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Resumo: O objetivo deste trabalho é analisar de que maneira os acordos realizados pelos governos
militares entre Brasil e Estados Unidos (EUA) nos anos 1960 influenciaram o desenvolvimento da
educação, especialmente a Educação a Distância (EaD) no país, até a redemocratização. Foi utilizada para
o estudo análise bibliográfica que inclui livros e periódicos especializados sobre o tema. O artigo aborda a
aplicação da teoria da modernização no Brasil e avalia como seus desdobramentos formularam a base
para a introdução da EaD no país. Concluiu-se que os acordos com objetivo de modernizar a educação
foram a base técnica e ideológica para a forte implantação da Educação a Distância como parte do modelo
brasileiro, desenvolvida de forma contínua até se tornar regulamentada a partir da Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Brasileira, n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
Palavras-chave: Educação a Distância (EaD); História da EaD; Políticas Públicas de Modernização.
Introdução
O presente trabalho busca investigar as raízes da Educação a Distância (EaD) no
Brasil com base na política educacional brasileira a partir dos anos 1960 e suas políticas
de modernização e reformas da escola de base e da universidade. O intercâmbio entre
docentes, o conhecimento e metodologia trazido pelos técnicos e os laboratórios
montados com verbas americanas – resultados de acordos realizados entre Brasil e
Estados Unidos – tornaram-se a base da inclusão das tecnologias na Educação que
culminou com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 9.394/96), que traz em
seu texto a EaD como modalidade no país.
O estudo se torna relevante a partir do momento em que analisa a influência dos
governos militares e dos Estados Unidos na educação brasileira, com desdobramentos
na implementação da Educação a Distância desenvolvida no país a partir de então. A
escolha do período entre 1964 e 1996 pretende analisar a totalidade do governo militar
em relação às escolhas educacionais que fortaleceram a EaD e sua possível manutenção
na redemocratização, com regulamentação inicial trazida pela LDB de 1996.
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Este conceito sintetiza nossa opinião sobre os rumos que a EaD deve tomar
como modalidade educativa. Mais do que uma simples forma de transmitir informações,
deve ser um método que constrói conhecimento para todas as partes envolvidas, de
forma integrada e buscando a formação crítica dos sujeitos.
Entende-se, ainda no contexto dos conceitos desenvolvidos, que é necessário que
uma tecnologia ou meio de comunicação seja a mediadora entre professores e alunos ou
mesmo entre um grupo de estudantes. A implantação da educação por meio de
tecnologias tem a raiz no modelo americano desenvolvido em meados do século XX -
alegava visar a modernização das esferas social, econômica e cultural dos países latino
americanos.
No Brasil, apreende-se que o esforço entendido como a modernização do país,
que também incluía a educação, inicia-se no governo de Humberto de Alencar Castello
Branco, instituído por golpe militar, em 1964. Os militares possuíam simpatia pelo
modelo americano capitalista da época e desejavam que o mesmo fosse implantado no
país, expurgando assim os perigos do comunismo soviético (MOTTA, 2014).
Essa modernização pode também ser compreendida, no campo da educação,
como o fortalecimento da técnica sobre as outras formas de educação. Segundo Motta
(2014, p. 72):
Os valores liberais influenciaram o debate sobre a questão universitária ainda
em outro aspecto importante: fortaleceram as críticas à tradição bacharelesca
de nossas universidades e, mais especificamente, ao elevado número de
estudantes matriculados em cursos de humanidades, superior às vagas
destinadas às áreas científica e tecnológica. Os técnicos com formação em
economia, cuja opinião ganhou muito peso nos governos militares,
enfatizavam a importância de inverter essa tradição e aumentar a proporção
de estudantes das áreas de ciência e tecnologia, a fim de atender às
necessidades da indústria, das atividades produtivas e da própria máquina do
Estado. A ênfase no ensino técnico, em detrimento da tradição humanista,
seria acompanhada, naturalmente, da devida priorização de gastos.
Na década de 1970 é criado o Projeto Minerva, que buscava utilizar o rádio para
a inclusão social de adultos por meio da educação. O projeto foi resultado de um
convênio entre a Fundação Padre Landell de Moura, Fundação Padre Anchieta e o
Ministério da Educação, e foi mantido por meio deste arranjo até o início da década de
1980. (ALVES, 2011).
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Considerações Finais
Nos anos 1960, o governo militar que tomou o poder no Brasil buscava a
modernização da sociedade, da economia e da educação, de acordo com os moldes
americanos existentes na época. Em um contexto de Guerra Fria, a opção brasileira foi
aderir ao modelo capitalista.
O financiamento oferecido pela Aliança para o Progresso tinha o objetivo final
de tornar o Brasil um grande aliado americano na América Latina, para contrabalancear
o exemplo comunista em Cuba. Assim, a cooperação técnica oferecida para consultoria
e reforma do ensino básico e universidades estabelecia um modelo econômico e social a
ser seguido a partir de então.
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Referências