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1.1.

Ensinar exige rigorosidade metódica

“UMA de suas tarefas primordiais é trabalhar COM os educandos a rigorosidade metódica com
que devem se APROXIMAR dos objetos cognoscíveis”

Ensinar não se esgota no tratamento do objeto ou do conteúdo, superficialmente feito, mas se


alonga a produção das condições em que aprender criticamente é possível.

[...] exige a presença de educadores e de educandos criadores, instigadores, inquietos,


rigorosamente curiosos, humildes e persistentes.

[...] nas condições de verdadeira aprendizagem os educandos constroem e reconstroem o


saber ensinado, ao lado do educador, igualmente sujeito no processo.

Um professor critico não é um memorizador de discursos, não é mecânico e não se desassocia


da realidade vivenciada.

“Uma das condições necessárias a pensar certo é não estarmos demasiado certos de nossas
certezas”

“O professor que pensa certo deixa transparecer aos educandos que uma das bonitezas de
nossa maneira de estar no mundo e COM o mundo, como seres históricos, é a capacidade de,
intervindo no mundo, conhecer o mundo. ”

DODISCENCIA = docência-discencia, o que ensina aprende ao ensinar e o que aprende ensina


ao aprender.

1.2. Ensinar exige pesquisa

Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino (Faz parte da natureza da prática docente
a indagação, a busca, a pesquisa.)

“Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo”

“A curiosidade tornando-se mais e mais metodicamente rigorosa, transita da ingenuidade para


a curiosidade epistemológica”

1.3. Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos

- Cabe a escola o dever de não só respeitar os saberes com que os educandos chegam a ela,
mas também discutir com os alunos a razão de ser de alguns desses saberes em relação com o
ensino dos conteúdos.

“Por que não estabelecer uma intimidade entre os saberes curriculares fundamentais aos
alunos e a experiência social que eles têm como indivíduos? ”

1.4. Ensinar exige criticidade

Não há entre o saber de pura experiência feito e o que resulta de procedimentos


metodicamente rigorosos uma ruptura, mas uma superação. E essa se dá a medida que a
curiosidade ingênua se criticiza, transformando-se em curiosidade epistemológica.

A curiosidade “muda de qualidade, mas não de essência ”

A curiosidade como inquietação indagadora, faz parte integrante do fenômeno vital.


“Não haveria criatividade sem a curiosidade que nos move e que nos põe pacientemente
impacientes diante do mundo que não fizemos, acrescentando a ele algo que fazemos. ”

É necessário o desenvolvimento da curiosidade crítica, insatisfeita e indócil.

1.5. Ensinar exige estética e ética

“A necessária promoção da ingenuidade a criticidade não pode ou não deve ser feita a
distância de uma rigorosa formação ética ao lado sempre da estética. Decência e boniteza de
mãos dadas”

“Uma crítica permanente aos desvios fáceis com que somos tentados”

“Estar longe ou, pior, fora da ética, entre nós, mulheres e homens, é uma transgressão. É por
isso que transformar a experiência educativa em puro treinamento técnico é amesquinhar o
que há de fundamentalmente humano no exercício educativo: o seu caráter formador. ”

“O ensino dos conteúdos não pode dar-se alheio a formação moral do educando. ”

1.6. Ensinar exige a corporificação das palavras pelo exemplo

“Quem pensa certo está cansado de saber que as palavras a que falta a corporeidade do
exemplo pouco ou quase nada valem. Pensar certo é fazer certo. ”

“O clima de quem pensa certo é o de quem, discordando do seu oponente, não tem por que
contra ele ou contra ela nutrir uma raiva desmedida, bem maior, as vezes, do que a razão
mesma da discordância”

1.7. Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação

“ É próprio do pensar certo a disponibilidade ao risco, a aceitação do novo que não pode ser
negado ou acolhido só porque é novo, assim como o critério de recusa ao velho não é apenas
o cronológico. ”

“Faz parte igualmente do pensar certo a rejeição mais decidida a qualquer forma de
discriminação. A prática preconceituosa de raça, de classe, de gênero ofende a substantividade
do ser humano e nega radicalmente a democracia. ”

“A grande tarefa do sujeito que pensa certo não é transferir, depositar, oferecer, doar ao
outro, tomado como paciente do seu pensar[...] A tarefa coerente do educador que pensa
certo é [...] desafiar o educando com quem se comunica, a quem comunica, a produzir sua
compreensão do que vem sendo comunicado. ”

“O pensar certo, por isso, é dialógico e não polêmico. ”

1.8. Ensinar exige reflexão crítica sobre a prática

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