EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÕES

CRIMINAIS DA COMARCA DE …

A, já qualificado nos autos do processo de execução nº…, por seu advogado que esta
subscreve, vem, respeitosamente perante Vossa Excelência, interpor AGRAVO EM
EXECUÇÃO PENAL, com fundamento no art. 197 da Lei de Execução Penal e súmula 700
do Supremo Tribunal Federal.

Requer seja recebido e processado o presente recurso, e, caso Vossa Excelência não se
retrate, conforme disposto no art. 589, do CPP, que seja encaminhado com as inclusas
razões ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de … .

Termos em que
Pede deferimento.

Local, 10 de dezembro de 2021.

Advogado
OAB nº…
RAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO

Processo de execução nº…

Agravante: A
Agravado: Justiça Pública

Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
Douta Procuradoria de Justiça

Em que pese o indiscutível saber jurídico do Meritíssimo juiz a quo, impõe-se a

reforma da da respeitável decisão que indeferiu o pedido de livramento condicional do
Agravante, pelas razões de fato e direito a seguir expostas.

I - DOS FATOS

A, professor de natação, após convidar uma de suas alunas para tomar um suco
após a aula, estuprou-a em um bosque, utilizando-se de violência.
Foi processado pelo crime do art. 213 do CP e não se mostrou humilde ao longo da
instrução.
A está já cumpriu ⅔ da pena, tem comportamento prisional exemplar e subsiste do
trabalho. Requereu o livramento condicional, o qual foi negado pelo Juiz da Execução.

II - DO DIREITO

Merece reforma a decisão do Juiz a quo, haja visto ter negado o livramento
condicional, que é um direito subjetivo do Agravante, mesmo este tendo todos os requisitos
necessários para tanto, conforme previsto pelo art. 83, do Código Penal.
O art. 83 do CP dispõe que poderá ser concedido o livramento condicional ao
condenado por pena privativa de liberdade igual ou maior que dois anos, desde que
cumpridos alguns requisitos. Observa-se que o Agravante foi condenado pela prática do
crime previsto pelo art. 213 do CP, ou seja, estupro. Tal crime é considerado hediondo, foi
praticado mediante o uso de violência e tem pena máxima superior a dois anos.
Dessa forma, para que faça jus ao livramento condicional, A deveria ter cumprido
mais de ⅔ da pena, além de demonstrar bom comportamento ao longo da execução, bom
desempenho no trabalho que lhe foi atribuído, a aptidão para subsistir de trabalho honesto e
o não cometimento de falta grave nos últimos 12 meses, conforme determina o art. 83,
incisos III e V, CP. Além disso, é necessário também que o condenado tenha reparado o
dano causado, salvo na impossibilidade de fazê-lo, conforme o inciso IV do art. 83 do CP.
No caso em tela, o Agravante já cumpriu mais de ⅔ da pena, bem como indenizou a
vítima pelo ocorrido. Ademais, A apresenta um comportamento prisional exemplar,
recebendo, inclusive, elogios do diretor da unidade prisional. Apresenta, também, ótimo
desempenho no trabalho, subsistindo deste.
Assim, nota-se que o Agravante preenche todos os requisitos para a concessão do
livramento condicional, sendo possível presumir através de suas condições pessoais ao
longo da execução, que não voltará a delinquir,conforme exigido pelo parágrafo único do
art. 83 do CP.
Portanto, equivoca-se o Juiz a quo ao utilizar-se do comportamento do Agravante
durante o curso do processo criminal como motivo para a não concessão de livramento
condicional, visto que este não é um requisito para o deferimento do benefício. O
condenado deve demonstrar bom comportamento no curso da execução da pena, em nada
influenciando seu comportamento pregresso nesse quesito. Resta, portanto, cristalino o
direito de A ao livramento condicional.
Deve, então, ser reformada a sentença proferida pelo juizo a quo, concedendo, por
fim, o livramento condicional ao Agravante, com base no art. 83, do CP.

III - DO PEDIDO

Diante o exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso, para que seja
reformada a sentença e concedido o livramento condicional ao Agravante.

Termos em que
Pede deferimento.

Local, 10 de dezembro de 2021.

Advogado
OAB nº…