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CURSO DE SAÚDE PÚBLICA COM ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE

MENTAL -DMPS da FCM - UNICAMP

TRABALHO DE INTERVENÇÃO:

“A utilização do Apoio Matricial como dispositivo para a formação da rede de

Saúde Mental”

Andrea Ruzzi Pereira

Cláudia Ribeiro Fernandes

Rosilene Fátima Donato

Taís Coelho Peres

Santa Rita do Passa Quatro

Junho, 2007
SUMÁRIO

I. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 3

I.1. JUSTIFICATIVA ........................................................................................... .4

II. O CAPS E A REDE DE ATENÇÃO EM SAÚDE......................................... 5

II. 2. A Saúde Mental e a Atenção Básica ............................................................6

II. 3. Clínica Ampliada, Apoio Matricial e Equipes de Referência ................... 6

III: MÉTODO ......................................................................................................... 9

III.1. Caracterização da Micro-região........................................................9

III. 2. Procedimentos ..................................................................................11

III. 3. Desenvolvimento da Intervenção ................................................... 13

VI: CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................18

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................19

ANEXOS..................................................................................................................20

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DEDICATÓRIA

Este trabalho de intervenção é dedicado a todos os usuários dos serviços de

saúde mental que inspiraram nossas reflexões e possibilitaram nosso

aprimoramento profissional.

A todos eles, nosso profundo respeito e gratidão.

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AGRADECIMENTOS

A Lílian Miranda que nos acompanhou e instrumentalizou para o

desenvolvimento deste trabalho. A ela, nossa fome.

As diretoras dos Hospitais Próprios do Estado de São Paulo pela conquista e

realização deste CESM. Em especial a Sra. Elaine Maria Covre, diretora do CAIS-SR,

A Rosana Onocko e Juarez Furtado, coordenadores deste CESM, pelo empenho

durante todo nosso percurso.

Aos apoiadores do CESM, Juarez, Francisco, Luiz Gulherme, Mariana e Lílian

Aos funcionários do SERCOM

Ao CAIS-SR

A todos os serviços de saúde de Santa Rita, Porto Ferreira e Descalvado

Enfim, a todos que de alguma maneira puderam contribuir para esta conquista do

grupo.

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I. INTRODUÇÃO

O interesse em realizar este trabalho de intervenção nos serviços comunitários

(SERCOM) do CAIS-SR partiu da prática clínica e gerencial do grupo de alunas nele

envolvidas, em que no decorrer de nossos trabalhos diários, temos nos deparado com

problemas que afetam os nossos serviços, que impactam diretamente os profissionais e

usuários que atendemos, pela existência de uma rede de atenção à saúde mental precária

e ineficiente.

Encontramos limitações na intervenção com usuário, na resolutividade das

demandas, gerando sentimento de impotência ao não conseguirmos encaminhar os

casos, pois sabemos que os municípios não possuem atendimento em Saúde Mental.

Isso nos faz manter os usuários sob os nossos cuidados, na tentativa de uma melhor

resolutividade, reproduzindo práticas que mantém esse círculo na dificuldade da

formação da rede.

A literatura mostra que é possível realizar um trabalho, onde o CAPS como

organizador da rede de atenção em saúde mental pode ajudar a transformar o modo de

atendimento aos usuários, com a ampliação da clínica na forma de acolher e cuidar das

pessoas portadoras de transtorno mental (CAMPOS & DOMITTI, 2007; GOMES,

2006; GOMES, 2006

Também é possível a qualificação da assistência em saúde mental não só no

nosso local de trabalho, mas em toda a rede, partindo dos profissionais que agora se

especializam no apoio matricial para os serviços do CAIS e da rede de saúde, para que

os trabalhadores envolvidos partilhem dessa nova forma de pensar e agir em saúde

mental, dadas às possibilidades de intervenção e que todos os profissionais da saúde,

incluindo atenção básica, realizam diariamente.

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Desta forma, este estudo teve por objetivos implementar a formação da rede de

atenção em saúde mental nos municípios da micro-região (Porto Ferreira, Descalvado e

Santa Rita do Passa Quatro) além de subsidiar os serviços extra-CAIS-SR através do

Apoio Matricial.

I. 1 JUSTIFICATIVA:

No manejo das necessidades de atenção em saúde ao usuário dos Serviços

Comunitários do CAIS-SR são observadas dificuldades em estabelecer uma rede de

atenção capaz de suprir tais necessidades, ou seja, dificuldades em otimizar os recursos

oferecidos pelos serviços dos CAIS-SR e pelos municípios de Santa Rita, Porto Ferreira

e Descalvado, de modo que se priorize a atenção ao indivíduo, entendido não como um

ser doente, mas como um sujeito inserido em um contexto.

As dificuldades acima referidas residem na falta ou inadequação da

comunicação entre os serviços, com conseqüente desconhecimento de um serviço pelo

outro dentro do CAIS-SR, bem como dos serviços da comunidade; na priorização das

normas e padronizações presentes no cotidiano dos serviços que dificultam a assistência

integral ao usuário; na ênfase dada à atenção à doença ao invés da prevenção de doenças

e promoção da saúde. Isso leva ao deslocamento do sujeito para fora do foco principal

de atenção, o que faz com que os serviços mostrem-se fechados em si mesmos,

trabalhando numa lógica de auto-suficiência, se preocupando mais com o cumprimento

de protocolos do que com as necessidades dos pacientes. Essa lógica dificulta que os

usuários reconheçam e expressem necessidades que não seriam contempladas dentro do

serviço. Consequentemente, eles não desenvolvem potencialidades.

Diante das dificuldades expostas, após o desmembramento do trabalho inicial do

grupo de Santa Rita do Passa Quatro, justifica-se que este sub-grupo fique responsável

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pela intervenção na rede de saúde mental da micro-região, por serem os profissionais

inseridos no projeto dos serviços comunitários do CAIS-SR e atuarem diretamente com

a rede de saúde mental destas cidades.

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II. 1 O CAPS E A REDE ATENÇÃO EM SAÚDE

Segundo a cartilha do Ministério da Saúde (2004) “Saúde Mental no SUS: Os

Centros de atenção Psicossocial”, os CAPS são instituições destinadas a acolher os

pacientes com transtornos mentais, estimular sua integração social e familiar, apoiá-los

em suas iniciativas de busca de autonomia, oferecer-lhes atendimento médico e

psicológico. Sua característica principal é buscar integrá-los a um ambiente social e

cultural concreto, designado como seu “território”, o espaço da cidade onde se

desenvolve a vida quotidiana de usuários e familiares.

Os CAPS, dentro da atual política de saúde mental do Ministério da Saúde, são

considerados dispositivos estratégicos para a organização da rede de atenção em saúde

mental. A atenção em saúde mental deve ser feita dentro de uma rede de cuidados.

Estão incluídos nessa rede a Atenção Básica, as residências terapêuticas, os

ambulatórios, as oficinas terapêuticas e de trabalho, os centros de convivência, os clubes

de lazer, entre outros. Deve ser um serviço que resgate as potencialidades dos recursos

comunitários à sua volta, pois todos esses recursos devem ser incluídos nos cuidados em

saúde mental. A reinserção social pode se dar a partir do CAPS mas sempre em direção

à comunidade.

Os CAPS, por se constituírem em um novo modelo assistencial substitutivo e

comunitário devem atuar na perspectiva do movimento da reforma psiquiátrica que,

segundo Pedro Gabriel Delgado (apud MS, 2006, p.16):

“Diz respeito também à mudança de conceitos, à mudança até do imaginário


social sobre a questão da loucura, diz respeito à construção e à busca de um novo
lugar social para esses segmentos, para os quais a sociedade só construiu, ou só vinha
construindo, espaço de segregação institucional”.

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II. 2. A Saúde Mental e a Atenção Básica

Segundo a cartilha do Ministério da Saúde (2004) “Saúde Mental no SUS: Os

Centros de Atenção Psicossocial”, a realidade das equipes de Atenção Básica

demonstra que, cotidianamente, elas se deparam com problemas de “saúde mental”. Por

sua proximidade com famílias e comunidades, as equipes de Atenção Básica são um

recurso estratégico para o enfrentamento de agravos vinculados ao uso abusivo de

álcool, drogas e diversas formas de sofrimento psíquico. Nesse sentido, será sempre

importante e necessária a articulação da saúde mental com a Atenção Básica.

As ações de saúde mental na Atenção Básica devem obedecer ao modelo de

redes de cuidado, de base territorial e atuação transversal com outras políticas

específicas e que busquem o estabelecimento de vínculos e acolhimento. Essas ações

devem estar fundamentadas nos princípios do SUS e nos princípios da Reforma

Psiquiátrica. (M.S.2004).

Para que as ações de saúde mental sejam desenvolvidas na Atenção Básica e

demais serviços de saúde, é fundamental a capacitação destas equipes. Nesse contexto, é

primordial que sejam desenvolvidas capacitações para a criação de projetos e relações

terapêuticas, voltadas à promoção da autonomia dos usuários, e a participação da

família como parceira no tratamento.

Segundo o Ministério da Saúde (2005, p6), visando o estímulo para a formação

permanente e não somente para capacitações pontuais, as equipes de apoio matricial

também podem trabalhar na linha da formação continuada e em serviço, discutindo

casos e textos junto às equipes da atenção básica.

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II. 3. Clínica Ampliada, Apoio Matricial e Equipes de Referência

Instituir uma atenção em saúde de forma mais humanizada, de modo que a

ênfase da atenção seja o Sujeito concreto e seu contexto (CAMPOS, 1997) e não mais a

doença é o que Campos (1997) denomina Clínica do Sujeito, ou Ampliada.

Clínica Ampliada seria aquela que agregasse às suas práticas a avaliação de

risco, não somente epidemiológico, mas também social e subjetivo do usuário, ou grupo

em questão, responsabilizando-se pelas necessidades concretas dos seus usuários

(ONOCKO CAMPOS, apud GOMES, V.G.,2006).

A responsabilização compartilhada dos casos exclui a lógica do

encaminhamento, pois visa aumentar a capacidade resolutiva de problemas de saúde

pela equipe local. Assim, ao longo do tempo e gradativamente, também estimula a

interdisciplinariedade e a ampliação da clínica na equipe. A ampliação da clínica

significa o resgate e a valorização de outras dimensões, que não somente a biológica e a

dos sintomas, na análise singular de cada caso.

A prática da Clínica Ampliada propõe a diminuição da medicalização e da

psiquiatrização. Isso se torna possível na medida em que as equipes se propõem a

discutir casos comuns aos serviços, considerando as questões subjetivas, para a partir

daí compor estratégias em conjunto para o enfrentamento de problemas.

Para Campos & Domitti (2007), o apoio matricial em saúde objetiva

assegurar retaguarda especializada a equipes e profissionais encarregados da atenção a

problemas de saúde. Trata-se de uma metodologia de trabalho. Sendo assim, o Apoio

Matricial, segundo os autores Campos & Domitti (2007), tem como proposta oferecer

retaguarda assistencial e suporte técnico pedagógico às Equipes de Referência

(CAMPOS & DOMITTI, 2007).

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Campos & Domitti (2007) definem o apoiador matricial como sendo um

especialista que tem um núcleo de saber e um perfil distintos daqueles dos profissionais

que compõem as equipes de referência, mas que pode agregar conhecimentos e mesmo

contribuir com intervenções que aumentem a capacidade resolutiva da equipe

inicialmente responsável pelo caso.

O apoio matricial constitui um arranjo organizacional que visa outorgar suporte

técnico em áreas específicas às equipes responsáveis pelo desenvolvimento de ações

básicas de saúde para a população. Nesse arranjo, a equipe responsável compartilha

alguns casos com a equipe de saúde local. Esse compartilhamento se produz em forma

de co-responsabilização pelos casos, que pode se efetivar através de discussões e

atendimentos junto às famílias e comunidades ou em atendimentos conjuntos.

Para Campos & Domitti (2007), o método do apoio matricial depende da

existência de espaços coletivos, ou seja, do estabelecimento de algum grau de co-gestão

ou de democracia institucional. O apoio pressupõe a constituição de uma relação de

vínculo e confiança entre equipe e apoiadores. Para tanto, há que se ter um trabalho

sistemático e contínuo.

Ainda nesse sentido, para o MS (2004b), o apoio matricial é uma forma de

organizar e ampliar a oferta de ações em saúde, que lança mão de saberes e práticas

especializadas, sem que o usuário deixe de ser cliente da equipe de referência.

De acordo com Campos & Domitti (2007), Equipe de Referência “é um arranjo

organizacional que busca deslocar o poder das profissões e corporações de especialistas,

reforçando o poder de gestão da equipe interdisciplinar”, de modo a fazer coincidir a

unidade de produção com a unidade de gestão (CAMPOS & DOMITTI, 2007).

Figueiredo (2006) afirma que as Equipes de Referência são as responsáveis pela

ampliação da clínica, elaborando Projetos Terapêuticos singularizados a médio e longo

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prazo, promovendo o vínculo e a responsabilização e, portanto, quebrando a lógica dos

encaminhamentos desnecessários (p.28).

Para Figueiredo (2006) o objetivo é obter uma “transposição de saberes”,

visando entender o sujeito de forma integral, alcançando os diferentes aspectos de sua

vida.

Segundo Furtado (2001), o modelo de atenção de equipes de referência possui


como tripé de sustentação a particularização da atenção, intervenções centradas nas
demandas individuais dos pacientes e no estímulo ao vínculo entre pacientes e membros
da equipe.
Esse modelo se efetiva através do Projeto Terapêutico Individual (P.T.I.), que
tem por principal objetivo particularizar a atenção oferecida aos pacientes, contrapondo-
se a tradicional coletivização que sempre organizou as rotinas dos hospitais
psiquiátricos.
Furtado (2001) refere que o P.T.I. deve ser elaborado sempre que possível junto
do próprio paciente e seus familiares, permitindo a troca e a transparência do processo
de reabilitação psicossocial. Tais projetos também devem ser discutidos entre
profissionais da equipe, para torná-los mais ricos e abrangentes. Cada profissional
acompanha os pacientes de que é referência através de reuniões semanais e de ações
específicas. Ele é responsável por encaminhar e acompanhar o indivíduo, mas não por
realizar sozinho todas as ações que o usuário necessita.
O que caracteriza o papel do referência, segundo Furtado, é o fato de um
profissional tomar para si o encargo de planejar, acompanhar e avaliar o conjunto de
ações terapêuticas que deverão potencializar o processo de reabilitação psicossocial.
A interação entre campos e núcleos de competência e responsabilidade num
trabalho interdisciplinar, possibilita a troca de saber entre a equipe, diminui a tensão
para a verticalidade entre diferentes categorias e, principalmente, viabiliza a realização
de tarefas fundamentais para a reabilitação do paciente (FURTADO, 2001).
O trabalho interdisciplinar toma relevância nesse processo. Furtado (2001)
aponta que a centralidade do processo de reabilitação no paciente em um profissional de
referência origina dúvidas que levam a uma necessária troca entre os trabalhadores. As
reuniões semanais da equipe e os espaços informais devem permitir que cada

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profissional contribua para o enriquecimento do campo comum de competência a partir
de conhecimentos oriundos de seu núcleo de responsabilidade.
Segundo Campos e Domitti, para o estabelecimento da relação entre Apoio

Matricial e Equipes de Referência é preciso construir, em conjunto, as diretrizes clínicas

e sanitárias entre equipe e apoiador, prevendo critérios claros de acionamento do apoio e

definindo as responsabilidades da equipe de referência e dos especialistas. (CAMPOS &

DOMITTI, 2007).

Para o Programa Nacional de Humanização (MS, 2004b), o Apoio Matricial(...)

complementa as equipes de referência, pois esta não encaminhará SEUS pacientes, e

sim pedirá apoio. Os serviços de referência/especialidades que darão apoio terão sob

sua responsabilidade o próprio serviço para o qual faz o matriciamento, além dos

usuários deste serviço. (grifos do autor). Assim, o serviço de referência/especialidades

participa junto com as equipes de referência, sempre que necessário, da confecção de

projetos terapêuticos dos pacientes que são tratados por ambas as equipes, e ajuda as

equipes de referência a incorporarem conhecimentos para lidar com outros casos.

Nesse sentido, Figueiredo (2006, p.29) aponta que o Apoio Matricial “só é

possível atrelado a uma forma de organizar os serviços que garanta um sistema de

referência entre profissionais e usuários”, ou seja, Apoio Matricial e Equipe de

Referência devem caminhar juntos.

III. MÉTODO

III.1 Caracterização do Micro-região

A Micro-região é composta pelos municípios de Porto Ferreira, Descalvado e

Santa Rita do Passa Quatro, com população estimada em 120 mil habitantes.

O Serviço de Saúde de Porto Ferreira é composto por 9 Postos de Saúde

distribuídos no município. Esses Postos contam com atendimento médico de Clínica

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Geral e Pediatria. Como o serviço de Porto Ferreira é muito fragmentado o SERCOM só

tem retaguarda do Ambulatório de Saúde Mental, que é formado por uma Assistente

Social, dois Psicólogos e uma Médica Psiquiatra que atende duas vezes por semana. A

cidade de Porto Ferreira também possui um NOTT (Núcleo de Oficinas Terapêuticas e

de Trabalho).

Em Descalvado o Serviço de Saúde é formado por 4 PSF e um Centro de

Atendimento Médico, onde fica o Ambulatório de Saúde Mental. O Ambulatório conta

com duas Psicólogas, uma Assistente Social e uma Enfermeira, não possui médico

Psiquiatra no momento. Conta também com a Casa do Adolescente, que possui duas

Psicólogas e uma Assistente Social. O Município possui uma Psicóloga como

Coordenadora de Saúde Mental o que facilita a comunicação e a formação da rede de

ajuda.

O município de Santa Rita do Passa Quatro conta com dois Postos de Saúde e

um PSF. O Ambulatório de Saúde Mental é formado por uma Psicóloga, uma Assistente

Social e um Médico Psiquiatra. A comunicação entre os serviços de saúde do município

ainda é muito falha.

III. 2 . Procedimentos

Para iniciar o processo de intervenção aqui proposto, foram pensadas ações

para atuar na perspectiva da clínica ampliada a partir de oficinas realizadas com os

trabalhadores que compõem os serviços comunitários do CAIS-SR (caps/nott/nad/nmp).

Vale ressaltar que houve uma conciliação entre as demandas institucionais (momento de

planejamento dos programas) e a proposta de intervenção que esse grupo vem

desenvolvendo. Aproveitamos então a oportunidade para colocarmos em discussão

alguns conceitos que temos tido contato através das aulas e leituras em vários fóruns

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dos quais fazemos parte (reuniões de equipe do CAPS e NOTT, reuniões com outras

gerências do CAIS e direção, reuniões com representantes dos municípios).

Tais oficinas foram realizadas em dois momentos distintos com duração de

quatro horas cada encontro. Na primeira oficina participaram 25 profissionais de nível

universitário e representantes dos profissionais de nível médio (auxiliar de enfermagem

e monitores das oficinas) gerentes que já vinham acompanhado o processo de discussão

e avaliação do programa dos Serviços Comunitários do CAIS-SR.

Inicialmente, ocorreu apresentação dos participantes, seguida de atividade com

dinâmica de aquecimento: “Nem o meu, nem o seu, o nosso” em que cada participante

ia se juntando a outro, dançando no mesmo ritmo, formando grupos até que todos

estivessem dançando juntos. Houve grande adesão à proposta, os participantes

mostraram-se entusiasmados e descontraídos.

Em seguida foi apresentado o material produzido em oficinas anteriores com o

objetivo de contextualizar o processo de construção dos Serviços Comunitários. Nestes

materiais continham as diretrizes, objetivos e metas do SERCOM, bem como, a missão

e o fluxograma (anexos 1, 2 e 3).

Dando continuidade às discussões, formaram-se subgrupos com o objetivo de

rever e avaliar o que deveria ser mantido e/ou alterado, bem como, as ações propostas

para avançar na consolidação dos serviços comunitários.

Cada subgrupo apresentou sua produção que foi colocada para apreciação do

coletivo.

Esta primeira oficina encerrou-se com a avaliação das atividades realizadas

nesse dia e com a data marcada para a próxima etapa, que contaria com a participação

de todos os profissionais para a finalização do plano de ações.

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A consolidação da produção dos subgrupos foi organizada pelos gerentes dos

serviços comunitários. (anexo 4).

Na segunda oficina participaram 93 profissionais que foram informados sobre o

processo iniciado na outra oficina. Para qualificar a discussão, dois profissionais do

CAPS apresentaram palestra sobre Redes Sociais. A seguir os participantes foram

convidados para, em subgrupos, pensarem e proporem operações, responsáveis e o

prazo para cada ação.

As propostas foram compartilhadas, e o material escrito foi recolhido para

consolidação e agrupamento dos dados pelos gerentes, e esta consolidação culminou no

Plano de Ações do SERCOM. (anexo 5)

A partir das oficinas e do Plano de Ações do SERCOM, selecionamos as ações

que trabalharíamos como proposta de intervenção do curso de especialização. A tabela

abaixo mostra as ações selecionadas e seus objetivos, podem auxiliar nesse processo de

mudança e de construção de uma nova forma de trabalhar, baseado na Clínica do

Sujeito. Também apresentamos nessa tabela o primeiro cronograma para o

desenvolvimento destas ações.

Conforme a descrição no “desenvolvimento da intervenção”, as datas do

cronograma não foram cumpridas. O quadro abaixo ilustra as datas atualizadas, estando

o cronograma inicial no anexo 5.

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OBJETIVOS AÇÕES CRONOGRAMA DE AÇÕES
1. Promover 1.1. Efetivar a Em Santa Rita do Passa Quatro, Cláudia está
a inclusão participação dos participando do Conselho Municipal de Saúde como
social e a Serviços representante do CAIS; Em Porto Ferreira, no dia
articulação Comunitários e 19/03 ocorreu uma reunião com a Secretária de Saúde
da rede Assistentes Técnicos na qual participaram Cláudia e Elaine (Diretora do
assistencial de Direção nas CAIS) para negociar a participação de um
no âmbito do reuniões dos representante do CAIS no Conselho.
SUS da conselhos de saúde Em Descalvado a reunião para negociar a participação
micro região dos três municípios no Conselho foi realizada em 14/05/2007, sendo que
(Porto Ferreira, Andrea será a representante do SERCOM no Conselho.
Descalvado e Santa
Rita do Passa Quatro)
1.2 Reativar o Serão enviados convites para os serviços de saúde dos
colegiado de municípios para a 1ª. reunião, a realizar-se no próximo
trabalhadores dos semestre, com o objetivo de reativar o Colegiado dos
serviços dos trabalhadores de saúde da micro-região. Haverá a
municípios da micro participação dos quatro membros do grupo para
região organizar a reunião.

1.3 Elaborar proposta Na reunião acima referida será proposto a divisão dos
de capacitação para profissionais do SER-COM para apoio matricial dos
os trabalhadores do serviços dos 3 municípios e também a capacitação dos
SerCom trabalhadores. Dos membros do grupo: Cláudia será
referência do município de Santa Rita do Passa Quatro,
Taís do município de Porto Ferreira e Rosilene de
Descalvado

1.4 Ampliar a Em março foi realizada uma reunião entre os Serviços


integração dos Comunitários (sendo representados por Andrea, uma
serviços do SerCom assistente social do CAPS e uma psicóloga do grupo de
com a comunidade, Humanização) e a diretora de uma escola estadual, para

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através de parcerias propor o início da parceria entre Saúde e Educação. Em
intersetoriais. 20/03 será estabelecido um acordo formal das ações a
serem realizadas e a inserção dos usuários no Projeto
Escola da Família. São responsáveis por esta ação as
pessoas acima citadas e de Rosilene.

III. 3. DESENVOLVIMENTO DA INTERVENÇÃO

Os diversos membros do CAPS e do NOTT propuseram o apoio matricial às

diferentes equipes dos serviços de saúde da micro-região. Inicialmente pensou-se em

programar a carga horária para encontros semanais e formas de contato para demandas

inesperadas ou intercorrências. Ainda não foi possível este trabalho mais sistematizado,

tendo sido realizado o apoio a partir dos casos que vieram para o CAPS, mas a

sistematização será organizada, por entendermos ser esta a forma mais adequada para a

realização deste trabalho.

Para que ocorresse a co-responsabilização entre os profissionais que fizeram o

apoio matricial de Saúde mental do CAIS-SR e dos demais serviços, estes profissionais

incorporaram atendimento em conjunto e atendimento específico, além de participarem

das iniciativas de capacitação. Nesse sentido, o Ministério da Saúde (2004 e 2005)

sugere algumas ações compartilhadas:

a) Discutir casos identificados pelas equipes da atenção básica que necessitem de

uma ampliação da clínica em relação às questões subjetivas;

b) Criar estratégias comuns para abordagem de problemas comuns;

c) Evitar práticas que levem à psiquiatrização e medicalização de situações

individuais e sociais, comuns à vida cotidiana;

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d) Fomentar ações que visem a difusão de uma cultura de assistência não

manicomial, diminuindo o preconceito e a segregação com a loucura;

e) Desenvolver ações de mobilização de recursos comunitários,buscando construir

espaços de reabilitação psicossocial na comunidade, destacando a relevância

da articulação intersetorial;

f) Priorizar abordagens coletivas e de grupos como estratégias para atenção em

saúde mental , que podem ser desenvolvidas nas unidades de saúde, bem como

na comunidade;

g) Adotar estratégia de redução de danos nos grupos de maior vulnerabilidade;

h) Trabalhar o vínculo com as famílias, tomando-a como parceira no tratamento e

buscar constituir redes de apoio e integração. (MS,2004,p.81; MS, 2005, p7)

Nas ações diárias no CAPS e no NOTT percebemos que a relação com a

Atenção Básica e outros serviços de saúde da região de abrangência do CAIS-SR

deveria ser melhor estabelecida, ou seja, há a necessidade de organização da rede para

que o usuário possa de fato ser o centro das ações desenvolvidas.

Os principais problemas enfrentados nessa relação atual incidem em os

municípios e serviços não se co-responsabilizem na atenção ao usuário, seja em

atividades rotineiras como a supervisão da medicação em casos com tal necessidade,

garantia do transporte em horário adequado para que o usuário possa freqüentar o CAPS

e/ou o NOTT, seja na relação terapêutica com o usuário ou em discussão de casos.

A partir da percepção desses e outros problemas, propusemos ações para que a

equipe do SERCOM pudesse se trabalhar junto com as outras equipes de saúde mental

da micro-região, melhorando a rede de atenção.

Conforme previsto no cronograma, ocorreu no dia 19/03/2007 reunião com a

Secretaria de Saúde de Porto Ferreira, com o objetivo de apresentar o plano de trabalho

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dos Serviços Comunitários do CAIS-SR (CAPS/NOTT/ NAD), bem como, o projeto de

intervenção intitulado “A utilização do Apoio Matricial como dispositivo para a

formação da rede de Saúde Mental”.

Neste dia foi discutido a possibilidade de inserção de um representante dos

Serviços Comunitários no Conselho Municipal de Saúde de Porto Ferreira, com o

objetivo de qualificar a articulação da rede de serviços de Saúde dos municípios de

Santa Rita, Porto Ferreira e Descalvado. Houve boa receptividade, sendo solicitado pela

Secretária de Saúde prazo para encaminhar formalmente a proposta.

A seguir, foi realizado um pequeno histórico a respeito das reuniões que

ocorreram entre trabalhadores dos três municípios, salientando a importância de reativar

este fórum de discussão como um dispositivo para propiciar a formação e a integração

da rede de assistência à saúde mental destes municípios.

Participaram desta reunião Claudia, Elaine (Diretora técnica) e Elza (gerente do

Núcleo de Álcool e Drogas), que será a representante do SERCOM no Conselho de

Saúde de Porto Ferreira.

A participação no Conselho Municipal de Saúde de Porto Ferreira foi

formalizada em junho de 2007 e se efetivará a partir de julho.

A reunião com o município de Descalvado estava marcada para o dia

12/04/2007, mas foi desmarcada pelo município, ocorrendo em 14/05/2007.

Participaram desta reunião Andréia Piccolo, representando Cláudia, Elaine (Diretora

técnica), Elza (gerente do NAD) e Andrea, que será a representante do SERCOM no

Conselho Municipal de Saúde de Descalvado.

A reunião contou com a presença de representantes de vários setores da

Secretaria de Saúde de Descalvado, além do Secretário de Saúde. Assim como em Porto

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Ferreira, foi apresentado o plano de trabalho dos Serviços Comunitários do CAIS-SR

(CAPS/NOTT/ NAD) e o projeto de intervenção.

Também foi discutida a possibilidade de inserção de um representante dos

Serviços Comunitários no Conselho Municipal de Saúde, com o mesmo objetivo

apresentado na reunião de Porto Ferreira e Descalvado. Houve boa receptividade, sendo

aberta à possibilidade de participação já na primeira reunião do Conselho, em

21/05/2007, mas apontamos que gostaríamos que esta decisão fosse levada ao Conselho

nesta data, e participaríamos da reunião de junho. Também fomos convidados a ter

representação no COMAD - Conselho Municipal Anti-Drogas, com início também em

junho.

Como em Porto Ferreira, realizamos um histórico sobre as reuniões que

ocorreram entre trabalhadores dos três municípios e a importância de reativar este fórum

de discussão. O município aceitou prontamente a proposta, inclusive colocando que

possui grande demanda de casos e serviços para serem discutidos.

A reunião programada para o dia 11/04/2207, na qual seria proposta a retomada

do Colegiado dos Trabalhadores, não foi realizada pois houve dificuldade de

compatibilizar agenda.

Na reunião do Conselho Municipal de Saúde de Santa Rita foi apresentada a

proposta de retomada das reuniões de Colegiado, como forma de articular os serviços e

potencializar as ações. Houve boa aceitação da proposta.

Em relação à parceria entre as Secretarias de Saúde e de Educação, a primeira

discussão ocorreu em março, conforme descrita no cronograma de ações. Estava

prevista uma nova reunião para 20/03, para que as propostas fossem formalizadas, mas

por motivo de licença da diretora da escola esta reunião não ocorreu. O grupo envolvido

nesta ação pretende: incluir os usuários que fazem parte do grupo de jornal nas aulas de

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informática oferecidas pelo Projeto Escola da Família; utilizar o espaço do ginásio da

escola para trabalhos psicomotores, que serão realizados pela terapeuta ocupacional

Rosilene e pela fisioterapeuta Débora; utilizar a biblioteca da escola levando os usuários

do CAIS-SR para atividades do Projeto Leia Comigo.

Com a consolidação destas parcerias, pretendemos iniciar uma oficina de teatro

na escola que inclua pessoas da comunidade e usuários do CAIS, além de desenvolver

um trabalho com os professores, para que eles atuem como multiplicadores de

informações sobre saúde mental, para a diminuição dos preconceitos da comunidade.

Andrea, Roberta (Assistente Social do CAPS) e Ceres (Psicóloga do Grupo de

Humanização) elaboraram uma proposta à escola, fizeram contato em 17/05/2007 com

as responsáveis pelo Projeto Escola na Família e agendaram visita para os dias 26 e

27/05, quando foram levados usuários do CAIS-SR para conhecerem as oficinas e

poderem manifestar interesse em participar.

Um membro do grupo de jornal está freqüentando uma escola particular de

informática e os outros membros ainda estão se organizando para formar um grupo para

o início das aulas.

O convite e a oferta de outras atividades foram estendidos aos moradores do

serviço de residência terapêutica, mas os mesmo ainda não iniciaram a participação em

nenhuma atividade.

Quanto ao Apoio Matricial junto às equipes de Saúde, a partir de um caso de

difícil manejo encaminhado ao CAPS, foi necessário a ampliação da clínica e o

deslocamento de Rosilene e um auxiliar de enfermagem, para o atendimento domiciliar

em Descalvado.

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Ocorreram discussões de casos com as equipes do PSF de Descalvado

semanalmente, visando ampliação do conhecimento em saúde mental dessas equipes,

além de diminuir os encaminhamentos feitos sem necessidade ao CAPS de Santa Rita.

Também a partir de um caso encaminhado ao NOTT pelo Poder Judiciário e o

CRAS (Centro de Referência da Assistência Social) ocorreram discussões com os

serviços envolvidos e iniciou-se um trabalho de matriciamento à equipe do CRAS e do

PSF de Santa Rita. Este processo se deu da seguinte maneira: Andrea realizou a

discussão técnica com o poder judiciário, para que estes entendessem as reais

necessidades da paciente encaminhada e que, o NOTT não seria indicado para a mesma.

Em seguida, capacitou uma das terapeutas ocupacionais do NOTT para que fizesse o

apoio matricial ao CRAS e ao PSF. Fizemos, então, discussão do caso com os dois

serviços, explicando a proposta do apoio matricial e a de capacitação do agente

comunitário em acompanhar a paciente em questão. Os serviços aceitaram a proposta de

trabalho que será feito, a princípio em 6 semanas. A T.O. iniciou o apoio matricial em

16/05/2007, e tem discutido o caso com as equipes envolvidas e orientado a agente de

comunitária semanalmente.

V. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desenvolvimento deste projeto de intervenção nos possibilitou observar que

as freqüentes exigências do dia-a-dia do nosso trabalho consomem energia e tempo.

Também encontramos dificuldades referentes à própria governabilidade sobre questões

de disponibilidade de horário de outros atores envolvidos nesta proposta (Secretários de

Saúde, diretores, gerentes). Percebemos que ainda temos dificuldade em nos

movimentar para fora da instituição e do que está instituído.

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No decorrer deste trabalho deixamos de promover discussões com as equipes

do SERCOM do CAIS-SR (NOTT, CAPS, SRT) sobre a fundamentação teórica e a

operacionalização das ações propostas, não utilizando nenhuma estratégia para mantê-

las em foco.

Entretanto, consideramos que o processo de intervenção foi parcialmente

realizado, na medida em que os componentes desse trabalho realizaram discussões com

outros secretários de saúde e profissionais da rede, assim como foram estabelecidas

parcerias importantes na condução dos casos que até então não haviam sido utilizadas.

Embora as ações previstas não tenham sido realizadas na totalidade, a

intervenção realizada disparou outras ações não previstas inicialmente, no que se refere

ao acompanhamento compartilhado dos casos pelos serviços.

Em Porto Ferreira, iniciou-se trabalho de medicação assistida em domicílio a um

usuário do CAPS, por profissionais da UBS, após negociação e discussão do caso. Esse

usuário também vem sendo atendido semanalmente pela enfermeira, terapeuta

ocupacional e por um auxiliar de enfermagem do CAPS em sua residência devido a

complexidade do caso.

Compreende-se que esse investimento se faz necessário, pois o usuário não

consegue sair de casa e possui frágil suporte familiar. Observa-se nas interações

realizadas em seu meio, resultado favorável e o estabelecimento de vínculo terapêutico.

Houve a viabilização de transporte intermunicipal para estes profissionais do

CAPS e também para que um usuário pudesse permanecer mais tempo em Santa Rita,

conseguindo trabalhar como servente de pedreiro.

Foi realizado um trabalho junto ao asilo de Porto Ferreira. Esse trabalho

constituiu-se de orientação dos funcionários e moradores do asilo para a compreensão e

melhor manejo do quadro apresentado por um idoso que foi encaminhado ao CAPS. Foi

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realizada uma parceria entre o CAPS e a equipe de geriatria do CAIS-SR para o

acompanhamento deste idoso.

Outro caso de relevância a ser apontado é o de um adolescente, encaminhado ao

CAPS pelo PSF de Descalvado. O caso exigiu o envolvimento de várias instituições a

saber: CAPS de Santa Rita, CEME (Centro de Especialidade Médica), APAE, PSF e

Secretaria de Saúde de Descalvado.

A partir de reunião entre os serviços, houve co-responsabilização no

acompanhamento do caso, tendo o PSF se responsabilizado pela medicação assistida, a

APAE pelo acompanhamento/orientação pedagógico e foi estabelecido convênio entre

Prefeitura de Descalvado e o Centro Ann Sullivan do Brasil, que fará avaliação e

possível acompanhamento. O CAPS fará a articulação entre os serviços, acompanhando

o caso em sua integralidade.

A proximidade com outros serviços da micro-região possibilitou também

visualizar, em menor ou maior grau, que os municípios parecem não perceber a

possibilidade de trabalhar de forma integrada (reunião de discussão de casos nos

equipamentos de saúde mental, existência de equipe mínima de saúde mental), e

oferecer serviços que atendam as necessidades dos usuários, como centros de

convivência, cooperativa de trabalho, serviços de residência terapêuticas, dando a

impressão que é de responsabilidade do CAIS-SR a absorção de toda a demanda.

Do nosso ponto de vista, a expectativa depositada no serviço é legitimada pelos

trabalhadores na medida em que buscamos resolver as situações apresentadas pela

clientela com nossos próprios recursos.

Também percebemos que os serviços municipais organizam a sua assistência

prioritariamente no modelo tradicional de atenção, enfatizando ações de tratamento a

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doenças já instaladas, oferecendo pouco ou nenhum trabalho de reabilitação

psicossocial ou de prevenção à doença mental.

Diante dos aspectos apontados e da relevância desta intervenção para a prática

em saúde mental, julgamos importante dar seguimento às ações propostas independente

da conclusão formal deste trabalho, visto que hoje nos sentimos mais

instrumentalizadas, podendo considerar outros aspectos que anteriormente passavam

despercebidos.

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BIBLIOGRAFIA

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Psicossocial. Brasília- DF.86 p.

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DF.7 p.

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CAMPOS, G.W.S; DOMITTI, A.C. (2007) Apoio matricial e equipe de referência:


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FIGUEIREDO, M.D.(2006) Saúde mental na atenção básica: um estudo


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de Campinas/SP¸ mimeo.

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