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PLANO DE SESSÃO

OM: 8° Depósito de Suprimento/8° RM DATA: Conforme QTS

CURSO: Formação do soldado HORA: Conforme QTS

PERÍODO: Instrução Individual


FASE: Instrução Individual Básica

MATÉRIA: 10. Educação Moral e Cívica


ASSUNTO:
1. Pátria, Instituições e tradições nacionais:
a. conceitos;
b. principais fatos históricos relacionados.
2. Símbolos Nacionais
a. significado;
b. importância para o cultivo do patriotismo.
3. Patrono do Exército e da Arma/ Quadro/ Serviço:
a. nome e títulos; e
b. principais dados biográficos.
OBJETIVOS: B-101 - Definir Pátria/Identificar as Instituições Nacionais e o Exército Brasileiro em
seu contexto/Conhecer os Símbolos Nacionais, com ênfase para o Hino e a Bandeira.
B-102 -Citar o nome do Patrono do Exército e dos Patronos ligados à OM./Demonstrar as razões para a
escolha desses Oficiais como Patronos
GRUPAMENTO DE INSTRUÇÃO: A e B.

LOCAL DA INSTRUÇÃO: Salão Intendência.

TÉCNICAS DE INSTRUÇÃO: Palestra, Exercício Individual e Interrogatório.

MEIOS AUXILIARES: Não há.

INSTRUTOR: MONITOR: AUXILIAR(ES):


Asp Of Leticia A cargo do HGeBE Cb Mateus
Campos Sd Gonçalves

MEDIDAS ADMINISTRATIVAS: Os instruendos serão orientados a beber água durante a


instrução. Repouso ativo será aconselhado caso o militar

MEDIDAS DE SEGURANÇA: Serão dados intervalos para a manutenção da integridade física


e caso haja algum problema médico, os instruendos serão encaminhados para a seção de saúde.
ANEXOS: Não há.

FONTES DE CONSULTA: Constituição Federal, Dicionário Oxford, www.eb.mil.br.


Cmt Cia Instr/OPAI: Ch 3ª Seção: Instrutor:

1° Ten Correia Lima 1° Ten Correia Lima Asp Of Leticia Campos


SESSÃO DE INSTRUÇÃO MILITAR
Tempo Assuntos a serem abordados MAI / Obs
1. INTRODUÇÃO
A instrução tem por objetivo:
a) Abordar a importância e conciência sobre o Tema da
instrução.

2. DESENVOLVIMENTO
2.1. Pátria
A pátria é o lugar natal ou adotivo em que um indivíduo
sente um vínculo afetivo, cultural, histórico e pessoal. O termo
vem do latim e está relacionado aos conceitos de família, pai e
terra paterna. Uma pátria é geralmente para cada indivíduo
habitante do planeta, o país (em certas ocasiões uma região,
cidade ou povoado) onde ele nasceu. Mas existem muitos
conceitos do que é a pátria, pois para alguns pode ser um lugar
geográfico que adotaram posteriormente como lar ou outro lugar
com que a pessoa possui algum tipo de vínculo especial.

2.2 Instituições Nacionais:


a)
ESTATUTO DOS MILITARES

TÍTULO I
Generalidades

CAPÍTULO I
Disposições Preliminares

        Art. 1º O presente Estatuto regula a situação, obrigações,


deveres, direitos e prerrogativas dos membros das Forças Armadas.

        Art. 2º As Forças Armadas, essenciais à execução da política de


segurança nacional, são constituídas pela Marinha, pelo Exército e
pela Aeronáutica, e destinam-se a defender a Pátria e a garantir os
poderes constituídos, a lei e a ordem. São instituições nacionais,
permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na
disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República e
dentro dos limites da lei.

b) Constituição Federal de 1988


Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo
Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes
e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob
a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à
defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por
iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

2.3 Origem do Exército Brasileiro:


O Exército brasileiro nasceu oficialmente ao proclamar sua
independência da organização castrense portuguesa, que era
integrada em grande parte por contingentes nacionais de milícias,
seguindo os modelos e as normas militares tradicionais da
Metrópole lusitana. As lutas pela emancipação e as guerras no sul do
país exigiram, desde os primórdios, que a força militar tivesse moral
elevado e bom adestramento, e não havia melhor meio para isso do
que apoiá-la na organização existente, emprestando-lhe a motivação
patriótica que o ideal de liberdade e de unidade nacional despertava
naquelas circunstâncias.
D. Pedro I procurou desde logo melhorar as tropas da guarnição do
Rio de Janeiro. Transferiu para a capital forças de São Paulo e de
Minas Gerais. Por decreto de 23 de setembro de 1822, criou a
Guarda Cívica, que compreendia "gente limpa da cidade do Rio de
Janeiro", com quatro batalhões de infantaria de quatro companhias
cada um, e dois esquadrões de cavalaria com duas companhias. Por
decreto de 1º de dezembro de 1822 criou a Imperial Guarda de
Honra, unidade de elite de cavalaria ligada diretamente ao
Imperador e que gozava de vários privilégios especiais, como por
exemplo o de prestar honras militares apenas ao Imperador e à
família imperial.
Em 1823 instituiu-se o Batalhão do Imperador, destinado a operar na
Bahia contra as forças portuguesas do Brigadeiro Madeira. Com
pretos libertos organizou-se um batalhão de artilharia de posição.
Louvável era a preocupação com a formação moral do militar, do
qual se exigia irrepreensível conduta e espírito profissional. Para que
a impregnação castrense inicial não se interrompesse nem fosse
prejudicada pela influência do meio civil, os recrutas ficavam
confinados durante os dois primeiros meses no Depósito Geral, só
podendo sair em casos de extrema necessidade e ainda assim
obrigatoriamente acompanhados por uma praça antiga, que se
tornava responsável pela saída.
Ao ingressar no quartel para a prestação do serviço militar, o recruta
recebia uma esteira para dormir e tinha de comprar com seu próprio
soldo uma tigela, um prato de barro, uma colher e uma faca sem
ponta.
O Quartel-General da Corte foi reorganizado no início de 1824. Esse
importante órgão que tinha funções de comando geral e de estado-
maior para a Força Terrestre, representava a instituição central da
administração militar. Serviu de modelo aos quartéis-generais nas
Províncias.
Regulamentou-se o emprego de armamento por todas as unidades do
Exército através de decreto de 3 de setembro de 1824. A infantaria
manteve a espingarda, o rifle e os acessórios, que eram a vareta, o
martelinho, o sacatrapo e a baioneta; a cavalaria dispunha de clavina
com martelinho e sacatrapo, pistola e espada. A lança só apareceu
mais tarde. A artilharia utilizava, além dos canhões, armamento
portátil semelhante ao da infantaria ou cavalaria, conforme o caso. O
Regimento de Estrangeiros, com pouco mais de um ano de
existência, reestruturou-se em dois batalhões de caçadores e um de
granadeiros. Os corpos de tropa, dentro de cada arma, foram
renumerados seguidamente, a 24 de dezembro de 1824, inclusive as
unidades de segunda linha. As unidades de milícias continuaram
com a designação tradicional dos locais de origem.
No setor de administração militar foi relevante o trabalho de D.
Pedro I para dotar a nascente organização de elementos
indispensáveis. Criaram-se o Comissariado Geral do Exército, o
Depósito Geral de Recrutas, fábricas de material bélico e munições e
arsenais. Melhoraram-se alguns estabelecimentos do período
colonial, como o Trem Real e a Fábrica da Casa de Armas da
Conceição.
Tudo isso representou notável esforço do primeiro governo imperial
a fim de dar ao Exército organização, disciplina e eficiência,
colocando-o à altura das responsabilidades na defesa da soberania da
nação, cujo reconhecimento Portugal só admitiu em agosto de 1825.
Em sua Fala do Trono o Imperador teve a oportunidade de dizer: "O
Exército não tinha nem armamento capaz, nem gente, nem
disciplina; de armamento está pronto perfeitamente; de gente vai-se
completando conforme o permite a população e de disciplina em
breve chegará ao auge, já sendo o mais exemplar do mundo. Nos
arsenais do Exército tem-se trabalhado com toda a atividade (...)
Todos os reparos de artilharia das fortalezas desta Corte estavam
totalmente arruinados; hoje acham-se prontos (...) Construíram-se
em diferentes pontos os mais apropriados para neles se obstar
qualquer desembarque, e mesmo em gargantas de serras, a qualquer
passagem do inimigo, no caso de haver desembarcado (o que não
será fácil), entrincheiramentos, fortins, redutos e baterias novas (...)"
D. Pedro I revelava preocupação com a integridade da pátria recém-
liberta. Coube ao Exército brasileiro, rearticulado nessas
circunstâncias, a maior responsabilidade na consolidação da
independência do país. Se não houvesse uma firme determinação
dos quadros dirigentes, logo Portugal conseguiria recolonizar o
Brasil. Não faltavam para isto a disposição das Cortes de Lisboa e
das bases mantidas em vários pontos de nosso território. No
Maranhão, na Bahia e na Cisplatina, esperaram em vão as tropas
portuguesas pela reação de Lisboa.
D. Pedro I, impetuoso e entusiasta, foi o artífice da vitória. A seu
lado estavam grandes patriotas brasileiros, ajudando-o a dar forma
ao instrumento da garantia da independência: o Exército brasileiro.
Dentro em pouco, a essa responsabilidade somar-se-ia uma outra – a
guerra contra as Províncias Unidas do Prata.
2.4 Símbolos Nacionais
Os Símbolos Nacionais do Brasil foram instituídos através da Lei
5.700 de 1º de setembro de 1971.

Esta lei, além de estabelecer quais são os símbolos nacionais,


também determina como estes símbolos devem ser usados, padrões
e formatos, significados, entre outros.

Estes símbolos são de extrema importância para nossa nação, pois


representam o Brasil dentro e fora do território nacional. Sendo
assim, devem ser respeitados por todos os cidadãos brasileiros. Os
Símbolos Nacionais são: a Bandeira Nacional, o Hino Nacional, as
Armas Nacionais e o Selo Nacional. Em 18 de setembro, comemora-
se o Dia dos Símbolos Nacionais.

Bandeira Nacional

A Bandeira Nacional foi instituída no dia 19 de novembro de 1889,


4 dias depois da Proclamação da República. É o resultado de uma
adaptação na tradicional Bandeira do Império Brasileiro, onde o
escudo Imperial português dentro do losango amarelo foi substituído
por um círculo azul com estrelas na cor branca. A esfera azul de
nossa bandeira representa nosso céu estrelado, ao centro com a frase
“Ordem e Progresso”. São 27 estrelas, representando os 26 estados e
o Distrito Federal. O losango amarelo ao centro representa o ouro e
o retângulo verde, representa nossas matas e florestas.

Armas Nacionais

As Armas Nacionais ou Brasão Nacional representam a glória, a


honra e a nobreza do Brasil e foram criadas na mesma data que a
Bandeira Nacional. No centro há um escudo circular sobre uma
estrela verde e amarela de cinco pontas. O cruzeiro do sul está ao
centro, sobre uma espada. Um ramo de café está na parte direita e
um de fumo a esquerda. Uma faixa sobre a parte do punho da espada
apresenta a inscrição “República Federativa do Brasil”. Em outra
faixa, abaixo, apresenta-se “15 de novembro” (direita) e “de 1889”
(esquerda).
É obrigatório o uso das armas nos edifícios dos três poderes
(Executivo, Legislativo e Judiciário) dos governos federal, estaduais
e municipais, e nos quartéis militares e policiais e em todos os
papéis oficiais de nível federal (publicações, convites entre outros).

Selo Nacional

O Selo Nacional é utilizado para autenticar documentos oficiais e


atos do governo. É usado também para autenticar diplomas e
certificados emitidos por unidades de ensino reconhecidas. É
constituído por uma esfera com as estrelas (semelhante à da
bandeira brasileira), apresentando a inscrição República Federativa
do Brasil.

Hino Nacional

O Hino Nacional foi composto por Joaquim Osório Duque Estrada


(1870 – 1927) e a música é de Francisco Manuel da Silva (1795-
1865). Tornou-se oficial no dia 1 de setembro de 1971, através da lei
nº 5700.

2.4 Patronos
a) Duque de Caxias
Luiz Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, nasceu em 25
agosto de 1803, na fazenda de São Paulo, no Taquaru, Vila de Porto
da Estrela, na Capitania do Rio de Janeiro, quando o Brasil era Vice-
Reino de Portugal. Hoje, é o local do Parque Histórico Duque de
Caxias, no município de Duque de Caxias, estado do Rio de Janeiro.
Filho do Marechal de Campo Francisco de Lima e Silva e de
D. Mariana Cândida de Oliveira Belo. Ao seu pai, veador da
Imperatriz Leopoldina, coube a honra de apresentar em seus braços
à Corte, no dia 2 de dezembro de 1825, no Paço de São Cristóvão, o
recém-nascido que, mais tarde, viria a ser o Imperador D. Pedro II.
Em 22 de maio de 1808, época em que a Família Real portuguesa
transfere-se para o Brasil, Luiz Alves é titulado Cadete de 1ª Classe,
aos 5 anos de idade.
Pouco se sabe da infância de Caxias. Pelos almanaques do Rio de
Janeiro da época e publicados pela Revista do Instituto Histórico e
Geográfico Brasileiro, que davam o nome das ruas em que moravam
as autoridades governamentais, sabe-se que seu pai, desde capitão,
em 1811, residia na rua das Violas, atual rua Teófilo Otoni. Esta rua
das Violas, onde existiam fabricantes de violas e violões e onde se
reuniam trovadores e compositores, foi o cenário principal da
infância de Caxias.
Sabe-se que estudou no Convento São Joaquim, onde hoje se
localiza o Colégio D.Pedro II, e próximo do Quartel do Campo de
Santana, que ele viu ser construído e que hoje é o Palácio Duque de
Caxias, onde está instalado o Comando Militar do Leste.
Em 1818, aos quinze anos de idade, matriculou-se na Academia
Real Militar, de onde egressou promovido a Tenente, em 1821, para
servir no 1º Batalhão de Fuzileiros, Unidade de elite do Exército do
Rei.
O retorno da Família Real e as consequências que daí advieram
concorreram para a almejada emancipação do país. D.
Pedro proclamou a independência do Brasil e organizou, ele próprio,
em outubro de 1822, no Campo de Santana, a Imperial Guarda de
Honra e o Batalhão do Imperador, integrado por 800 guapos
militares, tipos atléticos e oficiais de valor excepcional, escolhidos
da tropa estendida a sua frente. Coube ao Tenente Luiz Alves de
Lima e Silva receber das mãos do Imperador D. Pedro I a bandeira
do Império recém-criada, na Capela Imperial, em 10 de novembro
de 1822.
No dia 3 de junho de 1823, o jovem militar tem seu batismo de fogo,
quando o Batalhão do Imperador foi destacado para a Bahia, onde
pacificaria um movimento contra a independência comandado pelo
General Madeira de Melo. No retorno dessa campanha, recebeu o
título que mais prezou durante a sua vida – o de Veterano da
Independência.
Em 1825, iniciou-se a Campanha da Cisplatina e o então
Capitão Luiz Alves desloca-se para os pampas, junto com o
Batalhão do Imperador. Sua bravura e competência como
comandante e líder o fazem merecedor de condecorações e
comandos sucessivos, retornando da campanha no posto de major.
A 6 de janeiro de 1833, no Rio de Janeiro, o Major Luiz
Alves casava-se com a senhorita Ana Luiza de Loreto Carneiro
Viana, que contava, na época, com dezesseis anos de idade.
Em 1837, já promovido a Tenente-Coronel, Caxias é escolhido, por
seus descortino administrativo e elevado espírito disciplinador, para
pacificar a província do Maranhão, onde havia iniciado o
movimento da Balaiada.
Em 2 de dezembro de 1839, é promovido a Coronel e, por Carta
Imperial, nomeado presidente da província do Maranhão e
Comandante-Geral das Forças em operações, para que as
providências civis e militares emanassem de uma única autoridade.
Em agosto de 1840, mercê de seus magníficos feitos em pleno
campo de batalha, Caxias foi nomeado Veador de Suas Altezas
Imperiais.
Em 18 de julho de 1841, em atenção aos serviços prestados na
pacificação do Maranhão, foi-lhe conferido o título nobiliárquico de
Barão de Caxias. Por que Caxias? "Caxias simbolizava a revolução
subjugada. Essa princesa do Itapicuru havia sido mais que outra
algema afligida dos horrores de uma guerra de bandidos; tomada e
retomada pelas forças imperiais, e dos rebeldes várias vezes, foi
quase ali que a insurreição começou, ali que se encarniçou
tremenda; ali que o Coronel Luiz Alves de Lima e Silva entrou,
expedindo a última intimação aos sediciosos para que depusessem as
armas; ali que libertou a província da horda de assassinos. O título
de Caxias significava, portanto: – disciplina, administração, vitória,
justiça, igualdade e glória", explica o seu biógrafo Padre Joaquim
Pinto de Campos.
Em 1841, Caxias é promovido a Brigadeiro e, em seguida, eleito
unanimemente deputado à Assembleia Legislativa pela província do
Maranhão e, já em março de 1842, é investido no cargo de
Comandante das Armas da Corte.
Em maio de 1842, iniciava-se um levante na província de São Paulo,
suscitado pelo Partido Liberal. D. Pedro II, com receio de que esse
movimento, alastrando-se, viesse fundir-se com a revolta
farroupilha, que se desenvolvia no sul do Império, resolve chamar
Caxias para pacificar a região. Assim, o Brigadeiro Lima e Silva é
nomeado Comandante-Chefe das Forças em operações da província
de São Paulo e, ainda, Vice-Presidente dessa província.
Cumprida a missão em pouco mais de um mês, o Governo, temeroso
que a revolta envolvesse a província das Minas Gerais,
nomeia Caxias Comandante do Exército pacificador naquela região,
ainda no ano de 1842. Já no início do mês de setembro, a revolta
estava abafada e a província, pacificada.
No dia 30 de julho de 1842, "pelos relevantes serviços prestados nas
províncias de São Paulo e Minas", é promovido ao posto de
Marechal de Campo graduado, quando não contava sequer quarenta
anos de idade.
Ainda grassava no Sul a revolta dos farrapos. Mais de dez
presidentes de província e generais se haviam sucedido desde o
início da luta, sempre sem êxito. Mister da capacidade
administrativa, técnico-militar e pacificadora de Caxias, o Governo
Imperial nomeou-o, em 1842, Comandante-Chefe do Exército em
operações e Presidente da província do Rio Grande do Sul.
Logo ao chegar a Porto Alegre, Caxias fez apelo aos sentimentos
patrióticos dos insurretos através de um manifesto cívico. A certo
passo, dizia: "Lembrai-vos que a poucos passos de vós está o
inimigo de todos nós – o inimigo de nossa raça e de tradição. Não
pode tardar que nos meçamos com os soldados de Oribes e Rosas;
guardemos para então as nossas espadas e o nosso sangue.
Abracemo-nos para marcharmos, não peito a peito, mas ombro a
ombro, em defesa da Pátria, que é a nossa mãe comum".
Mesmo com carta branca para agir contra os revoltosos, marcou sua
presença pela simplicidade, humanidade e altruísmo com que
conduzia suas ações. Assim ocorreu quando da captura de dez
chefes rebeldes aprisionados no combate de Santa Luzia, quando,
sem arrogância, com urbanidade e nobreza, dirigiu-se a eles
dizendo: "Meus senhores, isso são consequências do movimento,
mas podem contar comigo para quanto estiver em meu alcance,
exceto para soltá-los".
Se no honroso campo da luta, a firmeza de seus lances militares lhe
granjeava o rosário de triunfos que viria despertar nos rebeldes a
ideia de pacificação, paralelamente, seu descortino administrativo,
seus atos de bravura, de magnanimidade e de respeito à vida
humana, conquistaram a estima e o reconhecimento dos adversários.
Por essas razões é que os chefes revolucionários passaram a
entender-se com o Marechal Barão de Caxias, em busca da
ambicionada paz. E, em 1º de março de 1845, é assinada a paz de
Ponche Verde, dando fim à revolta farroupilha.
É, pois, com justa razão que o proclamam não só Conselheiro da
Paz, senão também o Pacificador do Brasil – epíteto perpetuado em
venera nobilitante.
Em 1845, Caxias é efetivado no posto de Marechal de Campo e é
elevado a Conde. Em seguida, mesmo sem ter se apresentado como
candidato, teve a satisfação de ter seu nome indicado para Senador
do Império pela província que pacificara há pouco. Em 1847,
assume efetivamente a cadeira de Senador pela província do Rio
Grande do Sul.
A aproximação das chamas de uma nova guerra na fronteira sul do
Império acabou por exigir novamente a presença de Caxias no Rio
Grande do Sul e, em junho de 1851, foi nomeado presidente da
província e Comandante-Chefe do Exército do Sul, ainda não
organizado. Essa era a sua principal missão: preparar o Império para
uma luta nas fronteiras dos pampas gaúchos.
Assim, em 5 de setembro de 1851, Caxias adentra o Uruguai,
batendo as tropas de Manoel Oribe, diminuindo as tensões que
existiam naquela parte da fronteira.
Em 1852, é promovido ao posto de Tenente-General e recebe a
elevação ao título Marquês de Caxias.
Em 1853, uma Carta Imperial lhe confere a Carta de Conselho,
dando-lhe o direito de tomar parte direta na elevada administração
do Estado e, em 1855, é investido no cargo de Ministro da Guerra.
Em 1857, por moléstia do Marquês de Paraná, assume a presidência
do Conselho de Ministros do Império, cargo que voltaria a ocupar
em 1861, cumulativamente com o de Ministro da Guerra.
Em 1862, foi graduado Marechal do Exército, assumindo novamente
a função de Senador no ano de 1863.
Em 1865, inicia-se a Campanha da Tríplice Aliança, reunindo
Brasil, Argentina e Uruguai contra as Forças paraguaias de Solano
Lopez.
Em 1866, Caxias é nomeado Comandante-Chefe das Forças do
Império em operações contra o Paraguai, mesma época em que é
efetivado Marechal do Exército. Cabe destacar que, comprovando o
seu elevado descortínio de chefe militar, Caxias utiliza, pela
primeira vez no continente americano, a aero estação (balão) em
operações militares, para fazer a vigilância e obter informações
sobre a área de operações.
O tino militar de Caxias atinge seu ápice nas batalhas dessa
Campanha. Sua determinação ao Marechal Alexandre Gomes
Argolo Ferrão para que fosse construída a famosa estrada do Grão-
Chaco, permitindo que as Forças brasileiras executassem a célebre
marcha de flanco através do chaco paraguaio, imortalizou seu nome
na literatura militar. Da mesma forma, sua liderança atinge a
plenitude no seu esforço para concitar seus homens à luta na
travessia da ponte sobre o arroio Itororó – "Sigam-me os que forem
brasileiros".
Caxias só deu por finda sua gloriosa jornada ao ser tomada a cidade
de Assunção, capital do Paraguai, em 1º de janeiro de 1869.
Em 1869, Caxias tem seu título nobiliárquico elevado a Duque,
mercê de seus relevantes serviços prestados na Campanha contra o
Paraguai.
Em 1875, pela terceira vez, é nomeado Ministro da Guerra e
presidente do Conselho de Ministros.
Caxias ainda participaria de fatos marcantes da história do Brasil,
como a Questão Religiosa, o afastamento de D. Pedro II e a
Regência da Princesa Isabel. Já com idade avançada, Caxias resolve
retirar-se para sua terra natal, a província do Rio de Janeiro, na
Fazenda Santa Mônica, na estação ferroviária do "Desengano", hoje
Juparanã, próximo a Vassouras.
No dia 7 de maio de 1880, às 20 horas e 30 minutos, fechava os
olhos para sempre aquele bravo militar e cidadão que vivera no seio
do Exército para glória do próprio Exército.
No dia seguinte, em trem especial, chegava na Estação do Campo de
Santana o seu corpo, vestido com o seu mais modesto uniforme de
Marechal de Exército, trazendo ao peito apenas duas das suas
numerosas condecorações, as únicas de bronze: a do Mérito Militar
e a Geral da Campanha do Paraguai, tudo consoante suas derradeiras
vontades expressas.
Outros desejos testamentários são respeitados: enterro sem pompa;
dispensa de honras militares; o féretro conduzido por seis soldados
da Guarnição da Corte, dos mais antigos e de bom comportamento,
aos quais deveria ser dada a quantia de trinta cruzeiros (cujos nomes
foram imortalizados no pedestal de seu busto, no passadiço do
Conjunto Principal antigo da Academia Militar das Agulhas
Negras); o enterro custeado pela Irmandade da Santa Cruz dos
Militares; e seu corpo não embalsamado.
Quantas vezes o caixão foi transportado, suas alças foram seguras
por seis Praças de Pré do 1º e do 10º Batalhão de Infantaria.
No ato do sepultamento, o grande literato Visconde de Taunay,
então Major do Exército, proferiu alocução assim concluída:
"Carregaram o seu féretro seis soldados rasos; mas, senhores, esses
soldados que circundam a gloriosa cova e a voz que se levanta para
falar em nome deles, são o corpo e o espírito de todo o Exército
Brasileiro. Representam o preito derradeiro de um reconhecimento
inextinguível que nós militares, de norte a sul deste vasto Império,
vimos render ao nosso velho Marechal, que nos guiou como
General, como protetor, quase como pai, durante 40 anos; soldados e
orador, humilde todos em sua esfera, muito pequenos pela valia
própria, mas grandes pela elevada homenagem e pela sinceridade da
dor".
Em 25 de agosto de 1923, a data de seu aniversário natalício passou
a ser considerada como o Dia do Soldado do Exército Brasileiro,
Instituição que o forjou e de cujo seio emergiu como um dos
maiores brasileiros de todos os tempos. Ele prestou ao Brasil mais
de 60 anos de excepcionais e relevantes serviços como político e
administrador público de contingência e, inigualados, como soldado
de vocação e de tradição familiar, a serviço da unidade, da paz
social, da integridade e da soberania do Brasil Império.
Em mais uma justa homenagem ao maior dos soldados do Brasil,
desde 1931, os Cadetes do Exército, da Academia Militar das
Agulhas Negras, portam como arma privativa, o Espadim de Caxias,
cópia fiel, em escala, do glorioso e invicto sabre de campanha
de Caxias, que desde 1925 é guardado como relíquia pelo Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro, que o Duque de Caxias integrou
como sócio honorário a partir de 11 de maio 1847.
O Decreto do Governo Federal de 13 de março de 1962 imortalizou
o nome do invicto Duque de Caxias como o Patrono do Exército
Brasileiro.
Atualmente, os restos mortais do Duque de Caxias, de sua esposa e
de seu filho, repousam no Panteon a Caxias, construído em frente ao
Palácio Duque de Caxias, na cidade do Rio de Janeiro.
b) Marechal Bitencourt
Nascido a 12 de abril de 1840, em Porto Alegre, filho do Brigadeiro
Jacinto Machado Bitencourt e de D. Ana Maurícia da Silva
Bitencourt, o patrono do Serviço de Intendência do Exército
Brasileiro, Marechal Carlos Machado Bitencourt, em plena infância
já demonstrava pendor para a carreira das Armas – uma tradição de
família, pois militares também o eram o avô e o pai.
Esses exemplos de amor à Pátria e coragem cívica o entusiasmaram
e o impeliram às fileiras do Exército. Assentou praça a 1º de janeiro
de 1857, com 17 anos. Galgou por mérito todos os demais postos de
uma brilhante carreira e viveu a honrosa situação de combater em
algumas circunstâncias sob as ordens do pai, na Guerra da Tríplice
Aliança.
Bitencourt destacou-se como encarregado da logística nas operações
desenvolvidas pelo Exército contra os insurretos de Canudos.
Recém-empossado como ministro da Guerra, interveio pessoalmente
na campanha cujo óbice maior era a ausência de uma cadeia de
suprimentos, já que a falta destes dificultava o bom desempenho das
forças legais. Organizou e sistematizou o transporte de pessoal e
material, tornando efetivo e contínuo o fluxo de reabastecimento das
tropas, o que possibilitou a derrota dos rebelados. Sua brilhante
atuação foi essencial para o resultado daquele conflito.
Carlos Bitencourt dedicou 40 anos de relevantes serviços prestados à
Pátria até o momento de sua morte, a 05 de novembro de 1897,
quando buscava salvar o então Presidente Prudente de Morais de um
atentado com arma branca.
O Exército deve a Bitencourt o aprendizado do insígne Thiers, autor
de História do Consulado e do Império: "É necessário ter o espírito
de ordem e minuciosidade, porque o militar não se educa para a
guerra somente: alimenta-se, veste-se, arma-se e cura-se. A cada
movimento é necessário pensar na véspera e no dia seguinte, nos
flancos e na retaguarda; mover tudo consigo: munições, víveres e
hospitais".
Um pouco de história...
Finda a Campanha de Canudos em 1897, o Marechal Bitencourt
voltou ao Rio de Janeiro, capital da República à época. A 5 de
novembro do mesmo ano regressavam as forças que haviam lutado
no sertão baiano. A tropa desembarcou do navio Espírito Santo e foi
recepcionada pelo Presidente da República, Prudente de Morais.
Durante as honras militares, saiu das fileiras do 10º Regimento de
Infantaria o anspeçada (na ocasião, uma graduação entre soldado e
cabo) Marcelino Bispo de Melo, 19 anos, que sacou de um punhal e
arremeteu-se contra o presidente. Bitencourt correu a salvar o chefe
do Executivo e o fez com o ônus da própria vida.
c) Marechal Napion
Carlos Antônio Napion nasceu em Turim na Itália, a 30 de outubro
de 1757, onde, como militar e engenheiro dotado de cultura técnico-
especializada na área do Material Bélico, alcançou o posto de major.
A partir de 1800 passou a prestar serviços ao Exército do Reino de
Portugal e, em 1808, veio para o Brasil com o Príncipe Regente D.
João VI, onde recebeu a missão de lançar as bases e promover o
desenvolvimento da indústria bélica nacional. Com dinamismo,
descortino e objetividade, o ínclito militar lançou a semente da
logística do material. Atingiu o posto de tenente-general, o último da
hierarquia militar no Brasil, no qual veio a falecer em 22 de junho
de 1814, quando presidia a Junta da Real Academia Militar.
Prestou relevantes serviços ao Brasil quando este se tornou Reino
Unido a Portugal e Algarve. Em razão disso, teve brilhante trajetória
militar, ascendendo ao posto de oficial-general exclusivamente por
seus méritos. Dentre seus trabalhos, destacam-se o esforço que
empreendeu nos primórdios da industrialização do País e os livros
técnicos que escreveu.
Alguns dos cargos exercidos por Napion:
- Inspetor-Geral da Real Junta Fazenda dos Arsenais, Fábricas e
Fundições;
- Diretor do Arsenal Real do Exército;
- Diretor e Organizador da Real Fábrica de Pólvora da Lagoa;
- Inspetor-Geral de Artilharia;
- Membro do Conselho Supremo Militar;
- Inspetor e Fiscal da Real Fábrica de Ferro de São João de Ipanema;
e
- Presidente da Junta Militar da Academia Real Militar.
d) General Severiano da Fonseca
O General de Brigada médico João Severiano da Fonseca, nascido a
27 de maio de 1836, em Alagoas.

Médico, militar, escritor, historiador e diplomata, ingressou na


carreira das armas dois anos após seu doutoramento, em 1862.

Tomou parte na Campanha do Uruguai, apresentando-se como


voluntário, embora doente e ainda em licença para tratamento. De
substancial valor foi seu desempenho em Salto e Paissandu, marcos
iniciais de um ciclo glorioso, que prosseguiria na Guerra da Tríplice
Aliança.

Ao longo desse conflito, não lhe faltaram louvores em profusão de


seus chefes, assinalando a excelência do serviço prestado ou da
tarefa bem cumprida. Inúmeras foram as condecorações que
recebeu, sendo o único oficial do Corpo de Saúde condecorado com
a Ordem do Cruzeiro.

Fez toda a Campanha da Tríplice Aliança vivenciando e sofrendo as


dificuldades impostas pelas condições climáticas, que variavam do
intenso calor no verão às chuvas prolongadas na primavera e ao
intenso frio do inverno. Como se isso não bastasse, atendeu as
epidemias de varíola e cólera, lutando contra a precariedade do
estado sanitário da tropa. Aplicou-se, incansavelmente, contra os
piores inimigos da guerra, que eram as doenças infectocontagiosas.
No meio dessa terrível guerra, estava o Patrono sempre zeloso,
humanitário e inteligente.

Como filho de militar, trazia no sangue a vontade de lutar pela


Pátria. Ele e seus ilustres dois irmãos, Hermes Hernesto e Manuel
Deodoro, conseguiram retornar aos seus lares e continuar a carreira
no Exército. Infelizmente, não tiveram a mesma sorte seus outros
irmãos, Major Eduardo Emiliano, Tenente Hypólito e Alferes
Afonso Aurélio, que faleceram em combate, nas batalhas de
Curupaiti e Itororó.

Eclético e dotado de invejável inteligência, foi colocado à


disposição do "Ministério dos Estrangeiros", a fim de fazer parte da
Comissão de Limites entre o Brasil e a Bolívia.

Membro dos mais cultos da Comissão, soube o Doutor Fonseca


coligir incontáveis observações, especialmente de caráter científico,
no decurso de seus três anos de peregrinações através das províncias
limítrofes com a Bolívia. Esse repositório de observações
constituiria, mais tarde, matéria para o seu precioso livro "Viagem
ao redor do Brasil".

Promovido a General de Brigada em 1890, chegou ao mais alto


cargo do Corpo de Saúde, com o título (da época) de inspetor-geral
do Serviço de Saúde do Exército. Afastou-se da ativa quando eleito
senador, retornando à Inspetoria-Geral em novembro de 1895.

O General João Severiano da Fonseca faleceu em 1897, no Rio de


Janeiro. Sua insigne figura foi escolhida Patrono do Serviço de
Saúde em 1940, a qual foi homologada em decreto de 13 de março
de 1962.
3. CONCLUSÃO

a) Avaliação através de 8(oito) perguntas as quais os


militares deveram escrever suas respostas em uma folha
de papel.
b) Retificação de aprendizagem
c) Encerramento

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