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ÍNDICE

 Sinopse histórica da Escola de Instrução Especializada atualizada em Ago 22 ....................................... 3

 Missão, Visão de Futuro, Crenças e Valores da Escola de Instrução Especializada ................................. 7

 Efetivo dos Concludentes distribuídos por Região Brasileira de Origem .............................................. 10

 Comando da EsIE, Equipe de Instrutores/Monitores e Coordenação .................................................. 11

 Primeiros colocados e destaque como Chefe de Turma........................................................................ 12

 CAS de Músicos - Pioneirismo e fomento à criação de uma sólida Musicologia Militar Brasileira ....... 13

 Notas a respeito do Dobrado Lira Pioneira ............................................................................................ 14

 Concludentes do CAS Músicos ............................................................................................................... 16

 Canção da Escola de Instrução Especializada......................................................................................... 18

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SINOPSE HISTÓRICA DA ESCOLA DE INSTRUÇÃO ESPECIALIZADA
(Atualizada em agosto de 2022)

Antecedentes
Fundada em 21 de agosto de 1945, por meio do Decreto lei nº 7.888, a Escola de Instrução Especiali-
zada foi originada a partir do Centro de Instrução Especializada (CIE), criado em decorrência do reaparelha-
mento bélico das tropas militares brasileiras, em virtude da sua participação ativa na Segunda Guerra Mun-
dial, por meio da Força Expedicionária Brasileira (FEB).
Diante da eclosão da guerra que ocorria na Europa em 1939, o governo brasileiro se mantinha em
posição neutra, mesmo sob fortes pressões dos Estados Unidos, interessado no uso dos portos e aeropor-
tos situados no Norte e Nordeste, fundamentais para a defesa do continente. Sob o governo do presidente
Getúlio Vargas, o Brasil se aproveitou dessa premissa para obter a promessa de reaparelhamento das For-
ças Armadas e da construção de uma grande usina siderúrgica. Após o ataque japonês à base norte-
americana de Pearl Harbor, em 7 de dezembro de 1941, o presidente Franklin Roosevelt condicionou a coo-
peração técnica e econômica ao Brasil em troca do seu envolvimento direto no conflito. O fator decisivo
para o envolvimento do Brasil no cenário da guerra foram os ataques a um total de 36 navios mercantes
brasileiros por torpedos alemães e italianos, ocorridos entre fevereiro e agosto de 1942, ocasionando o
rompimento das relações diplomáticas (em 22 de agosto de 1942) e a declaração do estado de guerra con-
tra a Alemanha e Itália, através do Decreto lei nº 10.358, de 31 de agosto de 1942.
Em fevereiro de 1943, após o encontro entre os dois presidentes (Franklin Roosevelt e Getúlio Var-
gas), surgiu a idéia da criação de uma força militar para participação no conflito, mediante ao reaparelha-
mento bélico das Forças Armadas Brasileiras, não somente para a força expedicionária mas também para
as tropas que garantiriam a defesa do território nacional. Através da Portaria Ministerial nº 4.744, de 9 de
agosto de 1943, foi aprovada a proposta do ministro da Guerra, o General Eurico Gaspar Dutra, a criação da
Força Expedicionária Brasileira (FEB), sendo formada pela 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária (1º DIE) e
órgãos não divisionários, sob o comando do General João Batista Mascarenhas de Morais.

A criação do Centro de Instrução Especializada (CIE)


A estruturação da FEB foi iniciada com o envio de oficiais brasileiros aos Estados Unidos para treina-
mento. Isso proporcionou uma reestruturação de métodos e táticas militares, até então de referência da
Missão Militar Francesa, consideradas ultrapassadas para as novas características da guerra em pleno cur-
so, pelo modelo norte-americano.
Com o objetivo de operacionalizar a preparação do contingente a ser enviado para a Europa, em 30
de junho de 1943, por meio do Decreto lei nº 5.636, foi criado o Centro de Instrução Especializada (CIE),
tendo como finalidade formar e aperfeiçoar especialistas e artífices para as novas Unidades das Armas e
Serviços em desenvolvimento para a Política de Segurança Nacional da época.
O comando deste Centro ficou sob a incumbência do General de Brigada Gustavo Cordeiro de Fari-
as, oficial de prestígio e grande experiência no ofício das armas, traduzindo em primeira ordem a importân-
cia da criação desta Unidade.
Em 14 de agosto de 1943, no Boletim do Exército nº 33, Suplemento, foram estabelecidas as diretri-
zes para o funcionamento do CIE, onde inicialmente foram criados 25 (vinte e cinco) cursos: Cursos de Mo-
toristas (Viaturas sobre rodas, Meia lagarta e Motores de material flutuante); Cursos de Mecânicos
(Viaturas automóveis, Armamento, Material de transmissões, Instrumentos e Avião); Cursos de Transmis-
sões (Telefonistas, Operadores de rádio, Reparadores de rádio e Instalações elétricas); Cursos de Eletricis-
tas (Automóvel e Rádio); Cursos de Saúde (Enfermeiros cirúrgicos, Socorristas de 1ª urgência e Serventes
de ambulância); Núcleos de formação (Datilógrafos, Estenógrafos, Criptógrafos, Meteorologistas, Desenhis-
tas gerais, Maquinistas, Soldadores e Armeiros).

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Em 23 de setembro de 1943, o CIE foi instalado nas dependências da antiga Escola das Armas, atu-
al 15º Regimento de Cavalaria Mecanizado (Escola), localizado na Vila Militar e, em 07 de outubro de
1943, teve início o primeiro curso sob sua responsabilidade: o curso de Equipamento Pesado de Engenha-
ria, composto por 12 (doze) oficiais alunos.
A grande necessidade de formação de especialistas é expressa no efetivo em que foram divididas
as primeiras companhias de instrução em 1944: 07 (sete) Cias de motoristas com 400 homens cada; 02
(duas) Cias de cozinheiros com total de 525 homens; 01 (uma) Cia com 301 datilógrafos, 28 de Guerra
Química, 08 desenhistas e 08 de meteorologia, perfazendo um total de 3.670 homens, somente nesse pri-
meiro momento.
Para se ter uma ideia da grandiosidade do CIE, durante a organização da FEB, foram formados mais
de 18.000 homens que iriam lutar e cobrir-se de glórias nos campos da Itália. O Centro contou, ainda, com
o apoio de instrutores norte-americanos, que aqui permaneceram até 1946. É importante lembrar que,
no Teatro de Operações da Itália, o Brasil enviou mais de 25 mil homens, incluindo especialistas instruídos
no CIE.
Como resultado imediato dessa nova realidade multiplicou-se o número de especialistas nos co-
mandos de Unidades das Armas e Serviços e todos os escalões de combate passaram a ser contemplados
por especialistas das mais diversas áreas. A logística, antes centralizada e priorizada nos altos níveis hie-
rárquicos, deu lugar a uma coordenação nos níveis táticos, o que alcançou as proximidades da linha de
contato com o inimigo, indicando a necessidade da estruturação de um órgão capaz de centralizar, nor-
matizar e difundir as instruções dessas novas especialidades.
Vale ressaltar também que, com a criação do CIE, o ensino dos especialistas no Exército deixou o
empirismo, passando a objetivar a formação sistematizada que buscava a eficiência funcional.
Terminada sua nomeação, o Sr. General Gustavo Cordeiro de Farias, que fora nomeado para o car-
go de Diretor de Ensino do Exército, em seu texto de despedida do CIE coloca que:

“ ... Se é curta a sua vida, bem justificada está a sua existência, tão anima-
dores têm sido os resultados apresentados, fornecendo aos bravos camaradas da
FEB , especialistas feitos de maneira honesta e eficiente.”
“...Orgulhosamente, já podemos dizer que temos na frente de batalha italia-
na, no setor que nos foi atribuído, testemunho eloquente da produção do CIE, em
todos os ramos de especialização dos corpos de tropa.”
“...O resultado não tardaria. Mandamos para a frente, os nossos camara-
das, oficiais e praças, adestrados nos Departamentos de Transmissões, Armamen-
to e Guerra Química, Motomecanização, Educação Física, Saúde, Alimentação,
Estenodatilografia, e arejados no espírito pelos momentos alegres que lhes propor-
cionaram os Serviços Gerais e Diversões nas horas de lazer...”

A criação da Escola de Instrução Especializada (EsIE)


Graças ao seu exitoso trabalho em prol da especialização dos oficiais e sargentos, o CIE converteu-
se na Escola de Instrução Especializada (EsIE) por meio do Decreto lei nº 7888, de 21 de agosto de 1945.
Neste mesmo decreto, idealizado pelo então General-de-Brigada Cordeiro de Farias, Diretor de Ensino do
Exército, foi criado o Centro de Aperfeiçoamento e Especialização do Realengo (CAER), considerado a Cé-
lula Mater da Atual Diretoria de Educação Técnica Militar (DETMil).
A partir de então, a EsIE participou ativamente da modernização do Exército por intermédio da
formação e aperfeiçoamento de especialistas para as Unidades das Armas e Serviços, sendo indispensá-
veis para reestruturação da Força Terrestre (pós a 2ª Guerra Mundial), além de prestar apoio às instru-
ções das demais Escolas Militares.

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O ensino era ministrado segundo os conhecimentos psicopedagógicos mais modernos existentes:
o Método Ativo ou Escola Ativa, visando o estímulo ao discernimento, a iniciativa e da conduta mediante
a observação. Dessa maneira, o instruendo aprenderia a resolver, com êxito, as situações novas e impre-
vistas que se apresentassem no desempenho de suas funções.
Essa foi a primeira vez no Exército em que uma Escola passara a adotar um método de ensino cor-
porificado em seu regulamento. Portanto, pode-se inferir que a EsIE foi a precursora do ensino por com-
petências no âmbito do Exército.
A vida escolar era repleta de novidades. Uma delas era a perfeita integração dos cursos de especia-
lização que eram ministrados na Escola para oficiais, sargentos, cabos e soldados, que conviviam no mes-
mo Estabelecimento de Ensino, fato até então inédito no Exército.
A variada gama de cursos de especialização evidenciava o caráter técnico e inovador da EsIE, como
por exemplo: Adaptação de Motoristas; Mecânicos de Manutenção Orgânica de 2º Escalão; Básico de Ma-
terial Bélico; Mecânico de Artilharia; Mecânico de Armamento Leve; Reparador de Instrumentos de Ob-
servação e Direção de Tiro; Mecânico de Instrumentos Óticos; Operador de Máquinas e Ferramentas; Ar-
meiro; Soldador; Carpinteiro; Pintor; Estenodatilografia; Datilografo; Burocratas; Auxiliar de Administra-
ção; Aprovisionamento para Praças; Padeiro; Cozinheiro; Açougueiro Magarefes; Formação de Pessoal de
Rancho; Formação de Pessoal de Lavanderia; Contador; Arquivista; Especialistas em Sepultamento; Supri-
mento de Água; Equipamento Mecânico de Purificação de Água; Munições Falhadas; Equipamento Pesa-
do de Engenharia; Operador de Maquinas de Construção; Camuflagem; Minas Armadilhas e Destruições;
Disfarce; Construções Gerais; Desenhista; Especialista em Saúde (Enfermeiros Socorristas e Enfermeiros);
Foto Informação; Guerra Química e Observador Aéreo.
Em 1949, a EsIE mudou-se para as atuais instalações em Realengo, ocupando o quartel construído
para o Núcleo de Recompletamento do Grupamento de Unidades Escola. Com extensa base física, a Esco-
la pôde crescer e abrigar um efetivo numeroso de pessoal, além de aumentar a capacidade de seus cur-
sos, destacando-se entre as Escolas Militares, sendo conhecida como o “Gigante de Realengo”.
Em 1951, a EsIE inicia pela primeira vez os trabalhos da Escola Regimental, uma importante contri-
buição do Exército Brasileiro para minimizar a grande chaga social que maculava o Brasil até o século XX:
o analfabetismo. O grande objetivo desta iniciativa visava proporcionar as primeiras noções de leitura,
escrita e aritmética aos recrutas que se inseriam na corporação durante o serviço militar obrigatório. Este
trabalho perdurou até o início da década de 1970, quando foi criado o Movimento Brasileiro de Alfabeti-
zação (Mobral), que envolveu todos os municípios e sistematizou o processo no Brasil.
A EsIE iniciou a formação de sargentos no ano de 1969 nas áreas de Saúde, Intendência, Aprovisio-
namento, Transporte, Desenhista, Burocratas, Mecânico de Equipamento Pesado e Suprimento de Enge-
nharia.
Dando continuidade à sua vocação de instruir e especializar, no dia 30 de junho de 1969, foi reali-
zada a solenidade de abertura dos primeiros Cursos de Formação de Sargentos (CFS) de Topografia e de
Meios Auxiliares de Instrução.
Em sua caminhada na busca de novas possibilidades e meios para inovar o ensino, em 1971, a EsIE
instala seu primeiro computador NCR 500, tornando-se uma referência para as demais OM de ensino. Fru-
to dessa iniciativa, a EsIE ministra o curso de programador para sargentos, que serviu de base para o pri-
meiro curso de auxiliar de informática para sargentos. Logo em seguida, em 1973, foi instalado seu pri-
meiro estúdio de TV, onde foram gravados discos de diversas bandas de música do Exército e peças audio-
visuais para o ensino e instrução no Exército. Destaca-se o vídeo em VHS com o tema “Segurança na Ins-
trução”, amplamente utilizado nas instruções do EB, passando a apoiar nesta expertise várias OM da For-
ça Terrestre.
Com as novas necessidades da Força Terrestre, a Escola de Instrução Especializada recebe a deter-
minação de elaborar o funcionamento do primeiro Curso Preparatório para o CHQAO, em 1984. O Curso
não foi criado à época, contudo, vale ressaltar que a EsIE mostrou, mais uma vez, que estava pronta para
cumprir as missões de ensino ainda não existentes no Exército.
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Nesses quase 80 anos de história, além de ter se evidenciado na preparação de nossos “Febianos”
e na formação e especialização de nossos militares (oficiais e praças), a EsIE também desempenhou papel
importante nos trabalhos de busca e resgate das vítimas do terremoto na Cidade do México, em 26 de
setembro de 1985, onde se fez representar por um destacamento de demolição composto por militares
especialistas instrutores da Seção de Engenharia.
Em 26 de outubro de 1987, outra missão de grande envergadura foi confiada a EsIE Deslocar mili-
tares especializados em Defesa Química Biológica e Nuclear (DQBN) para Goiânia – Goiás, a fim de colabo-
rar com as ações gerenciadas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) em prol das vítimas con-
taminadas pelo acidente com o Césio-137, considerado o maior acidente radioativo do Brasil e o maior do
mundo ocorrido fora das usinas nucleares.
Também nesse ano, o antigo curso de Guerra Química (GQ), criado em 1943, passa a ser denomi-
nado Curso de Defesa Química Biológica e Nuclear (DQBN). Em seguida, em abril de 1989, a EsIE por meio
das equipes da Seção de Engenharia e Seção DQBN, efetuaram a retirada e o transporte de equipamento
radiológico contendo bomba de Cobalto do HCEx para o Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nucle-
ar (CDTN/BH-MG).
Várias outras atividades de grande importância e inovação foram recebidas e executadas por esse
estabelecimento de Ensino ao longo dos últimos anos, tais como: o primeiro CFS com a presença do seg-
mento feminino de saúde, no ano de 2000 e o primeiro CFS de música, no ano de 2006.
Destaca-se, ainda, a participação de especialistas nas áreas de DQBRN e Observação Aérea nos
grandes eventos ocorridos no Brasil, tais como: Jogos Mundiais Militares, Jornada Mundial da Juventude,
Pan Americano, Copa das Confederações, Copa do Mundo e Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016.
O dinamismo dos dias atuais e a observância das necessidades do Exército Brasileiro levam a EsIE
mais uma vez a se reinventar. Novas determinações dos Escalões Superiores, mais precisamente em feve-
reiro de 2021, foram o ponto de partida para que a Diretoria de Educação Técnica Militar expedisse suas
diretrizes com vistas a dar início a mais um processo de reestruturação da EsIE com vistas à criação da Es-
cola de Logística e do Instituto de Logística. Nesse escopo, uma nova oportunidade se descortina para que
o Gigante de Realengo se reinvente.
Para o cumprimento desta missão, a EsIE criou um Grupo de Trabalho para realizar o Estudo de
Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA). Após a análise detalhada da missão, concluiu-se que
o planejamento seria dividido em 4 (quatro) fases: 1ª Fase: transferência do CAS QMS Logística, Músico,
Saúde e Topografia da Escola de Sargentos de Logística (EsSLog) para a EsIE; 2ª Fase: Criação ou recriação
de Cursos e Estágios na Área de Logística para os anos de 2022 e 2023; 3ª Fase: Criação ou recriação de
Cursos e Estágios na Área de Logística para o ano de 2024; 4ª Fase: Criação do Instituto de Logística.
Toda a documentação relativa à primeira fase do planejamento foi entregue à DETMil no dia 30 de
abril de 2021 para fins de apreciação e encaminhamento ao Departamento de Educação e Cultura do E-
xército (DECEx) e ao Estado Maior do Exército (EME).
Os planejamentos relativos as 2ª e 3ª fases, que ocorriam simultaneamente ao planejamento da 1ª
Fase, foram suspensos temporariamente por solicitação do Comando Logístico (COLOG).
No dia 25 de maio de 2021, ficou decidido na reunião de coordenação entre o DECEx e o COLOG
que os planejamentos atinentes ao Instituto de Logística passariam a ser de responsabilidade do COLOG,
liberando a EsIE para focar exclusivamente na área do ensino.
O coroamento do planejamento para o retorno do CAS de Logística para a EsIE se deu por intermé-
dio do BE Nº 37 / 2021, de 17 de setembro de 2021, que publicou as condições de funcionamento do Cur-
so de Aperfeiçoamento de Sargentos na EsIE, nas áreas de Intendência, Material Bélico, Manutenção de
Comunicações, Saúde, Aviação, Topografia e Música.
Em dezembro de 2021, o COLOG, após definir seus objetivos para a logística militar terrestre, soli-
citou nova reunião para tratar da criação e recriação de cursos e estágios na área de logística. A atividade
ocorreu no dia 27 de janeiro de 2022 e contou com a participação dos seguintes militares:
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Gen Div IVAN FERREIRA NEIVA FILHO, Subcomandante Logístico; Gen Div MAURÍLIO MIRANDA
NETTO RIBEIRO, Vice-Chefe do Departamento de Educação e Cultura do Exército; Gen Bda FLÁVIO MA-
YON FERREIRA NEIVA, Chefe do Centro de Coordenação das Operações Logísticas do Comando Logístico;
Gen Bda ALEXANDRE OLIVEIRA CANTANHEDE LAGO, Diretor de Educação Técnica Militar; Cel Cav ADAIL
RODRIGUES DE ASSUNÇÃO, Cmt da EsSLog; Cel Inf VICENTE DE PAULO SOUZA DA SILVA SANTOS, Cmt da
EsIE; e Cel R\1 PTTC SÉRGIO RICARDO CURVÊLO LAMELLAS, do COLOG.
Ficou decido entre os participantes que deveriam ser criados para 2023 um curso e um estágio
com foco na gestão do material bélico. Desta forma, optou-se pela recriação do Curso de Gestão de Mate-
rial Bélico para Oficiais do Quadro de Material Bélico e pela criação do Estágio de Gestão de Material Béli-
co para Oficiais Temporários, devendo este funcionar em caráter experimental para os militares temporá-
rios da Guarnição do Rio de Janeiro em 2023.
A partir de então, a EsIE iniciou novo Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental para
subsidiar a decisão do Estado Maior do Exército no tocante à criação do curso e do estágio em questão. O
EVTEA juntamente com os perfis profissiográficos, mapas funcionais e portarias de criação e funcionamen-
to do curso e do estágio foram concluídos em Maio de 2022 e encaminhados à DETMil para fins de apreci-
ação e encaminhamento. Após análise feita pelo DGP e COLOG, alguns documentos retornaram para a
EsIE para a realização de alguns ajustes, sendo reenviados em 17 de agosto de 2022 para fins de aprova-
ção e posterior publicação no Boletim do Exército.
Em 2023, a EsIE também reativará o Estágio Geral de Gestão e Manutenção de Equipamentos de
Defesa DQBRN em atenção à solicitação realizada pelo Comando de Operações Terrestres (COTER) visan-
do atender as demandas do Sistema de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear do Exército
(SisDQBRNEx). A proposta foi aprovada e publicada no BE nº 27, de 08 de julho de 2022.
Desde a sua fundação até o presente, a EsIE já especializou cerca de 3.000 oficiais e 13.000 sargen-
tos, não só do Exército Brasileiro como também de outras Forças Singulares, inclusive de Nações Amigas,
tais como: Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai, Venezuela, México, Gu-
yana, Suriname, Angola e República do Senegal.
Ao longo de sua existência, a EsIE, como organismo vivo e dinâmico, experimentou rearticulações
estruturais, decorrentes das necessidades da Força Terrestre, da evolução tecnológica e do ensino, reafir-
mando sua constante vocação para o novo. Contudo, mantendo inalterados os elevados padrões de ensi-
no e o tradicional espírito de corpo, que foram forjados, no passado, por nossos irmãos de armas do anti-
go CIE, feitos estes que nunca deixaremos de reverenciar com respeito e admiração.
Por fim, decorrem 79 ANOS de fecunda existência em prol do Sistema de Educação e Cultura do
Exército. Seus integrantes se orgulham ao bradar a sua frase que sintetiza sua história e missão:
ESIE, BERÇO DA ESPECIALIZAÇÃO NO EXÉRCITO!

MISSÃO
a. Missão
1) Especializar Oficiais, Subtenentes e Sargentos do Exército Brasileiro, atendendo às necessidades e
demandas da Força Terrestre;
2) Aperfeiçoar o 2º Sargento das Qualificações Militares de Subtenentes e Sargentos (QMS) de Ma-
terial Bélico – Mecânico de Viatura Auto (MB Mnt Vtr Auto), Material Bélico – Manutenção de Armamento
(MB Mnt Armt), Material Bélico – Mecânico Operador (MB Mec Op), Manutenção de Comunicações (Mnt
Com); Topografia (Topo), Intendência (Int), Aviação Manutenção (Av Mnt), Aviação Apoio (Av Ap), Músico
(Mus) e Saúde (Sau);
3) Especializar Oficiais, Subtenentes e Sargentos das demais Forças Singulares, de Nações Amigas e
de Forças Auxiliares por meio de diversos Cursos e Estágios;

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4) Colaborar com o Sistema de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear do Exército
(SisDQBRNEx) no tocante à formação, atualização e reciclagem de especialistas em DQBRN e na confecção
de produtos doutrinários;
5) Conduzir o Exame Intelectual (EI) do Processo Seletivo (PS) do Curso de Habilitação ao Quadro Au-
xiliar de Oficiais (CHQAO); e
6) Contribuir para a criação e aperfeiçoamento doutrinário da Força Terrestre.
b. Missão-síntese
Especializar Oficiais e Sargentos das Armas, Quadros e Serviços do Exército Brasileiro, das demais
Forças Singulares, de Nações Amigas e de Forças Auxiliares em diversos Cursos e Estágios.

VISÃO DE FUTURO
Ser um Estabelecimento de Ensino reconhecido nacional e internacionalmente como centro de referên-
cia no tocante ao ensino militar e um pólo inovador e irradiador de conhecimento doutrinário e de práticas
modernas de gestão na sua área de competência.

PRINCÍPIOS, CRENÇAS E VALORES


a. Ambiente de trabalho Harmônico - Clima organizacional que possibilite que as pessoas realizem seus
deveres com sentimento de satisfação completa e entusiasmo.
b. Amor à Pátria - Evidenciar sentimento de amor à Pátria, na defesa de sua soberania, integridade ter-
ritorial, unidade nacional e defesa da paz social. Traduzido no cumprimento – com vontade inabalável – do
“dever militar” e do solene juramento de fidelidade à pátria até com o sacrifício da própria vida.
c. Camaradagem - Capacidade de relacionar-se de forma cordial com pessoas de diversos níveis hierár-
quicos e culturais, de forma a manter o ambiente de trabalho agradável e produtivo e abordar as dificulda-
des individuais e coletivas em sua equipe de forma solidária e construtiva,
d. Conhecimento técnico e profissional - Execução das tarefas atinentes ao cargo ou função com corre-
ção; assessoramento aos superiores de forma independente, franca, de modo coerente com os preceitos
técnicos e com os princípios morais e éticos; dedicação pessoal e vontade de aprender; emprego dos co-
nhecimentos agregando valor às atividades da Escola.
e. Coragem - Ter a capacidade de decidir e a iniciativa de implementar a decisão, mesmo com risco de
vida ou de interesses pessoais, no intuito de cumprir o dever, assumindo a responsabilidade por sua atitu-
de.
f. Disciplina - Cumprir rigorosamente às ordens dos superiores, às leis, os regulamentos, as normas e
disposições e fielmente o seu dever atuando com correção de atitudes na vida pessoal e profissional.
g. Espírito colaborativo - Compreendido como o orgulho coletivo de pertencer à Escola de Instrução
Especializada, visando ao grau de coesão do Corpo Permanente, da camaradagem entre seus integrantes e
ao culto dos valores, tradições e ética militar.
h. Espírito de corpo - Cultuar o orgulho pelo Exército Brasileiro, pela profissão e pelos seus companhei-
ros, refletindo o grau de coesão entre seus integrantes e da camaradagem no âmbito do Corpo Permanen-
te da Escola.
i. Hierarquia - Cultuar a lealdade, a confiança e o respeito entre chefes e subordinados e, compreender,
reciprocamente, seus direitos e deveres.
j. Justiça - Buscar incansavelmente agir com justiça. Tratando desigualmente os desiguais; agindo sem-
pre com imparcialidade e critério; nunca prevaricar na aplicação dos regulamentos disciplinares, mas tam-
bém saber reconhecer e aplicar as recompensas previstas.

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k. Lealdade - Cultuar a verdade, sinceridade e sadia camaradagem, mantendo-se fiel aos compromissos
assumidos.
l. Liderança - Ter a capacidade de influenciar direta ou indiretamente, particularmente pelo exemplo, e
a habilidade de criar condições necessárias para atingir o resultado desejado.
m. Probidade - Pautar a vida, como soldado e cidadão, pela honradez, honestidade e pelo senso de jus-
tiça.
n. Reconhecimento pessoal e profissional - Medidas de valorização de conquistas pessoais e profissio-
nais que devem ser adotadas pelas lideranças nos diversos níveis hierárquicos.
o. Responsabilidade - Cumprir as obrigações e compromissos assumidos, observando as normas e exe-
cutando todas as tarefas impostas com qualidade e segurança, evitando os riscos desnecessários ao patri-
mônio e a integridade física e psicológica dos envolvidos em suas ações, vindo a responder pelas conse-
quências de seus atos e das ordens que houver emitido.
p. Sentimento do dever - Sentimento de entusiasmo e motivação profissional e de dedicação integral
ao serviço. Refere-se ao exercício das funções em decorrência do cargo com autoridade, eficiência e ao
cumprimento das leis, regulamentos e ordens. Fé na missão do Exército, amor ao Brasil, orgulho de ser
brasileiro e servir à pátria.
q. Trabalho em equipe - Realização das tarefas diárias por meio do diálogo, da confiança, da compre-
ensão e da construção de soluções sinérgicas.
r. Valorização da família militar - Apoio de melhoria da qualidade de vida da família militar, alicerce
daqueles que fazem a instituição.

Vídeo do Histórico da EsIE com Narração

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Efetivo dos Concludentes do CAS de Música por Região
Brasileira de Origem (naturalidade)

TURNO ÚNICO DO CAS MÚSICO - 30 Sgt Alunos


- Apresentação na EsIE: 12 SET 22. - Início do Turno: 12 SET 22.
- Atividades do Corpo de Alunos: TFM, Revista de Uniforme, Formaturas, Prova da Matéria EAD,
prova prática individual de conhecimentos práticos dos instrumentos musicais, Consolidação de Li-
derança, participação na Comissão de Aplicação e Fiscalização (CAF) do Exame Intelectual (EI) do
Concurso de Admissão (CA) à EsPCEx 2022, congraçamento entre o corpo docente e discente, le-
gado do Turno e Diplomação.

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CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DE SARGENTOS MÚSICOS - ANO 2022 - TURMA PIONEIRA

VICENTE DE PAULO SOUZA DA SILVA SANTOS - Cel Inf


Comandante da Escola de Instrução Especializada

FÁBIO SOUZA DA SILVA BREDERODE - Ten Cel Inf


Subcomandante da Escola de Instrução Especializada

CRISTIANO JOSÉ CAMILO DA SILVA CARDOSO - Cap QAO


Respondendo pela Chefia da Divisão de Ensino da Escola de Instrução Especializada

FÁBIO NUNES PINHEL - Cap Mat Bel


Comandante do Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos

LUCIVAN FERREIRA LUCIO - S Ten Com


Adjunto de Comando da Escola de Instrução Especializada

INSTRUTORES E MONITORES

VANDERLEI DA FONSECA JARDIM - 1º Ten


IVANILDO MANOEL SERINO JUNIOR - S Ten
SAULO SOUZA DOS SANTOS - S Ten (EsSLog)

COORDENAÇÃO

CLAUDIO THOMAZ DO CARMO - Cap R1/PTTC


RONALDO CHIANELLI SICILIANO JUNIOR - S Ten
CLEBER RIBEIRO DA COSTA - S Ten
RODRIGO DE PAULA DA SILVA - 1º Sgt
ALEXANDRE DA SILVA BARROS - 2° Sgt R1/PTTC
RAFAEL MAURICIO ARRUDA - 2º Sgt
JADIR CARLOS DE OLIVEIRA FILHO - 2º Sgt
THIAGO FRANCISCO ALEXANDRE - Cb
MARLON MARCIO DE SOUZA DE ANDRADE - Cb

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PRIMEIROS COLOCADOS DO CAS DE MÚSICA

NOME 2º Sgt TIAGO TEIXEIRA FERREIRA


QMS Músico
IDADE 32 ANOS
NATURALIDADE Mar de Espanha - MG
OM DESTINO 15º BI MTz - João Pessoa/PB

CLASSIFICAÇÃO NOME COMPLETO OM DESTINO


2º de 30 2º Sgt Mus TARCISIO CAETANO DE CARVALHO JUNIOR 5º BIL
3º de 30 2º Sgt Mus SAULO OSTÓGENES OLIVEIRA VIEIRA BCSV/ AMAN

DESTAQUE COMO CHEFE DE TURMA DO CAS DE MÚSICA

NOME 2º Sgt SENIVAL FERREIRA DA SILVA


QMS Músico
IDADE 51 ANOS
NATURALIDADE Ouricuri - PE
OM DESTINO 37º BI MEC - Lins/SP

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CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DE SARGENTOS MÚSICOS:

Pioneirismo e fomento à criação de uma sólida Musicologia Militar Brasileira

O primeiro Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos Músicos, ocorrido neste ano de


2022, na tradicional Escola de Instrução Especializada - EsIE, na cidade do Rio de Janeiro,
vem ao encontro das transformações que o Exército Brasileiro tem implementado na carreira do
graduado Músico desde o ano de 2006, quando da criação do primeiro Curso de Formação de
Sargentos Músicos, também ocorrido nesta Escola.
Naquela ocasião, a inclusão e formação do Terceiro Sargento Músico passou a ser reali-
zada nos mesmos parâmetros das demais Qualificações Militares, por intermédio de concurso
público da ESA. Assim como 2006 representou um marco no que concerne à formação de tais
graduados, o ano de 2017 simbolizou outra vitória no que tange à extinção do Exame de Habili-
tação Artístico-Musical, que funcionava como pré-requisito para a promoção do Músico à gradu-
ação de Segundo Sargento.
Entretanto, no que concerne ao fluxo de carreira, até o ano de 2021, o Exame de Habili-
tação Artístico-Musical para Primeiro Sargento Músico continuava existindo, diferentemente do
que ocorria com os militares de outras Qualificações Militares, que, após a promoção a Segun-
do Sargento, realizavam o CAS e não eram submetidos a concurso interno para serem promo-
vidos.
Nesse sentido, o ano de 2022 marca, novamente, a trajetória da evolução da carreira do
graduado Músico dentro do Exército Brasileiro, com o pioneiro Curso de Aperfeiçoamento de
Sargentos Músicos, no mesmo instante em que a instituição passa a fomentar, já nos bancos
escolares da formação inicial do Sargento Músico, a produção de conhecimento científico por
meio da elaboração de Trabalhos de Conclusão de Curso.
A observação parece desconexa, mas a exigência da apresentação de um trabalho des-
se porte na fase inicial de formação denota a importância que o Exército Brasileiro tem dado à
capacitação intelectual e científica de seus profissionais graduados. Ao ser estimulado a produ-
zir um texto por meio de pesquisa sistemática de conteúdo, o campo da musicologia militar bra-
sileira ganha força como área de estudo das ciências militares, tanto que se tem observado u-
ma crescente quantidade de publicações a respeito da temática em periódicos militares do E-
xército, assim como se tem encontrado diversos autores produzindo livros e materiais a respei-
to de música militar.
Nesse ínterim, o Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos Músicos se coloca como uma
possibilidade de formação continuada intermediária do graduado Músico no seio do Exército
Brasileiro, uma vez que para o sargento desta Qualificação Militar havia apenas a formação ini-
cial - CFGS - e o Curso Especialização em Mestre de Música, este último já na reta final da sua
carreira.
Certifica-se, dessa forma, que a primeira turma do Curso de Aperfeiçoamento de Sar-
gentos Músicos carrega em si, não só o pioneirismo, mas, também, o azimute que aponta para
um futuro promissor, de modo a nortear a formação do graduado músico no Exército Brasileiro.
Vislumbra-se, nesse sentido, o aprimoramento da formação continuada, o fomento à pesquisa,
elaboração e sistematização de manuais que possam amparar a atuação dos músicos militares
na atualidade e o incentivo à estruturação de uma musicologia militar consistente e condizente
com os padrões exigidos pelas transformações atuais.
Por fim, reitera-se diante do exposto, que a música militar ganha força como um dos
campos de estudo que compõe as Ciências Militares e o Curso de Aperfeiçoamento de Sargen-
tos Músicos se insere nessa nova demanda como ponto de apoio na nobre missão de fomentar
a criação de uma consistente área da Musicologia Militar Brasileira. Rememorando a letra da
canção deste, também Pioneiro e renomado Estabelecimento de Ensino, que foi o Berço da
Formação dos Sargentos Músicos no ano de 2006 e agora, novamente, em 2022, pode-se di-
zer: Músico, “Gigante será o seu porvir!”

Tiago Teixeira Ferreira - 2º Sargento Músico

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NOTAS A RESPEITO DO DOBRADO LIRA PIONEIRA

Os dobrados, ao longo dos tempos, se caracterizaram como heráldicas sonoras de perso-


nalidades emblemáticas, fatos históricos, lugares e grandes comandantes militares, daí podermos
ouvir, ainda hoje, composições como Barão do Rio do Branco, Comandante Narciso, Batista de
Melo, Sargento Calhau, Os Flagelados, Quatro Dias de Viagem, Brasília, Mato Grosso, Ao Exérci-
to Brasileiro, apenas para citar alguns exemplos.
Nesse sentido, buscando, também, prestar justa homenagem ao pioneiro Curso de Aperfei-
çoamento de Sargentos Músicos, foi encomendada a composição do Dobrado Lira Pioneira,
marcha eximiamente escrita por Deivid Santos da Silva, Terceiro Sargento Músico, atualmente in-
tegrante da Banda de Música do Comando Militar do Sudeste.
Mas, o que, de fato, seria um dobrado?
Segundo o dicionário, dobrado é a “marcha militar em ritmo rápido” ou a “música que acom-
panha esta marcha”. Aqui, encontram-se dois conceitos do vocábulo: um, como tipo de desloca-
mento marcial, outro, como estilo composicional, destinado ao acompanhamento das marchas.
Mas o que tais explicações denotativas têm a ver com a origem da palavra, uma vez que,
usualmente, o Exército não emprega o termo dobrado para se referir ao deslocamento das tropas?
Segundo consta, desde sua origem, as tropas militares marcham cadenciadamente, a pé ou
a cavalo, e a marcação dessa cadência, a depender do período histórico, era feita por bumbos e
tambores, acompanhados por pífanos, flautins, trombetas e outros instrumentos. Assim, ao longo
do tempo, o termo marcha passou a designar, também, além do deslocamento a pé ou montado, a
música produzida pelo grupo que marcava os diferentes tipos de cadências.
Tais cadências ainda são usuais e variam conforme as situações táticas em que são empre-
gadas, de forma que há, basicamente, três tipos de deslocamentos marciais: 1) o passo de estra-
da, que é uma marcha lenta e pesada, utilizada em percursos longos, cuja marcação do tempo, no
metrônomo, seria entre 68 bpm a 76 bpm; 2) o passo de parada ou passo dobrado, marcha bem
mais rápida, com andamento próximo ao dobro do anterior – 112 bpm a 124 bpm –, utilizada em
desfiles, continências e paradas militares; 3) e o passo acelerado, marcha de ataque para a toma-
da de pontos do terreno, cuja marcação metronômica seria aproximadamente 160 bpm.
Com o tempo, o termo “passo dobrado”, que se referia ao andamento das marchas rápidas,
passou a designar todas as marchas de paradas, continências e desfiles, daí o uso do termo do-
brado como tipo de “marcha militar em ritmo rápido”, encontrado no dicionário.
O passo dobrado é, nesse sentido, musical e literalmente, o passo doppio dos italianos, o paso
doble dos espanhóis, o pas-redoublé dos franceses ou simplesmente a march de ingleses e ale-
mães. Todavia, no Brasil, sendo as marchas executadas em todo o território nacional, consequen-
temente, ficaram expostas às influências de vários outros gêneros musicais, de modo que foram
adquirindo características próprias. Lentamente, então, foi se consolidando uma marcha brasileira,
que recebeu a denominação genérica de Dobrado.
Fica evidente, dessa forma, que esse tipo de composição apresenta idiossincrático espírito
de marcialidade e vibração, uma vez que uma de suas funções precípuas é permitir o desloca-
mento cadenciado de tropas militares. É no mesmo teor de vibração e marcialidade que o Dobra-
do Lira Pioneira se insere.

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NOTAS A RESPEITO DO DOBRADO LIRA PIONEIRA

Marcha moderna, em ritmo enérgico e com linhas melódicas marcantes e autênticas, pro-
põem-se ser uma dessas composições militares notáveis, cujas melodias permanecem registradas
na memória dos ouvintes desde os primeiros acordes, como se observa já na sua Introdução, que
traz um tutti grandioso, marcial e vibrante em tonalidade maior, destacando-se o jogo de perguntas
e respostas, representativo do diálogo necessário entre os Músicos e o Comando do Exército para
que o CAS MUS fosse criado. Além disso, nesta seção, há uma referência ao cromatismo presen-
te no início de uma das marchas mais executadas pelas bandas de música de todo o Brasil: o Do-
brado Batista de Melo.
Na Parte A surge o primeiro tema do dobrado, em estilo essencialmente marcial e heróico,
escrito em tonalidade maior, sendo a melodia principal executada pelos instrumentos agudos da
família das madeiras, juntamente aos trompetes. Acompanhando o tema principal, há uma linha
contrapontística de instrumentos de tessitura médio/graves como trombone baixo, eufônio, saxofo-
ne barítono e saxofone tenor.
Um novo tema aparece, na mesma tonalidade inicial, na Parte B do Dobrado, causando u-
ma sensação sonora grandiosa e imponente, na medida em que a melodia principal é executada
pelos instrumentos de tessitura grave, enquanto as madeiras agudas retomam o cromatismo inicial
apresentado na introdução do Dobrado, criando uma unidade estrutural para a obra musical. Esta
Seção, conhecida como “grave”, é tradicional na estrutura Dobrados. É nela que alguns instrumen-
tos específicos cumprem uma determinada função harmônica, executando uma célula rítmica típi-
ca desse tipo de marcha genuinamente brasileira: uma colcheia seguida de duas semicolcheias,
além de notas em contratempo. No mais, é na Parte B que o compositor faz alusão à melodia do
refrão da Canção da EsIE, berço do primeiro CFS MUS e, agora, também, do primeiro CAS MUS.
O retorno à Parte A vem como elemento de reexposição e traz uma Ponte que conduz para
a Parte C, com uma modulação para a tonalidade menor, relativa da subdominante. A Ponte, es-
trategicamente, é construída sobre o toque de corneta representativo de Sargento, uma clara alu-
são à graduação dos concludentes do primeiro CAS MUS.
De modo a contrastar com o caráter essencialmente marcial das Seções A e B, apresenta-
se, na sequência da Ponte, a Parte C, também conhecida como Trio, em estilo suave, melodioso,
em intensidade piano e com textura mais rarefeita. Esta Seção dos dobrados resulta da influência
da estrutura dos populares minuetos franceses do século XVIII que tinham um “trio” com mudança
de tonalidade, em regra, para o tom da subdominante em relação à tonalidade inicial. Por fim, é
retomada a ideia musical exposta na Introdução, de modo a encerrar o Dobrado em caráter nova-
mente grandioso.

Tiago Teixeira Ferreira – 2º Sargento Músico

Partituras do Dobrado Lira Pioneira


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CONCLUDENTES DO CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DE SARGENTOS MÚSICOS

ORD GRAD NOME COMPLETO DO CONCLUDENTE ORGANIZAÇÃO MILITAR


1 2º Sgt Mus ALEXANDRE SILVA DA ROSA 3º BPE
2 2º Sgt Mus ALEXSANDRO PEREIRA DA SILVA 11º RC MEC
3 2º Sgt Mus ANDERSON LOPES FLORENCIO 1º RCG
4 2º Sgt Mus ANTONIO GODON SEABRA 11º BI MTH
5 2º Sgt Mus ARISTON ARAÚJO MELO GUIMARÃES 23º BC
6 2º Sgt Mus ARMANDO JOSÉ DA SILVA FILHO 23º BC
7 2º Sgt Mus CELSO RUBENS ALVES ROSA CMDO FRON ACRE/4º BIS
8 2º Sgt Mus CLAUDIO AMÉRICOMONTEIRODE AZEVEDO SILVEIRA BPEB
9 2º Sgt Mus EMERSON CARLOS DO NASCIMENTO 14º BI MTZ
10 2º Sgt Mus ENERSON SALVADOR SILVA 23º BI
11 2º Sgt Mus ERONILDO SILVA DOS SANTOS 1º RCG
12 2º Sgt Mus EVERTON MACHADO PERPETUO BGP
13 2º Sgt Mus FRANCISLLEY ALVES TEIXEIRA Cia CMDO CMA
14 2º Sgt Mus GILMAR DE SOUZA RAMOS BAvT
15 2º Sgt Mus ISAQUE PARANHOS DE JESUS 2º BI MTZ (Es)
16 2º Sgt Mus ISRAEL GONÇALVES MONTEIRO 57º BI MTZ (Es)
17 2º Sgt Mus JOSÉ DA SILVA LIMA B ADM COPESP
18 2º Sgt Mus MARCOS AMORIM DA SILVA 44º BI Mtz
19 2º Sgt Mus MARCOS FERNANDO DA SILVA COUTO 7º BIB
20 2º Sgt Mus NELLINGTON PINTO DE ARAUJO 15º BIMTZ
21 2º Sgt Mus RAFAEL DO AMARAL SILVA 24º BIS
22 2º Sgt Mus ROGERS MARCELO AGUIAR CARNEIRO 1º BI MEC
23 2º Sgt Mus ROLF GEESDORF 28º BC
24 2º Sgt Mus RUBEM SANTANA DA CRUZ FILHO 3º BPE
25 2º Sgt Mus SAULO OSTÓGENES OLIVEIRA VIEIRA BCSV/ AMAN
26 2º Sgt Mus SENIVAL FERREIRA DA SILVA 37º BI MEC
27 2º Sgt Mus TARCISIO CAETANO DE CARVALHO JUNIOR 5º BIL
28 2º Sgt Mus TIAGO TEIXEIRA FERREIRA 15º BI MTZ
29 2º Sgt Mus VANTUIR GOMES GONÇALVES CMDO DA 3ª DE
30 2º Sgt Mus VICTOR DE SOUZA MEDEIROS CIA CMDO BDA INF PQDT

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CONCLUDENTES DO CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DE SARGENTOS MÚSICOS

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Vídeo da Canção da EsIE

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