.
A proposta para o atendimento deste item baseia-se essencialmente na implementação
daquelas ações previstas enquanto estratégias operacionais que incluem procedimentos
estruturais de organização e de assistência técnica como pressupostos para o encaminhamento
e efetividade das ações propriamente práticas.
A partir disso, espera-se que os projetos executivos elaborados pela assistência técnica
priorizem a adoção das seguintes recomendações:
a. Introdução de cultivares e estacas/sementes que comprovadamente possam
melhor a produtividade local;
b. Adoção de técnicas adequadas de plantio que igualmente possam melhor a
produtividade local;
c. Adoção de técnicas adequadas de consorciamento de culturas;
d. Introdução de treinamentos voltados a melhor qualificação do produto;
e. Introdução de programas voltados à diversificação da base produtiva;
f. Capacitações voltadas à organização produtiva e social;
g. Aquisição de animais para o transporte e cargas e da produção.
Justificativa:
Mesmo na condição de fortalecimento à agricultura convencional, a essência da
proposta agrícola está centrada na possibilidade do assentado vir a dominar novos
conhecimentos que lhes permitam valorizar a adoção de novas tecnologias de cultivo da terra,
de processamento da produção e também dos novos conceitos de organização da produção e
da própria comercialização. Tudo isso visto numa perspectiva de que o agricultor possa tirar
maior proveito da lavoura da terra e de outras praticas produtivas e com isso melhorar seus
rendimentos familiares. Trata-se, então, de um desafio colocado como base do
desenvolvimento local que deverá ser vencido gradualmente para que a produção do
assentamento ultrapasse a condição de subsistência e assuma um papel mais importante na
conformação da renda familiar.
A partir disso, observa-se que apesar da capacitação profissional se fazer necessária
nas mais diversas situações do assentamento, torna-se prioritária para a questão produtiva,
pois todo o desenvolvimento e bom desempenho do referido assentamento passa pela
capacidade que os assentados possam ter para colocar em prática novas tecnologias de trato
da terra, de cultivo, de manejo, enfim de todas a inovações que lhes permitam tirar maior
proveito de suas lavouras, criações de animais ou práticas extrativistas.
Com efeito, embora as proposições agronômicas ofereçam novas perspectivas para a
melhoria da produção e comercialização do assentamento com rebatimentos diretos na
ampliação da renda familiar, dois problemas podem frustrar as expectativas levantadas: a
deficiência de organização e de conhecimentos técnicos que permitam a adesão imediata do
assentado às novas tecnologias propostas. Como ficou demonstrado pelo diagnóstico, a
maioria dos assentados provém de baixos níveis de escolaridade, experiências tradicionais em
atividades agrícolas e, certamente, poucos conhecimentos sobre tecnologia e gestão da
produção. Com isso, a proposta produtiva incorpora também exigências de preparo técnico
para o produtor de modo a dominar no curto prazo as mudanças operacionais que o sistema
produtivo passa a exigir.
Objetivo
Proporcionar aos agricultores a oportunidade de adquirirem conhecimentos e
informações técnicas que lhes possibilitem entender, manejar e administrar com eficiência as
novas tecnologias propostas para o sistema produtivo e, com isso, reduzir seus riscos de
trabalho e de investimentos.
Meta
Capacitar 100% dos produtores nos próximos três anos.
Resultados esperados
- Melhoria no domínio tecnológico do produtor habilitando-o ao melhor exercício
de atividades produtivas mais complexas;
- Passagem do produtor da condição de produção de subsistência para uma produção
mais sistemática e mais diversificada;
- Melhoria na produção e qualificação do produto.
P
elas orientações do Roteiro Básico escolar e saúde e a ampliação funcional da
(Anexo 02), a concepção desse Escola Municipal Rio Araguari para
programa deveria ser feita em oferecer melhores serviços aos assentados
conjunto a representação política do ribeirinhos da margem do rio Araguari. Na
município no qual o assentamento está verdade, a proposta de construção dos três
implantado de modo a conciliar interesse postos no assentamento vai muito além do
em comum e, até mesmo, de atendimento social isolado para juntar-se
disponibilidade de atendimento por parte aos mecanismos que poderão estimular a
do município. Embora teoricamente tenha- maior permanência local do assentado e
se que se admitir o mérito da orientação, com isso promover outras mudanças nos
infelizmente na prática dos acontecimentos atuais índices de desempenho do
locais estão muito distantes de serem assentamento dentre os quais, participar de
aplicadas tal como é prevista. Em verdade, forma mais convincente na formação da
seria a grande solução para os problemas renda familiar.
dos assentamentos se verdadeiramente Assim sendo, mesmo sabendo das
tivessem o apoio da municipalidade no reais dificuldades para o atendimento
atendimento de suas legítimas dessas questões julga-se procedente
reivindicações. priorizá-las para que possam ser vistas
No caso dos serviços sociais do como:
assentamento Manoel Jacinto, a questão - Parte de documentos
ainda é bem pior do ocorre em outros técnicos coletivamente construídos e,
assentamentos ou mesmo de outras portanto, instrumentos legítimos para a
comunidades rurais não assentadas, pois reivindicação dos serviços sociais do
esse assentamento não dispõe de nenhum assentamento;
serviço social localmente instalado. Neste
caso, trata-se da inexistência funcional e - Parte de documentos
estrutural como ficou demonstrado pelo técnicos coletivamente construídos para
diagnóstico do assentamento. serem discutidos como instrumentos do
planejamento interno da instituição
Frente a esse quadro, retoma-se mantenedora (INCRA) no que se refere a
aquilo que foi apresentado no subprograma ações previstas e encaminhadas pela
da Implantação de infra-estruturas para o própria instituição.
atendimento de serviços sociais que
priorizou a construção de dois postos para
o atendimento integrado de educação
1. Construção de escola e posto de saúde no eixo Manoel Jacinto.
Os dados constantes no diagnóstico demonstram que o eixo Manoel Jacinto é
composto por 37 lotes, o que, por si só, já projeta uma expectativa de atendimento social
marcante para a população residente além contribuir para a maior permanência da referida
população.
2. Construção de escola e posto de saúde no eixo Linhão.
Os dados constantes no diagnóstico demonstram que o eixo Linhão é composto por 19
respectivamente lotes, o que, por si só, já projeta uma expectativa de atendimento social
marcante para a população residente além contribuir para a maior permanência da referida
população.
i. Com relação ao atendimento escolar, que seja implantada uma unidade que
ofereça ensino demandado pela comunidade, baseada no modelo de escola família de
modo a atender a vocação decorrente dos objetivos do assentamento.
Que na referida unidade, sejam instalados também, espaços para atividades
culturais e de lazer para atendimento escolar e demais segmento da população.
ii. Com relação ao atendimento a saúde, que seja:
Implantada uma unidade de saúde com adequado atendimento a população, ou
seja, dotado de recursos humanos aptos, com dotação de medicamentos e
possibilidade de transporte dos pacientes para outros centros, nos casos
considerados mais graves
PROGRAMA:
AMBIENTAL