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Soluções e as suas propriedades

Objectivo

 Descrever os diferentes tipos de mistura


 Compreender os diferentes tipos de soluções
 Compreender os seus conceitos básicos, aplicações e a sua importância
 Realizar cálculos sobre os tipos de concentração, diluição e mistura de soluções.
Misturas

Mistura é a denominação dada a uma junção de duas ou mais espécies químicas.

Este termo de espécie química, está referir às diversas formas com quais substâncias
químicas correlacionam-se na natureza ou numa reacção: os átomos param substâncias
elementares, os iões para átomos com deficiência ou excesso de electrões, bem como
iões complexos, as moléculas para um agrupamento de átomos, também neutro, mas
decorrente da cisão hemolítica de uma ligação covalente de uma molécula.

Tipos de mistura

De acordo com a natureza das espécies químicas, as misturas podem ser:

Mistura homogénea: sistema resultante da mistura de duas ou mais espécies químicas,


o qual este sistema apresenta as mesmas propriedades em qualquer parte da sua
extensão, portanto é monofásico, isto é, tem apenas uma fase.

Uma Fase é o aspecto visual uniforme. e São também, as diferentes porções


homogéneas, limitadas por superfícies de separação, que constituem um
sistema homogéneo.
Mistura homogénea
Exemplo de misturas homogéneas: água + álcool; água + açúcar;

Mistura heterogénea: sistema resultante da mistura de duas ou mais espécies


químicas, o qual o sistema não apresenta as mesmas propriedades em todas as
partes da sua extensão, por isso é polifásico, isto é, tem mais de uma fase.

Exemplo: água + óleo; areia + água


Mistura heterogénea
Mistura heterogénea

Electrólitos fortes e fracos

É um processo que algumas substâncias se dissolvem fornecendo iões a soluções. Uma


solução de um electrólito em água que conduz a electricidade, ou melhor que o solvente
puro. Uma substância que não é electrólito não libera iões na solução, na medida que se
dissolve.
Electrólitos fortes

São completamente dissociadas em soluções aquosas, excepto quando uma solução é


muito concentrada, e por estar longe do comportamento ideal. Quase todos os
compostos iónicos solúveis são electrólitos fortes. Ex: HCl, NaCl, NaOH, BaSO4

Podemos imaginar a dissolução de cloreto de hidrogénio em duas etapas:

1. A molécula de ácido clorídrico entra na solução devido as atracções dipolo-


dipolo entre suas moléculas e as de água. Este processo pode ser representado
como: HCl(g)→ HCl(aq)
2. As moléculas de HCl são imediatamente em quadradas por moléculas de H 2O
para formar iões de hidrogénio e cloreto hidratado.
HCl (aq)→H+ (aq) + Cl-(aq)
Uma solução resultante contém catiões e aniões de solutos, mas as moléculas de
ácido não permanecem. E O HCl é classificado como um electrólito forte devido
a sua completa dissociação.

Electrólitos fracos

Uma solução de electrólitos fracos contém moléculas de solutos não dissociados, assim
como iões produzidos pela dissociação. Isto é, porque nessas soluções iões e moléculas
não dissociadas coexistem em um estado de equilíbrio.

Alguns electrólitos fracos: ácido acético C2H4,O2), amoníaco (NH3), Cloreto de


mercúrio HgCl2, ácido cianidrico (HCN) etc.

Exemplo: considere as etapas que tomam lugar quando electrólito fraco, fluoreto de
hidrogénio (HF) é adicionado a água.

Na 1a etapa o fluoreto de hidrogénio simplesmente dissolve-se devido as fortes


interacções dipolo-dipolo entre HF – H2O. HF (g) →HF(aq)

2a molécula de água iniciam as quebras das moléculas de HF dissolvidas em seus iões


hidratados, isto é, algumas moléculas de HF dissociam-se.

HF →H+(aq) + F-(aq)
Solubilidade dos gases

Solubilidade é uma propriedade que apresenta certas substâncias que dissolvem


noutras. Diz-se que uma substância se dissolve quando desaparece totalmente no
interior da outra, formando uma mistura homogénea

Quando adiciona-se sal da cozinha (NaCl) à água em uma temperatura constante e


agitando continuamente, é possível observar que, em dado momento, não ocorrerá a
dissolução do sal. Isso ocorrerá quando houver aproximadamente 360g de sal para cada
litro de água, a partir desse ponto, diz-se que a solução tornou-se saturada ou que a
solução atingiu o seu ponto de saturação, pois qualquer quantidade de sal que for
adicionada ao sistema irá precipitar ou formar corpo de fundo.

O ponto de saturação que depende do soluto, do solvente e das condições físicas é


denominado coeficiente ou grau de solubilidade.

Solubilidade ou coeficiente de solubilidade (Cs) é a quantidade necessária de uma


substância para saturar uma quantidade padrão de solvente, em determinada
temperatura.

Verifica-se experimentalmente que a quantidade máxima de NaCl que pode ser


dissolvida em 1 litro de água, a 20o C, é 358 g. se adicionarmos 370 g de cloreto de
sódio a 1 litro de água, a essa temperatura, 12 g de NaCl permanecerão no estado
sólido, constituindo o corpo do fundo da solução. Nessa situação diz-se que a solução é
supersaturada.

Em função do coeficiente de solubilidade, as substâncias podem ser bastante solúveis


(quanto maior o número for), (quando o menor número for) é insolúveis (quando o
número é praticamente nulo) num certo solvente.

Solução

É a dispersão em que as partículas do disperso apresentam diâmetro médio até 0,001μm.


Uma Solução pode ser definida como uma mistura homogénea composta de dois ou
mais componentes que consiste:

Soluto é a substância dissolvida no solvente, o disperso. ou também, o componente que


se apresenta em menor quantidade
Solvente é a substância que dissolve, o dispersante.

Propriedades das soluções

 A principal característica das soluções é serem homogéneas, isto significa que o


soluto está dissolvido de modo uniforme (uma fase) por toda sua extensão. Isto
implica que as soluções possuem propriedades iguais em todos os seus pontos
(se colhermos várias amostras de determinada solução, todas terão as mesmas
propriedades, pontos de fusão e ebulição, densidade e composição).
 As partículas do soluto numa solução são menores que 0,001μm (equivalente a
1nm), isto quer dizer que mesmo com um microscópio a mistura não deixa de
ser homogénea. Existem misturas que parecem soluções a olho nu, mas que na
verdade são misturas heterogéneas quando analisadas no microscópio. O sangue
e o leite são misturas que normalmente são confundidas com soluções mas que
vistos sob microscópio são na verdade misturas.
 Outra propriedade das soluções é que estas não podem ser separadas por
métodos físicos, apenas por métodos químicos (como por exemplo uma solução
de sal e água que para separar seria preciso usar um método químico, como a
destilação), isso acontece por causa do tamanho das partículas dispersas que por
serem tão pequenas não podem ser retiradas por um filtro nem se sedimentam.
 A água pura, sob pressão normal (1atm), entra em ebulição, porém, se
aquecermos água com um pouco de açúcar (solução), a ebulição irá acorrer a
uma temperatura superior a 100°c Esse aumento no ponto de ebulição da água
foi provocado pelo açúcar. O efeito provocado na água pelo açúcar adicionado
recebe o nome de efeito coligativo e tal fenómeno denomina-se propriedade
coligativa.
 Propriedades coligativas são as propriedades físicas das soluções que se
relacionam directamente com o número de partículas dispersas na solução,
independentemente da natureza dessa partícula.

Entende – se por solução verdadeira uma mistura uniforme e fisicamente estável


constituída por partículas pequenas, como por exemplo, átomos, iões, moléculas que
apresentam tamanho menor do que 1 mm (10-8 - 10-7 cm). Por outro lado, existe a
mistura heterogénea que possuem diâmetro maior que 1000 Ǻ ou 100 nm a que se
chama de Suspensão ou mistura grosseira. Temos por exemplo a mistura de pó de giz
com água. As moléculas de giz não se misturam completamente na água, ficando
conjuntos de partículas pequenas de giz que se dispersam no líquido.

No entanto, há misturas que constituem transição entre misturas heterogéneas e


homogéneas. Estes tipos de misturas são denominam-se “colóides”. Tem um diâmetro
entre 1 a 100 nm, as partículas são separadas por meio ultrafiltros. Os colóides
desempenham um papel muiito importante no estudo das propriedades do solo. Certos
tipos de argila, por exemplo, são uma mistura coloidal de silicato de alumínio e água.

Classificação das soluções

1. Quanto ao estado físico da solução


a) Soluções sólidas: Solução em que o solvente é sempre sólido, o soluto pode ser
sólido, líquido ou gasoso.

Soluções Sólido-Sólido: Soluções em que tanto o solvente e o soluto são sólidos. Tem-
se como exemplo asligas metálicas como o bronze, que é formado por duas substâncias
sólidas, o cobre (Cu) e o estanho (Sn) e o ouro que 75% é ouro (Au) e os outros 25%
são de cobre(Cu) e prata (Ag).

Soluções sólido-Líquido: Soluções em que o solvente é sólido e o soluto um líquido. A


amálgama de Sólido dentista, que também é uma liga metálica, é composta por 70% de
mercúrio (Hg) e 30% de cobre (Cu).

Soluções Sólido-Gasosa: Soluções em que o solvente é sólido e o soluto um gás. A


liga de paládio (Pd) e hidrogénio (H) é um exemplo deste tipo de soluções.

b) Soluções líquidas: Solução em que o solvente é sempre líquido, o soluto pode


ser sólido, líquido ou gasoso.
Exemplos: água e sacarose, água e oxigénio, refrigerantes.

Soluções Líquido-Líquido: Soluções em que tanto o solvente e o soluto são líquidos.


Nessas soluções considera – se como solvente o componente que existe em maior
quantidade, mas em caso de igualdade o componente mais volátil é o solvente (aquela
que tem menor ponto de ebulição). A mistura de água e álcool é um exemplo ideal para
este tipo de solução.
Soluções Líquido-Sólido: Soluções em que o solvente é líquido e o soluto sólido. O
Soro fisiológico (solução formada por água e cloreto de sódio - NaCl (sal de cozinha));
sumo, que é uma solução formado por água e pela mistura de dois sólidos (o sumo em
pó e o açúcar) são alguns exemplos.

Soluções Líquido - Gasoso: Soluções em que o solvente é líquido e o soluto um gás.


Este tipo de solução necessita de alguns aspectos importantes para solubilizar
(quantidade de soluto necessária para formar uma solução saturada) o gás no líquido, tal
como o aumento da pressão que ajuda o gás a passar para o estado líquido e se dissolver
no solvente líquido e a diminuição da temperatura que aumenta a solubilidade do gás.
Esses dois aspectos (o aumento da pressão e a diminuição da temperatura) são usados
para dissolver o gás carbónico (CO 2) nos refrigerantes ou em águas gaseificadas (é por
isso que o gás escapa quando abrimos garrafas ou latas que contém esses produtos pois
estamos a diminuir a pressão e, por isso, um número de moléculas desse gás escapa para
o meio ambiente. E quando aumentamos a temperatura dessas soluções líquidas, o
escape do gás de dá de maneira ainda mais violenta).

c) Soluções gasosas: Soluções em que o tanto o solvente e o soluto são sempre


gasosos.
Exemplo: ar atmosférico filtrado (seco e sem poeira).
Gasoso - Gasoso: Solvente e soluto gasosos, um exemplo comum é o ar
atmosférico, que é composto por cerca de 78% de gás nitrogénio, 20% de gás
oxigénio, 1% de gás argônio e 1% de outros gases como o gás carbónico e o
vapor de água.
2. Quanto à natureza das partículas do disperso (partículas dissolvidas)
a) Soluções moleculares: são aquelas que possuem solutos moleculares que
apenas se dissolvem em água e geram uma solução não electrolítica, ou seja, não
conduz corrente eléctrica.
Exemplo: mistura de sacarose e água.
b) Soluções iónicas: são aquelas que possuem solutos iónicos, são electrolíticas,
isto é, conduzem a corrente eléctrica.
Exemplo: mistura de cloreto de sódio e água.

Para classificar as soluções em iónicas ou moleculares não basta uma


observação visual da solução, é preciso fazer um teste de condutibilidade
eléctrica das soluções, onde será testada a capacidade de condução eléctrica que
as soluções apresentam.
Um exemplo disto é se colocarmos eléctrodos numa solução iónica (solução de
água e sal) a lâmpada acende, pois a passagem da corrente eléctrica ocorre
apenas quando há cargas eléctricas (iões) em movimento como na solução de sal
+¿ −¿
e água: NaCl(aq) → Na(aq )+Cl(aq) ¿ ¿. O facto da solução de água e açúcar não
conduzir corrente eléctrica, pode concluir-se que o açúcar após a dissolução,
continua na forma de molécula, dai o nome de solução molecular.
3. Quanto à proporção do soluto em relação ao solvente:
a) Soluções diluídas ou insaturadas: quando a quantidade do soluto é menor
em relação a quantidade do solvente.
Exemplo:50g de açúcar em 1litro de água.
b) Soluções concentradas: quando a quantidade do soluto é bastante em
relação a quantidade do solvente.
Exemplo: 400g de açúcar em 1 litro de água.
c) Soluções saturadas: quando a quantidade do soluto é a quantidade máxima
permitida de soluto em uma determinada quantidade de solvente numa certa
temperatura.
d) Soluções supersaturadas: quando a quantidade do soluto está em excesso
em relação à solução saturada, na mesma temperatura. É um sistemainstável.

Tendo uma certa quantidade de solvente, à medida que se adiciona o soluto,


obtém-se solução diluída, de seguida solução concentrada, depois solução
saturada, e, finalmente, solução supersaturada.

Uma solução cuja concentração é conhecida dá-se o nome de solução titulada.

Factores que afectam a solubilidade

O grau de dissolução de um soluto em um solvente depende de três factores: a natureza


das partículas do solvente e do soluto e as interacções entre elas, a temperatura e a
pressão.

Natureza das partículas do solvente e do soluto


Um factor importante que determina a solubilidade é a interacção entre as moléculas do
soluto e solvente. Quanto mais forte forem as alterações inter-moleculares entre as
moléculas do soluto e solvente maior será a solubilidade. Por esta razão temos
moléculas de solutos polares que tendem a se dissolver mais facilmente em solventes
polares. Dizemos que uma substância é solúvel em outra quando misturas, formam um
sistema homogéneo.

Temperatura
Na maioria das substâncias há um aumento da solubilidade com o aumento da
temperatura, isso geralmente acontece quando o soluto é dissolvido com absorção de
calor, o que chamamos de dissolução endotérmica. Exemplo, diminuição da
solubilidade de O2 em lagos devido a poluição térmica.

No caso da dissolução de sólidos em líquidos temos a proporção que quanto maior for a
temperatura maior será a solubilidade do composto.

Por outro lado existem substâncias que se dissolvem com a libertação de calor, e, por
isso, tendem a ser menos solúveis com o aumento da temperatura, o que recebe o nome
de dissolução exotérmica.

No caso da solubilidade dos gases em líquidos a situação é quanto maior for a


temperatura melhor conseguimos dissolver o gás.

Pressão
A solubilidade de sólidos e líquidos não são afectadas consideravelmente pela pressão,
enquanto a solubilidade de um gás em qualquer solvente é aumentada a medida que a
pressão sobre o solvente aumenta.

Em 1801, o químico britânico William Henry propôs uma lei que explica que quando o
gás não reage com o líquido da solução a influência da pressão nesse sistema afecta a
solubilidade do gás.

Lei de Henry: “A solubilidade de um gás num líquido é directamente proporcional a


pressão exercida sobre o gás em temperatura constante”. Isto é, quanto maior for a
pressão do gás em contacto com a água maior será a quantidade de gases dissolvidos.

Esta lei e expressa pela fórmula: P=K∙X

Onde:

P- é a pressão do gás sob a solução;


K- é a constante de proporcionalidade;

X- fracção molar de equilíbrio do gás em solução (solubilidade do gás)

Valores da constante da lei de Henry na água (Kx105 atm-1).

Gás 0ºC 20º C 40 º C 40º C

H2 1,72 1,46 1,31 1,21

N2 1.86 1,32 1,00 0,874

O2 3.98 2,58 1,84 1,57

A lei de Henry aplica-se somente quando a concentração do soluto e a sua pressão


parcial são baixa, isto é, quando gás e sua solução são essencialmente ideias, e quando o
soluto não interage fortemente de nenhuma maneira com o solvente.

Um exemplo prático desta lei pode-se observar nos refrescos; quando abrimos uma
garrafa de refresco, o gás carbónico, que nela foi introduzido a uma pressão maior que a
atmosférica, tende a escapar para o meio ambiente, formando bolhas.

Concentração das soluções

Concentração é o termo usado para definir a relação entre a quantidade de soluto e a


quantidade de solvente em uma solução.

A concentração de uma solução pode ser expressa em termos de quantidades de


soluto/quantidade de solvente ou quantidade de soluto/quantidade de solução. As
quantidades de soluto e de solvente em solução, por sua vez, podem ser expressas em
massa, volume ou número de moles. Assim, há várias formas de se expressar a
concentração de uma solução:

 Massa por volume: m/V, por exemplo: 10 g de NaCl em 1 l de H2O


 Massa por massa: m/m, por exemplo, 100 g de NaCl em 100 g de solucao
 Volume por volume, por exemplo: 10 ml de álcool em100 ml de H 2O; 2 l de O 2
em 1l de N2
Concentração comum (C)

É a relação entre a massa do soluto em gramas e o volume da solução em litros.

m
C=
V

Onde:

C- é a concentração comum (g/l);

m- é a massa do soluto (g); e

V- é o volume da solução (l).

Densidade absoluta

Densidade absoluta (d) é a relação entre a massa da solução em gramas e o volume da


solução em litros.

m
d=
V

Onde:

d- é a densidade absoluta (g/l);

V- é o volume da solução (l); e

m- é a massa da solução(g).

Exemplo: Qual será a massa de solução de ácido clorídrico, sabendo que a sua
densidade é 1,5 g/ml?

Resolução

Dados

m
d = 1,5 g/ml d= ↔m=d∙V
V

V = 1000 ml m = 1.5 ∙1000 = 1500 g

m=?
NB: a concentração comum e a densidade, apesar de apresentarem fórmulas parecidas,
pois são diferentes.

Percentagem massa por massa

A fórmula para o cálculo desta percentagem é a seguinte:

m soluto
% (m/m) = ∙ 100
m solução

Exemplo: Qual % em massa de NaOH numa solução que contem10 g dessa substancia
dissolvida em 90 g de água?

Resolução

Dados

msoluto = 10 g

m soluto 10
msolução = 10 g + 90 g % (m/m) = ∙ 100 ↔ % (m/m) = ∙ 100 = 10%
msolução 100

% (m/m) = ?

Concentração molar/molaridade (M)

É a concentração em número de moles de soluto e o volume de solução.

n
M=
V

Onde:

M- é a molaridade (mol/l);

n- é o número de moles do soluto (mol); e

V- é o volume da solução (l).

Exemplo: Uma solução de ácido sulfúrico foi preparada diluindo 98 g de ácido até se
obter 1 litro de solução. Qual é a sua molaridade?
Resolução

Dados

m 98
M(H2SO4) = 98 g/mol n= n= = 1 mol
M 98

n 1mol
M = 98 g M= M= =1M
V 1l

n=?

M=?

Concentração normal /normalidade

Esta é a razão entre o número de equivalente-grama do soluto e o volume da solução em


litros. A solução é 1N quando a sua obtenção ocorre pela diluição de 1Eq-g de soluto
até o volume final de 1000 ml.

1Eq-g → 1000 ml = 1N

Sendo:

n .° Eq−g
N=
V

m
Sabe-se que n.oEq-g = ,então:
Eq−g

m
N=
Eq−g ∙V

Onde:

N- é a normalidade (eq/l);

n.o Eq-g - é o número de equivalentes do soluto (equivalente);

V- é o volume da solução (l);

m- é a massa do soluto (g);


Eq −g- equivalente-grama;

Cálculo de Equivalente-grama ( Eq −g)

Ácido Base Sal Átomo

Eácido= EBase= ES/O= Eátomo=


M Á cido M Base M S/ O M á tomo

n º de H +¿ ¿ n º de OH −¿ ¿ n º de á tomodo Metal x Valê ncia −¿ transferidos¿


nº e em cada á tomo

NB: No caso dos óxidos será a razão entre a massa da substância e o módulo total das
valências. O mesmo caso que calculamos sais, também podemos calcular os óxidos. No
caso, de ser um elemento diatómico ou poliatomico será a massa do elemento por
número de electrões transferidos.

Exemplos:

32 g
1. Eq-g(O2) = =8g
4
74 g
2. Eq-gCa(OH)2 =
2
= 37 g

294 g
3. Eq-g Al2(SO4)3 = = 49 g
6
160 g
4. Eq-g (Fe2O3) = = = 26,66g
6

Outro exemplo: Qual é a normalidade de uma solução de NaCl que foi preparada pela
diluição 11,7 g?

Resolução

Dados 1Eq-g______58,5 g

mNaCl = 11,7 g x_______11,7 g

V = 500 ml x = 0,2 Eq-g


58,5 g nº Eq−g 0,2
Eq-g(NaCl) = = 58,5 g N= = =
1 V 0,5
0,4 N

Concentração molal/molalidade

É a concentração em número de moles de soluto e a massa do solvente (em quilograma).

n( solu çã o) 1000 n( soluto)


W= Ou W =
m(solvente)(kg) m(solvente )(g )

Onde:

W - é a molalidade (mol/kg ou mol/g);

n - é o número de moles da solução;

m - é a massa do solvente (kg ou g).

Exemplo: Qual será a massa de hidróxido de sódio que se deve dissolver em 200 g de
água para se conseguir uma solução 0,1 molar?

Resolução

m
Dados n=
M

W = 0,1 molar n=W∙m m=n∙M

m(solvente) = 200 g = 0,2 kg n = 0,1 ∙ 0,2 m = 0,02 ∙ 40

m(soluto) = ? n = 0,02 mol m = 0,8 g de NaOH

M(NaOH) = 40 g/mol

Título

Título de uma solução é a razão entre a massa do soluto e a massa da solução.


m1 m
T= Ou T =
m1 +m2
ms

Onde:

T- é o título;

m1- é a massa do soluto (g);

m2- é a massa do solvente (g);

ms– massa da solução.

Exemplo: O título de uma solução que contém 40 g de cloreto de sódio em 200 g de


solução é:

m
T= ↔ T = 40 g = 0,20
ms 200 g

O título (T) liga-se directamente à percentagem da massa de soluto em relação à massa


da solução.

m(soluto)
%=100 ∙
m (solu ção )

Logo, % = 100 x T

%−¿ É a percentagem em massa do soluto;

Fracção molar

A fracção molar (X) de um dado componente numa solução é a relação entre o número
de moles deste componente na solução e a soma do número de moles de todos os outros
componentes misturados. Se uma solução contiver z componentes, a fracção molar de
um componente A e de um componente B será:

nA nB
XA = XB =
n A + nB +…+ nZ n A + nB +…+ nZ

Onde:

X – Fracção molar do componente da solução


nA, nB,…, nz- número de moles de cada componente na solução

Note que a massa das fracções molares de todos os componentes de uma solução é igual
a 1:

n A + nB +…+ nZ
XA + XB + … + Xz = =1
n A + nB +…+ nZ

Observamos o exemplo: Uma solução é preparada misturando-se 20 mol de H 2SO4 com


50 mol de H2O. A fracção molar de cada componente será:

nH SO4 20
X H 2 S O4 = = = 0,29
2

nH 2 S O4 +n H 2 O 20+50

nH O 50
XH 2 O = = = 0,71
2

nH 2 S O4 +n H 2 O 20+50

Note que X H 2 S O 4 + X H 2 O = 0,29 + 0,71 = 1,0

Diluição de uma solução


É o processo aplicado a uma solução e que implica a diminuição da concentração dessa
solução, que pode ser feita de duas formas: retirando uma parcela do soluto, ou
simplesmente, adicionando-se solvente – que é muito mais prático.

Normalmente, os químicos consideram soluções diluídas aquelas cujas concentrações se


apresentam iguais ou inferiores a 0,1 molar. Caso seja superior a 0,1 molar a solução é
concentrada.

Veja o esquema

Solu çã o diluí da∨S . concentrada


0,1

Assim, vamos convencionar as quantidades antes da diluição pelo índice 1 e após a


diluição, pelo índice 2.
Como se pode ver, houve acréscimo apenas de água, o que nos permite concluir que a
massa do soluto não se alterou antes e depois da solução.

A concentração em g/l é indicada pela expressão:

msoluto
C= Donde msoluto = C ∙ V
V

Desde modo: Antes da diluição vale que msoluto = C1∙ V1

Depois da diluição: msoluto = C2∙ V2

Dai conclui-se que: C1∙ V1 = C2∙ V2

Analogamente, podemos escrever:

N1∙ V1 = N2∙V2 e M1∙ V1 = M2∙ V2

Exemplo: Qual é o volume da água que devemos adicionar a 200 ml de solução 0,3 N
de nitrato de magnésio, para que a concentração diminua até 0,01 N?

Resolução

Dados Resolução

N1 = 0,3 N N1∙ V1 = N2∙ V2

N 1∙ V 0,3 ∙200
V1 = 200 ml V2= 1
= = 6000 ml (Volume total)
N2 0,01

N2 = 0,01 N V(adicionado) = V2 – V1 = 6000 – 200 = 5800 ml


V2 = ?

R: O volume da água adicionada é de 5800 ml

Mistura de soluções

Quando misturamos soluções que apresentam mesmo soluto e mesmo solvente obtemos
uma solução final:
m1
Solução 1: C 1= → m 1= C 1 ∙ V 1
V1

m2
Solução 2: C 2= →m2= C 2 ∙ V 2
V2

m3
Solução 3: C 3= →m3= C 3 ∙ V 3
V3

Solução resultante: C r ∙ V r = C 1 ∙ V 1+C 2 ∙ V 2+C 3 ∙ V 3+… ou

C r=m1+m2+m3…/ V 1+V 2+V 3…

NB: m3 = m1 + m2 e V3 = V1 + V2

A concentração pode também ser molar e normal, logo:

M 1 . V 1 + M 2 . V 2= M r .V r

N 1 .V 1 + N 2 .V 2 = M r .V r

Exercícios Resolvidos

1. Que quantidade de água deve ser adicionada a 85 ml de solução de H 3PO4


1,00N, para se reduzir uma solução de H3PO4 0,65 N?
Resolução
Dados
N 1∙ V 1
V2(H2O) = ? N1 ∙ V1 = N2∙V2 V2 =
N2
1 N ∙ 85 ml
V1(H3PO4) = 85 ml V 2= =
0,65 N
130,76 ml
N1(H3PO4) = 1 N V(adicionado) = V 2 – V1 =
130,76 – 85
N2(H3PO4) = 0,65 N V(adicionado) = 45,76 ml
R: Deve – se adicionar 45,76 ml de água.

2. Qual é a normalidade de uma solução de 22,0 g de hidróxido de estrôncio


Sr(OH)2 em 800 ml de solução?
Resolução
Dados
N=?
m
m Sr (OH )2 = 22 g N= Eq-g =
Eq−g ∙V
121,6
= 60,8 g
2
M
V = 800 ml = 0,8 l Eq-g = −¿ N=
N ° OH ¿
22
60,8∙ 0,8
Sr = 87,6; O = 16; H = 1 N = 0,45 N
M Sr (OH )2= 87,6 + 16 + 2 * 1
M Sr (OH )2= 121,6 g/mol
R: A normalidade é de 0,45 N.

3. Que volume de água se deve adicionar a 400 ml de uma solução de hidróxido de


sódio 2 N para que esta se transforme numa solução 1N?
Resolução
Dados
V1 = 400 ml N1∙ V1 = N2∙ Vt
N 1∙ V 1
N1 = 2 N Vt =
N2
2 N ∙ 400 ml
N2 = 1 N Vt = Vt = V1 + Vad
1N
V2 = ? Vt= 800 ml Vad = Vt – V1
Vad= ? V2 = 800 – 400 = 400 ml
R: Devem ser adicionados 400 ml de água.
4. Quantas gramas de NaOH são necessários para preparar 350 ml de uma solução
de 1,25 M de NaOH.
Resolução
Dados
m(NaOH) = ?
n m
V = 350 ml = 0.35 l M= → n=
V M
m
m
M(NaOH) = 1,25 M M= M = m = 1,25 ∙ 40 ∙
M ∙V
V
0,35
M(NaOH) = 23 + 16 + 1 m = M ∙ M∙ V m = 1,5 g
M(NaOH) = 40 g/mol

R: Para preparar 350 ml de NaOH de concentração 1,25 M deve-se usar 17,5 de


NaOH.

5. Determine a molaridade de uma solução de 45,8 g de HNO2 em 0,8l de solução.


Resolução
Dados
m
C(HNO2) = ? C=
M ∙V
45,8
M(HNO2) = 47 g/mol C= = 1,2 M
74 ∙ 0,8
m(HNO2) = 45,8 g
V = 0,8 l
R: A molaridae da solução de HNO2 é de 1,2 M.
6. Determine a concentração molar da solução resultante da mistura de 250 ml de
solução 0,7 M de HNO3 com 0,35 l de solução 0,18 M de HNO3.

Resolução
Dados
C3 = ? C1∙ V1 + C2∙ V2 = C3∙ V3
C1 ∙V 1 +C 2 ∙ V 2
V1= 250 ml = 0,25 l C3 = C3 =
V3
0,7 ∙0,25+ 0,18∙ 0,35
0,60
C1 = 0,7 M V2= 0,35 l V3= V1 + V2 C3 = 20,6 M
C2 = 0,18 M V3 = 0,60 l
R: A concentração molar resultante da mistura é de 20,6 M.

Exercícios de consolidação

1. Uma solução de ácido sulfúrico foi preparada diluindo-se 98 g de ácido até se


obter 1 l. Qual é a modalidade?
2. Calcule a normalidade de uma solução de mistura de nitrato cúprico preparada
por diluição de 1,87 g de sal para um volume de 250 ml.
3. Calcule a fracção molar da água e de carbonato de sódio, sabendo que 100 g
deste sal foram dissolvidos em 2 kg de água.
4. Necessita-se de preparar 500 ml de uma solução de ácido sulfúrico 0,4 M.
Dispõe-se de um ácido cuja pureza é de 85%. A densidade do ácido sulfúrico é
de 1,84. Qual é o volume do ácido a ser diluído?
5. Qual será a solução resultante da adição de 500 ml da água pura a 1 dm 3 de
solução 0,3 M de nitrato de amónio?
A. 0,1 mol/dm3 B. 0,2 mol/dm3
C. 0,3 mol/dm3 D. 0,4 mol/dm3
6. O volume de água que se deve adicionar a 200 cm3 de uma solução 0,7 M de
hidróxido de sódio para que esta se transforme numa solução 0,2 M é:
A. 250 cm3 D. 400 cm3
B. 550 cm3 E. 750 cm3
C. Nenhuma destas.
7. 12,2 g de hidróxido de sódio (NaOH) são dissolvidos em 48,8g de água e o
volume da solução resultante é 50 ml. Calcule:
1. A concentração comum:
2. A concentração molar:
3. A concentração normal:
4. A concentração molal:
5. Título:
6. Fracção molar do soluto:
7. Fracção molar do solvente:
8. Densidade absoluta:

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