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Filosofia

“Pensa que Deus existe? Justifique. Tenha em consideração a matéria lecionada


em aula.”

Considero-me uma pessoa ateísta, ou seja, que não acredita em Deus. Não creio que seja
plausível acreditar num Ser tão superior a nós, que seja totalmente perfeito, omnisciente e
omnipresente sem qualquer tipo de prova tirando a fé.
Apesar de existirem algumas teorias/argumentos que procuram explicar e provar a
existência de Deus, acredito que as objeções e as teorias contrárias às que as dos crentes
anuem acabam, de certa forma, por serem mais plausíveis e mais fortes.
Primeiramente penso que é totalmente contraditório afirmar que todas as coisas que nos
rodeiam foram causadas por outras, mas não Deus pois este não tem causa. Então como é
que Deus surgiu? Será ele infinito? Temos provas de que ele é realmente infinito? A
verdade é que vivemos num mundo demasiado vasto para termos uma certeza tão grande.
É importante ainda referir que, apesar de o nosso planeta ainda continuar a ter muitos
mistérios por desvendar o universo é um enigma ainda maior. Pouco é o conhecimento que
temos sobre o mesmo, como é que podemos alegar que Deus já existia antes do universo?
Será que o universo não é também ele infinito? Ao observar todas estas perguntas e
nenhuma resposta é possível afirmar que consentir que Deus não tem causa é irracional.
Para além disto, também não podemos estar seguros de que todo este poder pertence a
apenas um Deus, pode tratar-se de uma equipa de Deuses que se entreajudam. Temos
ainda o problema do mal. Seria irreal acreditar que algo ou alguém perfeito criasse tanto
mal no mundo. Sendo ou não um castigo seria incoerente e contraditório o perfeito
conceber o imperfeito.
Há quem afirme ainda que tudo o que está na natureza exista em extrema harmonia dando
até o exemplo de, tal como os relógios tenham de ter sido fabricados pelo relojeiro, também
o ser humano teve de ser concebido por alguém perfeito que estabelecesse a harmonia
necessária para a existência da vida. Este argumento trata-se de uma comparação muito
vaga e irreal. A natureza é algo extremamente complexo, estudado todos os dias por
cientistas que dedicam as suas carreiras e vidas em prol de uma nova descoberta, nada
que se compare com um mero relógio, que apesar de ter a sua complexidade é deveras
simples em contrapartida com aquilo que é a Natureza. É ainda um argumento muito fraco
em comparação com a teoria Darwinista. Darwin não refutou a existência de Deus, mas
refuta a necessidade de recorrer a Deus para explicar os fenómenos da Natureza e da sua
evolução.
Passando agora para uma das ideias que mais me parece ser utópica, a ideia de que é
realmente possível afirmar a existência de Deus apenas porque se trata de algo demasiado
perfeito e grandioso para não existir. Assim eu poderia idolatrar e considerar grandioso e de
extremo poder um vampiro que não seria por isso que eu iria provar a sua existência.
Apesar de ser um argumento um pouco controverso, o que acabei de dar, a verdade é que,
apesar da importância que foi atribuída a Deus, as provas da existência de um ou outro são
de igual veracidade, na minha perspetiva.
Também não é coerente simplesmente decidir que Deus existe e certamente que se Deus é
incompreensível para a razão humana jamais podemos saber de forma tão explicita e
pormenorizada as suas atitudes, tanto perante aqueles que não acreditam na sua existência
(que irão sofrer um castigo) como os crentes (irão ser recompensados). Podemos ainda
concluir que este raciocínio leva a interesses e mentiras já que muitos se podem afirmar
crentes apenas pelo prémio de uma vida interna em paz.
Em suma, creio que não temos quaisquer tipos de provas que permitam ter completa
convicção de que Deus realmente existe. Apesar disso penso ainda que pessoas crentes,
em circunstância alguma, devem ser ridicularizadas pelas suas ideias e princípios até
porque a sua ideia de Deus pode ser meramente para as ajudar a continuar a enfrentar as
adversidades da vida. Porém devem ser sim chamadas à atenção na medida em que não
devem ensinar ao outro algo incerto apenas porque é o que a igreja diz.

Renata Mergulhão
Nº 17, 11ºB

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