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Compostos orgânicos
Por Vânia Ribeiro Ferreira

Doutora em Química (UFSC, 2016)


Mestre em Química Analítica (UFPR, 2010)
Licenciada e Bacharelada em Química (UFPR, 2009)

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A expressão compostos orgânicos surgiu há mais de 200 anos, inicialmente com o objetivo de
identificar os compostos que eram produzidos por organismos vivos. Entretanto, hoje se sabe que
os compostos orgânicos podem ser também sintetizados em laboratório e essa definição não é
mais utilizada. Um exemplo clássico que mostrou que os compostos orgânicos poderiam ser
sintetizados em laboratório foi à síntese da ureia a partir do cianeto de amônio, realizada em
1828 pelo químico Friedrich Wöhler:

Atualmente podemos dizer que compostos orgânicos são aqueles formados por carbono,
independente terem sido sintetizados ou não por organismos vivos.
Todas as moléculas orgânicas apresentam átomos de carbono além de, a grande maioria, átomos
de hidrogênio. Entretanto, outros elementos chamados de heteroátomos, podem estar presentes
ligados quimicamente entre 2 átomos de carbono da cadeia, tais como o oxigênio (O), nitrogênio
(N), enxofre (S) , fósforo (P) e os halogênios, cloro (Cl), bromo (Br) e iodo (I). A ligação dos
átomos de carbonos com os elementos citados acima, forma estruturas chamadas cadeias
carbônicas, que são bastante estáveis, e que podem variar desde 2 até centenas de átomos de
carbono. É importante ressaltar que para que seja considerado um heteroátomo o elemento deve
estar localizado ia entre dois átomos de carbono na cadeia. No caso dos elementos O, S, N e P
geralmente ocorrem duas ligações covalentes, já para F, Cl, Br e I, ocorre apenas 1. Cabe chamar
atenção aqui também para o fato de que existem substâncias, que embora contenham carbono
não são consideradas orgânicas. Essas substâncias são chamadas de inorgânicas e entre alguns
podemos citar o diamante, o gás carbônico (CO2), carbonato de sódio (Na2CO3), etc.

As diferentes formas como os átomos das cadeias carbônicas se ligam da origem a uma
quantidade quase infinita de compostos orgânicos. Com isso eles podem ser agrupados de acordo
com as classes funcionais, que é um conjunto de substância que apresentam propriedades
químicas parecidas. As principais classes são: hidrocarbonetos, alcoóis, aldeídos, cetonas, ácidos
carboxílicos, éteres, ésteres, aminas, amidas, haletos orgânicos, fenóis, nitrocompostos, nitrilas,
ácidos sulfônicos e compostos organometálicos.

Além disso, podemos dividi-los em compostos orgânicos naturais ou sintéticos. Em relação aos
naturais temos os ácidos nucleicos (DNA e RNA) carboidratos, lipídios, proteínas, gás metano,
petróleo, entre outros. Já em relação aos sintéticos podemos destacar os detergentes, solventes,
tintas, medicamentos, agrotóxicos, plásticos, combustíveis, etc.

Em relação às propriedades físico-químicas elas iram variar bastante, em função dos diferentes
tipos de cadeias carbônicas. Em relação à polaridade, os compostos formados apenas por
carbono e hidrogênio serão apolares, porém a presença de heteroátomos pode conferir certa
polaridade as moléculas orgânicas. Os pontos de fusão são em geral inferiores aos de compostos
inorgânicos, e isso acontece, pois ligações formadas entre as moléculas são covalentes, que são
mais fracas, e necessitam de menor energia para se romper e o composto mudar de um estado
físico para outro. Em relação à solubilidade em água, a maioria é praticamente insolúvel, porém
a presença de heteroátomos pode aumentar um pouco essa solubilidade. Vale aqui a expressão
semelhante dissolve semelhante. Uma grande parte dos compostos orgânicos pode sofre
combustão, como é caso da gasolina, que é uma mistura de hidrocarbonetos, ou do etanol.

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