Você está na página 1de 79

Bem vindos à primeira aula:

Introdução à Terapia Focada na Compaixão

Carolina Halperin
@terapia.com.paixao
Apresentação
• Psicóloga clínica, supervisora e professora (CRP
07/20770).
• Primeira psicóloga brasileira com formação em
Terapia Focada na Compaixão (UK & USA).
• Especialista em Terapia Cognitivo-
Comportamental; formação e certificação
internacional em Terapia do Esquema.
• Fundadora do @terapia.com.paixao, primeira
plataforma de compartilhamento e ensino de TFC
no Brasil.
• Membro da Associação Mente Compassiva Brasil.
O começo de tudo....

O que te trouxe aqui?


Entendendo a sua presença:
• Intenção: o que eu quero?
• Objetivo: por que eu quero?
• Motivação: por que isso é importante/tem valor pra mim?
Agenda
• História da TFC
• O que é a TFC
• Definição de compaixão
• O que é uma motivação e por que é tão importante na TFC
• Psicologia evolucionista
• As duas psicologias da compaixão
Agenda
• Fluxos de compaixão
• Medos, bloqueios e resistências à compaixão
• Sistemas de regulação do afeto
• Como funciona a TFC
• Quem é o terapeuta focado na compaixão
• Fechamento
História da Terapia Focada na Compaixão
• Foi desenvolvida por Paul Gilbert para ajudar as pessoas a lidarem
com o auto criticismo e a vergonha.

• Ao trabalhar como psicólogo clínico, Gilbert percebeu a dificuldade


dos pacientes em deixar o tom dos diálogos internos mais acolhedor.
História da Terapia Focada na Compaixão
• Além disso, Gilbert percebeu que focar evidências contrárias às
crenças centrais muitas vezes aumentava a ansiedade e o auto
criticismo dos pacientes.

• Inicialmente, ele tentou ajuda-los a tentar substituir o tom desses


pensamentos para um mais doce e cândido...

• O que foi muito mais difícil do que parecia!


Exercício: testando o tom do pensamento
• “Estou tendo dificuldades com meus pacientes. ”

- Raiva
- Vergonha
- Tristeza
Resposta empática
História da Terapia Focada na Compaixão
• Os pacientes que conseguiam fazer essas mudanças atingiam um
nível impressionante de bem-estar e saúde psíquica.

• Por que o tom do pensamento impactava tão fortemente na saúde


emocional?

• Por que é tão difícil para as pessoas se tratarem bem?

• Por que nenhuma psicoterapia olhava para isso?


História da Terapia Focada na Compaixão
• Então começou um mergulho...

• Psicologia Evolucionista
• Primatologia
• Teoria do Apego
• Práticas contemplativas
• Terapias cognitivo-comportamentais
• Mindfulness
• .....
Terapia Focada na Compaixão
Terapia Focada na Compaixão
• “Focada”: abordagem psicoterapêutica com foco no desenvolvimento
das habilidades e competências necessárias para a regulação da
sensação de ameaça, aumento do bem-estar e da pro socialidade.

• Diferente de outras abordagens, a TFC também visa o


desenvolvimento de habilidades e competências para que as pessoas
possam experimentar as sensações de conexão e afiliação.
Terapia Focada na Compaixão
• Gerar intencionalmente essas sensações com relação à si e aos
outros, bem como o reconhecimento que os outros sentem isso por
nós e por si mesmos, pode nos ajudar a ter um funcionamento social
ideal.
Exercício
• “Doces momentos”
Mas afinal... O que é compaixão?
• “Sensibilidade ao sofrimento, com o comprometimento
em alivia-lo e preveni-lo” (Gilbert, 2021).
Compaixão começa com uma “caída na real”...

• “O insight que constrói sabedoria”:

• Todos nós nascemos, crescemos, decaímos e morremos.


• Somos suscetíveis a diversos danos e doenças...

• A vida é trágica: recheada dor e impermanência.


O sofrimento é inevitável – e suas causas são
claras!
• Nascemos em um corpo que não escolhemos, com um cérebro que
não conhecemos, com genes que não dominamos…

• Ainda assim (ou especialmente por isso), precisamos dar conta de


tudo isso para (ao menos tentar) ser felizes.
Viver envolve lidar com tragédias!
• E todas as pessoas fazem o melhor que podem para tentar lidar com
tais tragédias.
E o que você faz com isso?
O poder da escolha
• Entrar em contato com a dura realidade do nosso sofrimento requer
uma resposta à ele.

• Compaixão aponta na direção de assumir o controle da nossa própria


vida e fazer decisões sábias.

• Isso ocorre através do desejo por se responsabilizar pelas mudanças


necessárias para que possamos nos engajar no nosso sofrimento e no
dos outros.
“A sabedoria de não se culpar, com o desejo
de se responsabilizar.”
Compaixão NÃO é:
• Pena
• Sacrifício
• Bondade
• Altruísmo
• Amor
• Doação
Compaixão é escolher...
• Enxergar a humanidade da perspectiva do seu contexto

• Entender a evolução e o ciclo natural da vida

• Aceitar nossa humanidade-comum


Compaixão é:

Motivação!

Para aliviar e
Para olhar para
prevenir o
o sofrimento.
sofrimento.
O que é uma motivação?
• Tudo o que fazemos, sentimos, pensamos, desejamos... tem um
motivo.

• A maioria desses motivos são moldados evolutivamente, e adaptados


para a realidade individual moderna.
O que é uma motivação?
• Motivações se relacionam com objetivos, desejos e intenções que
provém do funcionamento da nossa espécie (pertencer ao grupo, ter
relações próximas, manter o status, ter recursos financeiros, etc).
• Emoções são rápidas mudanças de estados fisiológicos, tais como a
raiva, ansiedade, alegria, excitação, etc. Elas nos dão feedbacks
imediatos sobre o ambiente (interno e externo).
• Competências são habilidades mentais que podemos treinar e alterar,
por exemplo: mindfulness, raciocínio, memória, comportamentos
específicos, etc. (Gilbert, 2020).
Por que uma motivação?
• Ao longo da evolução, vários aspectos diferenciaram os seres
humanos de outros primatas.

• Um deles, é o nosso potencial competitivo e destrutivo.

• O outro, e talvez o principal, é a nossa capacidade de colaborar.


Por que uma
motivação?
• Sem cuidado e colaboração, a espécie
humana simplesmente não sobrevive.

• Colaborar significa pensar EM e COM os


outros.
Por que uma motivação?
• Assim, é natural pensar que nosso cérebro evoluiu de forma a
priorizar mecanismos fisiológicos que facilitam esse tipo de interação:

• Nervo vago;
• Oxitocina e vasopressina;
• Epigenética.
Por que uma motivação?
• Além disso, existem os mecanismos de inteligência social humana:

• Consciência do conhecimento/pensamento;
• Consciência empática;
• Conhecimento da intencionalidade.
Por que uma motivação?
• Compaixão emerge como um resultado da evolução da mentalidade
de cuidado (que vem ocorrendo há centenas de milhares de anos)
combinado com a evolução da inteligência social da nossa mente
(extremamente recente e rápida).

• Motivação é algo poderoso, que “organiza nossa mente” e orienta


todos os nossos sentidos.
“Compaixão não é o quê
fazemos; é porquê fazemos”.
Psicologia Evolucionista

• “Nossos problemas começam no


fato de que não sabemos o que
somos e não conseguimos
concordar no que queremos ser”
(Paul Gilbert, 2014).
Psicologia Evolucionista
• A principal base estrutural da Terapia Focada na Compaixão.

• O cérebro humano atual é produto de milhões de anos de evolução:


modificação e adaptação (Gilbert, 1989).

• Somos o somatório de construções genéticas: carregamos cérebros


desenvolvidos para lutar pela sobrevivência e evitar a dor.

• Entretanto, a expressão de nossos genes é moldada socialmente.


Psicologia Evolucionista
• Precisamos aceitar que não escolhemos muito do que pensamos ou
do que sentimos.

• Não é nossa culpa nascer com este cérebro!

• Entretanto, somos responsáveis pelo uso que fazemos dele; bem


como pela mudança de comportamentos/sentimentos que causam
sofrimento (Gilbert, 2010).
Psicologia Evolucionista:
• Cérebro antigo X cérebro novo
Psicologia Evolucionista
• Cérebro antigo: funções vitais, busca pela sobrevivência, evitação da
dor e de perigos. A base de muitas das nossas motivações provém
daqui.

• Cérebro novo: homo sapiens sapiens – consciência dos processos


emocionais e cognitivos; habilidade de gerar estados mentais.
Nosso maior desafio é o nosso cérebro
• Não é criado POR nós, é criado PARA nós.

• Mente “fit”:
Precisamos da compaixão consciente (“mindful”)
para lidar com nosso cérebro complexo
MINDFULNESS
E a respiração
estabilizam e conectam

COMPAIXÃO
Transforma e constrói um novo senso de
identidade
Base Segura e Porto Seguro internos
“Uma mente que não se conhece é perigosa”
Psicologia Evolucionista
• Compaixão envolve o (re)conhecimento das dificuldades e belezas da
natureza humana.

• Dessa forma, conhecer o funcionamento da mente e do cérebro é


fundamental para a CFT.
A mente é “multi-self”
Guerra Paz
Tribalismo As sementes da Equanimidade
Ganância Justiça
mente…
Abuso Cuidado
Crueldade
Que nós mesmos
Cura
Escravidão cultivamos
Liberdade
Tortura Calidez
Sadismo Proteção
Ódio Perdão

Reconhecer os problemas sérios que a


humanidade tem com o cérebro
humano
Compaixão requer
CORAGEM e DEDICAÇÃO.
Duas psicologias da compaixão:
• CORAGEM: para perceber, compreender e envolver-se com o
sofrimento – olhando para suas causas (engagement -
envolvimento).

• DEDICAÇÃO: trabalhar para aliviar e prevenir o sofrimento, bem


como para adquirir sabedoria e habilidades para tal (alleviation -
alívio).
Psicologia do Envolvimento
• Diz respeito à quão propensos estamos a nos envolver na
experiência do sofrimento. Para que isto é ocorra, é necessário:

• Estar sensível ao aparecimento do sofrimento;


• Ter motivação para cuidar do bem-estar, aliviar e/ou prevenir o
sofrimento;
• Ter simpatia por si e pelos outros durante os momentos difíceis.
Psicologia do Envolvimento
• Ter empatia para refletir sobre o sofrimento e compreender a
experiência;

• Adotar uma postura de não-julgamento;

• Tolerar o desconforto.
Psicologia do Alívio
• Para aliviar e prevenir o sofrimento, é necessário treinar a “mente
compassiva”.

• A mente compassiva é composta de alguns atributos que devem ser


desenvolvidos ao longo do tratamento.

• Para que este desenvolvimento ocorra, são necessárias algumas


habilidades:
Psicologia do Alívio
• Engajar-se em pensamentos compassivos;
• Focar a atenção no presente de forma compassiva;
• Usar a imaginação para evocar sabedoria, força, aconchego,
pertencimento e comprometimento com bem-estar;
• Permanecer aberto a experiências sensórias tranquilizantes;
• Acessar ou entrar em contato com sentimentos de autocompaixão
(tais como: contentamento, conexão e segurança);
• Ter comportamentos auto compassivos de forma intencional.
Os fluxos da compaixão
• Dos outros para si: receber compaixão dos outros

• De si para os outros: ser compassivo com os outros

• De si para si mesmo: auto compaixão


Exercício: “recebendo compaixão de outros”
• Sentado confortavelmente, regule a sua respiração.
• Lembre-se de um dia em que você estava sofrendo ou estressado(a),
e alguém demonstrou compaixão por você.
• Como essa pessoa fez isso? Como você se sentiu ao receber isso?
• O que você sente agora, ao trazer isso para a sua memória?
Exercício: envolvimento compassivo com os
outros
• Traga à mente alguém com quem você se importa, que está passando
por dificuldades ou um momento difícil.
• Fique atento aos sentimentos que você tem quando se envolve com a
situação dele/dela.
• Agora foque no seu desejo sincero de que essa pessoa possa construir
e utilizar os seus próprios recursos internos para passar pelas
dificuldades, e para que seja capaz de pedir e receber a ajuda de que
necessita.
Exercício: amigo compassivo (autocompaixão)
• Feche os olhos, sente de forma relaxada e regule a respiração.
• Lembre de alguma situação onde se sentiu sozinho, desamparado,
ameaçado, triste ou desmotivado.
• O que você precisava ouvir naquele momento?
• Como gostaria de se sentir?
• Como você se sente ou se falar essas coisas?
Existe excesso de compaixão?
• A literatura é controversa... Mas existe um consenso:

• O perigo mora no desequilíbrio entre os fluxos.

• “O problema não é a compaixão que destinamos aos outros, e sim a


falta de compaixão por nós mesmos” (Gabor Maté, 2021).
Medos, bloqueios e resistências à compaixão
• São normais e deve-se falar abertamente sobre eles na terapia:
grandes obstáculos para o vínculo e para o processo terapêutico.

• Como o paciente pode se abrir para receber ajuda, se não sabe como
“isso” funciona?
Medos, bloqueios e resistências à compaixão
• Tabus, problemas de interpretação, preconceito, traumas de apego,
medo das vulnerabilidades...

• Tudo nos leva a eles:


• Auto criticismo é um
comportamento de
segurança, e não uma
distorção cognitiva.
Possíveis funções para o auto criticismo:
• Alerta para ameaças
• Auto correção/promoção de melhorias
• Repetição de uma memória ou hábito
• Evitar agressões
• Link com a identidade (que tipo de pessoa serei se não estiver me
autocriticando?)
• Estratégia de regulação emocional (tentativa de se livrar dos
sentimentos negativos)
Vídeo: Alfred & a sombra
• Compaixão pelo autocriticismo é ver além dele; muitas vezes
entrando em sentimentos de vergonha, inferioridade e rejeição.
Os sistemas de regulação do afeto
(modelo dos três círculos)
• De acordo com Paul Gilbert (2010), três grandes sistemas de
regulação do afeto influenciam até hoje o nosso desenvolvimento:

• Sistema de defesa-ameaça
• Sistema de procura de recursos e recompensas
• Sistema de tranquilização
Os sistemas de regulação do afeto
(modelo dos três círculos)
Soothing
Drive Propósito: manejar o estresse e
Propósito: motivar na busca por promover a conexão
recursos Ativa: córtex pré-frontal, oxitocina,
Ativa: dopamina, núcleo accumbens opióides

Sentimentos: desejar, perseguir, Sentimentos: contentamento,


Threat
conquistar, progredir segurança, proteção, cuidado,
Propósito: detectar ameaças & segurança
proteção “Better safe than sorry”
Ativa: amigdala, adrenalina,
cortisol
Sentimentos: ansiedade, raiva,
nojo, medo
Os sistemas de regulação
do afeto
(modelo dos três círculos)
• É fundamental entendermos como cada sistema
organiza a mente das pessoas, pois é só através
deste entendimento que poderemos
compreender e trabalhar com o sofrimento.

E a Laura fará isso com maestria na aula dela!


Quem somos nós, os terapeutas focados na compaixão?
Como é “fazer” TFC?
• Terapia Focada na Compaixão pressupõe a transição de uma
abordagem protocolar para uma abordagem vivencial e fluída.

• TFC é sobre entender os processos – e assim tomar decisões


terapêuticas! Não é sobre seguir regras ou manuais.

• Isso implica em deixar o paciente fazer o seu trabalho: nós


direcionamos, o paciente verbaliza/sente/experencia.
Como é “fazer” TFC?
• O contrato de terapia não pode incluir “se livrar” de coisas: isso gera
monitoramento por parte do paciente e auto criticismo e sobrecarga
para o terapeuta.

• O terapeuta é autoridade na psicoterapia, e o paciente é autoridade


na sua vida.

• IMPORTANTE: Autoridade é diferente de autoritarismo! O primeiro


gera segurança, enquanto o segundo gera exatamente o oposto.
Como é “fazer” TFC?
• “Não podemos caminhar pela criança, mas podemos estar ao seu
lado a ensinando e encorajando”.

• Olhar para a relação terapêutica e o sistema de apego do paciente é a


chave para a TFC.
Como é “fazer” TFC?
• Um dos principais objetivos da TFC é estimular o desenvolvimento da
compaixão através das mentalidades sociais de cuidado.

• Para que isso ocorra, as pessoas precisam se sentir seguras,


protegidas e conectadas.
Como é “fazer” TFC?
• Uma avaliação inicial bem fundamentada, com dados sobre o estilo
de apego do paciente e os seus medos, bloqueios e resistências aos
três fluxos da compaixão é essencial para um bom trabalho.
• Através dessa avaliação, o terapeuta pode antecipar e prevenir
dificuldades futuras.
Como é “fazer” TFC?
• Assim como pais que reasseguram, protegem, tranquilizam e dão
segurança (porto seguro), o psicoterapeuta faz o intermédio
entre o paciente e o mundo externo: guia descobertas, previne
riscos, promove o desenvolvimento de habilidades para lidar com
as dificuldades, encoraja e tranquiliza (base segura).
Como é um terapeuta focado na compaixão?

• Acolhedor. • Corajoso. • Espontâneo.

• Validante. • Comprometido. • Bem humorado.

• Humano. • Sincero. • Divertido.


• Aberto. • Compassivo.
• Brincalhão.
Uso do humor na
psicoterapia

• Cria uma atmosfera de


conexão e proximidade;
• Promove um contexto de
segurança e proteção;
• Facilita a transposição de
medos, resistências e
bloqueios.
Pontos chave da Terapia Focada na
Compaixão
• 1: o cérebro humano se desenvolveu para o processamento social, e estes
mecanismos devem ser compreendidos e integrados em psicoterapia.
• 2: dentre os processos centrais de regulação das emoções e da noção do
“eu”, estão aqueles vinculados aos nossos papeis sociais, tais como status,
senso de pertencimento e afiliação, e as mentalidades de cuidado.
• 3: diversas dificuldades psicológicas e emocionais estão enraizados em
problemas relacionais, tais como dificuldade em se sentir querido e
dificuldade em querer bem aos outros e à si mesmo.
• 4: ajudar os pacientes com esses aspectos pode ajuda-los com problemas
relacionados ao humor, ao comportamento e também com as dificuldades
oriundas do autocriticismo e a vergonha (Gilbert, 2014).
“Que eu possa
ajudar, e não
prejudicar”.
“May I be helpful, not harmful”.
OBRIGADA!
Que seja o início de uma linda jornada compartilhada

Carolina Halperin
@terapia.com.paixao
Referências
• Gilbert, P. The compassionate mind: A new approach to life's challenges. New
Harbinger Publications, 2010.
• Gilbert, P. The origins and nature of compassion focused therapy. British Journal
of Clinical Psychology (2014), 53, 6–41
• Gilbert, P., and Mascaro, J. (2017). “Compassion: fears, blocks, and resistances:
an evolutionary investigation,” in The Oxford Handbook of Compassion Science,
eds E. M. Seppälä, E. Simon-Thomas, S. L. Brown, M. C. Worline, L. Cameron, and
J. R. Doty (New York, NY: Oxford University Press), 399–420
Referências
• Gilbert, P. Compassion: From Its Evolution to a Psychotherapy. Front.
Psychol., 09 December 2020
• Gilbert, P. Creating a Compassionate World: Addressing the Conflicts
Between Sharing and Caring Versus Controlling and Holding Evolved
Strategies. Front. Psychol., 10 February 2021
• Maté, G. Helper Syndrome: When Are We Enough?. Psychotherapy networker,
September/October 2021
• Longe, O., Maratos ,F. A., Gilbert, P., Evans, G., Volker, F., Rockliffe, H., & Rippon,
G. Having a word with yourself: Neural correlates of self-criticism and self-
reassurance. NeuroImage, 49, 1849–1856 (2010).
Referências
Referências

Você também pode gostar