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Anatomia Humana

Básica
Professora Me. Gislaine Cardoso de Souza Fiaes
2021 by Editora Edufatecie
Copyright do Texto C 2021 Os autores
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP

F442a Fiaes, Gislaine Cardoso de Souza


Anatomia humana básica. Paranavaí:EduFatecie, 2021.
112 p. : il. Color.

1. Anatomia humana. 2. Sistema nervoso. 3. Sistema


musculoesquelético. I. Centro Universitário UniFatecie.
II. Núcleo de Educação a Distância. III. Título.

CDD : 23 ed. 611


Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577

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AUTORA

Professora Me. Gislaine Cardoso de Souza Fiaes

● Mestre em Ciências Farmacêuticas (Universidade Estadual de Maringá)


● Bacharel em Farmácia Generalista (UniCesumar).
● Especialista em Farmacologia Aplicada à Terapêutica (Universidade Estadual
de Maringá).
● Docente do curso de Farmácia e Estética e Cosmética - (Universidade Para-
naense - Unipar). Com experiência docente de 3 anos ministrando a disciplina
de Anatomia Humana.
● Link do Currículo na Plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/8017598356774912
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL

Seja muito bem-vindo(a) à disciplina de Anatomia Humana!

Prezado(a) aluno(a), a partir de agora estamos iniciando uma jornada que discipli-
na construiremos um arsenal de conhecimento a respeito das estruturas e organização do
corpo humano. O interesse sobre o conhecimento detalhado do corpo humano começou a
receber atenção no final do século XX, através da dedicação de pesquisadores que tornou
possível desvendar a forma e estrutura do corpo humano.
Na unidade I iniciaremos nosso estudo a partir da introdução ao estudo da anatomia
humana através da definição, terminologia anatômica e planos de secção do corpo humano
que fornecerá embasamento para a compreensão dos tópicos seguintes. Posteriormente,
iniciaremos o estudo do aparelho locomotor através do estudo de três sistemas: esquelé-
tico, articular e muscular. A respeito do sistema esquelético será abordado, suas funções,
composição, formatos e classificações. O sistema articular estudaremos a definição e as
classificações articulares. E finalizamos, estudando o sistema muscular que é tão complexo
e fascinante ao mesmo tempo, mas veremos de maneira simples e de fácil entendimento as
funções e classificações musculares.
Na unidade II abrange o estudo do sistema circulatório que consiste no estudo do
sistema cardiovascular que envolve a compreensão das estruturas do coração, e vasos
sanguíneos como as artérias que levam às células o sangue arterial e as veias que trans-
portam o sangue venoso de volta para o coração. Sobre o sistema linfático, será abordado
sua função e a identificação dos órgãos linfáticos.
Na sequência, será apresentado o sistema respiratório, com todas as suas estrutu-
ras anatômicas que viabilizam o processo de troca gasosa.
A unidade III abordará o fascinante tópico relacionado ao sistema nervoso central
e periférico, apresentando o tecido nervoso, as funções e descrição das estruturas anatô-
micas. Finalizaremos, com a unidade IV estudando o sistema digestório, urinário e genital
masculino e feminino, abordando as funções atribuídas a cada uma destes sistemas e a
descrição das estruturas anatômicas pertencentes a cada um destes sistemas.
Aproveito para reforçar o convite a você, para junto conosco percorrer esta jornada
de conhecimento e multiplicar os conhecimentos abordados em nosso material. Esperamos
contribuir para seu crescimento pessoal e profissional.

Muito obrigado e bom estudo!


SUMÁRIO

UNIDADE I....................................................................................................... 3
Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor

UNIDADE II.................................................................................................... 27
Sistemas Cardiovascular, Linfático e Respiratório

UNIDADE III................................................................................................... 57
Sistema Nervoso

UNIDADE IV................................................................................................... 83
Sistemas Digestório, Urinário e Genital
UNIDADE I
Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e
Aparelho Locomotor
Professora Me. Gislaine Cardoso de Souza Fiaes

Plano de Estudo:
Tópico 1 - INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA
● Introdução a Anatomia Humana ● Níveis de Organização do corpo humano
● Terminologias anatômicas.● Posição anatômica● Planos anatômicos e Secções
● Termos de posição e direção
Tópico 2 - SISTEMA ESQUELÉTICO
● Conceituar o Sistema esquelético;● Divisão do Esqueleto Humano ;● Composição dos
ossos;● Funções do Sistema Esquelético;● Classificação Morfológica dos Ossos.
Tópico 3 - SISTEMA ARTICULAR
● Definição do Sistema articular;● Classificação Estrutural das Articulações;
● Articulações fibrosas;● Articulações cartilagíneas;● Articulações sinoviais.
Tópico 4 - SISTEMA MUSCULAR
● Conceito sobre o sistema muscular;● Tecido muscular;● Funções e classificação dos
músculos.

Objetivos da Aprendizagem:
● Definir anatomia humana;
● Identificar os níveis de organização estrutural do
corpo humano e as terminologias anatômicas;
● Definir os três sistemas que formam o aparelho locomotor:
Sistemas esquelético, articular e muscular;
● Compreender as funções e classificações dos sistemas
esquelético, articular e muscular.

3
INTRODUÇÃO

O estudo da anatomia humana é extremamente interessante por proporcionar a


compreensão da constituição do corpo e como ele funciona permitindo à você adquirir
conhecimentos que serão fundamentais na aplicação clínica após sua formação como
profissional da área da saúde.
Portanto, na unidade I iniciaremos nosso estudo a partir da introdução ao estudo
da anatomia humana através da definição, terminologia anatômica e planos de secção do
corpo humano que fornecerá embasamento para a compreensão dos tópicos seguintes.
Posteriormente, iniciaremos o estudo do aparelho locomotor através do estudo de três sis-
temas: esquelético, articular e muscular. A respeito do sistema esquelético será abordado,
suas funções, composição, formatos e classificações. O sistema articular estudaremos a
definição e as classificações articulares. E finalizamos, estudando o sistema muscular que
é tão complexo e fascinante ao mesmo tempo, mas veremos de maneira simples e de fácil
entendimento as funções e classificações musculares.

UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 4


1. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA

A anatomia é a ciência que estuda, macro e microscópicamente, a constituição e o


desenvolvimento do corpo humano. Utilizamos o termo Morfologia para englobar as duas
áreas de estudo anatômico, sendo elas:
Anatomia microscópica que está relacionada com as estruturas corporais invisíveis
a olho nu e necessita de recurso instrumental para ampliação, como: lupas, microscópios
ópticos e eletrônicos. Esta área se subdivide em: Citologia (estudo das células) e Histologia
(estudo dos tecidos e como estes se organizam para a formação de órgãos).
Anatomia macroscópica estuda as estruturas visíveis a olho nu, abordada da
seguinte forma: anatomia de superfície (estuda as formas na superfície do corpo que re-
vela os órgão que ficam escondidos, ex., estudo de músculos que se destacam por baixo
da pele de halterofilistas), anatomia regional (estuda regiões específicas do corpo, ex.,
cabeça, pescoço, tórax, abdome). Enquanto, a anatomia sistêmica concentra os estudos
nos sistemas que atuam na realização de funções complexas. O estudo macroscópico
da anatomia sistêmica é a forma mais comum de proceder os estudos anatômicos rela-
cionados à forma e as funções. Para exemplificar, estudamos isoladamente os aspectos
anatômicos do sistema esquelético, sistema articular e o sistema muscular, no entanto,
nenhum sistema do corpo humano funciona sozinho, juntos formam o chamado aparelho
locomotor. (DANGELO; FATTINI, 2007; MARIEB, WILHELM; MALLATT, 2014).

UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 5


1.1 Níveis de Organização do corpo humano
O corpo humano é organizado estruturalmente em seis níveis que se estende
desde átomos até a pessoa como um todo e ajuda na compreensão da anatomia, os níveis
organizacionais do corpo humano, são os seguintes: os níveis químico, celular, tecidual,
orgânico, sistêmico e organizacional (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

1) O nível químico inclui os átomos, que são as menores unidades da matéria

que participam de reações químicas e são essenciais para a manutenção da vida, como por

exemplo: oxigênio, carbono, hidrogênio, fósforo e cálcio. E as moléculas, que são caracte-

rizadas pela ligação de átomos entre si, um exemplo das moléculas encontradas no corpo

humano são o ácido desoxirribonucleico (DNA), o material genético passado de geração

em geração, e a glicose (açúcar do sangue).

2) Nível celular: A combinação de moléculas formam as células, que são as

unidades estruturais e funcionais básicas de um organismo e originam os tecidos que são

o próximo nível de organização. Como exemplos de células, temos: as células musculares,

células nervosas e as células epiteliais.

3) O nível tecidual é formado por grupos de células com uma função específica.

Existem quatro tipos básicos de tecidos em nosso corpo: o tecido epitelial, o tecido conjuntivo, o

tecido muscular e o tecido nervoso. O tecido epitelial recobre as superfícies externas e internas

do corpo. O tecido conjuntivo conecta, dá sustentação e protege os órgãos do corpo. O tecido

muscular realiza contração produzindo movimento do corpo gerando calor. O tecido nervoso

transmite informação de uma parte do corpo para outra por meio de impulsos nervosos.

4) Nível orgânico: os órgãos são as estruturas compostas por diferentes tipos

de tecidos e desempenham funções específicas. Exemplos de órgãos incluem o estômago,

a pele, os ossos, o coração, o fígado, os pulmões e o encéfalo.

5) Nível sistêmico: Um sistema é caracterizado por órgãos relacionados com

uma função em comum como, por exemplo, o sistema digestório, que digere e absorve

os alimentos. Seus órgãos incluem a boca, as glândulas salivares, a faringe, o esôfago, o

estômago, o intestino delgado, o intestino grosso, o fígado, a vesícula biliar e o pâncreas.

Em alguns casos um órgão pertence a mais de um sistema.

6) Nível organizacional: Um organismo envolve todas as partes do corpo hu-

mano, funcionando em conjunto.

UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 6


1.2 Terminologias anatômicas
Assim como toda ciência, a anatomia também possui sua linguagem própria para
descrever o organismo e suas partes, a padronização nos termos foi necessária pois no
final do século XIX houve um avanço nas descobertas anatômicas gerando certa desor-
dem, pois a mesma estrutura recebe denominações diferentes em cada centro de estudo.
Em 1895, foi criada a primeira nomenclatura internacional na tentativa de uniformizar
os termos e dando origem ao que chamamos de terminologia anatômica internacional
(DANGELO; FATTINI, 2007).
O conhecimento da terminologia anatômica é importante para promover a expres-
são clara e apropriada dos termos de maneira correta. Embora você conheça os termos
coloquiais para designar as partes e regiões do corpo o que é importante para facilitar a co-
municação com os indivíduos leigos que procurem atendimento, vocês futuros profissionais
da área da saúde aprendam o uso da terminologia anatômica internacional, para permitir
a comunicação precisa entre profissionais de saúde e cientistas do mundo todo (MOORE;
DALLEY; AGUR, 2014).

1.2.1 Posição anatômica


A posição anatômica é uma posição de referência utilizada em todas as descrições
anatômicas dando significado aos termos direcionais utilizados na descrição das partes e
regiões do corpo. As discussões sobre o corpo, o modo como se movimenta, sua postura
ou a relação entre uma e outra área assumem que o corpo como um todo está numa
posição específica chamada posição anatômica.
A posição anatômica refere-se à posição do corpo onde o indivíduo se encontra
ereto (posição ortostática, é o mesmo que em pé) com a cabeça, e pés apontados para
frente e o olhar para o horizonte, os membros superiores estendidos ao lado do tronco
e as palmas das mãos voltadas para frente (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). Usando
essa posição e a terminologia apropriada, você pode relacionar com precisão uma parte do
corpo a qualquer outra parte.

1.2.2 Planos anatômicos e Secções


Para estudarmos a Anatomia Humana é necessário conhecermos os chamados
planos anatômicos, que são fundamentais para facilitar as descrições anatômicas, localiza-
ção e a situação dos diferentes órgãos do corpo baseando-se em quatro planos imaginários
que cruzam o corpo na posição anatômica (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).

UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 7


● Plano mediano ou também chamado de plano sagital mediano: É carac-
terizado por ser plano vertical que corta o corpo longitudinalmente, dividindo o corpo em
metades direita e esquerda que passa através da linha mediana do corpo.
● Plano sagital: são planos verticais que atravessam o corpo paralelamente ao
plano mediano.
● Plano frontal (coronal): são planos verticais que atravessam o corpo formando ân-
gulos retos com o plano mediano, dividindo o corpo em partes anterior (frente) e posterior (atrás).
● Plano transverso: são planos horizontais que atravessam o corpo formando
ângulos retos com os planos mediano e frontal, dividindo o corpo em partes superior e inferior.

1.2.2.1 Planos de secção


Ao estudar uma região corporal é mostrada uma secção do mesmo. Uma secção
é um corte do corpo ou de um de seus órgãos feito ao longo de um dos planos anatômicos
descritos acima. É importante conhecer o plano da secção para compreender a relação
anatômica de uma parte com a outra. A Figura 1 exemplifica três principais planos de sec-
ção: sagital, frontal e transversal, através de visões diferentes do encéfalo.

FIGURA 1. REPRESENTA OS PLANOS ANATÔMICOS SAGITAL, FRONTAL/

CORONAL E TRANSVERSO QUE CRUZAM O CORPO NA POSIÇÃO ANATÔMICA.

1.2.3 Termos de posição e direção


Para localizar as estruturas corporais, são utilizados termos de posição e direção.
Partindo do princípio que o corpo do indivíduo encontra-se na posição de referência que é
chamada posição anatômica, os anatomistas utilizam dois termos de posição que descrevem
o corpo deitado. Se o corpo está com o rosto voltado para baixo, ele está em decúbito ventral.
No entanto, se o corpo está com o rosto voltado para cima, ele está em decúbito dorsal.

UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 8


Quanto aos termos de direção específicos que descrevem a posição de uma parte
do corpo em relação à outra. Existem vários termos direcionais que são agrupados em
pares com e possuem significados opostos, ex., anterior (frente) e posterior (atrás). Abaixo
estão listados os principais termos direcionais com seus respectivos exemplos (TORTORA;
DERRICKSON, 2016).

TERMOS DIRECIONAIS EXEMPLO DE USO


Superior O coração é superior ao fígado
Inferior O estômago é inferior aos pulmões
Anterior O esterno é anterior ao coração
Posterior O esôfago é posterior à traquéia
Medial A ulna é média ao rádio
Lateral Os pulmões são laterais ao coração
Proximal O úmero é proximal ao rádio
Distal As falanges são distais aos ossos carpais
Superficial As costelas são superficiais aos pulmões
As costelas são profundas em relação à
Profundo
pele do tórax
A vesícula biliar e o colo ascendente são
Ipsilateral ipsilaterais (estão do mesmo lado)
O colo ascendente e o colo descendente
Contralateral são contralaterais (estão em lados opostos
do corpo)

UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 9


2. SISTEMA ESQUELÉTICO

O sistema esquelético é composto por vários tecidos diferentes e atua em conjunto


com cartilagem e articulações. Cada osso do corpo é considerado um órgão, sendo respon-
sável por fornecer suporte e sustentação ao corpo, servem como ponto de fixação para os
músculos e armazenamento de minerais (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014).

2.1 Divisão do Esqueleto Humano


O sistema esquelético é dividido em duas partes funcionais: esqueleto axial que é
formado pelos ossos da cabeça, pescoço, e tronco localizados no centro do corpo. Enquan-
to, o esqueleto apendicular é formado pelos ossos dos membros superiores e inferiores,
inclusive aqueles que formam os cíngulos dos membros superiores e dos membros inferio-
res. A união do esqueleto axial com o apendicular acontece por meio das cinturas escapular
e pélvica (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

2.2 Composição dos ossos


O tecido ósseo é composto por dois tipos de osso, o osso compacto e o osso
esponjoso. Diferencia-se pela quantidade de material sólido e pelo número e tamanho dos
espaços que eles contêm, sendo que a proporção de osso compacto e esponjoso varia de
acordo com a função do osso (TORTORA; DERRICKSON, 2016).
O osso esponjoso localiza-se no interior do osso e seu aspecto esponjoso se deve
a presença de espaços entre as lamínulas ósseas que são chamadas de trabéculas ósseas.
Em algumas partes o osso esponjoso é substituído por uma cavidade medular que abriga a

UNIDADE II
I Introdução
Sistema Cardiovascular,
ao Estudo daLinfático
Anatomia e Respiratório
Humana e Aparelho Locomotor 10
medula óssea amarela (armazena gordurosa) ou vermelha responsável pela função hemato-
poiética (produção de células sanguíneas e plaquetas) (TORTORA; DERRICKSON, 2016).
O osso compacto está presente em todos os ossos como uma camada compacta,
fina e superficial em torno de uma massa central de osso esponjoso, a proporção entre osso
compacto e esponjoso é responsável por sua resistência. Os ossos longos, por exemplo,
possuem uma maior quantidade de osso compacto no corpo do osso (diáfise), quando com-
parado às demais categorias de ossos. Abordaremos agora a estrutura dos ossos longos
(Figura 2), que são as seguintes:
● Diáfise: é a haste longa do osso (corpo do osso). Ela é composta principalmente
por tecido ósseo compacto, proporcionando resistência ao osso longo.
● Epífises: são as extremidades de um osso longo e locais onde um osso se
articula a um segundo osso, formando uma articulação. Cada epífise é coberta
com uma fina camada de cartilagem hialina, chamada cartilagem articular.
● Linha epifisial: Localiza-se entre a diáfise e cada epífise de um osso longo
adulto. É um sinal da lâmina epifisial, que é um disco de cartilagem hialina
responsável pelo crescimento ósseo (alongamento do osso) durante a infância.
● O periósteo (periósteo = em torno do osso) é uma membrana de tecido con-
juntivo que recobre o ossos externamente, responsável por irrigar os ossos
com nervos e vasos sanguíneos, por isso sentimos dor ao fraturar um osso.
O periósteo fornece pontos de inserção para os tendões e ligamentos que se
unem a um osso.

FIGURA 2: ESTRUTURA DOS OSSOS LONGOS

Fonte: MARIE; WILHELM; MALLATT, 2014, p. 136.

UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 11


2.3 Funções do Sistema Esquelético
As funções desempenhadas pelo sistema esquelético são as seguintes:
● Suporte: O esqueleto sustenta os tecidos moles e fornece pontos de fixação
para tendões e músculos esqueléticos.
● Proteção: O esqueleto protege os órgãos vitais de lesão. Por exemplo, os ossos
do crânio protegem o encéfalo e a caixa torácica protege o coração e os pulmões.
● Assistência ao movimento: A fixação dos músculos esqueléticos aos ossos pro-
duz movimentos através da contração da musculatura e tracionamento dos ossos.
● Armazenamento e liberação de minerais: O tecido ósseo armazena minerais,
como: cálcio e fósforo, que contribuem para a resistência dos ossos e conforme
a necessidade, os minerais são liberados para a corrente sanguínea de modo a
manter a homeostasia.
● Função hematopoiética: É caracterizada pela produção de células sanguíneas
que ocorre na medula óssea vermelha presente no interior de determinados
ossos, como: os ossos do quadril; costelas e esterno, vértebras, crânio e extre-
midades do úmero e fêmur. A produção de hemácias (eritrócitos), leucócitos e
plaquetas é denominada de hematopoese.
● Armazenamento de triglicerídeos: Com o avanço da idade, grande parte da
medula óssea é transformada de vermelha para amarela. A medula óssea ama-
rela é responsável pelo armazenamento de triglicerídeos que são reserva de
energia para o organismo (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014; TORTORA;
DERRICKSON, 2016).

2.4 Classificação Morfológica dos Ossos


Os ossos são classificados de acordo com suas características morfológicas por
possuir tamanhos e formatos variados em cinco tipos: ossos longos, curtos, planos, irre-
gulares e sesamóides (Figura 3), refletindo diretamente na função desempenhada. Para
exemplificar, temos o fêmur que é o osso da coxa e pertence à categoria dos ossos longos,
esta característica atribui a ele, a função de suportar o peso e pressão do corpo (MARIEB;
WILHELM; MALLATT, 2014; MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).
1) Ossos longos: Possui comprimento maior que a largura e são constituídos
por um corpo e duas extremidades, chamadas de epífises e têm suas diáfises
como sendo o corpo do osso é formada por tecido ósseo compacto. Exemplo de
ossos longos: fêmur, tíbia, fíbula, úmero, radio e ulna.

UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 12


2) Ossos curtos: Possuem comprimento igual à sua largura. Exemplos: ossos do
carpo e tarso.
3) Ossos planos: São ossos finos e achatados que garantem considerável pro-
teção. Exemplos: Ossos do crânio (frontal, parietal), osso esterno e escápula.
4) Ossos irregulares: São ossos com formas variadas e não se encaixa nas
outras classificações, como exemplos: mandíbula e vértebras.
5) Ossos sesamóides: Os ossos sesamóides são considerados um tipo especial
de osso por se desenvolver em alguns tendões e se encontrar em lugares onde
os tendões cruzam as extremidades dos ossos longos nos membros. A patela
é um exemplo de osso sesamóide e possui a função de proteger os tendões
contra o desgaste excessivo.

FIGURA 3: ILUSTRAÇÃO REPRESENTANDO AS CLASSIFICAÇÕES

MORFOLÓGICAS DOS OSSOS

Fonte: MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014, p. 135.

UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 13


3. SISTEMA ARTICULAR

3.1 Definição
As articulações são definidas como sendo o ponto de contato entre dois ossos,
entre osso e cartilagem ou entre osso e dente, com formas e funções variadas. Algumas
articulações não possuem movimento, outras permitem pequenos movimentos, enquanto
outras têm mobilidade livre. (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).

3.2 Classificação
As articulações são classificadas estruturalmente de acordo com as características
anatômicas e funcionalmente de acordo com o tipo de movimento que as articulações realizam.
A classificação estrutural das articulações baseia-se em dois critérios: 1) existência
ou ausência de cavidade articular (espaço entre os ossos); 2) tipo de tecido conjuntivo que
une os ossos. Portanto, de acordo com as caraterísticas estruturais, as articulações são
classificadas como: articulações fibrosas, cartilagíneas e sinoviais.
A classificação funcional é definida com relação ao grau de movimento que as
articulações executam. Funcionalmente, as articulações são classificadas como: sinartrose
(imóvel), anfiartrose (ligeiramente móvel) e diartrose (movimentos livres).

UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 14


3.2.1 Classificação Estrutural das Articulações

3.2.1.1 Articulações fibrosas


As articulações são formadas por tecido fibroso (tecido conjuntivo denso não
modelado), nestas articulações as superfícies dos ossos estão quase em contato direto
e a maioria das articulações fibrosas são imóveis ou ligeiramente móveis. Há três tipos
principais de articulações fibrosas:
● Suturas: As suturas estão presentes apenas nos ossos do crânio, mantendo
os ossos firmemente unidos e consideradas funcionalmente como articulações imóveis
(sinartrose). Os tipos de suturas existentes são: plana, escamosa e denteada.
● Sindesmose: A sindesmose é um tipo de articulação fibrosa, une os ossos com
uma lâmina de tecido fibroso, podendo ser um ligamento ou uma membrana fibrosa que
une ossos (membrana interóssea).
● Gonfose ou também chamada de sindesmose dentoalveolar: é uma articu-
lação fibrosa onde ocorre à fixação dos dentes nas cavidades alveolares na mandíbula e
maxilas, é um processo semelhante a um pino encaixando-se em uma cavidade entre a raiz
do dente e o processo alveolar da maxila.
As sindesmoses e gonfoses são classificadas funcionalmente como anfiartroses, por
realizar pequenos movimentos (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014; MOORE; DALLEY;
AGUR, 2014).

3.2.1.2 Articulações cartilagíneas


Nas articulações cartilaginosas, os ossos são unidos por cartilagem e pequenos
movimentos são possíveis nestas articulações. Existem dois tipos de articulações cartilagí-
neas: sínfises e sincondroses.
● Sínfises: são articulações fortes, ligeiramente móveis, unidas por fibrocartilagem.
Exemplos desta articulação, incluem: discos intervertebrais (presente entre as vértebras) e
sínfise púbica. A estrutura de fibrocartilagem confere resistência à tensão e a compressão,
agindo como um amortecedor, as sínfises são articulações ligeiramente móveis (anfiartro-
ses) fornecendo resistência com flexibilidade.
● Sincondroses: Os ossos são unidos por cartilagem hialina, as articulações do
tipo sincondrose dividem-se em uniões temporárias e definitivas. Como sincondroses tem-
porárias temo, a lâmina epifisial presente nas epífises dos ossos longos durante o desen-
volvimento do osso longo e com o passar do tempo a lâmina epifisial se converte em osso

UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 15


e as epífises fundem-se com a diáfise. Como exemplo de sincondrose definitiva, temos a
articulação esternocostal (cartilagem costal que une a primeira costela e o manúbrio do
esterno). Funcionalmente, as sincondroses são classificadas como sinartroses por serem
articulações imóveis (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014).

3.2.1.3 Articulações sinoviais


As articulações sinoviais são as mais importantes e complexas articulações do corpo
e permitem a realização de muitos movimentos, sendo considerada funcionalmente, diartro-
se. Exemplos de algumas articulações sinoviais: articulação do ombro (glenoumeral), joelho
e quadril (coxofemoral). As articulações sinoviais possuem característica únicas, como:
● Cavidade articular: É uma característica presente somente nas articulações
sinoviais é um espaço potencial que comporta uma pequena quantidade de líquido sinovial.
● Cápsula articular: membrana fibrosa dividida em duas camadas, a camada
externa promove a união dos ossos e a camada interna é chamada membrana sinovial,
reveste a cápsula articular e tem a importante função de produzir o líquido sinovial;
● Líquido sinovial: É um líquido viscoso que preenche o espaço da cavidade
articular e atua como lubrificante articular, permitindo o deslizamento dos ossos com o
mínimo de atrito.
● Cartilagem articular: Cobre as extremidades dos ossos e serve para absorver
as forças de compressão aplicadas nas articulações, protege as extremidades ósseas
(MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014; MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).

UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 16


4. SISTEMA MUSCULAR

4.1 Conceitos
O sistema muscular é formado por músculos esqueléticos que são estruturas indi-
vidualizadas que cruzam as articulações e, através da sua capacidade de contração, são
capazes de transmitir movimento, esta habilidade é promovida por células específicas de-
nominadas fibras musculares, sendo os músculos capazes de transformar energia química
em energia mecânica (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).

4.2 Tecido Muscular


Existem três tipos de músculos: músculo estriado esquelético, músculo estriado
cardíaco e músculo liso.

● O músculo estriado esquelético é de controle voluntário e está associado ao


sistema esquelético movendo ou estabilizando ossos e outras estruturas, por isso recebe o
nome de músculos esqueléticos.
● O músculo estriado cardíaco é um músculo de controle involuntário presente
apenas nas paredes do coração.
● O músculo liso (músculo não estriado) é o músculo visceral, também de con-
trole involuntário e reveste a parte interna das paredes da maioria dos vasos sanguíneos e
órgãos ocos (ex., esôfago, estômago e bexiga).

4.3 Funções
As funções do tecido muscular são as seguintes:
1) Produção dos movimentos corporais: O músculo esquelético encontra-se
conectado ao sistema esquelético produzindo movimentos, como andar e correr.

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2) Estabilizar as posições corporais: A contração contínua dos músculos esque-
léticos, chamadas de tônus muscular, contribuem para estabilizar as articulações promo-
vendo a manutenção das posições corporais, no ato de ficar em pé ou sentado.
3) Movimento de Substâncias dentro do Corpo: As contrações dos músculos lisos
nos órgãos do sistema digestório promove a movimentação de alimentos através de movi-
mentos chamados peristaltismo. Os músculos esfincterianos funcionam como válvulas que
se abrem (relaxando deixa passar a substância) e fecham (contraindo impede a passagem).
4) Produção de Calor: A contração do tecido muscular produz calor que é usado
na manutenção da temperatura corporal. Durante a realização de atividade física as contra-
ções musculares são intensificadas gerando um excesso de calor e para impedir o aumento
da temperatura corporal o reflexo imediato é a sudorese, que ocorre para resfriar o corpo
(MARIEB,WILHELM; MALLATT, 2014).

4.4 Classificação dos músculos


Os músculos podem ser classificados de acordo com seu formato relacionado com
à disposição das fibras musculares.

4.4.1 Disposição paralela


Músculos planos: Suas fibras são dispostas paralelamente. Exemplo: M. sartório
(Figura 4) é um músculo plano estreito com fibras paralelas.

FIGURA 4 - M. SARTÓRIO (MÚSCULO PLANO)

Fonte: MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014, p. 330.

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● Músculos triangulares: Tem origem em uma área larga e converge para formar
um único tendão, assemelhando-se a um leque. Exemplo: M. peitoral maior (Figura 5).
● Músculos fusiformes: Seu diâmetro da região central (ventre) do músculo é
maior que nas extremidades. Exemplo: M. bíceps braquial (Figura 5).

FIGURA 5: M. PEITORAL MAIOR (MÚSCULOS TRIANGULARES)

E M. BÍCEPS BRAQUIAL (MÚSCULO FUSIFORME).

Fonte: MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014, p. 316.

● Músculos quadrados: Apresentar quatro lados iguais, sendo o comprimento


igual à largura. Exemplo: M. reto do abdome e M. glúteo máximo.

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FIGURA 6: M. RETO DO ABDOME

Fonte: DRAKE, 2011, p. 130.

FIGURA 7: M. GLÚTEO MÁXIMO

Fonte: MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014, p. 333.

UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 20


● Músculos circulares: São músculos que circundam uma determinada região
ou abertura do corpo, fechando-os quando se contraem. Exemplo: M. orbicular dos olhos
(fecha as pálpebras).

4.4.2 Disposição oblíqua


● Músculos peniformes: A disposição das fibras musculares são parecidas com
penas. E podem ser classificados como, semipeniformes, peniformes ou multipeniformes.
Exemplo: M. extensor longo dos dedos (semipeniforme), M. reto femoral (peniforme) e M.
deltóide (multipeniforme).

FIGURA 8: REPRESENTAÇÃO DOS MÚSCULOS PENIFORMES

Fonte: MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014, p. 275

SAIBA MAIS

A osteoporose (osso poroso) é uma condição patológica que afeta todo o sistema esque-
lético acometendo 10 milhões de pessoas por ano nos EUA. Ocorre durante o processo
de envelhecimento, devido a diminuição dos componentes orgânicos e inorgânicos do
osso, à perda de cálcio do corpo (pela urina, fezes e suor) é maior do que a quantidade
absorvido da alimentação, fazendo com que a massa óssea fique porosa tornando os
ossos frágeis, perdendo a elasticidade e sofrendo fraturas espontâneas. Por exemplo,
uma fratura de quadril pode resultar da simples ação de sentar-se muito rapidamente.
Nos EUA, a osteoporose causa mais de 1,5 milhão de fraturas por ano, sendo as princi-
pais fraturas de quadril, punhos e vértebras.
A osteoporose afeta principalmente pessoas idosas e de meia-idade, com maior pre-
valência de mulheres acometidas do que os homens por dois motivos, isto se deve a
dois fatos: 1) os ossos das mulheres são menos compactos que os dos homens e 2) a
produção hormônios nas mulheres diminui na menopausa

(MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).

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REFLITA

Oração ao Cadáver Desconhecido


“Ao curvar-te com a lâmina rija de teu bisturi sobre o cadáver desconhecido, lembra-te
que este corpo nasceu do amor de duas almas; cresceu embalado pela fé e esperança
daquela que em seu seio o agasalhou, sorriu e sonhou os mesmos sonhos das crianças
e dos jovens; por certo amou e foi amado e sentiu saudades dos outros que partiram,
acalentou um amanhã feliz e agora jaz na fria lousa, sem que por ele tivesse derramado
uma lágrima sequer, sem que tivesse uma só prece. Seu nome só Deus o sabe; mas
o destino inexorável deu-lhe o poder e a grandeza de servir a humanidade que por ele
passou indiferente.”

Dr. Karl Rokitansky (1876) – médico patologista.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Prezado(a) aluno(a),

Neste material, busquei trazer para você os aspectos gerais da anatomia humana
que servirá de base para o estudo dos temas subsequentes, fornecendo conhecimento de
termos técnicos-científicos utilizados rotineiramente nos estudos. Posterior, a esta apresen-
tação inicial, iniciamos os estudos da anatomia macroscópica sistêmica que consiste no
estudo detalhado dos sistemas que formam o corpo humano. Nesta abordagem, definimos
e destacamos as funções de três sistemas: sistema esquelético, articular e muscular. Com
base na contextualização de cada sistema acredito que tenha ficado claro à você que a for-
ma didática de estudar a anatomia é através das classificações dos sistemas. No caso do
sistema esquelético, classificamos os ossos de acordo com as características morfológicas
que é o aspecto que este osso apresenta. Contudo, o sistema articular é classificado de
duas formas: de acordo com a funcionalidade da articulação, que diz respeito ao grau de
movimento que a mesma executa (imóvel, ligeiramente móvel ou movimentos livres) e a
estrutura da articulação (qual tecido à compõem). E por fim, abordamos a classificação dos
músculos de acordo com a forma que o músculo se apresenta que depende da disposição
das fibras musculares.
A partir de agora acreditamos que você está preparado para dar continuidade aos
estudos dos próximos sistemas anatômicos que servirá de base para a compreensão de
outras disciplinas, como a fisiologia que estudará de forma detalhada a funcionalidade de
cada sistema e finalizamos com as classificações que são formas didáticas de apresenta-
ção das estruturas anatômicas.

Até uma próxima oportunidade. Muito Obrigado!

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LEITURA COMPLEMENTAR

Condromatose Sinovial - Relato de caso

Introdução

Condromatose sinovial é uma desordem rara de etiologia desconhecida e se ca-


racteriza pela presença de múltiplos nódulos cartilaginosos dentro do tecido conjuntivo da
membrana das articulações, bainhas e bursas. A articulação mais acometida é o joelho,
seguido pelo quadril, ombro e mãos, com predomínio monoarticular. O aparecimento da
lesão é mais comum no sexo masculino e em pessoas entre a terceira e quinta décadas de
vida. O diagnóstico de condromatose sinovial é dado após uma minuciosa história, exame
físico e exame radiográfico. No entanto, o diagnóstico definitivo é realizado após exame
histológico do tecido sinovial e o tratamento de escolha para os pacientes sintomáticos é
cirúrgico. Considera-se que a presença de múltiplos corpos livres intra-articulares, indepen-
dentemente se de causa degenerativa, neuropática, osteocondrite dissecante ou outras,
já é suficiente para caracterizar o quadro, podendo, em estágio mais tardio, apresentar a
metaplasia condroide sinovial.

Caso

Paciente masculino, 34 anos de idade, apresentou dor forte em joelho esquerdo


associado à incapacidade funcional sem fator desencadeante aparente. Procurou atendi-
mento médico em dezembro de 2006, quando lhe foram prescritos AINES. Após um ano
relatou aumento do edema e dor no local. Foi encaminhado ao especialista em joelho com
suspeita de lesão meniscal. Ao exame, foram detectados edema intenso da articulação com
limitação de movimento, dor exacerbada e punção articular negativa; como não apresenta-
va alterações nas radiografias simples, foi solicitado exame de ressonância magnética do
joelho. Ao exame de ressonância magnética, evidenciou-se volumoso acúmulo de líquido
intra-articular, associado à acentuada proliferação sinovial sugestivo de sinovite vilonodular
pigmentada com meniscos e ligamentos íntegros. Paciente foi submetido a artroscopia do
joelho esquerdo que evidenciou fragmentos irregulares e esbranquiçados, sendo então
realizada artrotomia com retirada da lesão e sinovectomia ampla, o material foi enviado
para exame anatomopatológico, o qual evidenciou presença de condromatose sinovial.

UNIDADE I Introdução ao Estudo da Anatomia Humana e Aparelho Locomotor 24


Após oito meses de cirurgia, o paciente apresenta-se sem queixas, joelho esquerdo com
amplitude de 130º sem derrame articular ou sinais inflamatórios. A condromatose sinovial é
uma metaplasia benigna rara da membrana sinovial, originando a formação de corpos livres
cartilaginosos no espaço articular de difícil diagnóstico, já que 95% dos nódulos, quando
não calcificados, podem passar despercebidos radiologicamente.

Discussão

A condromatose sinovial é uma metaplasia benigna rara da membrana sinovial,


originando a formação de corpos livres cartilaginosos no espaço articular sem sinais de
malignização, nem relação direta com traumatismos ou processos inflamatórios. Os nódu-
los podem ser pediculados e liberados no espaço articular onde podem permanecer como
corpos livres e aumentar de tamanho. Sua origem pode ser primária ou secundária. As ma-
nifestações clínicas são dor, inflamação e limitação funcional monoarticular. As articulações
mais afetadas são os joelhos (50%), quadril e tornozelo.
A radiologia convencional é muito característica se os corpos livres estão calcifica-
dos (osteocondromatose), sendo difícil sua interpretação quando são radiotransparentes
(condromatose). Na ressonância magnética observa-se hiperplasia sinovial heterogênea e
na artroscopia observa-se um espessamento acentuado dos tecidos que constituem a cavi-
dade articular acompanhados de numerosos nódulos cartilaginosos pequenos e irregulares.
O diagnóstico diferencial deve ser feito com o condrossarcoma sinovial e a condrometapla-
sia secundária, que ocorre quando pequenos fragmentos de osso ou cartilagem articular se
desprendem e ficam na cavidade articular após traumatismos ou doenças degenerativas.
Em nosso caso, a idade, localização e a característica monoarticular coincidem com a
literatura (LASMAR et al, 2010).

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MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Gray - Anatomia Clínica para EstudantesAutor:  Richard
Richard Drake.
Editora: Guanabara Koogan.
Sinopse: O Gray’s Anatomia Clínica para Estudantes, foca
precisamente nas informações que você necessita para estudar
Anatomia, em um formato fácil de ler e visualmente atraente que
facilita o estudo.

FILME/VÍDEO
Título: Introdução à Anatomia
Ano: 2020.
Sinopse: O vídeo aborda os aspectos introdutórios à anatomia
humana, destacando o conceito e apresenta a terminologia ana-
tômica.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=5c3Pp-b7uwc.

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UNIDADE II
Sistemas Cardiovascular, Linfático e
Respiratório
Professora Me. Gislaine Cardoso de Souza Fiaes

Plano de Estudo:
Tópico 1 - SISTEMA CARDIOVASCULAR
● Introdução ao Sistema Cardiovascular; ● Composição do Sangue; ● Coração;
● Morfologia externa do coração; ● Morfologia interna do coração;
● Circulação pulmonar e sistêmica;● Vasos sanguíneos.
Tópico 2 - SISTEMA LINFÁTICO
● Introdução ao sistema linfático; ● Vasos linfáticos; ● Tecido e Órgãos Linfáticos.
Tópico 3 - SISTEMA RESPIRATÓRIO
● Introdução ao Sistema Respiratório;● Órgãos do Sistema Respiratório.

Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar o sistema cardiovascular e conhecer os elementos que compõem este sis-
temas (sangue, coração e vasos sanguíneos);
● Identificar a morfologia externa e interna do coração;
● Compreender a circulação pulmonar e sistêmica;
● Conceituar o sistema linfático;
● Definir os vasos linfáticos, tecidos e órgãos linfáticos;
● Conceituar o sistema respiratório e identificar seus órgãos.
● Ampliar o conhecimento sobre os departamentos hoteleiros.

27
INTRODUÇÃO

Nesta unidade vocês aprenderão sobre o sistema cardiovascular, linfático e res-


piratório. O sistema circulatório compreende o estudo de dois sistemas, o sistema cardio-
vascular e o linfático. Iniciaremos falando sobre o sistema cardiovascular que é formado
pelo coração e vasos sanguíneos que trabalham em conjunto com o objetivo de manter o
sangue circulando no nosso corpo. A circulação sanguínea é promovida pela ação do bom-
beamento do coração que impulsiona o sangue a sair do coração em direção as artérias,
estas por sua vez se ramificam até se tornarem capilares sanguíneos que irrigam os tecidos
corporais transportado pelo sangue oxigênio e nutrientes, e também promove o transporte
de dióxido de carbono (CO2) e resíduos celulares que se difundem dos tecidos para a
corrente sanguínea. Além do oxigênio, fica a cargo do sistema cardiovascular a realização
do transporte de outras substâncias como, hormônios até seus órgãos-alvo, bem como, de
células de defesa do corpo para locais específicos de combate à infecção. Com relação ao
sistema linfático, ele também é considerado parte do sistema circulatório sendo composto
por vasos linfáticos, órgão linfáticos e um líquido que flui através dos vasos linfáticos. Este
líquido é proveniente da drenagem do líquido intersticial (líquido que banha as células) que
ao adentram os vasos linfáticos recebe o nome de linfa. A linfa percorre o trajeto por vasos
linfáticos, passando por linfonodos que são estruturas que abrigam células que destroem
agentes estranhos patogênicos presentes na linfa promovendo seu retorno ao sangue.
Finalizaremos, estudando sobre as estruturas anatômicas do sistema respiratório e
a função primordial deste sistema que consiste em realizar a troca de gases (oxigênio e dió-
xido de carbono) com o ar atmosférico, garantindo a concentração de oxigênio no sangue
necessária para as realização das reações metabólicas celulares, bem como, promover a
eliminação de gases residuais, resultantes dessas reações que são representadas pelo gás
carbônico.

UNIDADE II
I Introdução
Sistema Cardiovascular,
ao Estudo daLinfático
Anatomia e Respiratório
Humana e Aparelho Locomotor 28
1. SISTEMA CARDIOVASCULAR

1.1 Introdução ao Sistema Cardiovascular


O sistema cardiovascular é composto pelo sangue, coração e vasos sanguíneos e
apresenta as seguintes funções:
● Transporte: O sangue é responsável pelo transporte de várias substâncias,
como hormônios e inclui a captação do oxigênio pelos pulmões e nutrientes provenientes
do sistema digestório até células do corpo que os utilizam para a produção de energia. O
sangue também realiza o transporte de metabólitos que são resíduos produzidos pelas
células, como o dióxido de carbono (CO2) que é transportado até os órgãos responsáveis
pela sua eliminação.
● Regulação: O sistema cardiovascular atua no controle da temperatura corporal
através da regulação da quantidade de sangue direcionada para a superfície do corpo. Para
exemplificar pensem em um indivíduo ao realizar atividade física a temperatura corporal
aumenta, o sangue é desviado para os vasos cutâneos (vasos da pele) mais superficiais, o
indivíduo fica vermelho (rubor), a maior quantidade de sangue na superfície corporal gera o
resfriamento do através da perda de calor para o ambiente. Em casos onde há diminuição
da temperatura ambiente o sangue é desviado para vasos mais profundos, diminuindo a
quantidade de sangue na superfície e nas extremidades do corpo acarretando na diminui-
ção da perda de temperatura para o ambiente, mantendo o corpo aquecido.

UNIDADE II
I Introdução
Sistema Cardiovascular,
ao Estudo daLinfático
Anatomia e Respiratório
Humana e Aparelho Locomotor 29
● Proteção: A proteção ocorre através do transporte sanguíneo das células de
defesa chamadas de glóbulos branco (leucócitos) que atuam combatendo infecções. Outro
mecanismo de proteção acontece através da coagulação sanguínea evitando a perda de san-
gue, a coagulação é o processo de transformação do sangue líquido em um coágulo sólido,
ajudando a interromper o processo de sangramento (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

1.2 Composição do Sangue


O sangue corresponde a aproximadamente 8% da massa corporal, seu volume em
homens adultos é de 5 a 6 litros e de 4 a 5 litros nas mulheres, esta diferença de volume
entre homens e mulheres é decorrente das diferenças de tamanho corporal.
O sangue é composto por células (elemento figurado) envoltas por matriz extracelu-
lar líquida chamada de plasma sanguíneo, que mantêm as células suspensas e substâncias
dissolvidas (hormônios), este sangue recebe o nome de sangue total. Quando uma amostra
de sangue é centrifugada em tubo de vidro é obtido a separação das células que por serem
mais densas se depositam no fundo do tubo enquanto o plasma (que é menos denso)
fica em uma camada na parte superior (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014; TORTORA;
DERRICKSON, 2016).
● Elementos figurados do sangue: Corresponde a cerca de 45% do sangue
e incluem três componentes principais, que são as hemácias, leucócitos e plaquetas. 1)
As hemácias ou também chamadas de eritrócitos transportam oxigênio dos pulmões para
as células corporais e dióxido de carbono das células do corpo para os pulmões; 2) Os
leucócitos são células do sistema de defesa e atua na proteção do corpo contra patógenos
invasores (ex. vírus e bactérias); 3) As plaquetas, o último tipo de elemento figurado, são
fragmentos celulares que promovem a coagulação do sangue nos casos de dano dos vasos
sanguíneos impedindo o sangramento excessivo (Figura 1).
● Plasma sanguíneo: É a matriz extracelular aquosa de cor palha que contém
substâncias dissolvidas (soluto). O plasma é composto por 91,5% de água e 8,5% de so-
lutos, cuja maioria são proteínas que por serem encontradas no plasma são chamadas de
proteínas plasmáticas e incluem: as albuminas, globulinas e fibrinogênio. Além de proteí-
nas, os outros solutos no plasma são eletrólitos, nutrientes, substâncias reguladoras como
enzimas e hormônios, gases e resíduos metabólicos, como: ureia, ácido úrico, creatinina,
amônia e bilirrubina (Figura 1).

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I Sistema
Introdução
Cardiovascular,
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FIGURA 1: MOSTRA A COMPOSIÇÃO DO PLASMA SANGUÍNEO

E OS NÚMEROS DOS VÁRIOS TIPOS DE ELEMENTOS FIGURADOS DO SANGUE

1.3 Coração
O coração é um órgão muscular oco, um pouco maior do que uma mão fechada
e considerado o maior órgão do mediastino (região localizada entre os dois pulmões) cuja
função é de bombear o sangue através do sistema cardiovascular. A contração cardíaca
é chamada de sístole e o relaxamento do coração é chamado de diástole. O coração tem
forma de cone, localiza-se no tórax com seu ápice voltado para o lado esquerdo do corpo,
posterior ao osso esterno e as cartilagens costais e apoiado sobre o diafragma (Figura 2)
(MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014; MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).

1.3.1 Revestimento do coração


O coração é revestido por uma membrana externa que protege o coração e mantém
sua posição no mediastino, embora permita a realização de movimentação de contrações
rápidas e vigorosas (Figura 2). O pericárdio consiste em duas partes principais: pericárdio
fibroso e pericárdio seroso (Figura 3).

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I Sistema
Introdução
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FIGURA 2: MOSTRA A LOCALIZAÇÃO DO CORAÇÃO RECOBERTO PELO PERICÁRDIO

O pericárdio fibroso é superficial é um tecido conjuntivo irregular, denso, resistente


e não elástico, assemelha-se a um saco, repousa sobre o diafragma e se prende a ele.
Contudo, o pericárdio seroso é uma membrana mais fina e mais delicada que forma uma
dupla camada (parietal e visceral), envolvendo o coração. A camada parietal é a mais
externa, do pericárdio seroso, enquanto, a camada visceral é mais interna do pericárdio
seroso, também chamada epicárdio, adere fortemente à superfície do coração. Entre as
camadas parietal e visceral do pericárdio seroso existe um espaço chamado de cavidade
do pericárdio, esta cavidade é preenchida por um líquido seroso lubrificante, denominado
líquido pericárdico, cuja função é reduzir o atrito entre as camadas do pericárdio seroso
conforme o coração se move (Figura 3) (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

1.3.2 Camadas da parede do coração


A parede do coração é formada por três camadas (Figura 3): o epicárdio (camada
externa), o miocárdio (camada intermediária) e o endocárdio (camada interna).
● Epicárdio: Camada externa do coração é uma delgada lâmina de tecido seroso.
O epicárdio é contínuo, a partir da base do coração, com o revestimento interno do pericár-
dio, denominado camada visceral do pericárdio seroso.
● Miocárdio: É a camada média e a mais espessa do coração, composto por mús-
culo estriado cardíaco que permite a contração rápida e vigorosa do coração impulsionando
o sangue que as do coração em direção aos vasos sanguíneos.
● Endocárdio: É a camada interna do coração uma fina camada de tecido compos-
to por epitélio pavimentoso simples sobre uma camada de tecido conjuntivo. O endocárdio
também reveste as valvas e é contínuo com o revestimento dos vasos sanguíneos que
entram e saem do coração (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

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I Sistema
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FIGURA 3: A IMAGEM MOSTRA AS MEMBRANAS DE REVESTIMENTO DO CORAÇÃO
(PERICÁRDIO FIBROSO E SEROSO) E A COMPOSIÇÃO DA PAREDE DO CORAÇÃO.
OBSERVE DE ACORDO COM OS NÚMEROS NA IMAGEM: 1) PERICÁRDIO FIBROSO;
2) PERICÁRDIO PARIETAL; 3) PERICÁRDIO VISCERAL (EPICÁRDIO); 4) MIOCÁRDIO
E
5) ENDOCÁRDIO.

1.4 Morfologia externa do coração


O coração apresenta quatro faces:
1) Face Esternocostal (Anterior): Formada pelo ventrículo direito;
2) Face Diafragmática (Inferior) - Formada principalmente pelo ventrículo esquer-
do e parcialmente pelo ventrículo direito;
3) Face pulmonar direita, formada pelo átrio direito e;
4) Face Pulmonar Esquerda: Formada principalmente pelo ventrículo esquerdo,
ela ocupa a impressão cárdica do pulmão esquerdo.
As quatro margens do coração são:
● Margem superior (base do coração): formada pelos átrios e aurículas direita
e esquerda, local onde emergem a parte ascendente da aorta, tronco pulmonar
e recebe as veias pulmonares direita e esquerda e as veias cavas superiores
e inferiores nas extremidades superior e inferior de sua porção do átrio direito.
● Margem inferior (ápice): formada principalmente pelo ventrículo direito e pe-
quena parte pelo ventrículo esquerdo.
● Margem direita: formada pelo átrio direito e ventrículo direito.
● Margem esquerda: formada pelo ventrículo esquerdo e pequena parte pela
aurícula do átrio esquerdo (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).

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1.5 Morfologia interna do coração
O lado direito do coração (coração direito) recebe sangue pouco oxigenado (veno-
so) através da veia cava superior e inferior e o bombeia através do tronco e das artérias pul-
monares para ser oxigenado nos pulmões. O lado esquerdo do coração (coração esquerdo)
recebe sangue oxigenado (arterial) vindo dos pulmões através das veias pulmonares e o
bombeia para a aorta, de onde é distribuído para o corpo (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).
O coração possui quatro câmaras: dois átrios e dois ventrículos. Os átrios são as
duas câmaras superiores que recebem sangue e os ventrículos são duas câmaras inferio-
res que bombeiam o sangue para fora do coração (Figura 4). Na face anterior de cada átrio
existe uma estrutura enrugada, em forma de saco, chamada aurícula (semelhante à orelha
de cão) que aumenta a capacidade do átrio para conter maior volume de sangue.
Na superfície do coração existem vários sulcos, que contêm vasos sanguíneos
coronarianos e uma quantidade variável de gordura, cada sulco marca a fronteira externa
entre duas câmaras do coração. O sulco coronário circunda a maior parte do coração e
marca a fronteira externa entre os átrios acima e os ventrículos abaixo. Enquanto, o sulco
interventricular anterior é um sulco raso na face esternocostal do coração que marca a
fronteira externa entre os ventrículos direito e esquerdo. Este sulco continua em torno da
face posterior do coração como o sulco interventricular posterior, que marca a fronteira
externa entre os ventrículos na face posterior do coração (Figura 4). (MOORE; DALLEY;
AGUR, 2014; TORTORA; DERRICKSON, 2016).

FIGURA 4: PRIMEIRA IMAGEM OBSERVA AS QUATRO CÂMARAS. SEGUNDA IMAGEM


MOSTRA AS AURÍCULAS DOS ÁTRIOS DIREITO E ESQUERDO E OS SULCOS CORONÁ-
RIO E INTERVENTRICULAR

1.5.1 Átrio Direito (AD)


O átrio direito recebe sangue venoso de duas grandes veias: veia cava superior
e veia cava inferior. A veia cava superior recolhe sangue da cabeça e parte superior do

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Humana e Aparelho Locomotor 34
corpo, enquanto, a veia cava inferior recebe sangue do abdômen e membros inferiores.
O sangue passa do átrio direito para ventrículo direito através de uma válvula chamada
tricúspide (formada por três válvulas). Entre o átrio direito e o átrio esquerdo existe uma
parede fina chamada septo interatrial que possui uma depressão oval chamada de fossa
oval, que representa um vestígio do forame oval presente no feto. O átrio direito apresenta
uma expansão denominada aurícula direita, que serve para amortecer o impulso do sangue
ao penetrar no átrio (Figura 5) (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

1.5.2 Ventrículo Direito (VD)


O ventrículo direito forma a maior parte da superfície anterior do coração. Recebe o
sangue do átrio direito e o bombeia para a artéria tronco pulmonar que direciona o sangue
para a circulação pulmonar. A parede interna do VD apresenta uma série de feixes elevados
de fibras musculares cardíacas chamadas trabéculas cárneas. No óstio atrioventricular di-
reito existe um a presença de uma válvula atrioventricular (tricúspide) que impede o sangue
de retornar do ventrículo para o átrio direito. A valva é presa por filamentos denominados
cordas tendíneas, que se inserem em pequenas colunas cárneas chamadas de músculos
papilares. A válvula do tronco pulmonar também é constituída por pequenas lâminas, dis-
postas em concha, denominadas válvulas semilunares (Figura 5) (MARIEB; WILHELM;
MALLATT, 2014).

1.5.3 Átrio Esquerdo (AE)


O átrio esquerdo é uma cavidade com paredes finas e lisas que recebe o sangue
já oxigenado através de quatro veias pulmonares. O sangue passa do átrio esquerdo para
o ventrículo esquerdo, através da valva bicúspide (mitral), que tem apenas duas cúspides.
O átrio esquerdo também apresenta uma expansão chamada aurícula esquerda revestida
por músculos pectíneos (Figura 5) (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014).

1.5.4 Ventrículo Esquerdo (VE)


O ventrículo esquerdo forma o ápice do coração. O VE bombeia o sangue em direção
a artéria Aorta que possui válvula semilunares (valva aórtica) o impulsionando a percorrer a
circulação sistêmica. As características são semelhantes ao VE contém trabéculas cárneas,
músculos papilares, cordas tendíneas e uma válvula atrioventricular formada apenas por
duas lâminas denominadas cúspides (mitral) localizada na abertura atrioventricular esquer-
da. Contudo, parte do sangue flui para as artérias coronárias, que se ramificam a partir da
aorta ascendente, levando sangue para a parede cardíaca irrigando o músculo cardíaco; o

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restante do sangue passa para o arco da aorta e para a aorta descendente (aorta torácica e
aorta abdominal). Ramos arteriais do arco da aorta e da aorta descendente levam sangue
para todo o corpo (Figura 5) (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014).

FIGURA 5: CORTE FRONTAL DO CORAÇÃO MOSTRANDO A

MORFOLOGIA INTERNA DO CORAÇÃO

Fonte: MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014, p. 592.

1.6 Circulação pulmonar e sistêmica


O coração é uma bomba muscular que impulsiona o sangue a percorrer os vasos
sanguíneos. Todavia, existe uma diferença entre o sangue que percorre as artérias, cha-
mado de sangue arterial do sangue venoso (sangue que percorre as veias) a diferença
consiste no teor de oxigênio no sangue. O sangue venoso é um sangue pobre em oxigênio
que precisa ser oxigenado para fornecer aos tecidos este elemento gasoso que é vital para
a sobrevivência dos tecidos e para compreensão este processo é necessário entender que
a circulação sanguínea ocorre a nível pulmonar e sistêmico (Figura 6) (MARIEB; WILHELM;
MALLATT, 2014; MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).
● Circulação Pulmonar: O átrio direito é a câmera que recebe o sangue com
baixo teor de oxigênio proveniente dos tecidos que chega ao o átrio direito através da veia
cava superior e inferior. Depois, o sangue se desloca para o ventrículo direito do coração,
sendo bombeado para os pulmões onde irá captar oxigênio (O2) e dispersar o dióxido de
carbono (CO2) (Figura 6)

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● Circulação Sistêmica: O sangue oxigenado retorna dos pulmões para o átrio
esquerdo, posteriormente ocupa o ventrículo esquerdo que bombeia o sangue em direção
a artéria Aorta por todo o corpo a fim de fornecer oxigênio e nutrientes para os tecidos do
corpo (Figura 6)

FIGURA 6: CIRCULAÇÃO PULMONAR E SISTÊMICA. O LADO DIREITO DO CORAÇÃO

BOMBEIA O SANGUE POBRE EM O2 E COM ALTO TEOR DE CO2 PARA OS PULMÕES

ONDE O SANGUE RECEBE O2 E DEIXA O CO2 PARA SER DISPENSADO, CARACTERI-

ZANDO A CIRCULAÇÃO PULMONAR. O LADO ESQUERDO DO CORAÇÃO RECEBE O

SANGUE VINDO DOS PULMÕES E O BOMBEIA PARA TODOS OS TECIDOS DO CORPO

VIA CIRCULAÇÃO SISTÊMICA

Fonte: MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014, p. 586.

1.7 Vasos sanguíneos


Os vasos sanguíneos formam uma rede de tubos por onde o sangue circula em
direção aos tecidos do corpo e de volta ao coração e são divididos em: artérias, veias e
capilares.

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As artérias são os vasos sanguíneos que partem do coração e vão se ramificando
em menor calibre, até atingirem os capilares que irrigam os tecidos do corpo. Enquanto, as
veias são os vasos sanguíneos que chegam ao coração trazendo o sangue da periferia do
corpo para o coração. Já os capilares sanguíneos são vasos de menor calibre (muito finos)
responsáveis por chegar efetivamente até as células do corpo para realizar as trocas de
gases, nutrientes e resíduos. Esta passagem de sangue através do coração e dos vasos
sanguíneos é chamada de circulação sanguínea.

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2. SISTEMA LINFÁTICO

2.1 Introdução ao sistema linfático


O sistema linfático é composto por uma rede de vasos linfáticos que transportam
um líquido chamado linfa, e diversas estruturas e órgãos linfáticos (baço, linfonodos e timo).
O sistema linfático apresenta três funções principais:
● Drenagem do excesso de líquido intersticial: O líquido intersticial é o líquido
que banha as células do corpo, esta função é responsável pela conexão entre
o sistema linfático e o sistema circulatório cardiovascular. O sistema linfático
devolve o excesso de líquido para o sistema vascular sanguíneo através da
drenagem do líquido intersticial realizado pelos vasos linfáticos e o transporta
para a corrente sanguínea, devolvendo ao sangue.
● Desempenhar respostas imunes: O sistema imune protege o organismo contra
agentes causadores de doenças atuando no combate à infecções, conferindo
imunidade às doenças.
● Transportar lipídios oriundos da dieta: Os vasos linfáticos transportam lipí-
dios e vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) absorvidas pelo sistema digestório
(TORTORA; DERRICKSON, 2016).

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2.2 Vasos linfáticos
Os vasos linfáticos coletam o excesso de líquido intersticial, em volta dos capilares
sanguíneos e o devolve para a corrente sanguínea. A partir do momento que o líquido
intersticial é coletado e adentra os vasos linfáticos, ele passa a ser chamado de linfa e flui
pelos linfonodos.
Os vasos linfáticos são encontrados no tecido subcutâneo, acompanhando as veias,
no entanto, os vasos linfáticos das vísceras geralmente acompanham as artérias. Os vasos
linfáticos iniciam-se com os capilares linfáticos que são vasos menores localizados nos
espaços entre as células recebendo a linfa e se unem para formar vasos linfáticos maiores.
Contudo, a linfa é drenada dos vasos linfáticos para os troncos linfáticos, que se unem
formando os ductos linfáticos que direciona a linfa para o coração (Figura 7) (MARIEB;
WILHELM; MALLATT, 2014; TORTORA; DERRICKSON, 2016).

FIGURA 7: REDE DE VASOS LINFÁTICOS

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2.2.1 Capilares Linfáticos
Os capilares linfáticos situam-se próximos aos capilares sanguíneos, e são vasos
altamente permeáveis, esta característica favorece sua função de ser responsável por co-
letar o excesso de líquido intersticial, a partir do momento que o líquido intersticial drenado
entra nos capilares linfáticos, ele recebe o nome de linfa. Devido à alta permeabilidade dos
capilares eles conseguem absorver moléculas grandes como proteínas e lipídios. Existem
capilares linfáticos localizados nas vilosidades intestinais que possuem a função exclusiva
de absorver a gordura digerida pelo intestino, consequentemente, a linfa drenada se torna
leitosa. Essa linfa gordurosa, por sua vez, recebe o nome de quilo e, como toda linfa, é
transportada para a corrente sanguínea (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014).

2.2.2 Troncos Linfáticos


A linfa é transportada dos capilares linfáticos para os vasos linfáticos que chegam
aos linfonodos. Ao sair dos linfonodos os vasos linfáticos unem formando troncos linfáticos
responsáveis por drenar a linfa de uma região específica do corpo.
Os principais troncos linfáticos são:
● Troncos lombares: drenam a linfa dos membros inferiores, pelve, rins, glândulas
suprarrenais e da parede abdominal.
● Tronco intestinal: drena a linfa do estômago, intestinos, pâncreas, baço e parte
do fígado.
● Troncos broncomediastinais: drenam a linfa da parede torácica, pulmão e coração.
● Troncos subclávios: drenam os membros superiores.
● Troncos jugulares: drenam a cabeça e o pescoço.

2.2.3 Ductos Linfáticos


A linfa é drenada dos troncos linfáticos para dois vasos linfáticos maiores, chama-
dos ducto torácico e ducto linfático direito, que drenam a linfa para o sangue venoso.
O ducto torácico começa com uma dilatação chamada cisterna do quilo que recebe
a linfa dos troncos lombar direito, esquerdo e do tronco intestinal. No pescoço, o ducto
torácico também recebe a linfa dos troncos jugular esquerdo, subclávio esquerdo e bronco-
mediastinal esquerdo. Desta maneira, o ducto torácico é responsável por receber a linfa do
lado esquerdo da cabeça, do pescoço, do tórax, do membro superior esquerdo e de todo
o corpo abaixo das costelas, e proporciona a drenagem da linfa para o sangue. Todavia,
o ducto linfático direito recebe a linfa do lado superior direito do corpo através dos troncos
jugular direito, subclávio direito e broncomediastinal direito, drenando a linfa para o sangue
venoso desembocando na veias do pescoço jugular interna direita e subclávia direita

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FIGURA 8: MOSTRA A DISTRIBUIÇÃO DOS VASOS LINFÁTICOS. ÁREA VERDE DO COR-

PO É DRENADA PELO DUCTO LINFÁTICO DIREITO, ÁREA ROSA DO CORPO É DRENADA

PELO DUCTO TORÁCICO

Fonte: MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014, p. 655.

2.3 Tecido e Órgãos Linfáticos


Classificamos em dois grupos de acordo com suas funções em: os órgãos linfáticos
primários e secundários. Os órgãos linfáticos primários são a medula óssea (dá origem a
linfócitos B maduros e a células T) e o timo. Já, os órgãos e tecidos linfáticos secundários
são os locais em que ocorre a maior parte das respostas imunes e incluem: os linfonodos,
o baço e os nódulos linfáticos (folículos). A seguir abordaremos os conceitos gerais sobre
os principais órgãos linfáticos.

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2.3.1 Timo
O timo é um órgão linfático primário, bilobado (possui dois lobos) e localiza-se entre
o esterno e a aorta (região do mediastino), envolto por tecido conjuntivo que mantém os
dois lobos unidos (Figura 9). Cada lobo do timo é formado por um córtex externo de colo-
ração escura e uma medula central de coloração mais clara. Na região do córtex contém
uma grande quantidade de linfócitos T que migram da medula óssea para o córtex do timo,
onde se proliferam e começam a maturar. Posteriormente, os linfócitos T que saem do
timo pelo sangue para colonizar os linfonodos, baço e outros tecidos linfáticos (TORTORA;
DERRICKSON, 2016).

FIGURA 9: ILUSTRAÇÃO DA LOCALIZAÇÃO DO TIMO

(ENTRE OS PULMÕES – MEDIASTINO)

2.3.2 Linfonodos
Os linfonodos possuem forma de feijão e estão espalhados pelo corpo ao longo
dos vasos linfáticos e são responsáveis por remover os patógenos da linfa. Os linfonodos
medem aproximadamente de 1 a 25 mm de comprimento, são cobertos por uma cápsula
de tecido conjuntivo denso e se dividem em dois compartimentos. Os linfonodos são encon-
trados em agrupamentos em locais superficiais ou mais profundos; os superficiais estão na
região cervical, axilar e inguinal; enquanto os linfonodos profundos encontram-se no tórax,
abdome e pelve.

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No interior dos linfonodos é observado uma rede de vasos aferentes e eferentes
(Figura 10). Os vasos aferentes adentram aos linfonodos pela cápsula fibrosa trazendo a
linfa, enquanto, os vasos eferentes saem dos linfonodos por uma região chamada hilo. A linfa
infiltra através dos seios linfáticos que estão distribuídos no interior do linfonodos formando
uma rede entrecruzada de fibras reticulares que é local de armazenamento de macrófagos
(células destruidoras de agentes estranhos). O trajeto que a linfa percorre passando por
vários linfonodos é essencial para torná-la livre de patógenos para ser despejada no sistema
sanguíneo (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014; TORTORA; DERRICKSON, 2016).

FIGURA 10: LINFONODO E SEUS VASOS LINFÁTICOS AFERENTES E EFERENTES

2.3.3 Baço
O baço é uma estrutura oval, maior massa de tecido linfático do corpo, tendo apro-
ximadamente 12 cm de comprimento. Sua face superior é lisa e convexa que permite o
encaixe perfeito à face côncava do diafragma. Localiza-se entre o estômago e o diafragma
(região do hipocôndrio esquerdo) (Figura 11).
Assim como os linfonodos, o baço também possui um hilo por onde chegam a
artéria esplênica, a veia esplênica e os vasos linfáticos eferentes. No interior do baço ob-
serva-se o parênquima do baço, composto por dois tipos diferentes de tecido chamados de
polpa branca e polpa vermelha (Figura 12). A polpa branca é composta por tecido linfático
(linfócitos e macrófagos) organizados ao redor da artéria esplênica (que na polpa branca
recebe o nome de artérias centrais). Já, a polpa vermelha é composta por veias cheias
de sangue e por diversas células como: eritrócitos, macrófagos, linfócitos, plasmócitos e
granulócitos.

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O baço desempenha as seguintes funções: 1) remover de células sanguíneas e
plaquetas envelhecidas ou defeituosas; 2) armazenar o suprimento de plaquetas do or-
ganismo; 3) produzir células sanguíneas (hematopoese) durante a vida fetal. 4) funções
imunológicas exercidas pelos linfócitos B e T e macrófagos destruindo agentes patogênicos.

FIGURA 11: LOCALIZAÇÃO DO BAÇO EM DESTAQUE DE ROSA NA IMAGEM

FIGURA 12: IMAGEM DA ESQUERDA BAÇO FORMATO DE FEIJÃO (VISTA ANTERIOR);

IMAGEM DA DIREITA CORTE FRONTAL, OBSERVA-SE A POLPA VERMELHA E POLPA

BRANCA AO CENTRO

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3. SISTEMA RESPIRATÓRIO

3.1 Introdução ao Sistema Respiratório


As células do corpo humano utilizam oxigênio (O2) para realizar reações meta-
bólicas e produção de ATP que são essenciais para sua sobrevivência. Em contrapartida,
estas reações produzem metabólitos como, o dióxido de carbono (CO2) que precisam ser
eliminados do organismo pois o acúmulo de CO2 promove a acidez do pH sanguíneo sendo
tóxico para as células. É competência do sistema respiratório realizar as seguintes funções:
1) Promover a troca gasosa promovendo a captação do O2 do meio externo para
dentro do organismo e eliminar o CO2 do meio interno para o meio atmosférico.
2) Regular o pH sanguíneo através da eliminação do CO2, impedindo a acidifica-
ção do pH que é letal para as células.
3) Promover a filtragem do ar inspirado e produzir sons (laringe).
O sistema respiratório é constituído pelo nariz, faringe, laringe, traqueia, brônquios
e pelos pulmões (Figura 13). Classificamos o sistema respiratório de acordo com sua es-
trutura ou função. Estruturalmente, o aparelho respiratório é formado por duas partes:
1) O sistema respiratório superior que inclui o nariz, a cavidade nasal, a faringe e laringe;
2) O sistema respiratório inferior inclui a laringe, a traquéia, os brônquios e os pulmões.
Funcionalmente, dividimos o sistema respiratório em duas partes: denominadas de
1) Região condutora do ar: cuja função é filtrar, aquecer e umedecer o ar e conduzi-lo para
os pulmões. É composto por várias estruturas tubulares e incluem: o nariz, a cavidade na-
sal, a faringe, a laringe, a traqueia, os brônquios, os bronquíolos e os bronquíolos terminais;
cuja função é filtrar, aquecer e umedecer o ar e conduzi-lo para os pulmões.

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2) A zona respiratória é formada por estruturas anatômicas onde ocorrem as tro-
cas gasosas. Estes incluem os bronquíolos respiratórios, os ductos alveolares, os sacos
alveolares e os alvéolos por executar a troca de gases entre o ar e o sangue (MARIEB;
WILHELM; MALLATT, 2014; TORTORA; DERRICKSON, 2016).

FIGURA 13: SISTEMA RESPIRATÓRIO

3.2 Órgãos do Sistema Respiratório

3.2.1 Nariz
O nariz é o primeiro órgão do sistema respiratório caracterizado por uma parte exter-
na visível no centro da face e uma parte interna (intracraniana) chamada de cavidade nasal.
O nariz externo é constituído por osso e cartilagem hialina recoberta por músculo e pele é
revestida por túnica mucosa e permite a entrada do ar no trato respiratório através de duas
aberturas chamadas narinas localizadas na face inferior do nariz e flui para a cavidade nasal.
Os pêlos do interior das narinas filtram partículas grandes de poeira evitando sua inalação
A cavidade nasal é a escavação encontrada no interior do nariz, e dividida pelo
septo nasal em dois compartimentos, direito e esquerdo. A cavidade nasal se funde ao nariz
permitindo a comunicação com a faringe por meio de duas aberturas chamadas de cóanos
É na cavidade nasal que acontece a filtragem do ar retendo partículas menores,
umedecido e aquecido do ar. Na parede lateral da cavidade nasal encontram-se as conchas
nasais que são divididas em superior, média e inferior (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

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3.2.2 Faringe
A faringe é um tubo com início na região do coáno e une as cavidades nasal e oral
respectivamente com a laringe e o esôfago, por isso consideramos que a faringe seja um
órgão que pertence tanto ao sistema respiratório quanto ao sistema digestório, pois ela per-
mite a passagem de ar e alimento. Contudo, dividimos a faringe em três regiões anatômicas:
nasofaringe, orofaringe e laringofaringe (Figura 14) (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

FIGURA 14: DIVISÃO DA FARINGE (PARTE NASAL, ORAL E LARÍNGEA)

Fonte: MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014, p. 676.

Parte nasal da faringe (nasofaringe): Localiza-se posteriormente a cavidade nasal,


inferior ao osso esfenóide e superior ao palato mole. Esta região da faringe por estar acima
do nível de entrada do alimento serve apenas como via de passagem de ar.
Parte Oral da faringe (orofaringe): A parte da orofaringe tem comunicação com a
boca e permite tanto a passagem de ar quanto de alimento.
Parte laríngea (laringofaringe): Conecta-se com o esôfago (canal do alimento) e pos-
teriormente com a laringe (passagem de ar). Assim como a orofaringe, a laringofaringe é um
tubo condutor de ar e também de alimentos, sendo portando órgãos do sistema respiratório e
digestório (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014; TORTORA; DERRICKSON, 2016).

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3.2.3 Laringe
A laringe é um órgão curto que permite a conexão entre a laringofaringe e a traqueia,
localiza-se na linha média do pescoço, anterior ao esôfago e às vértebras cervicais (C IV a
C VI). E apresenta três funções:
● Tubo condutor de o ar durante a respiração;
● Estrutura fonadora produtora de som;
● Impede que o alimento e objetos estranhos entrem nas estruturas respiratórias
(como a traqueia).

A laringe é formada por esqueleto cartilaginoso composta por cartilagem tireóidea,


cricóidea, aritenóide e epiglótica (Figura 15). A cartilagem tireóide é a maior cartilagem da
laringe e forma a parede anterior e lateral da laringe, nos homens ela é maior do que nas
mulheres devido à influência dos hormônios masculinos na fase da puberdade, permitindo
a observação do Pomo de Adão formado pela proeminência laríngea da cartilagem tireói-
dea (Figura 15). A epiglote é formada por cartilagem elástica em forma de folha e se fixa
no osso hióide e na cartilagem tireoide. A epiglote é uma espécie de “porta” permitindo
apenas a passagem de ar pela laringe em direção aos pulmões. Durante a deglutição (ato
de engolir), a faringe e a laringe se movem para cima. A elevação da laringe promove o
fechamento da epiglote que se move para baixo fechando a glote e desviando líquidos e
alimentos para o esôfago, mantendo fora da laringe e vias respiratórias. A glote abriga as
pregas vocais que são as principais estruturas envolvidas na produção da voz (MARIEB;
WILHELM; MALLATT, 2014; TORTORA; DERRICKSON, 2016).

FIGURA 15: IMAGEM A). MOSTRA PROEMINÊNCIA LARÍNGEA NO PESCOÇO MASCULI-

NO. B) CARTILAGENS LARÍNGEAS: EPIGLOTE, TIREÓIDEA, CRICÓIDEA

Fonte: MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014, p. 679.

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3.2.4 Traqueia
A traqueia é um tubo flexível condutor de ar de aproximadamente 10 a 12,5cm de
comprimento. Está localizada anteriormente ao esôfago e se estende desde a laringe, pe-
netra no tórax e se divide em brônquios principais direito e esquerdo. A estrutura da traqueia
é constituída por aproximadamente 20 anéis cartilagíneos em formato de C, pois não se
fecha na parte de trás. O fato desses anéis serem incompletos, é importante para permitir
a expansão do esôfago durante a passagem do bolo alimentar em deglutição (Figura 16)
(TORTORA; DERRICKSON, 2016).

FIGURA 16: ESTRUTURA DA TRAQUEIA HUMANA

3.2.5 Brônquios
A traqueia termina na região da bifurcação que dá origem aos brônquios principais
direito e esquerdo que entram nos pulmões através de uma região chamada HILO pulmo-
nar. O brônquio principal direito adentra o lobo pulmonar direito, e um brônquio principal
esquerdo, vai para o pulmão esquerdo (Figura 17). Ao atingirem os pulmões os brônquios
principais se ramificam em brônquios de menor calibre, que são os brônquios lobares, estes
por sua vez se dividem em tubos cada vez menores denominados brônquios segmentares
que então se dividem em bronquíolos. Os bronquíolos continuam a se ramificar em tubos
ainda menores chamados de bronquíolos terminais, e dão origem a minúsculos túbulos
denominados ductos alveolares que terminam em estruturas microscópicas chamados al-
véolos. Os alvéolos são sáculos de ar que se assemelham à cachos de uva, cuja a função

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é realizar a troca entre os gases oxigênio e dióxido de carbono através da membrana
capilar alvéolo-pulmonar (Figura 18) (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014; TORTORA;
DERRICKSON, 2016).

FIGURA 17: TRAQUEIA DANDO ORIGEM AOS BRÔNQUIOS PRINCIPAIS DIREITO E ES-

QUERDO ADENTRANDO OS PULMÕES E SE RAMIFICANDO DANDO ORIGEM A ÁRVORE

BRÔNQUICA

FIGURA 18: ESTRUTURAS MICROSCÓPICAS ALVEOLARES RESPONSÁVEIS PELA

TROCA GASOSA QUE SE ASSEMELHAM À CACHOS DE UVA

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3.2.6 Pulmões
Os pulmões possuem formato cônico e são órgãos essenciais para a respiração.
Localizam-se no interior do tórax e são separados um do outro pelo coração. Os pulmões
(direito e esquerdo) apresentam diferenças morfológicas entre si. O pulmão direito é mais
largo, é um pouco mais curto e possui três lobos: superior, médio e inferior que são sepa-
rados pelas fissuras oblíqua e horizontal. Enquanto, o pulmão esquerdo e um pouco menor
do que o direito e possui a incisura cardíaca (local de encaixe do coração), além disso,
o pulmão esquerdo é dividido em lobo superior e lobo inferior através da fissura oblíqua
(Figura 19) (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014; TORTORA; DERRICKSON, 2016).

FIGURA 19: PULMÃO DIREITO E ESQUERDO

Cada pulmão tem um ápice (extremidade superior arredondada) e uma base que
fica apoiado sobre o diafragma. O pulmão apresenta três faces:
a) Face Costal (face lateral): é a face relativamente lisa e convexa, voltada para a
superfície interna da cavidade torácica.
b) Face Diafragmática (face inferior): é a face côncava que assenta sobre a
cúpula diafragmática.
c) Face Mediastinal (face medial): é a face que possui uma região côncava onde
se acomoda o coração. E encontra-se a região denominada hilo pulmonar através da qual
vasos sanguíneos, brônquios, vasos linfáticos e nervos entram e saem do pulmão (MOO-
RE; DALLEY; AGUR, 2014).

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3.2.7 Pleura
Cada pulmão é envolvido por uma membrana serosa de dupla camada que protege
cada pulmão. A pleura possui duas membranas contínuas: pleura visceral e a pleura parietal.
A Pleura Visceral reveste os próprios pulmões aderindo-se intimamente à superfície pulmo-
nar, torna a superfície do pulmão lisa e escorregadia, permitindo o livre movimento sobre a
pleura parietal. Enquanto, a pleura parietal reveste as cavidades pulmonares, aderindo-se
à parede torácica, ao mediastino e ao diafragma. É mais espessa do que a pleura visceral,
e durante cirurgias e dissecção de cadáver, pode ser separada das superfícies que reveste.
Entre as pleuras visceral e parietal encontra-se um pequeno espaço, chamado ca-
vidade pleural, que contém pequena quantidade de líquido lubrificante, esse líquido reduz
o atrito entre as túnicas, permitindo o fácil deslizamento das pleuras durante a respiração
(MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).

SAIBA MAIS

As valvas cardíacas impedem a ocorrência do refluxo do sangue (volte para o compar-


timento do qual o sangue está saindo), então, as valvas fecham a passagem após a
saída do sangue. Contudo, caso ocorra o refluxo de sangue do ventrículo para os átrios
caracteriza uma condição denominada prolapso da valva.
Durante a sístole, que é a contração do músculo cardíaco, temos a sístole atrial que im-
pulsiona o sangue para os ventrículos. Assim, as valvas atrioventriculares estão abertas
para a passagem de sangue, enquanto, a valva pulmonar e a aórtica estão fechadas. Na
sístole ventricular as valvas atrioventriculares estão fechadas e as semilunares abertas
à passagem de sangue. Diástole é o relaxamento do músculo cardíaco, é quando os
ventrículos se enchem de sangue, neste momento as valvas atrioventriculares estão
abertas e as semilunares estão fechadas

(TORTORA; DERRICKSON, 2016).

REFLITA

O sangue é o rio da vida dentro de nós, transportando quase tudo o que precisa ser
transportado de um lugar para o outro no corpo.

(TORTORA; DERRICKSON, 2016).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Prezado(a) aluno(a),
Nesta unidade abordamos o estudo de três sistemas: o sistema cardiovascular,
linfático e respiratório que funcionam em cooperação e realizam funções vitais para manter
o equilíbrio do organismo. O sistema cardiovascular é constituído pelo sangue, coração
e vasos sanguíneos, consideramos o sistema cardiovascular como sendo um sistema
circulatório fechado, onde o sangue flui pelos vasos sanguíneos até chegar aos tecidos do
corpo, e este processo caracteriza a circulação sanguínea. O sangue transporta nutrientes
e oxigênio que é essencial para a manutenção da vida celular, bem como, transportam
resíduos tóxicos para as células que precisam ser eliminadas do organismo. No entanto,
para que o sangue percorra seu trajeto, ele precisa ser impulsionado por uma bomba con-
trátil propulsora que impulsiona o sangue em direção aos vasos sanguíneos, e esta bomba
vital é o coração. Desta forma, foi apresentado à vocês a morfologia externa e interna do
coração, permitindo a compreensão do processo da circulação sanguínea. Na sequência,
abordamos o sistema linfático que também atua como sistema circulatório, com a diferença
que neste sistema o líquido que está em circulação pelos vasos linfáticos, é a linfa. O
sistema linfático é composto por vasos linfáticos, órgãos linfáticos e linfa, este sistema
está relacionado com a realização de funções que protegem o organismo contra a invasão
de agentes patogênicos, pois estes agentes estranhos são transportados pela linfa até os
órgãos linfáticos que contêm células fagocitárias e linfócitos que os destroem.
Finalizamos o estudo desta unidade conhecendo o sistema respiratório, os órgãos
que os compõem e a sua função que consiste no ato da respiração. A respiração é uma
necessidade urgente, pois as células no corpo exigem um suprimento contínuo de oxigênio
(O2) para produzir a energia que precisam para desempenhar suas funções vitais. Contudo,
ao utilizar o O2 às células produzem dióxido de carbono (CO2) que é um metabólito tóxico
que precisa ser eliminado do organismo. Com base neste entendimento, fica nítido que a
principal função do sistema respiratório é a realização da troca de gases promovendo o
abastecimento do corpo com O2 e descartando o CO2.

Até uma próxima oportunidade. Muito Obrigada!

UNIDADE II
I Introdução
Sistema Cardiovascular,
ao Estudo daLinfático
Anatomia e Respiratório
Humana e Aparelho Locomotor 54
LEITURA COMPLEMENTAR

O sistema linfático é constituído por vasos linfáticos que transportam a linfa, tecido
linfático e órgãos linfáticos que estão envolvidos na luta do corpo contra a doença. Os
órgãos linfáticos e o sistema imune atendem bem as pessoas até a velhice, quando sua
eficiência é afetada sua capacidade para combater a infecção diminui. Essa diminuição na
função parece ser proveniente de uma diminuição na produção e capacidade de resposta
das células T e B
Abordaremos algumas condições patológicas que afetam o sistema linfático:
A esplenomegalia é caracterizada pelo aumento do baço, resultante de doenças
que afetam o sangue como, por exemplo: mononucleose, malária, leucemia, entre outras.
Seu diagnóstico clínico baseia-se na observação do aumento do baço, percebido através
da palpação do abdome.
Linfadenopatia é a doença dos linfonodos definida por alterações nas característi-
cas do linfonodo como resultado da invasão de sua estrutura por células inflamatórias ou
neoplásicas. Diversas condições estão associadas com a ocorrência da linfadenopatia, seu
diagnóstico baseia-se no exame físico e anamnese como roteiro diagnóstico para solicitar
exames complementares. É uma condição associada com linfoma tumor do tecido linfático
de característica benigna ou maligna. No câncer linfático o linfonodo-sentinela é o primeiro
linfonodo que recebe a linfa drenada de uma área do corpo suspeita de ter um tumor.
Quando examinado quanto a presença de células cancerosas, esse linfonodo fornece a
melhor indicação da ocorrência ou não de metástase através dos vasos linfáticos.
Tonsilite: As tonsilas são intumescências da mucosa que reveste a faringe, compos-
ta por tecido linfático atua combatendo a invasão do organismo por agentes patogênicos
que adentram pela via respiratória (ar inalado) e oral (alimentos). Existem quatro grupos
de tonsilas: 1) Tonsilas palatinas localiza-se na parede lateral da faringe, posterior à boca e
ao palato (“céu-da-boca”). São as maiores tonsilas, as que normalmente são infectadas e
precisam ser removidas com frequência durante a infância, em um procedimento cirúrgico
chamado tonsilectomia. 2) Tonsila lingual situa -se na superfície posterior da língua. 3)
Tonsila faríngea conhecida por adenoides, localiza-se no teto faríngeo. 4) Tonsila tubária
situa-se posteriormente ao óstio faríngeo da tuba auditiva.
A tonsilite é a congestão das tonsilas, causadas por bactérias infectantes que
adentram a via oral levando a inflamação das tonsilas que ficam vermelhas e inchadas (au-
mentam de tamanho) (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014; DIDIER NETO; KISO, 2013).

UNIDADE II
I Sistema
Introdução
Cardiovascular,
ao Estudo daLinfático
Anatomia e Respiratório
Humana e Aparelho Locomotor 55
MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Gray - Anatomia Clínica para Estudantes
Autor:  Richard Richard Drake 
Editora: Guanabara Koogan
Sinopse: O Gray ‘s Anatomia Clínica para Estudantes, foca
precisamente nas informações que você necessita para estudar
Anatomia, em um formato fácil de ler e visualmente atraente que
facilita o estudo. 

FILME/VÍDEO
Título: SISTEMA CARDIOVASCULAR - Anatomia e Fisiologia -
Prof. Emerson Inácio
Ano: 2021
Sinopse: O sistema cardiovascular, também conhecido como
sistema circulatório, realiza o transporte de substância no nosso
corpo. Esse sistema é subdividido em sistema sanguíneo e siste-
ma linfático. Neste vídeo você aprenderá sobre a organização do
sistema cardiovascular, anatomia do coração e vasos sanguíneos
e a fisiologia da circulação sanguínea.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/results?search_query=-
sistema+cardiovascular+anatomia

UNIDADE II
I Sistema
Introdução
Cardiovascular,
ao Estudo daLinfático
Anatomia e Respiratório
Humana e Aparelho Locomotor 56
UNIDADE III
Sistema Nervoso
Professora Me. Gislaine Cardoso de Souza Fiaes

Plano de Estudo:
Tópico 1 - SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC)
● Introdução ao Sistema Nervoso Central (SNC);● Divisão do Sistema nervoso;
● Sistema Nervoso Central;● Tecido Nervoso;- Tipos de Neurônios;
- Classificação dos neurônios;● Encéfalo;- Tronco Encefálico;- Cerebelo;
● Diencéfalo;-Tálamo;- Hipotálamo;- Epitálamo;● Telencéfalo;- Lobos Cerebrais;
● Medula Espinal; ● Meninges;
Tópico 2 - SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO (SNP)
● Introdução ao sistema nervoso periférico (SNP);● Nervos Cranianos;● Nervos espinais.

Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar o sistema nervoso central e periférico;
● Identificar a divisão do sistema nervoso;
● Identificar o tecido nervoso, os tipos de neurônios e a classificação dos neurônios;
● Identificar os componentes do sistema
nervoso central e periférico.

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INTRODUÇÃO

Nesta unidade vocês irão aprender sobre o sistema nervoso que é extremamente
fascinante e atua de forma complexa, sendo responsável por nossas percepções, compor-
tamentos, memórias e controle dos movimentos voluntários e involuntários exercidos pelo
corpo humano. O sistema nervoso é dividido em: sistema nervoso central, que é aquele
localizado dentro do esqueleto axial (cavidade craniana e canal vertebral) que compreende
o encéfalo e a medula espinal, respectivamente; e o sistema nervoso periférico, localizado
no esqueleto apendicular é formado pelos nervos e gânglios.
O sistema nervoso se relaciona com organismo e com o meio ambiente através
da comunicação estabelecida pelas conexões sensitivas e motoras. A conexão neuronal
sensitiva (aferente) é responsável por captar o estímulo (por exemplo, dor e calor) externo e
o transmite para sistema nervoso central que processa a informação e produz uma resposta
que é conduzida pela via eferente (neurônios motores) até o órgão efetor que pode ser os
músculos estriados esqueléticos onde a resposta será a contração muscular.

UNIDADE III Sistema Nervoso 58


1. SISTEMA NERVOSO CENTRAL

1.1 Introdução ao Sistema Nervoso Central (SNC)


O sistema nervoso controla toda comunicação do corpo, pensamento, ações,
emoções e memórias. As células nervosas (neurônios) se comunicam através de sinais
elétricos chamados impulsos nervosos, produzindo uma resposta imediata. Destacam-se
três funções básicas do sistema nervoso que atuam conjuntamente (MARIEB; WILHELM;
MALLATT, 2014).
1) Função Sensitiva: É controlada por neurônios sensitivos (aferentes) respon-
sáveis por perceber os estímulos internos do corpo ou externo e conduzir os
impulsos do órgão receptor (por exemplo: tato, dor ou sensores térmicos na
pele) em direção ao SNC.
2) Função Integradora: Após a chegada do estímulo ao SNC, a informação
sensitiva é analisada, processada e interpretada para que uma ação seja de-
sencadeada na sequência.
3) Função Motora: É a resposta aos estímulos iniciando ações como: contrações
musculares ou secreções glandulares; Esta função é caracterizada pela atua-
ção de neurônios motores (eferentes) que saem do SNC levando a resposta aos
órgãos efetores (TORTORA, 2016).

UNIDADE III Sistema Nervoso 59


1.2 Divisão do Sistema Nervoso
Dividimos o sistema nervoso em duas partes anatômicas: o sistema nervoso cen-
tral (SNC) e o sistema nervoso periférico (SNP). O sistema nervoso central é composto
pelo encéfalo e pela medula espinal (Figura 1), que ocupam o crânio e o canal vertebral,
respectivamente. O SNC é o centro de integração e comando do sistema nervoso que
recebe sinais sensitivos (aferentes) e os interpreta. Enquanto, o SNP é a parte do sistema
nervoso localizado fora do SNC, formado pelos nervos que se estendem do cérebro (nervos
cranianos) e da medula espinal (nervos espinais). Os nervos periféricos formam uma linha
de comunicação que liga todas as regiões do corpo ao sistema nervoso central. No SNP
também estão incluídos os gânglios, que são áreas onde os corpos celulares dos neurônios
ficam agrupados.

FIGURA 1: IMAGEM MOSTRA UMA VISÃO ESQUEMÁTICA DO SISTEMA NERVOSO CEN-


TRAL (SNC), QUE COMPREENDE O CÉREBRO E A MEDULA ESPINHAL.

UNIDADE III Sistema Nervoso 60


1.2.1 Sistema Nervoso Central
O encéfalo e a medula espinal são formados por duas substâncias: a cinzenta e a
branca. A substância cinzenta localizada na parte interna é composta por corpos celulares
dos neurônios. Todavia, a substância branca é formada por axônios e neuroglia.
Nos cortes transversais da medula espinal observa-se a substância cinzenta com
formato parecido com da letra H ou de borboleta, cravado em uma matriz de substância
branca. Os braços do H são os cornos; portanto, existem cornos cinzentos posteriores
(dorsais) e anteriores (ventrais) direito e esquerdo (Figura 2).

FIGURA 2: ILUSTRAÇÃO CORTE TRANSVERSAL NA MEDULA ESPINAL MOSTRANDO

AS SUBSTÂNCIAS BRANCA E CINZENTA (CENTRO EM FORMA DA LETRA H).

1.3 Tecido Nervoso


O tecido nervoso é constituído por dois tipos de células que são: os neurônios
e a neuróglia ou também chamada de células gliais. Ambas são células estruturalmente
diferentes de acordo com sua localização no SNC ou no SNP e divergem nas funções.
Os neurônios são as unidades estruturais e funcionais do sistema nervoso que atin-
gem grandes comprimentos especializada para a comunicação rápida por apresentarem
excitabilidade elétrica que é a capacidade de responder a um estímulo e convertê-lo em um
potencial de ação (impulso nervoso) que é um sinal elétrico que se propaga pela membrana
do neurônio.
As células da neuroglia são células menores que ocupam os espaços entre os neu-
rônios com a função de fornecer suporte, nutrição e proteção aos neurônios e continua se
dividindo durante toda a vida do indivíduo e difere dos neurônios por não propagar potenciais
de ação. Existem 6 tipos de células da neuroglia, sendo 2 encontradas apenas no SNP (célu-
las de Schwann e células satélites) e 4 pertencentes ao SNC e são elas (Figura 3):
● Astrócitos: Estas células possuem formato de estrela, muitos prolongamentos
e são as maiores e mais numerosas células da neuróglia. Os prolongamentos
dos astrócitos entram em contato com capilares sanguíneos, neurônios e com
a pia-máter (fina membrana que recobre o encéfalo e a medula espinal). Os

UNIDADE III Sistema Nervoso 61


astrócitos promove o suporte para os neurônios; Produzem de substâncias que
mantêm a característica de permeabilidade seletiva exclusiva das células endo-
teliais dos capilares; Mantém o ambiente adequado para a geração de impulsos
nervosos; São condutores para a passagem de nutrientes e outras substâncias
entre os capilares sanguíneos e os neurônios. Além de influenciar na formação
de sinapses neuronais que estão relacionadas com aprendizado e memória.
● Oligodendrócitos: São células parecidas com os astrócitos, porém menores e
com menos prolongamentos. Todavia, é competência dos prolongamentos dos
oligodendrócitos a formação e manutenção da bainha de mielina encontrada ao
redor dos axônios do SNC.
● Microglia: As menores células da neuróglia com projeções finas que dão ori-
gem a numerosas ramificações. Possui função fagocitárias removendo restos
celulares, microrganismos e tecido nervoso danificado.
● Células Ependimárias: Apresentam formato cúbico em uma camada única,
com microvilosidades e cílios. Localiza-se revestindo o canal central da medula
espinal, sua função é produzir, monitorar e auxiliar na circulação do líquido
cerebroespinhal (líquor) e formar a barreira hematoencefálica (TORTORA;
DERRICKSON, 2014).

FIGURA 3: DIFERENTES TIPOS DE CÉLULAS DA GLIA: ASTRÓCITOS (CÉLULAS


NA COR LARANJA – FIXO AO NEURÔNIO E AO CAPILAR SANGUÍNEO PROMOVENDO
A NUTRIÇÃO E SUPORTE PARA O NEURÔNIO), OLIGODENDRÓCITOS (CÉLULAS NA
COR AZUL – FORMANDO A BAINHA DE MIELINA NO AXÔNIO NEURONAL), MICRÓGLIA
(CÉLULA DA GLIA NA COR VERDE – TEM FUNÇÃO FAGOCITÁRIAS).

UNIDADE III Sistema Nervoso 62


1.3.1 Tipos de Neurônios
As estruturas que compõem os neurônios são: corpo celular, axônio e dendritos
que são prolongamentos que conduzem os impulsos que entram e saem do corpo celular.
O axônio neuronal é revestido uma camada de lipídios e substâncias proteicas chamada
bainha de mielina, a mielina proporciona um aumento da velocidade na condução do impul-
so nervoso (Figura 4).
A comunicação entre os neurônios é chamada de sinapses e ocorre por meio de
neurotransmissores que são substâncias químicas liberadas por um neurônio e atuam esti-
mulando ou inibindo outro neurônio, permitindo a continuidade ou interrupção à transmissão
de impulsos. Os neurônios possuem características estruturais e funcionais diferentes que
determinam sua classificação.

FIGURA 4: ILUSTRAÇÃO DE UM NEURÔNIOS E SEUS COM COMPONENTES: AXÔNIO,

BAINHA DE MIELINA, DENDRITOS, CORPO CELULAR, NÚCLEO

1.3.2 Classificação dos neurônios

1.3.2.1 Classificação Estrutural: Classifica os neurônios de acordo com o número


de extensões que se projetam a partir do corpo celular (Figura 5):
● Neurônios multipolares possuem vários dendritos e um axônio (Figura 5). São
os tipos mais comuns de neurônios no sistema nervoso (SNC e SNP).
● Neurônios bipolares apresentam um dendrito principal e um axônio e o corpo
celular é centralizado (Figura 5).
● Neurônios unipolares têm dendritos e um axônio que se fundem para formar um
prolongamento contínuo que emerge do corpo celular (Figura 5). Estes neurô-

UNIDADE III Sistema Nervoso 63


nios também são chamados de neurônios pseudounipolares, atuam conduzindo
impulsos do órgão receptor (tato, dor ou sensores térmicos na pele, por exem-
plo) em direção ao corpo celular, e um prolongamento central que vai do corpo
celular até o SNC. Os corpos celulares dos neurônios pseudounipolares estão
situados fora do SNC nos gânglios sensitivos dos nervos espinais e cranianos
fazendo parte do SNP.

FIGURA 5: TIPOS DE NEURÔNIOS: UNIPOLAR QUE ORIGINA O

PSEUDOUNIPOLAR, BIPOLAR E MULTIPOLAR

1.3.2.2 Classificação Funcional: Diz respeito à direção para qual o impulso nervoso
(potencial de ação) é transmitido no SNC.
● Neurônios sensitivos ou aferentes: Contêm receptores sensitivos em suas extre-
midades distais (dendritos) e quando um estímulo apropriado ativa um receptor
sensitivo, ele gera um potencial de ação que percorre seu axônio sendo trans-
portado para o SNC por nervos cranianos e espinais. A maioria dos neurônios
sensitivos é classificado estruturalmente como unipolares.
● Neurônios motores ou eferentes: São responsáveis por transportar os potenciais
de ação para fora do SNC em direção a órgãos efetores (músculos e glândulas)
localizados na periferia do corpo (SNP) por meio de nervos cranianos e espinais.
Os neurônios motores estruturalmente são do tipo multipolares.
● Neurônios de associação ou interneurônios: Localiza-se no SNC, entre os neu-
rônios motores e sensitivos, são responsáveis por processar as informações
provenientes dos neurônios sensitivos e então, produzir uma resposta motora
através da ativação dos neurônios motores, sendo que a maior parte dos inter-
neurônios são multipolares.

UNIDADE III Sistema Nervoso 64


1.4 Encéfalo
O encéfalo é o centro de controle das sensações, da inteligência, das emoções, do
comportamento e da memória. Contudo, o encéfalo possui diferentes regiões com funções
especializadas, sendo classificado em 4 partes que serão abordadas detalhadamente nos
tópicos seguintes: tronco encefálico (bulbo, ponte e mesencéfalo), cerebelo, diencéfalo
e telencéfalo (Figura 6).

FIGURA 6: CORTE SAGITAL DO ENCÉFALO: CÉREBRO (ÁREA CINZA COM OS GIROS E

SULCOS), CEREBELO (ÁREA ROXA EM FORMATO DE COUVE-FLOR) E TRONCO ENCE-

FÁLICO LOCALIZADO NA FRENTE DO CEREBELO

1.4.1 Tronco Encefálico


O tronco encefálico situa-se entre o diencéfalo conectando-se à medula espinal
(Figura 7).
As funções do tronco encefálico são:
1. É uma via de passagem que recebe e envia informações motoras e sensitivas
para o cérebro.
2. Recebe ou emite fibras nervosas que formam os nervos cranianos, sendo que
dos 12 pares de nervos cranianos 10 estão conectados a ele.
3. Produz comportamentos rigidamente programados e automáticos, necessários
para a sobrevivência.
4. Integra os reflexos auditivos e visuais.
5. O tronco encefálico apresenta três regiões: o bulbo, a ponte e o mesencéfalo,
estas três estruturas juntas correspondem a 25% da massa encefálica (MARIEB;
WILHELM; MALLATT, 2014; TORTORA; DERRICKSON, 2014).

UNIDADE III Sistema Nervoso 65


FIGURA 7: VISTA ANTERIOR DO TRONCO ENCEFÁLICO

1.4.1.1 Bulbo
O bulbo tem forma de um cone é a parte mais caudal do tronco encefálico e sua
extremidade menor conecta-se com a medula espinhal, no entanto, não tem uma região
demarcando o local de separação entre medula e bulbo por isso, considera-se o limite
correspondente ao nível do forame magno do osso occipital.
O bulbo apresenta duas cristas longitudinais chamadas pirâmides (Figura 8), forma-
da por um feixe compacto de fibras nervosas descendentes que ligam as áreas motoras do
cérebro aos neurônios motores da medula espinal, as fibras nervosas cruzam obliquamente
o plano mediano formando a decussação das pirâmides que é responsável por fazer com
que o hemisfério cerebral direito controla o lado esquerdo do corpo e o hemisfério cerebral
esquerdo controle o lado direito. Isso fica evidente em casos de lesão encefálica à direita,
onde o corpo será acometido em toda sua metade esquerda.
O bulbo abriga o centro de controle de órgãos e funções importantes, como: o
centro respiratório (regulando o ritmo respiratório), o centro vasomotor e o centro do vômito.
O fato do bulbo conter a presença dos centros respiratórios e vasomotor as lesões nesta
estrutura encefálica são extremamente perigosas, o que explica a gravidade de fratura na
base do crânio (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014).

UNIDADE III Sistema Nervoso 66


FIGURA 8: VISTA ANTERIOR DO TRONCO ENCEFÁLICO,

O BULBO ESTÁ EM DESTAQUE COLORIDO DE VERDE

1.4.1.2 Ponte
A ponte está localizada entre o bulbo e o mesencéfalo, e anterior ao cerebelo,
juntamente com o bulbo auxilia no controle da respiração. A ponte é dividida em duas
estruturas principais: uma região ventral e dorsal. A região ventral da ponte é um local de
transmissão sináptica composta substância cinzenta conhecidos como núcleos pontinhos
que possuem substância branca entrando e saindo deles, e conectando o córtex de um
hemisfério cerebral com o córtex do hemisfério do cerebelo contralateral (Figura 9). Por
apresentar um complexo circuito de transmissão nervosa a ponte assume um papel essen-
cial na coordenação e otimização da atividade motora voluntária. A região dorsal contém
tratos ascendentes e descendentes e núcleos de nervos cranianos que chegam ou saem
desta região:
● Nervos trigêmeos (NC V): Recebem impulsos sensitivos da cabeça e da face e
enviam impulsos motores responsáveis pela mastigação.
● Nervos abducentes (NC VI): Transmite impulsos motores, gerados em núcleos
pontinos, que controlam certos movimentos oculares.
● Nervos faciais (NC VII): Os núcleos da ponte recebem impulsos sensitivos gus-
tativos e geram impulsos motores que regulam a secreção de saliva e lágrimas
e a contração de músculos da mímica facial.

UNIDADE III Sistema Nervoso 67


● Nervos vestibulococleares (NC VIII): Recebem impulsos sensitivos e enviam
impulsos nervosos para o aparelho vestibular relacionados com o equilíbrio
(TORTORA; DERRICKSON, 2014).

1.4.1.3 Mesencéfalo
O Mesencéfalo conecta-se diretamente ao cérebro se estendendo da ponte ao
diencéfalo. É atravessado por um estreito canal, o aqueduto do mesencéfalo, conecta o
terceiro ventrículo com o quarto ventrículo. Posterior ao aqueduto, localiza-se o teto do
mesencéfalo que contém quatro projeções arredondadas. As duas projeções superiores
são conhecidas como colículos superiores e são responsáveis por reflexos que controlam
os movimentos da cabeça, do tronco e dos olhos em resposta a estímulos visuais, como os
movimentos oculares de perseguição de objetos em movimento. Enquanto isso, as duas
projeções inferiores (colículos inferiores), transmitem impulsos dos receptores auditivos da
orelha interna para o encéfalo e também são responsáveis pelo reflexo de susto (Figura
10). Anteriormente o mesencéfalo apresenta dois pedúnculos cerebrais que unem o tronco
encefálico ao cérebro, estes pedúnculos cerebrais apresenta feixes pareados de axônios
neuronais que conduzem impulsos nervosos de áreas motoras do córtex cerebral para a
medula espinal, o bulbo e a ponte.
Dois pares de nervos cranianos localizam-se na estrutura mesencefálica e são
eles: Nervos oculomotores são responsáveis pelo controle dos movimentos do bulbo do
olho; Nervos trocleares (IV) através dos nervos trocleares é possível o controlar certos
movimentos oculares (TORTORA; DERRICKSON, 2014).

UNIDADE III Sistema Nervoso 68


FIGURA 10: VISTA LATERAL DO TRONCO ENCEFÁLICO, EM ROXO OBSERVA-SE O ME-

SENCÉFALO E ACIMA EM VERDE COLÍCULOS SUPERIORES E INFERIORES (FORMATO

DE BOLINHAS)

1.5 Cerebelo
O cerebelo (Figura 11) é a segunda maior estrutura encefálica só fica atrás do
telencéfalo (cérebro), situa-se dorsalmente ao bulbo e à ponte, formando o teto do IV
ventrículo. O cerebelo repousa sobre a fossa cerebelar do osso occipital e separa-se do
lobo occipital por uma prega da dura-máter e liga-se à medula e ao bulbo pelo pedúnculo
cerebelar inferior e à ponte e mesencéfalo pelos pedúnculos cerebelares médio e superior.
Possui função exclusivamente motora mantendo o equilíbrio e coordenação (MARIEB;
WILHELM; MALLATT, 2014).

FIGURA 11: CORTE SAGITAL DO CEREBELO (FORMATO DE COUVE-FLOR) E


4 VENTRÍCULOS (ESPAÇO TRIANGULAR ANTERIOR AO CEREBELO).

UNIDADE III Sistema Nervoso 69


1.6 Diencéfalo
O diencéfalo (Figura 12) e o telencéfalo formam o que é conhecido como cérebro,
que corresponde a parte mais desenvolvida do encéfalo e ocupa cerca de 80% da cavidade
craniana. A estrutura do diencéfalo só é vista na porção mais inferior (interna) do cérebro.
Caracteriza-se por estar envolto pelos hemisférios cerebrais e compreendem as seguintes
partes: tálamo, hipotálamo e epitálamo, que estão relacionadas com o III ventrículo que
é uma cavidade ímpar no diencéfalo, que se comunica com o IV ventrículo pelo aqueduto
cerebral e com os ventrículos laterais pelos forames interventriculares.

FIGURA 12: O DIENCÉFALO LOCALIZA-SE INTERNAMENTE ENVOLTO PELOS HEMIS-

FÉRIOS CEREBRAIS E NA IMAGEM PODE SER OBSERVADO TODA REGIÃO DIENCEFÁ-

LICA REPRESENTADO NA COR ROSA

1.6.1 Tálamo
O tálamo (Figura 13) mede cerca de 3 cm de comprimento e corresponde 80% do
diencéfalo, formado por duas massas ovais de substância cinzenta organizadas em nú-
cleos com tratos de substância branca no seu interior. As metades do tálamo (hemisférios
cerebrais direito e esquerdo) são ligadas por uma ponte de substância cinzenta chamada
de aderência intertalâmica.
O tálamo atua como uma estação retransmissora dos impulsos sensitivos da medu-
la espinal e do tronco encefálico. Também contribui para a transmissão de informações do
cerebelo e dos núcleos da base para a área motora do córtex cerebral. Além de transmitir
impulsos nervosos entre diferentes áreas do telencéfalo (cérebro) e auxilia na manutenção
da consciência (TORTORA; DERRICKSON, 2014).

UNIDADE III Sistema Nervoso 70


FIGURA 13: A IMAGEM REPRESENTA EM LARANJA

O TÁLAMO MAIOR ESTRUTURA DIENCEFÁLICA

1.6.2 Hipotálamo
O hipotálamo é uma pequena região do diencéfalo localizada inferiormente ao
tálamo. Ele é composto por quatro regiões principais: região mamilar, região tuberal, região
supraóptica e região pré-óptica. A respeito das funções do hipotálamo, podemos destacar:
● Controle do sistema nervoso autônomo (contração de músculos e secreções
glandulares);
● Regulação da temperatura corporal;
● Regulação do comportamento emocional;
● Regulação do sono e da vigília;
● Regulação da ingestão de alimentos;
● Regulação da ingestão de água;
● Regulação da diurese;
● Regulação do sistema endócrino;
● Geração e regulação de ritmos circadianos (MARIEB; WILHELM; MALLATT,
2014; TORTORA; DERRICKSON, 2014).

1.6.3 Epitálamo
O epitálamo, pequena região superior e posterior ao tálamo, forma parte do teto
do terceiro ventrículo e é composta pela glândula pineal que confere ao epitálamo função
endócrina. A glândula pineal possui tamanho aproximado de uma ervilha e faz parte do
sistema endócrino pois sob a influência do hipotálamo, a glândula pineal é responsável pela
secreção do hormônio melatonina, que controla o ciclo sono-vigília que sinaliza ao corpo a
hora de se preparar para a fase noturna (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014; TORTORA;
DERRICKSON, 2014).

UNIDADE III Sistema Nervoso 71


1.7 Telencéfalo
O telencéfalo é o que conhecemos por cérebro, constituído por dois hemisférios
cerebrais (direito e esquerdo), que são separados pela fissura longitudinal do cérebro, cujo
assoalho é formado por uma larga faixa de fibras comissurais, denominada corpo caloso
que permite promove a união entre os dois hemisférios (Figura 14).
O córtex cerebral é constituído por substância cinzenta que forma a face externa
do telencéfalo. Durante o desenvolvimento embrionário, a substância cinzenta do córtex se
desenvolve mais rápido que a substância branca, e se dobra sobre si mesmo, formando
pregas conhecidas como giros, os dois giros mais importantes são os giros pré-central e
pós-central. As fendas mais profundas entre os giros são chamadas de fissuras; as mais
superficiais, de sulcos que permitem um considerável aumento do volume cerebral (TOR-
TORA; DERRICKSON, 2014).

FIGURA 14: VISTA SUPERIOR DO CÓRTEX CEREBRAL E HEMISFÉRIOS CEREBRAIS,


PODEMOS OBSERVAR NA IMAGEM A FISSURA LONGITUDINAL, SULCOS E GIROS
CEREBRAIS

1.7.1 Lobos Cerebrais


Os hemisférios cerebrais são subdivididos em lobos, que são nomeados de acordo
com os ossos que os recobrem: lobos frontal, parietal, temporal e occipital (Figura 15). O
sulco central separa o lobo frontal do lobo parietal. O sulco cerebral lateral separa o lobo
frontal do lobo temporal. O sulco parietoccipital separa o lobo parietal do lobo occipital.
Uma quinta porção do telencéfalo, a ínsula, não pode ser vista superficialmente porque
se encontra dentro do sulco cerebral lateral, profundamente aos lobos parietal, frontal e
temporal.

UNIDADE III Sistema Nervoso 72


FIGURA 15: VISTA LATERAL DO CÉREBRO HUMANO. ILUSTRAÇÃO MOSTRA LOBO

FRONTAL (AZUL), LOBO PARIETAL (VERDE), LOBO TEMPORAL (LARANJA) E LOBO

OCCIPITAL (ROSA)

1.8 Medula Espinal


A medula espinal é uma massa de tecido nervoso em formato cilíndrico que esten-
de-se do bulbo até a margem superior da segunda vértebra lombar e fica abrigada dentro
do canal vertebral. Ela contém substância cinzenta localizada por dentro da branca e apre-
senta a forma de uma borboleta, ou de um H (Figura 16). Nos adultos a medula espinal
varia entre 42 a 45 cm de comprimento (MARTINI; TIMMONS; TALLITSH, 2009).
A medula espinal é uma via para transmissão de informação ao encéfalo ou a partir
dele e também integra e processa informações. São observadas na medula espinal duas
intumescências: a intumescência cervical, que se estende da quarta vértebra cervical (C IV)
até a primeira vértebra torácica (TI). Os nervos dos membros superiores são provenientes
desta região. E a intumescência lombar (da nona até a décima segunda vértebra torácica
(T XII) que originam os nervos dos membros inferiores.

FIGURA 16: A ILUSTRAÇÃO MOSTRA A MEDULA ESPINAL ACOMODADA DENTRO DO

CANAL VERTEBRAL (FORMADO PELAS VÉRTEBRAS)

UNIDADE III Sistema Nervoso 73


1.9 Meninges
Os tecidos nervosos são extremamente delicados o que lhe confere necessidade de
proteção do contato com ossos que pode causar danos mecânicos, absorvendo impactos.
As meninges são membranas fibrosas que recobrem o SNC (encéfalo e medula
espinal) e possuem três camadas: dura-mater, aracnoide-mater e pia-mater.
Dura-mater: É a mais resistente e espessa lâmina meníngea. Envolve toda a me-
dula e encéfalo como se fosse uma luva, sendo a camada externa que fica em contato com
os ossos do crânio e vértebras.
Aracnóide-máter: É a lâmina intermediária localizada entre a dura-máter e a pia-má-
ter e está separada da lâmina da pia-máter, pelo espaço subaracnóideo que é preenchido
pelo líquido cefalorraquidiano (líquor). Este espaço é facilmente acessado entre as vérte-
bras lombares (L III e L IV), sendo utilizado para administração de anestésicos e na coleta
de líquor para exame diagnóstico. O líquido cerebrospinal envolve e banha o SNC, o líquor
é produzido pelo plexo coróide que localiza-se no interior dos ventrículos. Suas funções
incluem: evitar o contato entre as estruturas nervosas; permite a sustentação do encéfalo
mantendo o mesmo suspenso na cavidade do crânio, flutuando no líquido cerebrospinal e
promover o transporte de nutrientes.
Pia-máter: É a membrana meníngea mais delicada e interna, fixada diretamente ao
tecido nervoso (MARTINI; TIMMONS; TALLITSH, 2009).

UNIDADE III Sistema Nervoso 74


2. SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO (SNP)

2.1 Introdução ao sistema nervoso periférico (SNP)


O sistema nervoso periférico (SNP) é composto por nervos espinais (parte da
medula espinal) e nervos cranianos (originam-se no encéfalo). Os nervos são feixes de
axônios de neurônios que apresentam função motora (leva a informação do SNC para o
órgão efetor, produzindo uma resposta) ou dos dendritos que são fibras sensitivas (capta o
estímulo e leva para ser processado pelo SNC).
Divisão do SNP de acordo com as funções das fibras nervosas sensitivas e motoras
(Figura 17).

FIGURA 17: REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DA DIVISÃO DO SNP. AS ENTRADAS


SENSITIVAS E MOTORAS DO SNP SÃO SUBDIVIDIDAS EM SOMÁTICAS (INERVAÇÃO
DO TUBO EXTERNO) OU VISCERAIS (INERVAÇÃO DOS ÓRGÃOS VISCERAIS). A PARTE
MOTORA DO SNP É DIVIDIDA EM PARTE SOMÁTICA E NA PARTE AUTÔNOMA DO SIS-
TEMA NERVOSO (SNA), QUE É SUBDIVIDIDO EM: SIMPÁTICA E PARASSIMPÁTICA

Fonte: TORTORA; DERRICKSON, 2016.

UNIDADE III Sistema Nervoso 75


O sistema nervoso somático é composto por neurônios sensitivos e motores. Os
neurônios sensitivos captam o estímulo via receptores (termorreceptores localizados na
pele, sensíveis ao tato, calor e dor) e transmitem esse estímulo gerado na forma de impulso
nervoso para processamento no SNC (chegando primeiro na medula espinal e posterior-
mente no encéfalo). Contudo, a via motora são compostas por neurônios que parte do SNC,
inervando os músculos esqueléticos e como resposta ao estímulo promove a contração da
musculatura, produzindo movimentos de reflexos (involuntários) e voluntários, este proces-
so é denominado arco reflexo (Figura 18) (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014).

FIGURA 18: ILUSTRAÇÃO DO ARCO REFLEXO

2.2 Nervos Cranianos


Os nervos cranianos se originam no encéfalo e são doze pares no total. Cada
nervo craniano tem sua nomenclatura própria de acordo com a distribuição ou a função dos
nervos, mas também recebe uma numeração (número romano) que indicam a ordem, na
qual os nervos se originam no encéfalo (Figura 19).

FIGURA 19: DOZE PARES DE NERVOS CRANIANOS

UNIDADE III Sistema Nervoso 76


Os nervos cranianos olfatório (I), óptico (II) e vestibulococlear (VIII), contém axônios
de neurônios sensitivos. E estão associados aos sentidos especiais do olfato, da visão e da
audição, respectivamente. Entretanto, cinco nervos cranianos oculomotor (III), troclear (IV),
abducente (VI), acessório (XI) e hipoglosso (XII) são classificados como nervos motores,
pois contêm apenas axônios de neurônios motores que saem do tronco encefálico.
Os quatro nervos cranianos restantes trigêmeo (V), facial (VII), glossofaríngeo (IX)
e vago (X) são nervos mistos, pois contém axônios de neurônios sensitivos adentrando no
encéfalo e neurônios motores saindo do encéfalo (TORTORA; DERRICKSON 2016).

2.3 Nervos espinais


A superfície da medula apresenta sulcos que fazem conexão com pequenos fila-
mentos nervosos que se unem formando as raízes ventrais e dorsais dos nervos espinais.
Os nervos espinais são vias de comunicação entre a medula espinal e regiões
específicas do corpo. Cada par de nervos espinais surge de um segmento espinal, respon-
sável por conferir a nomeação dos nervos espinais de acordo com o segmento nos quais
estão localizados. Existem 31 pares de nervos espinais sendo distribuídos da seguinte
forma: 8 cervicais (C1–C8), 12 torácicos (T1–T12), 5 lombares (L1-L5), 5 sacrais (S1–S5)
e 1 coccígeo (Co1).
Os nervos espinais se ramificam a partir da medula espinal e se projetam lateral-
mente saindo do canal vertebral através dos forames intervertebrais. Contudo, os nervos
das regiões lombar, sacral e coccígea não saem da coluna vertebral, as raízes destes
nervos espinais ficam semelhantes a uma cauda de um cavalo, atribuindo o nome às raízes
destes nervos de cauda equina (TORTORA; DERRICKSON 2016).

UNIDADE III Sistema Nervoso 77


SAIBA MAIS

A meningite é uma condição patológica causada pela inflamação das meninges provo-
cada por infecção bacteriana ou viral. A infecção pode se espalhar para o tecido nervoso
e provocar inflamação no encéfalo chamada de encefalite. A meningite é diagnosticada
através da obtenção de uma amostra de líquido cerebrospinal (LCE) coleta do espaço
subaracnóideo para detectar a presença do agente patológico (bactérias, vírus ou fun-
gos). Como a medula espinal adulta termina no nível da vértebra L I ou L II, uma agulha
pode penetrar com segurança no espaço subaracnóideo abaixo desse local para obter a
amostra necessária, este procedimento é denominado punção lombar. Com o paciente
curvado para a frente a agulha é inserida entre as vértebras das vértebras L III e L IV ou
entre L IV e L V. As punções lombares também são utilizadas para medir a pressão do
LCE, para administração de antibióticos, anestésicos e contraste de raios X

(MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014).

REFLITA

Com apenas 2 kg de peso, cerca de 3% do peso corporal total, o sistema nervoso é um


dos menores, porém mais complexos sistemas corporais, contém bilhões de neurônios
e de um número ainda maior de células da neuroglia

(TORTORA; DERRICKSON, 2014).

UNIDADE III Sistema Nervoso 78


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Prezado(a) aluno(a),

Nesta unidade abordamos o estudo do sistema nervoso em sua complexidade é


responsável por controlar ações voluntárias e involuntárias. O controle das ações voluntárias
como: correr, andar e falar. Além de ser fundamental para a percepção do indivíduo com
relação às coisas à sua volta. Todavia, o controle das ações involuntárias se deve ao fato do
sistema nervoso atuar sobre outros sistemas do corpo humano como, por exemplo: o centro
respiratório que controla o ritmo respiratório está localizado no bulbo que é uma estrutura
do tronco encefálico. O sistema nervoso é formado pelo tecido nervoso que é constituído
pelas células nervosas chamadas neurônios, os neurônios se comunicam entre si através
de sinais elétricos chamados impulsos nervosos, produzindo uma resposta imediata.
O sistema nervoso é dividido em: sistema nervoso central e sistema nervoso pe-
riférico. O sistema nervoso central é formado pelo encéfalo (cérebro, tronco encefálico e
cerebelo) e medula espinhal. Na sequência abordando detalhadamente as características
morfológicas do encéfalo que é o centro de controle das sensações, da inteligência, das
emoções, do comportamento e da memória. O encéfalo é classificado em 4 partes: tronco
encefálico (bulbo, ponte e mesencéfalo), cerebelo, diencéfalo e telencéfalo, sendo que
apresentado a vocês as características morfológicas de cada uma destas áreas encefálicas.
Finalizamos o estudo desta unidade apresentando à vocês o sistema nervoso peri-
férico que localiza-se fora do sistema nervoso central, sendo constituído por fibras nervosas
(nervos) que tem origem de dois locais distintos, sendo: Encéfalo (base do crânio) e medula
espinal. Desta forma, temos 12 pares de nervos cranianos e 31 pares de nervos espinais,
respectivamente, e são responsáveis por promover a conexão levando estímulos periféricos
para o sistema nervoso central que os interpreta e produz uma resposta que é transmitida
do sistema nervoso central para outras partes do corpo humano.

Até uma próxima oportunidade. Muito Obrigada!

UNIDADE III Sistema Nervoso 79


LEITURA COMPLEMENTAR

Anualmente, 1,4 milhão de lesões encefálicas traumáticas (ou traumatismo crânio-


-encefálico) são relatadas nos Estados Unidos decorrentes de quedas (28%), acidentes de
trânsito (20%), lesões esportivas (21%) e violência (30%).
A lesão no tecido neural é provocada por três mecanismos: (1) um golpe direto
que contundiu o tecido neural, (2) forças de cisalhamento que rasgam as fibras neuronais
e (3) sangramento e intumescimento que aumentam a pressão intracranial, comprimindo o
tecido neural. Circundado pelo líquido cerebrospinal, o encéfalo praticamente flutua dentro
do crânio. Qualquer força externa que atinja essa estrutura faz que o encéfalo se mova e
bata no crânio, lesionando o tecido neural. Se a força do golpe for suficientemente grande,
o encéfalo pode atingir o lado oposto do crânio. A isso chamamos lesão por contragolpe.
Como o encéfalo está sendo movimentado vigorosamente na cavidade craniana,
os axônios longos e projetados alongam-se. As forças de cisalhamento podem rasgá-los,
resultando em lesão axonal difusa. Essas forças afetam axônios bem espalhados e per-
turbam sua capacidade de enviar informações, rompendo os circuitos neuronais. Com o
tempo, as conexões axonais podem crescer novamente e restabelecer os circuitos neurais
funcionais. No entanto, as conexões podem errar o caminho, resultando em déficits funcio-
nais de longo prazo.
Tanto a lesão por contragolpe quanto a lesão axonal difusa são típicas na síndrome
do bebê sacudido e no chicote provocado pela desaceleração rápida, típica de acidentes
de automóvel. O sangramento interno no local do impacto comprime o tecido neural. O
entumescimento resultante do edema e da captação de água pelo cérebro leva ao aumento
da pressão intracraniana, que comprime ainda mais o tecido neural, provocando mais le-
sões. Muito preocupantes são as lesões que resultam em sangramento dentro dos espaços
subdural ou subaracnóideo que é diagnosticado no momento da lesão. Imediatamente
após um golpe na cabeça, a vítima pode estar lúcida e agir normalmente. No entanto, à
medida que o sangue e outros líquidos se acumulam em volta do tecido cerebral, podem se
desenvolver sinais neurológicos como problemas de equilíbrio, problemas de coordenação
e déficits sensitivos. A maior pressão intracraniana resultante pode afetar as funções do
tronco encefálico que controlam a respiração, a frequência cardíaca e a pressão arterial,
potencialmente causando a morte.

UNIDADE III Sistema Nervoso 80


Desse modo, indivíduos com qualquer tipo de lesão na cabeça precisam ser mo-
nitorados quanto ao desenvolvimento de sinais neurológicos: reflexos pupilares anormais,
desequilíbrio, discurso incoerente e comportamento anormal.
As lesões encefálicas brandas (concussões) são o tipo mais comum de lesão en-
cefálica, já que provocam mudança temporária no estado mental: confusão, desorientação
e perda de memória. Uma breve perda de consciência pode ou não ocorrer. Os sintomas
de uma lesão encefálica branda incluem cefaléia, vertigem, náusea, fadiga e irritabilidade.
Uma lesão encefálica moderada é definida pela perda de consciência durante um intervalo
de tempo que varia de alguns minutos a algumas horas. Esse tipo de lesão provoca con-
fusão, que pode durar dias ou semanas. Os déficits neurais resultam em prejuízos físicos,
cognitivos e comportamentais que podem durar um longo período ou ser permanentes.
Uma lesão encefálica grave resulta em inconsciência prolongada ou coma durante dias,
semanas ou meses.
Cerca de 75% de todas as lesões encefálicas traumáticas são classificadas como
brandas, incluindo a maioria das lesões encefálicas que ocorrem durante as atividades es-
portivas. No entanto, uma lesão branda não é insignificante, mas muitas vezes é ignorada
ou minimizada, sobretudo pelos atletas de competição.
O tecido neural requer pelo menos duas semanas para se recuperar após uma le-
são branda. Se o encéfalo não tiver tempo para cicatrizar, outra lesão pode resultar de outro
impacto. Um segundo impacto que ocorra antes da cicatrização completa de um impacto
inicial pode resultar em um intumescimento tão agudo do encéfalo que chega a ser fatal.
Essa condição chama-se síndrome do segundo impacto. Embora nenhum dos impactos
seja grave, o intumescimento radical provocado pela segunda lesão pode alterar a função
do tronco encefálico e o efeito cumulativo das lesões pode ter consequências fatais.
As lesões encefálicas repetidas se combinam, causando déficits neurológicos
importantes. Pesquisas mostram que os atletas com lesões repetidas na cabeça têm de-
sempenho pior nos testes de atenção, memória, organização e resolução de problemas
complexos do que os indivíduos que nunca sofreram uma concussão.
É fundamental evitar o traumatismo craniano. Nos esportes que envolvem contato,
são essenciais o equipamento de proteção da cabeça e as decisões inteligentes tomadas
pelos treinadores, preparadores físicos e atletas em relação à quando voltar a jogar após
uma lesão na cabeça (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014).

UNIDADE III Sistema Nervoso 81


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Anatomia Humana
Autor:  Frederic H. Martin, Michael J. Timmons, Robert B. Tallitsch.
Editora: Artmed.
Sinopse: A Coleção Martini foi especialmente pensada para
proporcionar ao leitor o melhor recurso didático para ensino e
aprendizagem da Anatomia. Para isso, foram reunidos o livro-texto
Anatomia humana, que se destaca pela riqueza de detalhes visuais
e por um texto extremamente didático, o Atlas do corpo humano –
um atlas fotográfico cuja objetividade é seu ponto alto.

FILME/VÍDEO
Título: Sistema Nervoso | Prof. Paulo Jubilut
Ano: 2019
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=_prsDDg_cJM

UNIDADE III Sistema Nervoso 82


UNIDADE IV
Sistemas Digestório, Urinário e Genital
Professora Me. Gislaine Cardoso de Souza Fiaes

Plano de Estudo:
TÓPICO 1 - SISTEMA DIGESTÓRIO
● Introdução ao Sistema Digestório; ● Cavidade oral - Dentes ;
- Glândulas salivares- Língua; ● Faringe ● Esôfago ● Estômago
● Intestino delgado ● Intestino grosso● Órgãos acessórios do sistema digestório
Tópico 2 - SISTEMA URINÁRIO
● Rins ● Ureteres ● Bexiga ● Uretra
Tópico 3 - SISTEMA GENITAL MASCULINO
● Introdução ao Sistema genital masculino ● Testículos ● Bolsa escrotal
● Ductos do sistema genital masculino ● Uretra ● Glândulas sexuais acessórias ● Pênis
Tópico 4 - SISTEMA GENITAL FEMININO
● Órgão do Sistema genital feminino ● Ovários ● Tubas uterinas ● Útero ● Vagina
● Pudendo feminino ● Glândulas mamárias

Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar os sistemas digestório,
urinário e reprodutor masculino e feminino;
● Compreender os principais aspectos anatômicos dos
órgãos que constituem cada sistema;
● Estabelecer a importância dos sistemas para
a manutenção da vida humana.

83
INTRODUÇÃO

Quantas vezes escutamos durante nossa infância sobre a importância dos ali-
mentos? Ou o quanto é importante a ingestão de água diariamente? Todos os sistemas
do nosso corpo exercem um papel fundamental para a manutenção da vida. O sistema
digestório, por exemplo, é responsável desde a quebra do alimento em moléculas menores
permitindo, assim, que nossas células possam absorver os nutrientes, até a formação das
fezes. Já o sistema urinário realiza a filtragem do sangue e, como consequência desse
processo, elimina restos metabólicos através da urina. Além disso, o sistema reprodutor
tem características distintas entre os gêneros, mas ambos contribuem na produção dos
gametas e permitem, assim, a reprodução e a continuação da espécie humana.
Caro estudante, nesta unidade vamos aprofundar nossos conhecimentos sobre
os sistemas digestório, urinário e reprodutor. Sendo, o objetivo principal desta unidade é
proporcionar a compreensão das funções e os aspectos anatômicos relevantes de cada
órgão que os compõem.

UNIDADE IV Sistemas Digestório, Urinário e Genital 84


1. SISTEMA DIGESTÓRIO

1.1 Introdução ao Sistema Digestório

Nós, seres humanos, assim como outros animais, não somos capazes de produzir

nosso próprio alimento, como as plantas, por exemplo, e por isso necessitamos de produtos

animais ou vegetais que nos forneça energia para a manutenção dos nossos órgãos e

sistemas. Desde crianças escutamos na escola e em casa sobre a importância dos alimen-

tos no nosso dia-a-dia. Mas você sabe como e onde acontece a digestão de tudo o que

ingerimos? Vamos descobrir juntos a seguir.

Quando ingerimos um alimento ele irá percorrer no nosso sistema digestório e

sofrer transformações físicas e químicas para reduzi-los em pequenas moléculas e permitir


que seus nutrientes, como a glicose, sejam capazes de atravessar parte das camadas

do sistema digestório e a parede dos capilares sanguíneos e linfáticos e, posteriormente,

serem distribuídos para as células do corpo. Os restos desse processo são excretados do

corpo por meio das fezes.

O sistema digestório exerce um papel importantíssimo na homeostasia, ou seja, no

processo de equilíbrio ou estabilidade do organismo. Isso porque, possui funções desde a

quebra dos alimentos em moléculas menores, como também a absorção de água, vitaminas e

minerais, e a eliminação de resíduos metabólicos do corpo (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

UNIDADE IV Sistemas Digestório, Urinário e Genital 85


Os órgãos que compõem o sistema digestório podem ser observados na figura intro-
dutória desta unidade, sendo eles boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado e in-
testino grosso. Também faz parte desse sistema, os chamados órgãos digestórios acessórios,
que compreende os dentes, língua, glândulas salivares, fígado, vesícula biliar e pâncreas.
É importante salientar que a cavidade abdominal, que abriga a maioria dos órgãos do
sistema digestório, é revestida por uma membrana serosa chamada peritônio, que é dividido
em peritônio parietal (quando está em contato com as paredes abdominal) e peritônio visceral
(reveste as vísceras). O espaço entre eles é denominado cavidade peritoneal e possui um
líquido seroso lubrificante. O peritônio contém grandes pregas que ligam os órgãos uns aos
outros e às paredes da cavidade abdominal, além de vasos sanguíneos, vasos linfáticos e
nervos que suprem os órgãos abdominais (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

1.2 Cavidade oral


A cavidade oral é formada pelas bochechas que terminam nos lábios, palato duro
(parte anterior do céu da boca), palato mole (parte posterior do céu da boca) e língua. O
palato é uma parede que separa a cavidade oral da cavidade nasal, e forma o céu da boca
e sua presença permite mastigar e respirar ao mesmo tempo. Pendurada na margem livre
do palato mole está localizada uma estrutura muscular chamada úvula. Durante a degluti-
ção, o palato mole e a úvula são atraídos superiormente, fechando a parte nasal da faringe
e impedindo que os alimentos e líquidos ingeridos entrem na cavidade nasal (TORTORA;
DERRICKSON, 2016).
O primeiro órgão do tubo digestório é a boca e a digestão mecânica dos alimen-
tos que ocorre neste local é chamada de mastigação onde o alimento é manipulado pela
língua, triturado pelos dentes e misturado com a saliva, a fim de deixá-lo com um pequeno
tamanho e permitindo-o ser facilmente engolido. Essa massa formada recebe o nome de
bolo alimentar. Já a digestão química envolve a ação de enzimas, como a amilase salivar
e a lipase lingual.

1.2.1 Dentes
Os dentes cortam os alimentos sólidos em partículas menores para serem deglu-
tidas. Eles estão localizados no espaço ósseo chamado alvéolo dental. Tipicamente, os
dentes possuem três regiões: a coroa, que é a parte visível acima da gengiva; o colo, parte
intermediária recoberta por gengiva e que consiste na junção entre a coroa e a raiz; e a raiz,
embutidas no soquete e que fixa os dentes aos ossos.
Internamente os dentes são formados principalmente por dentina que confere
forma e rigidez. A dentina da coroa é recoberta por esmalte, composto principalmente por

UNIDADE IV Sistemas Digestório, Urinário e Genital 86


fosfato de cálcio e carbonato de cálcio, enquanto que a dentina da raiz é recoberta por
cemento, que age como um amortecedor de impacto durante a mastigação (TORTORA.
DERRICKSON, 2016).
Ao longo de nossas vidas, apresentamos duas dentições. A decídua são os fa-
mosos “dentes de leite”, ou primários, que começam a aparecer por volta dos 6 meses de
idade, constituindo-se de 20 dentes (8 incisivos, 4 caninos e 8 molares). Essa dentição é
substituída por volta dos 6 a 12 anos de idade pela dentição dita permanente, que se refere
aos dentes secundários e totalizam cerca de 32 dentes quando no conjunto completo (8 in-
cisivos, 4 caninos, 8 pré-molares e 12 molares). Os dentes incisivos (parte cortante) cortam
o alimento, os caninos (borda pontiaguda) dividem os alimentos em partes menores, quanto
que os dentes pré-molares e molares (possuem coroa mais desenvolvida) são adaptados
para amassar e triturar os alimentos.

1.2.2 Glândulas salivares


A saliva é produzida pelas glândulas salivares. As glândulas salivares maiores são
glândulas exócrinas, sendo elas as parótidas, submandibulares e sublinguais, ao passo
que as glândulas salivares menores estão presentes no interior das bochechas, lábios e
mucosa da língua. Estima-se que, por dia, seja liberado cerca de 1 a 1,5 litros de saliva. A
saliva é composta por água (99,5%) e solutos (0,5%) e sua função é a de amaciar, hidratar
e dissolver os alimentos, limpar a boca e os dentes, e iniciar a digestão do amido.

1.2.3 Língua
A língua é um órgão muscular, móvel, dividida em metades laterais simétricas por
um septo mediano. A língua participa da mastigação e deglutição ao manobrar os alimentos,
modelando-o em um bolo alimentar, da fala, da sucção e detecta sensações de paladar. A
sua parte fixa é chamada de raiz da língua, a parte móvel de corpo da língua e a extremi-
dade anterior de ápice da língua.
O frênulo da língua é uma prega na linha média da face inferior da língua, e que se
insere no assoalho da boca ajudando a limitar o movimento da língua posteriormente. A face
dorsal (superior) e a face lateral da língua são recobertas por papilas linguais, receptores
para gosto. Estas são divididas em circunvaladas (amargo), folheadas (azedo), filiformes e
fungiformes (doce e salgado).
Os músculos extrínsecos movem a língua de um lado para o outro, para dentro e
para fora a fim de manobrar os alimentos para a mastigação, moldando-o e forçando-o para
a parte de trás da boca para ser engolido. Já os músculos intrínsecos alteram a forma e o
tamanho da língua para a fala e deglutição (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

UNIDADE IV Sistemas Digestório, Urinário e Genital 87


1.3 Faringe
Depois de iniciado a digestão na boca e triturado, o bolo alimentar segue para a
faringe e então, por meio de contrações musculares, é impulsionado para o esôfago. A
faringe é composta por músculo esquelético e possui três partes: a parte nasal atua apenas
na respiração, pertencendo exclusivamente ao sistema respiratório, enquanto, as partes
oral e laríngea participam tanto na parte digestiva quanto na parte respiratória.
O bolo alimentar estimula receptores da parte oral da faringe, que enviam impulsos
para o centro da deglutição no bulbo e parte inferior da ponte do tronco encefálico. Os
impulsos que retornam fazem com que o palato mole e a úvula se movam para cima para
fechar a parte nasal da faringe, o que impede que os alimentos e líquidos ingeridos entrem
na cavidade nasal. Além disso, o fechamento da epiglote da laringe impede que o bolo
alimentar entre no restante do trato respiratório (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

1.4 Esôfago
O esôfago é um tubo muscular posicionado posteriormente à traqueia, com cerca
de 20 a 25 cm de comprimento. Ele secreta muco e conduz o bolo alimentar da faringe para
o estômago. O alimento atravessa o esôfago de forma rápida devido a contração de suas
fibras musculares que produz movimentos peristálticos, e também pela gravidade, embora
não dependa necessariamente dela.
O esôfago possui dois esfíncteres: o esfíncter esofágico superior controla a cir-
culação de alimentos da faringe para o esôfago, e o esfíncter esofágico inferior regula
o movimento dos alimentos do esôfago para o estômago. Quando o esfíncter esofágico
inferior não fecha adequadamente após a passagem do alimento para o estômago, pode
ocorrer o refluxo desse conteúdo o que ocasiona uma condição chamada de doença do
refluxo esofágico. Além disso, uma vez que as paredes do esôfago não estão preparadas
para receber solução ácida, o ácido clorídrico (HCl) do conteúdo estomacal pode causar
uma irritação na parede esofágica gerando uma sensação de queimação conhecida como
azia (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

1.5 Estômago
Após descer pelo esôfago, o bolo alimentar chega no estômago, o órgão mais
distensível do sistema digestório. Ele está localizado entre o esôfago e o intestino delgado
e na maioria das pessoas possui formato da letra “j”, voltado para o lado esquerdo do corpo.
Quando vazio, o estômago apresenta grandes rugas denominadas pregas gástricas, mas
que diminuem ou desaparecem quando o estômago está distendido (MOORE; DALLEY;
AGUR, 2014).
O estômago realiza digestão química e mecânica, além da absorção de algumas
substâncias, como álcool e medicamentos. Ele possui quatro partes. Vejamos a seguir:

UNIDADE IV Sistemas Digestório, Urinário e Genital 88


● Cárdia, a abertura do esôfago ao estômago, circundando o óstio cárdico.
● Fundo gástrico, porção arredondada superior; pode ser dilatado por gás, líqui-
do, alimento ou pela combinação destes.
● Corpo gástrico, parte central, entre o fundo gástrico e o antro pilórico.
● Parte pilórica, porção afunilada de saída do estômago, em direção ao duode-
no; é formada pelo antro pilórico (parte mais larga), canal pilórico (parte mais
estreita) e o piloro, que se comunica com o duodeno do intestino delgado e que
controla a saída do conteúdo gástrico através do óstio pilórico.
No estômago ocorre uma série de ondas de contração chamada peristalse, res-
ponsável pela mistura do alimento mastigado aos sucos gástricos e o esvaziamento do
conteúdo gástrico no duodeno (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). O suco gástrico é um
líquido formado por diversas substâncias que auxiliam na digestão química do alimento
como o pepsinogênio, que ao entrar em contato com o ácido do estômago, se transforma
na enzima pepsina, importante para a digestão de proteínas.
O alimento misturado ao suco gástrico resulta em um líquido com consistência
de sopa, denominado quimo. Uma vez que as partículas de alimento no quimo são sufi-
cientemente pequenas, elas podem então passar através do óstio pilórico, em direção ao
intestino delgado (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

1.6 Intestino delgado


De todo o canal alimentar, é no intestino delgado que acontece a maior parte da
digestão e absorção de nutrientes e água ingeridos. Por ser um órgão comprido (cerca de 4
a 6 m) tem grande superfície para a digestão e absorção, tendo sua área aumentada ainda
mais por pregas circulares, vilosidades e microvilosidades.
No intestino delgado acontece a mistura do quimo com os sucos digestivos por
meio de movimentos peristálticos e, também, o contato dos nutrientes com a mucosa para
a absorção. Além disso, completa a digestão de carboidratos, proteínas e lipídios e realiza
a digestão de ácidos nucleicos.
O intestino delgado é formado pelo duodeno, jejuno e íleo. O duodeno é o primeiro
segmento e também o mais curto, com aproximadamente 25 cm. Como visto anteriormen-
te, a parte pilórica do estômago esvazia-se no duodeno. Ele possui formato da letra “C”
ao redor da cabeça do pâncreas e é dividido em parte superior, parte descendente, parte
inferior e parte descendente, em ordem de direção ao intestino grosso. O duodeno recebe a
bile e o suco pancreático que é onde ocorre a maior parte da digestão, participando também
da absorção.

UNIDADE IV Sistemas Digestório, Urinário e Genital 89


O jejuno é o segmento logo após o duodeno e possui cerca de 1 a 2,5 m. Por
fim, o íleo é a porção mais longa do intestino delgado, com aproximadamente 2 a 3,5 m
e se junta ao intestino grosso em um esfíncter chamado óstio ileal. O jejuno e o íleo são
fixados à parede posterior do abdome pelo mesentério (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014) e
são os principais responsáveis pela absorção de aminoácidos, glicose, ácidos graxos, sais
minerais e uma pequena quantidade de água.

1.7 Intestino grosso
Após a absorção no intestino delgado, o resto do alimento segue em direção ao intes-
tino grosso. O intestino grosso mede cerca de 1,5 m e se estende do íleo ao ânus, encerrando,
assim, o canal alimentar. Este órgão possui bactérias que convertem proteínas em aminoácidos
e produzem algumas vitaminas B e vitamina K. Também absorve água e eletrólitos e é respon-
sável pela formação e expulsão das fezes (TORTORA; DERRICKSON, 2016).
O intestino grosso é dividido nos seguintes segmentos:
● Ceco: possui aproximadamente 6 cm e está localizado inferiormente ao óstio
ileal (já descrito anteriormente). Anexado ao ceco está o apêndice vermiforme.
● Colo: está fundido à extremidade aberta do ceco e é dividido em ascendente,
transverso, descendente e sigmóide. Os movimentos peristálticos em massa
empurram o material fecal do colo sigmóide para o reto.
● Reto: está localizado logo após o colo e possui aproximadamente 15 cm. A
porção final do reto é chamado de canal anal. Sua abertura para o exterior é
chamada ânus e possui o músculo esfíncter interno do ânus (involuntário) e
pelo esfíncter externo do ânus (voluntário), que normalmente mantêm o ânus
fechado, exceto durante a eliminação das fezes.

As fezes são compostas por água, sais inorgânicos, células epiteliais da túnica
mucosa do canal alimentar, bactérias e produtos da decomposição bacteriana, materiais
digeridos e não absorvidos e partes não digeríveis de alimentos e sua eliminação se dá por
meio da defecação (TORTORA; DERRICKSON, 2016).
Agora que já conhecemos o papel exercido pelo intestino delgado e o intestino
grosso, vejamos, na Figura 1, a anatomia dos dois órgãos.

UNIDADE IV Sistemas Digestório, Urinário e Genital 90


FIGURA 1: ANATOMIA DO INTESTINO DELGADO E DO INTESTINO GROSSO. AS REGIÕES

DO INTESTINO DELGADO SÃO O DUODENO, O JEJUNO E O ÍLEO E DO INTESTINO

GROSSO SÃO CECO, COLO, RETO E CANAL ANAL

1.8 Órgãos acessórios do sistema digestório


O pâncreas faz partes dos órgãos acessórios, assim como o fígado e a vesícula
biliar. O pâncreas é uma glândula mista com cerca de 12 a 15 cm localizado atrás da
curvatura maior do estômago e geralmente está ligado ao duodeno por meio de ductos,
ducto colédoco e ducto pancreático.
A porção exócrina do pâncreas é formada pelas ilhotas pancreáticas que secreta
o suco pancreático, que tampona o suco gástrico ácido no quimo, interrompe a ação da
pepsina do estômago, cria o pH apropriado para a digestão no intestino delgado e participa
na digestão de carboidratos, proteínas, triglicerídeos e ácidos nucleicos. A porção endócrina
do pâncreas, formada pelas células do ácino, é responsável pela produção dos hormônios
glucagon e insulina (TORTORA; DERRICKSON, 2016).
O fígado é uma grande glândula responsável por diversas funções. Possui apro-
ximadamente 1,4 kg e está localizada abaixo do diafragma. Possui o lobo hepático direito

UNIDADE IV Sistemas Digestório, Urinário e Genital 91


e o lobo hepático esquerdo e é composto pelos hepatócitos (células funcionais do fígado),
canalículos de bile (coletam a bile produzida pelos hepatócitos) e sinusóides hepáticos. O
fígado recebe sangue da artéria hepática (sangue arterial) e da veia porta (sangue venoso).
Veja a seguir, na Figura 2, a anatomia do fígado e a localização da vesícula biliar.

FIGURA 2: ANATOMIA DO FÍGADO

O fígado é responsável pela produção da bile, necessária para a emulsificação e a


absorção dos lipídios no intestino delgado. O fígado possui também função no armazena-
mento de glicogênio, na síntese de compostos orgânicos e na metabolização e excreção
de substâncias tóxicas ao organismo. No fígado encontra-se também a vesícula biliar, um
pequeno saco medindo cerca de 7 a 10 cm e que tem como função armazenar e concentrar
a bile até a liberação para o intestino delgado. A bilirrubina é o principal pigmento biliar que
é degradado no intestino resultando principalmente em estercobilina, que dá a coloração
marrom às fezes (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

UNIDADE IV Sistemas Digestório, Urinário e Genital 92


2. SISTEMA URINÁRIO

Como já visto acima, por meio do sistema digestório, o organismo obtém substâncias
importantes para o corpo e que foram perdidas ou utilizadas. A principal função do sistema
urinário é regular o volume e a composição do líquido extracelular. Assim, o processo de
excreção é uma consequência desta regulação e ao longo deste tópico abordaremos os
órgãos que constituem este sistema cuja função é imprescindível para manutenção da
homeostasia do corpo humano.

2.1 Rins
Os rins possuem formato de grão de feijão, coloração vermelho parda e aproxima-
damente 10 a 12 cm de comprimento. Eles estão localizados entre os níveis das últimas
vértebras torácicas e a terceira vértebra lombar e desempenham a principal função do
sistema urinário, sendo responsáveis pela filtração do plasma sanguíneo e produção da
urina. A urina formada pelos rins passa pelos ureteres, em seguida, segue para a bexiga
urinária para ser armazenada e, por fim, pela uretra para ser eliminada pelo corpo. Além
disso, eles ajudam a regular a pressão arterial, o pH e os níveis de glicose no sangue, e na
liberação hormonal de calcitriol e eritropoietina.
Os rins são revestidos pela cápsula fibrosa e externamente à cápsula fibrosa,
encontra-se a cápsula adiposa, ambas com função de proteção e ancoragem do órgão
na cavidade abdominal. Na região do centro da margem côncava dos rins encontra-se

UNIDADE IV Sistemas Digestório, Urinário e Genital 93


o hilo renal, o qual possui artérias, veias e vasos linfáticos que atravessam os rins. Todo
esse conjunto é chamado pedículo renal. Os rins são filtrados pelas artérias renais direita
e esquerda que ramifica originando as arteríolas eferentes. A artéria renal penetra no seio
renal e conduz boa parte do sangue bombeado do coração para ser filtrado no rim.
Os rins apresentam duas regiões: a região vermelha clara superficial, chamada
córtex renal, e a região vermelha escura profunda, chamada medula renal, a qual consiste
em várias estruturas chamadas pirâmides renais. O córtex renal e as pirâmides renais da
medula renal constituem o parênquima onde contém os néfrons, a unidade funcional do
rim e que forma a urina. Os néfrons são formados pelo glomérulo renal, cápsula glomerular
(cápsula de Bowman), túbulo contorcido proximal, túbulo reto (alça de Henle) e túbulo
contorcido distal.
Depois que a urina é formada nos túbulos pertencentes aos néfrons, ela é recebida
nos ductos coletores. Estes se unem em vários ductos papilares que se estendem ao longo
das papilas renais das pirâmides e que drenam a urina para o interior dos cálices renais
maiores e menores. Ela então flui através da pelve renal e, por fim, segue pelo ureter até a
bexiga urinária (TORTORA; DERRICKSON, 2016). Para facilitar o entendimento, observe
na figura 3, a estrutura anatômica dos rins e dos néfrons.

FIGURA 3A: CORTE SAGITAL DO RIM MOSTRANDO O SUPRIMENTO

SANGUÍNEO, CÓRTEX, MEDULA, PIRÂMIDES E CÁLICE RENAL

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FIGURA 3B: ILUSTRAÇÃO ANATÔMICAS DO NÉFRON

Para produzir urina, os néfrons e os ductos coletores realizam três processos:


filtração, reabsorção e secreção (TORTORA; DERRICKSON, 2016).
● Filtragem glomerular: a água e grande parte dos solutos do plasma sanguíneo
são filtrados e passam para a cápsula glomerular.
● Reabsorção tubular: conforme o líquido filtrado flui ao longo dos túbulos renais
e ductos coletores, grande parte da água e dos solutos úteis são reabsorvidos.
● Secreção tubular: ao longo do túbulo renal e do ducto coletor, substâncias
como escórias metabólicas, fármacos e excesso de íons são secretados.

2.2 Ureteres
Os ureteres estão localizados no hilo renal. Eles possuem a função de transporte
da urina dos rins para a bexiga urinária por meio de contrações peristálticas das paredes
musculares, pressão hidrostática e gravidade.

2.3 Bexiga urinária


A bexiga urinária é um órgão cuja função é o armazenamento da urina até esta ser
eliminada do corpo. Nos homens, ela está localizada anteriormente ao reto e, nas mulhe-
res, anteriormente à vagina e inferior ao útero. A capacidade média da bexiga urinária é de
aproximadamente 300 a 700 mL.

UNIDADE IV Sistemas Digestório, Urinário e Genital 95


No seu assoalho tem-se uma pequena área triangular chamada trígono da bexiga.
Os dois cantos posteriores desse trígono contêm os dois óstios dos ureteres e a abertura
da uretra, chamada de óstio interno da uretra (TORTORA; DERRICKSON, 2016). A micção
ocorre por meio de uma combinação de contrações musculares involuntárias e voluntárias.
A musculatura da bexiga faz com que, no momento da micção, o óstio interno da uretra
se abre e os óstios dos ureteres se fechem, evitando então que ocorra refluxo de urina da
bexiga em direção aos rins.

2.4 Uretra
Por fim, a uretra é o segmento terminal do sistema urinário e a responsável pela
eliminação da urina do corpo. Na mulher, a uretra realiza apenas a passagem da urina, ao
passo que nos homens, ela também libera o sêmen, líquido que contém espermatozoides.
Nos homens, mede aproximadamente 20 cm de comprimento, enquanto que, nas mulheres,
cerca de 4 cm.
Nas mulheres, a uretra é mais retilínea e abre-se para o exterior por meio do óstio
externo da uretra que está localizado entre o clitóris e a abertura vaginal. Já a uretra mascu-
lina é mais sinuosa e é dividida em três partes: parte prostática (passa através da próstata;
nela se situa o esfíncter interno da uretra); parte membranácea (porção que atravessa o
músculo transverso profundo do períneo; nela se situa o esfíncter externo da uretra); e
parte esponjosa (que atravessa o pênis e termina na glande, no óstio externo da uretra)
(TORTORA; DERRICKSON, 2016).

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3. SISTEMA GENITAL MASCULINO

3.1 Introdução ao Sistema genital masculino


A reprodução é indispensável para a continuidade da vida. Assim, os órgãos ge-
nitais são adaptados para a produção de gametas, facilitar a fertilização e, nas mulheres,
permitir o crescimento do feto.
Os órgãos do sistema genital masculino incluem os testículos, um sistema de ductos
composto pelo epidídimo, ducto deferente, ductos ejaculatórios e uretra, glândulas sexuais
acessórias (glândulas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais), escroto e pênis.

3.2 Testículos
Os testículos ou gônadas masculinas, são glândulas de formato oval, localizadas no
escroto, medindo cerca de 5 cm de comprimento e 2,5 cm de diâmetro. Quando é atingida
a maturidade sexual, os testículos são responsáveis pela produção dos espermatozoides e
do hormônio masculino testosterona pelas células intersticiais.
Os testículos são revestidos parcialmente por uma túnica serosa chamada túnica
vaginal do testículo. Internamente a ela, ele é circundado por uma cápsula fibrosa branca,
a túnica albugínea, formando septos que os dividem em 250 a 400 compartimentos internos
chamados lóbulos dos testículos. Cada um desses lóbulos contém de 1 a 3 túbulos bem en-
rolados, os túbulos seminíferos, onde os espermatozoides são produzidos em um processo
chamado de espermatogênese. Esses túbulos se unem para formar os túbulos seminíferos

UNIDADE IV Sistemas Digestório, Urinário e Genital 97


retos que formam a rede testicular e de onde partem os ductos eferentes. No epidídimo,
estes originam o ducto do epidídimo (TORTORA; DERRICKSON, 2016).
A irrigação e drenagem dos testículos se dá pelas artérias e veias testiculares.
Vejamos na figura abaixo (Figura 4), as estruturas e canais que compõem os testículos.

FIGURA 4: ESTRUTURA ANATÔMICA DO TESTÍCULO.

Fonte: DRAKE et al., 2011, p. 225.

3.3 Bolsa escrotal


O escroto é uma estrutura que se encontra pendurada na raiz do pênis e tem a fun-
ção de suportar os testículos e epidídimos. Ele tem a aparência de uma pequena bolsa de
pele e está separada em porções por uma divisão chamada rafe do escroto. Internamente,
o septo do escroto se divide em dois sacos onde cada um contém um testículo. O septo do
escroto é constituído por uma tela subcutânea e tecido muscular chamado músculo dartos,
que é composto de feixes de fibras de músculo liso e importante para a termorregulação
testicular. Associado a cada testículo no escroto está o músculo cremaster, uma continua-
ção do músculo oblíquo interno do abdome (TORTORA; DERRICKSON, 2016).
Por estar localizado externamente ao corpo humano, o escroto é capaz de manter
a sua temperatura 2-3 graus abaixo da temperatura corporal normal, o que é fundamental
para a produção normal dos espermatozóides.

UNIDADE IV Sistemas Digestório, Urinário e Genital 98


3.4 Ductos do sistema genital masculino
Os ductos são responsáveis pelo transporte e armazenamento, além de auxiliarem
na maturação dos espermatozóides. O epidídimo é um tubo enovelado com cerca de 4
cm de comprimento e está localizado junto aos testículos. Funcionalmente, é onde ocorre
a maturação e armazenamento temporário dos espermatozoides. O epidídimo possui ca-
beça, corpo e cauda. No interior da cauda, o ducto do epidídimo torna-se menos enrolado
e o seu diâmetro aumenta, prolongando-se como ducto deferente. Este, por sua vez, tem
como função guiar os espermatozóides, durante a excitação sexual, do epidídimo até o
ducto ejaculatório. Por fim, os ductos ejaculatórios medem cerca de 2 cm de comprimento
e ejetam os espermatozóides e secreções das glândulas seminais antes da liberação do
sêmen da uretra para o exterior (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

3.5 Uretra
Nos homens, a uretra é um longo canal compartilhado pelos sistemas genital e uri-
nário, servindo de passagem tanto para o sêmen quanto para a urina, conforme abordado
no tópico 2 desta mesma unidade. Tais funções não são realizadas ao mesmo tempo.

3.6 Glândulas sexuais acessórias


As glândulas sexuais acessórias incluem as glândulas seminais, a próstata e as
glândulas bulbouretrais. As glândulas seminais são glândulas pares, com cerca de 5 cm de
comprimento e estão localizadas atrás da bexiga urinária e na frente do reto. São elas que
secretam o líquido seminal, que neutraliza o meio ácido da uretra masculina e do sistema
genital feminino, contém frutose utilizada para a produção de ATP pelos espermatozoides,
e contribui para a ativação e nutrição deles.
A próstata é uma estrutura ímpar com aproximadamente o tamanho de uma bola de
golfe, formada internamente por 30 a 50 glândulas e externamente envolvida por cápsula
fibrosa. Está localizada inferiormente à bexiga urinária e circunda a parte prostática da
uretra. É responsável pela secreção do líquido prostático que também contribui para a
motilidade e viabilidade dos espermatozoides.
O par de glândulas bulbouretrais possuem o tamanho de ervilhas e estão loca-
lizadas abaixo da próstata, em ambos os lados da uretra. Durante a excitação sexual,
elas secretam um líquido alcalino que não contém espermatozoides e tem a função de
neutralizar o pH ácido na uretra. Isso serve de proteção aos espermatozóides, uma vez que
eles perdem a mobilidade quando em meio ácido. Também secretam um muco que lubrifica
a ponta do pênis e a túnica mucosa da uretra (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

UNIDADE IV Sistemas Digestório, Urinário e Genital 99


3.7 Pênis
O pênis é uma estrutura que contém a uretra e é composto por um corpo, uma glande
(extremidade distal e sua margem é chamada de coroa da glande) e uma raiz (parte fixa presa
ao períneo). Recobrindo a glande em um pênis não circuncidado está o prepúcio do pênis.
O corpo do pênis é constituído por três massas cilíndricas de tecido erétil, cada uma
circundada por tecido fibroso chamado de túnica albugínea. As duas massas dorsolaterais
são chamadas de corpos cavernosos, e a massa média ventral menor, chamada de corpo
esponjoso (TORTORA; DERRICKSON, 2016).
No interior dos corpos cavernosos há numerosas trabéculas formando espaços
cavernosos que, no momento da ereção, se enchem de sangue proveniente das artérias
profundas e artéria dorsal do pênis. O pênis retorna ao seu estado flácido quando as artérias
relaxam e começam a se contrair.

UNIDADE IV Sistemas Digestório, Urinário e Genital 100


4. SISTEMA GENITAL FEMININO

4.1 Órgão do Sistema genital feminino


Faz parte do sistema genital feminino os ovários (gônadas femininas), as tubas
uterinas, o útero, a vagina e os órgãos externos, que constituem o pudendo feminino.

4.2 Ovários
Os ovários são gônadas femininas com formato oval e tamanho semelhantes aos
de uma amêndoa, nos quais se desenvolvem os ovócitos (gametas ou células germinativas
femininas) e também responsáveis pela produção dos hormônios progesterona e estrógeno
(MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).
As mulheres possuem dois ovários que estão localizados na pelve, em depressões
denominadas de fossas ováricas e medindo cerca de 3 cm de comprimento cada. Eles
estão presos ao útero e à cavidade pélvica por meio de ligamentos. Cada um é suspenso
por uma curta prega peritoneal chamada mesovário. O ligamento suspensor do ovário é
outra prega peritoneal por onde vasos sanguíneos, linfáticos e os nervos ovarianos entram
e saem. Medialmente ao mesovário, o ligamento útero-ovárico curto fixa o ovário ao útero
(TORTORA; DERRICKSON, 2016; MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).
Internamente, os ovários são revestidos pelo epitélio germinativo e contém a região
do córtex, onde se encontram os folículos ovarianos primários contendo os ovócitos, e o
estroma, feito de tecido conjuntivo e vasos sanguíneos. A mulher já nasce com todos os
ovócitos que serão produzidos durante a sua vida.

UNIDADE IV Sistemas Digestório, Urinário e Genital 101


4.3 Tubas uterinas
Perto dos ovários estão localizadas as tubas uterinas, que se estendem lateralmen-
te a partir do útero. Possuem cerca de 10 cm de comprimento e são as responsáveis pela
condução do oócito, que é liberado mensalmente durante a vida fértil, para o útero. As tubas
uterinas podem ser divididas em quatro partes:
● Infundíbulo da tuba uterina: é a parte afunilada próxima do ovário e que se
abre para a cavidade pélvica (região terminal). Ela termina em estruturas simi-
lares a franjas denominadas fímbrias, que estão ligadas à extremidade lateral
do ovário. Do infundíbulo, a tuba uterina se insere no ângulo lateral superior do
útero.
● Ampola da tuba uterina: é a parte mais larga e longa, onde geralmente ocorre
fecundação.
● Istmo da tuba uterina: é a parte curta, afilada e de paredes espessas que se
une ao útero.
● Parte uterina: é a porção curta que atravessa a parede do útero e se abre,
através do óstio uterino da tuba, para a cavidade do útero (TORTORA; DERRI-
CKSON, 2016; MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).

4.4 Útero
O útero é um órgão muscular oco, ímpar, com paredes espessas onde ocorre a
implantação de um óvulo fertilizado e o desenvolvimento do feto durante a gestação e parto.
Para isso, o útero possui paredes musculares que se adaptam para o crescimento do feto e
também garantem a força para a sua expulsão durante o parto (MOORE, 2014). Durante os
ciclos reprodutivos, quando essa implantação não ocorre, ele é a fonte do fluxo menstrual.
O útero está localizado entre a bexiga urinária e o reto e possui tamanho e formato
de uma pêra pequena. Embora possa variar muito, no geral, ele possui cerca de 7,5 cm de
comprimento, 5 cm de largura e 2 cm de espessura.
O útero apresenta três regiões distintas: fundo do útero, corpo do útero e colo do
útero. O corpo do útero é separado do colo pelo istmo do útero, um segmento estreitado e
medindo cerca de 1 cm de comprimento. Já o colo do útero (ou cérvix do útero) é dividido em
uma porção supravaginal, localizada entre o istmo e a vagina, e uma porção vaginal, a qual
circunda o óstio do útero. Juntos, o canal do colo do útero e o lúmen da vagina constituem
o canal de parto, onde o feto atravessa ao fim da gestação (TORTORA; DERRICKSON,
2016; MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).

UNIDADE IV Sistemas Digestório, Urinário e Genital 102


A parede do corpo do útero é formada por três camadas:
● Perimétrio: camada mais externa, formada por tecido conjuntivo.
● Miométrio: camada intermediária, formada por musculatura lisa e que possibi-
lita as contrações na hora do parto.
● Endométrio: camada mais interna, formada por tecido epitelial altamente vas-
cularizado. É onde o blastocisto se implanta quando ocorre a fecundação, mas,
caso isso não ocorra, essa camada é eliminada durante a menstruação.

O útero está fixado à cavidade pélvica por meio de algumas estruturas, sendo o ligamen-
to útero-ovárico que se fixa ao útero póstero inferiormente à junção útero tubárica; o ligamento
redondo do útero o qual fixa-se anteroinferiormente a essa junção; e o ligamento largo do útero,
que também ajuda a manter o útero em posição (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).
Para melhorar o entendimento, veja na figura abaixo (Figura 5) cada componente
referente ao sistema genital feminino estudado até agora.

FIGURA 5. ESTRUTURA DO ÚTERO E DOS OVÁRIOS (VISTA POSTERIOR).

Fonte: DRAKE et al., 2011, p. 228.

UNIDADE IV Sistemas Digestório, Urinário e Genital 103


4.5 Vagina
A vagina é um tubo músculo-membranoso distensível, com cerca de 7 a 10 cm de
comprimento, que se estende do colo do útero até o óstio da vagina (comunica a vagina
com o meio externo), abrindo-se no vestíbulo da vagina. O óstio da vagina pode estar
parcialmente cerrado devido à uma membrana fina denominada hímen.
A vagina está situada entre a bexiga urinária e o reto e recebe o pênis durante a
relação sexual, além de servir de passagem para o parto e para o líquido menstrual. Quatro
músculos realizam a sua compressão e atuam como esfíncteres: pubovaginal, esfíncter ex-
terno da uretra, esfíncter uretrovaginal e bulbo esponjoso (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).
A mucosa vaginal contém também glândulas produtoras de muco e células que sin-
tetizam glicogênio e partículas de gordura, que são fontes de nutrientes para os lactobacilos
encontrados nesta região responsáveis por manter o pH vaginal ácido servindo de proteção
contra outros microrganismos.

4.6 Pudendo feminino


O termo pudendo feminino refere-se aos órgãos genitais externos da mulher. Fazem
parte desse grupo (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014):
● Monte do púbis: é uma elevação de tecido adiposo recoberta por pele e pêlos
pubianos, localizada anteriormente às aberturas vaginal e uretral.
● Lábios maiores do pudendo: são duas pregas de pele recobertas por pelos pu-
bianos, e possuem tecido adiposo, glândulas sebáceas e sudoríparas apócrinas.
● Lábios menores do pudendo: são as duas pregas menores localizadas me-
dialmente aos lábios maiores e não possuem pelos e gordura, mas possuem
glândulas sebáceas e poucas glândulas sudoríparas.
● Clitóris: pequena massa cilíndrica formada por dois corpos cavernosos, nervos
e vasos sanguíneos. Está localizado na junção anterior dos lábios menores do
pudendo.
● Vestíbulo da vagina: região entre os lábios menores. No seu interior contém
o hímen (quando existe), o óstio da vagina (abertura para o exterior), o óstio
externo da uretra (abertura da uretra para o exterior) e as aberturas dos ductos
de diversas glândulas.
● Bulbo do vestíbulo: par de massas alongadas de tecido erétil que se enchem de
sangue durante a excitação sexual estreitando o óstio da vagina.

UNIDADE IV Sistemas Digestório, Urinário e Genital 104


Por fim, o períneo corresponde a área em forma de diamante posicionada medial-
mente às coxas e às nádegas, em ambos os sexos, e contém os órgãos genitais externos
e o ânus.

4.7 Glândulas mamárias


As glândulas mamárias (Figura 6) são consideradas parte do tegumento e do siste-
ma genital feminino. Possuem função de sintetizar, secretar e ejetar leite para a alimentação
do recém-nascido.
Cada mama possui a papila mamária, uma projeção pigmentada contendo ductos
lactíferos, dos quais emergem leite. A área circular de pele pigmentada ao redor do mamilo
é chamada de aréola e possui aspecto áspero devido à presença de glândulas sebáceas
modificadas.
No interior de cada mama está uma glândula mamária, a qual consiste em 15 a
20 lobos possuindo vários compartimentos menores chamados lóbulo que, por sua vez,
contém agrupamentos de glândulas secretoras de leite chamados de alvéolos (TORTORA;
DERRICKSON, 2016).

FIGURA 6: GLÂNDULAS MAMÁRIAS

Fonte: TORTORA; DERRICKSON , 2016, p. 1457.

Quando está sendo produzido, o leite passa dos alvéolos por vários túbulos secun-
dários e, em seguida, para os ductos mamários. Próximo do mamilo, os ductos mamários
se expandem discretamente para formar seios chamados seios lactíferos, para onde o leite
será drenado para um ducto lactífero e, então, transportados para o exterior (TORTORA;
DERRICKSON, 2016).

UNIDADE IV Sistemas Digestório, Urinário e Genital 105


SAIBA MAIS

O câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical, é causado pela in-
fecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano (HPV). Este é o terceiro
tumor maligno mais frequente na população feminina, estando atrás apenas do câncer
de mama e câncer colorretal. A visualização direta do colo do útero e o exame celular e
histológico por meio de esfregaços de Papanicolaou auxilia na prevenção dessa doença

(INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER, 2021).

REFLITA

Cistite é uma infecção e/ou inflamação da bexiga. Em geral, é causada pela bactéria
Escherichia coli, presente no intestino e importante para a digestão. No trato urinário,
porém, essa bactéria pode infectar a uretra (uretrite), a bexiga (cistite) ou os rins (pie-
lonefrite). Outros microorganismos também podem provocar cistite. Homens, mulheres
e crianças estão sujeitos à cistite. No entanto, ela ocorre mais nas mulheres porque
as características anatômicas femininas favorecem sua ocorrência. A uretra da mulher,
além de muito mais curta que a do homem, está mais próxima do ânus. Nos homens,
depois dos 50 anos, o crescimento da próstata provoca retenção de urina na bexiga e
pode causar cistite

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2021).

UNIDADE IV Sistemas Digestório, Urinário e Genital 106


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao final desta unidade, pudemos aprofundar nossos conhecimentos acerca dos


órgãos que constituem os sistemas digestório, urinário e reprodutor masculino e feminino,
bem como a função desempenhada por cada um.
Todos os sistemas do corpo humano são importantes para a manutenção da vida.
O sistema digestório é responsável pelo processamento dos alimentos que consumimos no
dia-a-dia e pela absorção de água e nutrientes. Já o sistema urinário, possui principalmente
a função de regular o volume e composição do líquido extracelular e, consequentemente,
eliminar escórias metabólicas por meio da urina. Por fim, sem o sistema reprodutor, não
teríamos a perpetuação das espécies animais. É nele que são produzidos os gametas, ou
seja, as células reprodutoras, e que possui estruturas que também permitem a fecundação
e sustento do feto.
Assim, o estudo da anatomia humana é de fundamental importância para possi-
bilitar aos profissionais o entendimento aprofundado da morfologia, localização, função e
organização dos órgãos e sistemas do corpo humano.

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MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Gray´s, atlas de anatomia.
Autor: DRAKE, R.L.; VOGL, A.W.; MITCHELL, A.W.M.; TIBBITTS,
R.M.; RICHARDSON, P.E.
Editora: Elsevier
Sinopse: Este livro apresenta imagens didáticas das estruturas
anatômicas de cada sistema do corpo humano. Além disso, de-
monstra a correlação com imagens clínicas apropriadas e anato-
mia de superfície, permitindo melhor entendimento do profissional
em relação às estruturas estudadas.

FILME/VÍDEO
Título: Rins: o grande filtro do nosso corpo
Ano: 2019.
Sinopse: Os rins são os órgãos responsáveis por filtrar as im-
purezas do nosso corpo. Este vídeo mostra quais são os hábitos
que você precisa adotar e/ou abandonar para mantê-los sempre
saudáveis e funcionando bem.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=C6WhwWfRL-
RA

UNIDADE IV Sistemas Digestório, Urinário e Genital 108


REFERÊNCIAS

DANGELO, J. G; FATTINI, C. A. Anatomia Humana – Sistêmica e Tegumentar. São Paulo:


Atheneu. 3º ed, 2007.

DRAKE, R. Gray - Anatomia Clínica para Estudantes. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.
3º ed, 2015.

DRAKE, R.L.; VOGL, A.W.; MITCHELL, A.W.M.; TIBBITTS, R.M.; RICHARDSON, P.E.
Gray´s, atlas de anatomia. 1ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.

INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER (Brasil). Tipos de câncer. Brasília: Instituto Nacional


do Câncer, 2010. Disponível em: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-do-colo-
-do-utero. Acesso em: 03 jul. 2021.

LASMAR, N. P; VIEIRA, R. B; ROSA, J; LASMAR, R. C. P; SCARPA, A. C. Condromatose


Sinovial - Relato de caso. Revista Brasileira de Ortopedia. 2010; 45(5): 490-2. Disponível
em: https://cdn.publisher.gn1.link/rbo.org.br/pdf/45-5/condromatose_sinovial.pdf. Acesso
em: 30 jun. 2021.

MARIEB, E. N; WILHELM, P. B; MALLATT. Anatomia Humana. São Paulo: Pearson Educa-


tion do Brasil, 2014.

MARTINI, F. H; TIMMONS, M. J; TALLITSH, R. B. Anatomia Humana. Porto Alegre: Artmed.


6º ed, 2009.

MINISTÉRIO DA SAÚDE (Brasil). Cistite. Brasília: Biblioteca Virtual em Saúde - Ministério


da Saúde, 2021. Disponível em: https://https://bvsms.saude.gov.br/cistite/. Acesso em:
06/08/2021.

MOORE, K.L.; DALLEY, A.F.; AGUR, A.M.R. Anatomia orientada para a clínica. 7ª ed. Rio
de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2014.

NETO, F. M. F; KISO, K, M. Comprometimento dos linfonodos em adultos. Arquivos Médicos


Hospital Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa São. Paulo 2013; 58: 79 - 87.

TORTORA, G.J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 14ª ed. Rio de


Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2016.

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CONCLUSÃO GERAL

Prezado(a) aluno(a),

Neste material, busquei trazer para você de forma resumida e didática os principais
conceitos utilizados na disciplina de anatomia humana, definição dos sistemas e os órgãos
que formam o corpo humano. Inicialmente, abordamos o conteúdo introdutório da anatomia
humana, conceituando termos utilizados pelos anatomistas e que são fundamentais para
a compreensão da literatura técnica-científica. Seguimos, abordando os seis níveis de
organização do corpo humano e para facilitar o estudo da anatomia humana neste material
nos baseamos no estudo da anatomia sistêmica, que é uma das formas didáticas de estudo
desta disciplina que caracteriza o estudo na descrição aprofundada das partes que com-
põem um sistema específico do corpo humano.
Desta forma, apresentei a você três sistemas do corpo humano: sistema esquelé-
tico, articular, muscular que juntos formam o aparelho locomotor que é responsável pela
movimentação do corpo. Abordamos, as funções básicas destes sistemas e as estruturas
anatômicas que os compõem como: ossos, articulações e músculos.
Demos sequência aos estudos focando no sistema circulatório que recebe este
nome por promover a circulação de um meio líquido (sangue ou linfa) através de uma
rede de tubulações denominadas vasos. Caso o líquido transportado seja o sangue fluindo
pelos vasos sanguíneos, temos o sistema cardiovascular. A circulação sanguínea ocorre
graças a ação do bombeamento do coração que impulsiona o sangue a sair do coração em
direção as artérias, estas por sua vez se ramificam até se tornarem capilares sanguíneos
que irrigam os tecidos corporais transportado pelo sangue oxigênio e nutrientes, e também
promove o transporte de dióxido de carbono (CO2) e resíduos celulares que se difundem
dos tecidos para a corrente sanguínea. Contudo, o outro sistema promove a circulação de
um líquido denominado linfa através de tubulações agora chamados vasos linfáticos, temos
a caracterização do sistema linfático. Todavia, como apresentado a você que o objetivo
da circulação sanguínea é promover aos tecidos o suprimento de nutrientes e oxigênio
garantindo assim a manutenção do tecido celular. Apresentei a você as estruturas anatô-
micas do sistema respiratório cuja função primordial é realizar a troca dos gases (oxigênio
e dióxido de carbono) com o ar atmosférico, garantindo a concentração de oxigênio no
sangue necessária para a realização das reações metabólicas celulares.

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Destacamos também a importância imprescindível do sistema nervoso que é
responsável por controlar as ações exercidas por todos os sistemas do corpo humano.
O sistema nervoso possui a capacidade de estabelecer conexões estabelecidas pelos
neurônios promovendo a captação de estímulos, processando a informação e produzindo
uma variedade de resposta manifesta no órgão efetor.
Levantamos o papel fundamental para a manutenção da vida exercido pelos siste-
mas digestório, urinário e reprodutor (genital masculino e feminino). O sistema digestório
é responsável desde a quebra do alimento em moléculas menores permitindo que nossas
células possam absorver os nutrientes. Contudo, também produz a formação das fezes
que são os resíduos de alimento não digerido que precisam ser eliminados do organismos.
Outro sistema que também promove a excreção de resíduos é o sistema renal, responsável
pela filtragem do sangue e, como consequência desse processo, elimina restos metabó-
licos através da urina. Este processo é fundamental para a manutenção do equilíbrio das
funções orgânicas. O sistema reprodutor possui características distintas entre os gêneros e
produzem os gametas permitindo, assim, a reprodução e a continuação da espécie humana.
Com base neste conteúdo abordado, considero que a partir de agora você está
preparado para seguir adiante com os estudos de outras disciplinas que farão de você no
futuro um profissional capacitado para desenvolver as mais diversas funções atribuídas aos
profissionais da área da saúde.

Até uma próxima oportunidade. Muito obrigado!

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+55 (44) 3045 9898
Rua Getúlio Vargas, 333 - Centro
CEP 87.702-200 - Paranavaí - PR
www.unifatecie.edu.br

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