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TÍTULO

UFCD 3656 – Primeiros socorros - hidrobalneoterapia

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Título da UFCD

Manual de Apoio
3656 | Primeiros socorros - hidrobalneoterapia
25 horas

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Índice
BENEFÍCIOS E CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO .............................................................................................5

OBJETIVOS GERAIS (ESTILO SUBTÍTULO MODULARES) ...........................................................................5

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS .............................................................................................................6

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................8

DESENVOLVIMENTO ..............................................................................................................................9

CAPÍTULO I – RISCO EM TERMALISMO ...................................................................................................9

BIOLÓGICOS ......................................................................................................................................... 11

QUÍMICOS............................................................................................................................................ 23

PSICOSSOCIAIS ..................................................................................................................................... 27

CAPÍTULO II – ACIDENTES .................................................................................................................... 28

ACIDENTES DE TRABALHO.................................................................................................................... 28

DOENÇAS PROFISSIONAIS .................................................................................................................... 40

CAPÍTULO III – PREVENÇÃO.................................................................................................................. 42

CUIDADOS COM AS INSTALAÇÕES ....................................................................................................... 42

CUIDADOS COM OS EQUIPAMENTOS .................................................................................................. 42

CUIDADOS COM MATERIAIS DE TRABALHO ......................................................................................... 44

CAPÍTULO IV – EXAME SUMÁRIO DA VITIMA (PRIMÁRIO) ................................................................... 45

AVALIAÇÃO E SUPORTE BÁSICO DE VIDA ............................................................................................. 45

AVALIAÇÃO E MANUTENÇÃO DOS SINAIS VITAIS (TPRD) ..................................................................... 47

RESPIRAÇÃO DIAFRAGMÁTICA E COSTAL INFERIOR ............................................................................. 49

RESPIRAÇÃO BOCA A BOCA COM AMBÚ.............................................................................................. 50

MASSAGEM CARDÍACA (SIMPLES) ....................................................................................................... 50

COLABORAÇÃO COM O MÉDICO E COM BOMBEIROS .......................................................................... 51

COLABORAÇÃO NO ENCAMINHAMENTO DA VÍTIMA ........................................................................... 51

AJUDA AOS UTENTES NAS AVD ............................................................................................................ 52

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VESTUÁRIO E CALÇADO ....................................................................................................................... 52

TRANSFERÊNCIAS................................................................................................................................. 53

MARCHA .............................................................................................................................................. 54

CAPÍTULO V – PROCEDIMENTOS E TREINOS ......................................................................................... 55

LIPOTÍMIAS .......................................................................................................................................... 55

PERDA DE CONSCIÊNCIA/ESTADO DE CHOQUE .................................................................................... 55

EPILEPSIA ............................................................................................................................................. 55

DIABETES ............................................................................................................................................. 56

QUEDAS ............................................................................................................................................... 57

FRACTURAS.......................................................................................................................................... 57

LUXAÇÕES ............................................................................................................................................ 58

ENTORSES ............................................................................................................................................ 58

TRAUMATISMO CRANIANO ................................................................................................................. 58

HEMORRAGIAS .................................................................................................................................... 59

ARTERIAIS ............................................................................................................................................ 60

VENTOSAS ........................................................................................................................................... 60

CAPILARES ........................................................................................................................................... 61

QUEIMADURAS .................................................................................................................................... 61

ENVENENAMENTOS ............................................................................................................................. 63

CAPÍTULO VI – LESÕES MÚSCULO-ESQUELÉTICAS PROVENIENTES DO EXERCÍCIO FÍSICO DA ATIVIDADE


PROFISSIONAL ..................................................................................................................................... 64

MEDIDAS DE PREVENÇÃO .................................................................................................................... 64

TREINO DE POSTURAS CORRETAS ........................................................................................................ 65

EXERCÍCIOS DE RELAXE, DE PREVENÇÃO E DE CORREÇÃO .................................................................... 66

CONCLUSÃO......................................................................................................................................... 68

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................ 70

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Benefícios e condições de utilização


Com a utilização deste manual, a Edugep, procura aperfeiçoar os seus mecanismos de
aprendizagem facilitando aos formandos o acesso aos conteúdos do módulo.

O manual contem informações essências para o desenvolvimento de competências na área dos


primeiros socorros, fornece ainda orientações sobre procedimentos e diretrizes práticas sobre está
matéria.

O manual deve ser utilizado no âmbito da ação 3656 – Primeiros socorros - hidrobalneoterapia, que
decorre em Viana do Alentejo de 12/12/2018 a 18/12/2018.
O acesso ao manual é estritamente dirigido aos formandos da ação e colaboradores da Edugep.

Objetivos Gerais (Estilo Subtítulo Modulares)

A unidade de formação 3656 - Primeiros socorros – hidrobalneoterapia tem por objectivo dotar o/a
formando/a com as competências necessárias para:

 Identificar situações de risco para a segurança do profissional, do utente, das instalações,


equipamentos e materiais.

Objetivos (Estilo Sub Subtítulo Modulares)

A unidade de formação 3656 - Primeiros socorros – hidrobalneoterapia tem por objectivo dotar o/a
formando/a com as competências necessárias para:

 Executar técnicas de prevenção de acidentes e atuar em situação de acidente.


 Executar técnicas de prevenção de alterações músculo – esqueléticas.

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Conteúdos Programáticos
 Riscos em termalismo
o Biológicos
o Físicos
o Químicos
o Psicossociais
 Acidentes
o Acidentes de trabalho
o Doenças profissionais
 Prevenção
o Cuidados com as instalações
o Cuidados com os equipamentos
o Cuidados com os materiais de trabalho
 Exame sumário da vitima (primário)
o Avaliação e suporte básico da vida
o Avaliação e manutenção dos sinais vitais (TPRD)
o Respiração diafragmática e costal inferior
o Respiração boca a boca e com Ambú
o Massagem cardíaca (simples)
o Colaboração com o médico e com bombeiros
o Colaboração no encaminhamento da vítima
o Ajuda aos utentes nas AVD
 - Vestuário e calçado
 - Transferências
 - Marcha
 Procedimentos e treinos
o Lipotímias
o Perda de consciência/estado de choque
o Epilepsia
o Diabetes
o Quedas
 - Fracturas
 - Luxações

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 - Entorses
 - Traumatismo craniano
o Hemorragias
 - Arteriais
 - Venosas
 - Capilares
o Queimaduras
o Envenenamentos
Lesões músculo-esqueléticas provenientes do exercício físico da atividade profissional
o Medidas de prevenção
o Treino de posturas correctas
o Exercícios de relaxe, de prevenção e de correcção

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Introdução
A hidrobalneoterapia também é conhecida como uma atividade terapêutica que consiste na
realização tratamentos que possibilitam a recuperação de atletas lesionados ou pacientes com
artrite, por exemplo.

Geralmente, a é feita por um fisioterapeuta e é muito utilizada por gestantes e idosos porque ajuda
no tratamento de:

Artrite, artrose ou reumatismo;

Problemas ortopédicos, como fraturas ou hérnias discais;

Lesões musculares;

Dores articulares;

Inchaço nas pernas;

Dificuldade respiratória;

Problemas neurológicos.

Durante os tratamentos podem acontecer acidentes, é muito importante que os profissionais


estejam preparados para socorrer utentes e colegas.

Os primeiros socorros referem-se ao atendimento temporário e imediato de uma pessoa que está
ferida ou adoeceu repentinamente. Também podem envolver o atendimento em casa quando não
se pode ter acesso a uma equipe de resgate ou quando técnicos em emergência médica (TEM) não
chegam. Trata-se de procedimentos de urgência, os quais devem ser aplicados a vítimas de
acidentes, mal súbito ou em perigo de vida, com o intuito de manter sinais vitais. Os procedimentos
não substituem o médico, a enfermeira ou a equipe técnica. Na verdade, um dos principais
fundamentos dos primeiros socorros é a obtenção de assistência médica em todos os casos de lesão
grave. O socorro tende a ser prestado sempre que a vítima não tem condições de cuidar de si
própria, recebendo um primeiro atendimento e logo acionando-se o atendimento especializado.

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Desenvolvimento

Capítulo I – Risco em termalismo

Os 9 Princípios Gerais de Prevenção de acordo com a Diretiva 89/391/CEE

PRINCÍPIO Descrição
PRIMEIRO Evitar os riscos

SEGUNDO Avaliar os riscos que não possam ser evitados

TERCEIRO Combater os riscos na origem

QUARTO Adaptar o trabalho ao homem, especialmente no que se refere à


conceção dos postos de trabalho, bem como à escolha dos
equipamentos de trabalho e dos métodos de trabalho e de
produção, tendo em vista, nomeadamente, atenuar o trabalho
monótono e o trabalho cadenciado e reduzir os efeitos destes sobre
a saúde

QUINTO Ter em conta o estádio de evolução da técnica

SEXTO Substituir o que é perigoso pelo que é isento de perigo ou menos


perigos

SÉTIMO Planificar a prevenção com um sistema coerente que integre a


técnica, a organização do trabalho, as condições de trabalho, as
relações sociais e a influência dos fatores ambientais no trabalho

OITAVO Dar prioridade às medidas de prevenção coletiva em relação às


medidas de proteção individua

NONO Dar instruções adequadas aos trabalhadores

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Dentro da lógica da prevenção, caracterizada pela dinâmica de eliminação/minimização de riscos,


impõe-se clarificar o que distingue o risco do perigo.

Nesta parte, a tarefa está algo facilitada na medida em que ambos assumiram já a condição de
conceitos normativos e que se encontram previstos na Lei n.º 102/2009, de 12 de Setembro, de
acordo com a qual:

 O perigo é “a propriedade intrínseca de uma instalação, atividade, equipamento, um


agente ou outro componente material do trabalho com potencial para provocar dano”;
 O risco é “a probabilidade de concretização do dano em função das condições de utilização,
exposição ou interação do componente material do trabalho que apresente perigo”.

Dito de outra forma, o perigo é um determinado potencial de dano existente num componente do
trabalho, enquanto que o risco reside na situação de interação que exista entre esse potencial de
dano e o trabalhador.

Assim, do exposto conclui-se que o perigo se reporta a uma condição estática, à propriedade
intrínseca de algo potencialmente causador de dano, designadamente substâncias e produtos
químicos, ruído, máquinas, etc. e o risco é a probabilidade desse dano vir a ocorrer.

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Biológicos

Definições:
 Agentes biológicos são definidos, desde1994, pelo Control of Substances Hazardous to
HeaIth Regulation (COSHH) como sendo

"microorganismos, culturas de células, incluindo os geneticamente modificados e material biológico,


susceptíveis de provocar infecções, alergias, intoxicações ou de qualquer outro modo provocar
alterações na saúde humana".

 A Célula, é a matéria-prima constituinte de todos os seres vivos tomando a forma de uma


substância mais ou menos densa e translúcida – protoplasma. O protoplasma é
fundamentalmente constituído por duas partes: o núcleo que representa o centro da célula
e o citoplasma, circundado por uma membrana; esta membrana é, na maioria dos casos,
circundada por um revestimento de composição variável.

O contacto do ser humano com alguns microrganismos pode despoletar o aparecimento de


determinadas doenças de cariz profissional. Dentro dessas doenças, destacam-se a tuberculose,
hepatite, doença do legionário, brucelose e tétano.

No setor metalúrgico e metalomecânico, as principais fontes de risco para a contração de doenças


desta índole, são as que se apresentam em seguida:

Ser Humano: O ser Humano também pode ser um veículo de transmissão de agentes biológicos
através do seu sistema circulatório. O sangue, no caso de indivíduos infetados, é um reservatório
para numerosos microrganismos, principalmente vírus. Se o sangue infetado penetrar por uma das
vias de entrada, os agentes biológicos passam para o novo organismo, causando infeção no mesmo.
Assumem especial relevância neste processo de transmissão, os vírus da Hepatite B e C, o vírus da
Sida e o bacilo da Tuberculose;

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Ar condicionado e condições dos edifícios: Os sistemas de ventilação existentes nos edifícios


podem constituir um veículo de transmissão de agentes biológicos, quando no interior destes se
criam condições para o desenvolvimento de determinados microrganismos, que se podem alojar
nos filtros, torres de refrigeração e condutas. Entre estes microrganismos destaca-se a bactéria
Legionella pneumophila (que é causadora da Doença do Legionário, citada anteriormente). Outro
foco de contaminação biológica está relacionado com o estado de conservação dos revestimentos
interiores do edifício, que combinado com determinadas condições de temperatura e humidade
podem dar origem ao desenvolvimento de fungos e outros microrganismos, que se dispersam pelo
ar ambiente sendo posteriormente inalados pelos trabalhadores;

Óleos de corte: Os óleos e emulsões de corte são frequente mente utilizados nas operações de corte
de metal, como lubrificante, e ainda com o objetivo de promover o arrefecimento das peças móveis
dos equipamentos de corte. Estes óleos, em circuito fechado, podem facilmente ser contaminados
com diversos microrganismos, colocando os trabalhadores numa situação de risco por contacto
direto com a pele ou inalação.

Águas residuais e resíduos: As águas residuais domésticas geradas a nível industrial são, de um
modo geral, encaminhadas para uma fossa séptica onde são sujeitas a tratamento biológico
previamente à sua descarga em meio natural. Estas águas apresentam quantidades significativas
de agentes patogénicos, o tratamento e manutenção das fossas sépticas constitui um fator de risco
biológico para os trabalhadores, uma vez que durante a remoção de lamas podem formar-se
aerossóis que contaminam o ar ambiente e consequentemente o trabalhador.

Noções de microbiologia e epidemiologia

Os microorganismos são definidos como as entidades microbiológicas celulares ou não celulares,


dotadas de capacidade de se reproduzir ou de transferir o seu material genético. Caracterizam-se
por serem constituídos por uma só célula ou por um conjunto de células similares.

Estão incluídos nesta categoria os vírus, as bactérias, os microfungos, os protozoários e as algas.


Estes dois últimos grupos de microorganismos, embora importantes no contexto da saúde pública,
não têm relevância na saúde ocupacional.

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Os microorganismos formam colónias em praticamente todo o ambiente, integrando-se nos


diferentes ecossistemas. Muitos microorganismos são positivos para o homem, pois além de terem
um papel muito ativo na decomposição de produtos orgânicos, podem constituir uma fonte de
enriquecimento dos solos, sendo também utilizados no sector industrial para os processos de
fermentação.

A classificação do reino dos seres vivos segue um critério de divisão, num sistema hierarquizado em
grupos de características similares. Surgem, assim, as ordens, as famílias, os géneros e finalmente
as espécies.

Conforme o grupo, os microorganismos são designados pelo nome da família, iniciado com
maiúscula, seguido do nome da espécie, em minúsculas (ex.:Baccillus anthracis ou mais
simplesmente B. Anthracis). No caso particular dos vírus apenas é referido o nome da família
(ex.:Retrovirus)

Como unidade de medida dos microorganismos utiliza-se o micrómetro ou micron (mm) – 1mm =
10-6 m – e o nanómetro (μm) – 1 μm = 10-9 m.

Vírus: Embora os vírus estejam incluídos nos microorganismos, eles não são entidades "vivas", mas
apenas replicações de moléculas que, em geral, se apresentam com uma forma helicoidal ou
poliédrica. Os vírus são constituídos por ácido nucleíco(ADN – ácido desoxirribonucleico ou ARN –
ácido ribonucléico) rodeado por um revestimento de proteína (cápsula).Alguns vírus têm invólucros
membranosos.

Os vírus existem no exterior das células como partículas inertes infeciosas.


Quando se ligam às células do seu hospedeiro o, ácido nucleíco entra nas células deste e desenvolve-
se utilizando o material da célula. A localização e o modo de atuar na célula depende do tipo de
vírus. Os vírus de ADN introduzem-se no interior do núcleo da célula, enquanto que os de ARN se
alojam no citoplasma. Embora com atuação diferente, o resultado final é o mesmo: a morte da
célula.

Quando a célula morre os vírus são libertados, podendo penetrar noutras células e continuar o seu
processo de destruição.

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Bactérias: As bactérias são organismos de uma só célula rodeada por uma parede externa semi-
rígida que lhe vai permitir conservar a forma. Esta parede envolve uma membrana citoplasmática
muito fina, que por sua vez contem todo o citoplasma bacteriano e seu conteúdo.

A célula não tem um núcleo definido e o seu material genético é uma estrutura linear difusa que se
enovela sobre si mesma. Também existe material genético independente, na forma de plasmídeos,
que controla certas atividades da bactéria, nomeadamente a sua resistência aos antibióticos.

A reprodução típica das bactérias é por divisão direta ou cisão. Nesta divisão a célula divide-se em
duas novas entidades. Em condições favoráveis esta divisão é muito rápida pelo que depressa se
geram milhões de novos microorganismos. Após a divisão, as duas células podem separar-se ou
manterem-se unidas pela superfície da parede. Neste último caso formam-se tamanhos muito
variados, consoante o número e plano das divisões, destacando-se as formas de cacho e em cadeia.

Morfologicamente as bactérias podem apresentar-se como esferas (cocos – cocci), como bastonete
(bascilos), em espiral, tipo saca-rolhas ou vírgula (espiroletas e vibrião) e com filamentos
(actinomicetes).
 Os cocos, cuja dimensão mais frequente ronda 1mm, apresentam-se isolados ou em
agregados (staphylococci), aos pares (diplococcio) ou cadeias (streptococci);
 Os bacilos podem possuir apêndices capilares, designados por flagelos, que lhes confere
mobilidade. Os bacilos variam nas dimensões do comprimento e largura, de 2*0,5 a 10*2
μm;
 As espiroletas e vibrião podem tomar formas isoladas ou de espirais firmemente enroladas,
variando muito de tamanho, de 3*0,0 a 15*2 μm;
 As actinomicetes são filamentosos em geral ramificados, contudo continuam a ser uni
celulares, e as suas dimensões podem variar entre 1 a 2 μm.

Algumas espécies de bactérias, em particular de bacilos, apresentam, em determinadas condições


o fenómeno da esporogénese.
Designa-se por esporogénese o processo de formação, no centro ou numa extremidade, do
organismo bacteriano de um grânulo muito pequeno que aumenta gradualmente de volume até
atingir um determinado tamanho. Simultaneamente, o corpo do microorganismo reduz-se até se
desintegrar e desaparecer completamente. Este corpúsculo que pode tomar a forma esférica, oval
ou alongada, chama-se esporo, e que pode sobreviver em condições desfavoráveis (temperaturas
extremas e falta de água e nutrientes). Retomando condições favoráveis ao desenvolvimento, os
esporos podem germinar e dar origem ao próprio organismo do qual derivou.

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Microfungos: A designação de microfungos destina-se a distinguir estes microorganismos dos


fungos de maior dimensão, como os cogumelos. Entre os microfungos distinguem-se dois grupos:
os bolores (mofos) e as leveduras.

Os bolores consistem numa estrutura tubular muito fina – hifa – e o conjunto de hifas é designado
por micélios. Os bolores vivem em colónias que se tornam visíveis a olho nu.

Algumas hifas específicas formam estruturas reprodutivas nas suas extremidades (conídia) ou
embolsas (esporângios) que libertam e dispersam esporos. Os esporos, libertados em ambiente
favorável, crescem, dando origem a novas hifas.

Epidemiologia – origem em 3 vocábulos gregos:

EPI – “sobre”

DEMOS – “população”

LOGOS – “tratado” ou “estudo”

Assim, estuda as causas da ocorrência de doenças em dada população, e com esses dados potenciar
uma prevenção eficaz destas doenças.

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Classificação

Os riscos são avaliados em função:

• Do poder patogénico do agente infecioso;


• Da resistência no meio ambiente;
• Do modo de contaminação;
• Da importância da contaminação (dose);
• Do estado de defesa imunitária do manipulador;
• Da possibilidade de tratamento preventivo e curativo eficaz.

A classificação dos agentes biológicos leva em consideração os seguintes riscos:


• Risco infecioso;
• Risco de propagação à comunidade;
• Profilaxia ou tratamento eficaz.

Classificação dos agentes biológicos segundo o


Dec.-Lei nº 84/95 de 16 de Abril
• Agente biológico do grupo 1: E. coli, B. subtilis.
O agente biológico cuja probabilidade de causar doenças no ser humano é baixa;

•Agente biológico do grupo 2: Bactérias - Clostridium tetani, Klebsiella pneumoniae,


Staphylococcus aureus. Vírus - EBV, herpes. Fungos - Candida albicans. Parasitas -
Plasmodium, Schistosoma.
• O agente biológico que pode causar doenças no ser humano e constituir um perigo
para os trabalhadores, sendo escassa a probabilidade de se propagar na colectividade e
para o qual existem, em regra, meios eficazes de profilaxia ou tratamento;

• Agente biológico do grupo 3: Bactérias - Bacillus anthrax, Brucella, Chlamydia psittaci,


Mycobacterium tuberculosis. Vírus - hepatites B e C, HTLV 1 e 2, HIV, febre amarela,
dengue. Fungos - Blastomyces dermatiolis, Histoplasma. Parasitas - Echinococcus,
Leishmania, Toxoplasma gondii, Trypanosoma cruzi.
• O agente biológico que pode causar doenças graves no ser humano e constituir um
risco grave para os trabalhadores, sendo susceptível de se propagar na colectividade,
mesmo que existam meios eficazes de profilaxia ou de tratamento;

• Agente biológico do grupo 4: Vírus de febres hemorrágicas.


• O agente biológico que causa doenças graves no ser humano e constitui um risco grave

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para os trabalhadores, sendo susceptível de apresentar um elevado nível de propagação


na colectividade e para o qual não existem, em regra, meios eficazes de profilaxia ou de
tratamento.

Físicos
Riscos físicos são formas de energia a que os indivíduos podem estar expostos, como por exemplo:

 Ruído
 Temperaturas Extremas (frio excessivo e calor intenso)
 Umidade
 Vibrações
 Pressão Anormal
 Radiações (ionizantes ou não ionizantes)

Os riscos físicos podem ser identificados através das seguintes características:

 Necessitam de um meio de transmissão para se propagar (por exemplo, o ar);


 Alcançam indivíduos que têm contato direito ou não com a fonte do risco;
 Normalmente são agentes que causam lesões crônicas mediatas aos indivíduos.

Responsabilidades

É atribuição do empregador proteger a saúde e segurança dos trabalhadores diminuindo ou


eliminando a exposição dos mesmos, aos riscos físicos.

O empregador deverá fornecer equipamentos de proteção individual (EPI) e conscientizar os


trabalhadores sobre a importância da correta utilização.

Agentes Físicos

 Ruído
 Frio
 Calor
 Humidade
 Vibrações
 Pressão Hiperbárica
 Pressão Hipobárica
 Radiação Ionizante
 Radiação Não ionizante

Riscos Físicos: Ruído

O som é uma oscilação, originada por vibrações mecânicas, que se propagam no ar e estimulam o
aparelho auditivo.

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Ou seja, é toda vibração que pode ser ouvida.

O ruído é uma interpretação subjetiva e desagradável do som.

Numa discoteca, por exemplo, a música pode ser considera som para alguns e ruído para outros.

Fontes do ruído: máquinas e equipamentos que emitem ruídos em níveis sonoros excessivos
(trituradores, máquinas e motores industriais), sala de compressor, cabine audiométrica, dentre
outras.

Danos ao trabalhador: trauma acústico - perda auditiva imediata, grave e permanente (explosões),
perda auditiva temporária ou permanente (repetidas exposições ao ruído).

Dependendo da exposição o ruído poderá causar problemas em várias partes do organismo (sistema
nervoso, sistema circulatório...).

A exposição crônica poderá levar à problemas de concentração, irritabilidade, cefaleia, aumento da


pressão arterial e dos batimentos cardíacos.

Medidas de prevenção: isolamento acústico, rotatividade de trabalhadores, utilização de


equipamento de proteção individual (protetor auricular), substituição do equipamento por outros
mais silenciosos, limitação do tempo de exposição.

Os trabalhadores expostos a esse agente físico (ruído) deverão se submeter periodicamente aos
exames de audiometria.

Riscos Físicos: Frio

Os trabalhadores devem estar protegidos contra a exposição ao frio excessivo de forma que a
temperatura do corpo não fique abaixo de 36 ˚C.

Fonte de frio excessivo: câmaras frigoríficas, ambientes refrigerados, operação portuária com
manuseio de cargas congeladas, trabalho a céu aberto em regiões frias, trabalho de armazenagem
de carnes, sorvetes, frutas, dentre outras.

Danos ao trabalhador: problemas na pele (desde pequenas rachaduras até necrose), doenças
reumáticas, hipotermia, problemas no sistema respiratório e no sistema locomotor.

Algumas condições de saúde do trabalhador podem piorar os efeitos do frio como alergias,
utilização de bebidas alcoólicas, fumo, uso de medicamento.

Medidas de prevenção: utilização de equipamento de proteção individual (luvas especiais, botas,


aventais, capuz para manutenção da temperatura do corpo), ingestão de líquidos quentes nos
intervalos, monitoramento do ambiente com termômetro.

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Deve ser evitado o trabalho solitário em locais frios. Deve-se promover o trabalho em duplas.

Deve ser evitada a sobrecarga de trabalho de modo a evitar a sudorese excessiva que possa
umedecer a vestimenta.

Riscos Físicos: Calor

São inúmeras as atividades que expõe os trabalhadores ao calor intenso.

Fontes de calor: ambiente natural (incidência solar), fornalhas, maçaricos, forno, fogão em
cozinhas industriais.

Trabalho a céu aberto (fonte natural de calor), em localidades quentes: construção civil, pesca,
extração mineral, agricultura (ex. corte de cana).

Cozinhas: preparação de alimentos de forma geral em fornos, fogões e churrasqueiras.

Siderúrgicas: fornalhas e maçaricos (fabricação e molde de metal).

Danos ao trabalhador: desidratação, desmaio, insolação, distúrbios psiconeuróticos, câimbras,


queimaduras, fadiga e problemas circulatórios.

Medidas de prevenção: ventilação adequada, isolamento da fonte de calor, utilização de


equipamentos de proteção individual (p.ex. luvas revestidas com material isolante), usar roupas de
cor clara e de algodão, beber bastante água durante a jornada de trabalho.

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Riscos Físicos: Humidade

Fontes de umidade: locais alagados e encharcados; lavanderias, lava a jato, cozinhas e frigoríficos.

Danos ao trabalhador: problemas circulatórios, respiratórios (umidade contaminada que evapora)


e de pele (contato com humidade contaminada); Acidentes no local de trabalho (p.ex. quedas em
locais alagados ou encharcados).

Medidas de prevenção: utilização de equipamento de proteção individual (p.ex. avental, luvas de


borracha e botas de borracha), alteração das instalações e dos métodos de trabalho, colocação de
ralos para escoamento e estrados, barreiras de contenção.

Riscos Físicos: Vibrações

Vibração é o movimento oscilatório de um corpo sobre o ponto de equilíbrio.

A vibração apenas ocasiona danos ao trabalhador quando há o efetivo contato físico entre ele e a
fonte da vibração.

Fonte de vibração: motosserras e outras máquinas ou equipamentos que produzem trepidações e


que causam problemas nas mãos, braços ou no corpo todo do trabalhador.

A vibração de corpo inteiro normalmente é observada nas seguintes atividades: motorista de


veículos pesados, trator, operação de máquinas industriais e de terraplanagem.

A vibração localizada (mão, braços, pernas, ombros) normalmente é encontrada nas seguintes
atividades: operadores de motosserras, máquinas de polimentos, britadores e lixadeiras.

Danos ao trabalhador: formigamentos, danos à coluna, osteoporose, problemas nas articulações,


dores no peito, náuseas, perda de equilíbrio e dores abdominais.

Medidas de prevenção: rotatividade dos trabalhadores na operação das máquinas e equipamentos


e repouso; adequação das máquinas e equipamentos, reduzindo a intensidade das vibrações.
Adoção de postura adequada para diminuir o efeito da vibração sobre o corpo.

Riscos Físicos: Pressão Hiperbárica

A pressão hiperbárica é um risco físico a que o indivíduo está exposto quando exerce atividades em
condições nas quais a pressão é maior do que a pressão atmosférica (atividades de mergulho com
uso de ar comprimido).

Danos ao trabalhador: dificuldade respiratória, fraqueza, paralisia, insensibilidade, choque,


formigamento, dores nas articulações e até a morte.

Durante a atividade de mergulho, o aumento da pressão faz com que o nitrogênio do ar comprimido
seja absorvido pelos tecidos do corpo.

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Dessa forma, a quantidade de nitrogênio absorvida pelo organismo depende da profundidade


atingida e do tempo do mergulho.

Quando o mergulhador começa a subir para a superfície ocorre o que chamamos de


descompressão.

Com a diminuição da pressão, o nitrogênio começa a ser dissolvido nos tecidos, gradualmente.

Posteriormente é levado até o pulmão (através do sangue), para que possa ser expelido.

Se o mergulhador não se atentar aos procedimentos de segurança e subir de forma rápida, o


nitrogênio será expelido também de forma repentina.

Isso poderá causar a formação de bolhas na circulação sanguínea, obstrução de artérias e reações
químicas no sangue que poderão levar o trabalhador à morte.

Medidas de prevenção: adoção de procedimentos específicos do trabalho sob condições


hiperbáricas. Uso da Câmara Hiperbárica - vaso de pressão utilizado tanto para a descompressão
quanto para o tratamento de acidentes hiperbáricos.

Riscos Físicos: Pressão Hipobárica

A pressão hipobárica é um risco físico a que o indivíduo está exposto quando exerce atividades em
condições nas quais a pressão é menor do que a pressão atmosférica (atividades em altas altitudes
- montanhas, helicópteros, topo de arranha-céu...).

Danos ao trabalhador: rompimento da membrana timpânica, dores musculares, hemorragias pelo


ouvido, comichão, dores de cabeça, vómitos.

Medidas de prevenção: beber bastante água, pois em altitudes mais elevadas o ar tende a ser muito
seco. Utilização de bombinhas portáteis de oxigénio. Evitar o consumo de bebidas alcoólicas (causa
desidratação) e de cigarros (dificulta a respiração).

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Título da UFCD

Radiação Ionizante

Radiações são propagações de energia que podem ocorrer através de uma onda eletromagnética
ou partícula.

Radiação ionizante é aquela capaz de ionizar, ou seja, capaz de interagir com átomos neutros.
Transfere energia ao átomo, deixando-o instável.

Fonte de radiações ionizantes: raio-X e aparelhos de radioterapia. O risco de radiação do tipo


ionizante é bastante comum em hospitais.

Danos ao trabalhador: lesões nos olhos, lesões na pele, câncer, leucemia, osteoporose...

Medidas preventivas: redução do tempo de exposição à fonte de radiação e distanciamento entre


a fonte e o trabalhador; utilização de avental e óculos plumbíferos (que contém chumbo) e
protetores de tireoide e gônadas; blindagem física contra a radiação.

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Título da UFCD

Radiação Não Ionizante

Radiação não ionizante é uma radiação de baixa frequência que não possui energia suficiente para
ionizar o átomo.

Fonte de radiações não ionizantes: micro-ondas, raio laser, luz solar (trabalho a céu aberto),
ultravioleta (operações em solda elétrica), infravermelho (operações em fornos em siderúrgicas).

Danos ao trabalhador: lesões nos olhos (catarata e conjuntivite), lesões na pele, queimaduras.

Medidas de prevenção: utilização de equipamentos de proteção individual (óculos de proteção UV,


protetor facial), chapéu para proteção contra raios solares, vestimentas de manga longa, utilização
de filtros solares.

Químicos

As condições de trabalho têm também reflexo direto em duas vertentes que são fundamentais na
estratégia de uma empresa moderna: qualidade e ambiente.

O conceito de qualidade não diz respeito apenas às características do produto final, mas é uma
abordagem centrada nos processos desenvolvidos pela empresa e representa um requisito de
credibilidade. Numa sociedade responsável e solidária não é possível classificar como «bom» um
processo, produto ou serviço que não garanta níveis aceitáveis de bem-estar aos intervenientes na
sua conceção, produção e consumo.

Por outro lado, na ótica atual do desenvolvimento sustentável, a vida das empresas tem de integrar,
na sua gestão, os aspetos ligados ao ambiente. O compromisso exigido às empresas, no que diz
respeito ao controlo do impacte negativo dos seus processos produtivos no ambiente, reflete-se na
escolha de matérias-primas e processos menos poluentes, possibilitando assim melhores
condições de trabalho.

As situações de risco referidas podem advir do ar ambiente no local de trabalho (poluição química)
.
A frequência com que ocorrem situações de risco com cada um dos fatores de risco inerentes ao
trabalho, varia como estado de desenvolvimento económico e a cultura das sociedades.

23
Título da UFCD

"A expressa uma exposição relativa a um risco, que favorece a sua materialização em danos."
As ações preventivas devem ser trabalhadas no perigo, levando em consideração os riscos que a
situação perigosa pode causar à saúde do funcionário.

As ações estabelecidas ou planejadas para atuar de forma a minimizar ou eliminar os riscos devem
ser feitas através de uma análise minuciosa.

Concertação (de químicos no ambiente/material de trabalho).


Quantidade de uma substancia perigosa expressa em unidades de volume. A severidade da ação
depende de uma gente tóxico , depende da concentração da substancia no órgão sensível ao
agente. Unidade: % (peso ou volume), peso por unidade de volume, normalidade, etc.

1ppm = 1/1 000 000 1% = 10 000ppm


1ppm = 0,0001% Mg/m³ = ppmxPM/24,25

24
Título da UFCD

Substância ppm mg/m³

Acetato de etilo 400 1400

Acetona 750 1780

Éter etílico 1000 1900

Amoníaco 25 18

Formaldeído 1 1,5

Cloro 1 3

Cloro hexavalente ---- 0,05

Etilenoglicol 50 125

Tolueno 100 375

Concentração/quantidade (relação)
Ex:
A ingestão de ácido fosfórico concentrado (100%) mesmo em pequenas quantidades, causa
queimaduras no sistema gastrointestinal. No entanto, esta substancia existe na composição
de diversas bebidas em concentração de cerca de 5%, que mesmo quando ingeridas em
grandes quantidades, não geram efeitos adversos notórios e de imediato.

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Título da UFCD

Exposição presente de um agente químico no ar ambiente de um local de trabalho.

Frequência de exposição

EX:

A inalação de pó de cimento durante um ou dois dias pode criar dificuldades respiratórias. A


inalação durante um longo período de tempo provoca lesões respiratórias graves.

Tempo de exposição

Exposição de um trabalhador para um determinado período de tempo.

Exposição aguda

Exposição a dose elevada num período de tempo curto.

Exposição crónica

Exposição a pequenas doses em períodos de tempo longos.

Ex: a exposição de curta duração a CO produz tonturas, mas a exposição prolongada pode conduzir
à morte.

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Título da UFCD

Psicossociais

Resultam da interação entre o indivíduo, as suas condições de vida e as suas condições de trabalho.
Podemos destacar como riscos psicossociais a sobrecarga de trabalho mental e físico, sobrecarga
horária, monotonia, assédio moral e violência, insegurança no emprego, stress, entre outros.
A exposição e estes riscos tem consequências nefastas para a saúde dos trabalhadores, quer a nível
fisiológico, mental ou psicológico. Os sintomas associados são o stress, esgotamento, dificuldades
de concentração e propensão para cometer erros, problemas em casa, abuso de álcool e drogas,
problemas de saúde física, nomeadamente, doenças cardiovasculares e problemas músculo-
esqueléticos.
Pelo exposto, o trabalho deve ser realizado num ambiente seguro e saudável e as condições de
trabalho devem ser consistentes com o bem-estar dos trabalhadores. Em muitos casos, o efeito da
exposição a estes riscos é silencioso.
O empregador tem a obrigação de garantir a segurança e saúde dos trabalhadores em todos os
aspetos laborais, através de medidas adequadas que incluem: prevenção dos riscos laborais,
informação e formação aos trabalhadores.

27
Título da UFCD

Capítulo II – Acidentes

Acidentes de trabalho

É acidente de trabalho aquele que se verifique no local e no tempo de trabalho e produza direta ou
indiretamente lesão corporal, perturbação funcional ou doença de que resulte redução na
capacidade de trabalho ou de ganho ou a morte.

Um acidente de trabalho não é um acontecimento fortuito, cuja responsabilidade se possa imputar


a um acaso, a uma “fatalidade”.

Um acidente de trabalho tem sempre origem em uma ou mais causas.

Devemos no entanto distinguir entre:

 Incidente - Acontecimento não intencional que em circunstâncias ligeiramente diferentes


poderia provocar danos corporais, danos materiais ou perdas de produção.
 Acidente - Acontecimento não intencional que provoca danos corporais, danos materiais
ou perdas de produção.

Sempre que um dano corporal necessitar de cuidados médicos ou de enfermagem é um acidente,


mesmo que o acidentado, por razões diversas, não tenha procurado esses cuidados.

As causas dos acidentes de trabalho devem ser investigadas. Elas devem ser corretamente
identificadas e prontamente eliminadas ou minimizadas de forma a evitar a ocorrência de novos
acidentes de trabalho.

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Título da UFCD

Fator humano

A causa pessoal está relacionada com o conjunto de conhecimentos e habilidades que cada um
possui para desempenhar uma tarefa num dado momento.

Existem diversas características no indivíduo que o tornam mais ou menos propenso para o
acidente:

 Sexo;
 Idade;
 Características genéticas;
 Maior ou menor aptidão para o trabalho que realiza;
 Ignorância dos riscos, dos perigos inerentes ao trabalho;
 Determinados tipos de personalidade e de inteligência;
 Demasiada segurança em si próprio;
 Estado de saúde;
 Maior ou menor experiência;
 Maior ou menor tendência para a fadiga;
 Falta de proteção individual eficaz – acha que não é necessário;
 Maior ou menor motivação para o trabalho;
 Etc.

Fator material

A causa mecânica diz respeito às falhas materiais existentes no ambiente de trabalho, como por
exemplo:

 Materiais defeituosos
 Equipamentos em más condições
 Ambiente físicos ou químico não adequado
 Localização imprópria das máquinas
 Roupa e calçado não apropriados
 Instalações elétricas impróprias ou com defeito

Fator organizacional

Os fatores organizacionais relacionam-se com a estrutura e organização do trabalho da própria


entidade, como sendo por exemplo:

 Conflito de metas (pressões que possam ser exercidas para atingir uma determinada meta,
sem considerar os potenciais conflitos)
 Má distribuição de horários e tarefas.

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Título da UFCD

Fator ambiental

As causas dos acidentes de trabalho podem existir no ambiente de trabalho, entendendo-se por
ambiente de trabalho um todo que rodeia o trabalhador e no qual se integram, também, as
características individuais do próprio trabalhador.

Exemplos:

 Ambientes de trabalho pouco saudáveis


 Iluminação pouco adequada
 Elevado nível de ruído
 Ventilação não adequada

Atualmente, em plena época de globalização, embora algumas empresas tenham implementado


com sucesso as normas de segurança e medicina do trabalho, o índice de acidentes é ainda altíssimo
e aviltante.

As consequências podem ser categorizadas em:

 Simples assistência médica - o segurado recebe atendimento médico e retorna


imediatamente às suas atividades profissionais;
 Incapacidade temporária - o segurado fica afastado do trabalho por um período, até que
esteja apto para retomar sua atividade profissional. Para a Segurança Social é importante
participar esse período seja inferior a 15 dias ou superior, uma vez que, no segundo caso, é
gerado um benefício pecuniário, o auxílio-doença por acidente do trabalho;
 Incapacidade permanente - o segurado fica incapacitado de exercer a atividade profissional
que exercia à época do acidente. Essa incapacidade permanente pode ser total ou parcial.
No primeiro caso o segurado fica impossibilitado de exercer qualquer tipo de trabalho e
passa a receber uma aposentadoria por invalidez. No segundo caso o segurado recebe uma
indemnização pela incapacidade sofrida (auxílio-acidente), mas é considerado apto para o
desenvolvimento de outra atividade profissional;
 Morte - o segurado falece em consequência do acidente de trabalho.

A atribuição de indemnizações ou pensões de invalidez, além de diferenciada, é, em alguns casos,


incompleta.

A situação é ainda mais crítica para as ocorrências de lesões múltiplas e para os acidentados com
lesões pré-existentes.

Danos humanos e materiais com custos para as empresas:

 Custos diretos: custos de seguros e respetivos agravamentos, vencimento e subsídios


referentes ao dia do acidente, diferença de vencimentos.

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Título da UFCD

 Custos indiretos: danos materiais e patrimoniais, diminuição da produtividade,


indemnização a clientes por não cumprimento de prazos, imagem da empresa, substituição
do sinistrado, formação do trabalhador substituto, tempos de paragem de outros
trabalhadores, tempos de deslocação de terceiros a estabelecimentos hospitalares, tempos
de investigação dos acidentes pela hierarquia e outros, mau ambiente de trabalho.

As progressivas alterações e inovações nas bases jurídicas do seguro obrigatório de Acidentes de


Trabalho têm vindo a melhorar a proteção dos trabalhadores e dos familiares.

Com a publicação da Lei 98/2009, o seguro obrigatório de Acidentes de Trabalho, a partir de 01 de


Janeiro de 2010 vê o seu quadro jurídico de novo atualizado.

Uma década após a entrada em vigor da Lei 100/97 e respetivos regulamentos, passa a estar
regulado um novo patamar de segurança para o trabalhador no domínio da reabilitação e
reintegração profissional em caso de acidente.

A LEI N.º 98/2009 de 4 de Setembro, regulamenta o regime de reparação de acidentes de trabalho


e de doenças profissionais, incluindo a reabilitação e reintegração profissionais, nos termos do
artigo 284.º do Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de Fevereiro.

A nova legislação não visa romper com o regime jurídico estabelecido quer pela Lei n.º 100/97, de
13 de Setembro, regulamentada pelo Decreto-Lei n.º 143/99, de 30 de Abril, quer pelo Decreto-Lei
n.º 248/99, de 2 de Julho, quer mesmo pelas disposições normativas constantes no anterior Código
do Trabalho entretanto revogadas, mas sim proceder a uma sistematização das matérias que o
integram, organizando-o de forma mais inteligível e acessível, e corrigir os normativos que se
revelaram desajustados na sua aplicação prática, quer do ponto de vista social, quer do ponto de
vista constitucional e legal.

Do novo regime de reparação dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais, destacam-se,
pela sua importância, os seguintes aspetos:

O conceito de acidente de trabalho passa a abranger o acidente que se verifique nos trajetos
normalmente utilizados pelo trabalhador, bem como o acidente ocorrido fora do local de trabalho
quando no exercício do direito de reunião ou de atividade de representante dos trabalhadores, nos
termos previstos no Código do Trabalho;

Reconhece à família do trabalhador sinistrado o direito a apoio psicoterapêutico, sempre que


necessário;

Prevê a atribuição de pensão calculada nos termos aplicáveis aos casos em que não haja atuação
culposa do empregador, quando o acidente tenha sido provocado pelo empregador, representante
ou entidade por aquele contratada, ou resultar de incumprimento de regras de segurança e saúde
no trabalho;

Reconhece ao beneficiário legal do sinistrado o direito ao pagamento de transporte sempre que for
exigida a sua comparência em tribunal;

31
Título da UFCD

Prevê que a reabilitação e reintegração profissional e a adaptação do posto de trabalho sejam


garantidas ao trabalhador vítima de acidente de trabalho, cabendo ao empregador assegurar a sua
ocupação e criar condições para a sua integração no mercado de trabalho;

Consagra a atribuição ao sinistrado de um subsídio para a frequência de ações no âmbito da


reabilitação profissional;

Estabelece o direito a pensão por morte do sinistrado a pessoa que tenha celebrado casamento
declarado nulo ou anulado, bem como, a exclusão de pessoa que tenha sido excluída da sucessão
por indignidade e deserdação;

Elimina a regra que determina que a pensão por acidente de trabalho só pode ser revista nos 10 anos
posteriores à sua fixação, passando a permitir a sua revisão a todo o tempo;

Altera o regime de remição de pensões;

Regula a prestação de trabalho a tempo parcial e da licença para formação ou novo emprego de
trabalhador vítima de acidente de trabalho;

Estabelece e desenvolve regras relativas à intervenção do serviço público competente para o


emprego e formação profissional no processo de reabilitação profissional dos trabalhadores.

Âmbito de atuação no caso de acidente de trabalho

O QUE É UM ACIDENTE DE TRABALHO?


(art.8.º da Lei 98/2009)

 Para que um acidente de trabalho conduza ao direito à reparação, tem necessariamente


que ser classificado como “acidente de trabalho”, o que significa, reunir um conjunto de
características que se encontram devidamente elencadas na legislação.
 Assim, um acidente de trabalho é considerado como tal, sempre que se observem os
seguintes “requisitos”:

 Acidente ocorrido no local de trabalho;


 Acidente ocorrido no tempo de trabalho;
 Acidente em que se verifique um nexo de causalidade (direita ou indireta) entre a
atividade laboral e a lesão corporal, perturbação funcional ou doença de que
resulte a morte ou a redução na capacidade de trabalho ou de ganho.

O QUE SE ENTENDE POR LOCAL DE TRABALHO PARA EFEITOS DE DEFINIÇÃO DE ACIDENTE


DE TRABALHO?
(art.8.º, número 2 da Lei 98/ 2009)

 No âmbito dos requisitos acima mencionados, importa ter presente as definições que a
legislação estabelece para «local de trabalho». Assim:

32
Título da UFCD

 Por local de trabalho entende-se todo o lugar em que o/a trabalhador/a se encontra ou se
dirige em virtude do seu trabalho e em que esteja, direta ou indiretamente, sujeito ao
controlo do empregador.

O QUE SE ENTENDE POR TEMPO DE TRABALHO PARA EFEITOS DE DEFINIÇÃO DE ACIDENTE


DE TRABALHO?
(art.8.º, número 2 da Lei 98/ 2009)

 Por tempo de trabalho considera-se não só o período normal de trabalho, mas igualmente
o tempo despendido antes e depois desse período em atos de preparação e término do
trabalho, relacionados com a execução do trabalho propriamente dita, bem como as pausas
normais no trabalho e as interrupções forçosas que aconteçam no desenvolvimento da
atividade laboral.

ALÉM DESTES REQUISITOS A LEGISLAÇÃO CONSIDERA OUTRAS SITUAÇÕES PARA EFEITOS


DE DEFINIÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO?
(art.9.º da Lei 98/ 2009)

 Tendo em consideração a grande multiplicidade de momentos e fases que envolvem o ato


de trabalhar, a legislação considera equiparadas a acidente de trabalho, para efeitos de
reparação, as seguintes situações:

o O acidente ocorrido no trajeto (chamado acidente in itinere) de ida de casa para o


local de trabalho e de regresso do local de trabalho a casa;
o O acidente ocorrido na execução de serviços espontaneamente prestados e de que
possa resultar proveito económico para o empregador;
o O acidente ocorrido no local de trabalho e fora deste, quando no exercício do
direito de reunião ou de atividade de representante dos trabalhadores, nos termos
previstos no Código do Trabalho;
o O acidente ocorrido no local de trabalho, quando em frequência de curso de
formação profissional ou, fora do local de trabalho, quando exista autorização
expressa do empregador para tal frequência;
o O acidente ocorrido no local de pagamento da retribuição, enquanto o/a
trabalhador/a aí permanecer para tal efeito;
o O acidente ocorrido no local onde o/ trabalhador/a deve receber qualquer forma de
assistência ou tratamento em virtude de anterior acidente e enquanto aí
permanecer para esse efeito;
o O acidente ocorrido em atividade de procura de emprego durante o crédito de
horas para tal concedido por lei aos/às trabalhadores/as com processo de cessação
do contrato de trabalho em curso;
o O acidente ocorrido fora do local e tempo de trabalho na execução de qualquer
serviço determinado ou consentido pelo empregador.

PARA EFEITOS DO ACIDENTE EM TRAJETO SER CONSIDERADO ACIDENTE DE TRABALHO,


QUAIS SÃO OS REQUISITOS QUE TÊM QUE SER OBSERVADOS?

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Título da UFCD

(art.9.º, número 2 da Lei 98/ 2009)

 O acidente em trajeto para ser considerado como acidente de trabalho, deve reunir dois
requisitos fundamentais:
 Ocorrer no percurso normalmente utilizado pelo/a trabalhador/a entre a sua casa e o seu
local de trabalho;
 Ocorrer durante o período de tempo habitualmente gasto pelo/a trabalhador/a em tal
deslocação.

QUAIS AS SITUAÇÕES ESPECÍFICAS DE TRAJETO QUE SÃO CONSIDERADAS PARA EFEITOS DE


ACIDENTE DE TRABALHO?
(art.9.º, números 2 e 3 da Lei 98/ 2009)

 O conceito de acidente de trajeto para ser considerado acidente de trabalho, abrange as


seguintes situações específicas de trajeto:
 Entre qualquer dos seus locais de trabalho, no caso do/a trabalhador/a ter mais do que um
emprego;
 Entre a residência habitual ou ocasional do/a trabalhador/a e as instalações do seu local de
trabalho;
 Entre a residência (habitual ou ocasional) ou o local de trabalho e o local do pagamento da
retribuição;
 Entre a residência (habitual ou ocasional) ou o local de trabalho e os locais onde ao/à
trabalhador/a deva ser prestado qualquer forma de assistência ou tratamento devido a
anterior acidente;
 Entre o local de trabalho e o local de refeição;
 Entre o local de trabalho habitual ou residência (habitual ou ocasional) e qualquer outro
local onde o/a trabalhador/a tenha de prestar serviço por incumbência da entidade
patronal.

São, ainda, abrangidos os acidentes ocorridos no trajeto, mesmo que este tenha sofrido
interrupções ou desvios determinados por necessidades atendíveis do/a trabalhador/a, bem como
por motivo de força maior ou por caso fortuito;

QUANDO É QUE SE CONSIDERA QUE DETERMINADA LESÃO É CONSEQUÊNCIA DE ACIDENTE


DE TRABALHO?
(art.10.º da Lei 98/ 2009)

 A lesão que é constatada no local e no tempo de trabalho ou nas situações atrás referidas –
acidente de trajeto – presume-se que é consequência do acidente de trabalho.
 No entanto, se a lesão não se manifestar imediatamente após a ocorrência do sinistro, deve
o/a trabalhador/a sinistrado ou os seus beneficiários legais – familiares – provar que essa
lesão foi consequência do acidente de trabalho.

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Título da UFCD

QUEM SÃO OS BENEFICIÁRIOS DA REPARAÇÃO DE ACIDENTES DE TRABALHO?


(art. 2.º e 3.º da Lei n.º 98/2009)

 Em caso de acidente de trabalho, têm direito à reparação de danos o/a trabalhador/a


sinistrado/a e, em caso de acidente mortal, os seus familiares e beneficiários legais.
 De acordo com a legislação assiste o direito à reparação os/as trabalhadores/as por contra
de outrem de qualquer atividade profissional, independentemente de ser explorada com
fins lucrativos ou não.
 No caso dos/as trabalhadores/as por conta de outrem, o direito à reparação abrange:
o Os/as trabalhadores/as vinculados/as por contrato de trabalho ou equiparado;
o Os praticantes, aprendizes, estagiários e demais situações de formação
profissional;
o Os/as trabalhadores/as que se presumem na dependência económica da pessoa à
qual prestam serviços.

QUEM É O RESPONSÁVEL PELA REPARAÇÃO DO ACIDENTE DE TRABALHO?


(art. 7.º da Lei 98/ 2009)

 O responsável pela reparação e pelos encargos decorrentes de acidente de trabalho, bem


como pela manutenção no posto de trabalho após o acidente, nos termos previstos na
legislação, é a entidade patronal, ao serviço da qual o/a trabalhador/a teve um acidente de
trabalho.
 Significa portanto, que todos os encargos relativos à reparação, reabilitação e reintegração
profissional são responsabilidade da entidade patronal ao serviço da qual o/a trabalhador/a
sofreu o acidente no desenvolvimento da sua atividade profissional.

COMO É QUE SE ASSEGURA A REPARAÇÃO DE ACIDENTES DE TRABALHO?


(art. 79.º da Lei 98/2009)

 O empregador é obrigado a transferir a responsabilidade pela reparação para entidades


legalmente autorizadas a realizar o seguro de acidentes de trabalho.
 Assim, a entidade patronal encontra-se obrigada a realizar um seguro de acidentes de
trabalho dos/as trabalhadores/as ao seu serviço, independentemente do vínculo contratual
que liga o/a trabalhador/a à empresa.
 A obrigação imposta não abrange a administração central, regional e local e as demais
entidades, na medida em que os respetivos funcionários e agentes encontram-se
abrangidos pelo regime de acidentes em serviço.

COMO É QUE OS/AS TRABALHADORES/AS SABEM SE A ENTIDADE PATRONAL CUMPRE AS


SUAS OBRIGAÇÕES EM MATÉRIA DE SEGURO DE ACIDENTES DE TRABALHO?
(art. 177.º da Lei 98/ 2009)

 O/A trabalhador/a pode verificar da existência do seguro de acidentes de trabalho através


dos recibos de retribuição que devem, obrigatoriamente, identificar a empresa de seguros
para a qual o risco se encontra transferido.
 Além disso, a legislação dispõe sobre o dever da entidade patronal fixar, nos respetivos
estabelecimentos e em lugar visível para conhecimento de todos/as os/as trabalhadores/as,
as disposições legais relativas aos acidentes de trabalho.

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Título da UFCD

APÓS A OCORRÊNCIA DE ACIDENTE DE TRABALHO QUAL É O PRIMEIRO PROCEDIMENTO


FORMAL A ADOTAR COM VISTA À REPARAÇÃO?
(art. 86.º da Lei 98/2009)

 O trabalhador/a sinistrado/a ou os beneficiários legais, em caso de morte, devem participar


o acidente de trabalho, verbalmente ou por escrito ao empregador, nas 48 horas seguintes,
salvo se este o tiver presenciado.
 Se o estado do/a trabalhador/a sinistrado ou outra circunstância, devidamente
comprovada, não permitir o cumprimento da participação no prazo das 48 horas, o prazo
passa a conta-se a partir da cessação do impedimento.
 Se a lesão resultante do acidente se revelar ou for reconhecida depois do acidente, o prazo
conta -se a partir da data da revelação ou do reconhecimento dessa lesão.

PODE O EMPREGADOR DESCONTAR NA RETRIBUIÇÃO DO/A TRABALHADOR/A OS ENCARGOS


RESULTANTES DA REPARAÇÃO DOS ACIDENTES DE TRABALHO?
(art.13.º da Lei 98/ 2009)

 Negativo. O empregador não pode, de forma alguma, descontar qualquer quantia na


retribuição do/a trabalhador/ao seu serviço como forma de compensação pelos encargos
resultantes do regime de reparação.
 São considerados, pois, nulos quaisquer acordos estabelecidos nesse sentido entre o
trabalhador/a e o empregador. Os encargos ficam, neste sentido, totalmente a cargo do
empregador.

QUANDO É QUE UM ACIDENTE NÃO DÁ DIREITO A REPARAÇÃO?


(art. 14º, 15º e 16º da Lei 98/2009)

 Não há direito à reparação do acidente, ou seja, o empregador não tem que reparar os
danos decorrentes do acidente, nas seguintes situações:
o Quando o acidente for provocado de forma intencional pelo trabalhador/a
sinistrado/a;
o Quando for consequência direta de um comportamento, ato ou omissão que viole,
sem justificação, as condições de segurança estabelecidas pela entidade
empregadora ou as previstas na legislação – incumprimento das medidas de
segurança e saúde no trabalho. No caso do acidente de trabalho resultar do não
cumprimento das normas legais de segurança e saúde no trabalho ou das medidas
estabelecidas pelo empregador nesta matéria, considera-se que a violação das
condições de segurança é justificada, se o/a trabalhador /a, não tenha tido
conhecimento delas ou que tenha manifestamente dificuldade no seu
entendimento. Nestes casos, há pois que aferir o grau de instrução do/a
trabalhador/a e o seu acesso à informação.
o Quando resultar exclusivamente de conduta negligente e grosseira do
trabalhador/a sinistrado/a;
o Quando resulta da privação permanente ou acidental do uso da razão do
trabalhador/a sinistrado, nos termos da Lei Civil, salvo se tal privação derivar da
própria prestação do trabalho, se for independente da vontade do/a trabalhador/a

36
Título da UFCD

sinistrado/a ou se a entidade empregadora, ao ter conhecimento do seu estado,


mesmo assim consinta a prestação do trabalho;
o Quando resultar de caso de força maior (resultantes de forças inevitáveis da
natureza);
o O acidente ocorrido na prestação de serviços eventuais ou ocasionais, de curta
duração, a pessoas singulares, em atividades que não tenham por objeto a
exploração lucrativa, exceto nas situações em que o acidente resulte da utilização
de máquinas ou outros equipamentos especialmente perigosos.

O QUE ACONTECE SE O ACIDENTE DE TRABALHO RESULTAR DA ACTUAÇÃO CULPOSA DO


EMPREGADOR?
(art.18.º da Lei 98/ 2009)

 Nas situações em que o acidente resulta de uma atuação culposa ou da violação das normas
de segurança e saúde no trabalho por parte da entidade patronal (seu representante ou
entidade por aquele contratada e por empresa utilizadora de mão-de-obra) dá lugar a um
agravamento da responsabilidade que se traduz no facto da responsabilidade pela
indemnização passar a abranger a totalidade dos prejuízos patrimoniais e não patrimoniais
- sofridos pelo/a trabalhador/a e seus familiares, nos termos gerais da responsabilidade
civil, sem prejuízo da responsabilidade criminal que os responsáveis possam incorrer;
 A legislação, a este propósito, acresce que independentemente da indeminização de todos
os danos - patrimoniais e não patrimoniais - e das demais prestações devidas em caso de
acidente de trabalho (por atuação não culposa), é ainda devida uma pensão anual ou
indemnização diária, com o objetivo de reparar a redução da capacidade de ganho ou a
morte.

ESTA PENSÃO ANUAL TEM REGRAS ESPECÍFICAS PARA A FIXAÇÃO DE MONTANTES?


(art.18.º, n.º 4 da Lei 98/ 2009)

 Esta pensão anual é fixada segundo as seguintes regras especiais:


o Nos casos de incapacidade permanente absoluta para todo e qualquer trabalho, ou
incapacidade temporária absoluta ou morte, a pensão será fixada num valor igual
à retribuição auferida pelo/a trabalhador/a sinistrado/a;
o Nos casos de incapacidade permanente absoluta para o trabalho habitual, a
pensão será fixada num valor compreendido entre 70% e 100% da retribuição,
conforme a maior ou menor capacidade residual para o exercício de uma outra
profissão;
o Nos casos de incapacidade parcial, permanente ou temporária, o valor da pensão
é fixado tendo por base a redução da capacidade resultante do acidente.

37
Título da UFCD

COMO É QUE É DETERMINADA E GRADUADA A INCAPACIDADE RESULTANTE DE ACIDENTE DE


TRABALHO?
(art.19.º, 20.º, 21.º da Lei 98/ 2009)

 O acidente de trabalho pode determinar:


o Incapacidade temporária para o trabalho:
 Parcial
 Absoluta
 Incapacidade permanente para o trabalho:
o Parcial
 Absoluta para o trabalho habitual
 Absoluta para todo e qualquer trabalho
 A incapacidade é determinada de acordo com a Tabela Nacional de Incapacidades por
Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais.
 O grau de incapacidade resultante de um acidente é sempre definido por um coeficiente
expresso em percentagem sendo o grau de incapacidade expresso pela unidade (igual a 1)
correspondente à incapacidade permanente absoluta para todo e qualquer trabalho.
 Este coeficiente de incapacidade é determinado em função da natureza e da gravidade da
lesão, do estado geral do trabalhador/a sinistrado/a, da sua idade e profissão, bem como da
maior ou menor capacidade residual para o exercício de outra profissão compatível, bem
como todas as demais circunstâncias que possam interferir na sua capacidade de trabalho
ou de ganho.

QUAIS AS PRESTAÇÕES GARANTIDAS EM CASO DE ACIDENTE DE TRABALHO?


(art.23.º da Lei 98/ 2009)

 O direito do/a trabalhador/a à reparação por acidente de trabalho compreende dois grupos
de prestações:
o Em espécie que se traduzem em prestações de natureza médica, cirúrgica,
farmacêutica, hospitalar e quaisquer outras, seja qual for a sua forma, desde que
necessárias e adequadas ao restabelecimento do estado de saúde e da capacidade
de trabalho ou de ganho do sinistrado e à sua recuperação para a vida ativa;
o Em dinheiro que se traduz em indemnizações, pensões, prestações e subsídios
previstos na legislação.

QUAIS SÃO AS MODALIDADES DAS PRESTAÇÕES EM ESPÉCIE?


(art. 25.º da Lei 98/2009)

 As Prestações em espécie compreendem:


o A assistência médica e cirúrgica, geral ou especializada, incluindo todos os
elementos de diagnóstico e de tratamento que forem necessários, bem como as
visitas domiciliárias;
o A assistência medicamentosa e farmacêutica;
o Os cuidados de enfermagem;
o A hospitalização e os tratamentos termais;
o A hospedagem;
o Os transportes param observação, tratamento ou comparência a atos judiciais
necessários no âmbito do processo;

38
Título da UFCD

o O fornecimento de ajudas técnicas e outros dispositivos técnicos de compensação


das limitações funcionais, bem como a sua renovação e reparação, mesmo em
consequência de deterioração por uso ou desgaste normais.
o Os serviços de reabilitação e reintegração profissional e social, incluindo a
adaptação do posto do trabalho;
o Os serviços de reabilitação médica ou funcional para a vida ativa;
o Apoio psicoterapêutico, sempre que necessário, à família do sinistrado. A
assistência inclui, ainda, a assistência psíquica quando reconhecida necessária pelo
médico assistente.

QUAIS SÃO AS MODALIDADES DAS PRESTAÇÕES EMDINHEIRO?


(art. 47.º da Lei 98/2009)

 As Prestações em dinheiro compreendem:


o A indemnização por incapacidade temporária para o trabalho;
o A pensão provisória;
o A indemnização em capital e pensão por incapacidade permanente para o
trabalho;
o O subsídio por situação de elevada incapacidade permanente;
o O subsídio por morte;
o O subsídio por despesas de funeral;
o A pensão por morte;
o A prestação suplementar para assistência de terceira pessoa;
o O subsídio para readaptação de habitação;
o O subsídio para a frequência de ações no âmbito da reabilitação profissional
necessárias e adequadas à reintegração do trabalhador/a sinistrado/a no mercado
de trabalho.

EM CASO DE OCORRÊNCIA DE ACIDENTE DE TRABALHO QUAL É A 1ª ACÃO A SER TOMADA?


(art. 26.º da Lei 98/2009)

 Na ocorrência de um acidente de trabalho, necessariamente, que devem ser tomadas todas


as medidas de prestação dos primeiros socorros ao trabalhador/a, mesmo que o acidente
tenha ocorrido nos moldes, mencionados anteriormente, que não conferem o direito à
reparação.
 Assim, o empregador deve, pois, assegurar os imediatos e indispensáveis socorros médicos
e farmacêuticos, bem como o transporte do trabalhador/a sinistrado/a para o local onde
possa ser clinicamente socorrido.

QUE DIREITOS ASSISTEM AO/À TRABALHADOR/A SINISTRADO/A EM MATÉRIA DE


ASSISTÊNCIA CLÍNICA E DURANTE O PERÍODO DE TRATAMENTO?
(art. 28º - número 2, art. 32º - número 3, art. 33º , art. 36º e art. 41.º - número 2 da Lei 98/2009)

 Assiste ao/à trabalhador/a sinistrado/a os seguintes direitos:


o Direito de recorrer a qualquer médico para o assistir, nos casos referidos na
resposta anterior;
o Direito de recusar uma intervenção cirúrgica quando, pela sua natureza ou estado
do sinistrado, esta for suscetível de colocar em risco a sua vida;

39
Título da UFCD

o Direito a escolher o médico-cirurgião nos casos em que tenha que ser submetido a
uma intervenção cirúrgica de risco elevado e nos casos e que possa correr, como
consequência dessa intervenção, risco de vida;
o Direito de não se conformar e de contestar as resoluções do médico assistente, o
que significa que tem o direito em consultar um outro médico por forma a obter
uma 2ª opinião clínica sobre o seu estado de saúde ou necessidades de tratamento;
o Direito em receber, em qualquer momento e a seu pedido, a cópia de todos os
documentos respeitantes ao seu processo, designadamente o boletim de alta e os
exames complementares de diagnóstico que se encontrarem em poder da
seguradora;
o Direito ao fornecimento de ajudas técnicas e a outros dispositivos técnicos de
compensação funcional.

QUAIS OS DEVERES DO/A TRABALHADOR/A SINISTRADO/A?


(art. 3.º da Lei 98/2009)

 O/a trabalhador/a sinistrado/a tem o dever de se submeter ao tratamento e a todos as


prescrições clínicas e cirúrgicas necessárias à cura da lesão ou da doença e à recuperação
da capacidade de trabalho, prescritas pelo médico assistente, sem prejuízo do seu direito
em auscultar uma segunda opinião médica.
 De se notar que nos casos em que se verifica um agravamento do dano ou da incapacidade,
resultantes da recusa injustificada ou do incumprimento das prescrições médicas, a
indemnização devida pode ser reduzida ou eliminada.
 Assim, não obstante o direito à consulta de uma segunda opinião clínica, o/a trabalhador/ a
tem o dever de se submeter ao tratamento e às prescrições clínicas e cirúrgicas do médico
designado pela seguradora, sob pena da indeminização que lhe é devida pelo acidente ser
reduzida ou mesmo eliminada.

Doenças profissionais

Toda a doença contraída pelo trabalhador na sequência de uma exposição a um ou mais fatores de
risco presentes na atividade profissional, nas condições de trabalho e/ou nas técnicas usadas
durante o trabalho designa-se por doença profissional. O Decreto-Regulamentar n.º 76/2007, de
17 de julho, publica a “Lista das Doenças Profissionais” que integra 5 capítulos distintos: doenças
provocadas por agentes químicos; doenças do aparelho respiratório; doenças cutâneas e outras;
doenças provocadas por agentes físicos; doenças infeciosas e parasitárias.

De salientar que qualquer lesão corporal, perturbação funcional ou doença não incluída na “Lista
das Doenças Profissionais” em que se prove ser consequência, necessária e direta, da atividade
profissional exercida pelo trabalhador e não represente normal desgaste do organismo (artigo 283.º

40
Título da UFCD

da Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro – Código do Trabalho) é também considerada doença


profissional.

Sempre que o médico assistente suspeitar que o trabalhador/doente tem uma doença profissional
ou que existe o seu agravamento deve preencher o MODELO GDP 13 - DGSS de “Participação
Obrigatória”. De referir que a Participação de suspeita/agravamento de doença profissional é da
responsabilidade de todos os médicos (artigo 1.º Decreto-Lei n.º 2/82, de 5 janeiro), embora o
médico do trabalho do trabalhador seja o que usualmente reúne mais informação quanto à relação
trabalho-saúde/doença para proceder à Participação Obrigatória.

Após o preenchimento deverá enviar a Participação Obrigatória ao Departamento de Proteção


contra Riscos Profissionais (DPRP) do Instituto de Segurança Social, I.P., para se proceder à sua
confirmação, ou infirmação, no âmbito do processo de certificação de doença profissional.

41
Título da UFCD

Capítulo III – Prevenção

Cuidados com as instalações

A actividade termal está, histórica e umbilicalmente, ligada ao sector da saúde e à prestação de


cuidados nesta área, o que tem vindo a refletir-se na legislação que regula o sector há largos anos,
com destaque para o ainda parcialmente vigente Decreto n.º 15401, de 20 de Abril de 1928, que,
para além de disciplinar a indústria de exploração de águas, inclui também regras sobre a criação,
organização e funcionamento dos estabelecimentos termais.

Este sector de actividade apresenta, contudo, outras potencialidades associadas ao bem-estar e


lazer das populações, assumindo também um papel fundamental na indústria do turismo.

Por seu lado, constata-se que a grande parte dos recursos hidrominerais susceptíveis de serem
aproveitados para a actividade termal e o termalismo localizam-se nas regiões mais desfavorecidas
e do Interior do País.

Assim, esta nova apetência surge como de inegável interesse para estas localidades e para as
regiões onde se encontram tais recursos, permitindo abrir uma nova via de desenvolvimento
sectorial local ou regional, gerando investimento e emprego, o que por si só reclama um
envolvimento directo por parte das autoridades locais e regionais no fomento deste fenómeno.

Estando a legislação que rege o sector, em larga medida, desadequada tendo em conta as novas
valências do termalismo, assim como os estrangulamentos verificados na prática, exige-se a revisão
do regime jurídico que regula a actividade termal.

Cuidados com os equipamentos

Equipamento Básico
• Equipamentos já apetrechados com sistema de segurança e desinfecção;
• Sala ou área dotada de iluminação adequada e de sistema de controlo da ventilação; Neste caso
deverá existir antecâmara para protocolos de transição de temperaturas, ventilada e com material
de suporte (cabides, cadeiras, etc…);
• Sistema de limpeza, duche ou chuveiro anexo para utilização dos termalistas.

As piscinas devem ter uma volumetria adequada à execução de técnicas de cinesiterapia tendo em

conta o tipo de população a que se destinam e o número de termalistas a servir;

42
Título da UFCD

• A sua utilização simultânea por mais de um termalista obriga a que a água, para além de estar

desinfectada, possua um poder desinfectante residual constante e que sofra recirculação, filtragem

e substituição frequente;

• A água mineral natural tratada deve manter a transparência e não ser irritante

para pele e mucosas; As paredes de contorno das piscinas devem ter superfícies lisas, não abrasivas

e anti-derrapantes com tons claros que realcem a transparência da água. Não deve haver mudanças

bruscas da inclinação do fundo. Recomenda-se a profundidade entre 0,80 e 1,40 m para tratamento

de adultos;

• Os circuitos de entrada e saída deverão ter condições de fácil acesso a pessoas portadoras de

deficiência motora e facilitar a evacuação em situações de emergência;

• A acessibilidade aos tanques deve possibilitar a entrada e saída da água com segurança para

pessoas com deficiência motora, nomeadamente com rampas e elevadores;

• Quer as escadas quer as rampas devem possuir corrimão e piso anti-derrapante;

• Desaconselham-se as escadas verticais. Acessórios fixos para suporte dos utentes como barras

para suporte e para treinos funcionais (treino de marcha por

ex.); Acessórios móveis utilizados como auxiliares de treinos e exercícios aquáticos

(bolas bastões placas flutuadoras, placas de resistência , barbatanas, etc.) devem ser de material

resistente à água de superfícies laváveis;

• Todos os acessórios fixos ou móveis devem permitir operações de desinfecção em todas as

superfícies;

• Acessórios de segurança tais como bóias e coletes flutuadores. Aparelhos de hidromassagem ,

duches subaquáticos;

• Deve dispor de sistema visível de medição do tempo e da temperatura da água e ainda de cabides

em número suficiente para que o grupo de termalistas em tratamento simultâneo possa colocar a

roupa;

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Título da UFCD

• A zona de chuveiros deverá estar colocada o mais próximo da entrada e saída da área de

tratamento de modo a permitir um fácil e sequencial acesso, interpondo-se sempre entre a área de

tratamentos e a área de vestiários e sanitários.

Cuidados com materiais de trabalho


Um dos aspetos simples de prevenção frequentemente ignorado é a limpeza e arrumação do
materiais de trabalho. O próprio artigo 7.º do Decreto Lei n.º 243/86 refere a obrigatoriedade de
limpeza de pavimentos, utensílios ou equipamentos de uso diário, bem como das instalações
higieno-sanitárias, como vestiários, lavabos, balneários, retretes e urinóis, ou outras comuns postas
à disposição dos trabalhadores. Vários acidentes podem acontecer por mau acondicionamento ou
limpeza do espaço, dos quais são exemplo:

 Objetos fora do sítio correto.


 Materiais mal fixados.
 Objetos cortantes ou de grandes dimensões mal acondicionados.

Material inflamável, água, óleo ou outros líquidos derramados que podem provocar incêndios ou
quedas (Artigo 32.º do Decreto Lei n.º 243/86).

Transporte e Movimentação de Materiais ou Objetos

Quando a tarefa implica o transporte de materiais ou objetos, seja através da utilização de


máquinas, seja por força de braços, existem vários cuidados a ter em atenção:

 Carrinhos-de-mão, reboques e outros equipamentos de carga exigem especial cuidado também,


sobretudo devido a cargas mal acondicionadas ou demasiado grandes que possam provocar
desequilíbrio ou má visibilidade.
 No transporte de materiais por força de braços o principal problema são as lesões musculares.

Por fim, há que ter especial cuidado no transporte e acondicionamento de materiais sensíveis a fim
de evitar derrames químicos, fogos ou explosões.

Atitude Preventiva

Em qualquer tarefa e espaço de trabalho – o mais importante é que o trabalhador tenha uma atitude
preventiva.

Independentemente de quão seguro é o equipamento de proteção ou de quão restritas são as


regras, um trabalhador nunca estará seguro se a sua atitude não for preventiva.

Por esse motivo, as regras são para ser levadas a sério, nomeadamente:

 Ter atenção à sinalização de aviso e obedecer à mesma.


 Ver bem por onde se anda e para onde se vai.
 Andar em vez de correr.

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Título da UFCD

Capítulo IV – Exame sumário da vitima (primário)

Avaliação e suporte básico de vida

O que é o SBV (suporte básico de vida)? Conjunto de medidas utilizadas para restabelecer a vida
de uma vitima em paragem cardio-respiratória. Com o objectivo de recuperar a vitima para uma
vida comparável à que tinha previamente ao acontecimento.

Algoritmo do SBV:
Garanta condições de segurança (a sua e a da vitima)
Avalie o estado de consciência (abane suavemente e chame em voz alta)
Se inconsciente GRITE POR AJUDA e execute o “VOS”

Técnica da extensão da cabeça e elevação do maxilar inferior: Vítima inconsciente (não responde
aos estímulos):

Permeabilize a Via Aérea (fazer uma ligeira tracção superior com dois dedos colocados sob
o maxilar inferior)
Pesquise corpos estranhos na cavidade oral

Avaliar a ventilação:
VOS

V – ver (movimentos do tórax)


O – ouvir (ouvir sons respiratórios)
S – sentir (sentir ar expirado)
VERIFICAÇÃO DA VENTILAÇÃO
Verifique se a vítima ventila normalmente enquanto mantém as vias aéreas
desobstruídas.

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Título da UFCD

- Verifique se o tórax se move para cima e para baixo;


- Tente ouvir sons de ventilação na boca da vítima;
- Tente sentir a ventilação da vítima na sua face.
Quando tentar verificar se a vítima ventila normalmente,
deve olhar, ouvir e sentir até 10 segundos.
Nos primeiros minutos após a paragem
cardiorrespiratória, parece frequentemente que a vítima está a
tentar ventilar. Pode parecer que a sua ventilação é fraca ou que
faz ligeiros ruídos irregulares.

Se inconsciente mas ventila:

Coloque-a em PLS (Posição Lateral de Segurança)

Se a vitima não ventila:

Inicie ciclos de compressões torácicas (coloque as mão no meio do tórax de vitima e faça-o
descer cerca de 4 a 5 cm a um ritmo de 100/m) alternando com ventilações

Mantenha o ritmo de 30 compressões e 2 insuflações até que:


A vitima recupere
O médico mande parar manobras
Seja substituído
Exaustão

Paragem cardíaca em situações especiais:

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Título da UFCD

Por vezes existe a necessidade de adaptar a técnica a cada vitima atendendo às suas
características físicas ou à especificidade da situação.

 Asma (ter atenção c/ risco de aspiração)


 Lesão da coluna cervical (colar cervical)
 Gravidez (colocar cunha sob o flanco direito da grávida)
 Electrocussão (podem coexistir outras lesões, tempos de recuperação mais alargados)
 Envenenamentos e intoxicações ( proteger-se c/ luvas e ventilar c/ máscara facial)
 Afogamento (iniciar c/ 5 insuflações)

Oxigenoterapia

Consiste na administração de oxigênio numa concentração de pressão superior a encontrada na


atmosfera ambiental, para corrigir e atenuar deficiência de oxigênio ou hipóxia.

Avaliação e manutenção dos sinais vitais (TPRD)

O exame da vítima é executado logo que o socorrista chega junto da vítima. O seu objectivo é
detectar situações de perigo de vida imediato. Antes de iniciar a prestação dos cuidados de
emergência, o socorrista deve fazer um rápido e minucioso exame para avaliar a existência de
alterações dos sinais vitais, provocadas por lesões que possam pôr em perigo a vida da vítima.

Ao chegar ao local deve:

1. Avaliar os factores de risco para a(s) vítima(s) e para o(s) socorrista(s);


2. Certificar-se de que são accionados os meios adequados para a situação em causa.
Por exemplo, ao chegar ao local em que há um incêndio com vítima, deve solicitar os bombeiros e
uma ambulância.

Atenção: suspeitar sempre de lesões de coluna quando se trata uma vítima de queda ou de acidente.

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Título da UFCD

No exame da vítima deve-se:

1. Avaliar o estado de consciência;


2. Avaliar se a vítima ventila;
3. Detectar hemorragias externas graves;
4. Detectar se tem sinais evidentes de choque;
5. Avaliar e corrigir, logo que detectados, os factores de risco para a vida da vítima;
6. Verificar os Sinais Vitais (Ventilação, pulso, pressão arterial e temperatura). Os sinais vitais são os
principais indicadores das funções vitais. É fundamental fazer uma avaliação desses sinais e em
vítimas instáveis deve-se reavaliar as vezes que considere necessárias.

Os sinais vitais que são avaliados são: ventilação, pulso, pressão arterial e temperatura.

Ventilação

Ao conjunto de uma inspiração e uma expiração dá-se o nome de ciclo ventilatório.


A ventilação é caracterizada por:

• Frequência – Contabiliza-se em número de ciclos ventilatorios por minuto. Consideram-se valores


normais de referência entre 12 a 20 ciclos ventilatorios.
• Amplitude – A Amplitude da ventilação pode ser Superficial, Normal ou Profunda.
• Ritmo – O ritmo é Regular ou Irregular.

Pulso

O pulso é a onda de sangue que percorre as artérias cada vez que o coração contrai.
O pulso é caracterizado por:
• Frequência - número de vezes que se sente a onda num minuto. Considera-se frequência normal
entre 60 a 90 por minuto;
• Amplitude – A amplitude do pulso é Cheio ou Fraco;
• Ritmo – O ritmo pode ser Regular ou Irregular.

Pressão arterial

A pressão arterial é a força que o sangue exerce contra a parede das artérias.
Avalia-se a máxima (sistólica) e a mínima (diastólica).
Consideram-se valores normais de referência para a máxima entre os 100 e os 140 mm/Hg. Para a
mínima entre os 60 e os 90 mm/Hg.

Temperatura

A temperatura deve ser verificada, utilizando as costas da mão sendo a temperatura do socorrista a
referência para detectar a Hipertermia (> 37,5°C), Normal (35,0°c a 37,5°c) e Hipotermia (<35 °C).

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Título da UFCD

Respiração diafragmática e costal inferior

O diafragma é classicamente descrito como um músculo delgado e achatado, que separa a cavidade
torácica da cavidade abdominal.

Ele tem a forma de uma cúpula côncava na parte de baixo, cuja base está em relação com o contorno
inferior da caixa torácica. Esta cúpula é mais alta à direita do que à esquerda, e, na fase da expiração,
eleva-se até a altura do quinto arco costal, à direita, e do sexto arco, à esquerda.

No nível do diafragma, fecham-se todas as cadeias musculares.

A cadeia de flexão pode continuar depois do reto abdominal, através do folheto anterior, e terminar
no nível do centro frênico.

A cadeia de extensão pode continuar e através dos pilares do diafragma e terminar no nível do centro
frênico.

As cadeias cruzadas anteriores podem continuar após os oblíquos externos, através das porções
laterais, e terminar no nível do centro frênico.

O centro frênico é uma convergência na qual todas as cadeias musculares estão em interconexões.

É importante que esse músculo fique livre para a sua


função principal: a respiração.
As cadeias musculares, se desejarem, podem integrar-se
no seu funcionamento de maneira temporária para o
movimento, de maneira, relativamente permanente nas
compensações estáticas.

Neste último caso, o crédito de participação acordado


será feito em detrimento das suas diferentes funções.

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Título da UFCD

Respiração boca a boca com Ambú

As novas regras para os primeiros socorros defendem que quem


não tem formação em reanimação não deve fazer respiração
boca a boca num doente em paragem cardíaca. Para os
restantes, o salvamento continua a incluir esta manobra
juntamente com a massagem cardíaca, por ser mais eficaz,
dizem os especialistas.

Massagem cardíaca (simples)

A reanimação cardiopulmonar (RCP) ou reanimação cardiorrespiratória (RCR) é um conjunto de


manobras destinadas a garantir a oxigenação dos órgãos quando a circulação do sangue de uma
pessoa para (parada cardiorrespiratória). Nesta situação, se o sangue não é bombeado para os
órgãos vitais, como o cérebro e o coração, esses órgãos acabam por entrar em necrose, pondo em
risco a vida da pessoa.
Os procedimentos básicos da respiração são:

1. desobstrua as vias aéreas (com cautela pois pode haver danos na cervical)
2. afrouxe as roupas da vítima, principalmente em volta do pescoço, peito e cintura;
3. verifique se há qualquer coisa ou objeto obstruindo a boca ou garganta da vítima;
4. inicie a respiração de socorro tão logo tenha a vítima sido colocada na posição correta. Cada
segundo é precioso.

Os procedimentos básicos da massagem cardíaca são:

1. coloque a vítima deitada de costas sobre superfície dura em decúbito dorsal;


2. coloque suas mãos sobrepostas na metade inferior do esterno com os braços estendidos;
3. os dedos devem ficar abertos e não tocam a parede do tórax;
4. faça a seguir uma pressão, com bastante vigor, para que se abaixe o esterno cerca de 5 cm,
comprimindo o coração de encontro à coluna vertebral;
5. descomprima em seguida.

Inicie a manobra com 30 compressões cardíacas, depois faça duas respirações e repita o ciclo
totalizando 5 ciclos, quando se deve alternar o socorrista para fins de conservar a qualidade das
compressões. A RCP deve continuar até que o ritmo cardíaco/respiratório se restabeleça ou até o
socorro chegar.
De 4 a 6 minutos já pode ocorrer dano cerebral na vitima.. Após 6 minutos o dano cerebral é
praticamente certo.

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Título da UFCD

Colaboração com o médico e com bombeiros


Em caso de acidente ou doença súbita ligue, a qualquer hora, 112. A sua colaboração é essencial
para permitir um rápido e eficaz socorro às vítimas, pelo que é fundamental que faculte toda a
informação que lhe seja solicitada.

Ao ligar 112, esteja preparado para responder a:

O Quê? Onde? Como? Quem?

Os CODU coordenam:

• Ambulâncias de socorro dos Bombeiros e da CVP;


• Ambulâncias SBV e SIV do INEM;
• Motociclos de Emergência;
• UMIPE;
• VMER;
• Helicópteros.

Colaboração no encaminhamento da vítima

Para facilitar este passo é preciso dispor na central de comunicação ou no local da obra da lista
actualizada de telefones de emergência, de forma bem visível para qualquer trabalhador da
empresa. Esta lista deverá possuir a informação especificada no seguinte quadro:

Telefone de:

 Serviço médico da empresa e horário estabelecido


 Emergências e serviços de ambulâncias
 Pessoa de contacto com o Plano de Saúde contratado pela empresa
 Centros de assistência médica mais próximos
 Polícia
 Bombeiros

Na hora transmitir a mensagem de aviso e ligar para o telefone de emergência, serviço médico, etc.,
é importante cuidar a qualidade da mensagem.

 Lembre-se que TODOS OS DETALHES SÃO IMPORTANTES.

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Título da UFCD

Por isso, ao avisar será preciso informar sobre os seguintes aspectos:

 Tipo de acidente (automóvel, queda, choque, ...)


 Local do acidente
 Pessoas envolvidas e o seu estado aparente, bem como o estado de outros afectados pelo
acidente, se houver
 Posição e sintomas da vítima
 Tratamento e/ou métodos utilizados
 Entalamento, se for caso disso, tipo e material do mesmo
 Poluentes evidentes no cenário do acidente Igualmente, é fundamental:
 No caso de dúvida sobre a correcta recepção da mensagem, fazer o receptor repetir os
dados, de forma a facilitar a
previsão de tudo o necessário para
actuar com rapidez e eficiência à
chegada da assistência médica.
 Possuir uma caixa ou mala de
primeiros socorros, actualizada e
com datas de validade dos
medicamentos em vigor, adequado
aos riscos inerentes da entidade.

Ajuda aos utentes nas AVD

Nas atividades diária é necessário especial atenção com os utentes, nomeadamente aqueles que
tem limitações de mobilização.

Vestuário e calçado

Comece apenas por ajudar a pessoa a escolher o que vai vestir, dispondo o vestuário sobre a cama
ou próximo do local onde se veste, colocando-a na ordem em que a pessoa se costuma vestir.

Devem ser evitadas peças de roupa com padrões muito vistosos, uma vez que o utente pode ter
uma dificuldade acrescida na localização dos botões e fechos.
Em termos de calçado, os atacadores devem ser evitados ao máximo; optando-se antes para
calçado largo, em que o pé entra e sai facilmente ou então sapatos com aplicações em velcro.

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Título da UFCD

Transferências

1 - Posição do peso – o peso do objecto a ser levantado deve estar o mais próximo possível
daquele que vai levantá-lo;

2 – Altura do objecto – a melhor altura para levantar um objecto verticalmente é aquela um pouco
acima do nível do dedo médio de uma pessoa com o braço pendente ao lado;

3 – Posição do corpo – o corpo é posicionado de tal forma que múltiplos grupos musculares
possam agir em conjunto e de forma sincronizada.

4 – Peso máximo – cada profissional deve saber qual o peso máximo que pode levantar com
segurança, tanto para ele como para o paciente.

Um objecto é excessivamente pesado se o seu peso é 35% ou mais do peso corporal do indivíduo.

Virar, ou ajudar o utente a virar-se, segurando-o pela cintura, até ficar enquadrado com a cama e
com a região popliteia (parte de trás dos joelhos) encostada à mesma;

Estabilizar os joelhos do indivíduo, com os nossos joelhos, caso seja necessário;

Assistir o indivíduo a elevar-se e a sentar-se no bordo da cama, segurando-o pela cintura (se
necessário, usar cinto);

Ajudar o indivíduo a deitar-se, apoiando-se no cotovelo do lado da cabeceira da cama;


Assistir no posicionamento, mais confortável para o indivíduo;
Mobilidade e posicionamentos

Transferir da cadeira de rodas com tábua de deslize:

Procedimento semelhante ao da transferência para a cadeira de rodas, no entanto, é colocada uma


tábua de deslize sobre a região nadegueira do indivíduo e os membros inferiores permanecem
esticados na cama;

Transferir da cadeira de rodas para a sanita:

Instalar a cadeira de rodas ao lado da sanita, fazendo um ângulo de 90º, e travar a cadeira;

Remover os pedais da cadeira ou abri-los, conforme a necessidade;

Certificar-se que os pés do indivíduo estão totalmente apoiados no chão;

Posicionar-se de frente para o indivíduo e justapor os joelhos de modo a bloqueá-los se necessário;

Ajudar o indivíduo a flectir o tronco, segurando-o pelo cintos, se necessário;

Orientar e/ou assistir o indivíduo a fazer o impulso do corpo para a frente e para cima,
assumindo a posição de pé, mantendo as mãos do cinto, se necessário;

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Título da UFCD

Manter joelhos bloqueados, virar ou assistir o indivíduo a virar-se até ficar enquadrado na sanita;

Despir as calças do pijama/cuecas, se necessário;

Controlar a flexão do corpo do indivíduo e sentá-lo progressivamente;

Mobilidade e posicionamentos,transferência para a cama, transferência para a maca,


transferência com ajuda, mobilidade e posicionamentos.

Nunca esquecer que:


As condições de trabalho são fundamentais para diminuir os riscos profissionais e aumentar a
qualidade dos cuidados prestados. No entanto, isso não basta!

É necessário realizar avaliações ergonómicas nos nossos serviços, conhecer com rigor os problemas
reais e potenciais e adoptar atitudes e comportamentos racionais e conscientes;

Marcha

Alguns utentes não são capazes de andar sem a ajuda dos auxiliares da marcha, vejamos quais são
e a sua utilidade:
Canadianas - os dois tipos de canadianas mais usadas são: as canadianas axilares e canadianas de
antebraço.
As canadianas axilares são usadas com maior frequência nas deficiências de curtaduração. As
canadianas de antebraço não tem barras axilares, mas sim bandas metálicas que envolvem o
antebraço e ajudam a mantê-las no lugar. Com estas o utente suporta opeso com as mãos. São
usadas por pessoas com deficiências prolongadas.
Almofade as barras das canadianas axilares para evitar úlceras de pressão na axila ebolhas e
calosidades nas mãos. Há proteções de espuma de borracha disponíveis nomercado para esse
efeito. As extremidades inferiores das canadianas devem serprotegidas por borrachas para não
escorregarem. Quando deterioradas devem sertrocadas por outras.Bengalas- são aparelhos para
agarrar com as mãos, usadas como auxiliares de marchaquando não é possível ou desejável suportar
o peso total.
A bengala deve ser usada dolado oposto ao membro lesado (do lado são). Apoiar o corpo com a
bengala no lado não afectado permitirá ao utente manter o centro da gravidade do corpo sobre a
base de apoioe ajudará a manter uma postura correcta e a evitar lesões da coluna. É um tipo de
bengala usada quando o doente consegue deambular mas necessita apoio (é importante ter
atenção ao calçado que deve ser fechado atrás e de preferência com atacadores.

- Andarilho :

Os andarilhos são aparelhos usados por pessoas que não podem fazer carga total num ou nos dois
membros inferiores e que tem pouco equilibro, fraqueza muscular e perda sensorial. Os andarilhos
fornecem uma base de apoio mais ampla do que os outros auxiliares de marcha, rodeando o
utilizador por três lados e apoiando-se no chão por quatro pontos.

54
Título da UFCD

Capítulo V – Procedimentos e treinos

Lipotímias

Lipotimia é a perda de força muscular, porém sem perda de consciência, que lembram efeito extra-
piramidal, com integral conservação das funções respiratória e cardíaca. A lipotimia se constitui no
primeiro grau de síncope: é acompanhada de palidez, suores frios, vertigens, zumbidos nos ouvidos,
sendo que a pessoa tem a impressão angustiante de que vai desmaiar. O fênomeno pode ser
causado por emoção violenta, por súbita modificação da posição deitada para a posição vertical, ou
por toda circunstância análoga, susceptível de alterar a circulação.
A lipotimia usualmente não é grave e deve ser procurada assistência posterior para averiguação de
eventual existência de doença normal desencadeante. Pode também ser chamado de pré-síncope.

Perda de consciência/estado de choque

Neste estado o indivíduo tem uma queda brusca da pressão arterial e pode levar rapidamente o
indivíduo a óbito caso não sejam adotadas as técnicas adequadas em tempo hábil.
Mantenha a vítima deitada, aquecida e confortável, controle qualquer tipo de hemorragia eventual
e, se houver vômito, vire-a com a cabeça para o lado a fim de não haver sufocamento. Eleve as
pernas da vítima (se não forem identificadas fraturas) para conferir um retorno venoso, mantendo
também se possível, a cabeça mais baixa que o tronco.

Epilepsia

A epilepsia é causada por uma alteração nas atividades elétricas do cérebro, é temporária e
sempre reversível.

Foi se o tempo em que o Epilético era tido como doido, hoje as pessoas que levam o tratamento a
sério levam uma vida perfeitamente normal, inclusive se destacando no mercado de trabalho.

Ataque Epilético
Durante um ataque epilético, normalmente a pessoa fica com a musculatura retraída e começa a se
debater com violência, em alguns casos a pessoa fica com os olhos virados para cima.

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Como Socorrer

– Deite a vítima no chão afaste tudo que estiver ao seu redor para que não se magoe (obs: não deixe
a cabeça da vítima a um nível mais baixo do que o corpo nunca. Essa medida é importante para
evitar asfixia com a própria saliva);
– Coloque algo confortável em baixo da cabeça da vítima, e a segure firmemente, para evitar que
bata com a cabeça e sofra alguma lesão;
– Tente virar a vítima de lado, para que escorra a saliva e secreções bucais;
– Retire objetos que a possam ferir, relógio, óculos, pulseiras, dentaduras, etc;
– Jamais dê líquidos a uma pessoa inconsciente. A pessoa inconsciente pode asfixiar com o líquido,
e até ir a óbito;
– Espere a convulsão passar e deixe a pessoa descansar, pode ser que ela durma, e se isso acontecer
deixe-a pelo tempo em que sentir necessário.

Diabetes

Hiperglicémia:

Excesso de açúcares no sangue relativamente ao nível de insulina circulante. Geralmente, esta


situação surge em indivíduos com propensão para diabetes, ou mesmo doentes diabéticos,
medicados ou não. Pode surgir como causa directa de:

- Refeição muito rica em hidratos de carbono (açucares);


- Falta de insulina exógena em doentes diabéticos e insulino-dependentes.

Sinais e Sintomas:

 Fadiga crescente;
 Manutenção da prega cutânea/desidratação;
 Ventilação rápida, profunda e irregular;
 Pulso rápido e cheio;
 Hálito adocicado a fruta ou a acetona;
 Face rosada e aspecto congestionado;
 Inconsciência – coma.

Primeiro Socorro:

 Obter história clínica:


- O doente é insulino-dependente?
- Já administrou a dose de insulina diária?
- O doente faz antidiabéticos orais?
 Manter as vias aéreas permeáveis;

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 Vigiar as funções vitais;


 Promover o transporte para o hospital.

Hipoglicémia

Fornecimento insuficiente de substrato calórico (glicose) devido a:

- Jejum prolongado;
- Esforços físicos incomuns e em condições climatéricas desfavoráveis que aumentam os
consumos energéticos do organismo;
- Dose excessiva de insulina exógena em doente que seja diabético e insulino-dependente.

Sinais e Sintomas:

 Sensação de fraqueza/ fome;


 Palidez acentuada;
 Sudorese abundante e fria;
 Pele pegajosa;
 Pulso rápido e cheio;
 Ventilação superficial e tendencialmente deprimida;
 Parestesias (picadas /formigueiros) no rosto e nas mãos;
 Convulsões -coma.

Primeiro Socorro:
 Se a vítima estiver consciente e conseguir deglutir, pode dar-se água com açúcar;
 Se a vítima estiver inconsciente, deve manter a via aérea permeável e colocar um torrão de
açúcar sublingual (não se esquecendo de a colocar em PLS);
 Manter a temperatura corporal;
 Vigiar as funções vitais;
 Promover o transporte para o hospital.

Quedas

Fracturas

Sinais e Sintomas
– Dor, geralmente forte;
– Impossibilidade de fazer movimentos;
– Deformidade;
– Aumento de volume e descoloração, pode ocorrer imediatamente se houver sangramento
excessivo ou pode ocorrer mais tardiamente;
– Crepitação, pode ser sentida durante o exame da vítima, as extremidades do osso atritam entre si
traduzindo-se como som de crepitação.

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Todas as fraturas devem ser imobilizadas sempre antes de mexer com a vítima ou transportá-la;
– Verifique se o ferimento não interrompeu a circulação sanguínea;
– Manter a parte lesionada mais elevada em relação ao nível do corpo para diminuir o sangramento;
– Se for possível faça compressas de gelo sobre o local, isso vai diminuir o inchaço a dor e o
sangramento.

Luxações
A luxação pode ser confirmada quando existem estes 4 sinais:

 Dor muito forte na articulação;


 Dificuldade para movimentar o membro afetado;
 Inchaço ou manchas roxas na articulação;
 Deformação do membro afetado.

1.Não force o membro afetado, nem tente movimentá-lo;


2.Faça uma tipóia para impedir a articulação de mexer, utilizando tecido, uma faixa ou um cinto,
por exemplo;
3.Aplique uma compressa gelada na articulação afetada;
4.Chame uma ambulância, ligando para o 112.

Entorses
A entorse é uma lesão nos tecidos moles (cápsula articular e/ou ligamentos) de uma articulação.
Manifesta-se por uma dor na articulação, gradual ou imediata, um inchamento na articulação lesada
e pela incapacidade do lesado para mexer a articulação.

As entorses originam-se em movimentos bruscos, traumatismos, má colocação do pé ou de um


simples tropeçar que force a articulação a um movimento para o qual ela não está preparada. Pode
igualmente acontecer de uma intensa tração, a que o ligamento seja submetido, provocar o seu
estiramento ou ruptura e que isso chegue a arrancar um pequeno fragmento ósseo.

Deve colocar uma compressa fria sobre o ferimento até que a dor desapareça.

Em seguida, a articulação deve ser imobilizada com uma bandagem elástica ou clássica.

Traumatismo craniano
Qualquer pancada na cabeça é potencialmente grave. Mesmo uma pancada relativamente ligeira
pode afetar o estado de consciência. O tecido cerebral ou os vasos sanguíneos dentro do crânio
podem ser danificados e os efeitos não serem aparentes de imediato. Uma pessoa pode parecer
bem mas depois ter uma dor de cabeça ou até desmaiar.

Nunca abandone uma vítima que tenha sofrido uma lesão na cabeça.

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Sinais e sintomas:

 Dor de cabeça moderada, agravando progressivamente;


 Não se recordar de acontecimentos recentes e/ou do acidente;
 Confusão e comportamento estranho;
 A vítima poderá ficar inconsciente;
 Ferida, corte ou hemorragia associadas.

O que fazer:

 Evite mover a vítima caso esta tenha desmaiado ou sinta formigueiros em alguma parte
do corpo.
 Aplique gelo na região inchada da lesão;
 Avalie a situação para perceber se as queixas vão desaparecendo;
 Se não melhorar, ligue 112.

No caso de existir uma hemorragia na cabeça:

 Lave com água ou soro até remover as impurezas visíveis;


 Coloque uma compressa sobre o local da hemorragia, fazendo pressão;
 Coloque uma ligadura à volta da cabeça de forma a garantir que a compressa fica em
pressão e corretamente colocada;
 Leve a vítima para os serviços de urgência ou em casos mais graves ligue 112.

Atenção:
 Lembre-se que em caso de acidente de viação, queda ou suspeita de lesão ao nível da
coluna, não deve movimentar a vítima.
 Se a vítima necessitar de tratamento médico, não lhe dê nada a comer ou beber.
 Se a vítima tiver sede, molhe apenas os lábios com água.

Hemorragias
Hemorragia é a perda de sangue que acontece após um ferimento, trauma ou alguma doença,
devido ao rompimento de vasos da circulação sanguínea. Ela pode ser externa, quando o
sangramento é visualizado para fora do corpo, ou interna, quando acontece para dentro de alguma
cavidade do organismo, como no abdômen, crânio ou pulmão, por exemplo.

Na hemorragia venosa ou arterial, pode haver sangramento de grande quantidade,


sendo importante se dirigir ao pronto-socorro para que sejam feitos procedimento de sutura e, em
alguns casos mais graves, até cirurgia.

Como acontece a hemorragia


A hemorragia acontece devido a uma lesão de diferentes vasos da circulação sanguínea, podendo
ser:

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Arteriais
É o tipo de hemorragia em que são atingidas as artérias, vasos que levam sangue do coração ao
resto do corpo e, por isso, têm sangue vermelho vivo, com grande fluxo e intensidade. O
sangramento arterial é o tipo mais grave, e pode, até, provocar jatos de sangue para locais distantes
do corpo e risco de morte.

 O que fazer: como é um sangramento grave, deve ser parado o mais rápido possível, com
a compressão forte do local com panos limpos. ou com a realização de um garrote, pois é
uma hemorragia de difícil controle. Deve rapidamente ligar para o 112. Se o sangramento
for em um braço ou perna, pode-se elevar o membro para facilitar a contenção.

O garrote não deve ficar muito tempo impedindo a circulação, pois, se esta ficar ausente por um
longo período, pode causar morte dos tecidos desse membro, o que reforça a importância de chegar
rapidamente ao hospital.
Existe ainda a hemorragia do tipo mista, que é quando mais de um tipo de vaso é atingido,
geralmente devido a algum acidente ou pancada forte, e podendo ser mais difícil de identificar.

Ventosas
É a hemorragia que acontece devido a algum corte grande ou mais profundo, com sangramento em
fluxo contínuo e lento, por vezes de grande volume, através da ferida.

 O que fazer: este tipo de sangramento só é grave quando se atinge uma veia de grosso
calibre, e, por isso, costuma parar com a compressão do local, com um pano limpo. Deve-
se procurar o ajuda médica pois, geralmente, é necessária a realização de uma sutura da
ferida para que não haja risco de infecção ou novo sangramento.

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Capilares
É o sangramento mais comum, que acontece no dia-a-dia, geralmente, devido a pequenos cortes ou
escoriações, em que apenas os pequenos vasos que chegam até a superfície do corpo, chamados de
capilares, são atingidos.

 O que fazer: como este tipo de hemorragia é leve e de pequena quantidade, ela costuma
parar sozinha, após 5 a 10 minutos. Deve-se lavar o local com água e sabão e, depois, cobrir
com um curativo limpo e seco.

Queimaduras

Para fazer o curativo deste tipo de queimadura é recomendado:

1. Lavar imediatamente o local com água fria e sabão neutro por mais de 5 minutos para
resfriar a pele e para que fique limpa e livre de microrganismos;
2. Nas primeiras horas, aplicar uma compressa de água potável gelada, trocando sempre
que ela já não estiver fria;
3. Aplicar uma fina camada de um bom creme hidratante, mas evitar passar vaselina, pois
a gordura pode piorar a queimadura.

As queimaduras de sol, geralmente, são uma queimadura de primeiro grau e o uso de uma loção
pós-sol, como o Caladryl, em todo corpo, pode ajudar a aliviar a dor e evitar que a pele descame. É
importante também usar protetor solar e evitar a exposição ao sol nas horas de maior calor.

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Curativo para queimadura de 2º grau

O curativo para pequenas queimadura de 2º grau pode ser feito em casa, seguindo os seguintes
passos:
1. Lavar a região queimada com água por mais de 10 minutos para limpar a região e
diminuir a dor;
2. Evitar romper as bolhas que tenham se formado, mas, se necessário, utilizar uma agulha
esterilizada;
3. Aplicar uma gaze com pomada de sulfadiazina de prata a 1%;
4. Enfaixar o local cuidadosamente com uma ligadura.
Nas queimaduras maiores do que 1 palmo é recomendado ir ao hospital para fazer um curativo
profissional, uma vez que o risco de infecção é maior.

Após a cicatrização, para evitar que a região fique manchada é aconselhado passar um protetor
solar acima de 50 FPS e proteger a área do sol.

Curativo para queimadura de 3º grau

O curativo para este tipo de queimadura deve ser sempre feito no hospital ou no centro de
queimados pois é uma queimadura grave.
Na maioria destes casos, geralmente é preciso ficar internado para repor líquidos perdidos ou para
fazer enxertos de pele, por exemplo.
Caso exista dúvida sobre a profundidade e gravidade da queimadura, deve-se procurar ajuda
médica especializada .

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Envenenamentos

Intoxicação por Alimentos


Normalmente, a pessoa intoxicada apresenta suor excessivo, dores abdominais agudas, vómito e
náuseas, desmaios e possíveis delírios.

Deve-se proceder da seguinte forma:

- Chamar previamente ajuda especializada;


- Verificar os sinais vitais;
- Manter a vítima aquecida e de maneira confortável;
- Procurar saber o máximo de informações possíveis sobre a
origem da intoxicação alimentar, como por exemplo, que tipo
de alimento a pessoa ingeriu;
- Deve ser um tratamento realizado por profissionais, sendo
indispensável a locomoção a uma unidade de saúde.

Intoxicação / Envenenamento por produtos Tóxicos ou


Remédios

Em geral, são causados por ingestão compulsória de remédios,


ingestão acidental ou proposital de substâncias nocivas ao organismo. A automedicação pode ser
provocada tanto por medicamentos originais, quanto por medicamentos genéricos.

Alguns dos sintomas podem apresentar queimaduras em volta da boca, vómitos, respiração
dificutada e limitada, unhas e lábios roxos, etc.

* Por ser uma situação em que o tempo é totalmente determinante, deve-se realizar o transporte
imediato da vítima ao hospital mais próximo. Jamais induza o vómito, pois, em alguns casos, pode
espalhar a substância tóxica pelas paredes do sistema digestivo, agravando o quadro;
* Se possível, levar a embalagem do remédio ou produto com o qual a vítima teve a intoxicação.

Intoxicação por Substâncias e/ou Venenos Inalados

- Remova a vítima do local para um ponto ao ar livre;


- Em caso de perda da consciência, inicie o procedimento de reanimação, descrito anteriormente.

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Capítulo VI – Lesões músculo-esqueléticas provenientes do


exercício físico da atividade profissional

As lesões músculo-esqueléticas relacionadas com o trabalho (LMERT) são uma das doenças mais
comuns relacionadas com o trabalho. A sua alta incidência testemunha a intensificação do trabalho,
condição que está a afetar um número crescente de trabalhadores e trabalhadoras nos locais de
trabalho.
A dor física e o desconforto causado por estas doenças, juntamente com o aumento do absentismo
implicou, torná-las uma prioridade para a prevenção da saúde ocupacional.
Qualquer trabalhador pode vir a sofrer de LMERT, no entanto, estas lesões podem ser evitadas
através de uma avaliação das tarefas que o trabalhador executa, da adoção de medidas preventivas
e de um controlo contínuo da eficácia dessas medidas.

Medidas de prevenção

A prevenção das LMERT passa sempre pela existência de um conjunto de procedimentos que
reduzam o risco de lesões.

Esses procedimentos constituem o modelo de gestão do risco de LMERT que integra as seguintes
principais componentes:

(1) A análise do trabalho;


(2) A avaliação do risco de LMERT;
(3) A vigilância da saúde do trabalhador
(4) A informação e formação dos trabalhadores

As metodologias de análise do trabalho recorrem a processos que decompõem o trabalho nos


distintos e sucessivas tarefas que o constituem, permitindo a observação dos pormenores, como
por exemplo, a aplicação da força no desenvolvimento das tarefas, a frequência das ações e a
postura adotada no desempenho da atividade de trabalho.
A análise ergonómica do trabalho que é realizada por ergonomistas, pela sua metodologia
específica, permite a compreensão dos diversos elementos referidos e pode contribuir para o
desenvolvimento de planos e programas de prevenção destas doenças ou lesões.
Daí que, esta análise ergonómica dos postos de trabalho é fundamental para a identificação de
problemas e soluções relativamente aos postos de trabalho, aos equipamentos de trabalho, aos
métodos de trabalho, à organização do trabalho.
Esta análise pode, portanto, permitir uma quantificação precisa da exposição a fatores de risco, a
identificação dos períodos de repouso, o conhecimento dos níveis de aplicação de força e o ritmo
de trabalho.

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Treino de posturas corretas

 Os móveis devem permitir posturas confortáveis, devem ser adequados às


características físicas do trabalhador e à natureza das tarefas, e devem permitir a
liberdade de movimentos;
 Ferramentas e instrumentos de trabalho devem ser adequados ao seu operador;
 Conhecer e utilizar corretamente as máquinas, aparelhos, substâncias e
equipamentos postos à disposição;
 Deixar no sítio adequado os dispositivos de segurança próprios das máquinas e das
instalações e utilizá-los corretamente;
 Adotar posturas corretas;
 Comunicar imediatamente à entidade patronal ou aos responsáveis, toda e qualquer
situação de trabalho que represente um perigo grave ou imediato para a segurança e
saúde, bem como qualquer defeito nos sistemas de proteção.
 Avaliar o peso das cargas antes do transporte manual.

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Exercícios de relaxe, de prevenção e de correção

A ginástica laboral em ambiente de trabalho é, nada mais nada menos, do que a prática de
exercícios físicos no local de trabalho. Esses exercícios têm como objetivo proporcionar boas
condições físicas e mentais aos colaboradores.

Normalmente, as técnicas aplicadas na ginástica laboral em ambiente de trabalho são de


respiração, alongamento, postura corporal e controlo e percepção corporal. É uma técnica
extremamente antiga, mas muitos ainda desconhecem os benefícios da ginástica laboral.

1. Ajuda na prevenção de doenças


O excesso de trabalho e a postura inadequada levam a diferentes tipos de patologias. A prática de
atividade física de forma regular previne a ocorrência desse tipo de problemas.

2. Ajuda a combater o sedentarismo


Ao promover a movimento de todo o corpo, a ginástica laboral no ambiente de trabalho ajuda a
combater e a reduzir o sedentarismo. Este tipo de atividades ajuda ainda a diminuir o stress, a
ansiedade e a depressão.

3. Melhora a condição física


Ainda que se tratem de exercícios físicos extremamente simples, a verdade é que ajudam a melhorar
diversos aspetos: flexibilidade, força, ritmo, coordenação, resistência e agilidade. Tudo isto
contribui para uma melhor postura, bem como uma maior mobilidade.

4. Reduz o cansaço e a fadiga


A melhoria do condicionamento físico traz, como principal consequência, a redução do cansaço e
da fadiga. As pausas efetuadas ao longo de um dia de trabalho ajudam a reduzir a fadiga, tanto
corporal como mental.

5. Melhora a autoestima
A ginástica laboral no ambiente de trabalho proporciona benefícios psicológicos que ajudam a
aumentar a autoestima. Mesmo que um indivíduo pratique atividades físicas apenas em ambiente
de trabalho, já ajuda a conseguir maior qualidade de vida.

6. Aumenta a produtividade
As pausas realizadas para fazer ginástica laboral no ambiente de trabalho proporcionam um maior
bem estar e aumentam o foco do colaborador, fazendo com que exista um aumento da
concentração e, consequentemente, da produtividade.

A ginástica Laboral é uma forma de atividade física que compreende exercícios específicos de
alongamento, fortalecimento muscular, reeducação postural, coordenação motora e relaxamento.
Esta é realizada em horário de expediente e decorre sempre na própria entidade patronal, tendo
como principal objetivo a diminuição de casos de LER/DORT e stress.

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Conclusão
Serviços Técnicos de Hidrobalneoterapia

Os Serviços Técnicos de Hidrobalneoterapia designam de forma abreviada o conjunto de serviços


de Balneoterapia, Hidroterapia e Fisioterapia / Eletroterapia e estão na dependência técnica do
Corpo de Fisioterapeutas.

Ao Corpo de Fisioterapeutas compete:

 A coordenação técnica dos serviços aludidos;


 Garantir a prestação dos cuidados de fisioterapia e medicina física prescritos;
 Controlar a execução das técnicas termais e complementares;
 Zelar para que o ambiente de trabalho seja calmo, silencioso e aprazível para o utente;
 Comunicar, atempadamente, ao Corpo Clínico as irregularidades que se verifiquem no
decurso das práticas termais com repercussões negativas no estado de saúde e de bem -
estar dos utentes;
 Informar o responsável hierárquico, por registo escrito, das eventuais anomalias de
funcionamento das instalações e dos equipamentos;
 Prestar informação quanto ao desempenho do pessoal que opera nos serviços em
referência.
O Corpo de Fisioterapeutas é coadjuvado por um Corpo de Auxiliares de Balneoterapia.

Ao Corpo de Auxiliares de Técnicas de Balneoterapia compete:

a) Antes da admissão do termalista, verificar o estado de limpeza das instalações e dos

equipamentos relacionados com o seu posto de trabalho, comunicando ao

responsável, em tempo útil, as anomalias, do foro higieno-sanitário e funcionais, que

forem detetadas;

b) Acolher o termalista com zelo e simpatia e informá-lo dos procedimentos a que vai ser sujeito;

c) Antes da iniciação da prática termal ler com atenção a ficha médica do utente, solicitando ao

superior hierárquico quaisquer orientações que considere de importância;

d) Tomar as precauções e orientações superiores para proteger o utente de deslizes ou

quedas nas cabines ou locais de tratamento;

e) Executar o tratamento respeitando a metodologia técnica e o tempo de execução que lhe são

inerentes ou indicações clínicas constantes do respetivo boletim médico;

f) Vigiar o termalista durante o período de tratamento, chamando o enfermeiro ou o

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médico, em caso de necessidade;

g) Abster-se de conversas de índole pessoal junto do utente, devendo contribuir para que o

ambiente de trabalho seja tranquilo e relaxante;

h) Cooperar com o auxiliar de serviços gerais que está a dar apoio à cabine ou local de

trabalho;

i) Colaborar para a existência de um ambiente calmo e silencioso no corredor de serviço;

j) Após a realização da prática termal, proceder à higienização do espaço e dos equipamentos que

definem o seu local de trabalho, de acordo com as regras vigentes;

k) Executar com eficiência e responsabilidade as tarefas que lhe forem confiadas;

l) Alertar com oportunidade o Responsável hierárquico para irregularidades de funcionamento

nomeadamente falhas de material de tratamento ou outro.

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Referências Bibliográficas
AA VV., Compilação de dados estatísticos sobre sinistralidade laboral e doenças profissionais em
Portugal, Ed. UGT, 2012

AA VV., Manual de higiene e segurança no trabalho, Programa de formação PME, AEP

AA VV., Qualificação de Técnicos Superiores de Higiene e Segurança no Trabalho: Manual de


Formação, Ed. Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial, 2007

Espiga, M., Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho: textos de apoio, Ed. CECOA

Manual TAT/TAS “Abordagem à Vítima” (2012) INEM

Manual “Suporte Básico de Vida” (2012) INEM

Manual de situações de emergência e primeiros socorros (2010)

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