Criação de Personagem
Um Porto Qualquer na Tempestade
Um Porto Qualquer na Tempestade
Uma Aventura Rápida para The Day After Ragnarok, por H. M. 'Dain' Lybarger
As ilhas do Mar de Coral podem ser territórios
britânicos, mas os japoneses atacam navios mercan-
tis regularmente, a partir de sua base em Nauru, ao
norte, e os nativos desenvolveram hábitos estranhos
graças ao contato com estrangeiros durante a guerra.
Heróis cruzando o Mar de Coral, seja por barco,
seja por hidroavião, são avistados e perseguidos
pelo Hokoko Maru, um pirata comercial japonês.
Tamakua, na cadeia de ilhas Duff, possui um por-
to raso – raso demais para o cruzador japonês se
arriscar. A única aldeia nativa da ilha parece um
refúgio bem-vindo…
UM POVO AMIGÁVEL E ACOLHEDOR
A brilhante água azul da baía leva a uma praia
de areia branca. O único sinal de habitação huma-
na nesta ilha paradisíaca é uma fileira de canoas
com flutuador encalhadas e uma torre de varas de
bambu amarradas com cordas trançadas de fibra
de coco, visível logo acima da vegetação.
Os nativos que correm para encontrar o navio
dos heróis vestem um misto de roupas da Polinésia
e uniformes manufaturados japoneses – embora
estes últimos sejam inventivamente reinterpreta-
dos de maneiras que nenhum oficial militar rígido
aprovaria. Eles parecem ávidos para que os heróis
conheçam seu líder e acenam em direção a um ca-
minho ilha adentro, distante da torre de bambu.
A aldeia fica a oitocentos metros, partindo a pé da
baía, através da selva e consiste em mais ou menos
uma dúzia de estruturas de bambu erigidas sobre
palafitas em torno de uma clareira central. Colunas
de madeira, entalhadas com faces pouco amistosas,
sustentam telhados de palha em ângulos acentua-
dos, e algumas das construções incorporam painéis
de chapas de metal curvadas nas paredes, obvia-
mente partes de fuselagem ou asas de aeronaves.
Hoanui, o chefe da aldeia, desce da maior cons-
trução local e abre seus braços em saudação. Ele
usa um vestido nativo e o seu bem estimado, um
chapéu azul brilhante. O chapéu é um quepe britâ-
nico de marinheiro que identifica o usuário como
um mecânico de motor para qualquer um que pas-
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se num teste de Conhecimento Comum. O rosto
de Hoanui é profundamente marcado, mas nada
escapa de seus olhos cintilantes enquanto ele saú-
da os heróis: – Desde a guerra, recebemos poucos
visitantes. Precisamos comemorar sua chegada!
LUAU
A celebração é um banquete naquela noite, con-
tando com porco assado, inhames cozidos, peixe
cru, uma pasta feita de raiz de taioba e uma igua-
ria local: apresuntado fatiado. Duas fogueiras são
acesas no centro da aldeia, e esteiras são esten-
didas em círculos, para sentar ao redor do fogo.
Pelo costume local, homens e mulheres comem
separadamente. Espera-se que heroínas sentem e
comam com as mulheres da aldeia.
As idosas passam a maior parte do dia preparan-
do a comida e as mais jovens servem, carregando
grandes bandejas de pessoa em pessoa. Heróis ob-
servadores (ou desconfiados) que passem num tes-
te de Conhecimento Comum reconhecem algumas
das bandejas como segmentos de chapa de metal
com marcas – partes de um avião de carga Ki-56.
Percussionistas proporcionam música e os jovens
da aldeia dançam e fazem acrobacias para entreter
as convidadas de honra de Tamakua.
Os nativos nunca se afastam do fogo, como se
temessem a escuridão ou a selva, mas algumas
das mulheres jovens que servem o jantar flertam
abertamente com os heróis. Hoanui observa e pa-
rece contente com a possibilidade de algum dos
heróis responder à paquera.
Os heróis podem notar durante o jantar que vá-
rios aldeões comem apressados e se recolhem antes
de anoitecer. Mais tarde, após o anoitecer, a luz das
tochas é visível além do trecho de selva que separa a
vila da praia. Sons distantes de cantoria surgem na
brisa da noite, mas ninguém na aldeia parece notar.
Heróis podem ir parar na beira da selva em
algum momento, seja buscando privacidade nos
braços de alguma mulher local, seja investigando
a luz de tochas e cantoria. Neste último caso, per-
ceberão algo verdadeiramente peculiar.
Criação de Personagem
The Day After Ragnarok
"ROAD BILONG CARGO”
A cada noite, dois aldeões vestem um par de
jaquetas de uniforme da Marinha Real cuidado-
samente preservadas e "fones de ouvido" de ma-
deira entalhada. Eles escalam a torre de bambu e
entoam palavras ritualísticas enquanto outros es-
palham e acendem fileiras de lanternas flutuan-
tes, marcando uma falsa "pista de aterrissagem",
em tamanho real, de um lado ao outro da beira
da baía. As palavras estranhas vindas da torre são
em inglês: "Zero Nove Dois aproximar. Zero Nove
Dois liberado para aterrissar. Zero Nove Dois
aproximar..."
Hoanui explica alegremente o ritual, se pergun-
tado. "Quando os marinheiros britânicos estavam
aqui, durante a guerra, quaisquer aviões aterrissa-
vam. Muita carga boa veio para Tamakua: carne e
leite enlatados, roupas finas; muitas coisas boas.
Nós vimos que vocês, pessoas brancas britânicas,
não têm que trabalhar por suas coisas finas, você
chamam carga do céu com sua mágica.
Nós observamos, muito atentamen-
te. Agora fazemos o mesmo!"
Talvez ele seja demasiado rá-
pido em tranquilizar os he-
róis: "Nós somos bons alia-
dos para nossos amigos
britânicos, nós só usa-
mos magia branca para
chamar aviões japoneses
para nós!"
Magia ou não, a pista
acesa na escuridão do Pací-
fico funciona bem como isca
e uma aeronave perdida pode
facilmente ser atraída para uma
terrível queda na baía...
ATRIBUIÇÃO
Na manhã seguinte, fumaça do Hokoko Maru
é visível próximo ao horizonte. O litoral ainda não
clareou totalmente. Os heróis têm tempo para ex-
plorar a ilha, falar com aldeões (os poucos que arra-
nham o inglês), ou mesmo relaxar. Se não descobri-
ram o ritual da noite passada, esta é uma boa hora
para percorrerem a pista de aterrissagem de bambu.
Os nativos não se incomodam em nada com a pre-
sença dos heróis. Na verdade, Hoanui parece extre-
mamente contente em recebê-los aqui. "Mais tarde,
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vou lhes apresentar minha filha. Garota muito bo-
nita, muito tímida perto de forasteiros."
Perto do anoitecer, o herói com Vantagens
como Carisma, Atraente ou Muito Atraente a é
abordado por uma jovem mulher, que caminha
levemente da selva, trajando um sarongue escar-
late. Ela é atraente – hipnotizante, na verdade –,
mas o herói não a reconhece. Se ela estivesse no
banquete, ele certamente lembraria. Será que é a
filha que Hoanui mencionou? Ela não é faladeira
o bastante para confirmar ou refutar essa suposi-
ção. Ela parece ter uma só coisa em mente: levar
o objeto de sua atenção a sós para outro lugar.
Resistir ao seu charme exige mais do que força de
vontade; o alvo precisa passar num teste de Espí-
rito contra o poder de controle dela.
BEIJO DA MULHER-SERPENTE
A garota que os heróis pensam ser a filha do
chefe é, na verdade, uma Mae, uma criatura-ser-
pente que aparece na forma de uma bela moça. Ela
vem da selva para atrair homens de suas
tribos e lares e sugar suas vidas! Se
o seu alvo evitar ficar sozinho
com ela (talvez para impedir
o presumido desprazer de
seu "pai", Hoanui), haverá
uma descoberta horrível
ao amanhecer: a casca
seca do que um dia foi um
dos usuários de fones de
ouvido da cerimônia da
carga, largada num bosque
de bambu não muito longe
da aldeia.
Os aldeões se recusam a fa-
lar sobre a morte do homem; até
mencioná-la é tabu. Embora estejam
obviamente abalados, é igualmente óbvio que
eles já viram algo assim antes.
HOSPITALIDADE DA ILHA
Hoanui está bem ciente da Mae e a ameaça que
ela representa. Ele ficou radiante com a chegada
dos heróis porque todo homem estrangeiro capaz
é um a menos de seu próprio clã em risco. Para
manter os heróis por perto o máximo possível, na
primeira oportunidade, Hoanui sabota o veículo
deles. Ele aprendeu mecânica a diesel durante
a guerra, então se os heróis chegaram de barco

ou avião, ele é capaz de adulterar os motores de
modo que, de início, não pareça sabotagem. A
primeira vez que os heróis tentarem deixar Ta-
makua, os motores falham em dar a partida. Cor-
rigir o problema requer passar num teste de Con-
sertar. Com uma ampliação, o herói trabalhando
nos motores detecta que ele foi adulterado.
MAE DAYS
O Hokoko Maru espreita na área por mais dois
dias, mas agora a ilha parece mais uma prisão
do que um refúgio. A cada noite, a Mae retorna,
abordando o forasteiro mais bonito que ainda
sobrevive e atraindo-o para a selva. Se ela conse-
gue ficar a sós com alguém, ela ataca! Se um herói
escapa para avisar aos seus companheiros, a Mae
mira um dos homens da aldeia em vez dele.
Se confrontado, Hoanui vai admitir tudo sem re-
servas: sua farsa, sua sabotagem e sua intenção de fa-
zer os heróis serem mortos para poupar alguns de seu
próprio povo. Tudo o que resta é seu pedido por aju-
da. "A Mae odeia magia branca. Ela esteve dormente
por muitos anos, até que descobrimos a cerimônia da
carga. Agora ela tenta nos fazer fechar a estrada para
a carga e voltar à pobreza de antigamente".
Se os heróis destruírem a Mae, quanto tempo
passará até uma nova surgir? Nesse ínterim, eles
fizeram amigos interessantes – que têm a pertur-
badora habilidade de atrair aviões dos céus...
MAE
Mae é uma 'serpente sedutora' que se alimenta
da força vital humana. É provável que haja ape-
nas uma Mae em uma ilha qualquer – talvez elas
sejam "dríades" nascidas de selvas tropicais. Em
formas naturais, as Mae possuem troncos huma-
noides escamosos e longas caudas serpentinas.
Sua habilidade de transformação pode ser ilusão
em vez de metamorfose.
• Atributos: Agilidade d8, Astúcia d8,
Espírito d8, Força d10, Vigor d10
• Perícias: Atletismod10, Lutar d8,
Intimidar d8, Perceber d8, Persuadir d12,
Furtividade d6, Provocar d10
• Movimentação: 7; Aparar: 6;
Resistência: 8
• Habilidades Especiais
• Mordida: For +d4
• Beijo Drenante: em vez de um ataque
normal, uma Mae pode fazer um ataque
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de toque (com os lábios). Cada ampliação
na rolagem de Lutar da Mae causa um
ferimento em seu alvo.
• Regeneração: se uma Mae é bem-
sucedida com Beijo Drenante, ela faz uma
rolagem de Resistência para curar qualquer
dano que tenha sofrido. Um sucesso cura
um ferimento; cada ampliação cura um
ferimento adicional.
• Atração Sobrenatural: Persuadir +4.
• Fascinar: a Mae pode usar o poder de
controle em homens humanos sozinhos,
usando Persuadir como perícia arcana.
• Alterar Forma: a Mae pode se
transformar da forma meio-humana/meio-
serpente em belas moças.
• Forma de Serpente: a Mae se arrasta
rapidamente, mas não pode correr. Suas
caudas lhes dão +4 em rolagens de Agarrar.
Créditos
Escrita e Criação: H. M. ‘Dain’ Lybarger
Edição: Kenneth Hite;
Arte interna: Mike Vilardi
Projeto Gráfico e Direção de Arte:
Hal Mangold
Tradução: Frederico Fiori
Revisão: Gabriela Coiradas e Fernando “del
Angeles” Pires
Diagramação: Fernando “del Angeles” Pi-
res e G. Moraes
Editor: Fernando “del Angeles” Pires
Editor Geral: G. Moraes
Este jogo faz referência ao sistema de regras
Savage Worlds, disponível pela Pinnacle Enter-
tainment Group em www.peginc.com. Savage
Worlds e todos os seus logotipos e marcas re-
gistradas são propriedade autoral da Pinnacle
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