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Logos

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Logos (UK: /ˈloʊɡɒs, ˈlɒɡɒs/, US: /ˈloʊɡoʊs/; Grego antigo:


λόγος, translit. lógos; de λέγω, légō, lit. 'Eu digo') é um termo na
filosofia ocidental, psicologia, retórica e religião derivada de uma
palavra grega que significa, "fundamento", "pleito", "opinião",
"expectativa", "pensamento", "palavra", "fala", "conta", "razão",
"proporção" e "discurso",[1] mas se tornou um termo técnico na
filosofia ocidental, começando com Heráclito (535 a.C. - 475 a.C.), Logos, grafia grega
que usou o termo para um princípio de ordem e conhecimento.[2]
Logos é a lógica por trás de um argumento. Logos é persuadir uma audiência usando argumentos lógicos e
evidências de apoio. Logos é uma técnica persuasiva usada frequentemente na escrita e retórica.

Os filósofos gregos antigos usavam o termo de maneiras diferentes. Os sofistas usaram o termo para
significar discurso; Aristóteles aplicou o termo para se referir ao "discurso fundamentado" ou "o
argumento" no campo da retórica e o considerou um dos três modos de persuasão ao lado do ethos e do
pathos. Os filósofos estóicos identificaram o termo com o princípio divino de animação que permeia o
Universo. Dentro do judaísmo helenístico, Fílon de Alexandria ( 20 a.C. - 50 d.C.) adotou o termo em
filosofia judaica. O Evangelho de João identifica o Logos, através do qual todas as coisas são feitas, como
divinas (theos), e identifica ainda mais Jesus Cristo como o Logos encarnado. O termo também é usado no
Sufismo e na psicologia analítica de Carl Jung.

Embora seja popularmente traduzida como "palavra", o termo grego para tal seria Lexis (λέξις),[3] que
também vem da "légō". Esse erro de tradução provavelmente se popularizou com a Bíblia, quando o
filósofo Fílon da Alexandria descreveu Jesus como "o logos de Deus"[4]. (Supõe-se que, na incapacidade
de traduzir a palavra, o tradutor correlacionou-a com légō e sua derivada lexis, popularizando o erro.)

Logos sintetiza vários significados que, em português, estão separados, mas unidos em grego. Vem do
verbo légō (no infinitivo: légein) que significa:

1. Aquilo que é dito: palavra, frase, discurso, história, debate, expressão;


2. Aquilo que é pensado: razão, consideração, computação, cálculo, escolha, enumeração;
3. Uma conta, explicação ou narrativa, justificação, valor atribuído a alguma coisa;
4. Assunto de discussão, motivo, causa, razão de alguma coisa;
5. (Cristianismo) A palavra ou sabedoria de Deus, identificada por meio de Jesus no Novo
Testamento.

Enfim, lógos reúne numa só palavra quatro sentidos principais: (1) linguagem; (2) pensamento ou razão; (3)
norma ou regra; (4) ser ou realidade íntima de alguma coisa. – Logía, que é usado como segundo elemento
de várias palavras compostas, indica: conhecimento de; explicação racional de; estudo de. O lógos dá a
razão, o sentido, o valor, a causa, o fundamento de alguma coisa, o ser da coisa. É também a razão
conhecendo as coisas, pensando os seres, a linguagem que diz ou profere as coisas, dizendo o sentido ou o
significado delas.

Na teologia cristã o conceito filosófico do Logos viria a ser adaptado no Evangelho de João, o evangelista
se refere a Jesus Cristo como o Logos, isto é, a Palavra: "No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com
se refere a Jesus Cristo como o Logos, isto é, a Palavra: No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com
Deus, e a Palavra é Deus" João 1:1 (εν αρχη ην ο λογος και ο λογος ην προς τον θεον και θεος ην ο
λογος)

(Há traduções do Evangelho em que Logos é o "Verbo").


O Logos também pode ser visto como o
"Motivo" de todas as coisas, sendo a causa que explica o anseio existencial humano tão discutido pela
filosofia.

Para muitos cristãos, a vida da pessoa que se tornou conhecida como Jesus Cristo não começou aqui na
terra. Segundo essa compreensão, Ele mesmo teria falado da sua vida celeste pré-humana (Jo 3:13; 6:38,
62; 8:23, 42, 58). De acordo com uma compreensão corrente entre os cristãos, o livro João 1:1,2 fornece o
nome celeste daquele que se tornou Jesus, dizendo: “No princípio era o Verbo [“Verbo”, Al; CBC; gr.:
Lógos], no princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus. Ele estava no princípio com Deus.”

Obs.: Por se tratar de um termo anterior aos escritos do novo testamento, deve ser visto como tal, e para isso
interpretado de forma a trazer o seu entendimento no contexto das escrituras no tempo. João do evangelho,
ao escrever seu texto, como pode ser verificado de Jo 1:1 até Jo 2:11, faz referência direta ao significado de
logos como até então era conhecido em meio as civilizações existentes, trazendo a imagem de uma força
criadora, eterna, auto-suficiente que segundo o próprio texto encarnou em forma humana na pessoa de
Jesus a partir do seu nascimento e manifestado aos homens na sua essência, isto é, em amor, e tudo isso
para estar de acordo com a economia divina.

Índice
Heráclito
Estoicismo
Logos no cristianismo
Ver também
Referências
Bibliografia

Heráclito
Foi nos escritos de Heráclito que a palavra "logos" mereceu especial atenção na filosofia da Grécia
Antiga.[5] Apesar de Heráclito parecer usar a palavra com um significado não muito diferente da maneira
como era utilizada no grego comum dessa época,[6] uma existência independente de um "logos" universal
era já sugerida:[7]

Este logos, os homens, antes ou depois de o haverem ouvido, jamais o compreendem.


Ainda que tudo aconteça conforme este LOGOS, parece não terem experiência em tais
palavras e obras, como eu as exponho, distinguindo-se em tais palavras e obras, e
explicando a natureza de cada coisa. Os outros homens ignoram o que fazem em estado de
vigília, assim como esquecem o que fazem durante o sono (Diels-Kranz 22B1).

Por esta razão, o comum deve ser seguido. Mas, apesar de o LOGOS ser comum a todos,
a maior parte das pessoas vive como se cada um tivesse um entendimento particular (Diels-
Kranz 22B2).
É sábio que os que ouviram, não a mim, mas ao LOGOS, reconheçam que todas as coisas
são um (Diels-Kranz 22B50).

Logos = justa medida = razão (filosofia)

Estoicismo
O estoicismo é uma doutrina filosófica que afirma que todo o universo é corpóreo e governado por um
Logos divino (noção que os estoicos tomam de Heráclito e desenvolvem). A alma está identificada com
este princípio divino, como parte de um todo ao qual pertence. Este lógos (ou razão universal) ordena todas
as coisas: tudo surge a partir dele e de acordo com ele, graças a ele o mundo é um kosmos (termo que em
grego significa "harmonia"). Visto que o homem buscava intensamente essa harmonia e tranquilidade de
vida.

Logos no cristianismo
No cristianismo, o conceito deriva da famosa frase de João: «No princípio era o Verbo, e o Verbo estava
com Deus, e o Verbo era Deus.» (João 1:1) na abertura de seu evangelho (Ἐν ἀρχῇ ἦν ὁ λόγος, καὶ ὁ
λόγος ἦν πρὸς τὸν θεόν, καὶ θεὸς ἦν ὁ λόγος[8]) e é um importante conceito na cristologia cristã para
estabelecer a doutrina da divindade de Jesus Cristo e sua posição como Deus Filho na Trindade, como
declarado no Credo Calcedoniano.

Ver também
Logocentrismo
Ethos
Pathos
Logosofia

Referências
1. «Henry George Liddell, Robert Scott, An Intermediate Greek-English Lexicon, λόγος» (http://
www.perseus.tufts.edu/hopper/text?doc=Perseus:text:1999.04.0058:entry=lo/gos).
www.perseus.tufts.edu. Consultado em 20 de agosto de 2018 line feed character character
in |titulo= at position 37 (ajuda)
2. Audi, Robert (2015). The Cambridge Dictionary of Philosophy. [S.l.]: Cambridge University
Press; 3 edition
3. Liddell & Scott, Henry George & Robert (1940). An Intermediate Greek–English Lexicon.
[S.l.]: Oxford Clarendon Press
4. M. Metzger, Bruce & Hebert G. (1997). The New Oxford Annotated Bible with the Apocrypha.
[S.l.]: Oxford
5. F.E. Peters, Greek Philosophical Terms, New York University Press, 1967.
6. W. K. C. Guthrie, A History of Greek Philosophy, vol. 1, Cambridge University Press, 1962,
pp. 419ff.
7. W. K. C. Guthrie, The Greek Philosophers: From Thales to Aristotle, Methuen, 1967, p. 45.
8. «João 1:1» (http://biblehub.com/text/john/1-1.htm) (em grego). Byblos. Consultado em 1 de
junho de 2013
Bibliografia
REAL, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da Filosofia: Patrística e Escolástica.2.ed. São
Paulo: Paulos, 2005, v.2.
ABAGNANO, Nicolal. Dicionário de Filosofia. 4 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
I Apologia de Justino.
II Apologia de Justino.
Contra as heresias de Irineu.
Súplica pelos Cristãos de Atenágoras de Atenas.
O Protréptico de Clemente de Alexandria.
Segundo Livro a Autólico de Teófilo de Antioquia.
Do Tratado contra a heresia de Neto de Hipólito de Roma.
De Christo et antichristo de Hipólito de Roma.

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