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Bicho-papão

O bicho-papão -papão, papa-gente, papão, bebe papão, cuca, papa-figo, tutu,

bitu, boitatá, manjaléu ou mumuca[1] é um ser imaginário das mitologias

infantis portuguesa e brasileira, estando também presente no resto da

Península Ibérica, como na Galiza, na Catalunha e nas Astúrias. O bicho-

papão é a personificação do medo. É um ser mutante que pode assumir

qualquer forma de bicho. É um ser ou animal frequentemente de aspecto

monstruoso comedor de crianças, um papa-meninos. Está sempre à espreita e

é atraído por crianças desobedientes.O bicho-papão, tal como outros seres

míticos como o homem do saco, sarronco ou a coca, é usado pelos pais para

assustar e impedir que as crianças desobedeçam. Todas as suas

representações estão associadas ao mal que pode ocorrer às crianças caso se

afastem ou contrariem os pais; a expressão "porta-te bem senão vem o bicho-

papão" induzia, assim, o respeito das crianças às ordens dos pais. Na Galiza, é

um ser gigantesco,[4] mas pode também ser um trasgo ou duende. Mas,

qualquer que seja a sua representação, o seu nome, que deriva do termo de

conotação infantil "papar", revela a sua principal função: devorar crianças.C.

Cabral refere que, na Espanha, o papão tem um tamanho gigantesco, boca

enorme, olhos de fogo e estômago de forno ardente.[5] Em Portugal, o papão é

tema de uma antiga cantiga de embalar:

"Vai-te papão, vai-te embora

de cima desse telhado,

deixa dormir o menino

um soninho descansado."
Farronca

A Farronca, Sarronca ou Ronca é um ser da mitologia infantil portuguesa. Tal

como o bicho-papão é um ser comedor de crianças desobedientes, que se

portam mal e vão para para os lugares perigosos. Ela vem sempre que uma

criança porta-se mal e aguarda as crianças desobedientes, escondida, nos

locais onde as crianças não devem ir. A farronca não tem representação

figurada mas emite um som, como o da Sarronca, muito assustador.

Duende

Sua origem é completamente quase desconhecida, o mais provável é que os

duendes tenham surgido junto com elfos e outros seres do além em lendas da

mitologia celta e escandinava, em países como Inglaterra, Noruega e Suécia.

As primeiras histórias com a criatura são antigas, mas ele só recebeu esse

nome no século 13, quando a palavra "duende" passou a incluir-se no

vocabulário espanhol. Dependendo da região de origem da história, os

duendes apresentam formas e nomes diferentes. Nos contos medievais

irlandeses do século 14 nasceu o leprechaun, um anãozinho que esconde um

pote de ouro no fim do arco-íris. Na obra do alquimista suíço Paracelso, no

século 16, surgem os gnomos, exímios artesãos que vivem isolados nas

florestas. Porém na maioria dos países não há essa distinção.[2]

Duendes segundo lendas, possuem poderes sobrenaturais, desafiando as leis

naturais da física, como: atravessar paredes, se locomover em alta velocidade

e até se tele transportar de um lugar pro outro. Eles são conhecidos por serem

travessos, dóceis e amigáveis mas ao contrário de que pensam os duendes


são seres violentos e se irritam facilmente, claro que para o seu tamanho essa

agressividade toda é quase inofensiva.[3]

Elfo

Elfo é uma criatura mística da mitologia nórdica e céltica, que aparece com

frequência na literatura medieval europeia.

Nesta mitologia os elfos chamam-se Alfs ou Alfr, também chamados de "elfos

da luz" - Ljosalfr. São descritos como seres belos e luminosos, ou ainda seres

divos, mágicos, semelhantes à imagem literária das fadas. De fato, a palavra

"Sol" na língua nórdica era Alfrothul, ou seja: "o Raio Élfico"; dizia-se que por

isso seus raios seriam fatais.

Se dizia na Alta Idade Média que eles eram responsáveis por curar as pessoas,

uma dor repentina se invocava o Elfo para a cura.

Eram divindades maiores da natureza e da fertilidade. Os elfos são geralmente

mostrados como jovens de grande beleza vivendo entre as florestas, sob a

terra, em fontes e outros lugares naturais. Foram retratados como seres

sensíveis, de longa vida ou imortalidade, com poderes mágicos e grande

ligação com a natureza.

As mais antigas descrições de elfos vêem da mitologia nórdica. Eram

chamados álfar, de singular álfr. Outros seres com nome etimologicamente

relacionados a álfar sugerem que a crença em elfos não se restringe aos

escandinavos, abrangendo todas as tribos germânicas. Essas criaturas

aparecem em muitos lugares.


Shakespeare as imaginava como seres pequeninos, porém a mitologia original

os descrevem como sábios, poucos centimetros menores do que a média

humana (entre 1,70m a 1,73m contra 1,80m a 1,83m dos humanos), eram

belos e supostamente imortais.

Trasgo

Trasgo é um ser encantado do folclore do norte de Portugal, especialmente da

região de Trás-os-Montes. Rebeldes, de pequena estatura, os trasgos usam

gorros vermelhos e possuem poderes sobrenaturais.

Aparentados com os trasnos galegos, os trasgus asturianos, os duendes

castelhanos e os follets[1] e donyets[2] catalães, os trasgos pregam partidas e

fazem maldades: partem louça, quebram vidros, arrastam móveis, espalham a

fruta, mudam os objectos de lugar. Tal como o Zanganito e o Fradinho da mão

furada o trasgo é um ser sobrenatural que se parece com os seres humanos,

que é de baixa estatura e que faz travessuras, principalmente de noite e dentro

das casas das pessoas.

Segundo as antigas crenças, os trasgos são pequenas “almas penadas”,

crianças que não foram baptizadas que retornam para pregar partidas. Por este

motivo, Trasgo pode também significar: aparição fantástica, espírito, diabrete,

génio, duende e, em sentido figurado, pessoa traquinas[3].

No concelho de Vimioso, ainda há ruínas de um velho “moinho dos trasgos”.

Os trasgos são por vezes confundidos com os tardos.


Segundo Alexandre Parafita tais criaturas, “pela sua descrição, parecem

corresponder aos famosos duendes, gnomos ou elfos da mitologia dos países

nórdicos”, porém, “ao contrário destes, os trasgos são praticamente

desconhecidos nas sociedades modernas, ditas civilizadas, porquanto a sua

sobrevivência está circunscrita a uma cultura popular estritamente oral, que

sempre foi subalternizada pelas sociedades mediáticas”.

A Fada das Crianças

Do seu longínquo reino cor-de-rosa, E todos os brinquedos se transformam

Voando pela noite silenciosa, Em coisas vivas, e um cortejo formam:

A fada das crianças vem, luzindo. Cavalos e soldados e bonecas,

Papoulas a coroam, e, cobrindo Ursos e pretos, que vêm, vão e tornam,

Seu corpo todo, a tornam misteriosa. E palhaços que tocam em rabecas…

À criança que dorme chega leve, E há figuras pequenas e engraçadas

E, pondo-lhe na fronte a mão de neve, Que brincam e dão saltos e passadas…

Os seus cabelos de ouro acaricia – Mas vem o dia, e, leve e graciosa,

E sonhos lindos, como ninguém teve, Pé ante pé, volta a melhor das fadas

A sentir a criança principia. Ao seu longínquo reino cor-de-rosa.

Fernando PESSOA, 2008. Poesia de Fernando Pessoa para Todos.

1.O poema fala de uma figura muito comum nas histórias que conheces:

Uma fada.
1.1. De acordo com as referências feitas pelo “eu” poético, caracteriza-a.

Caracterização física: Luzindo – coroada de papoulas – cabelos de ouro.

Caracterização psicológica: Misteriosa – leve – graciosa.

1.2. À semelhança das histórias de encantar, também no poema essa figura é

bondosa.

Transcreve as expressões que se referem aos seus atos de carinho e de

magia.

“E, pondo-lhe na fronte a mão de neve,

Os seus cabelos de ouro acaricia –

E sonhos lindos, como ninguém teve,

A sentir a criança principia.”

2. A fada surge apenas num período do dia.

2.1. Identifica-o.

Pela noite silenciosa.

2.2. Aponta as razões pelas quais prefere este momento do dia para aparecer

às crianças.

- Voa com seu corpo luzindo a tornando misteriosa.

- As crianças está dormindo.

3. Completa as seguintes frases, respeitando as ideias do texto.

a. Os brinquedos que formam o cortejo são cavalos, soldados,

bonecas, . Ursos pretos e palhaços.


b. Os músicos do cortejo são palhaços, que tocam rabecas. .

4. Indica a opção correta.

4.1. Este poema de Fernando Pessoa é constituído por

a. quatro quadras.

b. quatro quintilhas.

c. quatro sextilhas.

4.2. O título do poema é composto por

a. cinco sílabas métricas.

b. seis sílabas métricas.

c. sete sílabas métricas.

4.3. Os dois primeiros versos de cada estrofe

a. não rimam.

b. apresentam rima cruzada.

c. apresentam rima emparelhada.

4.4. O terceiro e o quinto versos da última estrofe

a. são soltos ou brancos.

b. apresentam rima cruzada.

c. apresentam rima emparelhada.

3. Em cada uma das sequências de palavras que se seguem, identifica a

palavra que possui um sentido geral em relação às restantes.


a. Cavalos, soldados, bonecas, brinquedos, ursos, pretos.

b. Papoula, flor, camélia, rosa, cravo, orquídea.

3.1. Justifica a tua resposta anterior.

Brinquedos – são objetos ou atividades lúdica voltada única e especialmente

para o lazer.

Flor – planta ornamental, cada tipo tem os seus próprios significados.

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