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Hortência Zucule

Licenciatura em Educação de Infância

1º Ano Laboral

Desemprego como um problema social

Faculdade de Ciência da Educação e Psicologia

(FACEP)

Maputo, Novembro de 2020


Hortência Zucule

Licenciatura em Educação de Infância

1º Ano Laboral

Desemprego como um problema social

Trabalho a ser entregue na Faculdade de


Ciências da Educação e Psicologia, para
efeito de avaliacao na cadeira de Prática
Técnico Profissional em Serviços Sociais.

Docentes

Stefania Ali

Faculdade de Ciência da Educação e Psicologia

(FACEP)

Maputo, Outubro de 2020


Índice
1. Introdução............................................................................................................................4

1. Objectivo geral....................................................................................................................4

2.1. Objectivos específicos..................................................................................................4

3. Metodologia.........................................................................................................................4

2. Revisão da literatura............................................................................................................5

4. Desafios para mitigar o problema do desemprego para os jovens......................................7

5. Possíveis contribuições da sociedade para a melhoria do desemprego...............................7

6. Conclusão............................................................................................................................9

7. Referências Bibliográficas.................................................................................................10

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1. Introdução
O presente trabalho surge no âmbito da cadeira de Práticas Técnico Profissional em Serviços
Sociais, e debruça-se sobre um dos problemas sociais que assolam a sociedade Moçambicana.
Para esta pesquisa focamos no problema do desempregado que é um dos principais problemas
socioeconómicos que assolam a nossa sociedade.

As práticas visam aplicar os conhecimentos teóricos à prática através do contacto sócio-


profissional no contexto escolar; desenvolver no estudante, competências práticas relativas à
área profissional; adequar e diversificar o conhecimento e as competências teórico-práticas
adquiridas ao longo da formação; reforçar o interesse do estudante pela profissão e possibilitar
vínculos de emprego com a instituição de estágio.

1. Objectivo geral

Compreender o desemprego como um problema social.

2.1. Objectivos específicos


 Apresentar as diferentes concepções de desemprego;
 Identificar os intervenientes do problema social desemprego;
 Propor possíveis soluções ao problema do desemprego.

3. Metodologia

O método usado na realização deste relatório é de natureza qualitativa, tendo como base o
método de Revisão bibliográfico, que para MICHEL (2005), tem o objectivo de auxiliar na
definição dos objectivos e levantar informações sobre o assunto objecto de estudo.

Os dados obtidos para a identificação e elaboração do caso que compõem este relatório, foram
recolhidos usando a observação directa participativa, pois como referência QUIVY e
CAMPENHOUDT (2003), este tipo de instrumento possibilita que o próprio investigador
proceda directamente a recolha das informações, bem como estudar um indivíduo ou grupo
durante um longo período de tempo, participando em sua vida. Além da observação, também
foi usada a entrevista para a colecta de dados, com a finalidade de fornecer bases, para a
identificação do problema e análise mais aprofundada do caso.
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2. Revisão da literatura

Segundo Zylberstjn & Neto (2000) citados por CHILOVEQUE (2014), existem dois tipos de
desemprego, friccional e estrutural: o desemprego friccional é consequência do tempo que
leva para combinar trabalhadores e empregadores devido a diferentes preferências e
capacidade dos empregadores ao exigirem diferentes atributos: o fluxo de informação
imperfeito sobre candidatos e postos de trabalho; a mobilidade geográfica dos trabalhadores
que não é instantânea. Os desempregados friccionais são também considerados voluntários.

E o desemprego estrutural ocorre quando há um desequilíbrio entre a oferta e a procura de


trabalhadores. O desemprego aqui é involuntário.

Da descrição acima, pode-se ver que Moçambique ainda está longe de atingir o pleno
emprego dos seus recursos, resultando em taxas de desemprego elevados. Então, de um modo
geral, o tipo de desemprego predominante não será causado pelas fricções no mercado, mas
sim um desemprego resultante da própria estrutura da economia, com uma produtividade
abaixo do seu potencial, de onde se conclui que o tipo de desemprego prevalecente é o
desemprego estrutural.

Desemprego: conjunto de pessoas com idade activa trabalhar, mas que, no entanto, se
encontram sem trabalho (Ministério do Trabalho, 2016).

De acordo com o MITESS (2016), População Desempregada segundo a OIT inclui todas as
pessoas de 15 anos e mais anos que na semana de referência se encontravam nas seguintes
condições: (i) sem trabalho, (ii) disponíveis para trabalhar e (iii) procuravam emprego, dois
quais podemos destacar dois grupos:

O Desempregado A: aquele que, para além de satisfazer os primeiros dois critérios acima
mencionados, procurou activamente o emprego; e

O Desempregado B: aquele que, embora satisfizesse os primeiros dois critérios acima


mencionados, não procurou activamente o emprego.
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População Desempregada, segundo a definição nacional, refere-se a todas as pessoas de 15


anos e mais anos que, no período de referência, estavam na situação de população desocupada
(desocupada segundo a OIT), incluindo as pessoas (ora consideradas como Desempregado C),
que se encontravam nas seguintes condições:

 Trabalhadores ocasionais;
 Trabalhadores por conta própria sem empregados e sem trabalho regular;
 Trabalhadores familiares sem remuneração, que não trabalharam no período de
referência;
 Trabalhadores por conta própria sem empregados, com trabalho regular, mas que não
exerceram a sua actividade no período de referência por razões económicas (falta de
material, capital, avaria de equipamento, época de pousio, etc.)3

Mercado de Emprego: o mercado de emprego esta interagindo com pessoas que procuram
emprego especializado ou não especializado (mão-de-obra) e empresas que oferecem
emprego num sistema económico capitalista, tendo uma função de mercado, local ou cenário
onde se pode comprar ou vender produtos e serviços. A procura e a oferta destes elementos é
que fazem o mercado de trabalho dentro de um momento, suscitando um desenvolvimento
social (Ministério do Trabalho, 2016).

Crescimento económico: pode ser definido como sendo o aumento sustentado de uma
unidade económica durante um ou vários períodos longos (Ministério do Trabalho, 2016).

Uma parte significativa da População Economicamente Activa, ao não conseguir inserção no


sector formal, exerce uma actividade geradora de rendimento na economia informal.
Relativamente aos níveis de qualificação e educação, mais da metade da população
moçambicana é analfabeta e mais de 80% da mão-de-obra não possui nenhuma formação.

As estatísticas do Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional-INEFP, relativas ao


desemprego registado em 2006, indicam que a procura de emprego tem as seguintes
características:

 Baixo nível académico;


 Baixa qualificação profissional; e
 Pouca ou nenhuma experiência profissional.
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Estas características aliado à reduzida oferta de formação profissional resulta segundo


CHILOVEQUE (2014), numa fraca empregabilidade. Com efeito, existe no país cerca de uma
centena de Centros de Formação Profissional e Ensino Técnico entre públicos e privados, dos
quais aproximadamente 10% fornecem formação para o ramo industrial, sendo que os outros,
na sua grande maioria, realizam formação para o sector terciário ou de serviços.

Constata-se que o desemprego atinge mais os jovens particularmente os residentes nas zonas
urbanas que pretendem ingressar no mercado de trabalho pela primeira vez. De uma maneira
geral, as taxas de desemprego em Moçambique, são mais altas nas zonas urbanas, sendo que
grande parte da população sobrevive do sector informal, uma vez que o mercado tem uma
série de limitações para jovens recém-formados, mesmo em áreas técnico-profissionais.

4. Desafios para mitigar o problema do desemprego para os jovens


O índice de desemprego é alto em Moçambique e atinge principalmente os jovens que
pretendem ingressar no mercado de trabalho pela primeira vez, segundo indica um relatório
da Organização dos Trabalhadores de Moçambique (OTM), o maior movimento sindical do
país. Apesar da existência da Política Nacional da Juventude, é evidente que o problema do
desemprego para o jovem está longe de ser resolvido (MANJATE, 2013)

O acesso ao emprego não é apenas dificultado pelas exigências do mercado, mas também pela
falta de transparência no processo de absorção da força de trabalho. Outro factor tem a ver
com contratos precários, que rapidamente retornam as pessoas à situação de desempregados.

Outro factor é a pouca disponibilidade de emprego, fraca qualificação, falta de transparência


no processo de absorção da força de trabalho (contactos via familiares ou amigos como forma
de aceder ao mercado de trabalho tende a generalizar-se), precariedade dos contratos e a falta
de uma política de emprego apropriada.

5. Possíveis contribuições da sociedade para a melhoria do desemprego

Com este estudo pode-se constatar que existe uma necessidade crescente do estado defender
os jovens em situação de desemprego no país, pois a lógica subjacente é que o rendimento do
trabalhador e o bem-estar do seu agregado familiar dependem do seu emprego. A perda deste
não só implica a perda do rendimento como muitas vezes a posterior reinserção laboral
implica uma deterioração na qualidade do emprego (JOAQUIM et al, 2014).
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Segundo os autores supra referenciados, o mecanismo tradicional para reduzir o risco de


desemprego é a indemnização por rescisão de contrato. Alguns países adoptaram também
outros instrumentos, como complementos às indemnizações de saída, para proporcionar ao
desempregado um rendimento enquanto procura novo emprego, através de contas individuais,
por exemplo, nas quais o empregador deposita periodicamente uma quantia definida por lei, a
disponibilizar ao trabalhador em caso de renúncia.

Segundo o estudo realizado pelo MITESS (2016), para a protecção do desempregado em


Moçambique foi criada a Política de Emprego, tem por objectivo promover a criação de
emprego, empregabilidade e sustentabilidade do emprego, contribuindo para o
desenvolvimento económico e social do país e bem-estar dos moçambicanos.

A política de emprego é constituída por 7 pilares e um conjunto de medidas, que asseguram o


aumento das oportunidades e a garantia da estabilidade do emprego, da produção, da
produtividade, da competitividade, contribuindo assim para o desenvolvimento económico e
social e para o bem-estar dos cidadãos. As 21 medidas enquadram-se nos seguintes pilares:
Pilar 1: Desenvolvimento do Capital Humano
Pilar 2: Criação de novos postos de trabalho
Pilar 3: Harmonização e priorização de Políticas Sectoriais
Pilar 4: Promoção de Trabalho Digno, Produtivo e Sustentável
Pilar 5: Melhoria do Sistema de Informação do Mercado de Trabalho
Pilar 6: Fortalecimento da Cooperação Internacional
Pilar 7: Assuntos transversais

O desempregado possuem condições sociais, culturais, políticas, étnicas, económicas,


educacionais e de saúde diferente de outras pessoas, pode resultar em uma situação desigual,
o facto de existirem indivíduos em uma situação vulnerável faz com que exista uma
desigualdade na sociedade.

Existem vários factores que contribuem para este fenómenos, desde o económico ao cultural,
entretanto, cabe ao estado e a sociedade em geral criar mecanismos de protecção para estes
indivíduos.

Como Assistentes sociais, faz-se necessário o domínio destes mecanismos de protecção para
melhor exercer suas actividades.
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6. Conclusão

Após as investigações feitas e fazendo uma autoanalise, visto que também sou jovem e
Moçambicana, percebeu-se que ainda se esta muito distante de se viver numa sociedade em
que as pessoas se vêem amparadas e apoiadas na realização de seus projectos.

Destacou-se aqui problema do desemprego, considerando esse um dos principais problemas


da sociedade principalmente para a camada jovem, porem, não se podem ignorar outros como
o alcoolismo, a gravidez não planejada, a corrupção a falta de habitação e o HIV/SIDA, que
também assombrar os moçambicanos.

Não se pode esperar sentado que o estado faça tudo, embora este tenha um papel crucial na
resolução dos problemas, todos devem ter um papel activo na transformação de suas vidas e
na procura de alternativas para fazer frente ao actual cenário.
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7. Referências Bibliográficas

Ministério do Trabalho, Emprego e Segurança Social (MITESS). Proposta de política de


emprego. 2016.

CHILOVEQUE, T. A problemática do desemprego. Impacto no crescimento e


desenvolvimento económico de Moçambique. 2014. Obtido aos 09 de Abril de 2020 de:
https://github.com/mosessiuta/SI2014.temas.turma/wiki/Tamara-Chiloveque:-A-problem
%C3%A1tica-do-desemprego.-Impacto-no-crescimento-e-desenvolvimento-econ
%C3%B3mico-de-Mo%C3%A7ambique.

RAPOSO, E. G. V. Juventude e participação política em Moçambique. 2014. Obtido aos 09


de Abril de 2020 de: https://www.researchgate.net/publication/303974259_Juventude_e_parti
cipacao_politica_em_Mocambique

MANJATE, J. Desemprego em Moçambique: jovens são as principais vítimas. 2013. Obtido


aos 10 de Abril de 2020 de: https://www.jornalnoticias.co.mz/index.php/politica/3652-
desemprego-em-mocambique-jovens-sao-as-principais-vitimas.html

MICHEL, M. H. (2005). Metodologia de pesquisa científica em ciências sociais. São Paulo:


Atlas.

QUIVY, R., & CAMPENHOUDT, L. (2003). Manual de Investigação em Ciências Sociais.


Lisboa: gravida.

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