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Sócrates revolucionou o mundo com seu modo de pensar. Sua filosofia se


diferenciou dos pré-socráticos com um jeito novo de se chegar à verdade. Esse
jeito novo consiste em reconhecer primeiro a própria ignorância para partir em
busca do saber. sei".

Seu método parte da destruição daquilo que não é verdade. É através de


perguntas que Sócrates leva muitas vezes o opone nte a reconhecer sua
ignorância desmontando suas certezas.

Ao entrar no templo de Apolo Delfo, se deparou com um oráculo inscrito na


porta que dizia: "Conhece -te a ti mesmo". Uma voz misteriosa em seu interior,
que ele chama de daímon, revelou que essa seria a sua missão. A partir daí,
Sócrates se dedicou a filosofia.

Como já foi dito, Sócrates destrói o saber por meio de perguntas para
reconstruí-lo na procura da defini ção do conhecimento (maiêutica). É bom
lembrar também que Sócrates às vezes nunca chegava na resposta definitiva.
Em busca do conceito, suas discussões acabavam levando a nenhuma
conclusão definitiva.

Os sofistas viveram em uma época áurea da cultura grega. O século de


Péricles onde a democracia em Atenas desenvolveu intensa vida cultural e
artística.

Sofista etimologicamente significa dizer apenas "intelec tual que sabe falar".
Posteriormente adquiriu um sentido pejorativo de "alguém que usa de
raciocínio capcioso, de má-fé, com intenção de enganar".

Ao longo dos anos, os sofistas sempre foram mal interpretados devido a


criticas feitas por Sócrates e Platão. Hegel reabilita os sofistas denominando a
expressão Aufklärung grega para definir o período iniciado por eles.

Sábios e pedagogos, os sofistas contribuíram muito para o ensino. Formaram


um currículo de estudos que foi resgatado no período medieval.

Talvez o que mais escandalizava seus contemporâneos seja o fato de que eles
cobravam pelas aulas e por isso Sócrates os acusava de prostituição. Por não
serem suficientemente ricos para filosofarem descompromissadamente, faziam
da aula seu oficio.

Ensinavam a arte de argumentar e persuadir, indispensável para exercer a


cidadania numa democracia direta. Também davam aula s de retórica, que
consistia em defender e a atacar com argumentos de igual força o mesmo
assunto. Isso dava impressão de serem mau caráter, defendiam algo por
interesse próprio.


 

Ö v      Em Platão a filosofia tem um fim


prático, moral; é a grande ciência que resolve o problema da vida. Mas
Platão estende tal indagação ao campo metafísico e cosmológico, isto é,
a toda a realidade. 
Ö v  
 O corpo é inimigo do espírito, o sentido se opõe ao
intelecto, a paixão contrasta com a razão. Assim, considera Platão o
espírito humano peregrino neste mundo e prisioneiro na caverna do
corpo. Deve, pois, transpor este mundo e libertar -se do corpo para
realizar o seu fim, isto é, chegar à contemplação do inteligível, para o
qual é atraído por um amor nostálgico, pelo à 
.

Ö v 
    Os conceitos são 

, inatos no espírito
humano, donde têm de ser oportunamente tirados, e sustenta que as
sensações correspondentes aos conceitos não lhes constituem a
origem, e sim a ocasião para fazê-los reviver, relembrar conforme a lei
da associação.

Ö    concebia a existência de  :


a) Mundo Sensível: aquele que é apreendido por nossos sentidos - por
assim dizer, o mundo concreto -, que está em constante mutação;

b) Mundo Inteligível: abstrato -, o mundo das idéias, imutável, independente


do tempo e do espaço, que nos é acessível somente pelo intelecto
Platão dá ao conhecimento racional, conceptual, científico, uma base real, um
objeto próprio: as idéias eternas e universais. Do mesmo modo, dá ao
conhecimento empírico, sensível fundamento reais: as coisas particulares e
mutáveis, como as concebiam Heráclito e os sofistas.

Ö ± 
 
A ciência é objetiva; ao conhecimento certo deve corresponder a realidade.
Tudo no mundo é individual, contigente e transitório (Heráclito). Deve, logo,
existir um outro mundo de realidades. Estas realidades chamam -se È 
. As
idéias são cópias imperfeitas e fugazes. Assim a

 de homem é o homem
abstrato perfeito e universal de que os indivíduos humanos são imitações
transitórias e defeituosas.
Todas as idéias existem num mundo separado, o mundo dos inteligíveis,
situado na esfera celeste. A certeza d a sua existência funda-a Platão na
necessidade de salvar o valor objetivo dos nossos conhecimentos e na
importância de explicar os atributos do ente de Parmênides, sem, com ele,
negar a existência do
à
. Tal a célebre teoria das idéias, alma de toda fil osofia
platônica, centro em torno do qual gravita todo o seu sistema.

   

Aluno de Platão, a quem reconhecia o gênio, Aristóteles passou a discordar de


uma idéia fundamental de sua filosofia e, então, o pensamento dos dois se
distanciou. Talvez seja esse o ponto de partida para se falar da obra filosófica
aristotélica.

Ö v   
  Para Aristóteles,        :
este em que vivemos. Só nele encontramos bases sólidas para
empreender investigações filosóficas. Aliás, é o nosso deslumbramento
com este mundo que nos leva a filosofar, para conhecê-lo e entendê-lo.

Aristóteles sustenta que o que está além de nossa experiência não pode
ser nada para nós. Nesse sentido, ele não acreditava e não via razões
para acreditar no mundo das idéias ou das formas ideais platônicas.

Ele descreveu os campos básicos da investigação da realidade e deu -


lhes os nomes com que são conhecidos até os nossos dias: lógica,
física, política, economia, psicologia, metafísica, meteorologia, retórica e
ética.


Ö v 
 Filósofo que sistematizou a lógica, Aristóteles definiu as
formas de inferência que são válidas e as que não são, além de nomeá -
las. Durante dois milênios, estudar lógica significou estudar a lógica
aristotélica.
Primeiramente, o filósofo constatou que as coisa s não são a matéria de
que se constituem. 
Por exemplo, uma pilha de telhas, outra de tijolos, vigas e colunas de
madeira não são uma casa. Para se tornarem casa, é necessário que
estejam reunidas de um modo determinado, numa estrutura muito
específica e detalhada. Essa estrutura é a casa; e os materiais, embora
necessários, podem variar.




Ö  
  Para Aristóteles uma coisa é o que é devido a sua
 , ou seja, a explicação da coisa, a causa de algo ser aquilo que é.

Na verdade, Aristóteles distingue a existência de quatro causas diferentes e


complementares:

a) ¢
 : de que a coisa é feita? No exemplo da casa, de tijolos.
b) ¢   : o que fez a coisa? A construção.
c) ¢
: o que lhe dá a forma? A própria casa.
d) ¢ : o que lhe deu a forma? A intenção do construtor.
Embora Aristóteles não seja materialista (a forma não é a matéria), sua
explicação para o mundo está no próprio mundo. A essência de qualquer
objeto é a sua função. Se o olho tivesse uma alma, esta seria o olhar; se um
machado tivesse uma alma, esta seria o cortar.

Ö     Todos nós queremos ser felizes no sentido mais pleno
dessa palavra. Para obter a felicidade, devemos desenvolver e exercer
nossas capacidades no interior do convívio social.

Aristóteles elabora a doutrina do R  à


, pela qual a 
 à é um
ponto intermediário entre dois extremos, os quais, por sua vez,
constituem vícios ou defeitos de caráter.

A ética aristotélica é uma ética do comedimento, da moderação, do


afastamento de todo e qualquer excesso.

Para Aristóteles, é a ética que conduz à política. Governar é permitir aos


cidadãos viver a vida plena e feliz eticamente alcançada. O Estado,
portanto, deve tornar possível o desenvolvimento e a felicidade do
indivíduo. Por fim, o indivíduo só pode ser feliz em sociedade, pois o
homem é, mais do que um ser social, um animal político - ou seja, que
precisa estabelecer relações com outros homens.

Ö v    
 A arte é - em especial a tragédia - o que nos
proporciona as grandes noções sobre a vida, por meio de uma
experiência emocional.

  à Descarga de desordens emocionais que nos purifica, seja pela
piedade ou pelo terror que o conflito vivido pelas personagens desperta
em nós.

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Como sabemos, o Renascimento caracterizou-se por um movimento intelectual
baseado na recuperação dos valores e modelos da Antigüidade greco-romana,
contrapondo-os à tradição medieval ou adaptando-os a ela.

v
  Durante o período medieval, o poder político era concebido como
presente divino. Os teólogos elaboraram suas teorias políticas baseados nas
escrituras sagradas e no direito romano. No período do Renascimento, os
clássicos gregos e latinos passaram a lastrear o pensamento político.
Maquiavel, no entanto, elaborou uma teoria política totalmente inédita,
fundamentada na prática e na experiência concreta.

Como tinha sido diplomata e homem de estado, Maquiavel conhecia bem os


mecanismos e os instrumentos de poder. O que temos em "O Príncipe" é uma
análise lúcida e cortante do poder político, visto por dentro e de perto. 

v $    Em "O Príncipe" (palavra que designa todos os
governantes), a política não é vista mais através de um fundamento exterior a
ela própria (como Deus, a razão ou a na tureza), mas sim como uma atividade
humana. O que move a política, segundo Maquiavel, é a luta pela conquista e
pela manutenção do poder.

A primeira leitura que se fez dos escritos de Maquiavel tomou o livro como um
manual de conselhos práticos aos govern antes. A premissa de que "os fins
justificam os meios" (frase que não é de Maquiavel, no entanto) passou a
nortear a compreensão da obra. Daí a reputação de 

 dada ao
governante sem escrúpulos.

v      
%  O procedimento principal do
narrador é comparar experiências históricas com fatos contemporâneos, a fim
de analisar as sociedades e a política. Em algumas passagens, o próprio autor
se torna personagem das situações que descreve.

Podemos dividir a obra política de Ma quiavel em quatro partes: classificação


dos Estados; como conquistar e conservar os Estados; análise do papel dos
militares e conselhos aos políticos para manutenção do poder. Dizemos que
Maquiavel é o fundador do pensamento político contemporâneo, pois fo i o
primeiro a pintar os fatos "como realmente são" e não mais "como deveriam
ser".

± &'' (    


A filosofia de Hobbes é marcada por uma profunda influência de Bacon e


Galileu. Abandonando as grandes pretensões metafísicas, buscou investigar as
causas e propriedades das coisas. Para ele, a filosofia é a ciência dos corpos,
que se divide em corpos naturais (filosofia da natureza) e corpo artificial ou
Estado (filosofia política).

Hobbes quis fundar a sua filosofia política sobre uma construção racional da
sociedade, que permitisse explicar o poder absoluto dos soberanos. Mas as
suas teses, publicadas ao longo dos anos, e apresentadas na sua forma
definitiva no Xà
, de 1651, não foram be m aceitas.

A justificação de Hobbes para o poder absoluto é estritamente racional e


friamente utilitária, completamente livre de qualquer tipo de religiosidade e
sentimentalismo, negando implicitamente a origem divina do poder.

O que Hobbes admite é a existência do pacto social. Esta é a sua originalidade


e novidade.

Hobbes não se contentou em rejeitar o direito divino do s soberanos, fez tábua


rasa de todo o edifício moral e político da Idade Média. A soberania era em
Hobbes a projeção no plano político de um



  filosófico ligado ao
nominalismo, que conferia um valor absoluto à vontade individual. A conclusão
das deduções rigorosas do pensador inglês era o gigante Xà
, dominando
sem concorrência a infinidade de indivíduos, de que tinha feito parte
inicialmente, e que tinham substituído as suas vontades individuais à dele, para
que, pagando o preço da sua dominação, obtivessem uma proteção eficaz.
Indivíduos que estavam completamente entregues a si mesmos nas suas
atividades normais do dia-a-dia.

Infinidade de indivíduos, porque não se encontra em Hobbes qual quer


referência nem à célula familiar, nem à família alargada, nem tão -pouco aos
corpos intermédios existentes entre o estado e o indivíduo, velhos resquícios
da Idade Média. Os conceitos de «densidade social» e de «interioridade» da
vida religiosa ou espiritual, as noções de sociabilidade natural do homem, do
seu instinto comunitário e solidário, da sua necessidade de participação, são
completamente estranhos a Hobbes.

É aqui que Hobbes se aproxima de Maquiavel e do seu empirismo radical, ao


partir de um método de pensar rigorosamente dedutivo. A humanidade no
estado puro ou natural era uma selva . A humanidade no estado social,
constituído por sociedades civis ou políticas distintas, por estados soberanos,
não tinha que recear um regresso à selva no relacionamento entre indivíduos, a
partir do momento em que os benefícios consentidos do poder abso luto, em
princípio ilimitado, permitiam ao homem deixar de ser um lobo para os outros
homens. Aperfeiçoando a tese de Maquiavel, Hobbes defende que o poder não
é um simples fenômeno de força, mas uma força institucionalizada canalizada
para o direito (positivo), construindo assim a primeira teoria moderna do
Estado.

Deste Estado, sua criação, os indivíduos não esperam a felicidade mas a ,
condição necessária à persecução da felicidade. Paz que está subordinada a
um aumento considerável da autoridade - a do Soberano, a da lei que emana
dele.

Mas, mesmo parecendo insaciável, esta invenção humana com o nome de um


monstro bíblico, não reclama o homem  . De fato, em vários aspectos o
absolutismo político de Hobbes aparece como uma espécie de liberalismo
moral. Hobbes mostra-se favorável ao desenvolvimento, sob a autoridade
ameaçadora da lei positiva, das iniciativas individuais guiadas unicamente por
um interesse individual bem calculado, e por um instinto racional aquisitivo.

pp

*  )
 

A razão conhece sem ajuda da experiência. Todo fator empírico (imagens)


devem ser ignoradas para que a razão (faculdade inata) funcione plenamente.

Todo conhecimento deriva da experiência sensível ± única fonte do


conhecimento. O espírito é como uma folha d e papel em branco.
Racionalismo ± matemática ± juízos universais e necessários (

);
metafísica (conhecimento de uma realidade que transcende os limites da
experiência).

Empirismo ± ciências da observação ± juízos particulares e contingentes (


à

), nega a metafísica e condiciona o conhecimento aos fenômenos, aos
limites da experiência. A função da razão é ordenar logicamente os objetos que
os sentidos oferecem

*  
v    
  

Segundo Descartes, a razão é a única via segura pela qual o conhecimento do


mundo pode ser obtido. Particularmente, a visão racionalista dele defende a
possibilidade de alcance de uma verdade absoluta, incontestável. De acordo
com o pensamento cartesiano, era necessário primeiramente duvidar de todo
conhecimento acumulado anteriormente sobre um assunto.
Em outras palavras, evitar toda "precipitação" e toda "prevenção"
(preconceitos) e só ter por verdadeiro o que for claro e distinto, isto é, o que "eu
não tenho a menor oportunidade de duvidar". Por conseguinte, a evidência é o
que salta aos olhos, é aquilo de que não posso duvidar, apesar de todos os
meus esforços, é o que resiste a todos os assaltos da dúvida, apesar de tod os
os resíduos, o produto do espírito crítico.
Passado o momento em que as novas questões sobre o objeto surgiram, era
necessário que a experimentação e a observação fossem realizadas para a
abertura de novos caminhos que pudessem explicar melhor aquilo q ue foi
estudado. As novas conclusões elaboradas deveriam, dessa maneira, compor
um conjunto de leis que pudessem esgotar todos os aspectos que se
relacionam com a compreensão do objeto. À medida que se mostrassem
eficazes, essas leis comprovariam a tese elaborada por um estudioso.
Esse caminho constituído pela dúvida, a experimentação e a formulação de leis
demonstra visivelmente as influências que viriam a predominar na constituição
dos preceitos racionalistas do iluminismo.
Idéias:  : encontramos em nós mesmos, nascidas junto com a nossa
consciência, não deriva da experiência. Ex.: ideia de infinito e perfeição .
  + 
,  fora de nós e nos remetem a coisas diferentes de
nós, dependem de nossa percepção sensível suscetíveis à dúvida.
c 
'
-
+  .,  criadas por nós, ilusórias, formadas
a partir de elementos que experimentamos. Ex.: unicórnio (união da concepção
de chifre e de cavalo).
Deus: A existência de Deus, ser perfeito, garante a existência do mundo e da
res extensa (o pensamento de Deus é a idéia de um ser perfeito, se um ser é
perfeito, deve ter a perfeição da existência, senão lhe faltaria algo para ser
perfeito. Portanto, ele existe)
Se Deus existe e é perfeito, não me engana. Garante as ideias claras e
distintas O que caracteriza a natureza do mundo é a matéria e o movimento
(res extensa), em oposição à natureza espiritual do pensamento ( res cogitans).
Dualismo corpo (objeto de estudo da ciência) e alma (objeto de estudo da
reflexão filosófica).

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