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CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DA PARAÍBA

QUARTEL DO COMANDO GERAL


DIRETORIA DE ENSINO, INSTRUÇÃO E PESQUISA
ACADEMIA DE BOMBEIRO MILITAR ARISTARCHO PESSOA

CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS 2021

Tema da palestra: A continência militar

A continência é uma saudação exclusiva militar que tem o intuito de manifestar o seu
apreço e respeito aos superiores, subordinados, pares e símbolos. Segundo o Regulamento de
Continências, honras, sinais de respeito e cerimonial militar das forças armadas (Rcont), a
continência é a saudação prestada pelo militar. E têm direito à continência, como exemplo (no
Brasil):

- A bandeira nacional
- O Hino
- O Presidente da República
- O Governador do estado

- A Tropa Formada
- Os militares da PM e do BM

A continência deve ser feita em pé, com a mão direita indo à altura da cabeça, onde
encosta-se a ponta do dedo médio na têmpora e com a palma da mão voltada para baixo (Brasil).

CURIOSIDADEs
Pode (deve) ser prestada sentado, quando em um veículo. Se parado, ambos motorista e
passageiro prestam. Se em movimento, apenas o passageiro.
Pode, em raríssimas situações, ser prestada com a mão esquerda. Exemplo: Quando por
amputação ou lesão; Quando o militar escoltando um(a) parceiro(a) no lado direito, não sendo
possível do lado esquerdo; Quando o cumprimento do dever exigir a mão direita para o uso ou
operação de equipamentos com a mão direita.
ORIGEM
De acordo com reconstrução histórica, a saudação militar romana (salutatio militaris) era
análoga à continência militar atual. E de acordo com manuais modernos de continência, a
saudação moderna se originou na França quando cavaleiros se cumprimentavam, demonstrando
intenções amigáveis, levantando os visores de seus helmos, utilizando a continência,
significando, segundo historiadores "Esse é quem sou, e não tenho medo".
Devido a isso, em algumas escolas militares a saudação da continência era utilizada por
remover sua cobertura/capacete na presença de superiores. Ao longo dos anos, em alguns locais,
essa conduta foi substituída pelo simples gesto de tocar a pala da cobertura com a mão direita.

Ao mesmo tempo de se identificar, nos tempos mais antigos, o ato da continência era um
gesto de amizade e confiança, indicando paz já que os combatentes geralmente eram destros e
isso indicava que não haviam intenções de sacar ou utilizar suas armas (espadas). Também, nos
tempos antigos, os homens livres da Europa eram permitidos carregarem armas, e a saudação
entre dois deles era feita levantando-se a mão direita, indicando que não estavam armados e que
o encontro era amigável.
Como saudação com armas individuais (espadas), as forças armadas européias
geralmente a conduzem em dois passos. Levantam a espada na altura do rosto, então a espada é
baixada, inclinando-a para frente e para baixo ficando com a ponta à frente do pé direito. Esse
gesto originou-se nas cruzadas. O punho da espada formava uma cruz, assim, se um crucifixo
não estivesse disponível, os cruzados poderiam beijar o punho da espada ao rezar antes de entrar
em batalha e para juramentos e votos. E rebater a espada é um tradicional ato de submissão.
Adendo: No C22-5 os 3 passos da continência armado com espada significam o
juramento à própria honra, o juramento à deus e o juramento à Pátria.

A saudação de grandes armas com a salva de canhões originou-se na marinha Real


britânica, indicando que quando os canhõe são disparados, os navios ficariam parcialmente
desarmados até serem recarregados, então, disparar os canhões significaria então sinal de
respeito e confiança.
A saudação aérea cerimonial é feita pelo 'flypast' ou 'flyover' (EUA), onde as aeronaves
sobrevoam o local da entidade em que queiram saudar, geralmente soltando cortinas de fumaça.
A saudação aérea casual é feita entre pilotos ao balançar a aeronave em torno do próprio eixo de
um lado para o outro.
DIFERENÇAS ENTRE NAÇÕES
De acordo com cada País, a saudação muda, algumas pouco, algumas bruscamente.
Existem muitas saudações ao longo do mundo em cada organização militar. Pode-se citar como
exemplo e como curiosidades:
Dinamarca: O braço é levantado à 90º do solo e a mão aponta para a têmpora, sem
encostar.
França: A palma da mão fica voltada para frente com a ponta dos dedos perto do canto
do olho.

Britânica: Na força aérea, igual à Francesa, com os dedos quase no olho. No exército,
igual à Francesa com os dedos quase tocando a pala. Na marinha, igual à Brasileira.
Israel: As tropas israelitas não utilizam a continência no dia-a-dia, porém esta é feita à
frente do rosto com a palma voltada para o solo.
Polônia: A continência é feita com apenas 2 dedos, indicador e médio voltados para
frente.

Continência 'Zogist': É uma continência que surgiu na Albânia, onde no gesto,


posiciona-se a mão direita sobre o coração com a palma voltada para baixo. Usada também no
México e Argentina.

Fernando Montenegro, coronel da reserva do Exército Brasileiro e consultor em assuntos


de segurança e militar, explica o que é a continência:

"A continência, para o militar, está muito longe de ser um sinal de subserviência. Ela é
um sinal de respeito tipicamente militar, um cumprimento. O cumprimento de aperto de mão
começou para mostrar a mão desarmada; a continência é um ponto diferente, mostra respeito a
quem admiramos, respeitamos. É um respeito que temos entre nós, além de realizarmos às vezes
em relação a pessoa que a gente tem uma certa admiração e respeito pelo tipo de atividade que
desenvolve. Assim, cumprimentar um civil também é perfeitamente cabível."

Sugestões de perguntas:

1. Quando é possível prestar continência sentado, segundo o Rcont?


R. Quando o militar em veículo, presta-se o passageiro, se o veículo em movimento ou o
passageiro e o motorista, se o veículo parado.

2. O que significam os 3 passos da continência quando armado com espada segundo o C22-
5?
R. Juramento à honra, à deus e à pátria.

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