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PH3.001 – Automatismos e suas aplicações

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PH3.001 – Automatismos e suas aplicações Notas:

Toda a tecnologia é caracterizada pelas particularidades e


propriedades bem precisas dos elementos que a constituem.
Conhecer essas particularidades é indispensável e dominá-las torna-
se determinante.

Actualmente, a necessidade de automatizar os processos não afecta


unicamente as grandes empresas, mas também as pequenas
indústrias, incluindo a indústria artesanal que se vê obrigada a
descobrir métodos de produção racionais que excluam o trabalho
manual não dependente da habilidade humana.

A tecnologia dos microcontroladores, na sua versatilidade e utilidade


insuperáveis no domínio da automatização, abre ainda mais o leque
de aplicações no contexto da electropneumática / electrohidráulica.

Nesta unidade abordaremos o modo como se está a processar a


substituição de funções manuais por dispositivos electropneumáticos
e/ou electrohidráulicos. Este é, sem dúvida, o primeiro passo dentro
do processo de automatização. Com isto pretende-se, como em todas
as situações, obter melhores resultados a um custo mínimo.

A força muscular deve ser, sempre que possível, substituída pela


força e precisão do automatismo. Desta forma, este pode ser
considerado uma “extensão” do corpo humano cuja principal
finalidade é suprimir as limitações inerentes.

A utilização da máquina adequada para cada caso será a forma de


evitar a aquisição de equipamentos caros que encareçam o produto
de forma desproporcionada. Por isso, se for possível construir uma
máquina com elementos de série e que se adaptem às necessidades
do processo de fabricação, obter-se-á resultados mais económicos do
que com máquinas estandardizadas.

No final desta unidade temática deverá estar apto a:

 Compreender o conceito de automatismo pela analogia estrutural


Homem/Máquina

 Identificar as aplicações da pneumática / electropneumática e da


hidráulica / electrohidráulica.

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Notas:
Considerações sobre o conceito de automatismo
Vídeo no Cd,
Muitas são as respostas encontradas sobre a definição de em que
automatismo. Umas são mais técnicas, outras mais filosóficas ou até mostra um
um misto. No entanto, todas convergem nalguns pontos como por automatismo a
exemplo: desempenhar
uma tarefa
• São máquinas cuja estrutura está projectada para funções rígidas impossível a
ou polivalentes. um humano

• Possuem controle programado ou não que dispensam


temporariamente a intervenção do homem.

• Executam tarefas por vezes perigosas ou impossíveis a um ser


humano.

Podemos considerar um automatismo como sendo uma extensão do


nosso corpo para o cumprimento de tarefas por vezes perigosas ou
impossíveis de realizar por seres humanos. Tais tarefas podem ser
materializadas, programadas e reprogramadas, de forma a garantir
ao automatismo por vezes polivalência e criatividade, segundo a
nossa necessidade e vontade, através da técnica e ciência actuais.

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Estrutura de um automatismo Notas:

Tirando partido do contexto anterior, podemos dizer que a estrutura


de um automatismo se assemelha à de um ser humano, não
obrigatoriamente no que se refere ao seu aspecto, mas em relação à
sua estrutura construtora e funcional. Assim, o automatismo
(independentemente do seu aspecto) possui, “por herança do seu
progenitor (o homem)”, essencialmente:

 Estrutura mecânica
 Actuadores
 Sensores
 Cablagem eléctrica
 Unidade central de processamento

Estrutura mecânica

O esqueleto humano, num automatismo, é representado por uma


estrutura mecânica de sustentação e articulação dos órgãos que o
constituem.

No homem, o esqueleto suporta os músculos e os órgãos internos,


enquanto que no automatismo, o esqueleto suporta os actuadores e
os sensores.

Fig.1 - Comparação entre a estrutura do esqueleto humano e do esqueleto de um


robot.

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Actuadores Notas:

Os músculos humanos, que são representados nos automatismos por


actuadores, são responsáveis pelos únicos movimentos que a física
actual concede: o linear e o rotativo. Esta conjugação dá origem ao
designado movimento misto ou também designado por graus de
liberdade.
Movimento
Rotativo

Movimento
Linear

Tipos de liberdade de
movimento de
actuadores
de um automatismo

Fig.2 – Comparação entre músculos humanos e actuadores responsáveis pelos


movimentos lineares e rotativos.

Sensores

Os órgãos dos sentidos são representados por diversos tipos de


sensores / transdutores responsáveis pela “captação” de estímulos do
meio ambiente.

Fig.3 - Comparação entre sensores humanos e mecânicos

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Cablagem Notas:

Uma rede circulatória e nervosa, representada vulgarmente por


cablagem eléctrica, tubos pneumáticos e mangueiras hidráulicas, é
responsável pelo encaminhamento e distribuição dos sinais vitais e de
alimentação do sistema.

Fig.4 - Comparação entre cablagem humana e mecânica

Unidade Central de Processamento

O cérebro, unidade central de processamento, é representado, nos


automatismos, pelo comando ou centro de decisão. É normalmente
gerido por um ou mais autómatos programáveis, com o apoio ou não
de circuitos periféricos.

Fig.5 - Quadro de comando - o “cérebro” de um automatismo industrial.

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Aplicações gerais da pneumática, Notas:


electropneumática, hidráulica e electrohidráulica

Devemos ter presente que a pneumática e electropneumática e a


hidráulica e electrohidráulica não são aplicadas em todos os casos de
automação.

As suas possibilidades técnicas estão sujeitas a certos limites no que


se refere à força, espaço, tempo e velocidade no processamento da
informação.

No entanto, as vantagens mais importantes que estas formas de


energia concedem aos sistemas são a flexibilidade e variedade de
aplicações em quase todas as actividades da produção industrial.

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O que podemos obter com os automatismos? Notas:

Em qualquer sector de trabalho os automatismos são


sistematicamente utilizados em: Vídeo no Cd,
em que
 movimentos repetitivos; mostra um
 aperto de componentes; automatismo a
 moldagem de materiais. executar
cortes e outro
a soldar por
Movimentos repetitivos LASER

Num processo de trabalho, o material tem de ser deslocado de uma


máquina para a outra ou movido para o lugar da operação. Muitas
destas situações podem ser automatizadas.

Fig. 6 – Movimentação de cargas de uma máquina para outra

O aperto de componentes

O acto mecânico para prisão por actuação manual está ultrapassado.


Os sistemas actuados pneumaticamente, por exemplo, são mais
robustos e mantêm a mesma força durante os ciclos da máquina.

Fig. 7 – Máquina de aperto (prensa)

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A moldagem de materiais
Notas:
A força de impacto resultante de um actuador pneumático ou
hidráulico pode ser usada para satisfazer necessidades de operações
como:

 Curvar – produz uma curva no produto final


 Extrair – retira material não necessário ao produto final
 Esmagar – reduz a dimensão de um produto (ex: compactação de
automóveis numa sucata)
 Desempenar – endireita o material para a forma pretendida
 Repuxar – estica o material

Fig. 8 – Máquina de moldagem (curvar)

Fig. 9 – Máquina de gravar em relevo (esmagar)

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Notas:

Fig. 10 – Máquina de furar

Fig. 11 – Limador (extrair)

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Exercícios de Avaliação
Notas:
Para cada questão, assinale com um X a opção mais correcta.

Automatismos

1- Uma das principais razões da utilização de automatismos numa


linha de produção consiste na:

 Obtenção de melhores resultados e na redução de custos.


 Substituição da força muscular.
 Aplicação em áreas de produção racionais que não dependam da
habilidade humana.
 Todas as opções anteriores mais a possibilidade da sua construção
com elementos de série.

2- Um automatismo é:

 Uma extensão do nosso corpo para o cumprimento de tarefas por


vezes perigosas ou impossíveis de serem por nós realizadas.
 Uma máquina que dispensa a intervenção humana antes, durante
e depois do seu trabalho.
 Uma máquina cuja estrutura está projectada somente para
funções dedicadas (rígidas).
 Uma máquina com funções polivalentes.

3- Um automatismo pode ser representado por:

 Uma estrutura mecânica de sustentação e articulação que confere


mobilidade à máquina.
 Órgãos responsáveis pela mobilidade da estrutura mecânica
designados por actuadores.
 Uma unidade de comando constituída por sensores, autómatos
programáveis, tubagens e cablagem.
 Uma unidade de comando constituída por mangueiras, tubos
pneumáticos que ligam e permitem a comunicação entre sensores
e autómatos programáveis.

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Identificar as aplicações gerais


Notas:
1 - Utiliza-se a energia pneumática e hidráulica porque:

 As suas possibilidades técnicas não têm limites, pois cada vez


mais a tecnologia desenvolve novas características nos materiais,
podendo-se realizar qualquer objectivo.
 As desvantagens mais importantes que estas formas de energia
concedem aos sistemas são a inflexibilidade e a falta de variedade
de aplicações em quase todas as actividades da produção
industrial.
 As suas possibilidades técnicas estão sujeitas a certos limites no
que se refere à pressão, temperatura e velocidade de corte das
máquinas.
 As vantagens mais importantes que estas formas de energia
concedem aos sistemas são a flexibilidade e variedade de
aplicações em quase todas as actividades da produção industrial.

Resumo

A força muscular deve ser, sempre que possível, substituída pela


força e precisão do automatismo. Este deve ser visto como uma
“extensão” do corpo humano cuja principal finalidade é suprimir as
suas limitações.

Assim vimos que o automatismo é constituído por uma estrutura


mecânica com actuadores, sensores, cablagem e um cérebro. Vimos
também a relação e a função de cada uma delas.

Mostrou-se também algumas aplicações: movimentos repetitivos,


aperto de componentes e moldagem de materiais.

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Glossário
Notas:

Actuador

Órgão de máquina ou dispositivo que “converte” uma forma de


energia (ex. energia eléctrica, pneumática e hidráulica) em
movimento linear ou angular.

Automatismo

É uma extensão do nosso corpo para o cumprimento de tarefas por


vezes perigosas ou impossíveis de realizar por seres humanos. Tais
tarefas podem ser materializadas, programadas e reprogramadas, de
forma a garantir ao automatismo por vezes polivalência e criatividade,
segundo a nossa necessidade e vontade, através da técnica e ciência
actuais.

Cablagem

Conjunto de cabos e fios eléctricos que constituem a rede de


comunicação e alimentação entre, por exemplo, componentes,
dispositivos, aparelhagem e máquinas.

Electrohidráulica

Hidráulica comandada por sinais eléctricos provenientes de sistemas


electro / electrónicos (ex: quadros de comando com lógica de relés,
PLC e/ou outros sistemas informáticos).

Electropneumática

Pneumática comandada por sinais eléctricos provenientes de sistemas


electro / electrónicos (ex: quadros de comando com lógica de relés,
PLC e/ou outros sistemas informáticos).

Microcontroladores

Circuito integrado que dispõe essencialmente de um


microprocessador, uma memória para o programa e outra para os
dados, linhas de E/S (Entradas/Saídas), temporizadores e muitos
outros recursos auxiliares. Tudo isto faz dele um computador
completo.

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