Você está na página 1de 166

HHSP

- Healthier and Happier Schools Project -

Catarina Ferreira
Healthier and Happier Schools Project

“O educador

se eterniza

em cada ser

que ele educa.”

Paulo Freire

2
Healthier and Happier Schools Project

HHSP 4-7 anos HHSP 8-12 anos


Pequenos heróis na
missão Salvamento da
Construindo o nosso
Floresta
dicionário das Virtudes

HHSP 13-17 anos


Descoberta da minha
banda sonora

3
Healthier and Happier Schools Project

Índice

I. Introdução...................................................................................................................... 6
II. Breve Conceptualização Teórica ............................................................................... 9
2.1. Psicologia Positiva ................................................................................................. 9
2.1.1. Forças de Assinatura e Fluxo.......................................................................... 9
2.2. Mindfulness (Atenção Plena) ............................................................................... 11
2.2.1. Atenção interna e externa ............................................................................. 12
2.2.2. Atitudes Mindfulness .................................................................................... 12
2.2.3. Amabilidade e Auto- Compaixão ................................................................. 12
III. HHSP 4-7 anos ........................................................................................................ 14
3.1. Objetivos Gerais e Específicos ............................................................................ 16
3.2. Enredo das Sessões .............................................................................................. 18
3.3. Planificação Geral das Sessões ............................................................................ 19
3.4. Descrição Detalhada das Sessões......................................................................... 21
3.5. Material Necessário ............................................................................................. 40
IV. HHSP 8-12 anos ...................................................................................................... 42
4.1. Objetivos Gerais e Específicos ............................................................................ 45
4.2. Enredo das Sessões .............................................................................................. 47
4.3. Planificação Geral das Sessões ............................................................................ 48
4.4. Histórias relativas às Forças de Assinatura e respetiva sugestão de Atividades.. 53
4.5. Aspetos a ter em conta na observação, por parte do grupo, para atribuição dos
autocolantes..................................................................................................................... 94
4.6. Exemplo de possível desenvolvimento das Sessões – Descrição Detalhada ..... 103
4.7. Material necessário ............................................................................................ 125
4.8. Anexos ............................................................................................................... 128
V. HHSP 13-17 anos ...................................................................................................... 129
5.1. Objetivos Gerais e Específicos .......................................................................... 132
5.2. Enredo das Sessões ............................................................................................ 133
5.3. Planificação geral das sessões ............................................................................ 134
5.4. Descrição detalhada das sessões ........................................................................ 136
5.5. Material necessário ............................................................................................ 149
5.6. Exemplo de mensagens (enviadas ao longo do programa) para os participantes
Erro! Marcador não definido.

4
Healthier and Happier Schools Project

5.7. Exploração da banda sonora .................................................................................. 151


VI. Resultados de investigações a partir do HHSP ...................................................... 152
VII. Considerações finais .......................................................................................... 160
VIII. Bibliografia ............................................................................................................ 161

5
Healthier and Happier Schools Project

I. Introdução

Colocar a tónica na reabilitação, estudo e tratamento da patologia, proporcionou-nos


um vasto conhecimento sobre os processos inerentes a cada patologia e respetivo
tratamento (Seligman & Csikszentmihalyi, 2000). Contudo, hoje compreende-se a
importância de entender a psicologia de uma perspetiva complementar, onde se estude o
bem-estar físico e emocional, por forma a otimizar-nos, quer antes do surgimento de
desadaptações, quer durante a reabilitação de processos patológicos (Seligman, 2002).
A par, surge uma nova imagem do que deveria ser a escola, sendo-lhe delegada uma
co-responsabilidade que vai para além da aprendizagem dos conteúdos académicos,
apostando na formação geral dos seus alunos, que se deseja holística, sinergética e
integradora, e de real preparação para o futuro (Marujo, 2012). Vivemos num mundo
exigente, onde se espera dos demais nunca menos do que o seu melhor. E fazemos parte
de uma realidade abundante em informação, com uma grande quantidade de estímulos a
processar. O futuro é incerto, na medida que o mercado de trabalho não espera dos seus
trabalhadores o mesmo que era esperado há algumas décadas atrás. E o aliar destes fatores
acaba por causar grandes níveis de tensão e stresse, cabendo ao indivíduo desenvolver
uma enorme capacidade de resiliência, autocontrolo e criatividade (Cury, 2004).
Dada a escassez de materiais desenhados a trabalhar desde a ótica positiva e de
potenciação e prevenção dentro e fora da sala de aula, em Portugal, o HHSP (Healthier
and Happier Schools Project), vem lançar sementes no cultivo de uma escola e
intervenção psicológica mais completas, pretendendo trabalhar o contexto escolar como
um todo, desde o pequenino de 4 anos, até ao jovem adulto que se prepara para ingressar
no ensino superior, chegando até ao cuidador (professor, pai ou auxiliar) que os tem a seu
cargo.

A literatura e investigação científica neste ramo tem mostrado relações evidentes


entre vários domínios desta e um funcionamento ótimal, destacando-se a este propósito as
emoções positivas, as forças de caráter e o flow, como constructos que convergem na
promoção de uma experiência de vida equilibrada e saudável (Seligman, 2002; Peterson &
Seligman, 2004; Seligman & Csikszentmihalyi, 2000; Snyder & Lopez, 2002). A
identificação e potenciação das forças de assinatura é geradora de emoções positivas, de
envolvimento e compromisso no desenvolvimento de atividades intrinsecamente
6
Healthier and Happier Schools Project

motivadas, constituindo estas a base do florescimento (Seligman, 2011; Forgeard,


Jayawickreme, Kern & Seligman, 2011). Vários autores demostraram que o seu uso está
associado ao sucesso escolar, à liderança, à valorização da diversidade, à capacidade de
adiar a recompensa, à bondade e ao altruísmo. E outros estudos referem, igualmente, o seu
contributo na diminuição do uso de drogas, álcool, tabagismo, violência, depressão e
tendências suicidas (Benson, Leffert, Scales, & Blyth, 1998; Hawkins, Catalano & Miller,
1992; Meyer, Farrell, Northup, Kung & Plybon, 2000; O’Donnell, Hawkins, Catalano,
Abbott & Day, 1995), algo significativo, uma vez que as projeções atuais indicam que, no
ano de 2020, a depressão será a segunda doença mais prevalente, afetando faixas etárias
cada vez mais jovens (Murray & Lopez, 1988). Na sequência destes resultados, a
maturação de certas virtudes pode ser uma forma de promover fatores de proteção contra
os problemas mais comuns (Park & Peterson, 2008).
Outro dos constructos abordados é o Mindfulness (atenção plena) ou, por outras
palavras, a capacidade de estar no momento presente, de cuja prática ressaltam alguns
benefícios, de entre eles, também, a prevenção da depressão (Raes, 2014) a par da redução
da ansiedade e setresse, maior regulação emocional e aumento da concentração (Brown &
Ryan, 2003), entre outros, estando já comprovado o seu efeito na redução do
comportamento desadaptativo dentro da sala de aula (Barnes, 2003).
Se considerarmos que os professores fazem parte do setor laboral com mais
queixas respeitantes ao trabalho, demonstrando sentirem-se saturados e stressados no
exercício das suas profissões, e mencionando a contribuição do mau comportamento dos
alunos para tal (Vandenberghe & Huberman, 1999), compreendemos o benefício do uso
de atenção plena para reduzir as condutas desadaptativas dos seus educandos, bem como
para aumentar o seu próprio bem-estar.
Em relação ao clima da sala de aula, existe investigação suficiente para que se
possa considerar que este seja favorecedor ou impedidor de êxito (Anaya, 2009;
Blakemore & Frith, 2007; Zins et al., 2004), colocando-se a tónica no desenvolvimento da
empatia em contexto escolar, nomeadamente no seu papel protetor contra problemáticas
como o bullying (Caravita, Di Blasio & Salmivalli, 2009) ou como fator imprescindível da
capacidade de liderança (Allen, 2003).

Este projeto, fruto de muita revisão teórica, investigação, experimentação e algumas


horas de sono perdidas, ao longo de um par de anos, constitui uma humilde tentativa de

7
Healthier and Happier Schools Project

auxiliar educadores, crianças e adolescentes no seu florescimento pessoal e profissional,


contribuindo para a sua saúde mental, rendimento e bem-estar.

8
Healthier and Happier Schools Project

II. Breve Conceptualização Teórica

2.1.Psicologia Positiva

As últimas duas décadas dentro da Psicologia, aportaram uma nova visão sobre esta,
mais abrangente e completa, promotora de campos de investigação e de intervenção
direcionados para a potenciação da excelência, da resiliência e da saúde psicológica
(Hawley & Deham, 1996; Cameron, Dutton & Quinn, 2003). Inverteu-se o foco centrado
nas fragilidades, no défice, nas limitações e no negativo, para o estudo e desenvolvimento
das forças e das virtudes (Seligman, 2002; Peterson & Seligman, 2004; Seligman &
Csikszentmihalyi, 2000).
Procurando compreender e otimizar a excelência humana, pretende-se melhorar a
qualidade de vida, aos níveis subjetivo, individual e grupal (Csikszentmihaly, 2006;
Seligman, Stenn, Park & Peterson, 2005). Este movimento chamado Psicologia Positiva
(Seligman & Csikszentmihalyi, 2000) tem-se debruçado nos últimos anos de investigação
em tópicos como: felicidade (Balancho, 2010; Diener & Biswas, 2008; Diener &
Seligman, 2009; Myers & Diener, 1995; Seligman, 2002); esperança (Snyder, 2000;
Snyder, Rand & Sigmon, 2002; Marques, Ribeiro & Lopez, 2010); otimismo (Carver &
Scheier, 2002; Boman, Furlong, Shochet, Lillies & Jones, 2009); bem-estar subjetivo
(Diener, Lucas & Scollon, 2009; Diener, Lucas & Oishi, 2002; Vásquez & Hérvaz, 2009);
sentido de humor (Jáuregui & Fernández, 2008; Larrauri, 2006; Lefcourt, 2002); flow
(Csikszentmihalyi, 1990; Nakura & Csikszentmihalyi, 2002); espiritualidade (Giacalone
& Jurkiewicz, 2003; Pargament & Mahoney, 2002); gratidão (Emmons, 2004; Emmons &
Shelton, 2002).; altruísmo (Batson, Ahmad, Lishner, & Tsang, 2002); amor (Endrick &
Endrick, 2002); humildade (Tangney, 2002); compaixão (Cassell, 2002); e outros temas,
quer no campo pessoal e interpessoal, como no campo das instituições positivas, isto é,
das organizações orientadas ao sucesso e potencial humano (Fredrickson & Losada, 2005;
Park & Peterson, 2007; Seligman & Csikszentmihalyi, 2000; Peterson & Seligman, 2004;
Snyder & Lopez, 2002). Mais recentemente têm surgido estudos comunitários, sociais e
culturais (Hupert, 2006; Verducci & Gardner, 2006).

2.1.1. Forças de Assinatura e Fluxo

9
Healthier and Happier Schools Project

A motivação, fundamental em contexto escolar, existe intimamente correlacionada


com a emoção. Quando uma atividade motivada intrinsecamente é percecionada como
ajustada ao nível de competência, é provável que se converta numa experiência de fluxo
(Csikszentmihalyi, 1997, 1998). Fluir não é algo que acompanhe a tarefa ou que advenha
como resultado final; fluir é parte e parcela de uma tarefa bem executada. É um estado que
não pode ser induzido quimicamente ou por atalhos, por se tratar da ação das virtudes
pessoais, que potenciam um envolvimento profundo, levando à perca de noção do Eu e do
tempo, numa atividade que é aparentemente perfeita (Seligman, 2004). São estes picos
motivacionais que proporcionam a maior motivação verso um projeto e que podem
conduzir à concretização de objetivos (Seligman & Csikszentmihalyi, 2000).
As investigações do flow têm, ainda, enfatizado o dinamismo composto por pessoa e
ambiente. Já em 1985 Csikszentmihalyi falava em motivação emergente num sistema
aberto na medida em que a experiência de fluxo é moldada por ambos, pessoa e ambiente,
em vez de ser ditada por uma estrutura intencional pré-existente localizada num de ambos
(Nakamura & Csikszentmihalyi, 2002).
Haveria de facilitar-se, desde o primeiro momento, experiências escolares de êxito,
favorecendo o sentimento de competência e permitindo, o quanto antes, a gratificação que
acompanha a compreesão da informação dar lugar ao conhecimento (Anaya, 2009), bem
como um ambiente educativo positivo que permitisse emergir a eficiência dos seus alunos
(Freiberg, 1999).
As virtudes e forças de caráter, como motores de emoções positivas e de estados de
flow, constituem a base do florescimento (Seligman, 2002, 2011).
Existem vinte e quatro forças de assinatura, consideradas características morais,
divididas em seis virtudes, e cada indivíduo é portador de algumas mais proeminetes que
outras. A identificação destas a par com a sua utilização diária, contribui
incomensurávelmente para uma gratificação abundante e para um nível estável de
felicidade (Seligman, 2004), razão pela qual o novo campo da Psicologia reorientou a sua
atenção científica para o estudo do caráter, identificando-o como central na compreensão
do conceito de vida significativa (Seligman & Csikszentmihalyi, 2000). Baumrid (1998)
descreve-o como as qualidades de um indivíduo que o levam a desejar e a alcançar o bem.
A construção e a maturação do mesmo, não só reduzem a possibilidade de ocorrerem
resultados negativos (Botvin, Baker, Dusenbury, Botvin & Diaz, 1995), como também são
importantes por si mesmos como indicadores de um desenvolvimento saudável e próspero
(Damon, 1988; Park, 2004; Weissberg & Greenberg, 1997).
10
Healthier and Happier Schools Project

A relação entre os resultados académicos e as forças de caráter foi outra das


dimensões estudadas por Park e Peterson (2007), onde verificaram que algumas forças de
assinatura previram, no final do ano, a média das notas obtidas pelos alunos. Esta é uma
descoberta consistente com pesquisas anteriores que demonstram que comportamentos
pró-sociais predizem resultados académicos superiores (Caprara, Barbaranelli, Pastorelli,
Badura & Zimbardo, 2000; Wentzel, & Caldwell, 1997).

2.2.Mindfulness (Atenção Plena)

A Atenção Plena, de raíz budista, trata-se da capacidade de estar atento ao


momento presente, incorporando neste um enfoque de aceitação (Lavilla, Molina &
López, 2008), acionando o modo Ser em vez de Fazer (Williams & Penman, 2011), não
pretendendo mudar a realidade mas sim mudar a relação que se estabele com esta
(O'Morain, 2014).
O interesse psicológico sobre o conceito mindfulness teve início na década de
1970’s (Langer & Moldoveanu, 2000) e na década seguinte Jon Kabat-Zinn concebeu os
primeiros programas psicoeducativos contendo exercícios de mindfulness. O protocolo de
oito semanas Mindfulness-Based Stress Reduction – MBSR demonstrou ser altamente
eficaz no tratamento da ansiedade (Herbert & Forman, 2010) sendo que a atenção plena
incrementa a consciência e a habilidade de responder a processos mentais que contribuem
ao setresse e ao comportamento desadaptativo (Bishop et al., 2004).
Esta prática procura, através de mecanismos de ação psicoterapêuticos, como a
exposição, na medida em que permite a aceitação e o não juízo de pensamentos e
emoções, o que conleva a maior facilidade de exposição aos mesmos (Pérez & Botella,
2006; Delgado, 2009); mudanças cognitivas, através da compreensão que eventos mentais
não são necessariamente um reflexo da realidade (Bishop et al., 2004); autorregulação, na
medida que ser consciente permite eleger uma melhor resposta (Delgado, 2009); a
aceitação que contribui a maior tolerância a experiências desagradáveis, atribuindo a estas
um sentido de transitoriedade (Delgado, 2009); a integração de aspetos dissociados da
self, como possa ser parte do seu afeto que continua a existir a nível orgânico e a
influenciar o comportamento (Safran & Muran, 2005; Pérez & Botella, 2006); e a
clarificação de valores (Delgado, 2009), o atingir dos três axiomas do conceito – a
intenção, a atenção e a atitude (Shapiro, Carlson, Astin & Freedman, 2006).

11
Healthier and Happier Schools Project

Esta prática ancestral tem demonstrando resultados em diversas áreas, quer se fale
de um contexto reabilitativo ou de prevenção, sendo o seu contributo à educação já
amplamente estudado (Zenner, 2014).

2.2.1. Atenção interna e externa

Vários estudos demonstram existir, à partida, uma maior propensão de alguns


indivíduos para estarem atentos e serem capazes de manter a atenção no aqui e agora
(Brown & Ryan, 2003), sendo contudo verdade que a tradição budista nos diz que esta
pode ser uma capacidade treinada e desenvolvida através da meditação formal e informal
(Kabat-Zinn, 1982).

Assim, o indivíduo seria levado a prestar atenção às sensações internas (como os


pensamentos, emoções e as sensações corporais) e externas (tais como os sons que lhe são
perceptíveis, os odores ou aspetos do ambiente) (Baer, 2003).

2.2.2. Atitudes Mindfulness

Esta prática procura, para além do já referido, a abertura mental aos feitos e
experiências, o não julgamento, a confiança, a paciência, a gratidão, a generosidade e a
tentativa de não controle (Kabat-Zinn, 1990). Não se pretende atingir relaxamento ou um
estado mental de paz diferente daquele que existe no momento, mas sim assentar na
experiência atual de forma relaxada, vigilante e sincera (Germer, 2005).

2.2.3. Amabilidade e Auto- Compaixão

A Auto compaixão e amabilidade poderão ser constructos espelhados na


autoaceitação, na capacidade do indivíduo de adotar uma postura calorosa para consigo
mesmo em situações de dificuldade (Neff, 2003, Neff, Kirkpatrick, & Rude,2006), na
compreensão que a dor e o sofrimento fazem parte da condição de se estar vivo e no
distanciamento que cria em relação aos seus pensamentos e emoções, enquanto eventos
naturais e passageiros (Neff, 2003, Neff & Vonk, 2009).

12
Healthier and Happier Schools Project

Tem sido comprovada a relação entre Auto compaixão, amabilidade e saúde


mental (Neff, 2003, Neff & Vonk,2009), bem como a felicidade e otimismo (Lutz,
Greischar, Rawlings, Ricard, & Davidson, 2004) e a um maior equilíbrio emocional (Neff
& Vonk, 2009).

13
Healthier and Happier Schools Project

III. HHSP 4-7 anos

HHSP
- Healthier and Happier Schools Project -

Pequenos heróis na missão Salvamento da Floresta

(4-7 anos)

14
Healthier and Happier Schools Project

“we are all potential heroes

waiting for a moment in life

to perform a heroic deed”

Philip Zimbardo

15
Healthier and Happier Schools Project

3.1.Objetivos Gerais e Específicos

Gerais:

- Maior auto controle emocional

- Melhores competências sociais

- Maiores sentimentos de competência

Específicos:

Sessão 1 - Comprometer o grupo com a missão de salvamento da floresta;


- Fomentar a auto estima e os sentimentos de competência;
- Aumentar a atenção à respiração e ao espaço circundante (enquanto
técnica de regulação emocional);
- Fomentar a amabilidade entre os membros do grupo.
Sessão 2 - Fomentar a auto estima e os sentimentos de competência;
- Aumentar a atenção à respiração, ao espaço circundante e aos
pensamentos (enquanto técnica de regulação emocional).
Sessão 3 - Fomentar a auto estima e os sentimentos de competência;
- Aumentar a atenção à respiração (enquanto técnica de regulação
emocional);
- Fomentar a amabilidade entre os membros do grupo;
- Promover o reconhecimento emocional.
Sessão 4 - Fomentar a auto estima e os sentimentos de competência;
- Promover o reconhecimento emocional;
- Promover a empatia;
- Fomentar técnicas de autorregulação emocional.
Sessão 5 - Fomentar a auto estima e os sentimentos de competência;
- Aumentar a atenção ao espaço circundante (enquanto técnica de
regulação emocional);
- Fomentar a amabilidade entre os membros do grupo.
Sessão 6 - Fomentar a auto estima e os sentimentos de competência;
- Aumentar a atenção ao corpo e à respiração (enquanto técnica de
regulação emocional).
Sessão 7 - Fomentar a auto estima e os sentimentos de competência;
- Aumentar a atenção ao espaço circundante e aos cinco sentidos
(enquanto técnica de regulação emocional);
- Fomentar do agradecimento, através dos cinco sentidos.
Sessão 8 - Fomentar a auto estima e os sentimentos de competência;
- Aumentar a atenção à respiração (enquanto técnica de regulação
emocional);
- Fomentar do agradecimento;
- Aumentar a Auto compaixão.
Exercício
diário de - Aumentar a atenção à respiração (enquanto técnica de regulação
16
Healthier and Happier Schools Project

atenção à emocional).
respiração

17
Healthier and Happier Schools Project

3.2.Enredo das Sessões

Existe uma girafa que semanalmente escreve cartas aos seus pequenos heróis, que
participam na missão de salvamento da floresta. Para isso eles têm que ir superando os
desafios que ela lhes vai lançando e só assim poderão colocar as peças no puzzle (que
culminará numa floresta muito feliz) e abrir o tesouro da recompensa.

18
Healthier and Happier Schools Project

3.3.Planificação Geral das Sessões

- Cada sessão durará em média uma hora e será realizada em formato semanal;

- A educadora fixa do grupo deverá realizar, diariamente, em dois momentos distintos, uma
atividade de atenção com o grupo, levando-os a concentrarem-me por um minuto no som de um
sino e nas suas respirações.

19
Healthier and Happier Schools Project
Sessão 1 Respiração e - Leitura da carta da senhora Girafa;
Amabilidade - Construção e apresentação do seu super-herói e respetivos poderes;
- Respiração com bola e mola;
- Elogio ao colega;
- Caça da peça do puzzle;
- Colocação da peça no puzzle.
Sessão 2 Respiração e - Leitura da carta da senhora Girafa;
Pensamentos - Apresentação e treino da Rã;
- Construção e exploração do frasquinho da calma;
- Construção da banda desenhada;
- Jogo do passarinho;
- Caça da peça do puzzle;
- Colocação da peça no puzzle.
Sessão 3 Emoções - Leitura da carta da senhora Girafa;
- Expressar desejos ao colega;
- Cartões de reconhecimento emocional;
- Emoções no frasquinho da calma;
- Treino da canção das emoções;
- Caça da peça do puzzle;
- Colocação da peça no puzzle.
Sessão 4 Emoções - Leitura da carta da senhora Girafa;
- Treino da canção das emoções;
- Cartões com situações e respetivo reconhecimento emocional;
- Apresentação e treino da Tartaruga;
- Apresentação e treino do Semáforo;
- Caça da peça do puzzle;
- Colocação da peça no puzzle.
Sessão 5 Amabilidade e Auto - Leitura da carta da senhora Girafa;
Compaixão - Apresentação e exploração das “duas maçãs”;
- Elogio ao colega;
- Carícias ao colega;
- Atividade do espelho;
- Caça da peça do puzzle;
- Colocação da peça no puzzle.
Sessão 6 Sensações Corporais - Leitura da carta da senhora Girafa;
- Respiração com mola;
- Exploração do corpo;
- Jogo da bola de ping pong mágica;
- Pintar as cores do meu corpo;
- Caça da peça do puzzle;
- Colocação da peça no puzzle.
Sessão 7 Cinco sentidos - Leitura da carta da senhora Girafa;
- Exploração dos cinco sentidos;
- Construção do cubo;
- Caça da peça do puzzle;
- Colocação da peça no puzzle.
Sessão 8 Agradecimento e Auto - Leitura da carta da senhora Girafa;
Compaixão - Uso dos dedos de uma mão para expressar agradecimento;
- Abraços de formiga, de urso e de gigante;
- Caça da peça do puzzle;
- Término do puzzle e exploração da mensagem que este contém;
- Abertura do baú do tesouro/recompensa.

20
Healthier and Happier Schools Project

3.4.Descrição Detalhada das Sessões

Sessão 1

- A sessão começa com a explicação de que Eu sou uma ajudante da senhora Girafa, que
aparentemente está com um grande problema e a precisar muito da ajuda de todos.

- Procede-se à leitura da carta que a senhora Girafa escreveu para o grupo:

“ Olá companheiros! Prontos para esta aventura?


O meu nome é Senhora Girafa e eu sou um animal muitoooo especial. A Natureza fez-me
muito alta e por esta razão eu consigo ver tudo o que se passa na floresta. Vejo desde lá
do alto tanto as plantas como os animais, os rios... e até o sol está mais pertinho de mim!
Eu teria tudo para ser feliz... se não fosse o grande problema que a floresta está a
atravessar. De há um tempo para cá a floresta é um lugar muitooo triste. Os animais já
não sorriem, só sabem discutir uns com os outros, só sabem ser maus. As flores já não
crescem como antes. E até o sol já desistiu de brilhar na floresta...
Eu gostava muito de a transformar, outra vez, num sítio lindo! Num sítio onde os animais
não se zanguem mais, num sítio onde os animais e as plantas pudessem ser bonzinhos uns
para os outros. Gostava que a floresta voltasse a ser um sítio cheio de cores, onde todos
se sentissem felizes, cantassem e rissem muito.
Mas acho que este é um desafio demasiado grande para uma girafa tão sozinha...
Acham que me podiam ajudar? Acham? Acham que são capazes?
Todas as semanas vos vou deixar perguntas, jogos e outras atividades que terão que
completar para terem acesso à peça do puzzle e assim construir uma floresta feliz! Mas
para isso têm que se empenhar! A minha ajudante Catarina vai estar sempre com vocês
para vos explicar o que têm a fazer...
Conto com vocês companheiros! Juntos vamos voltar a fazer a floresta sorrir!
Até breve, senhora Girafa. “

- Abre-se um pouco o diálogo, passando a ideia de que esta missão requer forças muito
especiais, e que ela jamais teria sido dada a meninos que não sejam eles mesmo uns
heróis, capazes de resolver problemas difíceis. Diz-se ainda que Eu também me considero
um herói e passo a apresentar quem sou, como me chamo e quais são os meus poderes.
Posteriormente convida-se as crianças a desenharem-se enquanto heróis/heroínas
(distribui-se uma folha, por cada um, e lápis de cor), dando um nome à sua figura e
atribuindo-lhe poderes. Todos mostram o seu desenho e se apresentam, encarnando o
personagem.

21
Healthier and Happier Schools Project

- De seguida, explica-se que uma das armas secretas de todos os super-heróis é saberem
acalmar-se. Os heróis também têm medo e também ficam irritados às vezes, mas é pela
sua capacidade de gerir bem estas emoções, que eles conseguem enfrentar todos os seus
desafios. Um super herói, quando tem medo ou está zangado, concentra-se na sua barriga,
que sobe e desce quando ele respira. Na barriga não há preocupações nem chatices, na
barriga só há ar. E, por isso, todos os heróis prestam muita atenção à respiração. Abre-se o
diálogo, perguntando se eles sabem respirar bem, se costumam prestar atenção à
respiração e se a consideram importante.

- Pede-se que exemplifiquem se sabem respirar bem. Um a um, vão-se sentando no Meu
colo e, com a ajuda de uma bola que abre e fecha, vamos treinar o ritmo da respiração.
Todos observam e fazem igual.

- Aproveitando o uso da bola, procede-se de seguida à passagem desta de colega para


colega. À medida que passam a bola, respiram fundo e tecem um elogio ao colega a quem
esta foi passada. Isto porque os super-heróis são sempre boas pessoas e são sempre
bonzinhos para quem é bom com eles. Podem expressar-se, por exemplo, dizendo “tens
uns olhos muito bonitos” ou “gosto muito de brincar contigo”. Se houver alguma
resistência, Eu exemplifico. Pode inverter-se, por fim, o sentido, ou até mesmo fazer
alteração de lugares, para que a atividade se prolongue um pouco mais.

- De seguida, e para comprovar que de facto sabem respirar muito bem, Eu irei colocar
música e pedir-lhes que se deitem no chão. Aleatoriamente, irei colocar um amuleto nas
suas barrigas e o objetivo é que se concentrem no movimento deste, que sobe e desce com
a respiração. Pedir-lhes-ei que a façam movimentar-se mais devagar, mais rápido, a um
ritmo normal.

22
Healthier and Happier Schools Project

- Apresentarei o exercício que a educadora do grupo irá realizar com eles, diariamente, em
que, duas vezes por dia, a educadora fará um minuto de respiração com o grupo para que
treinem a sua calma, usando um sino.

- Termina-se com a caça da peça do puzzle (pode escolher-se somente 2 ou 3 crianças para
a procura e ir rodando) e com a sua colocação na moldura. Agradece-se pelo contributo e
empenho na missão.

Sessão 2

- A sessão começa com a leitura da segunda carta da senhora Girafa:

“ Olá ajudantes super-heróis! Parabéns por terem conseguido superar todos os desafios
da última semana! Saber respirar, saber ser bom e saber estar atento são qualidades
muito importantes de qualquer super-herói.
Enquanto vocês praticam com a ajudante Catarina, eu também tenho praticado aqui com
os animais da floresta! Se eles aprenderem estas coisas tão importantes, eu acredito que
podemos todos juntos voltar a transformar a floresta num sítio feliz!
Esta semana esperam-vos mais desafios.
Estejam atentos e completem-nos para receberem a próxima peça do puzzle.
Obrigado companheiros! Vamos à nossa missão!
Da vossa amiga,
Senhora Girafa. “

- Explica-se que se irá apresentar um animal também muito especial, que os ajudará a
recordarem-se da importância de estar atentos. Apresenta-se a Rã. A Rã consegue dar
saltos muito altos mas também tem a capacidade de estar sentadinha, sossegada, com os
olhos bem atentos a tudo o que a rodeia. Lançar o desafio: será que eles são capazes?
Explicar que também as Rãs, ao início, têm dificuldade em estar sentadas assim, mas
quanto mais elas praticam, melhores elas se tornam. As pernas estão sossegadinhas, os
braços estão sossegadinhos, a única coisa que pode mexer enquanto se está na posição de
23
Healthier and Happier Schools Project

Rã é a barriga, porque ela nunca pára... Está sempre a subir e a descer, enquanto o ar entra
e sai (deixa-se que permaneçam assim por um momento). E recorda-se, mais uma vez, a
importância de se estar atento quando se é um super-herói.

- De seguida, apresenta-se um utensílio muito importante para os super-heróis: o frasco da


calma (um frasco de vidro reciclado, quiçá de uma polpa de tomate, e onde se colocou
água e um pouco de glicerina). E convida-se o grupo a pensar que aquele frasco é como a
cabeça de um super-herói antes de fazer a sua missão: o frasco está calmo, tranquilo, a
água não está turva nem agitada, e assim o super-herói consegue pensar bem e decidir
corretamente o que fazer. O problema é quando as cabeças dos super-heróis começam a
andar à roda com as ideias que lá vão aparecendo. Distrações, preocupações, medos
(coloca-se dentro do frasco um pouco de purpurina de uma só cor e agita-se)... Tudo fica
confuso, a cabeça fica a andar às voltas e os super-heróis não conseguem pensar com
clareza. Pergunta-se ao grupo o que é que acham que os super-heróis poderiam fazer
quando isto acontece? A resposta seria “respirar”. Respirar e deixar as ideias saírem da
tona da água. Deixar que assentem, respirando, até a nossa mente (e a água) ficarem de
novo tranquilas, para que tudo se veja com clareza. Explicitar que sempre que existam
muitas ideias na cabeça, muitas distrações que vão por lá passando (agitando o frasco), só
é necessário respirar e respirar, até as ideias desaparecerem. Pode passar-se o frasco às
crianças para que treinem um pouco.

24
Healthier and Happier Schools Project

- Explicar de seguida que, por vezes, há pensamentos que teimam em não ir embora. E
que isso pode ser um problema para os super-heróis. Uma técnica que eles usam muito é a
construção de uma banda desenhada, para assim poderem tirar o pensamento da cabeça e
o colocarem no papel. Apresenta-se a banda desenhada que Eu fiz, respeitante aos meus
pensamentos mais teimosos: “medo do escuro, distração sobre brincar em casa,...”, com a
particularidade que todas as bandas desenhadas (dá-se um pedaço de papel com algumas
quadrículas e lápis de cor às crianças, para que desenhem) devem ter um final engraçado.
No fim, todas as crianças partilham os seus pensamentos mais persistentes, com um toque
de humor.

- Em jeito final, falar-lhes de um outro animal que é craque na calma: o pássaro


(apresentar imagem do pássaro). Craque porque, conforme fecha e abre as suas asas, ele
marca o ritmo da sua respiração, acalmando-se. Recordar-lhes como a calma é
fundamental aos super-heróis. E, assim, colocar uma música e pedir-lhes que enquanto a

25
Healthier and Happier Schools Project

música estiver a tocar, voem. Assim que a música pára, devem parar de voar. O
movimento dos braços deve estar de acordo com o ritmo da respiração.

- Para terminar, eleger dois ajudantes para a procura da peça do puzzle. Procede-se à
colocação da peça na moldura e agradece-se o empenho nos desafios.

Sessão 3

- A sessão começa com a leitura da carta da senhora Girafa:

“ Olá ajudantes! Como correu esta semana?


Eu estou cada vez mais contente! Daqui de cima vejo tudo e as rãs e os pássaros da
floresta têm treinado os outros animais para saberem estar calmos usando a sua
respiração... tem funcionado! Eles já começam a não se zangar tanto e a ser muito mais
simpáticos.
Mas parece que ainda existe um problema... é que eles não sabem bem como controlar as
suas emoções.
E vocês heróis? Sabem controlar o que sentem dentro de vocês?
Acham que conseguem resolver este dilema?
As emoções são uma parte muito importante dos super-heróis mas também das florestas.
Acredito que juntos vamos encontrar soluções...
Bom trabalho companheiros! Mantenham-se atentos.
Da vossa amiga senhora Girafa. “

- Antes de partir para o tema das emoções, dizer que se quer que eles exemplifiquem
como se estão a tornar verdadeiros super-heróis que prestam muita atenção à sua
respiração. Iremos utilizar, de novo, a bola, para respirar em conjunto.

- De seguida, iremos passar a bola ao colega, desta vez expressando desejos positivos para
este (porque os super-heróis gostam de ser bons). Poderei Eu exemplificar: “desejo que
sejas feliz”, “desejo que brinques muito”... Pode, posteriormente, inverter-se a ordem ou
trocar lugares.

26
Healthier and Happier Schools Project

- E passa-se, de seguida, ao tema principal da sessão: as emoções. Abre-se o diálogo


questionando se sabem o que é uma emoção, quantas existem, se todas são importantes,
em que parte do corpo se podem sentir... e se consideram que um herói deve saber
conhecer e cuidar das suas emoções.

- Utilizando os cartões representativos de emoções, mostrando um a um, questiona-se


sobre a emoção que aquele animal está a sentir, como sabem que se trata daquela emoção,
que faz o nosso corpo e a nossa face quando se sente aquela emoção, como nos
comportamos quando sentimos aquela emoção, e pergunta-se o porquê de o animal estar a
sentir aquela emoção...

- Posteriormente, pegando no fraquinho da calma e fazendo uso de purpurinas de outras


cores, colocam-se as emoções no frasco (raiva com purpurina vermelha, tristeza com
purpurina azul, etc...). Questiona-se sobre o que é que acontece na cabeça dos animais e
dos super heróis quando as emoções estão assim todas à tona da água. E explica-se
(agitando o frasco) que com todas as emoções tão presentes, ficamos muito agitados e
confusos. É necessário respirar e deixar que a emoção vá assentando, vá embora...
Concentrados no ar que entra e sai, deixar que tudo volte a ficar tranquilo.

- Posteriormente procede-se ao treino de uma canção sobre emoções, com gestos. Crê-se
que qualquer canção alusiva a este tema poderia ser considerada, contudo sugere-se a
seguinte canção original do programa (com música de atirei o pau ao gato):
Adivinha o que sin_to_to
Quando alguém_guém_guém
Me trata mal mal mal
Sinto tristeza
Sinto tristeza
Sinto tristeza, a tristeza, a tristeza

Adivinha o que sin_to_to


27
Healthier and Happier Schools Project

Quando alguém_guém_guém
Não toma ba_nho_nho
Sinto asco
Sinto asco
Sinto asco, o asco, o asco

Adivinha o que sin_to_to


Quando alguém_guém_guém
Me assus_ta_ta
Sinto medo
Sinto medo
Sinto medo, o medo, o medo

Adivinha o que sin_to_to


Quando alguém_guém_guém
Me visi_ta_ta
Sinto surpresa
Sinto surpresa
Sinto surpresa, a surpresa, a surpresa

Adivinha o que sin_to_to


Quando alguém_guém_guém
Não me respei_ta_ta
Sinto raiva
Sinto raiva
Sinto raiva, a raiva, a raiva

Adivinha o que sin_to_to


Quando alguém_guém_guém
Me dá um beiji_nho_nho
Sinto alegria
Sinto alegria
Sinto alegria, alegria, alegria

- Procede-se à caça da peça do puzzle e à colocação desta na moldura. Termina-se


agradecendo o empenho na missão.

Sessão 4

- A sessão inicia com a leitura da carta da senhora Girafa:

“Yu-uh companheiros!
Esta missão vai de vento em popa, não concordam?
As coisas aqui na floresta estão cada vez melhores. O sol já começa a espreitar, as flores
têm crescido saudáveis e os animais saem mais das suas tocas e falam mais uns com os
28
Healthier and Happier Schools Project

outros. Já não se ouvem tantas discussões nem tantos choros. Tudo está mais calmo e
tranquilo...
Parece que as coisas estão a mudar e isto é graças a vocês e ao vosso exemplo. De cada
vez que cumprem um desafio, ensinam-nos que é possível sermos mais calmos e mais
bondosos. De cada vez que um de vocês é amigo do seu colega, um animal aqui na
floresta torna-se amigo de outro animal.
Obrigado pelo que têm feito...
A minha amiga tartaruga disse-me que hoje vos ia fazer uma visita para vos dar uma dica
importante sobre as emoções. Escutem-na bem!
Até à próxima heróis! E boa missão,
Senhora Girafa.”

- Continua-se o treino da canção das emoções, iniciado na sessão anterior. Esta canção por
si mesma já identifica as emoções principais e de que situação podem advir.

- Posteriormente, passa-se aos cartões representativos de diversas situações. Um a um,


descreve-se a situação apresentada no cartão, questionando sobre que emoção estará
presente aquando daquela situação. Promove-se, não só o reconhecimento emocional,
como também um diálogo empático, levando-os a colocarem-se no papel do animal
presente no cartão.

- Apresenta-se, de seguida, a dona Tartaruga, um animal também ele muito especial por
ter a particularidade de trazer sempre a sua carapaça consigo. A carapaça serve-lhe de casa
mas não só. Sempre que a dona tartaruga sente uma emoção muito forte, que pode ser de
medo, de raiva ou de tristeza, em vez de responder ou agir muito depressa, ela coloca-se
dentro da carapaça. A carapaça serve-lhe de travão. Lá dentro ela conta até dez e só depois
29
Healthier and Happier Schools Project

sai da carapaça para responder ou agir. E feita a apresentação, realiza-se o jogo da


tartaruga. Coloca-se música e convida-se as crianças a passear pelo espaço. Quando a
música pára, estas têm de se esconder nas suas carapaças e contar até dez. E depois a
música volta. Repete-se algumas vezes.

- Após o jogo apresenta-se uma outra técnica de regulação emocional: o semáforo.


Explica-se que enquanto que a tartaruga usa esta técnica na floresta, nós aqui estamos
habituados aos semáforos. Pede-se que expliquem como funciona um semáforo,
normalmente. E de seguida conta-se que este semáforo é especial e que em vez de ser para
usar com os carros, servirá para usar com o que nós sentimos. Sempre que tivermos
presente uma emoção que nos leva a responder muito depressa sem pensar (por exemplo
que nos leva a fazer uma birra, a chorar, a responder mal ao pai ou ao colega da escola)
deve pensar-se no semáforo. O vermelho do semáforo serve para nós pararmos. Pararmos
e não agirmos nem dizermos nada. E logo de seguida passa-se ao amarelo. E enquanto
estivermos no amarelo, podemos tentar pensar um bocadinho melhor ou, em alternativa,
podemos respirar concentrando-nos na barriguinha. E só quando estivermos mais
tranquilos passamos ao verde. No verde podemos agir e responder, já com mais atenção ao
que vamos dizer ou fazer. Pergunta-se se perceberam e pode pedir-se para explicarem.

30
Healthier and Happier Schools Project

- Procede-se à caça da peça do puzzle, à sua colocação na moldura e agradece-se o


empenho.

Sessão 5

- A sessão inicia com a leitura da carta da senhora Girafa:

“Olá super-heróis!
Parabéns por tudo o que já superaram até aqui.
Aprenderam a importância de estar calmo e atento, aprenderam a conhecer e cuidar das
vossas emoções, aprenderam a pensar antes de agir... e tudo isso teve um reflexo no que
acontece aqui na floresta.
Graças a vocês todos os animais se sentem muito mais felizes e animados. O sol já brilha
de novo e as flores já mandam o seu adorável perfume para o ar.
Hoje a vossa missão será descobrir o significado e a importância de ser amável.
Vocês sabem que os super heróis são boas pessoas, que combatem o mal e não deixam
que ninguém se sinta triste ou magoado. Os super heróis praticam o bem... tal como eu
desejo que os animais da floresta façam.
Estou confiante que com o vosso exemplo e com os desafios que hoje terão de superar,
tudo aos poucos voltará ao seu lugar...
Todos juntos podemos fazer com que a floresta seja um lugar lindo, outra vez!
Boa sorte e boa missão,
Senhora Girafa.”

- Questionar se ainda se recordam porque é que a Rã é um animal muito especial. Pedir-


lhes que se sentem como a Rã, muito atentos, enquanto nos preparamos para a atividade
seguinte.

- Esta atividade exige uma pequena preparação antes da sessão em si. Para a sessão
utilizar-se-ão duas maçãs, porém antes da sessão iniciar há que se fazer um “tratamento
especial” a uma delas, que obviamente será um segredo sobre a qual as crianças não
podem desconfiar. Antes de começar a sessão, uma das maçãs deve ser repetidamente
atirada ao chão, porém com a força calculada de forma a que não fique danificada por fora
– as duas maçãs devem parecer exteriormente idênticas. Começada a sessão, apresenta-se
as duas maçãs e pede-se que as descrevam. Deverão dizer que têm mais ou menos a
mesma cor, o mesmo formato, enfim que se parecem bastante. Poderemos dizer que estas
maçãs foram enviadas diretamente da floresta pela senhora Girafa, para que fizéssemos
esta experiência. Depois disto, informa-se que uma das maçãs não é querida por mim (a
maçã que previamente havia sido atirada ao chão) e que portanto a devemos tratar mal.

31
Healthier and Happier Schools Project

Devemos dizer-lhe coisas feias, talvéz coisas que já nos tenham dito a nós e que não
gostámos de ouvir. A maçã em questão deve ser passada de mão em mão, proferindo
críticas feias à maçã, tais como “és feia”, “não gosto de ti”, “não gosto de jogar contigo”...
De seguida, pega-se na outra maçã (que não foi atirada previamente ao chão) e sobre esta
devem ser proferidas coisas bonitas, como “és linda”, “gosto de estar ao pé de ti”,
acariciando-a... No final, pede-se que voltem a descrever as maçãs, que deverão ainda
parecer idênticas. Com uma faca, corta-se ao meio ambas as maçãs, para observar como
estão por dentro. A maçã que foi atirada ao chão estará bastante danificada, com um
aspeto podre, enquanto que a maçã que não foi atirada para o chão estará com um aspeto
saudável e brilhante. Utilizaremos este facto como metáfora, explicando que isto é o que
acontece quando tratamos mal alguém: embora, por fora, possa parecer que a pessoa está
bem, por dentro ela estará muito magoada. Estaremos a fazer-lhe muito mal. Abre-se o
diálogo para que possam partilhar o que pensam sobre a experiência.

- De seguida, já tendo refletido sobre a importância de ser amável, vamos com a bolinha
respirar e elogiar o colega do lado (pode inverter-se o sentido ou trocar lugares), repetindo
o exercício algumas vezes.

- Posteriormente, coloca-se música e pede-se que as crianças se agrupem por pares, sendo
que um deve ficar em frente ao outro. Deve levar-se as crianças a acariciar o cabelo do
colega que está à sua frente, deve fazer massagens, dar festinhas na cara, nos braços, dar
beijinhos, abraçar... e logo trocar de posições e depois de par.

- Logo, passa-se à atividade do espelho. Com um espelho grande, um a um, pede-se que as
crianças se desloquem ao espelho e profiram elogios a si mesmas. Tal como têm feito com
os amigos, devem fazer em relação a si mesmas. Pode-se ajudar, se se mostrarem
resistentes de início.

- Elegem-se dois heróis para a caça da peça do puzzle e coloca-se esta na moldura.
Agradece-se pelo excelente trabalho do dia, incentivando-os a serem amáveis também em
casa.

Sessão 6

- A sessão inicia com a leitura da carta da senhora Girafa:

“Olá super-heróis! Que tal estes dias? Sentem diferenças?


Aqui na floresta tudo está diferente, especialmente desde os últimos desafios que vocês
tão bem ultrapassaram! Ser amável com os demais é um grande dom... Nem toda a gente
consegue ser bom, dizer coisas lindas e tratar com carinho os outros. Só quem é muito
especial, como vocês, que têm tantos poderes!

32
Healthier and Happier Schools Project

Os animais da floresta têm aprendido muitas coisas desde que começámos a nossa
aventura... Agora todos são amigos! Todos cantam! Todos sorriem! Tudo é colorido e
feliz...
Muito obrigada companheiros!
Creio que falta só trabalhar algumas coisinhas... por exemplo, a atenção ao corpo.
O que é que acham? Acham que os super-heróis têm muita atenção ao seu corpo?
É claro que têm! É através do corpo que eles conseguem chegar a tantos sítios, ter força,
vencer desafios, perceber se estão cansados ou motivados, e inclusive perceber se estão
tristes ou alegres.
O corpo pode ser um grande aliado, tanto para os heróis como para os animais!
E é por isso que hoje vos proponho que explorem o vosso corpo... e que pensem como
seria utilizar o corpo aqui na floresta.
Acho que vai ser muito divertido.
Até à próxima pessoas especiais,
Um forte abraço da vossa amiga senhora Girafa.”

- Coloca-se uma música e convida-se as crianças a deitar no chão, de barriga para cima.
Será colocada uma mola em cima da barriga de cada criança (recordando-lhes que as
molas podem ser grandes amuletos de sorte para os super-heróis). O objetivo é que se
concentrem no movimento da mola, que sobe e desce com a respiração. Pedir-lhes-ei que
a façam movimentar-se mais devagar, mais rápido, a um ritmo normal.

- De seguida, ainda deitados no chão, vou pedir que se concentrem no corpo e no que lhes
vou pedir que imaginem. Vou explicar que vamos fantasiar que estamos na floresta, de
que tantas vezes falamos nas cartas. Como seria a sensação de estar na floresta? No meio
dos animais? No meio das árvores? A sentir o vento e o cheiro das plantas, da terra. A
sentir o sol que bate na nossa cara. E logo, caminhando pela floresta...
1. “Vamos imaginar que temos uma laranja na mão direita. Vamos todos apertar a nossa
laranja com muita força para espremer todo o sumo. Apertando, apertando... o sumo já
escorre... e agora vamos largar. Vamos prestar atenção aos músculos da nossa mão quando
estão relaxados e já não estão a fazer força. E agora vamos imaginar que pegamos em
duas laranjas, uma em cada mão. E que de novo as vamos espremer para sair todo o sumo
de dentro delas. Têm que fazer muita força nas duas mãos para espremer o sumo. Têm que
sentir os vossos braços e as vossas mãos a fazer muita força. E já está, larguem as
laranjas... muito bem... Sintam como as vossas mãos e os vossos braços se sentem bem
quando não estão a fazer força.”
2. “Agora vamos imaginar que pegámos num fruto que nem sabemos bem o que é e o
colocámos na boca. Queremos mastigá-lo, mas para isso temos que fazer muita força.
Temos que trincá-lo com força. A boca, o pescoço e até a testa têm que ajudar... e já está,
já conseguimos. Engolimos. Relaxem, deixem o queixo cair. Reparem como é agradável
não fazer força com o queixo. E agora de novo, mais um bocadinho do fruto. Mastiguem,
trinquem com força, mastiguem-no bem... e já está, já podemos engolir. Que bom sentir a
boca relaxada, verdade?”

33
Healthier and Happier Schools Project

3. “Agora, o pior, vem aí uma mosca muito chata, a querer poisar no vosso nariz e vocês
têm as mãos todas sujas, não podem usar as mãos. Enxotem-nas sem usar as mãos, só com
o nariz. Enruguem bem o nariz. Isso. Já está, parece que já foi embora... Oh não, outra
vez, aí vem ela. Enruguem o nariz, enxotem-na com o nariz. Muito bem, já foi embora
outra vez. Reparem como é bom quando o nariz fica relaxado, sem fazer força.”
4. “Isto cansou-vos, têm que parar para descansar um bocadinho. Oh não, mas vem lá um
elefante bebé que não vos está a ver. Ai que ele está quase a pisar a vossa barriga.
Depressa, não se mexam, ponham a barriga muito dura, façam força com a barriga. Força,
aguentem... Ah não, parece que ele vai por outro caminho, podem relaxar... Que bom
relaxar a barriga... Oh não, aí vem ele! Preparem-se, barriga dura! Ah, não, já vai
embora... uffa...”
5. “Oh mas que engraçado, fomos pôr-nos mesmo ao pé de uma poça de lama. Vamos
tentar afundar os pés na poça de lama? Vamos tentar enterrar os pés bem lá no fundo.
Força! Estiquem-se! Estiquem os dedos dos pés. Isso... Ok, relaxem, podem tirar os pés de
dentro da lama... Que bom que é relaxar os pés...”
6. “E não sei se o estão a ver mas ali ao fundo está um gato. Um gato muito pachorrento,
que se espreguiça muito. Vamos sentar-nos e imitá-lo? Vamos sentaditos fazer como o
gato da floresta. Vamos esticar os braços para a frente, para cima da cabeça, para trás, e
agora vamos deixá-los cair.. Outra vez, para cima, para a frente, para trás, e agora vamos
deixá-los cair. Muito bem, que bom relaxar, não é?”

- Com as crianças sentadas, já mais relaxadas, vou pedir que fechem os olhos e que
joguem comigo ao jogo da bola de ping pong mágica.
“Esta bola vai saltando pelo nosso corpo... Primeiro ela salta nas nossas pernas... na perna
direita... na perna esquerda... salta para o nosso pé esquerdo... salta para o nosso pé
direito... Conseguem senti-la? Têm que prestar muita atenção à bolinha... E aí vai ela a
saltar para o nosso braço direito... para a nossa mão direita... para o nosso ombro direito...
aí vai ela a deslizar pelo nosso pescoço até ao ombro esquerdo... esta a cair para o braço
esquerdo... salta para a mão esquerda... oh e parece que vai embora a bolinha”.

- Para terminar, pergunto-lhes sobre o Ar. Se o têm sentido. Convido-os a respirar fundo e
a perceber se ele chega a todas as partes do corpo, ou se haverá partes em que ele tem
mais dificuldade a passar, pergunto-lhes de que cor é o ar que entra no corpo deles, e de
que cor será o corpo deles por dentro, se lá estará alguma emoção e de que cor é essa
emoção no corpo deles.

- Convido-os a desenharem a experiência. Entrego a cada um uma folha (já com uma
silhueta humana desenhada) e peço-lhes que pintem os seus corpos, tal como pensaram no
exercício anterior (cor da respiração, cor das emoções...).

- Procede-se à apresentação dos desenhos de cada um, abrindo o diálogo sobre as cores
escolhidas e as emoções presentes.

34
Healthier and Happier Schools Project

- Faz-se a caça ao puzzle, colocando-a posteriormente na moldura e agradecendo terem


superado os desafios do dia.

Sessão 7

- A sessão inicia com a leitura da carta da senhora Girafa:

“Olá companheiros! Já falta pouco para terminarmos esta missão...


Que alegria, quantas coisas mudaram desde o começo!
Parabéns por terem completado o último desafio que vos lancei, o desafio de estar atento
ao corpo.
Não é fácil mas vocês estiveram à altura! E estão a tornar-se cada vez melhores super-
heróis e nós cada vez somos uma floresta mais feliz.
Mas, será que vocês sabem qual é a bússola muitíssimo importante para os animais, para
que eles consigam viver na floresta? Uma bússola que eles têm sempre com eles e vocês
também?
A minha ajudante Catarina vai já desvendar tudo.
Bom trabalho equipa,
Até breve, senhora Girafa.”

- Questionar se ainda se recordam porque é que a Rã é um animal muito especial. Pedir-


lhes que se sentem como a Rã, muito atentos, enquanto nos preparamos para a atividade
seguinte.

- Lançar o diálogo sobre os cinco sentidos. Se sabem o que é, quais são os cinco sentidos e
para que servem (é através deles que compreendemos e interpretamos o que está à nossa
volta). Explicar que são como uma bussola que nos orienta e que temos sempre presente,
pronta a ser usada.

- De seguida, começamos a explorar os sentidos um a um. Remetemos para o tema da


floresta e em como se vivêssemos na floresta, deveríamos estar atentos a determinado tipo
de coisas.
1. O primeiro sentido a ser explorado é o da visão. Explica-se que na floresta é necessário
treinar muito bem a visão, uma vez que temos que perceber por onde se pode caminhar,
temos que perceber se há animais perigosos à espreita, temos de ver onde está comida... E
logo, um a um, pede-se que olhem à sua volta e escolham um objeto que estejam a ver,
explicitando que objeto é e que valor tem (para que serve). Os objetos não se podem
repetir e todos têm que mencionar um, repetindo o exercício pelo menos duas vezes, por
forma a que se torne mais complicado e seja realmente necessário estar atento.
2. De seguida, passa-se para o segundo sentido a ser explorado, que será a audição.
Explica-se que na floresta é necessário estar muito atento aos sons, para que nada de mal

35
Healthier and Happier Schools Project

nos aconteça. Assim, todos em conjunto, devem fazer silêncio e nomear os sons que estão
presentes.
3. O terceiro sentido a ser explorado será o olfato. Explica-se que na floresta é importante
desenvolver o olfato para escolher que plantas podem ser comidas, para saber se há algum
animal perigoso por perto,... Assim, com os olhos tapados, escolhem-se alguns voluntários
para virem descobrir cheiros. Previamente prepara-se uma caixinha com alguns itens
como casca de laranja, terra, algodão embebido em perfume, limão, etc, tapando essa
caixa para que não seja visível ao grupo.
4. O quarto sentido a ser explorado será o tato. Explica-se que é importante ter atenção a
onde se coloca as mãos e os pés, na floresta, para não nos aleijarmos. Ou como é
importante escolher bem o pedaço de terra fofinha onde nos podemos deitar para dormir
uma sesta. Assim, da mesma forma que no exercício anterior, prepara-se previamente uma
caixa com alguns itens como casca de laranja, terra, algodão, folhas, sal, etc para que
alguns voluntários, de olhos vendados, adivinhem de que textura se trata.
5. O último sentido a ser explorado será o do paladar. Explica-se que o paladar é um
sentido maravilhoso, uma vez que para chegar a ele podemos primeiro explorar todos os
outros. Explica-se que é importante sabermos o gosto daquilo que comemos, e que através
dele podemos ter sensações muito boas. Assim, pegando num pedacinho de maçã e num
pedacinho de chocolate, à vez, pedimos que olhem para o item como se nunca o tivessem
visto antes, notando na sua cor, no seu brilho, na sua forma, e logo que o cheirem, depois
que lhe toquem, notando a textura, e por fim que o coloquem na boca, sentindo a sensação
de ambos a desfazerem-se na boca, antes de o engolir, sem pressa. Explica-se que este
exercício, esta forma de comer, pode e deve ser praticada às horas de refeição.

- De seguida e na continuação disto, pede-se que um a um, mencione um cheiro que o faça
feliz (por exemplo, o cheiro a chocolate, o cheiro da mãe depois de um dia sem a ver, o
cheiro do shampoo,...), uma textura que o faça feliz (por exemplo, a almofada fofinha à
noite, o cachecol quentinho,...), um som que o faça feliz (por exemplo, ouvir o ladrar do
cão ao chegar a casa, ouvir a música do desenho animado preferido,...), uma imagem que
o faça feliz (por exemplo, o desenho animado preferido, ver o pai no fim do dia, ver os
seus amigos quando chega à escola,...), e um gosto que o faça feliz (por exemplo, a sua
comida preferida,...). A ideia é partilhar, em conjunto.

- Depois procede-se à construção do cubo dos cinco sentidos. Entrega-se a cada criança
uma folha com a planificação de um cubo (que será posteriormente cortado e colado), e
em cada face deve desenhar o seu som preferido, a sua imagem preferida, a sua textura
preferida, o seu gosto preferido e cheiro preferido. Como o cubo tem seis faces, numa das
faces a criança deverá escrever o seu nome. Podem apresentar os seus cubos, no fim.

36
Healthier and Happier Schools Project

- Procede-se à caça da peça do puzzle, coloca-se na moldura e agradece-se, pedindo que


repitam o exercício de estar atento aos sentidos ao longo da semana.

Sessão 8

- A sessão inicia com a leitura da carta da senhora Girafa:

“Olá companheiros super-herois! Parece que a nossa missão chegou ao fim.


Mas essa não é uma notícia triste porque, afinal de contas, eu vou estar sempre com
vocês.
Sempre que se lembrarem de respirar e concentrar na barriga, para ficarem mais calmos,
para conseguirem adormecer à noite, para conseguirem pensar melhor, eu vou lá estar
com vocês...
Sempre que forem amáveis para os vossos colegas, sempre que lhes disserem coisas
bonitas, sempre que pensarem antes de os magoar por dentro, eu vou estar lá com vocês...
Sempre que se lembrarem da tartaruga que conta até dez, ou do semáforo que nos manda
parar antes de agir, eu vou lá estar com vocês...
Sempre que comerem com muita atenção ao cheiro, às cores, ao sabor, eu vou lá estar
com vocês...
Esta foi uma aventura maravilhosa e eu tenho muito para vos agradecer!

37
Healthier and Happier Schools Project

Mostraram-me a mim e a todos os animais da floresta que estas coisas são possíveis de
fazer!
Que todos juntos podemos transformar a floresta num sítio mais bonito, onde todos
estejam contentes e tranquilos...
A gratidão é uma coisa muito especial!
O último desafio que vos deixo é este: será que vocês se sentem agradecidos?
Se o superarem, terão acesso à última peça para montarmos o nosso puzzle.
Será que sabem explicar tudo o que está no puzzle?
Se sim, no final, terão uma recompensa no baú do tesouro.
Um abraço muito grande e muito apertado,
Da para sempre vossa amiga,
Senhora Girafa.”

- Vamos fazer um par de respirações profundas, para iniciar.

- De seguida, usando os dedos de uma mão, vamos apontar cinco coisas que nos façam
felizes, pelas quais somos agradecidos. Como pode ser um pouco difícil de início, Eu
posso exemplificar (“sou feliz por ter amigos, sou feliz pela minha almofada fofinha,
cãezinhos fazem-me feliz, faz-me feliz cantar, faz-me feliz desenhar”). Todos devem, um
a um, fazer o exercício. Explica-se que este exercício tão giro pode ser feito em casa, por
exemplo, antes de dormir (para que logo se sonhe com todas essas coisas boas).

- Depois abre-se o diálogo sobre a importância de sermos amáveis, não só para os outros,
mas também para nós mesmos. Indica-se que podemos dizer coisas bonitas a nós mesmos
e podemos inclusive abraçar-nos, se nos apetecer. E exemplifica-se o abraço de
formiguinha (com pouquinha força), o abraço de urso e o abraço de gigante (com muita
força, muito apertado).

- Procede-se à caça da última peça do puzzle e completa-se o mesmo. A ideia é explorar


um bocadinho a imagem, uma vez que esta contém conteúdos explorados nas sessões.

38
Healthier and Happier Schools Project

- Termina-se abrindo o baú da recompensa, que poderá conter balões, chocolates,


pulseiras alusivas às sessões, ...

39
Healthier and Happier Schools Project

3.5.Material Necessário

Sessão 1 - Carta;
- Moldura do puzzle;
- Peça do puzzle;
- Papel;
- Lápis de cor;
- O meu próprio herói;
- Bola;
- Molas;
- Música (cd + aparelho musical);
- Sino.
Sessão 2 - Carta;
- Moldura do puzzle;
- Peça do puzzle;
- Cartão com a imagem da Rã;
- Frasco de vidro;
- Glicerina;
- Água;
- Purpurina de uma só cor;
- Folhas de papel já com quadrados de banda desenhada;
- A minha própria banda desenhada;
- Lápis de cor;
- Música (cd + aparelho musical).
Sessão 3 - Carta;
- Moldura do puzzle;
- Peça do puzzle;
- Cartões com as diversas emoções;
- Frasco já iniciado anteriormente;
- Purpurinas de várias cores;
- Música (cd + aparelho musical).
Sessão 4 - Carta;
- Moldura do puzzle;
- Peça do puzzle;
- Cartões com situações;
- Cartão com a figura da tartaruga;
- Cartão com a figura do semáforo;
- Música (cd + aparelho musical).
Sessão 5 - Carta;
- Moldura do puzzle;
- Peça do puzzle;
- 2 maçãs idênticas;
- Faca;
- Bola;
- Espelho grande;
- Música (cd + aparelho musical).
Sessão 6 - Carta;
- Moldura do puzzle;
- Peça do puzzle;
- Molas;
40
Healthier and Happier Schools Project

- Papel já com as silhuetas do corpo;


- Lápis de cor;
- Papel com a minha própria pintura;
- Música (cd + aparelho musical).
Sessão 7 - Carta;
- Moldura do puzzle;
- Peça do puzzle;
- Itens a usar na exploração dos cinco sentidos (à escolha);
- Folhas com a planificação de um cubo;
- Lápis de cor;
- O meu próprio cubo.
Sessão 8 - Carta;
- Moldura do puzzle;
- Peça do puzzle;
- Baú com recompensas (à escolha).

41
Healthier and Happier Schools Project

IV. HHSP 8-12 anos

HHSP
- Healthier and Happier Schools Project -

Construindo o nosso dicionário das Virtudes

(8-12 anos)

42
Healthier and Happier Schools Project

“When well-being comes

from engaging

our strengths and virtues

our lives are imbued

with authenticity.”

Martin Seligman

43
Healthier and Happier Schools Project

ROTEIRO

44
Healthier and Happier Schools Project

4.1.Objetivos Gerais e Específicos

Gerais:

- Maior auto controle emocional;

- Melhores competências sociais;

- Maiores sentimentos de competência;

- Redução de estados emocionais negativos;

- Aumento do bem estar.

Específicos:

Sessão 1 - Estabelecimento de aliança com o grupo;


- Estabelecimento do compromisso em relação ao programa.
Sessão 2 - Identificação e Potenciação da força de assinatura Amor.
Sessão 3 - Identificação e Potenciação da força de assinatura Amabilidade.
Sessão 4 - Identificação e Potenciação da força de assinatura Inteligência
Social.
Sessão 5 - Identificação e Potenciação da força de assinatura Criatividade.
Sessão 6 - Identificação e Potenciação da força de assinatura Curiosidade.
Sessão 7 - Identificação e Potenciação da força de assinatura Abertura
Mental.
Sessão 8 - Identificação e Potenciação da força de assinatura Amor à
Aprendizagem.
Sessão 9 - Identificação e Potenciação da força de assinatura Perspetiva.
Sessão 10 - Identificação e Potenciação da força de assinatura Cidadania.
Sessão 11 - Identificação e Potenciação da força de assinatura Justiça.
Sessão 12 - Identificação e Potenciação da força de assinatura Liderança.
Sessão 13 - Identificação e Potenciação da força de assinatura Valentia.
Sessão 14 - Identificação e Potenciação da força de assinatura Perseverança.

45
Healthier and Happier Schools Project

Sessão 15 - Identificação e Potenciação da força de assinatura Honestidade.


Sessão 16 - Identificação e Potenciação da força de assinatura Vitalidade.
Sessão 17 - Identificação e Potenciação da força de assinatura Apreciação da
Beleza e Excelência.
Sessão 18 - Identificação e Potenciação da força de assinatura Gratidão.
Sessão 19 - Identificação e Potenciação da força de assinatura Esperança.
Sessão 20 - Identificação e Potenciação da força de assinatura Humor.
Sessão 21 - Identificação e Potenciação da força de assinatura
Espiritualidade.
Sessão 22 - Identificação e Potenciação da força de assinatura Perdão.
Sessão 23 - Identificação e Potenciação da força de assinatura Humildade.
Sessão 24 - Identificação e Potenciação da força de assinatura Prudência.
Sessão 25 - Identificação e Potenciação da força de assinatura Autocontrolo.
Sessão 26 - Reflexão final sobre as sessões do programa.
Exercício diário de - Aumentar a atenção à respiração (enquanto técnica de regulação
atenção à respiração
emocional).

46
Healthier and Happier Schools Project

4.2.Enredo das Sessões

Virtudinário
Pretende-se construir um Virtudinário, um dicionário das Virtudes.

Para isso, semanalmente, o grupo é exposto a uma das vinte e quatro forças de assinatura
(que no total compõem as seis virtudes), através de uma história* e de atividade(s) que a
potenciem. Com a história pretende-se que a criança se identifique com a força e através
da(s) atividade(s) pretende-se que ela a coloque em uso.

Serão realizados, diariamente, em dois momentos pontuais, pausas de atenção à


respiração, ao corpo, aos sentidos.

As crianças que apresentem comportamentos concordantes com a força de assinatura que


está a ser trabalhada na semana, recebem um autocolante dessa força (Anexo 1). Deve
convidar-se o grupo a estar atento, por forma a que essa atribuição seja feita pelos
próprios, que atribuem determinada força de assinatura a determinado colega.

*Todas as histórias que fazem parte deste programa foram escritas


propositadamente para o efeito. Tratam-se, na íntegra, de histórias originais.

47
Healthier and Happier Schools Project

4.3.Planificação Geral das Sessões

- Cada sessão durará em média uma hora e será realizada em formato bissemanal;

- A educadora fixa do grupo deverá realizar, diariamente, em dois momentos distintos,


uma atividade de atenção com o grupo, levando-os a concentrarem-me por um minuto no
som de um sino e nas suas respirações, corpo, sentidos.

- Excetuando a primeira e última, cada sessão terá cinco momentos distintos.

48
Healthier and Happier Schools Project

Sessão 1 1) Construção da capa do dicionário das virtudes; 2) treino


do momento de pausa para atenção à respiração (abrindo
o diálogo sobre a importância de concentrar na respiração
para autocontrolo emocional, bem como de identificar e
potenciar as nossas características positivas).
Sessão 2 Amor 1) Atribuição de autocolantes; 2) recolha do material e respetiva
colocação no Virtudinário; 3) leitura da história; 4) exploração da
mensagem; 5) colocação, em prática, da atividade sugerida:
desenhos de amor.

Sessão 3 Amabilidade 1) Atribuição de autocolantes; 2) recolha do material e respetiva


colocação no Virtudinário; 3) leitura da história; 4) exploração da
mensagem; 5) colocação, em prática, da atividade sugerida:
elogio e carícias ao colega.

Sessão 4 Inteligência Social 1) Atribuição de autocolantes; 2) recolha do material e respetiva


colocação no Virtudinário; 3) leitura da história; 4) exploração da
mensagem; 5) colocação, em prática, da atividade sugerida:
identificação emocional.

Sessão 5 Criatividade 1) Atribuição de autocolantes; 2) recolha do material e respetiva


colocação no Virtudinário; 3) leitura da história; 4) exploração da
mensagem; 5) colocação, em prática, da atividade sugerida:
continuação da história e nova funcionalidade de objetos.

Sessão 6 Curiosidade 1) Atribuição de autocolantes; 2) recolha do material e respetiva


colocação no Virtudinário; 3) leitura da história; 4) exploração da
mensagem; 5) colocação, em prática, da atividade sugerida:
entrevistas de pares.

Sessão 7 Abertura Mental 1) Atribuição de autocolantes; 2) recolha do material e respetiva


colocação no Virtudinário; 3) leitura da história; 4) exploração da
mensagem; 5) colocação, em prática, da atividade sugerida:
representação de novos finais para contos infantis.

49
Healthier and Happier Schools Project

Sessão 8 Amor à 1) Atribuição de autocolantes; 2) recolha do material e respetiva


Aprendizagem colocação no Virtudinário; 3) leitura da história; 4) exploração da
mensagem; 5) colocação, em prática, da atividade sugerida:
exposição de aprendizagem.

Sessão 9 Perspetiva 1) Atribuição de autocolantes; 2) recolha do material e respetiva


colocação no Virtudinário; 3) leitura da história; 4) exploração da
mensagem; 5) colocação, em prática, da atividade sugerida:
construção da árvore dos bons conselhos.

Sessão 10 Cidadania 1) Atribuição de autocolantes; 2) recolha do material e respetiva


colocação no Virtudinário; 3) leitura da história; 4) exploração da
mensagem; 5) colocação, em prática, da atividade sugerida:
construção do mapa do bairro.

Sessão 11 Justiça 1) Atribuição de autocolantes; 2) recolha do material e respetiva


colocação no Virtudinário; 3) leitura da história; 4) exploração da
mensagem; 5) colocação, em prática, da atividade sugerida:
exploração dos direitos universais da criança.

Sessão 12 Liderança 1) Atribuição de autocolantes; 2) recolha do material e respetiva


colocação no Virtudinário; 3) leitura da história; 4) exploração da
mensagem; 5) colocação, em prática, da atividade sugerida:
campanha de liderança.

Sessão 13 Valentia 1) Atribuição de autocolantes; 2) recolha do material e respetiva


colocação no Virtudinário; 3) leitura da história; 4) exploração da
mensagem; 5) colocação, em prática, da atividade sugerida:
tomar partido.

Sessão 14 Perseverança 1) Atribuição de autocolantes; 2) recolha do material e respetiva


colocação no Virtudinário; 3) leitura da história; 4) exploração da
mensagem; 5) colocação, em prática, da atividade sugerida:
plantação e responsabilização por um pequeno feijão.

Sessão 15 Honestidade 1) Atribuição de autocolantes; 2) recolha do material e respetiva


colocação no Virtudinário; 3) leitura da história; 4) exploração da
50
Healthier and Happier Schools Project

mensagem; 5) colocação, em prática, da atividade sugerida: jogo


da mentira e pesquisa de provérbios.

Sessão 16 Vitalidade 1) Atribuição de autocolantes; 2) recolha do material e respetiva


colocação no Virtudinário; 3) leitura da história; 4) exploração da
mensagem; 5) colocação, em prática, da atividade sugerida:
construção do cubo da vivacidade.

Sessão 17 Apreciação da 1) Atribuição de autocolantes; 2) recolha do material e respetiva


beleza e excelência colocação no Virtudinário; 3) leitura da história; 4) exploração da
mensagem; 5) colocação, em prática, da atividade sugerida:
exploração dos cinco sentidos.

Sessão 18 Gratidão 1) Atribuição de autocolantes; 2) recolha do material e respetiva


colocação no Virtudinário; 3) leitura da história; 4) exploração da
mensagem; 5) colocação, em prática, da atividade sugerida:
construção do recipiente da gratidão.

Sessão 19 Esperança 1) Atribuição de autocolantes; 2) recolha do material e respetiva


colocação no Virtudinário; 3) leitura da história; 4) exploração da
mensagem; 5) colocação, em prática, da atividade sugerida:
descobrindo o lado positivo.

Sessão 20 Humor 1) Atribuição de autocolantes; 2) recolha do material e respetiva


colocação no Virtudinário; 3) leitura da história; 4) exploração da
mensagem; 5) colocação, em prática, da atividade sugerida: ser
humorista.

Sessão 21 Espiritualidade 1) Atribuição de autocolantes; 2) recolha do material e respetiva


colocação no Virtudinário; 3) leitura da história; 4) exploração da
mensagem; 5) colocação, em prática, da atividade sugerida: a
linha da vida.

Sessão 22 Perdão 1) Atribuição de autocolantes; 2) recolha do material e respetiva


colocação no Virtudinário; 3) leitura da história; 4) exploração da
mensagem; 5) colocação, em prática, da atividade sugerida:
colocar-se no lugar do outro.
51
Healthier and Happier Schools Project

Sessão 23 Humildade 1) Atribuição de autocolantes; 2) recolha do material e respetiva


colocação no Virtudinário; 3) leitura da história; 4) exploração da
mensagem; 5) colocação, em prática, da atividade sugerida:
discurso aos colegas.

Sessão 24 Prudência 1) Atribuição de autocolantes; 2) recolha do material e respetiva


colocação no Virtudinário; 3) leitura da história; 4) exploração da
mensagem; 5) colocação, em prática, da atividade sugerida:
realização de uma grelha do tempo / atividades.

Sessão 25 Autocontrolo 1) Atribuição de autocolantes; 2) recolha do material e respetiva


colocação no Virtudinário; 3) leitura da história; 4) exploração da
mensagem; 5) colocação, em prática, da atividade sugerida: jogos
de regulação emocional - tartaruga e passarinho.

Sessão 26 1) Atribuição de autocolantes; 2) recolha do material e respetiva


colocação no Virtudinário; 3) reflexão final; 4) entrega da prenda
(pulseira alusiva ao programa).

52
Healthier and Happier Schools Project

4.4.Histórias relativas às Forças de Assinatura e respetiva sugestão de


Atividades

Amor

[Valorização das relações próximas, especialmente aquelas em


que se partilha afecto e cuidado.]

Existe um zoo, aqui bem perto de nós, que não gosta de ter os animais separados.
Todos os dias, uma hora por dia, as portas são abertas e os macacos misturam-se com as
girafas, as girafas com os patos, os patos com as avestruzes… e todos brincam e riem
juntos.
Esta política do zoo tem tanto de bom como de mau, especialmente para o Camilo,
um coelho branco e pequeno que, nestas misturas, acabou por se apaixonar por um outro
animal belíssimo mas muito diferente dele.
Quando o Camilo viu a girafa Georgina passar, sentiu que tudo no seu corpo se
transformava em gelatina, sentiu as pernas tremerem e a voz ficar presa, sentiu um tambor
no lugar do coração e podia jurar ter ouvido sinos tocaram assim ao longe. Ele nunca tinha
sentido estas coisas mas foi o mocho quem lhe disse que eram tudo sintomas de amor.
Esta história poderia ser uma história feliz, não fosse a Georgina ser tão, mas tão
alta e o Camilo ser tão, mas tão pequenino.
Depois de noites sem dormir a pensar no que fazer para compensar a distância que
literalmente os separava, o Camilo saiu-se com a ideia de usar um ramo ou dois daquele
onde os macacos se costumam balançar, para construir umas andas e assim chegar à altura
da Georgina.
Caiu algumas vezes mas lá aprendeu como se equilibrar e, num dia em que se
sentia inspirado, escreveu um poema que declamou à sua amada em cima das suas novas
andas.

“Georgina querida
Doce como um pastel de Belém
53
Healthier and Happier Schools Project

Gosto de ti daqui ao céu


E prometo fazer-te feliz como mais ninguém”

Se forem ao zoo, um destes dias, procurem-nos. Certamente andarão por ali a


dar um passeio, felizes e apaixonados.
O amor é mesmo assim… ultrapassa qualquer dificuldade, não olha ao
aspecto físico, faz-nos fazer coisas em prol do outro e transforma as bolinhas negras
dentro dos nossos olhos em pequenos corações.

Sugestões

1. Escolher três pessoas por quem sintam amor, desenhando-as e escrevendo o porquê de
serem importantes.

2. Fazer um mural, recolhendo frases, poemas e imagens sobre o Amor.

3. Elaboração da narrativa “Amor é...”

4. Construção de objetos que possam ser oferecidos às pessoas cuja relação consideram
mais importante.

Amabilidade

[Componente prático do amor – fazer bem aos demais.]

Há muitos anos atrás, quando eu era ainda pequenina, perto da minha casa,
existia um hospital muito especial. Especial porque dentro dele os médicos eram
especiais e os remédios também. Especial porque ali não se davam injeções nem
54
Healthier and Happier Schools Project

medicamentos, mas curavam-se doenças na mesma. Naquele hospital especial


utlizavam-se, imagine-se, palavras.
“Bom dia”, “Como estás?”, “Obrigado pelo teu trabalho”, “És bonito”,
“Gosto de falar contigo”. E estas palavras metidas juntas, cheias de significado,
eram receitadas aos pacientes que ali apareciam a queixar-se de alguma coisa.
Para as mães indicavam-se muitos “Obrigados”. “Obrigado por me fazeres o
pequeno almoço”, “Obrigado pelos miminhos”, “Obrigado por conversares
comigo”.
Aos professores que se dirigiam ao hospital recomendavam-se elogios. “A
professora ensina muito bem”, “A professora é muito inteligente”, “A professora é
amiga”.
Aos amigos receitavam-se observações do tipo “Gosto quando brincamos
juntos”, “Gosto de te chamar amigo”.
E, durante muitos anos, todos os problemas se curavam com
palavras, estivessem as pessoas a sofrer de zanguisse aguda ou de tristeza
gorda.
O problema foi que, gradualmente, as pessoas começaram a ter menos tempo
para as palavras. Começaram a ter muita pressa e a querer soluções muito rápidas e
decidiram começar a tomar um comprimido e outro em vez de uma palavra ou outra.
A moda pegou de forma tão rápida, que os médicos deixaram de ter pacientes e
o hospital fechou, dando lugar a hospitais mais modernos para pessoas que andam
sempre a correr.
Quis contar-vos isto porque creio que muitos de vós devem ser como eu. Eu
odeio xaropes, não sei como tomar um comprimido e gosto muito de conversar. E, por
isso, eu continuo a usar palavras como remédios. Se também não gostam dos hospitais
modernos, experimentem esta técnica e depois contem- me como correu. Usem as
letrinhas, com vocês e com os outros, sempre que precisarem e se cruzarem com
alguém que precisa da vossa cura.

Sugestões

1. Sorteando os nomes, pedir aos restantes que apontem qualidades/elogiem o colega.

2. Criar uma cartolina com os pontos fortes de cada aluno com respeito às tarefas
55
Healthier and Happier Schools Project

escolares (por exemplo, um é bom a matemática, outro a línguas, outro a ciências)


por forma a que, sempre que um colega sinta dificuldade em alguma área, o
anterior possa auxiliá- lo.

3. Fomentar a prática de uma boa ação semanal, podendo até redigir um jornal
semanal para falar sobre as mesmas.

4. Fomentar a troca de abraços, dentro da turma e na restante comunidade escolar.

5. Redigir poemas com expressões como “Obrigado”, “Se faz favor” , ...

Inteligência Social

[Ser consciente das motivações e sentimentos seus e dos outros.]

Era uma vez um grupo de amigas hipopótamos chamadas Margarida, Joana e


Luísa, que viviam as três à beirinha de um lago. As três amigas adoravam brincar juntas,
quer fosse a chapinhar pela água, ou a correr atrás dos lagartos, ou a contar histórias umas
às outras.
Certo dia, pela manhã, quando a Joana e a Luísa se dirigiam ao lago, deram por
falta da Margarida. Isto era muito estranho. A Margarida sempre adorou brincar e nunca
faltava aos encontros com as suas amigas.
Foram até casa dela, não fosse ela estar doente.
- Margarida? Margaridaaaa?! – gritavam as outras duas. – O que é que tens? Não
queres vir brincar connosco?
- Não. – respondeu a Margarida. – Hoje estou sem vontade, brinquem vocês.
- Oh… - suspiraram as amigas. Elas voltaram ao lago, mas sem a Margarida não
era a mesma coisa.
- Se calhar ela está farta de nós – disse a Luísa.
- Não nos precipitemos. – respondeu a Joana. – Amanhã é um novo dia! E vais ver
56
Healthier and Happier Schools Project

que ela amanhã vem!


E, assim, foram cada uma para seu lado, confusas com o que havia acontecido.
Na manhã seguinte, quando se encontraram, perceberam que mais uma vez a
Margarida não estava. Viram- na, no entanto, a passear perto do lago com a Matilde, a
ursa grande.
- Vês? – disse a Luísa. – Ela tem uma nova amiga. Eu bem te disse que ela já não
gostava de nós!
A Joana sabia que algo de estranho se passava. Ela conhecia a Margarida, sabia
que não podia ser verdade e, por isso, decidiu que estava na hora de ter uma conversa com
ela.
- Margarida, gostava de falar contigo. – disse a Joana. – Sinto - me triste porque,
de um momento para o outro, deixaste de querer estar connosco… e agora parece que tens
uma nova amiga…
- Oh Joana, sabes… - disse a Margarida – a verdade é que se passa uma coisa
comigo. Bem… é que eu decidi fazer uma dieta. Ando a sentir-me um bocadinho
rechonchuda e já não me sinto à vontade para brincar de fato de banho no riacho. Como a
ursa está também ela incomodada, decidimos começar a caminhar juntas.
A Joana abraçou-a de felicidade! Afinal a sua amiga continuava a gostar de
brincar com elas. Ainda bem que a Joana foi capaz de compreender que algo se passava
com a sua amiga, de ter a coragem de lhe dizer que a sua ausência a fazia sentir triste
porque, graças a isso, as três amigas puderam apoiar-se mutuamente e voltar a ser o que
sempre foram.

Sugestões

1. Debate sobre o que é uma emoção e a sua função (a alegria faz-nos valorizar o
momento e querer repetí-lo, aproximando-nos dos outros; a tristeza quebra a
nossa energia permitindo - nos reorganizar as ideias; o medo faz-nos escapar,
permitindo-nos sobreviver; a surpresa orienta-nos para aquela que será uma
situação nova; a raiva incita-nos a defender os nossos direitos; juntas as emoções
são polícias sinaleiros que nos fazem prestar uma atenção redobrada ao momento
presente).

2. Utilizar cartões representativos de diversas emoções e pedir que, através de


57
Healthier and Happier Schools Project

mímica, ou construindo dramatizações, as façam adivinhar aos restantes.

3. Utilizando partes de filmes ou desenhos animados, pedir que identifiquem a


emoção que visualizam, perguntando-lhes como a podem identificar e que acção
os conduz a realizar.

4. Criar um relógio da emoção, individualmente, em que em vez de horas colocamos


emoções diferentes. Utilizá- lo em momentos pontuais, ajudando-os a conhecerem-
se a eles mesmos, reconhecendo a emoção e perguntando o porquê de a sentir.

5. Reflexão sobre alguns contos infantis onde estejam presentes diversas emoções.

Criatividade

[Originalidade. Pensar de um modo novo e produtivo.


Inclui a criação artística mas não se limita
exclusivamente a esta.]

Num lindo bosque, cheio de flores de todas as cores que somos


habituados a ver no arco- íris, vivia uma borboleta chamada Camila.
A Camila, filha de pai e mãe espanhóis, era um bocadinho diferente das outras
borboletas do bosque. A Camila era grande, muito brilha nte, mas era toda cinzenta,
daquele tipo de cinza que vemos na borralha das lareiras, depois do fogo se apagar.
Ela sentia-se muito triste por não ser tão colorida como as suas amigas…. Não
é que alguém fizesse troça dela! O cinzento das asas da Camila era verdadeiramente
bonito e até invejado por algumas. Mas ela não pensava da mesma forma…
Até que um dia, a Camila teve uma ideia! A voar pelo bosque, cheia de pressa
e emoção, foi ter com a sua amiga abelha, sua colega de escola e catequese, e pediu-
lhe um bocadinho do mel amarelo e delicioso que ela faz. De seguida, pediu licença às
58
Healthier and Happier Schools Project

flores do bosque para lhes arrancar algumas pétalas, ora vermelhas, ora amarelas, ora
azuis, verdes e roxas. Quando já tinha pétalas suficientes, foi-se sentar numa pedra,
arregaçou as mangas e meteu mãos à obra!
De sorriso no rosto e brilho no olhar, a Camila pegou numa pétala, encheu-a de
mel e colou-a num cantinho de uma das suas asas. Depois pegou noutra pétala, de
outra cor, espalhou o mel, e colou-a ao lado da primeira, na sua asa. E assim fez até
cobrir as duas asas com todas as pétalas que havia recolhido.
Quando terminou com o coração a bater forte de tanta alegria, levantou-se e

voou.
- Camila! Estás tão colorida! – gritaram os animais do bosque…
A Camila deu uma grande gargalhada, olhou em frente e voou
horas e horas pelo céu a fora.

Sugestões

1. Deitados no solo ou sentados, pedir que observem as nuvens do céu e, em voz alta,
tentar compará-las a algum objeto, animal, ou outra qualquer figura, elaborando
um trabalho manual sobre a mesma.

2. Pedir que pensem num objeto e lhe deem uma funcionalidade que não é a
destinada ao mesmo, escrevendo-o numa composição ou desenhando-o.

3. Criar, em conjunto, uma história, partindo da frase que o colega anterior declarou;
posterior elaboração de um livro artesanal.

4. Criar uma assembleia de grupo, com exposição de alguns problemas atuais, para os
quais cada aluno tem que criar uma solução.

5. Exercícios de brainstorming, pedindo que criem soluções para problemas atuais.

59
Healthier and Happier Schools Project

Curiosidade

[Ter interesse pelo que acontece no mundo, por explorar e


descobrir coisas novas.]

A história de hoje vai ser sobre gatos.


Todos nós temos, na nossa cabeça, a imagem deste animal, tão querido e
fofinho, cheio de pelo. E todos nós já ouvimos alguém dizer que “a curiosidade matou o
gato”. O que provavelmente nunca nos perguntámos é de que gato estão a falar e o que
é que aconteceu afinal.
Diz-se que um dos primeiros animais a habitar sobre a Terra foram os gatos. São
selvagens, felinos, com sete vidas e de nariz empinado porque, por natureza, estão
preparados para sobreviver no meio da vegetação e dos restantes animais, por sua
própria conta e risco. São capazes de correr muito, de saltar de árvores muito altas sem
se aleijarem, de arranhar para se defenderem dos outros animais. Mas há uma coisa que
os gatos nunca mas nunca aprenderam a fazer: livrar-se do calor.
O Universo fê- los cheios de pelo e eles, coitadinhos, sofrem muito quando
chega o Verão.
Agora o que eu não sei é se vocês sabem que os gatos comem peixes. E que
peixes e gatos se odeiam desde há seculos.
A lenda conta que foram os peixes os primeiros a inventar que a curiosidade matava o
gato. E fizeram-no porque os peixes vivem na água e os gatos na floresta, sem nunca
se cruzarem, exceto quando qualquer gato mais curioso, decide deixar a floresta para
se vir refrescar nas águas onde vivem os peixes, acabando por comer um ou outro
quando a fome aperta.
Há gatos muito tontos que acreditam que a curiosidade os pode mesmo matar
e, por isso, limitam-se a permanecer debaixo das sombras das árvores, ainda que tal
não seja suficiente para os livrar do calor.
Somente os mais curiosos ousam explorar as florestas, em busca de água
fresca que os pode salvar do Verão. Se não o fizessem passariam os dias cheios de
suor, a queixar-se de todo aquele pelo, sem saber o que o lado de lá das árvores lhes
pode reservar.
60
Healthier and Happier Schools Project

Sugestões

1. Incutir a busca individual de informação, lançando um tema e permitindo que sejam


eles a procurar o conteúdo.

2. Sempre que possível, incluir temas diversificados e que causem algum fator surpresa.

3. Promover entrevistas, ainda que apenas entre colegas, para que possam ter oportunidade
de descobrir coisas sobre estes que desconheciam.

Abertura Mental

[Pensar e analisar as situações, gerando possíveis


significados e soluções. Não há precipitação em tirar conclusões.
Capacidade de mudar o próprio pensamento.]

A história de hoje é sobre um senhor chamado Frederico que ficou conhecido na


História como “O Construtor”.
Há muitos, muitos anos atrás, quando os homens ainda dormiam em barracas e as
mulheres tinham que comprar comidas feitas por não terem cozinhas, havia um senhor
chamado Frederico que teve a ideia de construir uma casa de banho. O Frederico estava
farto de tremer de frio de cada vez que tinha que tomar banho nas águas geladas do rio e,
para além disso, houve uma vez que ele escorregou enquanto fazia xixi atrás das rochas e
acabou aleijado num joelho. Foi nesse mesmo dia, aliás, que decidiu que tinha de construir
uma divisão com uma sanita e um chuveiro, para que situações daquelas não se
repetissem. Pôs mãos à obra e quando terminou sentiu-se muito satisfeito com o seu
trabalho.
61
Healthier and Happier Schools Project

A dona Ana, que havia passado por ali para espreitar a tal casa de banho que
ninguém tinha se não o Frederico, achou que não era nada má ideia acrescentar ali uma
dispensa para se guardarem as batatas e as cenouras que se cultivavam no campo.
- Olha que até é capaz de ser bem pensado! – disse o Frederico. Juntaram mais uns
blocos, um bocado de cimento, e quando terminaram tinham ali uma dispensa e uma casa
de banho bem úteis.
Os agricultores que ali iam deixar os seus vegetais, tiveram uma outra ideia: - E se
juntássemos aqui um quarto, com uma caminha, para podermos descansar depois dos dias
de trabalho no campo?
- Boa ideia! – disse o Frederico. E alguns dias depois, já tinha o quarto pronto.
Estava ele deitado a fazer uma sesta quando a sua vizinha Amélia lhe vem dizer,
em jeito de conselho, que lhe doem muito as costas por ter que jantar sempre sentada no
chão. – Se pudesse juntar aqui umas mesas e umas cadeiras, até vinha aqui jantar consigo
algumas vezes e aposto que estas dores nas costas desapareciam...
- Não se preocupe dona Amélia, que eu trato disso! E construiu uma cozinha
para juntar à casa de banho, à dispensa e ao quarto que já tinha.
Dizem por aí que a sala foi ideia do seu filho Tomás por precisar de um sítio
para jogar playstation... Não sabemos.
Sabe-se sim que foi assim que surgiram as casas, como as que temos nós
também! Se não fosse a abertura do Frederico que o fez ouvir e considerar as ideias
de todos, tinha-se ficado apenas pela casa de banho, e ainda hoje dormiríamos por
terra, sem sítio para ver televisão ou fazer uma sandes.

Sugestões

1. Criar finais diferentes para contos infantis que eles já conheçam, como por
exemplo o Capuchinho Vermelho ou o Pinóquio.

2. Projetar uma imagem um pouco ambígua e pedir que cada aluno escreva sobre o
que lhe parece a imagem. Refletir posteriormente, em conjunto, sobre os
diferentes pontos de vista.

62
Healthier and Happier Schools Project

3. Colocar um problema social, como por exemplo a imigração debatendo, um grupo


de alunos a favor dos indivíduos que fogem da guerra e, outro a favor daqueles que
não gostam de os receber no seu país.

4. Criar uma situação de compra imaginária, por exemplo, uma máquina fotográfica
“que serviria para fotografar a próxima visita de estudo”, aportando mais que um
modelo, para que devessem equacionar os prós e contras de comprar cada uma das
máquinas, tomando em atenção cada um dos pontos de vista.

Amor à Aprendizagem

[Relacionada com a força “Curiosidade”, indo para além desta. Pauta-


se por uma tendência sistemática de adicionar coisas novas ao que já se
sabe.]

Sabem o que é uma enciclopédia?


E alguma vez se perguntaram como nasceu a primeira?
Esta é a história de uma menina chamada Cíclope, que viva numa aldeia com a
sua família. Uma menina muito curiosa sobre tudo aquilo que a rodeava, desde
objetos, a animais, pessoas ou plantas.
Desde pequenina, a Cíclope despia as suas bonecas para perceber de que
material eram feitas. Adorava ver a sua mãe cozinhar para aprender sempre mais
receitas. Brincava muito na rua, com os bichinhos e com as plantas, porque gostava
muito de as examinar com uma lupa e ir tirando apontamentos no seu pequeno
caderninho. E, à noite, nunca adormecia sem ir olhar ao céu, fazendo imensas
perguntas aos seus pais... – De que é feita a lua? E onde é que ela está durante o dia?
E quantas estrelas existem? E porque é que existem tantas? Porque é que brilham?
A Cíclope nunca se cansava de fazer perguntas porque a sua
atividade preferida era aprender.
Quando voltava da escola, revia o que a professora lhe havia ensinado e
63
Healthier and Happier Schools Project

pesquisava na internet mais sobre o assunto, como se se sentisse permanentemente


insatisfeita com o que sabia, apesar de ser ela a menina com mais conhecimentos de
toda a sua aldeia.
Um dia, a professora pediu à Cíclope para dar uma vista de olhos pelo seu caderno
e ficou admirada. Estava cheio de desenhos, apontamentos e ideias que a menina ia
renovando, de cada vez que aprendia uma informação nova sobre cada assunto. Era uma
pena que os outros meninos não tivessem acesso a ele...
Até que a professora se lembrou de perguntar o que é que a Cíclope achava de
fotocopiarem o caderno e o passarem a todos os alunos, para que também eles pudessem
saber as coisas maravilhosas que a menina sabia.
Ela concordou e ficou até muito satisfeita pelo reconhecimento.
Em sua homenagem, a professora decidiu chamar a este caderno “Enciclopédia”,
espalhado depois por todo o mundo, sendo este uma grande ajuda ao aumento do nosso
conhecimento.

Sugestões

1. Construção de um diário individual/portefólio, onde cada um aponta o que vai


aprendendo de novo em cada dia.

Perspetiva

[Não exagerar negativamente as situações. Na presença de


acontecimentos menos bons, crer que mais à frente surgirão
resultados melhores.

Ser capaz de ajudar os demais a compreender o mundo, dando -


lhes conselhos sábios e adequados.]
64
Healthier and Happier Schools Project

Era uma vez uma selva muito engraçada, cheia de vida e magia. Quem por lá
passava deleitava-se com os espetáculos que ali aconteciam, como os concertos das
avestruz Marta, os truques de magia do macaco Zé e, em dias de sorte, poderia até receber
uma pintura feita pela gata Ana, que sempre teve muito talento para o desenho.
Por ser esta uma comunidade assim tão brilhante, um dia, surgiu uma ideia.
- E que tal se fizéssemos um concurso de talentos?
Todos os animais adoraram e se dedicaram, ora à preparação dos seus próprios
espetáculos, ora à montagem do palco e afins. Não demorou muito até estar tudo pronto e,
em menos de nada, o grande dia havia chegado.
A Marta, cantora, tinha passado os últimos dias a ensaiar cada uma das notas
musicais, certificando-se que a sua canção saíria na perfeição. Só que, quando chegou a
sua hora, azar dos azares, o microfone não funcionava.
A comissão organizadora tentou de tudo. Mudaram-se- lhe as pilhas, deram-se-lhe
umas palmadas... Mas o microfone simplesmente não trabalhava.
A avestruz Marta sentiu-se um pouco nervosa mas decidiu que não haveria de ser
este pequeno problema técnico a arruinar- lhe a noite.
Subiu para uma das colunas, tossiu um pouco para preparar a voz e, por fim,
soltou-a o mais alto que pôde, fazendo-se ouvir até ao último animal do público e
deliciando-os com o seu dom.
- Bravo Marta, bravo! – gritavam eles, no meio de muitas palmas.
O seguinte a atuar foi o macaco Zé, mágico desde tenra idade, habituadíssimo
ao seu baralho de cartas e a truques com chapéu.
- Zé, faz aí um truque em que faças aparecer chocolates.
- Isso, chocolates! – reforçaram os demais.
Mas o Zé não vinha pronto para isso. Havia preparado tudo para fazer um
espetáculo de cartas...
Acabou por sair do palco... triste por não lhes puder agradar,,, mas prometendo que
prepararia um espetáculo onde iria fazer aparecer fontes que lançavam rios de chocolate!
Quanto aos restantes artistas, como a pintora Ana, apresentaram os seus talentos
com alguns percalços, porém, vitoriosamente.
Não cheguei a perceber qual o talento que ganhou o concurso. É provável que
65
Healthier and Happier Schools Project

tenham ficado indecisos entre uns e outros.


Mas sei dizer que o Zé, que ficou de fazer o espetáculo de magia, cumpriu a sua
promessa dias mais tarde, onde fez uma brilhante atuação. A Marta, habituada a usar o
microfone, agora canta por toda a parte – basta que encontre uma rocha ou um muro mais
alto onde se empoleirar.
“No pasa nada” é o lema deles. São muito felizes. Sabem que se algo não correr
bem no momento, não devem desmoralizar porque isso só quer dizer que mais à frente vai
correr melhor ainda.

Sugestões

1. Realização de uma árvore de bons conselhos. Deve debater-se quais são,


primeiramente, as características de um bom conselho, por exemplo, ser breve,
fácil de recordar, significativo... E, posteriormente, faz-se uma recolha de
conselhos úteis no dia-a-dia, por grupo, debruçando- nos sobre temas específicos,
por exemplo, conselhos para a resolução de conflitos, conselhos para quando nos
sentimos tristes, conselhos sobre como enfrentar situações que nos assustam,
escrevendo essas ideias em folhas que serão a ramagem da nossa árvore.

2. Eleição dos alunos mediadores, que devem interferir e aconselhar mediante um


conflito fora da sala de aula.

3. Criação de uma melodia ou mural, onde se referem erros que cada um já tenha
cometido e em que a ideia-chave seja “Faz parte errar; é o que fazemos e
aprendemos após o erro que nos define”.

Cidadania

66
Healthier and Happier Schools Project

[Ser capaz de trabalhar dentro de um grupo. Ser-lhe fiel. Cumprir as tarefas dentro
do grupo. ]

A história que vos vou contar é uma história verdadeira, não a inventei nem
exagerei. E é sobre formigas.
Imagino que já todos vocês viram uma formiguita. Aquele pequeno ser negro,
caminhante, que parece tão frágil e sempre tão apressado. O que nunca vos terá passado
pela cabeça é que as formigas são animais extremamente organizados. São verdadeiros
exemplos do que é viver em cidadania dentro de um grupo.
Para começar, deixem- me que vos explique que existem diferentes tipos de
formiga. Existe a formiga rainha, os pais formiga, a formiga soldado e a formiga operária.
Cada uma com funções muito específicas, que permitem que o formigueiro funcione e
todos vivam felizes.
A formiga rainha, para além de ser a chefe do formigueiro, tem a função de
procriar, ou seja, de namorar muito com os pais formiga para poderem ter muitas
formiguinhas.
As formigas operárias são as que procuram água e alimento para todo o grupo.
São elas também que cuidam das formigas bebé e que limpam o formigueiro.
As formigas soldado, um pouco mais destemidas, são as que se mantêm à porta,
protegendo as outras formigas de possíveis ataques.
Como veem cada formiga cumpre a sua função, dando o seu melhor para benefício
do grupo. O formigueiro seria um caos se assim não fosse.

Sugestões

1. Criar um mural com as regras da sala e possíveis sanções para quem não as
cumpra.

2. Criação de um mapa do “bairro”, onde se apontam todos os serviços de utilidade


pública (bombeiros, escolas, catequese), refletindo sobre como estes proporcionam
uma melhor vida em comunidade.
67
Healthier and Happier Schools Project

3. Pedir que reflitam sobre as atividades que realizam em casa e como poderiam ser
uma mais-valia para os pais ou irmãos realizando, talvez, outro tipo de tarefas.

4. Utilização de conteúdo específico de aprendizagem para realizar grupos,


fomentando o trabalho cooperativo.

5. Elaboração de projetos de cidadania, com divisão de tarefas.

Justiça

[Tratar todos como iguais. Não permitir que sentimentos


pessoais influenciem em decisoes sobre terceiros. Dar a todos a mesma
oportunidade.]

Era uma vez um menino chamado João.


O João, desde pequeno, bebia sumos bongo. Adorava-os! Mas nunca lhe
tinha agradado a ideia de que volta e meia o animal, no pacote do sumo, mudasse.
Por esta razão, e para decidir definitivamente quem seria o protagonista dos pacotes,
decidiu fazer uma viagem até à selva e fazer uma competição para decidir quem se
iria tornar o rei da selva e dos pacotes de sumo.
Ao lugar, candidataram-se o senhor macaco, o peixe Zé e o leão, que sempre
é conhecido por ser rei, o que só não é verdade nesta selva.
O nosso João organizou três provas que os três teriam que realizar e
quem se saísse melhor nas três, tornava-se rei.
A primeira prova tratava-se apenas de ver quem era o mais rápido a subir a
árvore mais alta da floresta. Colocaram-se os três em posição, fez-se a contagem e...
partida! O peixe Zé deu alguns saltos mas teve que apressar-se a mergulhar na água
porque já estava a ficar com falta de ar; o leão, sentindo-se culpado pelo seu rabo tão
pesado, não foi capaz de passar do primeiro galho; e só o macaco, ágil e habituado àquela
68
Healthier and Happier Schools Project

tarefa, subiu velozmente a árvore, chegando ao topo em poucos segundos.


- Ah... – Lamentavam-se os outros dois. – Pode ser que a próxima
prova nos corra melhor.
A prova seguinte consistia em nadar 100 metros na água do riacho. Ganhava o
mais rápido também. Acontece que o macaco não sabia nadar e o leão tinha medo de ficar
sem pé. Só o peixe, que já estava dentro de água, começou a nadar e chegou ao outro lado.
A última prova que o João organizou era uma prova de susto. Os três animais
tinham que pôr a sua cara mais terrorífica e dar o seu melhor grito. Concordaram que
quem assustasse mais pássaros no riacho, ganhava.
Pelos vistos, o peixe voltou a saltar subitamente para dentro de água (não resistia
muito tempo cá fora). O macaco ainda tentou mas não estava para ser gozado, pelo que
desistiu rapidamente. Só o leão com a sua voz potente e aqueles dentes afiados que só de
se olhar já se sente os pelos arrepiados, abriu a sua boca e foi capaz de espantar os
bichinhos que por ali andavam.
Depois de se despedir dos três animais e de regresso a sua casa sem ter encontrado
um rei, o João percebeu que havia cometido um grande erro: havia-se esquecido de ser
justo. O peixe Zé, o senhor macaco e o leão têm, todos eles, virtudes e limitações, coisas
em que são bons e coisas em que são menos bons, e o justo seria ter sabido respeitar estas
diferenças.

Sugestões

1. Debater e refletir sobre situações conotadas como injustas socialmente, por


exemplo sobre a cor, a etnia, o género, o peso, etc.

2. Elaborar um poema ou uma canção sobre como todos os meninos em aula são
diferentes.

3. Realizar um trabalho plástico, uma peça de teatro, uma composição ou um


desenho sobre os Direitos Universais das Crianças, fazendo-os refletir sobre
como todas elas deveriam ter acesso a coisas semelhantes, independentemente
do país, comunidade ou família onde nasceram.
69
Healthier and Happier Schools Project

Liderança

[A capacidade de animar um grupo a realizar tarefas. Reforçar


as relações entre os membros do grupo. Organizar
atividades.]

Existe um país na Europa chamado Hungria. E dentro desse país existem


duas cidades lindas: Buda e Peste, ou Peste e Buda, como preferirmos.
Um dia, o rei da Hungria, ditou a ordem que não queria mais que aquelas duas
cidades estivessem divididas e, foi assim, que mandou construir duas pontes: uma que
ligasse Buda a Peste e outra que ligasse Peste a Buda.
Contratou dois chefes e entregou, a cada um deles, cinco funcionários para os
ajudarem na construção.
O primeiro, encarregue da construção de Buda até Peste, meteu imediatamente
mãos à obra. Deu uma tarefa específica a cada funcionário, exemplificando como se fazia
cada coisa. E decidiu ele mesmo tratar do cimento, trabalhando lado a lado com os seus
colegas. Sempre que era necessário, ele parava o que estava a fazer, e auxiliava os demais
que precisassem de ajuda. Nunca se zangava. Repetia mil vezes a mesma instrução, se
fosse necessário, e era sempre muito motivador e simpático, agradecendo o empenho de
todos.
O segundo chefe, por sua vez, era bastante diferente do primeiro. Disse aos seus
funcionários que queria a ponte de Peste até Buda construída o mais rapidamente possível
e feita na perfeição. Ele não especificou o que cada um tinha que fazer – isso era lá com
eles. Era preciso é que ela ficasse pronta. Até porque ele era uma pessoa muito ocupada e
não tinha tempo para estar com grandes discursos. Era, por esta razão, que não deixava
que lhe ligassem se surgisse algum problema, mas quando chegava à ponte, se algo não
lhe agradasse, tornava-se muito vermelho e gritava muito.
Os cinco funcionários sentiam-se muito perdidos e confusos e, por isso, faziam e
desfaziam a ponte, parecendo nunca saírem do mesmo sítio.
70
Healthier and Happier Schools Project

Quando acabou o tempo que o rei tinha dado para construir as duas pontes, só a
ponte entre Buda e Peste estava terminada. O primeiro chefe disse ao rei que o mérito era
todo dos seus funcionários, ótimos trabalhadores, ao passo que o segundo chefe se
lamentava dizendo que a culpa não era sua mas sim dos incompetentes que o rei lhe tinha
arranjado.
Na Hungria, estas duas cidades estão agora unidas por uma só ponte, já que a
segunda ainda está em construção. É graças a este ótimo chefe que hoje, esta nova cidade,
se chama BudaPeste e não PesteBuda. Recebe, todos os anos, milhares e milhares de
turistas que a visitam e nela tiram fotos, enquanto comentam “que ponte tão bela, que
ponte tão bela...”.

Sugestões

1. Eleger o chefe da semana, a quem se atribuem tarefas referentes aos demais


colegas, por exemplo, ser o último a sair da sala certificando-se que nenhum
colega fica para trás, ser quem reúne as queixas dos colegas e as expõe à
professora, etc.

2. Por forma a eleger o chefe da semana, poderia realizar-se uma votação, antecedida
da exposição individual de cartolinas onde cada um expõe as suas qualidades de
líder.

3. Incumbir cada aluno da preparação dos primeiros dez minutos de aula, em que
devem orientar uma atividade aos demais colegas ou somente partilhar um livro ou
jogo que gostem muito.

4. Construção de uma narrativa sobre o que é ser um líder.

Valentia
71
Healthier and Happier Schools Project

[Não se deixar intimidar perante a ameaça, a


dificuldade ou a mudança. Defender as próprias ideias.
Atuar segundo as próprias convicções.]

Era uma vez uma menina muito, muito bela, de caracóis loiros e olhos azuis,
muito doce e inteligente, que vivia numa aldeia com os seus pais e irmãos.
Nessa mesma aldeia, vivia um rapazinho recém-chegado e a sua família, vindos de
uma outra parte distante. Este rapaz tinha feições estranhas, um cabelo não muito
brilhante e engasgava-se um bocadinho quando falava. Era também muito envergonhado,
ao contrário da menina que era alegre e extrovertida.
Um dia, estava a caracolinhos a ajudar a família na banca de fruta, quando por ali
passa o menino que fazia um recado à sua mãe. Ela olhou-o com atenção. Havia algo nele
que ela gostava. Ele pareceu- lhe simpático mas não trocaram muitas palavras.
No dia seguinte, ele voltou a passar na banca, e no dia depois também e no outro, e
no outro a seguir... e quando se deram conta do quanto gostavam de conversar um com o
outro, perceberam que estavam apaixonados!
Quando a menina decidiu contar aos seus pais, eles nem queriam acreditar.
- A minha filha, tão bonita e sorridente, com aquele rapaz estranho, que
nenhuma outra menina quereria? Nem pensar!
E o mesmo se passou na escola e nas ruas da aldeia, onde todos eram contra
este amor. Os dois tiveram que ouvir muitos comentários feios e assistir a muita risota.
Era uma situação difícil, mas a menina nunca permitiu que a opinião dos
outros fizesse mudar a sua. Ela gostava muito dele. Ele fazia-a feliz. E isso era o
mais importante.
Um dia, enquanto passeavam, ela começou a reparar que ele estava
envolto numa luz muito brilhante. Era uma luz amarela, fortíssima.
- O que é que se passa? Não estou a perceber... – dizia admirada, a menina.
E, do nada, a luz envolveu o rapaz, girando-o no ar e fazendo-o transformar-se
num príncipe
de olhos azuis, cabelos brilhantes, com uma voz muito suave.
- Sabes... eu tinha que certificar- me que encontrava a princesa ideal para mim.
72
Healthier and Happier Schools Project

Alguém que gostasse de mim pelo que eu sou. E por isso quis que me lançassem este
feitiço. Tu nunca ligaste ao que diziam, defendeste o que sentias e, por isso, sei que és a
rapariga certa para mim.
Abraçaram-se num abraço que nunca mais terminava e a menina que outrora
vendia fruta numa banca da aldeia transformou-se, ao lado do seu par, na próxima
princesa.

Sugestões

1. Promover o debate sobre heróis que marcaram a nossa sociedade, impondo os


seus ideais perante a discórdia de muitos (por exemplo, Nelson Mandela e Joana
d’Arc).

2. Trabalhar a defesa de um ponto de vista, aportando situações quotidianas e


atribuindo posição X e posição Y a pares, para que procedam a uma correta
argumentação (por exemplo, à situação “A Ana nunca é escolhida pelos colegas
nos grupos de educação física porque dizem que joga mal” a um aluno atribui-se
a defesa da Ana e a outro a defesa da turma).

3. Pesquisar provérbios ou poemas sobre Valentia.

Perseverança

[Terminar o que se começa. Resistir numa atividade, ainda que existam


dificuldades.]

Numa triste noite, duas rãs, por azar do destino, foram cair exatamente dentro de
73
Healthier and Happier Schools Project

uma bacia de leite. Viviam numa quinta, com porcos, galinhas e vacas e, aquele leite,
havia sido ordenhado pelo agricultor algumas horas antes. O cheiro atraia-as.
Aproximaram-se… aproximaram-se só mais um bocadinho… e acabaram lá dentro!
Naquele alguidar tão fundo sem, aparentemente, nenhuma hipótese de conseguir sair.
A rã Maria desatou num pranto. Chorava e chorava… lamentando-se da sua
pouca sorte. Uma rã tão jovem não deveria terminar afogada em leite.
A segunda rã, a rã Joana, ainda que triste, nunca deixou de bater as suas patinhas
para manter-se à tona. Também chorou mas não se deixou desistir. Sabia que se o fizesse
acabaria sem vida naquela bacia.
A rã Maria, exausta de tanto chorar, e já aceitando o que o destino lhe havia
reservado, entregou-se ao azar e parou de bater as pernas.
A rã Joana, essa, bateu as suas patitas sem nunca cessar. Bateu, bateu, bateu e
continuou a bater até vir a noite e, mais tarde, até se levantar o sol.
Quando avistou os primeiros raios de claridade, pela manhã, sentiu que
tocava qualquer coisa dura.
- Estarei a sonhar? – Perguntou-se.
A rã Joana, de tanto bater as suas patas sem nunca desistir, havia transformado
o leite em manteiga. De um saltou, pulou da bacia e veio cair em terra firme, sã e
salva.

Sugestões

1. Cultivo e cuidado de um feijão, individualmente, para que devam


responsabilizar-se pela planta a seu cuidado.

2. Distribuir cargos por cada um, incentivando-os a cumprir as suas funções (por
exemplo, repartir o material, recolher as folhas, abrir as janelas, etc.).

3. Identificar uma atividade em que cada um se saía menos bem e, dedicar-lhe


durante um tempo limitado, um esforço extra. Comentar posteriormente as
melhorias observadas.

74
Healthier and Happier Schools Project

Honestidade

[Autenticidade e integridade. Pautar-se sempre pela verdade. Ser sincero e


genuíno.]

Era uma vez um passarinho azul que vivia com a sua mamã e os
seus irmãos maiores num ninho, bem no alto de um carvalho.
Como qualquer passarinho jovem, o nosso amigo não aprendeu a voar de um dia
para o outro. Primeiro teve que alimentar-se bem para ter força suficiente. Depois teve
que fazer alguns agachamentos para ganhar músculo nas patitas. Teve que ler alguns
livros e ver alguns vídeos sobre técnicas de voo. E, por fim, começou a praticar,
primeiramente acompanhado pela mãe ou pelos irmãos e, mais tarde, sozinho.
De cada vez que o passarinho saltava do ninho, a sua mãe ficava de coração nas
mãos com medo que lhe acontecesse alguma coisa. Estava sempre muito atenta, não
fosse ele precisar de ajuda.
E um dia precisou mesmo.
- Mãeeeee. – gritou. – Socorrooooo!
A mãe ao ouvir os seus gritos, largou tudo o que estava a fazer, e de um só salto
voou a toda a velocidade para apanhar o passarinho antes que ele tocasse o chão.
- Ahahahahah – riu-se o malandro. – Estava a brincar mãe. E continuou a rir.
A mãe não achou piada nenhuma à brincadeira e virou- lhe as costas, aborrecida.
No dia seguinte, o passarito azul repetiu a partida, e a sua mãe voltou
a cair na tramela. Mais uma vez, saiu a voar e quando o apanhou no ar, este
desatou a rir.
Ao terceiro dia, e porque não há duas sem três, a história repete-se só
que, desta vez, ele precisava realmente de ajuda. – Socorro mãeeee!.
Mas a mãe não foi em seu auxílio. E o passarinho caiu, acabando por se aleijar
numa pata.
Em lágrimas, compreendeu que a culpa tinha sido toda sua. As mães odeiam
75
Healthier and Happier Schools Project

mentiras. A coxear lá foi ele à procura de um enfermeiro que lhe curasse a ferida,
enquanto pensava que nunca mais iria fazer alguém acreditar em algo que não fosse
verdade.

Sugestões

1. Em grupo, o primeiro deve dizer algo que seja verdade (“o sol é uma estrela”),
o segundo deve dizer uma mentira (“a areia é verde”) e o terceiro deve dizer
ou verdade ou mentira, à sua escolha. Os restantes devem adivinhar.

2. Fazer uma recolha de provérbios sobre a mentira, por exemplo, “Apanha-se


primeiro um mentiroso que um coxo”. Promover o debate sobre o porquê de não se
dever mentir, com análise sobre as consequências.

Vitalidade

[Ânimo, entusiasmo e alegria. Dar tudo de si a qualquer


atividade. Viver a vida com paixão.]

Era uma vez duas ondas, muito diferentes entre si. Uma era forte e ativa e outra era
pequenina e tranquila, e ambas viviam num mar que banhava uma praia bastante visitada
por turistas no Verão.
As duas ondas vinham até à costa, em dias de muito calor, mas havia uma de quem
as pessoas pareciam não gostar muito.
A onda pequenina era a preferida, tanto dos pais como das crianças. Aparecia
sempre devagar, sem causar medo, para os refrescar e molhar ao de leve. Quando ela
76
Healthier and Happier Schools Project

estava presente os pais sorriam, descansados, e as crianças brincavam dentro dela com
bolas e raquetes.
Momentos diversos eram aqueles quando aparecia a onda grande. Quando ela
chegava os sorrisos davam lugar a caras de preocupação, as crianças fugiam da água e
algumas bolas acabavam por se perder no meio da sua força.
A onda grande era muito potente e cheia de energia, varria toda a costa de uma só
vez e divertia-se muito a faze- lo... até ouvir os comentários dos turistas, que ameaçavam
não voltar mais àquela praia se a onda não se fosse embora.
- Eu não tenho culpa. – dizia ela. – Eu sou assim.
E, embora não querendo, foi deixando que aquilo que ouvia a afetasse, de tal
forma que começou a aparecer cada vez menos, deixando que a tristeza tomasse conta de
si.
Até ao dia em que tudo mudou.
Do nada, apareceu uma empresa de energias renováveis na praia. As empresas de
energias renováveis usam o sol, o vento e a água para criar eletricidade e assim podermos
ter luz nas nossas casas. Esta tinha o objetivo de encontrar uma onda muito forte, capaz
de girar as alavancas das máquinas e gerar luz.
Era o trabalho ideal para a nossa amiga, que prontamente se candidatou ao lugar,
para o qual foi aceite de imediato.
Durante o dia, a onda grande canaliza toda a sua energia para um fim muito
importante: iluminar a casa e as famílias de todos aqueles que a visitavam. Estes, por sua
vez, começaram a vir até à praia, admira- la e vê- la trabalhar. Os comentários alteraram-
se. E a onda sente-se mais contente que nunca.

Sugestões

1. Criação de uma lista com atividades que gostem muito de realizar e, após partilha,
definir quando a poderão colocar em ação (por exemplo, “gosto de cozinhar com a
minha mãe e irei pratica- lo ao fim de semana”).

2. Organização de um “espetáculo de talentos”, onde cada um apresenta o que faz de


melhor.
77
Healthier and Happier Schools Project

3. Recolha de frases sobre a Vida, como por exemplo A vida são dois dias, há que
aproveitar, e posterior ornamentação de um mural.

Apreciação da Beleza e Excelência

[Provar admiração nas experiências quotidianas, seja na


arte, na ciência, na natureza ou e m obras
virtuosas de outros.]

Era uma vez um senhor muito vermelho, transpirado e nervoso. Chamavam- lhe
Senhor Nervoso porque, na verdade, tudo nele se tornava uma grande agitação.
Levantava-se, de manhã, já nervoso com o toque do despertador que se ouvia
desde a casa ao lado. Ia para o chuveiro a barafustar com o pouco que havia dormido.
Comia as suas panquecas, sem as saborear, sempre a olhar para o relógio. Corria para
apanhar o autocarro que quase nunca passava, ou passava atrasado, ou chegava cheio de
gente e nunca havia um lugar sentado livre – era aí que ele ficava com as bochechas
muito vermelhas e com muito calor, o que resultava em alguns pingos de suor. Chegava
ao trabalho muito chateado e sem paciência para ninguém, por isso, sempre que lhe
falavam respondia com um som feio “Uhgmm” e, os outros, sem perceberem, deixavam-
no ir.
O Senhor Nervoso sabia que não podia continuar assim por muito mais tempo.
Estava a ficar sem amigos. E ele sabia que o seu pobre coração não poderia aguentar tanta
tensão. Tinha ouvido no programa da Júlia que as pessoas mais stressadas vivem menos
anos e, foi aí, que ele decidiu que algo tinha de mudar.
Decidiu começar a alterar pequenas coisas na sua vida. Um passinho de cada vez.
Começou a deitar-se mais cedo para poder acordar também mais cedo. E foi assim que,
um dia, o Senhor Nervoso conseguiu entrar no chuveiro sem barafustar, dedicado a
78
Healthier and Happier Schools Project

saborear a água quente que escorria pela sua pele e o odor maravilhoso do seu gel de
banho. Conseguiu não pensar em mais nada e apenas aproveitar o momento.
No dia seguinte, para além do banho, ele conseguiu disfrutar das panquecas.
Nunca se havia apercebido do quanto eram fofinhas e saborosas! Teve tempo para as
observar, cheirar e fazer derreter na sua boca antes de as mastigar, sentindo-se muito
agradecido por aquele pequeno prazer.
Ao terceiro dia, o Senhor Já Menos Nervoso, conseguiu deitar-se cedo e
acordar ainda mais cedo para não ter que apanhar o autocarro. Ele queria ir a pé. E lá
foi ele, sentindo o cheiro maravilhoso dos jardins, das flores e da terra, típico de
quando nasce a manhã. Pela primeira vez ele caminhou a olhar também o céu, e
impressionou-se com a beleza do sol que se elevava acima de si.
Aquele dia, no trabalho, foi também um dia feliz. Sentou-se a conversar com os
colegas, sentindo-se emocionado com as suas palavras, as suas ideias e com o quanto
que, parando para os ouvir, se podia aprender.
Adormeceu contente e, no dia seguinte, decidiu passar por uma loja de música
e comprar um cd de jazz. Ouvia-o sempre que tinha que apanhar o autocarro e a beleza
daquelas músicas preenchiam- no tanto que não tinha tempo para se aborrecer por não
ter um lugar sentado.
Todas estas coisas estavam à volta dele... só que ele nunca tinha parado para as
apreciar. Desde que o Senhor Um dia Nervoso passou a saborear o mundo a seu redor,
começou a sentir-se mais em paz, a ter mais amigos e a sentir-se mais feliz.
Há mudanças que valem realmente a pena...

Sugestões

1. No recreio da escola, pedir que cada um explore o espaço e escolha algo que lhe
pareça belo e o faça sentir bem, comentando-o posteriormente em sala de aula.

2. Aportar a ideia de apreciar a aprendizagem no momento, por aquilo que aporta no


presente (conjugando com a atividade de Amor à Aprendizagem – criação de um
portfólio).

3. Lançar a pergunta sobre o que é para eles “uma pessoa boa”, e após menção de
79
Healthier and Happier Schools Project

algumas características da mesma, pedir que pensem em alguém que reúna essas
qualidades, fazendo uma composição sobre a mesma por forma a apreciar a
excelência desse ser.

4. Apreciar a beleza das quatro estações, com as devidas diferenças, através de uma
representação plástica.

5. Utilizar os cinco sentidos, por exemplo, na hora das refeições.

6. Escutar canções, atentamente.

7. Observação e descrição de paisagens.

8. Elaboração de um álbum de recortes sobre notícias positivas (às quais, por norma,
prestamos menos atenção).

Gratidão

[Ser consciente das coisas boas que se tem e vive,


sendo capaz de expressar
agradecimento por estas.]

Era uma vez um rapazinho chamado Miguel que um dia teve um sonho
inesperado. Ir dormir é sempre um grande mistério. Nunca sabemos o que pode acontecer
nos nossos sonhos – se vai ser um sonho bom ou mau, ou até mesmo um sonho que nos
mude para sempre, como foi o caso do Miguel naquela noite.
Havia sido um dia particularmente desagradável. O Miguel tinha ficado triste com
a sua mãe porque, mais uma vez, ela havia feito o bacalhau cozido que ele tanto odeia.
Ainda por cima o computador dele passou a tarde toda a dar erro. E, como se não
bastasse, o Luís, o seu colega de turma, tinha aparecido na escola com o último modelo de
80
Healthier and Happier Schools Project

sapatilhas Nike, aquelas que o Miguel tanto queria e que os pais diziam sempre não poder
comprar.
Quando se deitou na cama sentia-se zangado… mas, ainda que a custo, lá
adormeceu.
Quando fechou os olhos e começou a sonhar, viu-se a ele mesmo já velhinho.
Tinha o cabelo branco, as costas curvadas e pouca força nas pernas. Assustado, começou
a gritar pela mãe.
Mas a mãe não vinha… No seu sonho, a mãe já não vivia com ele. Estava sozinho e, pela
primeira vez, sentiu a angústia de não ter os pais por perto. Levantou-se para ir beber
água… mas, não havia torneiras na casa. Ele nunca tinha visto uma casa como esta. Era
feita de barro, daquele material que se usa para fazer canecas e esculturas no dia do pai.
Não tinha água, mas também não tinha comida, nem cozinha, nem uma sala, nem uma
televisão, nem um computador… nem sequer o seu computador que sempre dá erro. E
agora como é que ele ia falar com os amigos? Ou jogar? Decidiu sair à rua, mas sentia-se
sem forças. A dor nas costas não ajudava.
E foi no meio daquela tristeza que o Miguel acordou.
Abriu os olhos devagar – tinha muito medo que não fosse só um sonho. Mas era! A
sua vida estava de volta! A chorar mas agora de felicidade, correu para os braços dos pais
e abraçou-os com muita força. Abriu a porta, viu o sol e o seu amigo Tomé ao fundo da
rua, e um sorriso aberto nasceu no seu rosto. Viu que tinha comida, água, uma casa tão
confortável e já não sentia dores, afinal ele era um jovem ainda. Sentiu-se tão feliz!
Este sonho mudou, para sempre, a vida do Miguel. Ele é um rapazinho muito feliz
porque ele sabe que é uma enorme sorte poder ter as coisas que todos nós temos,
diariamente. Todas as manhãs, o Miguel, agradece ter saúde, uma família que o ama e está
presente, amigos, casa e comida. Ele sabe que damos estas coisas como certas e não
devíamos. Aprendeu, sonhando, que era já um menino que tinha tudo para ser feliz antes
dele mesmo se ter apercebido disso.

Sugestões

1. Em dias pontuais, pedir que escrevam num papel alguns aspetos que
gostassem de agradecer sobre os seus dias. Convida- los a partilhar com os
81
Healthier and Happier Schools Project

demais, aproveitando para refletir sobre a bênção de ter uma família, de ter
uma casa, de ir à escola, etc. (para esta atividade, podemos decorar caixas de
cartão ou garrafas, que eles vão enchendo com os seus papelinhos).

Esperança

[Crer que está nas próprias mãos contruir o futuro.


Esperar sempre o melhor de todas as situações. Saber ver o lado
positivo de acontecimentos negativos.]

Esta é a história de um casulo de borboletas que vive muito, muito longe. Chama
-se casulo Nido e alberga pelo menos umas cem que nascem a cada Primavera, para
alegrar e colorir a paisagem dos turistas que por ali passam.
O problema é que as borboletas, antes de serem verdadeiramente borboletas,
passam por um longo processo de transformação, que nem sempre é bonito.
Vocês sabem como funciona?
A borboleta começa por ser um bichinho cinzento, pequeno, com muitas patas,
classificável como um bocadinho asqueroso. Fica assim por alguns dias, antes de se
tornar uma espécie de bolinha de algodão. E é quando esta bolinha de algodão está pronta
a ser rota que, de dentro dela, nasce uma bela borboleta.
É um processo para o qual serve paciência... mas sobretudo esperança,
principalmente nos dias em que elas não se sentem assim tão bonitas.
A esperança é uma luz que vive dentro das borboletas e se acende quando elas
não acreditam serem capazes de esperar mais. Muitas borboletas não sabem que têm esta
luz, e sentem-se tão feias, que morrem de tristeza antes mesmo de se tornarem aquilo que
nasceram para ser: os insetos voadores mais lindos do céu.
Sabias que no casulo Nido, em cada Primavera, só algumas dezenas sobrevivem?
Todas as outras não sabem como descobrir a sua luz de esperança. E eu gostava muito de
um dia fazer uma viagem para ir lá ensina- las...
82
Healthier and Happier Schools Project

Sugestões

1. Organizar um mural de desejos, com os desejos de cada um.

2. Apresentar- lhes algumas situações conotadas, à partida, como negativas (por


exemplo, estar no meio da rua, à chuva, sem guarda chuva) e convidá-los a
encontrar nestas aspetos positivos.

3. Eleger algumas palavras conotadas como negativas (por exemplo, “problema” ou


“medo”) e pedir- lhes que lhes deem outro significado, criando um dicionário das
palavras não mais negativas.

4. Pesquisa de poemas sobre a Esperança.

Humor

[Gostar de rir e fazer rir.]

Era uma vez uma cidade tão triste, tão triste, que as pessoas não levantavam as
cabeças na rua, as flores não tinham vontade de abrir, as andorinhas não migravam, não
se ouviam crianças, o sol brilhava pouco e os adultos não davam os bons dias uns com os
outros.
Isto acontecia porque, naquela cidade, nunca tinha passado nenhum comerciante de
sorrisos.
Os sorrisos são muito importantes e há muitos diferentes. Há as gargalhadas “AHAHAH”,
há os risos envergonhados “ihihih”, há os risos gigantes que vão desde as bochechas até à
dor na barriga e, apesar de distintos, todos eles têm uma coisa em comum: são
contagiosos.
83
Healthier and Happier Schools Project

Bastava que um vendedor de sorrisos passasse por ali, alguém comprasse apenas
um, para que toda a cidade se tornasse mais feliz.
Ora, num dia cinzento como todos os outros, algo inesperado aconteceu. De um
autocarro que por ali passava cheio de alunos que estavam a fazer uma visita de estudo,
cai pela janela um sorriso no meio do passeio, mesmo aos pés da senhora padeira que
vende pãezinhos no centro da cidade.
- Ahahaha – ria ela, enquanto fazia os trocos.
E o seu riso contagiou a professora que ali comprava pão, que desatou a rir, e que
passou o seu riso aos alunos da sua escola.
- Ahahahahah – riam eles, no caminho para casa.
E riam as flores que os ouviam passar, as árvores e os
pássaros que, voando, levaram o sorriso até ao sol que passou a
brilhar duas vezes mais.
Riam os pais em casa. E faziam rir os patrões nos seus trabalhos.
De um sorriso ao outro, a cidade tornou- se mais colorida, os jardins
floridos, as ruas movimentadas e as pessoas... mais felizes!

Sugestões

1. Fomentar o riso, através de vídeos ou imagens.

2. Recolha de anedotas, para partilha posterior.

3. Em grupo pedir que, um a um, vão fazendo uma cara divertida (criando um
ambiente de humor, em conjunto).

4. Aportando situações negativas (por exemplo, um dia de chuva, romper as


calças ou perder o autocarro), tentar, por um lado, encontrar o lado humorístico
da situação e, por outro, fazendo uso da imaginação, criar finais alegres para
essas situações.

5. Criar listas, individualmente, de divertimentos saudáveis/positivos.

84
Healthier and Happier Schools Project

Espiritualidade

[Acreditar que existe um propósito para a própria


existência. Ter crenças que
confortam.]

Era uma vez um senhor que viva sozinho numa casinha no meio da montanha.
Levava uma vida um pouco aborrecida e solitária. Quase não tinha amigos e todos
os seus dias eram passados a olhar o monte e o rio lá em baixo, cada vez mais e mais
poluído, sem ter grande coisa para fazer.
Ultimamente sentia-se ainda mais deprimido, porque o rio em que tanto ele havia
brincado quando criança, estava sujo, cheirava mal e já nenhuma criança gostava de ir
para ali.
Pensativo e tentando encontrar algo que fazer com a sua vida, este senhor foi
iluminado por uma grande ideia. Tinha sempre sido um homem muito criativo, capaz de
construir a sua própria casa, com móveis fora do habitual e, por vezes, até pintava
quadros da paisagem.
Decidiu que tinha que utilizar esta sua característica! Arregaçou as mangas, desceu
a colina, recolheu todo o lixo que encontrou no rio para dentro de alguns sacos de plástico,
trouxe-o para casa, misturou- lhe água e cola e, daquele monte de porcaria, o senhor fez
papel. Isso mesmo, papel reciclado!
Com o papel já sequinho, debaixo do braço, tornou a descer a montanha, e foi
oferece- lo aos meninos da escola, para que o pudessem utilizar nas suas cópias e contas.
As crianças, por vezes, subiam até casa do senhor para ver como ele fazia a
reciclagem do lixo, entregavam- lhe desenhos e faziam- lhe companhia.
Ele encontrou uma forma de dar sentido à sua vida, pondo a sua
criatividade em jogo para seu bem e bem dos demais. Tornou-se, desde esse dia,
um homem muito feliz.

Sugestões
85
Healthier and Happier Schools Project

1. Debate e reflexão sobre o que é ser feliz, sob o ponto de vista de cada um.

2. Criação individual do projeto de vida (o que cada um gostaria de fazer


profissionalmente, por exemplo).

Perdão

[Capacidade de desculpar quem atuou mal. Capacidade de aceitar os


defeitos dos outros.]

A Jacinta é uma galinha pequena mas muito responsável. Apesar de ser muito
jovem, adora ajudar nas tarefas do galinheiro, ouve com muita atenção as instruções das
galinhas mais velhas e nunca se deixa ficar mal em nenhum compromisso.
Bem, até ao dia… até ao dia em que a Jacinta, que estava um bocadinho cansada,
adormeceu em cima dos ovos por tanto tempo, mas tanto tempo, que os transformou em
ovos cozidos!
Quando se apercebeu do sucedido, tentou rapidamente enterrar os ovos para que
nenhuma galinha se apercebesse do sucedido, mas a Dulce, uma galinha que a Jacinta até
considerava sua amiga, vendo o que havia acontecido, começou a gritar muito alto:
-Venham ver, venham ver! A Jacinta fez ovos cozidos!
E todos começaram a rir, deixando a Jacinta muito envergonhada.
A Jacinta e a Dulce têm, mais ou menos, a mesma idade. Sempre brincaram juntas,
sempre debicaram as mesmas folhas de alface e a Jacinta sempre confidenciou à Dulce as
suas paixonetas pelos galos das outras capoeiras.
A atitude da Dulce deixou-a muito triste e, por isso, decidiu que dali para a frente
não lhe falava mais.
Só que a vida na capoeira, sem a Dulce, não era a mesma coisa. A Jacinta passava
os dias na capoeira sem ninguém para rir, conversar ou jogar. E a Dulce, a sentir-se cada
86
Healthier and Happier Schools Project

vez mais culpada, passava os dias de cabecita baixa, triste, sem vontade sequer de
cacarejar, como era habitual pelas manhãs.
- Jacinta, desculpa. – disse a Dulce. – Eu não fiz por mal. Não sei o que me deu.
Tenho tantas saudades tuas! Perdoa-me e volta a ser minha amiga…
A Jacinta sorriu. É claro que a perdoava. É certo que a Dulce erro u, mas todos nós
erramos. Estarem chateadas só lhes fazia pesar o coração. Aliás, tinham ambas os
corações tão pesados que
os cantos da boca estavam sempre virados para baixo.
- Eu perdoo-te Dulce! Já passou.
E correram uma para a outra, num grande abraço.
Nessa tarde, na capoeira, o ambiente esteve muito animado. As duas amigas
cantavam e riam, mais que nunca. Estavam felizes. E pela hora de jantar, já cansadas e
famintas, a Jacinta decidiu preparar uns ovos cozidos para matar a fome das duas.
- Ovos cozidos? – disse a Dulce – És tão engraçada Jacinta!
E desataram as duas a rir-se.

Sugestões

1. Utilizando um acrónimo que pode servir de orientação: REA (R – recordar, E


– empatizar e A – “amigar”), promover R - a partilha de experiências e a
reflexão sobre situações passadas, a E - empatia com o outro, olhando aos
motivos que o poderão ter levado a ter uma atitude menos boa e o A -
desenvolvimento de estratégias adaptadas à resolução do conflito.

2. Em grupo, atribuir uma qualidade e um defeito a cada colega de turma, por


forma a estabelecer a ideia de que todos temos aspetos menos bons que são
perdoáveis.

3. Construção de uma narrativa sobre o que é o Perdão e o porquê de Perdoar.

87
Healthier and Happier Schools Project

Humildade

[Deixar que os feitos falem por si mesmos. Não desejar ser


o centro das atenções. Não se considerar mais especial do
que se é realmente.]

Guardada na minha gaveta, vive uma caixa de lápis de cor, bem colorida e
brilhante como manda a lei. Volta e meia, quando pego nos lápis vejo que,
inexplicavelmente, alguns estão sem bico.
Eles explicaram- me, um dia, que isto acontecia porque na escuridão da
gaveta existiam grandes zangas entre os lápis que, ao discutir, acabavam por
partir os bicos uns dos outros.
- Mas discutem porquê? – Perguntei- lhes.
O primeiro a chegar-se à frente para me explicar o que se passava foi o
Vermelho, o que não me admirou Todos sabemos quanto pode ser forte esta cor na
branquidão de uma folha de papel.
- Discutimos porque, como é lógico, eu sou o lápis mais bonito e importante desta
caixa. Comigo se pintam o sangue, os lábios, os morangos e até os corações, símbolo do
amor.
- Não. – disse o Azul. – o mais importante sou eu! Sirvo para pintar as duas coisas
que mais fascinam os humanos: o céu e o mar.
A Amarela riu-se e apressou-se a comentar. – Sem sol, o céu não tem sentido. A
minha linda cor amarela, cor do sol, dos malmequeres e da areia, é a cor mais bonita de
toda esta caixa de lápis.
E assim foram argumentando, cor atrás de cor, batendo com os bicos uns nos
outros. Cada lápis de cor pensava ser mais especial que o outro.

Eu sabia que isto não era verdade e, por isso, peguei na minha caixa e levei-os a
dar um passeio. Com um cestinho de piquenique, parámos primeiramente na praia.
88
Healthier and Happier Schools Project

Estendi a toalha branca e vermelha, na areia amarela, para que comêssemos as laranjas e
as peras verdes que havia trazido, enquanto olhávamos o mar azul. Já de barriguinha
cheia, levei os meus lápis de cor até à montanha, para observarmos os montes castanhos,
os pássaros cor-de-rosa e o belo arco íris colorido que ali, entretanto, se foi formando. De
regresso, viajámos no comboio cinzento que era cheio de pessoas vestidas das mais
diversas cores.
Enquanto olhávamos a paisagem pela janela, perguntei- lhes se haviam mudado de
opinião… e eles olharam-se muito envergonhados, com olhos de arrependimento, pelo
tempo que perderam a discutir, achando-se cada um deles mais especial que o outro.
- Os desenhos mais bonitos são aqueles mais coloridos. E, para isso, servem todos
vocês. Cada um é importante à sua maneira.
Desde aquele dia, sempre que abro a caixa, não voltei a ver nenhum lápis de bico
partido. É certo que não posso jurar que não discutem, mas honestamente, se tivesse que
apostar, diria que não. Diria que desde aquele passeio os meus lápis são os mais felizes,
afinal de contas, aprenderam a misturar cores, carinho e importância.

Sugestões

1. Porque a ideia, com o madurar desta força, não é diminuir a importância


de nenhum mas sim aumentar a de todos, deve proporcionar-se espaço a
todos para que possam brilhar em tarefas escolares.

2. Discurso individual e rotativo, pontual, sobre um tema à escolha, dando


espaço a cada um para que se sinta escutado.

3. Sorteio de nomes, onde cada um fica encarregue de realizar algo especial


por outro companheiro, porém em segredo, deixando que o feito fale por
si.

4. Promover o elogio ao colega, sempre que este faça uma boa ação, tenha
uma boa prestação ou diga algo significativo.

89
Healthier and Happier Schools Project

Prudência

[Ser cauteloso na hora de tomar decisões.


Não assumir riscos
desnecessários.]

Não sei se vocês já ouviram falar no Havai.


O Havai é um sítio paradisíaco, cheio de praias, com água muito azul, areia
fininha e palmeiras altas.
Ali vivem três irmãs que, quando cresceram, tiveram que construir, cada uma
delas, uma casa para viverem.
As três escolherem construí- las nas palmeiras mas, como no Havai faz muito
calor, construir uma casa acaba por ser muito difícil. Por isso, a primeira das irmãs,
quando construiu a sua, fê- la rentinha ao chão, por forma a evitar subir a palmeira com os
tijolos e o cimento às costas. Suou um bocadinho, mas nada de mais, e ao fim de alguns
dias a casa já estava pronta e ela a refrescar-se na praia.
A segunda irmã seguiu o exemplo da primeira. Construiu a sua casa numa
palmeira, bem assente no chão, para evitar o cansaço de ter que subir a árvore com
todo o material às costas e, rapidamente, concluiu o trabalho, indo repousar para a
praia.
Só a terceira irmã foi a mais prudente. Ainda que com maior dificuldade e ainda
que transpirando o dobro das outras, ela decidiu construir a sua casa bem no topo da
palmeira. Subiu-a e desceu-a vezes sem conta ao longo de duras semanas e terminou já o
Verão havia passado.
Quando o Inverno chegou, trouxe com ele o mau tempo e as ondas grandes. Uma
dessas ondas, particularmente grande, ultrapassou a areia da praia, o muro da esplanada,
indo bater contra as palmeiras e, logo, contra a casa que as duas irmãs tinham construído
assentes no solo. Só a casa da terceira irmã se salvou, por estar lá no alto, onde nenhuma
onda conseguia chegar.
Todo o seu esforço acabou por compensar! É verdade que poderia ter passado o
90
Healthier and Happier Schools Project

verão na praia, sem pensar no que as ondas de Inverno poderiam fazer à sua casa, mas o
resultado teria sido, também ela, ter ficado sem a sua.
Enquanto ela está no quentinho, as outras duas andam ao frio a arranjar o que a
água destruiu, pagando as consequências de não se terem prevenido antes.

Sugestões

1. Eleger algumas frases negativas que habitualmente utilizamos, como por exemplo,
Não gosto de brincar com ele porque ele joga mal, Hoje não estou com vontade
de te ouvir, O teu trabalho está feio, e pedir- lhes que transformem as frases,
passando a mesma mensagem, de uma forma mais contida e positiva.

2. Escolher algumas condutas erradas como responder mal à mãe ou ao professor,


gritar com os colegas, promovendo a reflexão e debate o porquê de não serem
corretas e possíveis consequências das mesmas.

3. Construção de planos de estudo, com horários fixos e tarefas assinaladas, por


forma a ajudá-los a organizarem os seus dias previamente.

4. Debate sobre constructos como Esforço, Empenho, Reflexão de Consequências.

Autocontrolo

[Ter a capacidade de regular os próprios sentimentos


e ações. Ser disciplinado. Controlar os
próprios impulsos.]

Decidi que hoje é o dia em que vos vou contar um grande e importante segredo.
Dentro da minha cabeça vive um menino. Chama-se AC e nós conversamos a toda
a hora. Quando acordo, enquanto tomo o pequeno-almoço, no caminho para a escola e
91
Healthier and Happier Schools Project

dentro da sala de aula, o AC fala comigo e dá- me conselhos sobre o que fazer e como me
comportar.
No outro dia, enquanto voltava para casa, vi na rua um cão, que não sabia se me
poderia fazer mal ou não. Assumi que sim e isto acontece- me desde que um cão me
assustou. Vivo com medo que outros cães possam fazer- me o mesmo e, por isto, já estava
pronta a fugir, quando o AC me disse que isso não fazia sentido. Eu estava a fugir de quê?
O cão nem se tinha aproximado de mim.
Uma outra vez, para sobremesa, a minha mãe fez um bolo de chocolate delicioso.
A minha vontade era de o comer inteirinho! Mas o AC recordou- me que comer muito
chocolate faz mal e foi graças a ele que não tive uma grande dor de barriga.
O meu amigo também me ajuda quando estou mais triste. Diz- me para
pensar em coisas felizes e isso ajuda-me a sorrir.
E até na escola ele me aconselha. Quando me sinto mais nervoso ou
ansioso, por exemplo na hora de fazer um teste, ele pede- me para respirar fundo
e pensar que sou capaz.
Nunca me deixa dizer ou fazer algo de que me possa arrepender muito depois.
Sabem, o segredo que eu tinha para vos contar não tem a ver com o facto de
que dentro de mim vive este menino. O segredo é que dentro de cada um de vós
também vive um AC!
Se o tentarem procurar e se pararem para o ouvir, se chegarem a dar-lhe essa
oportunidade, vão ver que ele fala convosco. Pode chegar a ser um grande amigo.
Experimentem.
E shiu... Isto fica só entre nós.

Sugestões

1. Praticar, em conjunto, a respiração com atenção, antes de iniciar um novo


dia escolar, uma nova tarefa, antes de um teste ou depois do recreio.

2. Construção do semáforo da turma, onde o vermelho simboliza “parar”, o


amarelo simboliza “pensar (alternativas, consequências) ” e o verde
simboliza “agir”.
92
Healthier and Happier Schools Project

3. Promoção de jogos como a tartaruga, que se esconde na carapaça sempre


que sente uma emoção forte, tomando o seu tempo para respirar, se acalmar
e contar até 10 antes de agir.

93
Healthier and Happier Schools Project

4.5.Aspetos a ter em conta na observação, por parte do grupo, para atribuição dos
autocolantes

Criatividade

- Pensa de um modo diverso a respeito do habitual e a respeito dos demais.

- É original na forma de apresentar os seus trabalhos.

- Gosta de criar novos jogos ou novos objetos.

- Interessa-se por arte.

- Tem imaginação.

Curiosidade

- Mostra-se interessado pelo que vai acontecendo à sua volta.

- É atento às notícias.

- Gosta de explorar o espaço no recreio trazendo consigo, com frequência, objetos que descobre.

- Não se aborrece facilmente.

Amor à Aprendizagem

- Gosta de saber sempre mais, mesmo que sobre tópicos já explorados.

94
Healthier and Happier Schools Project

- Pesquisa informação adicional, por sua própria vontade.

- Confidencia, frequentemente, querer visitar um museu ou outro local cultural.

- Mostra-se atento e entusiasmado quando aprende algo novo.

Abertura Mental

- Gosta de analisar, a pormenor, as situações.

-Aporta novos significados para um comportamento ou novas consequências para um problema.

- Jamais retira uma conclusão precipitada.

- Consegue ser altamente racional.

- É capaz de mudar a sua opinião.

Perspetiva

- Gosta de aconselhar os demais.

- Tenta aconselhar de forma adequada, atendendo à sua visão do mundo.

- Conforta os demais, ajudando-os a perceber e aceitar.

- Tem sempre uma ideia global de qualquer assunto.

- Não esmorece na presença de um fracasso ou obstáculo.

95
Healthier and Happier Schools Project

Valentia

- Atua sempre segundo as próprias convicções.

- Não altera os seus ideais na presença de oposição.

- Gosta de defender as suas ideias.

- Não deixa que as dificuldades o suplantem.

Perseverança

- Forte sentido de responsabilidade.

- Termina sempre o que começa.

- Realiza as tarefas, ainda que encontre obstáculos.

- Distingue o trabalho da brincadeira.

Honestidade

- Admite os erros.

- Pauta-se sempre pela verdade, ainda que esta lhe cause danos.

- É autêntico e muito transparente, percebendo-se facilmente as suas intenções ou emoções.

96
Healthier and Happier Schools Project

Vitalidade

- Faz todas as atividades com imensa paixão, dando o seu melhor.

- Tem muita energia.

- É muito alegre.

- Não amoua com facilidade.

Amor

- Valoriza, mais que nada, as relações que lhe são mais próximas.

- Gosta especialmente de receber afeto.

-Sabe que tem pessoas, na sua vida, que o querem muito, referindo-se às mesmas
frequentemente.

Amabilidade

- Mostra-se sempre disponível para ajudar os demais.

- É gentil.

-Fica tão entusiasmado com a felicidade dos outros como com a sua, contribuindo para a
mesma.

97
Healthier and Happier Schools Project

- Menciona querer fazer algum tipo de voluntariado.

Inteligência Social

- Integra-se, seja qual for a situação social.

- Compreende e regula as suas próprias emoções.

- Fala abertamente sobre o que sente.

- É eficaz na compreensão das emoções dos demais, sabendo como agir na presença das
mesmas.

- É consciente sobre o que o motiva a si e aos demais.

Sente empatia, sabendo colocar-se no lugar do outro.

Cidadania

- Prefere trabalhar em grupo.

- Trabalha bem em cooperação, realizando as tarefas que lhe são designadas.

- Não hesita em sacrificar os seus próprios interesses em benefício do grupo onde está inserido.

- Respeita fortemente as regras.

- Confidencia querer fazer parte de algum serviço que beneficie a comunidade.

98
Healthier and Happier Schools Project

Sentido de Justiça

- Trata, de igual forma, todos os colegas.

- Dá, a todos, a mesma oportunidade.

- Não permite que crenças pessoais influenciem em decisões sobre terceiros.

-Sofre com as diferenças sociais, mostrando-se frequentemente preocupado com a


desigualdade.

Liderança

- Gosta de organizar atividades para o grupo.

- Toma a palavra a maior parte das vezes.

- Tem a capacidade de animar o grupo a realizar algo.

- Reforça as relações interpessoais, contribuindo para o bem-estar do grupo.

Perdão

- Tem uma grande facilidade em aceitar os seus defeitos e dos demais.

- Não costuma julgar alguém por um erro que tenha cometido.

- Tem tendência a desculpar, tranquilamente, quem lhe faz mal.

- Não menciona ou demonstra, jamais, querer vingar-se.


99
Healthier and Happier Schools Project

Humildade

- Não procura ser o centro das atenções.

- Se nota que alguém não teve ainda oportunidade de “brilhar”, prescinde da sua vez de o fazer.

Gosta de ser reconhecido pelos seus feitos, sem falar sobre os mesmos.

- Muda de assunto, mostrando algum desconforto, quando as pessoas o elogiam.

Prudência

- Não gosta de assumir riscos desnecessários.

- Evita atividades que lhe possam causar dano.

-Tem um pensamento marcadamente dirigido ao futuro, mencionando poupar o dinheiro que


lhe é dado, ou guardando material que poderá utilizar mais tarde.

- Costuma pensar sobre o que vai dizer, antes de o fazer.

Auto-Controle

- É muito disciplinado consigo mesmo.

- Não costuma reagir por impulso.

- Sabe esperar a sua vez.


100
Healthier and Happier Schools Project

- Não deixa que emoções ou pensamentos levem a melhor sobre si.

Apreciação da Beleza e Excelência

- Mostra-se muito atento aos detalhes.

- Demonstra sentir admiração por indivíduos, por arte, ciências e/ou natureza.

- Reconhece o valor dos demais, nos mais pequenos gestos.

Gratidão

- Expressa, frequentemente, agradecimento.

- Demonstra sentir-se sortudo por tudo o que é, tem e vive, mencionando-o com emoção.
- Reflete, frequentemente, sobre as bênçãos da sua vida.

Esperança

- Vê o lado positivo de todas as situações.

- Não se deixa esmorecer porque algo não corre bem momentaneamente.

-Acredita que depende somente de si a construção de um futuro melhor e tende a vê- lo de uma
forma positiva.

- Mostra ter planeado aquilo que gostaria de vir a realizar.

101
Healthier and Happier Schools Project

Humor

- Facilmente consegue fazer rir os colegas.

- Encontra formas divertidas de se fazer notar.

- Mistura, sempre que possível, trabalho e brincadeira.

- Expressa frases engraçadas.

- Tem um sentido de oportunidade muito peculiar, dizendo a piada certa no momento certo.

Espiritualidade

- Demonstra ter crenças que confortam.

- Mostra sentir-se como fazendo parte de algo maior que o próprio.

- Crê existir um sentido/propósito muito forte para a sua vida e dos demais.

102
Healthier and Happier Schools Project

4.6.Exemplo de possível desenvolvimento das Sessões – Descrição Detalhada

Sessão 1

- A sessão inicia abrindo o diálogo sobre o que é uma Virtude, para que serve, quantas e quais
existem e quais consideram ser as suas virtudes mais vincadas.

- Explica-se que, nas semanas seguintes, se tentará construir um dicionário sobre as Virtudes, a que
chamaremos Virtudinário. Diz-se que será lida uma história e que posteriormente, as reflexões,
desenhos e atividades que serão realizadas, serão colocadas neste livro que o grupo realizará.

- Procede-se à construção da capa do Virtudinário, podendo utilizar para o efeito as dedadas de cada
um dos elementos do grupo, colagens, escrita de frases, etc.

- Explicita-se que, durante as semanas seguintes, diariamente, se procederá em alguns momentos


pontuais a uma pausa de um minuto com o objetivo de se focarem na própria respiração. Abre-se o
diálogo sobre a importância de usar a respiração para tranquilizar, sobre a importância de prestar
atenção àquilo que sentimos dentro do nosso corpo e mente, bem como ao que se passa à nossa
volta.

- Procede-se ao treino do minuto de respiração, utilizando um sino para o efeito.

- Termina-se a sessão, agradecendo o empenho.

Sessão 2

- A sessão inicia com a leitura da história sobre a força de assinatura Amor;

- Procede-se a uma reflexão sobre a própria história, procurando entender que conceitos
compreenderam da história e de que forma estes se podem aplicar às suas vidas;

- Realiza-se a seguinte atividade: distribuem-se folhas e lápis de cor e pede-se que reflitam sobre
três pessoas por quem sintam Amor. Pede-se que realizem um desenho destas pessoas,
apontando o porquê de as considerarem, assim, importantes. No fim, pede-se que apresentem
e falem um bocadinho sobre as razões que os levam a amar essas pessoas, partilhando-o com o
grupo.

103
Healthier and Happier Schools Project

- Alerta-se para que, durante os próximos dias, até à próxima sessão, estejam atentos a quem coloca
em ação esta força de assinatura (explicando que coisa devem ter em conta, segundo o que está
mencionado neste documento no ponto anterior). Se forem capaz de nomear algum colega, ou este a
si mesmo, aportando exemplos, recebe um autocolante da respetiva força, como recompensa.

- Pede-se que, como trabalho de casa do dia, criem uma ilustração ou escrevam algo sobre a força
de assinatura trabalhada na sessão, para se colocar no Virtudinário.

Sessão 3

- A sessão inicia com a partilha da experiência e entrega dos autocolantes aos alunos que provaram
merecê-lo;

- Coloca-se os trabalhos realizados pelo grupo dentro da capa do Virtudinário;

- Realiza-se a leitura da história sobre a força de assinatura Amabilidade;

- Procede-se a uma reflexão sobre a própria história, procurando entender que conceitos
compreenderam da história e de que forma estes se podem aplicar às suas vidas;

- Realiza-se a seguinte atividade: em círculo, com o auxílio de uma bola, cada um deve apontar
qualidades ao colega do lado, dando-lhe posteriormente um abraço ou um beijinho. A ordem
pode ser invertida e alguns lugares podem ser trocados, por forma a alongar a atividade.

- Alerta-se para que, durante os próximos dias, até à próxima sessão, estejam atentos a quem coloca
em ação esta força de assinatura (explicando que coisa devem ter em conta, segundo o que está
mencionado neste documento no ponto anterior). Se forem capaz de nomear algum colega, ou este a
si mesmo, aportando exemplos, recebe um autocolante da respetiva força, como recompensa.

- Pede-se que, como trabalho de casa do dia, criem uma ilustração ou escrevam algo sobre a força
de assinatura trabalhada na sessão, para se colocar no Virtudinário.

Sessão 4

- A sessão inicia com a partilha da experiência e entrega dos autocolantes aos alunos que provaram
merecê-lo;

- Coloca-se os trabalhos realizados pelo grupo dentro da capa do Virtudinário;

104
Healthier and Happier Schools Project

- Realiza-se a leitura da história sobre a força de assinatura Inteligência Social;

- Procede-se a uma reflexão sobre a própria história, procurando entender que conceitos
compreenderam da história e de que forma estes se podem aplicar às suas vidas;

- Realiza-se a seguinte atividade: preparando previamente alguns cartões com emoções


(expressões de alegria, tristeza, raiva, medo e surpresa), pergunta-se ao grupo de que emoção
se trata, quando se sente, o que acontece ao corpo e à expressão facial na sua presença. De
seguida e, tendo preparado previamente alguns cartões com situações, pergunta-se que
emoção resultará daquela situação, abrindo o diálogo.

105
Healthier and Happier Schools Project

- Alerta-se para que, durante os próximos dias, até à próxima sessão, estejam atentos a quem coloca
em ação esta força de assinatura (explicando que coisa devem ter em conta, segundo o que está
mencionado neste documento no ponto anterior). Se forem capaz de nomear algum colega, ou este a
si mesmo, aportando exemplos, recebe um autocolante da respetiva força, como recompensa.

106
Healthier and Happier Schools Project

- Pede-se que, como trabalho de casa do dia, criem uma ilustração ou escrevam algo sobre a força
de assinatura trabalhada na sessão, para se colocar no Virtudinário.

Sessão 5

- A sessão inicia com a partilha da experiência e entrega dos autocolantes aos alunos que provaram
merecê-lo;

- Coloca-se os trabalhos realizados pelo grupo dentro da capa do Virtudinário;

- Realiza-se a leitura da história sobre a força de assinatura Criatividade;

- Procede-se a uma reflexão sobre a própria história, procurando entender que conceitos
compreenderam da história e de que forma estes se podem aplicar às suas vidas;

- Realiza-se a seguinte atividade: para começar, um dos alunos inicia uma história, dizendo uma
só frase e o seguinte deve completar com outra frase, prolongando-o a todo o grupo, até todos
os indivíduos se terem manifestado. De seguida, pede-se que cada um deles atente a um objeto
que esteja presente na sala de aula e que se mantenha em silêncio para não influenciar os
colegas. Distribuem-se folhas e lápis de cor e pede-se que dêem uma nova função ao objeto
escolhido, diferente daquela que ele normalmente tem (ex. a afiadeira que pode ser um abrigo
para formigas, ou o lápis que pode servir para apanhar o cabelo,...). Todos devem apresentar
os seus trabalhos ao grupo.

- Alerta-se para que, durante os próximos dias, até à próxima sessão, estejam atentos a quem coloca
em ação esta força de assinatura (explicando que coisa devem ter em conta, segundo o que está
mencionado neste documento no ponto anterior). Se forem capaz de nomear algum colega, ou este a
si mesmo, aportando exemplos, recebe um autocolante da respetiva força, como recompensa.

- Pede-se que, como trabalho de casa do dia, criem uma ilustração ou escrevam algo sobre a força
de assinatura trabalhada na sessão, para se colocar no Virtudinário.

Sessão 6

- A sessão inicia com a partilha da experiência e entrega dos autocolantes aos alunos que provaram
merecê-lo;

107
Healthier and Happier Schools Project

- Coloca-se os trabalhos realizados pelo grupo dentro da capa do Virtudinário;

- Realiza-se a leitura da história sobre a força de assinatura Curiosidade;

- Procede-se a uma reflexão sobre a própria história, procurando entender que conceitos
compreenderam da história e de que forma estes se podem aplicar às suas vidas;

- Realiza-se a seguinte atividade: primeiramente, todos devem escrever numa folha algumas
características pessoais (por exemplo, se têm irmãos, como se chama o animal de estimação, de
que clube são, que medos têm, qual a comida preferida, etc.). Depois, juntando as crianças em
grupos de 2, devem realizar entrevistas aos colegas por forma a obterem esta informação. Os
grupos podem ir sendo alternados, convém que tenham apenas dois ou três minutos com cada
colega, para poderem alternar o mais possível. Por fim, a educadora lê as características
escritas em cada folha e o grupo deve adivinhar a que colega pertencem.

- Alerta-se para que, durante os próximos dias, até à próxima sessão, estejam atentos a quem coloca
em ação esta força de assinatura (explicando que coisa devem ter em conta, segundo o que está
mencionado neste documento no ponto anterior). Se forem capaz de nomear algum colega, ou este a
si mesmo, aportando exemplos, recebe um autocolante da respetiva força, como recompensa.

- Pede-se que, como trabalho de casa do dia, criem uma ilustração ou escrevam algo sobre a força
de assinatura trabalhada na sessão, para se colocar no Virtudinário.

Sessão 7

- A sessão inicia com a partilha da experiência e entrega dos autocolantes aos alunos que provaram
merecê-lo;

- Coloca-se os trabalhos realizados pelo grupo dentro da capa do Virtudinário;

- Realiza-se a leitura da história sobre a força de assinatura Abertura Mental;

- Procede-se a uma reflexão sobre a própria história, procurando entender que conceitos
compreenderam da história e de que forma estes se podem aplicar às suas vidas;

- Realiza-se a seguinte atividade: organizam-se três grupos de trabalho, distribuíndo


homogeneamente as crianças. A cada um dos grupos é atribuído o início de um conto infantil
que já conheçam (por exemplo, o Capuchinho Vermelho, a Bela e o Monstro e os Três

108
Healthier and Happier Schools Project

Porquinhos). A tarefa do grupo é construir um final diferente para aquela história,


representando-o. Devem ser dados alguns minutos aos grupos para treinarem e
posteriormente devem apresentar a sua pequena peça aos restantes colegas.

- Alerta-se para que, durante os próximos dias, até à próxima sessão, estejam atentos a quem coloca
em ação esta força de assinatura (explicando que coisa devem ter em conta, segundo o que está
mencionado neste documento no ponto anterior). Se forem capaz de nomear algum colega, ou este a
si mesmo, aportando exemplos, recebe um autocolante da respetiva força, como recompensa.

- Pede-se que, como trabalho de casa do dia, criem uma ilustração ou escrevam algo sobre a força
de assinatura trabalhada na sessão, para se colocar no Virtudinário.

Sessão 8

- A sessão inicia com a partilha da experiência e entrega dos autocolantes aos alunos que provaram
merecê-lo;

- Coloca-se os trabalhos realizados pelo grupo dentro da capa do Virtudinário;

- Realiza-se a leitura da história sobre a força de assinatura Amor à Aprendizagem;

- Procede-se a uma reflexão sobre a própria história, procurando entender que conceitos
compreenderam da história e de que forma estes se podem aplicar às suas vidas;

- Realiza-se a seguinte atividade: todos, individualmente, devem pensar em algo que tenham
aprendido, na escola ou fora de aula, que achem muito interessante. Devem posteriormente
apresentá-lo/explicá-lo à turma.

- Alerta-se para que, durante os próximos dias, até à próxima sessão, estejam atentos a quem coloca
em ação esta força de assinatura (explicando que coisa devem ter em conta, segundo o que está
mencionado neste documento no ponto anterior). Se forem capaz de nomear algum colega, ou este a
si mesmo, aportando exemplos, recebe um autocolante da respetiva força, como recompensa.

- Pede-se que, como trabalho de casa do dia, criem uma ilustração ou escrevam algo sobre a força
de assinatura trabalhada na sessão, para se colocar no Virtudinário.

Sessão 9
109
Healthier and Happier Schools Project

- A sessão inicia com a partilha da experiência e entrega dos autocolantes aos alunos que provaram
merecê-lo;

- Coloca-se os trabalhos realizados pelo grupo dentro da capa do Virtudinário;

- Realiza-se a leitura da história sobre a força de assinatura Perspetiva;

- Procede-se a uma reflexão sobre a própria história, procurando entender que conceitos
compreenderam da história e de que forma estes se podem aplicar às suas vidas;

- Realiza-se a seguinte atividade: deve abrir-se o diálogo sobre o que eles entendem por
conselho, aportando as características que um bom conselho deve ter. De seguida, pegando
numa cartolina, desenha-se uma árvore e pede-se que cada criança desenhe, numa folha
branca, uma folha de árvore, escrevendo nesta um bom conselho (que pode ser relacionado
com a escola, com a família, com os amigos,...). Todos devem apresentar o seu bom conselho e
colá-lo na árvore dos bons conselhos, que pode permanecer afixada na sala de aula.

- Alerta-se para que, durante os próximos dias, até à próxima sessão, estejam atentos a quem coloca
em ação esta força de assinatura (explicando que coisa devem ter em conta, segundo o que está
mencionado neste documento no ponto anterior). Se forem capaz de nomear algum colega, ou este a
si mesmo, aportando exemplos, recebe um autocolante da respetiva força, como recompensa.

- Pede-se que, como trabalho de casa do dia, criem uma ilustração ou escrevam algo sobre a força
de assinatura trabalhada na sessão, para se colocar no Virtudinário.

Sessão 10

- A sessão inicia com a partilha da experiência e entrega dos autocolantes aos alunos que provaram
merecê-lo;

- Coloca-se os trabalhos realizados pelo grupo dentro da capa do Virtudinário;

- Realiza-se a leitura da história sobre a força de assinatura Cidadania;

- Procede-se a uma reflexão sobre a própria história, procurando entender que conceitos
compreenderam da história e de que forma estes se podem aplicar às suas vidas;

- Realiza-se a seguinte atividade: o objetivo é construir um mapa do bairro. Primeiramente


abre-se o diálogo sobre os serviços que ali existem (por exemplo, correios, polícia, padaria,
110
Healthier and Happier Schools Project

supermercado, campo de jogos,...) e qual a sua utilidade. Distribuem-se as crianças por grupos
e cada grupo fica encarregue de um dos serviços que existam no bairro, pelo que devem
desenhá-lo o melhor que puderem, podendo recorrer a recortes de revistas. No final, colam-se
os diversos serviços numa cartolina, construindo o mapa do bairro. Antes de terminar a
atividade, abre-se o diálogo sobre a importância de colaborar no grupo que é a nossa família e
a nossa turma, pedindo-lhes que pensem de que forma poderiam ser melhores companheiros.

- Alerta-se para que, durante os próximos dias, até à próxima sessão, estejam atentos a quem coloca
em ação esta força de assinatura (explicando que coisa devem ter em conta, segundo o que está
mencionado neste documento no ponto anterior). Se forem capaz de nomear algum colega, ou este a
si mesmo, aportando exemplos, recebe um autocolante da respetiva força, como recompensa.

- Pede-se que, como trabalho de casa do dia, criem uma ilustração ou escrevam algo sobre a força
de assinatura trabalhada na sessão, para se colocar no Virtudinário.

Sessão 11

- A sessão inicia com a partilha da experiência e entrega dos autocolantes aos alunos que provaram
merecê-lo;

- Coloca-se os trabalhos realizados pelo grupo dentro da capa do Virtudinário;

- Realiza-se a leitura da história sobre a força de assinatura Justiça;

- Procede-se a uma reflexão sobre a própria história, procurando entender que conceitos
compreenderam da história e de que forma estes se podem aplicar às suas vidas;

- Realiza-se a seguinte atividade: previamente faz-se a recolha dos direitos universais da


criança, escrevendo-os numa folha e recortando-os posteriormente. Distribuem-se os direitos
pelas crianças, pedindo que uma a uma, leiam o que está escrito na folha. Abre-se o diálogo
para comentar. Lançam-se questões como se todas as crianças terão acesso aos mesmos
direitos...

111
Healthier and Happier Schools Project

- Alerta-se para que, durante os próximos dias, até à próxima sessão, estejam atentos a quem coloca
em ação esta força de assinatura (explicando que coisa devem ter em conta, segundo o que está
mencionado neste documento no ponto anterior). Se forem capaz de nomear algum colega, ou este a
si mesmo, aportando exemplos, recebe um autocolante da respetiva força, como recompensa.

- Pede-se que, como trabalho de casa do dia, criem uma ilustração ou escrevam algo sobre a força
de assinatura trabalhada na sessão, para se colocar no Virtudinário.

Sessão 12

- A sessão inicia com a partilha da experiência e entrega dos autocolantes aos alunos que provaram
merecê-lo;

- Coloca-se os trabalhos realizados pelo grupo dentro da capa do Virtudinário;

- Realiza-se a leitura da história sobre a força de assinatura Liderança;

- Procede-se a uma reflexão sobre a própria história, procurando entender que conceitos
compreenderam da história e de que forma estes se podem aplicar às suas vidas;

- Realiza-se a seguinte atividade: as crianças são convidadas a elaborar um cartaz (que pode ser
feito a partir de uma folha branca, recortes e lápis de cor) onde explicitem o porquê dos
restantes deverem votar nesta para líder, fazendo algumas promessas quanto ao que realizaria
se fosse a eleita. Posteriormente, um a um, todos devem defender-se/fazer campanha enquanto
líderes. No final, procede-se a uma votação. A criança eleita pode ficar responsável por ajudar
primordialmente todas as outras, tal como um bom líder faz.

112
Healthier and Happier Schools Project

- Alerta-se para que, durante os próximos dias, até à próxima sessão, estejam atentos a quem coloca
em ação esta força de assinatura (explicando que coisa devem ter em conta, segundo o que está
mencionado neste documento no ponto anterior). Se forem capaz de nomear algum colega, ou este a
si mesmo, aportando exemplos, recebe um autocolante da respetiva força, como recompensa.

- Pede-se que, como trabalho de casa do dia, criem uma ilustração ou escrevam algo sobre a força
de assinatura trabalhada na sessão, para se colocar no Virtudinário.

Sessão 13

- A sessão inicia com a partilha da experiência e entrega dos autocolantes aos alunos que provaram
merecê-lo;

- Coloca-se os trabalhos realizados pelo grupo dentro da capa do Virtudinário;

- Realiza-se a leitura da história sobre a força de assinatura Valentia;

- Procede-se a uma reflexão sobre a própria história, procurando entender que conceitos
compreenderam da história e de que forma estes se podem aplicar às suas vidas;

- Realiza-se a seguinte atividade: antecipadamente, constroem-se alguns cartões com situações


em que seja necessário tomar partido de uma das partes, ainda que com discórdia, abrindo o
diálogo.

A mãe do João leva-o pela mão, enquanto fazem as compras da semana no supermercado.
O João vê um carrinho que ele gostava muito que a mãe lhe comprasse. Mas a mãe diz-lhe que não.
O João começa a chorar e a gritar. Toda a gente se volta para olhar para o João e para a mãe.
O que deveria fazer a mãe do João?

O Miguel adora usar camisolas cor de rosa mas todos os colegas se riem e dizem que essa é uma cor de menina. O que
deveria fazer o Miguel?

A Laura gostava de oferecer um presente à sua professora de inglês porque é a sua professora preferida, mas tem
medo do que os colegas possam pensar a seu respeito. Ela não quer que lhe digam que é “graxista”. O que deveria
fazer a Laura?

- Alerta-se para que, durante os próximos dias, até à próxima sessão, estejam atentos a quem coloca
em ação esta força de assinatura (explicando que coisa devem ter em conta, segundo o que está

113
Healthier and Happier Schools Project

mencionado neste documento no ponto anterior). Se forem capaz de nomear algum colega, ou este a
si mesmo, aportando exemplos, recebe um autocolante da respetiva força, como recompensa.

- Pede-se que, como trabalho de casa do dia, criem uma ilustração ou escrevam algo sobre a força
de assinatura trabalhada na sessão, para se colocar no Virtudinário.

Sessão 14

- A sessão inicia com a partilha da experiência e entrega dos autocolantes aos alunos que provaram
merecê-lo;

- Coloca-se os trabalhos realizados pelo grupo dentro da capa do Virtudinário;

- Realiza-se a leitura da história sobre a força de assinatura Perseverança;

- Procede-se a uma reflexão sobre a própria história, procurando entender que conceitos
compreenderam da história e de que forma estes se podem aplicar às suas vidas;

- Realiza-se a seguinte atividade: o objetivo é plantar um feijão, pelo qual se devem


responsabilizar, individualmente. Distribuem-se os copos, o algodão e os feijões.
Primeiramente, deve colocar-se um pouco de algodão no fundo do copo, de seguida coloca-se
um ou dois feijões, de novo o algodão por cima dos feijões e, por fim, rega-se com água. Todas
as crianças devem escrever o seu nome no fundo do copo e regar o seu feijão todos os dias.

- Alerta-se para que, durante os próximos dias, até à próxima sessão, estejam atentos a quem coloca
em ação esta força de assinatura (explicando que coisa devem ter em conta, segundo o que está
mencionado neste documento no ponto anterior). Se forem capaz de nomear algum colega, ou este a
si mesmo, aportando exemplos, recebe um autocolante da respetiva força, como recompensa.

- Pede-se que, como trabalho de casa do dia, criem uma ilustração ou escrevam algo sobre a força
de assinatura trabalhada na sessão, para se colocar no Virtudinário.

Sessão 15

- A sessão inicia com a partilha da experiência e entrega dos autocolantes aos alunos que provaram
merecê-lo;

114
Healthier and Happier Schools Project

- Coloca-se os trabalhos realizados pelo grupo dentro da capa do Virtudinário;

- Realiza-se a leitura da história sobre a força de assinatura Honestidade;

- Procede-se a uma reflexão sobre a própria história, procurando entender que conceitos
compreenderam da história e de que forma estes se podem aplicar às suas vidas;

- Realiza-se a seguinte atividade: em grupo, cada criança deve dizer algo que pode ser verdade
ou mentira, deixando os restantes colegas adivinhar. A ideia é que compreendam que é
simples descobrir quando alguém está a mentir. De seguida e, se o espaço permitir, pode
incentivar-se as crianças a fazer uma pesquisa sobre provérbios associados à mentira.

- Alerta-se para que, durante os próximos dias, até à próxima sessão, estejam atentos a quem coloca
em ação esta força de assinatura (explicando que coisa devem ter em conta, segundo o que está
mencionado neste documento no ponto anterior). Se forem capaz de nomear algum colega, ou este a
si mesmo, aportando exemplos, recebe um autocolante da respetiva força, como recompensa.

- Pede-se que, como trabalho de casa do dia, criem uma ilustração ou escrevam algo sobre a força
de assinatura trabalhada na sessão, para se colocar no Virtudinário.

Sessão 16

- A sessão inicia com a partilha da experiência e entrega dos autocolantes aos alunos que provaram
merecê-lo;

- Coloca-se os trabalhos realizados pelo grupo dentro da capa do Virtudinário;

- Realiza-se a leitura da história sobre a força de assinatura Vitalidade;

- Procede-se a uma reflexão sobre a própria história, procurando entender que conceitos
compreenderam da história e de que forma estes se podem aplicar às suas vidas;

- Realiza-se a seguinte atividade: primeiramente, abre-se o discurso sobre a importância de


saborear a vida de uma forma feliz. Fazendo uso dos dedos de uma mão, cada um deve
apontar cinco coisas que considere serem atividades que realiza e que contribuem para a sua
felicidade. De seguida, distribui-se uma planificação de um cubo onde, em cada uma das faces,
devem desenhar atividades que os façam “sentir-se vivos”. No final, constroem-se os cubos,

115
Healthier and Happier Schools Project

com a ajuda de cola e tesoura, sendo que estes podem ser colocados (ou não) numa espécie de
“espanta-espíritos” que pode permanecer na sala de aula.

- Alerta-se para que, durante os próximos dias, até à próxima sessão, estejam atentos a quem coloca
em ação esta força de assinatura (explicando que coisa devem ter em conta, segundo o que está
mencionado neste documento no ponto anterior). Se forem capaz de nomear algum colega, ou este a
si mesmo, aportando exemplos, recebe um autocolante da respetiva força, como recompensa.

- Pede-se que, como trabalho de casa do dia, criem uma ilustração ou escrevam algo sobre a força
de assinatura trabalhada na sessão, para se colocar no Virtudinário.

Sessão 17

- A sessão inicia com a partilha da experiência e entrega dos autocolantes aos alunos que provaram
merecê-lo;

- Coloca-se os trabalhos realizados pelo grupo dentro da capa do Virtudinário;

- Realiza-se a leitura da história sobre a força de assinatura Apreciação da beleza e excelência;

- Procede-se a uma reflexão sobre a própria história, procurando entender que conceitos
compreenderam da história e de que forma estes se podem aplicar às suas vidas;

- Realiza-se a seguinte atividade: antecipadamente, preparam-se alguns materiais que poderão


ser usados para explorar os sentido tacto e olfacto (algodão, algodão embebido em perfume,
casca de laranja, sal, folhas, limão, terra, etc.). Abre-se, primeiramente, o diálogo sobre como
temos tantas coisas em torno a nós muito bonitas e às quais não prestamos a devida atenção.
Assim e, porque os sentidos são a nossa forma de conectar e interpretar o mundo, abre-se o
diálogo sobre o que são os sentidos, quantos existem, se existe um mais importante que outro
(a resposta seria não),... Pede-se que olhem à sua volta e escolham um objeto que estejam a
ver, explicitando que objeto é e que valor tem (para que serve). Os objetos não se podem
repetir e todos têm que mencionar um, repetindo o exercício pelo menos duas vezes, para que
se torne mais complicado e seja realmente necessário estar atento. De seguida, passa-se para o
segundo sentido a ser explorado, que será a audição. Todos, em conjunto, devem fazer silêncio
e nomear os sons que estão presentes. O terceiro sentido a ser explorado será o olfacto, pelo
que, com os olhos tapados, escolhem-se alguns voluntários para virem descobrir odores. O
quarto sentido a ser explorado será o tacto e, da mesma forma que no exercício anterior,
116
Healthier and Happier Schools Project

prepara-se previamente uma caixa com alguns itens como casca de laranja, terra, algodão,
folhas, sal, etc para que alguns voluntários, de olhos vendados, adivinhem de que textura se
trata. O último sentido a ser explorado será o do paladar. Pegando num pedacinho de maçã e
num pedacinho de chocolate, à vez, pedimos que olhem para o item como se nunca o tivessem
visto antes, notando na sua cor, no seu brilho, na sua forma, e logo que o cheirem, depois que
lhe toquem, notando a textura, e por fim que o coloquem na boca, sentindo a sensação de
ambos a desfazerem-se na boca, antes de o engolir, sem pressa. Explica-se que este exercício,
esta forma de comer, pode e deve ser praticada às horas de refeição.

- Alerta-se para que, durante os próximos dias, até à próxima sessão, estejam atentos a quem coloca
em ação esta força de assinatura (explicando que coisa devem ter em conta, segundo o que está
mencionado neste documento no ponto anterior). Se forem capaz de nomear algum colega, ou este a
si mesmo, aportando exemplos, recebe um autocolante da respetiva força, como recompensa.

- Pede-se que, como trabalho de casa do dia, criem uma ilustração ou escrevam algo sobre a força
de assinatura trabalhada na sessão, para se colocar no Virtudinário.

Sessão 18

- A sessão inicia com a partilha da experiência e entrega dos autocolantes aos alunos que provaram
merecê-lo;

- Coloca-se os trabalhos realizados pelo grupo dentro da capa do Virtudinário;

- Realiza-se a leitura da história sobre a força de assinatura Gratidão;

- Procede-se a uma reflexão sobre a própria história, procurando entender que conceitos
compreenderam da história e de que forma estes se podem aplicar às suas vidas;

- Realiza-se a seguinte atividade: um pouco à semelhança do que já vem sendo praticado nas
sessões prévias, o objetivo seria despertá-los para a quantidade enorme de coisas que temos
como garantidas e que, provavelmente, se lhes dedicássemos um pouco mais de atenção,
poderiam contribuir para um maior bem-estar. Assim, distribuem-se algumas garrafas
plásticas recicladas ou, em alternativa, alguns copos de plásticos que possam ser cobertos com

117
Healthier and Happier Schools Project

um pedacinho de tecido, por exemplo, e convida-se as crianças a decorarem o seu recipiente.


Idealmente, decorar-se-ia com tintas, deixando o recipiente secar mas poderá decorar-se com
recortes de revistas. Todos devem escrever o seu nome no fundo do recipiente. De seguida,
pede-se que usando os dedos de uma mão, escolham cinco coisas pelas quais se sintam
agradecidos, explicitando o porquê. Devem depois escrevê-lo num papelinho e colocá-lo dentro
do recipiente. Este recipiente deve ser usado periodicamente, repetindo a atividade.

- Alerta-se para que, durante os próximos dias, até à próxima sessão, estejam atentos a quem coloca
em ação esta força de assinatura (explicando que coisa devem ter em conta, segundo o que está
mencionado neste documento no ponto anterior). Se forem capaz de nomear algum colega, ou este a
si mesmo, aportando exemplos, recebe um autocolante da respetiva força, como recompensa.

- Pede-se que, como trabalho de casa do dia, criem uma ilustração ou escrevam algo sobre a força
de assinatura trabalhada na sessão, para se colocar no Virtudinário.

Sessão 19

- A sessão inicia com a partilha da experiência e entrega dos autocolantes aos alunos que provaram
merecê-lo;

- Coloca-se os trabalhos realizados pelo grupo dentro da capa do Virtudinário;

- Realiza-se a leitura da história sobre a força de assinatura Esperança;

- Procede-se a uma reflexão sobre a própria história, procurando entender que conceitos
compreenderam da história e de que forma estes se podem aplicar às suas vidas;

- Realiza-se a seguinte atividade: previamente, preparam-se cartões com algumas situações que
são conotadas, à partida, como negativas. Pede-se ao grupo que apontem, em conjunto, o lado
positivo de cada situação.

Sair de casa com chuva torrencial.

Ter de esperar no meio do trânsito.

Ter o nariz sujo mas não ter um lenço à disposição.

Estudar para uma disciplina que não se gosta.

118
Healthier and Happier Schools Project

Romper as calças, na escola.

Ter um ataque de soluços.

- Alerta-se para que, durante os próximos dias, até à próxima sessão, estejam atentos a quem coloca
em ação esta força de assinatura (explicando que coisa devem ter em conta, segundo o que está
mencionado neste documento no ponto anterior). Se forem capaz de nomear algum colega, ou este a
si mesmo, aportando exemplos, recebe um autocolante da respetiva força, como recompensa.

- Pede-se que, como trabalho de casa do dia, criem uma ilustração ou escrevam algo sobre a força
de assinatura trabalhada na sessão, para se colocar no Virtudinário.

Sessão 20

- A sessão inicia com a partilha da experiência e entrega dos autocolantes aos alunos que provaram
merecê-lo;

- Coloca-se os trabalhos realizados pelo grupo dentro da capa do Virtudinário;

- Realiza-se a leitura da história sobre a força de assinatura Humor;

- Procede-se a uma reflexão sobre a própria história, procurando entender que conceitos
compreenderam da história e de que forma estes se podem aplicar às suas vidas;

- Realiza-se a seguinte atividade: o objetivo é que se consiga criar um ambiente divertido,


partindo do contributo de todas as crianças. Assim, são dados alguns minutos para que se
preparem sobre como fazer rir os colegas (podem pensar numa anedota, numa história, numa
cara divertida, numa canção,...). De seguida, um a um, todos devem ir ao centro, fazendo-se
passar por humoristas.

- Alerta-se para que, durante os próximos dias, até à próxima sessão, estejam atentos a quem coloca
em ação esta força de assinatura (explicando que coisa devem ter em conta, segundo o que está
mencionado neste documento no ponto anterior). Se forem capaz de nomear algum colega, ou este a
si mesmo, aportando exemplos, recebe um autocolante da respetiva força, como recompensa.

119
Healthier and Happier Schools Project

- Pede-se que, como trabalho de casa do dia, criem uma ilustração ou escrevam algo sobre a força
de assinatura trabalhada na sessão, para se colocar no Virtudinário.

Sessão 21

- A sessão inicia com a partilha da experiência e entrega dos autocolantes aos alunos que provaram
merecê-lo;

- Coloca-se os trabalhos realizados pelo grupo dentro da capa do Virtudinário;

- Realiza-se a leitura da história sobre a força de assinatura Espiritualidade;

- Procede-se a uma reflexão sobre a própria história, procurando entender que conceitos
compreenderam da história e de que forma estes se podem aplicar às suas vidas;

- Realiza-se a seguinte atividade: abrindo o diálogo sobre a importância de ter sonhos e


objetivos para o futuro, distribuem-se algumas folhas pelas crianças para que desenhem o que
gostariam de atingir/ realizar quando crescessem. Todos devem apresentar o “plano de vida”
ao grupo.

- Alerta-se para que, durante os próximos dias, até à próxima sessão, estejam atentos a quem coloca
em ação esta força de assinatura (explicando que coisa devem ter em conta, segundo o que está
mencionado neste documento no ponto anterior). Se forem capaz de nomear algum colega, ou este a
si mesmo, aportando exemplos, recebe um autocolante da respetiva força, como recompensa.

- Pede-se que, como trabalho de casa do dia, criem uma ilustração ou escrevam algo sobre a força
de assinatura trabalhada na sessão, para se colocar no Virtudinário.

Sessão 22

- A sessão inicia com a partilha da experiência e entrega dos autocolantes aos alunos que provaram
merecê-lo;

- Coloca-se os trabalhos realizados pelo grupo dentro da capa do Virtudinário;

- Realiza-se a leitura da história sobre a força de assinatura Perdão;

120
Healthier and Happier Schools Project

- Procede-se a uma reflexão sobre a própria história, procurando entender que conceitos
compreenderam da história e de que forma estes se podem aplicar às suas vidas;

- Realiza-se a seguinte atividade: abre-se o diálogo sobre a realidade de que todos nós erramos,
mais tarde ou mais cedo, em algum momento. É necessário tentar ser o mais consciente
possível na hora de agir mas é igualmente necessário saber perdoar os outros e, para isso, é
necessário sabermos colocar-nos no lugar deles. Assim, todos devem apontar numa folha um
momento em que já tenham cometido um erro, sendo desculpados por isso, e um momento em
que já tenham desculpado o erro de alguém. Devem, no fim, partilhar esses momentos com o
grupo, refletindo nas perspetivas de ambas as pessoas envolvidas na situação.

- Alerta-se para que, durante os próximos dias, até à próxima sessão, estejam atentos a quem coloca
em ação esta força de assinatura (explicando que coisa devem ter em conta, segundo o que está
mencionado neste documento no ponto anterior). Se forem capaz de nomear algum colega, ou este a
si mesmo, aportando exemplos, recebe um autocolante da respetiva força, como recompensa.

- Pede-se que, como trabalho de casa do dia, criem uma ilustração ou escrevam algo sobre a força
de assinatura trabalhada na sessão, para se colocar no Virtudinário.

Sessão 23

- A sessão inicia com a partilha da experiência e entrega dos autocolantes aos alunos que provaram
merecê-lo;

- Coloca-se os trabalhos realizados pelo grupo dentro da capa do Virtudinário;

- Realiza-se a leitura da história sobre a força de assinatura Humildade;

- Procede-se a uma reflexão sobre a própria história, procurando entender que conceitos
compreenderam da história e de que forma estes se podem aplicar às suas vidas;

- Realiza-se a seguinte atividade: prepara-se, previamente, alguns temas para discurso. Devem
ser coisas simples, talvez somente palavras soltas (por exemplo, batata, planeta terra, ursos do
pólo norte,...). À sorte, cada criança deve retirar um papel, sabendo assim o tema que lhe toca
discursar. Devem ser dados alguns minutos e, de seguida, um a um, serão convidados a subir a
uma mesa e a discursar sobre a importância do tema que lhe calhou (o objetivo desta força
não seria diminuir ninguém, mas sim fazer brilhar cada um deles).
121
Healthier and Happier Schools Project

- Alerta-se para que, durante os próximos dias, até à próxima sessão, estejam atentos a quem coloca
em ação esta força de assinatura (explicando que coisa devem ter em conta, segundo o que está
mencionado neste documento no ponto anterior). Se forem capaz de nomear algum colega, ou este a
si mesmo, aportando exemplos, recebe um autocolante da respetiva força, como recompensa.

- Pede-se que, como trabalho de casa do dia, criem uma ilustração ou escrevam algo sobre a força
de assinatura trabalhada na sessão, para se colocar no Virtudinário.

Sessão 24

- A sessão inicia com a partilha da experiência e entrega dos autocolantes aos alunos que provaram
merecê-lo;

- Coloca-se os trabalhos realizados pelo grupo dentro da capa do Virtudinário;

- Realiza-se a leitura da história sobre a força de assinatura Prudência;

- Procede-se a uma reflexão sobre a própria história, procurando entender que conceitos
compreenderam da história e de que forma estes se podem aplicar às suas vidas;

- Realiza-se a seguinte atividade: abrindo o diálogo sobre a importância de se ser prudente,


aportando alguns exemplos, passa-se à distribuição de uma grelha semanal. Nesta grelha, o
grupo, deve apontar os seus afazeres (escola, estudar, tarefas em casa), bem como os seus
passatempos, passando pelas coisas que talvez não façam ainda mas gostariam de fazer.
Devem organizar o seu tempo da melhor forma. No fim, faz-se a reflexão de como é
importante organizarmo-nos para que possamos passar tempo com quem gostamos e a fazer o
que gostamos, bem como a realizar as nossas obrigações, para ter uma vida feliz.

8h- 9h- 10h- 11h- 12h- 13h- 14h- 15h- 16h- 17h- 18h- 19h- 20h- 21h-
9h 10h 11h 12h 13h 14h 15h 16h 17h 18h 19h 20h 21h 22h
Segunda-
feira
Terça-
feira
Quarta-
feira
Quinta-
feira
Sexta-
feira

122
Healthier and Happier Schools Project

Sábado
Domingo

- Alerta-se para que, durante os próximos dias, até à próxima sessão, estejam atentos a quem coloca
em ação esta força de assinatura (explicando que coisa devem ter em conta, segundo o que está
mencionado neste documento no ponto anterior). Se forem capaz de nomear algum colega, ou este a
si mesmo, aportando exemplos, recebe um autocolante da respetiva força, como recompensa.

- Pede-se que, como trabalho de casa do dia, criem uma ilustração ou escrevam algo sobre a força
de assinatura trabalhada na sessão, para se colocar no Virtudinário.

Sessão 25

- A sessão inicia com a partilha da experiência e entrega dos autocolantes aos alunos que provaram
merecê-lo;

- Coloca-se os trabalhos realizados pelo grupo dentro da capa do Virtudinário;

- Realiza-se a leitura da história sobre a força de assinatura Auto controlo;

- Procede-se a uma reflexão sobre a própria história, procurando entender que conceitos
compreenderam da história e de que forma estes se podem aplicar às suas vidas;

- Realiza-se a seguinte atividade: aporta-se ao grupo dois jogos de regulação emocional: a


tartaruga e o passarinho. O jogo da tartaruga consiste em, depois de explicar que ela usa a
carapaça para se esconder e contar até 10 sempre que sente uma emoção muito forte, colocar
uma música e pedir que caminhem pela sala livremente... Assim que a música pára, devem
esconder-se na carapaça e contar até 10. O jogo do passarinho consiste em voar livremente,
abrindo e fechando as asas, com atenção à respiração (quando se abre a asa inspira-se,
quando se fecha a asa expira-se). No final dos jogos, tira-se um bocadinho para refletir sobre a
importância concentrar na respiração enquanto técnica de controlo emocional e de parar para
contar até 10, antes de ter uma reação de que nos possamos vir a arrepender.

- Alerta-se para que, durante os próximos dias, até à próxima sessão, estejam atentos a quem coloca
em ação esta força de assinatura (explicando que coisa devem ter em conta, segundo o que está

123
Healthier and Happier Schools Project

mencionado neste documento no ponto anterior). Se forem capaz de nomear algum colega, ou este a
si mesmo, aportando exemplos, recebe um autocolante da respetiva força, como recompensa.

- Pede-se que, como trabalho de casa do dia, criem uma ilustração ou escrevam algo sobre a força
de assinatura trabalhada na sessão, para se colocar no Virtudinário.

Sessão 26

- A sessão inicia com a partilha da experiência e entrega dos autocolantes aos alunos que provaram
merecê-lo;

- Coloca-se os trabalhos realizados pelo grupo dentro da capa do Virtudinário;

- Questiona-se sobre as atividades que mais gostaram de realizar e as histórias com que mais se
identificaram;
- Entrega-se, como prendinha final, uma pulseira alusiva ao programa;

- Agradece-se o empenho no programa.

124
Healthier and Happier Schools Project

4.7.Material necessário

Sessão 1 - Revistas (para recortar);


- Cola;
- Tesoura;
- Lápis de cor;
- Tintas (para as dedadas);
- Cartolina ou cartão (para a capa);
- Sino.
Sessão 2 - História;
- Folhas brancas;
- Lápis de cor.
Sessão 3 - Autocolante;
- História;
- Capa do Virtudinário;
- Bola.
Sessão 4 - Autocolante;
- História;
- Capa do Virtudinário;
- Cartões com emoções;
- Cartões com situações (representativos de uma emoção).
Sessão 5 - Autocolante;
- História;
- Capa do Virtudinário;
- Folhas brancas;
- Lápis de cor.
Sessão 6 - Autocolante;
- História;
- Capa do Virtudinário;
- Folhas brancas;
- Lápis ou caneta.
Sessão 7 - Autocolante;
- História;
- Capa do Virtudinário;
- Início de alguns contos infantis.
Sessão 8 - Autocolante;
- História;
- Capa do Virtudinário.
Sessão 9 - Autocolante;
- História;
- Capa do Virtudinário;
- Cartolina;
- Lápis de cor;
- Folhas brancas.
Sessão 10 - Autocolante;
- História;
- Capa do Virtudinário;
- Cartolina;
- Revistas;
- Cola;
- Tesoura.
Sessão 11 - Autocolante;
- História;
- Capa do Virtudinário;
125
Healthier and Happier Schools Project

- Direitos universais da criança (recortados).


Sessão 12 - Autocolante;
- História;
- Capa do Virtudinário;
- Folhas brancas;
- Revistas;
- Cola;
- Tesoura;
- Lápis de cor.
Sessão 13 - Autocolante;
- História;
- Capa do Virtudinário;
- Cartões com situações (ambíguas, associadas à Valentia).
Sessão 14 - Autocolante;
- História;
- Capa do Virtudinário;
- Caneta de acetato;
- Copos plásticos;
- Feijões;
- Algodão;
- Água.
Sessão 15 - Autocolante;
- História;
- Capa do Virtudinário.
Sessão 16 - Autocolante;
- História;
- Capa do Virtudinário;
- Folhas brancas com a planificação de um cubo;
- Lápis de cor;
- Cola;
- Tesoura.
Sessão 17 - Autocolante;
- História;
- Capa do Virtudinário;
- Maçãs;
- Chocolates;
- Terra;
- Sal;
- Casca de laranja;
- Algodão;
- Algodão embebido em perfume;
- Lã,
- Etc...
Sessão 18 - Autocolante;
- História;
- Capa do Virtudinário;
- Garrafas de água vazias;
- Tintas e pincéis (ou, em alternativa, recortes de revistas, tesoura e cola);
- Caneta de acetato;
- Folhas brancas;
- Lápis ou canetas.
Sessão 19 - Autocolante;
- História;
- Capa do Virtudinário;

126
Healthier and Happier Schools Project

- Cartões com situações (conotadas, à partida, como negativas).


Sessão 20 - Autocolante;
- História;
- Capa do Virtudinário.
Sessão 21 - Autocolante;
- História;
- Capa do Virtudinário;
- Folhas brancas;
- Lápis de cor.
Sessão 22 - Autocolante;
- História;
- Capa do Virtudinário;
- Folhas brancas;
- Canetas ou lápis.
Sessão 23 - Autocolante;
- História;
- Capa do Virtudinário;
- Pequenos cartões com temas para discurso.
Sessão 24 - Autocolante;
- História;
- Capa do Virtudinário;
- Grelha de tempo/atividades;
- Canetas ou lápis.
Sessão 25 - Autocolante;
- História;
- Capa do Virtudinário;
- Música (cd + rádio/computador e colunas).
Sessão 26 - Autocolante;
- Capa do Virtudinário;
- Prenda final: Pulseiras (alusivas ao programa).

127
Healthier and Happier Schools Project

4.8.Anexos

Anexo 1 – Autocolantes das Forças de Assinatura

Inteligência
Social
Amor Amabilidade Criatividade

Amor à
Abertura Mental Aprendizagem
Cidadania
Curiosidade

Perspetiva Liderança Valentia Perseverança

Apreciação da
beleza e
Gratidão
Vitalidade excelência
Honestidade

Esperança Humor Espiritualidade Perdão 128


Healthier and Happier Schools Project

Justiça
Humildade Prudência Autocontrolo

V. HHSP 13-17 anos

129
Healthier and Happier Schools Project

HHSP
- Healthier and Happier Schools Project -

Descoberta da minha banda sonora

(13-17 anos)

130
Healthier and Happier Schools Project

“Music is

a more potente instrument

than any other for education

because

rythm and harmony

find their way into the inward

places of the soul.”

Plato

131
Healthier and Happier Schools Project

5.1.Objetivos Gerais e Específicos

Gerais:

- Maior auto controle emocional;

- Melhores competências sociais;

- Maiores sentimentos de competência;

- Redução do stresse e ansiedade;

- Aumento do fluxo de emoções positivas;

- Aumento do bem-estar.

Específicos:

Sessão 1 - Estabelecimento de aliança com o grupo;


- Introdução ao conceito de Mindfulness e à prática de atenção plena.
Sessão 2 - Exploração dos benefícios e mecanismos da prática de Mindfulness;
- Iniciação à prática de atenção à respiração.
Sessão 3 - Exploração da relação entre pensamentos e corpo;
- Iniciação à prática de atenção às sensações internas.
Sessão 4 - Exploração de avaliações cognitivas, bem como da diferenciação entre
sofrimento primário e secundário;
- Iniciação à prática de atenção aos pensamentos.
Sessão 5 - Exploração da atitude Minfulness: Não Julgamento;
- Continuação da prática de atenção aos pensamentos.
Sessão 6 - Exploração do conceito de Amabilidade;
- Iniciação à prática de Amabilidade.
Sessão 7 - Exploração do conceito de Amabilidade;
- Continuação da prática de Amabilidade.
Sessão 8 - Prática de atenção às sensações externas.
Sessão 9 - Exploração da teoria de Seligman (Forças de Assinatura).
Sessão 10 - Desenvolvimento da Gratidão;
- Refelxão final sobre o programa.

132
Healthier and Happier Schools Project

5.2.Enredo das Sessões

As sessões deste programa pretendem falar a mesma língua dos adolescentes a quem este se
dirige. Nesse sentido, pretende-se desbravar uma banda sonora ao longo das sessões, partindo de
canções que lhes são familiares para ir abordando os diversos temas e práticas.

133
Healthier and Happier Schools Project

5.3.Planificação geral das sessões

- O programa é composto de 10 sessões semanais e cada sessão durará entre 45 minutos a 1 hora.

- Os participantes terão ainda acesso a uma página de youtube com meditações guiadas e deverão
ainda instalar uma app de Mindfulness nos seus telemóveis.

- É importante que exista um alinhamento estes professores, no sentido de diariamente existirem


vários momentos de pausa com redireccionamento da atenção até à respiração, corpo, sentidos…

Sessão 1 - Apresentação breve do propósito do programa;


- Diálogo sobre as principais dificuldades sentidas pelos
participantes;
- Exploração de músicas;
- Exploração do conceito de stresse e ansiedade;
- Exploração do conceito de piloto automático e hiperestimulação;
- Introdução ao conceito de mindfulness;
- Exercícios de atenção (mindful eating e pausa de respiração);
- Preenchimento da grelha com nome e contacto.
Sessão 2 - Partilha da experiência durante a semana;
- Exploração das raízes e mecanismos do mindfulness;
- Preenchimento de uma grelha de reflexão sobre as actividades
diárias e a percentagem de atenção reservada a estas;
- Meditação guiada da respiração;
- Alerta para pensamentos como distratores naturais;
- Exploração de uma música.
Sessão 3 - Partilha da experiência durante a semana ;
- Prática de atenção ao corpo;
- Experiência sobre o reflexo das emoções positivas e negativas no
corpo;
- Pintura das emoções na silhueta do corpo;
- Benefícios de centrar a atenção nas sensações físicas;
- Explicação da funcionalidade do tálamo;
- Exploração de uma música;
- Meditação guiada body scanner com bola de ping pong.
Sessão 4 - Partilha da experiência durante a semana;
- Exploração de uma música;
- Exploração do conceito pensamentos;
- Exploração da veracidade dos pensamentos;
- Exploração da diferença entre sofrimento primário e secundário;
- Desenho de uma banda desenhada sobre os pensamentos.
Sessão 5 - Partilha da experiência durante a semana;
- Exploração de músicas;
- Exploração da atitude de não julgamento;
- Exploração das consequências do julgamento;
- Quiz sobre a diferença entre observação e julgamento;
134
Healthier and Happier Schools Project

- Meditação guiada baseada nos pensamentos.


Sessão 6 - Partilha da experiência durante a semana;
- Pausa de respiração;
- Diálogo sobre amabilidade;
- Dinâmicas grupais de amabilidade e relações interpessoais;
- Exploração de uma música.
Sessão 7 - Partilha da experiência durante a semana;
- Exploração de uma música;
- Meditação guiada da amabilidade;
- Escrita das cartas de amabilidade.
Sessão 8 - Partilha da experiência durante a semana;
- Exploração de uma música;
- Exploração da importância de prestar atenção aos cinco sentidos;
- Meditação guiada baseada nos cinco sentidos;
- Criação de um cartaz representativo dos cinco sentidos como
forma de obtenção de felicidade e prazer.
Sessão 9 - Escrita de situação difícil e respectiva solução;
- Partilha da experiência durante a semana;
- Exploração de uma música;
- Apresentação e exploração da teoria das forças de assinatura;
- Equivalência entre as soluções escritas pelos participantes e
respectiva força utilizada;
- Atribuição de forças de assinatura, pelos colegas, a cada um dos
participantes;
- Pausa de atenção à respiração.
Sessão 10 - Partilha da experiência durante a semana;
- Exploração de músicas;
- Desenho e partilha da mão e respectiva atribuição de aspectos
pelos quais se sentem gratos;
- Reflexão final sobre as sessões;
- Entrega do cd com a banda sonora das sessões.

135
Healthier and Happier Schools Project

5.4.Descrição detalhada das sessões

Sessão 1

- A sessão inicia com a apresentação do programa, explicando que será um programa que pretende
ajudá-los no contornar das suas dificuldades.

- Lança-se assim o diálogo aberto sobre as principais dificuldades que estarão a atravessar (stress,
ansiedade com as avaliações, pressão, aborrecimento, conflitos, …).

- Introduz-se a música Stressed Out, de 21 pilots, com som e letra (e tradução em português),
abrindo posteriormente o diálogo sobre o que é, para eles, o stresse e quais as suas consequências.
Explicar os efeitos do stress no acesso aos recursos cognitivos. Explicar como este surge do
discurso mental que cada um de nós vai gerando (dar exemplos engraçados). Esta atividade pode ser
feita em grupos, com partilha ao grande grupo à posteriori.

- Explica-se, de seguida, que o Mindfulness pode ser uma técnica muito valiosa no contornar desta
questão, sublinhando que se trata de algo tão simples como prestar atenção ao momento presente,
ao que acontece dentro e fora de mim, sem estar permanentemente a viver dentro da minha mente.

- Desmistifica-se aquilo que não é esperado deles: eles vão distrair-se e está tudo bem pois é o que a
mente faz; não há certo nem errado, tudo é prática; eles não vão esvaziar a mente porque isso não é
possível; eles vão somente aprender a trazer a atenção até onde querem, no momento presente.

- Introduz-se a música Living in the moment de Jason Mraz, com som e letra (e tradução em
português).

-Explica-se que há muitas formas de prestar atenção ao presente, introduzindo duas técnicas na
sessão: a primeira, um exercício de mindful eating (por exemplo com chocolate ou uma batata frita)
e o segundo através de uma pausa de 1 ou 2 minutos para prestar atenção à respiração (orientando-
os, dizendo que podem focar-se no ar que entra e sai pelo nariz… ou no abdómen que enche e
esvazia à medida que o ar entra e sai), com o auxílio de um sino.

- Partilha-se a experiência em grupo.

- Apresenta-se a página de youtube do programa com meditações guiadas, que eles podem
experimentar fora das sessões.

- Por fim, pede-se que todos instalem uma das aplicações de Mindfulness para treino semanal.

136
Healthier and Happier Schools Project

Sessão 2

- A sessão inicia com a partilha da experiência, durante a semana, aquando da prática de atenção
plena.

- Distribui-se uma grelha para que anotem algumas atividades que realizam no dia-a-dia,
pontuando-as em termos do quanto estão atentos enquanto as realizam.

- Introduz-se uma outra prática de atenção plena, fazendo o uso de creme hidratante e apelando a
que notem o odor, a temperatura, a textura, etc. Incentiva-se a que escolham uma atividade diária da
rotina de higiene para realizar em atenção plena e que a parilhem ao grande grupo. Pode até
apontar-se numa folha qual o compromisso que cada um apresentou.

- Faz-se, de novo, a seguinte breve meditação guiada da respiração:

Esta prática será muito breve e simples


Começa por levar a tua atenção até à respiração
Leva a tua atenção, em primeiro lugar, até ao teu nariz
Sente como o ar entra e sai pelos orifícios do teu nariz
Sente como ele entra mais fresco
E como sai, mais húmido e mais quente
Presta atenção, simplesmente, ao ar que entra e sai pelo teu nariz

Leva agora a tua atenção ao nível do teu abdómen


Nota como ele sobe e desce, ao respirar
Se quiseres, podes colocar uma das mãos no abdómen para notares melhor o seu movimento
Nota como o abdómen sobe suavemente quando os teus pulmões se enchem de ar
E como ele baixa quando os teus pulmões se esvaziam
Centra a tua atenção no movimento do abdómen, ao respirar

Observa agora a tua respiração, no seu todo


Sente e escuta a tua respiração

Em algum momento a tua mente irá distrair-se


137
Healthier and Happier Schools Project

Pode ser que te apareça uma preocupação, uma recordação, uma imagem
E perderás a tua atenção na respiração
É normal
Talvez te ajude imaginar que os pensamentos são como ondas do teu mar, que veem e vão embora

Podes concentrar-te na pequena pausa que existe entre expulsar o ar (pausa) inspirar o ar (pausa) expulsar
o ar (pausa) inspirar o ar (pausa) e assim sucessivamente

Quando quiseres, podes calmamente começar a mover as tuas mãos


Os teus pés
E quando assim o desejares,
podes abrir os olhos

Alerta-se que, durante a tentativa de prestar atenção ao presente, certamente surgirão pensamentos
que serão distratores. Sublinha-se que é normal e que o objetivo nem sequer é conseguirem estar
permanentemente focados na respiração, mas sim atentos ao aparecimento de pensamentos e
portando, de novo, a atenção até ao exercício.

Pede-se que partilhem como se sentiram, tentando explorar a partir das partilhas deles os benefícios
desta prática.
Como te queres sentir? O que estás a fazer para te sentires como queres?

- Introduz-se, para exploração, a música Sun is shining, de Axwell. com som e letra (e tradução em
português).

- Termina-se a sessão agradecendo o empenho e relembrando a importância da pratica.

Sessão 3

- A sessão inicia com a partilha da experiência, durante a semana, aquando da prática de atenção
plena.

- Explica-se que uma outra forma de prestar atenção ao momento presente é prestando atenção às
sensações físicas do corpo.

- Realiza-se a seguinte experiência: “Vamos colocar toda a atenção focada no pé esquerdo... Mais
precisamente no dedo maior do pé... E, se puderem, notem também o dedo mais pequenino do pé.
Sem os mexerem... Percebam só se conseguem sentir alguma sensação nesses dois dedos.” O
objectivo não é alarmar os participantes mas sim despertá-los para a realidade de que, a maioria,
terá dificuldade em realizar a experiência.

138
Healthier and Happier Schools Project

-Explica-se que tendemos a crer que corpo e mente vivem desconectados e que isso não é verdade.
O que pensamos influencia o nosso corpo e o nosso corpo também influencia o que pensamos, o
que pode ser libertador se alterarmos a relação que temos com este.

- De seguida, realiza-se a seguinte experiência: pede-se que, de olhos fechados, recordem uma
situação em que viveram o pior momento do trabalho que hoje realizam. Deverá ser o momento
mais triste, ou revoltante, ou o mais angustiante. Dá-se alguns momentos de pausa e pede-se que
façam a experiência inversa, recordando o momento em contexto de trabalho mais feliz, que poderá
ter sido com um colega, com uma criança... Porque alguém lhes fez um elogio, ou porque algo que
fizeram lhes saiu muito bem, ou porque foram reconhecidos por alguma capacidade. De seguida,
pede-se que abram os olhos e que reflitam sobre as diferenças existentes entre as duas situações, em
termos de como estava a expressão facial deles, o posicionamento do corpo, que emoções estavam
presentes e, onde estavam presentes no seu corpo?

- Distribuindo folhas, pincéis e aguarelas, pede-se que pintem na silhueta a parte do corpo onde
sentem as ditas emoções negativas. Deverão depois partilhar com o grupo.

- - Explora-se de seguida, e voltando ao explorado na primeira sessão, a forma como o nosso


diálogo alimenta as emoções. Pede-se para que tragam exemplos, tentando explorar com eles os
pensamentos presentes que geraram as emoções. Sublinha-se que na prática o que devem fazer, logo
que se apercebem que estão neste fluxo de pensamentos ou na presença de uma determinada
emoção que até lhes trás desconforto, se nos concentrarmos na sensação física dessa emoção, ou
seja, na parte do nosso corpo onde a sentimos predominantemente, ela acaba por ir embora. Sem os
pensamentos a alimentá-la, a sensação física dura apenas alguns momentos.

- Introduz-se, para exploração, a música A minha casinha, dos Xutos e Pontapés. com som e letra
(e tradução em português), por estar na hora de “voltar a casa”.

139
Healthier and Happier Schools Project

- Seguidamente, realiza-se a seguinte meditação body scanner com alusão a uma bola de ping pong
mágica:

Leva a tua atenção, em primeiro lugar, até à tua respiração


Sente como o ar entra e sai do teu corpo

Imagina agora que uma pequena bola de ping pong, saltitante, vai percorrer o teu corpo, neste momento

Começando por saltitar nos teus braços

Primeiro no teu braço direito

E depois no teu braço esquerdo

Passando para as tuas mãos

Primeiro na mão direita

E agora na tua mão esquerda

Tenta prestar atenção a como ela saltita, ora na mão esquerda, ora na mão direita, ora na mão esquerda,
ora na mão direita, durante um momento

Agora a pequena bola está a saltar até às tuas pernas

Em primeiro lugar, na tua perna direita

Chegando até ao teu pé direito

E depois na tua perna esquerda

Chegando até ao teu pé esquerdo

Nota também como a bolsa saltita nos teus ombros

Deslizando até à tua barriga

Que se move,
conforme o ar entra e sai do teu corpo

Agora, para terminar, faz um par de respirações profundas

E quando estiveres pronto


Podes começar a mover as tuas mãos, os teus pés
E a abrir os olhos, assim que o desejares

- Faz-se a reflexão da experiência.

140
Healthier and Happier Schools Project

- Termina-se a sessão agradecendo o empenho e pedindo que continuem com as práticas.

Sessão 4

- A sessão inicia com a partilha da experiência, durante a semana, aquando da prática de atenção
plena.

- Introduz-se, para exploração, as Atitudes Mindfulness. Explica-se brevemente o que se entende


por cada uma das Atitudes, e sublinha-se a sua importância, como parte integrante e fundamental
desta prática. Logo de seguida, em 9 grupos, pede-se que pensem em músicas que se possam
associar a cada uma das atitudes, que eles possam explicar pelas suas próprias palavras, ao grande
grupo (bem como para que possamos ouvir um pouco dessas músicas). No fim desta atividade,
todos geram um plano de ação sobre como irão colocar alguma ou algumas destas atitudes em
prática.

- Faculta-se um email, ou cria-se um grupo Facebook, para que eles partilhem durante a semana de
que forma colocaram em prática as atitudes e qual o impacto neles e eventualmente nos outros.

- Termina-se a sessão agradecendo o empenho, fazendo uma pequena pausa de atenção à respiração
por 1 a 2 minutos e pedindo que continuem as práticas durante a semana.

Sessão 5

- A sessão inicia com a partilha da experiência, durante a semana, aquando da prática de atenção
plena e das atitudes.

- Introduz-se, para exploração, duas músicas, com som e letra (e tradução em português):

Everyday people, de Sly & the family store;

Perfect, de Pink.

- Explora-se, assim, a atitude de Não Julgamento, procurando entender o que é para eles Julgar.

- Lançam-se perguntas sobre se durante as últimas sessões foram passando pela cabeça deles
pensamentos como “não consigo prestar atenção, sou tão mau nisto!”, ou “não sei se isto me serve
para alguma coisa” ou até “uau que bem que me concentrei nesta meditação”. Explica-se que isto
são julgamentos. Que a maior parte das vezes nem reparamos que os fazemos constantemente, por
ser algo tão intrínseco à nossa existência, na medida em que desde novos estamos habituados a
categorizar tudo em polos (bom/mau, correto/incorreto, feio/bonito, agradável/desagradável). As
categorizações que fazemos permanecem armazenadas na memória (faz parte de um dos muitos
mecanismos de sobrevivência que possuímos), para que quando vivamos algo semelhante,
possamos ainda que inconscientemente, gerar um juízo sobre o que está a acontecer.

141
Healthier and Happier Schools Project

- Questiona-se qual será o efeito negativo primordial deste mecanismo, esperando à partida que se
chegue à conclusão de que existe o risco de distorcer os factos, podendo ser difícil separá-los
daquilo que é a nossa interpretação.

- Reflete-se um pouco sobre possíveis consequências diretas do Julgamento, tais como a autocrítica;
O julgamento das emoções negativas; e o Julgamento das situações que se espelha na forma como
comunicamos.

- Assim, explicitar que existe uma diferença entre Observar e Julgar. Realiza-se um pequeno quiz
para testar se conseguem perceber a diferença, devendo os participantes dizer se as frases abaixo
correspondem a uma Observação ou a um Julgamento:

A. Acho que o meu vizinho não me acha grande piada.


B. Ontem encontrei o meu vizinho e ele não me cumprimentou.
C. Sou demasiado gordo.
D. Peso 95 quilos.
E. Estive mesmo mal naquela reunião.
F. Durante a reunião, não fiz nenhuma pergunta.
G. A árvore do meu jardim tem 3 metros.
H. A árvore é mesmo enorme.

- Pede-se que escrevam em post its situações em que tenham existido conflitos com outras pessoas
(não sendo necessário serem muito específicos nos nomes das pessoas envolvidas). Pede-se que, em
grupos, tentem traduzir a situação para observações, sem julgamento. Lê-se em grande grupo,
reflete-se em conjunto sobre como comunicar a partir de observações.

- Realiza-se a seguinte meditação guiada da respiração, pedindo que não julguem os pensamentos
que vão surgindo mas sim que lhes dêm um nome como “preocupações” ou “distrações”:

Leva a tua atenção até à tua respiração


Leva a tua consciência, em primeiro lugar, até ao nível do teu nariz
Sente como o ar entra e sai pelos orifícios do teu nariz
Sente como ele entra mais fresco
E como sai, mais húmido e mais quente
Presta atenção, simplesmente, ao ar que entra e sai pelo teu nariz

Agora leva a tua atenção ao nível do teu peito


Sente como o teu peito sobe e desce, suavemente, enquanto respiras
Nota como ele sobe quando deixas o ar entrar
E nota como ele baixa quando expulsas o ar

Leva agora a tua atenção ao nível do teu abdómen


Nota como ele sobe e desce, ao respirar
Se quiseres, podes colocar uma das mãos no abdómen para notares melhor o seu movimento
Nota como o abdómen sobe suavemente quando os teus pulmões se enchem de ar
E como ele baixa quando os teus pulmões se esvaziam

142
Healthier and Happier Schools Project

Observa agora a tua respiração, no seu todo


Toda a respiração completa

Em algum momento a tua mente irá distrair-se


Pode ser que te apareça uma preocupação, uma recordação, uma imagem
E perderás a tua atenção na respiração
É normal
Quando te deres conta que aconteceu, com amabilidade, deixa que a distração se vá embora, e volta a
centrar a tua atenção na respiração
Talvez te sirva dizer para ti mesmo “é uma distração”, “é normal, a mente distrai-se” e voltar a centrar a
tua atenção novamente na respiração

Agora, durante um momento, não vou falar


Deixa que a tua atenção permaneça na tua respiração
E quando chegarem distrações à tua mente, deixa que se afastem
Voltando a centrar a tua consciência na respiração

Quando quiseres, podes calmamente começar a mover as tuas mãos


Os teus pés
E quando assim o desejares,
podes abrir os olhos

- Reflexão grupal sobre a experiência.

- A sessão termina agradecendo o empenho e pedindo que continuem as boas práticas.

Sessão 6

- A sessão inicia com a partilha da experiência, durante a semana, aquando da prática de atenção
plena.

- Realiza-se alguns minutos de atenção à respiração, usando um sino.

- Lança-se o debate sobre o que é, para eles, a Amabilidade (podem escrever-se algumas definições
no quadro).

- Convidam-se os participantes a levantarem-se e a caminharem pela sala, enquanto ouvem uma


música e olham os companheiros nos olhos. Quando a música parar devem encontrar alguém para
apertar a mão e dizer algo simpático sobre essa pessoa. Não devem repetir a pessoa com quem
param e devem percorrer toos os colegas.

- De seguida, continua-se a exploração dos fatores que influenciam a comunicação. Já vimos na


sessão anterior a diferença entre julgamento e observação, sendo que nesta sessão se falará sobre as
necessidades e as emoções. Recorrendo aos post its, pede-se que separem aquilo que foi o
comportamento da sua intenção, identificando assim necessidades e emoções escondidas. Faz-se
143
Healthier and Happier Schools Project

este exercício em grande grupo, com a ajuda de todos. Logo, pegando nos post its escritos na última
sessão com conflitos, procura-se separar o comportamento presente das necessidades e emoções.
Treina-se, em grupo, como formular o discurso atendendo às necessidades, emoções e observando
em vez de julgar.

- Introduz-se, para exploração, a música Imagine, do John Lennon. com som e letra (e tradução em
português), para reflexão sobre o impacto da forma como comunicamos na relação com os outros e
na “construção de um mundo ideal”.

- Termina-se a sessão agradecendo o empenho e pedindo que coloquem em prática o que viram na
sessão, bem como as práticas de atenção plena.

Sessão 7

- A sessão inicia com a partilha da experiência, durante a semana, aquando da prática de atenção
plena.

- Introduz-se, para exploração, a música One love, de Bob Marley. com som e letra (e tradução em
português).

- Pretende-se que grupo chegue a ponto de se referir a este conceito como necessário também verso
si mesmo e não só para com os outros.

- Realiza-se a seguinte breve meditação guiada da Amabilidade:

Os começos são importantes


Assim que vamos começar esta prática com um ato de amabilidade para connosco mesmos

Centra-te na tua respiração, por uns momentos

Vais agora, através da tua imaginação, convidar o possível até ao presente


Começando por dirigir amor, amabilidade e compaixão a ti mesmo
Tentando visualizar o teu próprio bem-estar

Pensa a um momento que crês que te faria realmente feliz


Algo que desejes muito que aconteça
Visualiza a tua própria realização, a tua felicidade

De cada vez que soltas o ar, deseja bem para ti mesmo


Que possas estar calmo e feliz
Que possas não sofrer
Convida esta possibilidade até ao aqui e agora

Agora convida até à tua mente alguém hoje aqui presente


E que seja querido para ti
Alguém de quem gostes muito
144
Healthier and Happier Schools Project

Presta atenção à imagem dessa pessoa


E de cada vez que soltes o ar, deseja que ela esteja bem
Que ela seja realmente feliz, tanto quanto o desejas para ti
Que tal como desejas para ti, também essa pessoa possa estar livre de sofrimento
E, de cada vez que soltes o ar, imagina esta pessoa a encontrar a sua felicidade

Agora deixa que outra pessoa, presente nesta sala, que seja para ti neutra, ou indiferente, ou quiçá alguém
com quem não te dás bem, convida essa pessoa até ao espaço da tua mente
Observa que essa pessoa, tal como tu, tal como as pessoas a quem queres bem, deseja igualmente ser feliz
E de cada vez que soltes o ar, deseja-lhe bem
Com o desejo que ela, tal como tu, esteja bem e seja feliz
Que se possa ver livre de sofrimento
Que essa pessoa e tu possam descobrir que todos os seres são iguais

Abre agora a tua consciência em todas as direções


Imagina que, ao caminhares durante o dia, ao te cruzares com outras pessoas, os abraças
Imagina que desejas para eles, tal como para ti, que possam ser felizes

Libera agora todas as imagens e desejos


Dando calma à tua mente

Realiza, por fim, um par de respirações profundas


E quando estiveres pronto
Talvez abrindo e fechando as mãos
Movendo os pés
Podes lentamente abrir os teus olhos

- Procede-se à escrita das cartas de Amabilidade, onde o objetivo é escrever uma carta a si mesmo,
amavelmente, como se uma terceira pessoa o estivesse a fazer, apontando as qualidades, as
conquistas, dando algum ânimo (pode colocar-se música ambiente para o efeito).

- Pede-se ainda que, depois de se ter colado uma folha branca nas costas dos colegas, possam
caminhar pela sala escrevendo desejos positivos aos colegas.

- Termina-se a sessão agradecendo o empenho e pedindo que continuem as boas práticas.

Sessão 8

- A sessão inicia com a partilha da experiência, durante a semana, aquando da prática de atenção
plena e amabilidade.

- Introduz-se, para exploração, a música Feeling Good, de Nina, com som e letra (e tradução em
português).

145
Healthier and Happier Schools Project

- Sublinha-se que uma outra forma de prestar atenção ao momento presente é prestando atenção aos
cinco sentidos, meio pelo qual se recebe informação sobre o mundo que nos rodeia. Na
impossibilidade de se realizar uma caminhada fora da sala, pode fazer-se a seguinte meditação:

Leva, em primeiro lugar, a tua atenção até à respiração


Sente como respira o teu corpo

Esta prática irá servir para explorarmos o que nos rodeia, através dos cinco sentidos, mantendo uma atitude
de não julgamento
De forma tranquila e relaxada

Começa por colocar a tua atenção nas partes do teu corpo que estão em contacto com a cadeira e com o
chão
Sente o peso do teu corpo sobre a cadeira e sobre o chão
Sente a planta dos teus pés apoiada no chão
Sente as tuas mãos apoiadas sobre as tuas pernas
Tenta perceber se consegues sentir a tua pele em contacto com as tuas roupas
Ou os teus pés em contacto com o teu calçado
Disfruta, por um instante, destas sensações

Centra agora a tua atenção nos sons que chegam até ti


Não gostaria que lhes desses um nome, nem mesmo que tentasses analisar de que som se trata
Gostaria apenas que ouvisses atentamente
Observa a variedade de sons que te rodeiam
Presta-lhes a mesma atenção que prestarias se se tratasse de uma canção
Presta atenção aos sons mais evidentes e próximos
Como também àqueles sons que parecem estar mais distantes
Escuta, com toda a atenção, por um instante

Leva agora a tua atenção até aos odores ou até ao odor que consegues sentir neste momento
Não o tentes classificar em bom ou mau, agradável ou desagradável
Sente apenas todos os aromas presentes
Inspirando e expirando

Leva agora a tua atenção até ao teu paladar


Move a tua língua e nota o sabor que está presente na tua boca
Sem pressa
Sem o querer classificar ou analisar
Sentindo-o somente

Por fim, leva agora a tua atenção, de novo, até à respiração


Faz um par de respirações mais profundas
Colocando nelas toda a tua intenção

Quando estiveres pronto, podes começar a mover as tuas mãos e os teus pés
E a abrir os teus olhos, assim que o desejares

146
Healthier and Happier Schools Project

- De seguida, com música previamente definida, pedir que dancem livremente pela sala, em
silêncio, lançando diferentes motes para cada música: Dancem como se quisessem muito agradecer
aos colegas por todas as coisas boas que eles vos fazem sentir; Dancem agora como irmãos que não
se vêm há muito tempo; Dancem como se pudessem sentir dentro de vocês uma alegria e uma paz
imensas.

- Reflete-se por fim sobre a vivência, sobre o que significou estar em silêncio, sobre o que significa
levar a atenção até aos movimentos do corpo e como isso pode contribuir ao nosso bem estar.

- Termina-se a sessão agradecendo o empenho e pedindo que continuem as práticas.

Sessão 9

- Esta sessão inicia de um modo diferente das restantes. Antes de mais, pede-se que cada um dos
participantes escreva numa folha uma situação que tenha sido complicada, uma dificuldade que
tenham tido e como deram a volta por cima, solucionando-a. Os papéis devem ser anónimos. Todos
entregam o papel e este fica reservado para usar mais tarde.

- Faz-se então partilha da experiência, durante a semana, aquando da prática de atenção plena.

- De seguida, procede-se à explicação da teoria das Forças de Assinatura, de Martin Seligman. Esta
teoria diz-nos que, na nossa personalidade, existem 24 forças de assinatura, algumas mais
proeminentes que outras, divididas por 6 virtudes. Estas forças, ou características positivas, quando
identificadas e potenciadas, portam-nos até estados de fluxo e contribuem imensamente para o
nosso nível estável de felicidade.

Faz-se uma breve apresentação de cada uma destas forças (existe uma descrição bem como atitudes
típicas de cada uma das forças anteriormente neste manual, aquando do programa HHSP 8-12
anos):

- Depois de apresentadas as forças de assinatura, pega-se nos papéis com as dificuldades escritas
pelos alunos e lê-se um a um para que seja o grupo a identificar a força de assinatura que a pessoa
em questão utilizou para solucionar o problema, segundo o que ela escreveu.
147
Healthier and Happier Schools Project

- De seguida, pede-se ao grupo que aponte quais as forças que atribui a cada um dos participantes.
Pode pedir-se um primeiro voluntário, este levanta-se e todos dizem as força que lhe atribuem e
porquê, atribuindo exemplos. É importante terminar as atividades deixando a ideia de que todos os
participantes têm estas características dentro de si, ferramentas que podem e devem utilizar no seu
dia-a-dia.

- Realiza-se alguns minutos de atenção à respiração, usando um sino.

- Termina-se a sessão agradecendo o empenho e pedindo que continuem as boas práticas.

Sessão 10

- A sessão inicia com a partilha da experiência, durante a semana, aquando da prática de atenção
plena.

- Faz-se uma pequena pausa de atenção à respiração ou ao corpo.

- De seguida, dado que é a última sessão do programa, pede-se que em grupos escolham uma
música que defina para eles o que foi este programa. Ouve-se um pouco das músicas e ouve-se as
suas explicações.

- De seguida, depois de distribuídas algumas folhas brancas, pede-se que desenhem o contorno de
uma das suas mãos e que em cada dedo escrevam algo pelo qual se sintam gratos. Pretende-se que
exista a partilha depois com o grupo. Sublinha-se o impacto da gratidão, enquanto uma das atitudes
Mindfulness a ter presente no dia a dia.

- Distribui-se um cd com a banda sonora das sessões, ou disponibiliza-se as mesmas num link
online. Estas músicas deverão ser âncoras para eles. Pede-se que continuem as boas práticas e
sublinha-se que o programa não termina aqui, que este é o início do resto do tanto que deverão fazer
para se manterem Mindful.

148
Healthier and Happier Schools Project

5.5.Material necessário

Sessão 1 - Computador;
- Música (colunas);
- Alimento (chocolate, batata frita,...);
- Post its, folhas, canetas.
Sessão 2 - Computador;
- Música (colunas);
- Grelha sobre a percentagem de atenção dedicada às atividades.
Sessão 3 - Computador;
- Música (colunas);
- Folhas com silhueta do corpo;
- Tintas.
Sessão 4 - Computador;
- Música (colunas).
Sessão 5 - Computador;
- Música (colunas);
- Powerpoint com o quiz sobre observação e julgamento;
- Post its e canetas.
Sessão 6 - Computador;
- Música (colunas);
- Post its e canetas.
Sessão 7 - Computador;
- Música (colunas);
- Folhas brancas (para as cartas de amabilidade).
Sessão 8 - Computador;
- Música (colunas).
Sessão 9 - Computador;
- Música (colunas);
- Powerpoint com forças de assinatura.
Sessão 10 - Computador;
- Música (colunas);
- Folhas brancas (para desenho da mão);
- Lápis de cor;
- Cd’s com a banda sonora (tantos quanto os participantes).

149
Healthier and Happier Schools Project

5.6.Possíveis app’s de Mindfulness

- Mindfulness App

- Lojong

150
Healthier and Happier Schools Project

5.7. Exploração da banda sonora

Stressed Out, de 21 pilots – para explorar o conceito de Stresse.

Living in the moment de Jason Mraz – para explorar o conceito de prestar atenção ao momento
presente.

Sun is shining, de Axwell – para explorar o conceito de prestar atenção ao momento presente.

A minha casinha, de Xutos e Pontapés – para explorar o conceito de atenção às sensações internas,
sendo o regresso a casa a metáfora ao corpo.

Trouble in Mind, de Janes Joplin – para explorar os pensamentos.

Lei it be, de Beatles – para explorar a atitude de aceitação.

Everyday people, de Sly & the family store – para explorar a atitude de não julgamento.

Perfect, de Pink – para explorar a atitude de não julgamento.

Imagine, de John Lennon – para explorar o conceito de Amabilidade.

One love, de Bob Marley – para explorar o conceito de Amabilidade.

Feeling Good, de Nina Simone – para explorar a atenção aos cinco sentidos.

Trust yourself, de Bob Dylan – para explorar a atitude de confiar.

Waiting, de Green Day – para explorar a atitude de paciência.

Beautiful, de Christina Aghilera – para explorar o conceito de autocompaixão.

What a wonderful world, de Armstrong – para explorar a atitude de gratidão.

151
Healthier and Happier Schools Project

VI. Resultados de investigações a partir do HHSP

1. Investigação 1 (Educadores; Investigação realizada no Instituto Educativo de Souselas,


em Coimbra; N=16; 2016) com Ana Cristina Almeida (Docente UC)

FFMQ – Análise descritiva (momento 1 e 2, pré e pós programa)

Estatísticas

M1_F M1_F M1_F M1_F M2_F M2_F M2_F M2_F


M1_F FMQ_ FMQ_ FMQ_ FMQ_ M1_F M2_F FMQ_ FMQ_ FMQ_ FMQ_ M2_F
FMQ_ DESC AGIR NAOJ NAOR FMQ_ FMQ_ DESC AGIR NAOJ NAOR FMQ_
OBSE REVE CONS ULGA EAGI TOTA OBSE REVE CONS ULGA EAGI TOTA
RVAR R C R R L RVAR R C R R L

N Váli
16 16 16 16 16 16 15 15 15 15 15 15
do

Aus
ent 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1
e
Média 25,375 23,187 29,687 22,500 20,750 121,50 31,000 26,666 27,733 25,333 23,133 133,86
0 5 5 0 0 00 0 7 3 3 3 67

FFMQ – faceta observar

152
Healthier and Happier Schools Project

FFMQ – faceta descrever

FFMQ – faceta agir com consciência

FFMQ – faceta não julgar

FFMQ – faceta não reagir

153
Healthier and Happier Schools Project

EADS-21 – Análise descritiva (momento 1 e 2 , pré e pós programa)

Estatísticas

M1_EADS_S M1_EADS_A M1_EADS_D M2_EADS_S M2_EADS_A M2_EADS_D


ETRESS NSIEDADE EPRESSAO ETRESS NSIEDADE EPRESSAO

N Válido 16 16 16 15 15 15

Ausente 0 0 0 1 1 1
Média 5,0625 3,5625 3,3125 3,8000 1,7333 2,0667

EADS-21 – fator stresse

EADS-21 – fator ansiedade

EADS-21 – fator depressão


154
Healthier and Happier Schools Project

SWLS – Análise descritiva (momento 1 e 2, pré e pós programa)

Estatísticas

M1_SWLS_TOT M2_SWLS_TOT
AL AL

N Válido 16 15

Ausente 0 1
Média 15,0000 18,4667

IRI – Análise descritiva (momento 1 e 2, pré e pós programa)

Estatísticas

M1_IRI_F M1_IRI_F M1_IRI_F M1_IRI_F M2_IRI_F M2_IRI_F M2_IRI_F M2_IRI_F


ATOR1 ATOR2 ATOR3 ATOR4 ATOR1 ATOR2 ATOR3 ATOR4

N Válido 16 16 16 16 15 15 15 15
Ausen
0 0 0 0 1 1 1 1
te

155
Healthier and Happier Schools Project

Média 12,3125 16,8125 10,7500 13,5625 17,4000 19,9333 11,2000 14,0000

IRI – fator 1, tomada de perspetiva

IRI – fator 2, preocupação empática

IRI – fator 3, desconforto pessoal

IRI - fator 4, fantasia

156
Healthier and Happier Schools Project

UWES – Análise descritiva (momento 1 e 2, pré e pós programa)

Estatísticas

M1_UWES_TO M2_UWES_TO
TAL TAL

N Válido 16 15

Ausente 0 1
Média 85,3125 87,8667

Resultados:

Os participantes apresentam resultados significativos nas dimensões de Observação (FFMQ),


Descrição (FFMQ), Não Julgamento (FFMQ), Ansiedade (EADS-21), Satisfação para com a vida
(SWLS), Tomada de Perspetiva (IRI) e Preocupação Empática (IRI).
Existe uma tendência positiva de melhoria em outras dimensões, porém sem resultados
significativos.

2. Investigação 2 (Idades compreendidas entre os 10 e os 16 anos; Investigação realizada


no Instituto Educativo de Souselas, em Coimbra; N=140; 2016) com Joaquim Ferreira
(Docente UC) e apoio de Marina Cunha e Pinto Gouveia

Diferenças entre o tempo 1 e tempo 2 no grupo experimental

Pares M DP t p

T1 – Teste da Barragem 16.580 4.952 -3.055 .003

157
Healthier and Happier Schools Project

T2 – Teste da Barragem 18.608 5.500

T1 – SWLS 18.16 3.734 -1.288 .203

T2 – SWLS 18.885 4.325

T1 – Afecto Positivo (PANAS) 34.33 6.124 -2.016 .049

T2 – Afecto Positivo (PANAS) 36.294 6.653

T1 – Afecto Negativo (PANAS) 22.88 7.091 .065 .948

T2 – Afecto Negativo (PANAS) 22.81 7.508

T1 – Ansiedade (EAESDIS) 22.58 5.560 3.059 .003


Diferenças entre
T2 – Ansiedade (EAESDIS) 20.546 5.246
o tempo 1 e
T1 – Evitamento (EAESDIS) 21.93 5.333 3.285 .002 tempo 2 no
grupo controlo
T2 – Evitamento (EAESDIS) 19.437 5.336

Pares M DP t p

T1 – Teste da Barragem 17.330 4.460 -10.159 .000

T2 – Teste da Barragem 23.046 5.175

T1 – SWLS 18.78 3.943 -.188 .851

T2 – SWLS 18.868 3.433

T1 – Afecto Positivo (PANAS) 36.61 6.492 -1.382 .172

T2 – Afecto Positivo (PANAS) 37.705 6.323

T1 – Afecto Negativo (PANAS) 21.81 5.662 -.142 .888

T2 – Afecto Negativo (PANAS) 21.922 6.328

T1 – Ansiedade (EAESDIS) 21.04 6.367 .566 .574

T2 – Ansiedade (EAESDIS) 20.44 4.961

T1 – Evitamento (EAESDIS) 19.62 6.271 .626 .535

T2 – Evitamento (EAESDIS) 19.00 4.503

Resultados:

Existem alterações significativas no grupo experimental, do tempo 1 para o tempo 2, nas dimensões
Teste da Barragem, Afecto Positivo, Ansiedade e Evitamento.

158
Healthier and Happier Schools Project

3. Investigação 3 (Idades compreendidas entre os 5 e os 6 anos; Investigação realizada no


Centro Social e Paroquial de Trouxemil; N=16; 2017) com Ana Cristina Almeida
(Docente UC)

Instrumento: Bar Ilan

1º Momento: Crianças não reconheciam emoções, pouco vocabulário emocional, situações de


conflitos em família, com colegas “estão a dizer que não querem brincar comigo” e com professora
em casos pontuais; sem estratégias de regulação emocional.

2º Momento – Pós Programa: Optámos por não aplicar o Bar Ilan.

A partir do feedback da professora e de situações concretas observadas pôde entender-se que as


crianças adquiriram vocabulário emocional, bem como estratégias de regulação (ex. uso de
respiração em situações de presença de emição negativa). Maior integração de todas as crianças no
grupo.

159
Healthier and Happier Schools Project

VII. Considerações finais

As intervenções utilizando o programa descrito parecem ser eficazes.

Será, portanto, correto atribuir importância a este tipo de programas em contexto educativo,
nomeadamente munindo os professores de ferramentas que lhes permitam promover ambientes
positivos e saudáveis, dentro de projetos coerentes.

Os resultados vão ao encontro dos obtidos em outras intervenções semelhantes em Portugal,


como é o caso do programa de Educação em Virtudes levado a cabo pela dra. Maria da
Ressurreição Morais Monge da Silva, no 1º ciclo, aquando da sua tese de doutoramento ou o caso
do programa VIP, destinado a populações adultas de baixo estatuto social, desenhado pela dra.
Helena Marujo e pelo dr. Luís Miguel Neto (Marujo, H. A., & Neto, L. M., 2008). Coincidem ainda
com investigações realizadas por Seligman em contexto escolar, como o Geelong Grammar School
(Seligman, Ernst, Gillham, Reivick, & Linkins, 2009) ou pelo mesmo em conjunto com
Csikszentmihalyi e Kern na potenciação das virtudes como meio de atingir uma felicidade estável
(Seligman, 2011; Kern & Seligman, 2011), ou por Brown, Barnes e Ryan no uso da atenção plena
como estratégia reguladora da atenção e concentração em sala de aula (Brown & Ryan, 2003;
Barnes, 2003).

Os resultados são ainda concordantes com a avaliação qualitativa realizada pelos alunos e
educadores aquando do término dos programas, tendo esta sido muito positiva, com expressões tais
como as que passo a citar: “estas sessões mudaram a minha vida e eu estava a precisar muito de
ajuda” , “aprendi a gostar mais de mim mesmo, a ter confiança e a controlar-me melhor”, “já não
fico nervoso antes dos testes”, “aprendi a valorizar as coisas importantes da vida”.

160
Healthier and Happier Schools Project

VIII. Bibliografia

Anaya, A. R (2009). Reveal the Collaboration in an Open Learning Environment. Lecture Notes in
Computer Sciences.
Arthaud-Day, M.L., Rode, J.C., Mooney, C.H. & Near, J.P. (2005). The subjective well-being
construct: a test of its convergent, discriminant, and Factorial validity. Social Indicators
Research, 74, 445–476.
Balancho, M.L. F. (2010). Felicidade de pessoas a viver em condições de pobreza: um estudo
exploratório com beneficiários de rendimento social de inserção dos Açores. Manuscrito não
publicado. Lisboa: ISPA.
Barnes, V. A. (2003). Impact of stress reduction on negative school behavior in adolescents. Health
and Quality of Life Outcomes .
Barr, J. J., & Higgins-D'Alessandro, A. (2007). Adolescent Empathy and Prosocial Behavior in the
Multidimensional Context of School Culture. The Journal of Genetic Psychology: Research and
Theory on Human Development , pp. 231-250.
Batson, C. D., Ahmad, N., Lishner, D. A., & Tsang (2002). Empathy and altruism. In C.R.
Baumrind, D. (1998). Reflections on character and competence. In A. Colby, J. James, & D. Hart
(Eds.), Competence and character through life, 1-28. Chicago: The University of Chicago Press.
Benson, P. L., Leffert, N., Scales, P. C., & Blyth, D. A. (1998). Beyond the “village” rhetoric:
creating healthy communities for children and adolescents. Applied Developmental Science, 2, 138-
198.
Bishop et al. (2004). Mindfulness: A Proposed Operational Definition. Clinical Psychology:
Science and Practice.
Bisquerra, R. (2000). Educación emocional y bienestar. Barcelona: Praxis.
Bisquerra, R., Garcia Navarro, E., & García Navarro, J. (2015). Inteligencia Emocional en
Educación. Madrid: Editorial Sintesis.
Blakemore, S-J. den Ouden & Frith, C. (2007). Adolescent development of the neural circuitry for
thinking about intentions. Social Cognitive and Affective Neuroscience 2, 130-139.
Boman, P., Furlong, M., Shochet, I., Lillies, E., & Jones, C. (2009). Optimism and the School
Context. In R. Gilman, S. Huebner, M. Furlong ,The Handbook of Positive Psychology in Schools..
New York: Routledge.
Botvin, G. J., Baker, E., Dusenbury, L., Botvin, E. M., & Diaz, T. (1995). Long-term follow-up
results of a randomized drug abuse prevention trial in a with middle-class population. Journal of the
American Medical Association, 273, 1106-1112.
Brackett, M.A. & Katulak, N. (2007). The emotionally intelligent classroom: Skill-based training
for teachers and students. New York.
Brown, K. W., & Ryan, R. M. (2003). The benefits of being present: Mindfulness and its role in
psychological well-being. Journal of Personality and Social Psychology , 822-848.

161
Healthier and Happier Schools Project

Cameron, K. S., Dutton, J. E., & Quin, R. E. (2003). Positive organizational scholarship:
foundations of a new discipline. San Francisco: Berrett- Koehler.
Caprara, G. V., Barbaranelli, C., Pastorelli, C., Bandura, A., & Zimbardo, P. G. (2000). Prosocial
foundations of children’s academic achievement. Psychological Science, 11, 302-306.
Caravita, S. C., Di Blasio, P., & Salmivalli, C. (2009). Unique and Interactive Effects of Empathy
and Social Status on Involvement in Bullying. Social Development , 140–163.
Carver, C. S., & Scheier, M.F. (2002). Optimism. In C.R. Snyder, & S. Lopez, (Eds), Handbook of
Positive Psychology. New York : Oxford University Press.
Cassell, E. J. (2002). Compassion. In C.R. Snyder, & S. Lopez. Handbook of Positive Psychology,
434-458. New York : Oxford University Press.
Chaharsooghi, E.T., Mohammadi, A.Z., & Hoshyar, M. (2011). The effect of miniature learning on
concentration of learning disability children. Social and Behavioural Sciences.
Csikszentmihalyi, M. (1990). Flow: The psychology of optimal experience. New York:
HarperPerennial.
Csikszentmhihalyi, M., & Csikszentmhihalyi, I. S. (2006). A life worth living: contributions to
positive psychology, 3-14. New York: Oxford University Press.
Cury, A. (2004). Pais brilhantes, professores fascinantes. Pergaminho.
Damon, W. (1988). The moral child: nurturing children’s natural moral growth. New York: Free
Press.
Diener, E. & Biswas-Diener, R. (2008). Happiness: Unloching the mysteries of psychological
wealth. Malden, MA: Blackwell Publishing.
Diener, E., Lucas, R.E., & Oishi, S. (2002). Subjective well-being: the science of happiness and life
satisfaction. In C.R. Snyder & S. Lopez. Handbook of Positive Psychology, 63-73.Oxford:
University Press.
Diener, E., Lucas, R.E. & Scollon, C.N. (2009). Beyond the hedonic treadmill: revising the
adaptation theory of well-being. In E. Diener (Ed.). The Science of Well-Being: The Collected
Works of Ed Diener. Social Indicators Research Series. Vol. 37, Netherlands: Springer.
Diener, E., & Ryan, K. (2009). Subjective well-being: a general overview. South African Journal of
Psychology, 39, 391-406.
Diener, E., & Seligman, M. (2009). Toward an economy of well-being. In E. Diener (Ed.), The
Science of Well-being: The collected Works of Ed Diener, 201-266. Social Indicators Research
Series, 37. New York: Springer.
Elias, M. J., Hunter, L., & Kress J. (2001). Emotional Intelligence and Education. Emotional
Intelligence in Everyday Life: a scientific inquiry.
Emmons, R. (2004). The psychology of gratitude: an introduction. New York: Oxford University
Press.
Emmons, R., & Shelton, C. M. (2002). Gratitude and science of positive psychology. In C. R.
Snyder & S. Lopez (Eds.). Handbook of Positive Psychology, 459-471. New York : Oxford
University Press.
162
Healthier and Happier Schools Project

Endrick, S., & Endrick, C. (2002). Love. In C.R. Snyder & S. Lopez. Handbook of Positive
Psychology, 472-484. New York : Oxford University Press.
Forgeard, M. J. C., Jayawickreme, E., Kern, M. & Seligman, M. E. P. (2011). Doing the right thing:
Measuring wellbeing for public policy. International Journal of Wellbeing, 1, 79 -106.
Fredrickson, B. (2013). Love 2.0. New York: Hudson Street Press.
Fredrickson, B. (2004). The broaden and build theory of positive emotions. The royal society .
Fredrickson, B., & Losada, M. (2005). Positive affect and the complex dynamics of human
flourishing. American Psychologist, 60, 678-686.
Freiberg, H. J. (1999). School Climate: Measuring, Improving, and Sustaining Healthy Learning
Environments.
Germer, C. K. (2005). Mindfulness – Mindful Self Compassion. Clinical Handbook of Mindfulness.
New York: Springer.
Giacalone, R. A., & Jurkiewicz, C. L. (2003). Right from wrong: the influence of spirituality on
perceptions of unethical business activities. Journal of Business Ethics, 46, 230-252.
Hawkins, J. D., Catalano, R. F., & Miller, J. Y. (1992). Risk and protective factors for alcohol and
other drug problems in adolescence and early adulthood: Implications for substance abuse
prevention. Psychological Bulletin, 112, 64-105.
Hawley, D. R. & DeHann, L. (1996). Toward a definition of family resilience: integrating life span
and family perspectives. Family Process, 35, 283-298.
Hegi, K.E., & Bergner R. M. (2010). What is love? An empirically-based essentialist account.
Journal of Social and Personal Relationships, 27, 620-636.
Herbert, J. D., & Forman, E. M. (2010). Acceptance and Mindfulness in Cognitive Behavior
Therapy: Understanding and Applying the New Therapies.
Jáuregui, E., & Fernández, S.J.(2008). Alta diversión: los benefícios del humor en el trabajo.
Barcelona: Alienta.
Kabat-Zinn (1990). Mindfulness-Based Interventions in Context: Past, Present, and Future.
American Psychological Association.
King, S. &. (2001). Why Positive Psychology is Necessary. American Psychologist .
Larrauri, B.G. (2006). Programa para mejorar el sentido del humor: porque la vida com buen humor
merece la pena. Madrid: Ediciones Piramide.
Lavilla, M., Molina, D. & López, B. (2008). Mindfulness. O cómo practicar el aquí y el ahora.
Barcelona: Paidós.
Lefcourt, H. M. (2002). Humor. In C.R. Snyder & S. Lopez. Handbook of Positive Psychology,
619-631.Oxford: University Press.
Lightsey, O. R. (1994). "Thinking positive" as a stress buffer: The role of positive automatic
cognitions in depression and happiness. Journal of Counseling Psychology , 325-334.

163
Healthier and Happier Schools Project

Luthans F., L. K. (2004). Positive psychological capital: Going beyond human and social capital.
Business Horizons , 45-50.
Luthans, F., Avolio, B. J., Avey, J. B., & Norman, S. M. (2007). Positive Psychological Capital.
Personnel Psychology , 541–572.
Malinowsky, P. (2013). Neural mechanisms of attentional control in mindfulness meditation. Front
Neurosci.
Marques, S., Ribeiro, J. & Lopez, S. (2010). Avaliação da Escala de Esperança para Crianças em
adolescentes. In Psicologia, Saúde e Doenças, 11, 227-227.
Marujo, H. A., & Neto, L. M. (2008). Programa VIP: hacía una Psicología Positiva Aplicada.
Psicología Positiva Aplicada, 312-336. Bilbao:Desclée De Brower.
Marujo, H. (2012). Educar Positivamente. Manuscrito não publicado.
Meyer, A., Farrell, A., Northup, W., Kung, E., & Plybon, L. (2000). Promoting nonviolence in early
adolescence. New York: Kluwer Academic/Plenum.
Morelli, S. A., Lieberman, M. D., & Zaki, J. (2015). The Emerging Study of Positive Empathy.
Social and Personality Psychology Compass .
Munist, M., Santos, H., Kotliarenco, M. A., Ojeda, E., Infante, F., & Grotberg, E. (1998). Manual
de identificación y promoción de la resiliencia en niños y adolescentes.
Murray & Lopez (1998). National Burden of Disease Studies: a pratical guide. World Health
Organization.
Myers, G. & Diener, E. (1995). Who is happy? Psychological Science, 6, 10-19.
Nakamura, J., & Csikszentmihalyi, M. (2002). The concept of flow. In C.R. Snyder & S.J. Lopez
(Eds.), Handbook of Positive Psychology, 89-105. New York: Oxford University Press.
O’Donnell, J., Hawkins, J. D., Catalano, R. F., Abbott, R. D., & Day, L. E. (1995). Preventing
school failure, drug use, and delinquency among low-income children: Longterm intervention in
elementary schools. American Journal of Orthopsychiatry, 65, 87100.
O'Morain, P. (2014). Mindfulness on the go. Yellow Kite.
Oswald, A. J. (2009). Happiness and Productivity.
Pargament, K. I., & Mahoney, A. (2002). Spirituality: discovering and conserving the sacret. In
C.R. Snyder & S. Lopez (Eds.). Handbook of Positive Psychology, 646- 659. Oxford: University
Press.
Park, N. (2004). Character strengths and positive youth development. The Annals of the American
Academy of Political and Social Science, 591, 40-54.
Park, N., & Peterson, C. (2007). Strengths of character and academic achievement. Unpublished
manuscript. University of Rhode Island, Kingston.
Park, N., & Peterson, C. (2008). The cultivation of character strengths. In M. Ferrari & G.
Poworowski (eds.), Teaching for wisdom, 57-75. Mahwah, NJ: Erlbaum.

164
Healthier and Happier Schools Project

Pérez, A., y Botella, L. (2006). Conciencia Plena (Mindfulness) y Psicoterapia: Concepto, Eva
luación y Aplicaciones Clínicas. Revista de Psicoterapia, XVII, 66‐67.
Peterson, C., Park, N., & Seligman, M. E. (2005). Orientations to happiness and life satisfaction: the
full life versus the empty life. Journal of Happiness Studies, 25-41.
Pinto-Gouveia, J., Cunha, M., & Salvador, M. C. (2003). Assessment of Social Phobia by Self-
Report Questionnaires: The Social Interaction and Performance Anxiety and Avoidance Scale
and the Social Phobia Safety Behaviours Scale. Behavioural and Cognitive Psychotherapy,
31, 291-311.
Pons et al., (2005). Phylogenetic Relationships within the Laridae inferred from mitochondrial
markers. Molecular Phylogenetics and Evolution, 37, 686-699.
Raes, F. G. (2014). School-based prevention and reduction of depression in adolescents: A cluster--
randomized controlled trial of a mindfulness group program. Mindfulness , 477–486.
Richardson, M., Abraham, C., & Bond, R. (2012). Psychological correlates of university students'
academic performance: a systematic review and meta-analysis. Psychological Bulletin, 138, 353-87.
Safran, J. D., & Muran, C. (2000), Negotiating the therapeutic alliance: A relational treatment
guide, Guilford, New York (trad. It. Teoria e pratica dell'alleanza terapeutica, Laterza, Bari,
2003).
Schonert-Reichl, K. A. (2015). Enhancing cognitive and social–emotional development through a
simple-to-administer mindfulness-based school program for elementary school children: A
randomized controlled trial. Developmental Psychology , 52-66.
Seligman, M. (2004). Authentic Happiness. New York.
Seligman, M. E. P. & Csikszentmihalyi, M. (2000). Positive psychology: an introduction.
American Psychologist, 55, 5-14.
Seligman, M. E., & Csikszentmihalyi, M. (2014). Positive Psychology: An Introduction.
Seligman, M. E. P. (2011). Flourish: a new understanding of happiness and well-being and how to
achieve them. London : Nicholas Brealey Publishing.
Seligman, M. E., Ernst, R. M., Gillham, J., Reivich, K., & Linkins, M. (2009). Positive education.
Oxford Review of Education , 293–311.
Snyder, C. R. (Ed.). (2000). Handbook of hope. New York : Free Press.
Snyder, C. R., & Lopez, S. (Eds.).(2002). Handbook of positive psychology. New York : Oxford
University Press.
Snyder, C. R., Rand, K. L., & Sigmon, D.R. (2002).Hope theory : A member of the positive
psychology family. In C.R. Snyder and S.J. Lopez (Eds.), Handbook of Positive Psychology, 257-
276. New York : Oxford University Press.
Tangney, J. P. (2002). Humility. In C.R. Snyder, & S. Lopez, (Eds), Handbook of Positive
Psychology, 411-419. New York: Oxford University Press.
Toussaint, L., & Friedman, P. (2009). Forgiveness, Gratitude, and Well-Being: The Mediating Role
of Affect and Beliefs. Journal of Happiness Studies .

165
Healthier and Happier Schools Project

Tugade, M. M., Fredrickson, B. L., & Barrett, L. F. (2004). Psychological Resilience and Positive
Emotional Granularity: Examining the Benefits of Positive Emotions on Coping and Health.
Journal of Personality , 1161–1190.
Vandenberghe, R., & Huberman, A. M. (1999). Understanding and Preventing Teacher Burnout.
Cambridge University Press.
Vásquez, C. & Hérvaz, G. (2009). La ciencia del bienestar: fundamentos de una psicologia positiva.
Madrid: Alianza Editorial.
Verducci, S., & Gardner, H. (2006). Good work: its nature, its nurture. In F.A. Huppert, N. Baylis,
& B. Keverne. The science of well-being, 343-360. New York: Oxford University Press.
Weissberg, R. P., & Greenberg, M. T. (1997). School and community competenceenhancement and
prevention programs. In W. Damon (Ed.), Handbook of child psychology, 877-954. New York:
Wiley.
Wentzel, K.R.,& Caldwell, K. (1997). Friendships, peer acceptance, and group membership:
relations to academic achievement in middle school. Child Development, 68(6):1198-209.
Williams, M., & Penman, D. (2011). Mindfulness.
Wood, A. M., Froh, J. J., & Geraghty, A. W. (2010). Gratitude and well-being: A review and
theoretical integration. Clinical Psychology Review .
Zenner, C. H.-K. (2014). Mindfulness-based interventions in schools - a systematic review and
meta-analysis. Frontiers in Psychology .
Zimbardo, P. G. (2000). The psychology of Evil. Eye on Psi Chi.
Zins, J., Weissberg, R., Wang, M., & Walberg, H. (2004). Building academic success on social and
emotional learning: What does the research say? : Teachers College Pr.

166

Você também pode gostar