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1) Condutores – materiais que permitem a circulação de corrente com a aplicação de pequenos valores
de tensão – 1023 elétrons livres/cm3 à temperatura ambiente.
Os materiais condutores são caracterizados por diversas grandezas, dentre as quais se destacam:
condutividade ou resistividade elétrica, coeficiente de temperatura, condutividade térmica, potencial de
contato, comportamento mecânico, etc. Estas grandezas são importantes na escolha adequada dos
materiais, uma vez que das mesmas vai depender se estes são capazes de desempenhar as funções que lhe
são atribuídas. A escolha do material condutor mais adequado, nem sempre recai naquele de características
elétricas mais vantajosas, mas sim, em um outro metal ou uma liga, que, apesar de eletricamente menos
vantajoso, satisfaz as demais condições de utilização.
Os principais materiais de elevada condutividade elétrica são os metais nobres, acrescidos de alguns de
outros grupos, e de suas ligas. Os metais de alta condutividade se empregam como condutores,
enrolamentos de máquinas elétricas e transformadores, etc. Por outro lado, em determinadas aplicações,
também há interesse em materiais, normalmente ligas, de alta resistência, para fins de fabricação de
resistências, aparelhos de calefação, filamentos para lâmpadas incandescentes, etc. Outros materiais que
oferecem interesse especial são os supercondutores.
RA Ωmm 2
ρ=
l ou ( Ωm ) (Segunda Lei de Ohm)
m
onde: ρ é a resistividade elétrica, cuja unidade é ohm x metro (Ωm); R é a resistência em ohm (Ω); A é a
área em metros quadrados (m2); e l é o comprimento em metros (m)
A distribuição uniforme de corrente através da seção de um condutor existe apenas para a corrente
contínua. Com o aumento da freqüência acontece uma distribuição não-uniforme de corrente, fenômeno
este chamado de “efeito pelicular”, pois em um condutor circular a densidade de corrente geralmente
aumenta do interior em direção a superfície. (Este assunto será estudado com detalhes em outras disciplinas
do curso de engenharia elétrica.)
COEFICIENTE DE TEMPERATURA
R(Ω)
Região
linear R2
R1
t1 t2
(-) Ti (+) T(ºC)
R1 R2
Assim, =
Ti + t1 Ti + t 2
Onde Ti é a temperatura inferida ou zero absoluto inferido, obtida através da extrapolação da parte linear
da curva até a interceptação do eixo das temperaturas (resistência igual a zero). A inclinação da reta que
corresponde à parte linear da curva é chamada de coeficiente de temperatura do material, sendo calculada
da seguinte maneira:
∆R R2 − R1
tgα = =
∆t t 2 − t1
tgα ∆R 1
α2 = = x
R2 ∆t R2
ou R2 = R1 (1 + α2 ∆t )
ou ρ 2 = ρ1 (1 + α 2 ∆t ) ; Δt = t2-t1 e ΔR=R2-R1
Desta forma pode-se calcular a resistividade ou a resistência de qualquer material a diferentes temperaturas.
No caso das ligas de dois metais, geralmente o material resultante apresenta resistividade superior à dos
seus componentes.
CONDUTIVIDADE TÉRMICA
A condutividade térmica de metais e ligas é de extrema importância pois ela demonstra a capacidade do
material de liberar para o ambiente o aquecimento causado pelas perdas. A energia térmica gerada a partir
da passagem da corrente elétrica pelo condutor deve ser transferida rapidamente para o ambiente, para
evitar alteração das condições do material. Por conta disso, é importante a avaliação da capacidade do
material em liberar esta energia para verificar a sua aplicabilidade nos equipamentos sem causar danos ao
mesmo.
l
A resistência térmica é calculada pela seguinte equação: RT = ρT , onde: ρT é resistividade térmica
A
específica.
Os materiais puros possuem baixo valor para a resistividade térmica, sendo o valor mais elevado para as
ligas metálicas.
TENSÃO DE CONTATO
Do contato entre dois metais diferentes aparece uma diferença de potencial entre as superfícies. Este fato
decorre da diferença entre as nuvens de elétrons presentes nos dois materiais, originando pressões internas
diversas. Em um circuito fechado de dois metais, a soma do potencial de contato, estando ambos os pontos
de contato à mesma temperatura, é igual a zero. Se as temperaturas são diferentes a tensão entre os
materiais (A e B) pode ser calculada pela seguinte equação:
K η
V= (T1 − T2 ) ln OA ;
e ηOB
onde: K é a constante de Boltzmann, T é a temperatura em cada material, e é a carga de um elétron, e ηO é o
número de elétrons livres por unidade de volume do material. (Este fenômeno é aplicado nos termopares)
FORÇA TERMOELÉTRICA
Analisando-se um condutor pelo qual circula uma corrente I, aplicando-se um campo magnético uniforme,
de densidade B, sobre o lado de maior comprimento, percebe-se que ocorre um deslocamento de elétrons
perpendicularmente ao campo. Isto cria uma força entre os elétrons e o campo que é dada por:
F = −evB ;
onde: v é a velocidade dos elétrons, B é a densidade do campo magnético, e e é a carga unitária dos
elétrons.
A força comprime os elétrons sobre uma das faces do condutor, dando origem a uma diferença de potencial
e um campo elétrico. Isto é conhecido como efeito Hall
Campo
magnético
Corrente
Tensão
de Hall
PONTO DE FUSÃO
É a temperatura na qual líquido e sólido podem coexistir em equilíbrio. Se for adicionado calor a um
sólido, uma parte dele fundirá e líquido irá se formar, mas a temperatura permanecerá constante enquanto
as duas fases estiverem presentes.
RESISTÊNCIA DE CONTATO
Quando se aplica uma peça metálica sobre outra, com objetivo de contato elétrico, estas ficam na verdade
separadas, qualquer que seja a pressão a que sejam submetidas, por uma distância relativamente grande, se
comparada às dimensões do átomo. Na verdade existem alguns pontos de contato perfeito e o resto dos
pontos a distância da ordem de mm, de onde se entende a existência da resistência de contato.
A partir do momento em que se apresentam ao mesmo tempo fenômenos condutores e disruptivos nos
contatos, não é possível aplicar a estes a lei de Ohm. Chama-se de “resistência de contato”, no entanto, a
relação entre a tensão nos bornes de um contato e a intensidade de corrente que o atravessa. Esta resistência
não é constante e depende da pressão a que estão submetidas às peças (pressão de contato), da composição
destas, da sua forma, da sua seção, do sentido e intensidade da corrente, etc.
A prata, o cobre, o bronze, o latão e o tungstênio dão bons contatos, a resistência dos contatos de alumínio,
entretanto, é muito elevada. O contato em corrente contínua apresenta uma resistência independente da
intensidade de corrente. Pode-se considerar bom um contato quando resulta muito pequena diferença de
temperatura entre o mesmo e os pontos ao redor. No caso de contato entre metais, deve-se ficar atento a
formação de pares galvânicos (em presença de um líquido condutor ou simplesmente da umidade).
Os metais são elementos químicos que formam sólidos opacos, lustrosos, bons condutores de eletricidade e
calor e, quando polidos, bons refletores de luz. A maioria dos metais é forte, dúctil, maleável e, em geral,
de alta densidade.
Principais características:
O cobre tem cor avermelhada característica, o que o distingue de outros metais, que, com exceção do ouro,
são geralmente cinzentos, com diversas tonalidades. O cobre apresenta as vantagens a seguir:
· baixa resistividade, que está fortemente associada à pureza. Somente a prata tem valor
inferior, porém o seu elevado preço não permite seu uso em quantidades grandes;
· características mecânicas favoráveis (fácil deformação a frio e quente e fácil
soldagem);
· sensível a ação do oxigênio do ar, ácidos, sais e amoníacos;
· baixa oxidação para a maioria das aplicações. O cobre oxida bem mais lentamente,
perante elevada umidade, que diversos outros metais; esta oxidação entretanto, é
bastante rápida quando o metal sofre elevação de temperatura. A oxidação pode ser
reduzida pelo acréscimo de materiais desoxidantes (Si, Al, Mg e Be);
· fácil deformação a frio e a quente: é relativamente fácil reduzir a seção transversal do
cobre, mesmo para fios com frações de milímetros de diâmetro.
O valor da condutividade informa sobre o grau de pureza do cobre. A máxima pureza é encontrada no
cobre obtido em ambiente sem oxigênio, quando se aproxima da condutividade do cobre eletrolítico.
Destaque-se então que a condutividade elétrica do cobre é muito influenciada na presença de impurezas,
mesmo em pequenas quantidades.
O cobre resiste bem à ação da água, de fumaças, sulfatos, carbonatos, sendo atacado pelo oxigênio do ar, e
em presença deste, ácidos, sais e amoníaco podem corroer o cobre.
Aplicações do Cobre:
Em função de suas propriedades, o cobre nas suas diversas formas puras tem determinadas suas aplicações.
O cobre encruado ou duro é usado nos casos em que se exige elevada dureza, resistência à tração e
pequeno desgaste, como no caso de redes aéreas de cabo nu em tração elétrica, particularmente, para fios
telefônicos, para peças de contato e para anéis coletores. O cobre recozido ou mole se usa nos demais
casos, principalmente em enrolamentos, barramentos, cabos isolados, na composição do latão etc.
Casos intermediários precisam ser devidamente especificados. Em muitos casos, porém, o cobre não pode
ser usado na forma pura, quando então as ligas de cobre passam a ser encontradas. Essas ligas são feitas
com metais escolhidos de modo a compensar ou melhorar alguma das propriedades do cobre, cabendo
destacar porém, que, geralmente, assim procedendo, estamos prejudicando outras propriedades.
A maior parte do cobre usado na indústria é em forma de fios e tiras de alta condutividade. Este material é
usado para enrolamentos de muitas máquinas ca e cc , das quais motores, geradores e transformadores. Os
calibres mais pesados de barras e tiras são largamente usados para barramentos e perfilados, por serem os
mais eficientes para conexões pesadas de corrente.
Ligas de Cobre:
A escolha de uma liga deve levar também em conta aspectos econômicos. A adição de certos elementos
(por exemplo o níquel e o estanho) pode aumentar o preço da liga, aumentando certas propriedades, ao
passo que, a presença de outros elementos (zinco, chumbo) permite abaixar o preço sem redução notável de
características técnicas.
Um exemplo de liga de cobre é o bronze. As ligas de cobre e estanho podem suportar adições mais ou
menos importantes de chumbo, de zinco e às vezes de níquel. O bronze apresenta a característica de ser
resistente ao desgaste por atrito, fácil usinagem e são ligas elásticas. Suas aplicações principais são em
rolamentos, partes de máquinas, engrenagens, trilhos de contato, molas condutoras, fios finos e peças
fundidas. As propriedades variam de acordo com o percentual de estanho. Já os latões tradicionais são ligas
de cobre e zinco, às quais se adiciona um pouco de chumbo ou alumínio.
Em princípio o uso de latões comuns não é aconselhável quando existirem problemas de corrosão. Porém
este não é o mesmo caso quando são empregados latões de alta resistência (55-70% Cu, 20-35% Zn + Al,
Mn, Fe, Ni, Sn, etc.), os quais são possuidores de excelentes propriedades mecânicas e de notável
resistência à corrosão em determinados ambientes.
Outras ligas de cobre seriam: cobre alumínio (8 a 12% de alumínio) que têm propriedades comparáveis
àquelas dos aços inoxidáveis, além da possibilidade de poderem ser obtidas mais facilmente, por fundição
em areia ou em moldes metálicos; ligas cobre-cromo,etc.
Aplicações:
· molas:condutivas ou não (cobre ao berílio, fósforo-bronze, níquel-prata);
· materiais de resistência: resistências de instrumentos - alta resistividade e baixos
coeficientes de temperatura (cobre-manganês-alumínio e cobre-manganês-níquel)
· imãs: para instrumentos elétricos (ferros cobre-níquel, cobaltos de cobre-níquel);
· contatos: cobre ao paládio, cobre com prata – contatos leves; cobre-tungstênio –
contatos pesados.
Principais características:
O alumínio é o segundo metal mais usado na eletricidade, havendo nos últimos anos uma preocupação
permanente em substituir mais e mais as aplicações do cobre pelo alumínio, por motivos econômicos.
Alguns aspectos, baseados principalmente no custo (mesmo levando em conta compensações no
dimensionamento das partes condutoras) e produção nacional maior do alumínio, têm levado a crescente
preferência pelo alumínio, cujo maior problema é a sua fragilidade mecânica e sua rápida, porém não
profunda, oxidação.
Mesmo considerando a necessidade de condutores de alumínio com diâmetro maior que seria necessário se
o material fosse cobre, o fio de alumínio ainda tem aproximadamente a metade do peso do de alumínio, o
que reduz o custo dos elementos de sustentação envolvidos, dado importante na construção de linhas de
transmissão. O uso do alumínio adquiriu, por essas razões importância especial nas instalações elétricas em
aviões.
A corrosão galvânica é uma situação particular, própria entre metais afastados na série galvânica dos
elementos. Devido ao grande afastamento e à conseqüente elevada diferença de potencial entre o cobre o
alumínio, essa corrosão se apresenta sempre que o contato entre Cu e Al ocorre num ambiente úmido. Por
essa razão, os pontos de contato Al-Cu precisam ser isolados contra a influência do ambiente.
O pequeno peso específico das ligas de alumínio leva, na área eletrotécnica, às seguintes aplicações
principais:
· em equipamento portátil, uma redução de peso;
· em partes de equipamento elétrico em movimento, redução de massa, da energia cinética e
do desgaste por atrito;
· de peças sujeitas a transporte, maior facilidade nesse transporte, extensiva à montagem dos
mesmos;
· em estruturas de suporte de materiais elétricos (cabos, por exemplo) redução do peso e
conseqüente estrutura mais leve;
· em locais de elevada corrosão, o uso particular de ligas com manganês
Relação bitola cobre/alumínio: dois condutores do mesmo comprimento, um de cobre e outro de alumínio,
tendo a mesma resistência ôhmica, apresentam as seguintes relações:
L L
RC = ρC RA = ρ A
SC SA
L L ρ ρ S ρ
para RC = RA → ρC = ρA ⇒ C = A ⇒ A = A
SC SA SC S A SC ρ C
D2
como S = π ; ρC = 0,017241; ρA = 0,028264
4
2
4πD A2 0,028264 D A DA
= ⇒ = 1,639 ⇒ = 1,28
4πDC2 0,017241 DC DC
aM γC
mas, γ = e = 3,289
πD L γ A
2
2
M C 4πD A2 L M C DA MC
= 3, 289 ⇒ = 3, 289 ⇒ = 2,0
MA4πDC2 L M A DC MA
Conclusão: um condutor de alumínio deverá ter diâmetro 28% superior que o de um de cobre para
transportar uma mesma corrente, tendo, no entanto, metade do peso.
Há umas cinco ligas que habitualmente se empregam na resolução de problemas diversos, tais como:
fabricação de reostatos, resistências de aquecimento para fornos, aquecedores e aparelhos de laboratório,
etc.Os fios resistentes são normalmente revestidos de uma película impermeável e isolante de óxido, a qual
permite bobinar resistências com as espiras encostadas, desde que a diferença de potencial entre os pontos
vizinhos não exceda qualquer coisa como 2V. Isto permite fabricar reostatos de variação dita contínua, com
um contato deslizante. Estes reostatos suportam geralmente temperaturas da ordem dos 600o.C.
Já vimos que as ligas com níquel e cromo têm elevada resistividade e baixo coeficiente de
termorresistividade, associados a uma alta resistência à oxidação e à alteração a altas temperaturas. As ligas
cobre-níquel têm menor resistividade que as de níquel-cromo e resistem pior às altas temperaturas, mas têm
um coeficiente de termorresistividade praticamente nulo às temperaturas normais, o que é importante para a
construção de aparelhos de medida de precisão. As ligas de cobre, níquel e zinco ou níquel e prata foram
primitivamente utilizadas para aplicações elétricas, mas foram sendo preteridas em favor das anteriormente
mencionadas.
As variedades negras cristalizam no sistema hexagonal mas, enquanto que se podem encontrar grandes
cristais de grafite natural bastante pura, os carbonos amorfos contêm pequenos cristais agrupados em
desordem. Por outro lado, enquanto que as impurezas existentes na grafite se encontram sob a forma de
inclusões, os carbonos amorfos contêm impurezas, especialmente metalóides como o oxigênio, o enxofre, o
boro e o azoto, que incluem na sua própria rede cristalina.
De tudo isto resulta que a grafite é muito mais densa, melhor condutora de eletricidade, um tanto oleosa e
menos sensível aos agentes químicos que os carbonos amorfos. A ação da temperatura elevada favorece a
recristalização destes, fazendo sair as impurezas, de maneira que as suas propriedades evoluem no sentido
de uma aproximação das da grafite, aproximação essa que será maior ou menor conforme a origem dos
carbonos. Este tratamento, feito habitualmente por aquecimento elétrico, chama-se grafitização.
Enquanto que as propriedades da grafite são bem definidas, as dos carbonos amorfos dependem da sua
origem e das condições de formação. A palavra carvão serve para designar os carbonos amorfos
aglomerados e que não constituem, portanto, grafite natural ou artificial.
Obtenção da Grafite :A grafite natural contém habitualmente impurezas de que tem de ser libertada. Os
carvões amorfos apresentam-se habitualmente sob uma forma dividida e porosa, pelo que sua utilização
para fins elétricos necessita de um trabalho da aglomeração. As matérias-primas mais freqüentemente
utilizadas são vários tipos de coque, negro de fumo e grafites naturais que começam por ser moídas,
peneiradas e adicionadas de um ligante. A pasta assim obtida é homogeneizada e metida em moldes ou
passada por fieiras e bem compactada. O material é então cozido lentamente, sob a proteção de pó de
coque, até uma temperatura de pelo menos 1000oC para completa eliminação das partículas voláteis do
ligante e para transformação em coque das restantes.
Os grãos de carbono encontram-se assim ligados por coque, por força da retração que se verifica, obtém-se
um carvão homogêneo, compacto e bom condutor de eletricidade. Este carvão diz-se amorfo, se a matéria-
prima era carbono amorfo, ou grafítico, se tratava de grafite. O carvão grafítico tem propriedades
intermédias entre o amorfo e a grafite propriamente dita.
Se levar-se o carvão amorfo a temperaturas acima 2200oC, produz-se uma modificação cristalina e uma
purificação. Daí uma evolução das propriedades do carvão no sentido das da grafite: aumento de densidade,
de condutibilidade elétrica e térmica e do seu caráter refratário. Ao produto assim obtido dá-se
habitualmente o nome de carvão eletrografítico. No quadro seguinte comparam-se as principais
propriedades de algumas variedades mais correntes de carbono.
Coeficiente de Termorresistividade: Enquanto que o cristal de grafite apresenta, tal como os metais, um
coeficiente de termorrestividade positivo, no carvão amorfo ou no grafítico dá-se o contrário. O respectivo
valor depende do tipo de carvão, mas está habitualmente compreendido entre: -1.10-4 oC-1 e 5.10-4 oC-1
Isto é assim até determinados limites de temperatura pois, a partir de 1500oC, começa a produzir-se a
grafitização, a qual dá lugar a um abaixamento irreversível da resistividade.
Há, no entanto, outras formas de comportamento como, por exemplo, no carvão electrografítico empregado
em eléctrodos e cujo coeficiente é negativo até cerca de 400oC e se torna positivo daí para cima, de forma
que a resistividade a 1500oC volta a ser correspondente à que se verifica a frio. Na sua fase positiva, o
coeficiente avizinha-se de 2,50.10-4 oC-1. O carvão é muito refratário, mantendo-se perfeitamente rígido
até 2000 oC e, se bem que se torne ligeiramente plástico a partir de 2600 oC, resiste bem aos reforços que
lhe possam ser pedidos até aos 3500 oC, podendo ser, por isso, empregado como elemento de resistências
elétricas, eletrodos, cadinhos, guarnição de fornos, etc. A volatilização só se começa a fazer sentir a partir
dos 2800oC à pressão normal.
Estas qualidades fazem com que o carvão tenha larga utilização como eletrodo de suporte de arco voltaico,
tanto mais que, verificando-se que a condutibilidade calorífica decresce rapidamente com o aumento da
temperatura, as pontas dos eletrodos ficam muito quentes e fixam bem o arco.
Por outro lado e algo aparentemente contraditório, o carvão é usado em contatos onde se pretende evitar a
existência de arco elétrico; com efeito, ele favorece menos o estabelecimento do arco que qualquer metal,
pois não funde e dá apenas lugar a óxidos voláteis. Quando o contato é deslizante, revela-se ainda outra
propriedade importante do carvão, que é a sua autolubrificação, devida à sua estrutura cristalina lamelar
que, à medida que se gasta, dá lugar ao aparecimento de uma fina poeira condutora. Tem o carvão um
poder irradiante apreciável e uma boa resistência química a agentes não oxidantes, dentro de certos limites
de temperatura.
São variadas as aplicações do carvão em eletrotecnia: elementos de resistências, resistências fixas elevadas,
eletrodos para fornos de arco, eletrodos para arcos de iluminação, carvões para soldadura, carvões para
contatos elétricos.
Elementos de resistência: As qualidades refratárias do carvão e a sua perfeita resistência ao choque térmico,
aliados a um grande poder irradiante, tornam este material muito conveniente para a fabricação de
resistências para altas temperaturas.
As resistências de carvão apresentam-se sob a forma de barras de seção circular, cheias ou tubulares, toros,
anéis, etc. A ligação do circuito às resistências de carvão exige precauções especiais, conseguindo-se, no
entanto, um bom contato com o cobre.
Resistências fixas elevadas: Para a obtenção de resistividades mais elevadas que as do carbono (6000
c m 2/cm) podem empregar-se aglomerados de carbono com uma base isolante mineral e um ligante
orgânico que constituirão elementos de resistência elevada com bom poder de dissipação e um coeficiente
de termorresistividade negativo.
Eletrodos para fornos de arco: O eletrodo para forno elétrico constitui a forma em que maiores quantidades
de carvão se consomem em eletrotecnia, podendo considerar-se dois grupos fundamentais: os de carvão
amorfo e os de carvão eletrografítico, sendo muito raro o emprego da
grafite natural.
Em contrapartida, têm menor condutibilidade térmica, pelo que dão lugar a maiores perdas e são mais
caros. O problema das impurezas é importante, pois vão influir na qualidade dos produtos fundidos, e daí
as precauções necessárias na seleção dos eletrodos, especialmente nos de carvão amorfo.
Outro problema é o da ligação elétrica dos eletrodos, a qual exige precauções e técnica adequada por forma
a manter sua continuidade.
Um supercondutor pode conduzir eletricidade sem resistência elétrica a temperaturas acima do zero
absoluto. Este fenômeno têm sido estudado desde 1911, quando foi descoberto por cientistas holandeses.
Além de conduzirem eletricidade sem perdas, supercondutores também transportam quantidades muito
grandes de corrente em condutores de pequena seção transversal.
Outra propriedade dos materiais supercondutores é que não permitem que campos magnéticos entrem em
seu interior (diamagnetismo perfeito). O efeito Meissner corresponde a uma "rejeição" do campo
magnético aplicado no supercondutor – o campo que nele penetra é muito menor que o campo aplicado;
para certos materiais, a penetração sequer existe. Isso resulta em uma força repulsiva entre o supercondutor
e qualquer ímã próximo.
A magnitude do campo magnético e de corrente elétrica fluindo através do material também afeta sua
habilidade de se tornar supercondutor. Um material pode exibir supercondutividade somente abaixo sua
temperatura crítica Tc, seu campo magnético crítico Hc e sua densidade de corrente crítica Jc.
A descoberta, em 1986, de materiais cuja perda de resistência se dava em temperaturas bem mais altas do
que nos supercondutores de baixa temperatura, criou novo interesse na supercondutividade para aplicações
em potência. A temperatura crítica dos chamados supercondutores de alta temperatura fica acima da
temperatura de fusão do nitrogênio líquido (77K), substância relativamente barata e comum. Logo estes
supercondutores resolveram o problema do custo de refrigeração. No entanto, um outro problema surgiu:
todos os supercondutores de alta temperatura conhecidos são cerâmicas frágeis, difíceis de colocar na
forma de fios para aplicações de potência.
Supercondutores são realmente sem perdas apenas sob condições de corrente contínua. Em condições de
corrente alternada, supercondutores dissipam potência através da magnetização e desmagnetização do
material, em um processo análogo à histerese no aço magnético. Estas perdas são muito menores que as
perdas resistivas nos condutores de cobre de igual capacidade, mas como são dissipadas em um ambiente
criogênico, sua remoção tem alto custo. Muito trabalho tem sido feito para reduzir as perdas AC em
semicondutores de alta temperatura, a fim de torná-los práticos para aplicações de potência:
· Supercondutores de alta temperatura para motores: esta tecnologia pode ser aplicada à
maquinas rotativas a fim de produzir aparelhos mais compactos, poderosos e eficientes;
Os elétrons em geral repelem-se mutuamente, tanto que alguns mecanismos especiais são necessários para
induzi-los a formar um par. Podemos entender melhor o fenômeno por meio de exemplo semiclássico: um
elétron move-se através da rede distorcendo-se ligeiramente e, deste modo, deixando em seu rastro uma
pequena concentração de cargas positivas maior do que a das vizinhanças. Se um segundo elétron estiver
próximo naquele exato momento, ele poderá ser atraído para esta região pela carga positiva, formando
então, um par com o primeiro elétron. É de nosso conhecimento que os supercondutores recém,
descobertos operam através de pares de Cooper mas, até 1988, não existe uma concordância universal
sobre o mecanismo pelo qual estes pares são formados.
5) Aplicações especiais
FUSÍVEIS
São empregadas na proteção de circuitos elétricos, tendo como constituintes principais: bismuto, cádmio,
chumbo, estanho. Consiste de uma peça de metal de base entre dois terminais num apoio apropriado.
Funções básicas:
Função passiva: transporte de corrente durante condições normais
do circuito (compatibilidade térmica e química);
Função ativa: interrupção de sobre-corrente durantes acidentes
(deve responder termicamente a correntes elevadas por fusão,
interrompendo o circuito).
Para construção de fusíveis são necessários materiais que se fundam entre 60 e 200ºC. A fusão de um
elemento fusível é seguida de arco, que deve ser completamente extinto dentro do cartucho fusível. Um
dimensionamento errado pode causar danos e explosão.
A tabela apresenta algumas composições típicas. Em certos fusíveis especiais são utilizados outros metais,
como a prata. Essas ligas são conhecidas sob nomes comerciais; sobre suas propriedades especiais (as
vezes o nome do respectivo inventor) devem ser consultados os fabricantes ou os manuais especializados.
Quando um condutor é aquecido por uma corrente elétrica e atinge uma temperatura estável, a energia
transformada em calor por efeito Joule (I2R) é igual ao calor que deixa a superfície do condutor por
convecção e radiação.A corrente necessária para fundir um fio de um determinado metal é calculável pela
fórmula de Preece:
I = a.d3/2
onde a é o coeficiente de Preece e depende do material, sendo alguns dos seus valores apresentados na Tab.
3.7 a seguir.
Uma dada intensidade de corrente permanecendo um tempo indispensável provocará a fusão do fio do
fusível e, assim, abrir-se-á o circuito elétrico logo que se extinga o arco elétrico resultante.
Materiais mais empregados para fusíveis: prata, cobre, estanho, chumbo, zinco, ou ligas destes. Metais
raros são utilizados em condições especiais. Fusíveis de alta qualidade são de prata e os menos precisos são
de cobre.
CONTATO ELÉTRICO
Conceito:
Junção entre dois metais ou ligas metálicas, iguais ou diferentes entre si, por onde passa uma corrente
elétrica.
O material destinado à fabricação de peças de contato deve ter características que satisfaçam por um longo
tempo as condições de perfeito funcionamento do dispositivo, nos quais as peças são empregadas.
Os materiais mais empregados são o cobre e a prata, e as ligas dos dois metais com outros.
Fenômenos e propriedades:
Assim, a área da superfície de contato acaba sendo bem menor que a total disponível. Esta diferença existe
devido à oxidação ou sulfatação do material do contato, que sofre a influência do ambiente externo e se
recobre por uma camada de óxido, que tem normalmente comportamento semicondutor. A área real de
contato se restringe aos trechos onde a pressão exercida ou o deslocamento entre os contatos remove a
camada.
Concordando com a segunda Lei de Ohm, quanto maior a área de contato menor será a resistência à
passagem da corrente elétrica. Como existe uma resistência no contato, aparece entre as peças uma queda
de tensão, que eleva a temperatura local.
A exigência econômica para as peças de contato, além do seu preço, se deve à continuidade das manobras
de forma ininterrupta. Para tal deve-se observar as características de durabilidade do material diante do
sistema mecânico de fechamento, das condições da corrente de interrupção, da extinção do arco, da
agressividade do meio que envolve as peças etc.
Durabilidade mecânica:
Assim, o material para o contato é escolhido considerando-se a sua resistência à oxidação e o tipo de
contato (por deslizamento ou pressão).
Durabilidade elétrica:
Capacidade de suportar as elevadas temperaturas provocadas pelo aparecimento do arco voltaico3 entre o
contato fixo e o móvel, quando se interrompe o circuito (abertura do contato).
Para prevenir a destruição das peças de contato, lança-se mão de câmaras de extinção, que deslocam,
alongam, subdividem e extinguem o arco, aplicam conjuntos de contatos, que interrompem o circuito em
mais de um ponto e usam metais que suportam e dissipam adequadamente o arco.
3
Deve-se a existência do arco à tendência dos elétrons, em movimento, manterem o circuito fechado, pois são
impulsionados pela força eletromotriz da fonte. A intensidade do arco depende da tensão e da corrente de
desligamento.
Causa desgaste na peça de contato por causa do choque entre as partes fixa e móvel, quando aparece um
pequeno arco. Daí, deve-se dimensionar o contato para serem bem pequenos (menor massa, menor choque)
e a velocidade de fechamento, bem como a pressão de contato (par que seja reduzida ao mínimo a repulsão
entre as partes).
É influenciada pelos seguintes fatores: força mecânica aplicada, forma das superfícies de contato e sua
condição de contaminação (oxidação ou sulfatação). Esta resistência de refere à resistência que aparece
pela redução da superfície de contato (de Ag para Ae) e a que aparece pela formação da camada de óxido
ou sulfato.
O calor provocado entre as peças de um contato de resistência de contato Rr pela passagem da corrente I
durante um dado tempo t, é dado por I2Rt. a elevação da temperatura no contato (Efeito Joule) pode causar
transformações no material. Por conta disto, os materiais de contato devem ter as seguintes características:
- Resistência de contato baixa (superfícies limpas e forças operantes baixas);
- Condutividade elétrica lata (para dar aquecimento mínimo);
- Capacidade térmica alta (grade massa e calor específico alto);
- Condutividade térmica alta (assegurar a transferência rápida e calor).
Além disso, os contatos dêem ser adequadamente ventilados para ajudar a perda de calor por radiação e
convecção.
Proteção de contatos:
Dispersão do arco:
Objetiva reduzir os efeitos destrutivos do arco, sendo aplicado em circuitos de corrente forte e diretamente
no percurso do arco. Tipos:
- Imersão de óleo: o óleo propicia o resfriamento dos contatos, reduzindo a duração
do arco. A turbulência causada pela ação do óleo e dos gás gerado, contribui para a
extinção do arco.
- Quebras múltiplas: utilizam-se várias interrupções em série em cada pólo para
desligar o circuito. Em circuitos cc a subdivisão do arco em várias porções torna
cada porção mais fácil de se dominar devido à conseqüente subdivisão da energia
total do arco. Em ca existe uma oposição o restabelecimento do arco.
- Desionização: a duração de um arco é consideravelmente reduzida quando são
conduzidos gases ou sólidos frios para a corrente de arco.
- Fuga magnética: se um aro é submetido a um campo magnético cuja direção é
perpendicular ao eixo do mesmo, haverá um deslocamento grande do arco devido à
sua reação com o campo magnético.
Prevenção do arco:
Objetiva evitar o arco, reduzindo a corrente e a voltagem abaixo dos valores mínimos de centelhamento
antes que os contatos sejam finalmente interrompidos. Tipos:
- Resistência de descarga: a ligação de uma reatância não indutiva através de uma
carga indutiva tem o efeito primário de reduzir o aumento da voltagem indutiva
quando o circuito é interrompido. A energia indutiva armazenada no circuito é
dissipada em uma larga extensão na resistência de descarga em vez de manter o
arco de contato.
- Circuito de esfriamento de retificador: para circuito cc contendo indutores, um
retificador ligado invertido através do indutor fornece um trajeto para a descarga
de energia magnética acumulada. Quando a fonte de cc ‘obtida de uma fonte ca
através de um arranjo retificador de ponte, a ação de esfriamento é inerente.
- Circuito de esfriamento de capacitor: um capacitor em série com resistor de
dissipação pode ser ligado através da carga ou através dos contato do interruptor e
aceitará energia do indutor.
Materiais de contato:
Metais:
Propriedade Cu Au Mo Pt Ag W
Resistividade (µ Ω m) 0,017 0,024 0,056 0,100 0,016 0,060
Ponto de fusão (ºC) 1.080 1.060 2.500 1.770 960 3.380
Calor específico (J/(kgK) 375 130 300 135 235 140
Condutividade térmica (mW/(mK) 38 29 14 7,0 41 16
Ligas à base de cobre: para melhorar as propriedades mecânicas do cobre, melhorando principalmente
rigidez e resistência à formação de película. Tipos: Berílio-cobre, cádmio-cobre, cromo-cobre, níquel-
cobre, níquel-cobre-zinco e prata-cobre.
São empregadas para fins especiais de maneira acentuar alguma propriedade específica. Tipos: ouro-prata,
paládio-cobre, paládio-prata, cobre-prata e platina-irídio.
Aplicação:
Os contatos de prata e suas ligas levam vantagem sobre os de cobre n maioria das aplicações industriais ou
m telecomunicações.
Quando se necessita de um maior capacidade térmica, utiliza-se a peça de cobre recoberta por uma camada
de prata de espessura variável.
Para aplicações onde se necessita de grande resistência ao desgaste, a prata é recomendada, para correntes
de até algumas centenas de ampéres.