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Setembro Amarelo e a valorização da vida

Setembro é o mês voltado para a prevenção do


suicídio. Durante esse período (1 a 30 de Setembro), desde 2015, é realizada
no Brasil a campanha Setembro Amarelo organizada pela Associação
Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de
Medicina (CFM). A campanha tem como objetivo debater o assunto com a
sociedade, lutando pela valorização da vida e prevenção do suicídio.
De acordo com o portal oficial da campanha Setembro Amarelo, no Brasil,
são registrados aproximadamente 12 mil casos de suicídio por ano; a nível
mundial, esse número é superior a 1 milhão. Cerca de 96,8% dessas mortes
estavam relacionadas a transtornos mentais, como a depressão, por exemplo.
Na terça-feira, 15 de Setembro de 2020, foi realizado um Webinar — Muito
Além do Saneamento que tratou exatamente desse tema. No seminário online,
palestrado pela assistente social Tatiana Pederzini e pelo médico Leonardo
Busatto, várias informações importantes foram passadas para os espectadores.
De acordo com Leonardo, o suicídio sempre existiu e desde sempre ele é algo
difícil de explicar. “Tentar explicar o suicídio de forma simples é muito
reducionismo. São vários os fatores que levam uma pessoa a se suicidar. Não
existem testes ou exames para saber se alguém vai se suicidar ou não. É uma
morte voluntária, mas tem uma finalidade. Ele é o desfecho de algo que está
acontecendo há certo período. A finalidade é cessar a dor que a pessoa está
sentindo”, informou o médico durante a transmissão.
Essa é uma triste realidade que vem crescendo principalmente por parte
dos jovens. Infelizmente, o assunto ainda é tratado como tabu por muitas
pessoas, o que contribui para que vários indivíduos se tornem vítimas.
Segundo Leonardo, quem pensa em se suicidar, sempre se comunica e
expressa o desejo, porém, às vezes isso é visto como palavras ao vento. “A
pessoa com comportamento suicida se comunica. Ela não tem uma outra forma
de pedir socorro.  Às vezes falamos que é bobeira, e isso deixa a pessoa sem
recursos – perdemos a oportunidade de incentivar esse indivíduo a procurar
por um tratamento médico”.
Por isso, é importante falar abertamente da temática e dar todo o suporte
àqueles que se comunicam ou se dizem infelizes, depressivos. Uma ONG
brasileira que tem como objetivo levar apoio emocional e prevenir o suicídio é o
CVV (Centro de Valorização da Vida). Fundada em 1962, hoje ela possui mais
de 120 postos espalhados pelo Brasil e mais de 4 mil voluntários que lutam por
essa causa importante. A pessoa que precisar desabafar e conversar pode
entrar em contato com voluntários do CVV por meio do telefone 188. É um
trabalho sigiloso, respeitoso, e que recebe cerca de 3 milhões de ligações por
ano.
Disponibilizar um tempo de seu dia para ouvir alguém pode salvar uma
vida. Informe-se sobre o assunto e contribua para que esse mal que é o
suicídio diminua. Ajude, compartilhe sua empatia.

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