I.M.

M
CURSO DE BATERIA
MÓDULO I

Instituto Musical Mavichian | Clelio Nunes (Malabi)

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Tabela de Conteúdo
1. Conhecimento geral.
 História da bateria Pg. 03
 Vocabulário Pg. 05
 O Kit de Bateria Pg. 07
 Posturas Pg. 08
 Exercícios práticos Pg. 12
 Exercícios teóricos Pg. 17

2. Teoria Básica.
 Propriedades do som Pg. 20
 Símbolos e conceitos musicais Pg. 21
 Exercícios Pg. 27

3. Coordenação básica.
 Introdução Pg. 32
 Coordenação melódica Pg. 34
 Coordenação harmônica Pg. 36

4. Prática de Leitura I.
 Prática de leitura Pg. 37

5. Rudimentos e aplicações I.
 Rudimentos e terminologia Pg. 42
 Single Stroke Roll Pg. 45
 Single Stroke Four Pg. 46
 Single Stroke Seven Pg. 47
 Double Stroke Roll Pg. 48
 Five Stroke Roll Pg. 49
 Single Paradiddle Pg. 50
 Aplicação Pg. 51

6. Estudos Rítmicos.
 Rock Drumming Pg. 53

7. Canções.
 Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores Pg. 60
 Every breath you take - The Police Pg. 61
 Losing My Religion - REM Pg. 62

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A História da Bateria
O Princípio

“Os estudiosos consideram que a voz foi o primeiro instrumento musical surgido”.
Seguindo esse raciocínio poderemos considerar os instrumentos percussivos, os primeiros
instrumentos criados pela humanidade, uma vez que, batendo seus bastões ou os próprios pés no
chão ou em pedras e madeiras, os homens da Antiguidade já marcavam o ritmo para as danças e
cerimônias religiosas e até se comunicavam por esse meio. Os primeiros tambores provavelmente
consistiam em um pedaço de tronco de árvore oco (furado). Estes troncos eram cobertos nas bordas
com a pele de algum réptil ou couro de peixe e eram percutidos com as mãos.
Os tambores mais antigos descobertos em escavações arqueológicas pertencem ao período
Neolítico. Um tambor encontrado numa escavação da Moravia foi datado de 6000 anos antes de
Cristo. Na Mesopotâmia foram encontrados pequenos tambores (tocados tanto verticalmente quanto
horizontalmente) datados de 3000 anos antes de Cristo. Tambores com peles esticadas foram
descobertos dentre os artefatos Egípcios, de 4000 anos antes de Cristo. A diversidade de
instrumentos percussivos é quase incontável: são bongôs, tímpanos, tamborins, pandeiros, congas,
entre outros.
No começo dos anos 1900, bandas e orquestras tinham de dois a três percussionistas cada.
Um tocava o bumbo, outro tocava a caixa e o outro tocava os blocos de madeira e fazia os efeitos
sonoros. Mas com a invenção do pedal todas essas pessoas se tornaram desnecessárias.
O primeiro pedal prático foi inventado em 1910 por, Willian F. Ludwig, que criou o
primeiro modelo de madeira e logo depois, com o aumento da procura, passou a desenvolver junto
com seu cunhado, Robert Danly, o modelo do pedal em aço que foi vendido para milhares de
bateristas e serviu de base para criação dos modelos mais avançados que temos hoje.
Outra invenção aparentemente simples que possibilitou o surgimento da bateria foi a estante
para caixa, que antes os bateristas usavam cadeiras para apoiá-las ou dependurava nos ombros com
uso de correias.
Uma vez que pedais e suportes para caixas práticos se tornaram disponíveis, um único
baterista poderia executar o trabalho antes feito por três. E assim nasceu a bateria - ou "trap set"
como foi chamada inicialmente. Hoje, em evolução constante, a bateria recebe cada vez mais
atenção de fábricas e engenheiros, que pesquisam junto aos bateristas para desenvolver o melhor
modelo de cascos, baquetas, ferragens e pratos. As inúmeras fábricas crescem a cada dia no mundo e
no Brasil e nós como admiradores desse instrumento, devemos estar atualizados com essa evolução,

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buscando a cada dia conhecer mais o instrumento.

Constituição.

Não existe um padrão exato sobre como deve ser montado o conjunto dos elementos de uma
bateria, sendo que, o estilo musical é por muitos, indicado como uma das maiores influências
perante o baterista no que respeita à disposição dos elementos, sendo que, a preferência pessoal do
músico ou as suas condições financeiras ou logísticas.
A adição de tom - tons, vários pratos, pandeirolas, gongos, blocos de madeira, canecas,
(pads) eletrônicos devidamente ligados a samples, ou qualquer outro acessório de percussão (ou
não) podem também fazer parte de algumas baterias, de forma a serem produzidos diversos sons
que se encontrem mais de acordo com o gosto pessoal dos músicos.
Alguns bateristas, tais como Neil Peart, Mike Portnoy ou Terry Bozzio, elaboraram
conjuntos de bateria fora do normal, utilizando-se de diversos elementos, tais como rotontons,
gongos ou tom - tons afinados em correspondência com notas musicais, possibilitando ao baterista,
para além da execução rítmica, contribuir melodicamente para a música. A década de 80 foi
prolífica no surgimento destes conjuntos fora do normal, apreciados pelos amantes da bateria, um
pouco por todo o mundo.
Hoje em dia, o aparecimento de novas técnicas e maneiras de encarar o instrumento, permite
com que ele continue em evolução e exija cada vez mais dedicação por parte de seus praticantes.
O texto acima foi retirado do site http://www.batera.com.br, e embora esteja bem resumido
é possível ter no mínimo uma ideia da formação do instrumento escolhido por você aluno. É muito
importante conhecermos a história das coisas ou pessoas que nos antecedem, isso nos faz valorizá-
las devidamente, ou até mesmo, questioná-las sobre suas influências atuais. Se você aluno quiser
se aprofundar sobre este maravilhoso instrumento, o site
http://www.drumchannelbrasil.com.br/artigos/9-historia.html, nos oferece uma ótima explicação
sobre história e diversos outros temas. Há também um pesquisador, músico e professor chamado
Uirá Moreira que publicou o livro A HISTÓRIA DA BATERIA do qual indico aos interessados.

Bons estudos!

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Vocabulário

Encontraremos aqui algumas expressões usadas por músicos de todo o mundo. Aqui no
Brasil, por exemplo, nem todos esses termos são ditos em Inglês como algumas peças do kit, mas por
sofrermos muita influência internacional em forma de vídeos aulas e songbooks, torna-se
imprescindível o conhecimento dessas expressões.

-Expressões-
Drum: Bateria.
Francês: Batterie.
Italiano: Batteria.
Alemão: Schlagzeug.
Abreviaturas: bat ou bt.

-Peças da bateria-
Cymbal: Pratos em geral.
Ride: Prato de condução.
Hi-Hats (ou Hats): Chimbal.
Hi-Hats Stand: Máquina de chimbal.
Snare: Caixa.
Bass Drum: Bumbo.
Head: Pele.
Tons (ou Tontons): Tons
Floor tom: Surdo.
Stick ou Drumstick: Baqueta.
Practice Pad: Peça feita em material elástico, geralmente
borracha, usada para estudo.
Hardware: Ferragens em geral.
Cowbell: Choca, chocalho.
Tambourine: Pandeireta ou meia-lua
Throne: Banco

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-Conceitos-
Fulcrum: Pinça.
Notes: Notas.
Rests: Pausas.
Measure: Compasso.
Time Signatures: Fórmula do compasso.
Bar: Barra do compasso.
Double Bar: Barra Dupla.
End Bar: Barra Final.
Repeat Bar: Barra de repetição ou Ritornelo.
Clef: Clave.
Staff: Pentagrama.
Whole: Semibreve.
Half: Mínima.
Quarter: Semínima.
Eight: Colcheia.
Sixteenth: Semicolcheia.
Thirty-second: Fusa.
Triplet: Tercina.

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Peças do Kit

Nesta etapa vamos conhecer o kit de bateria. Chamamos assim simplesmente pelo fato de que
a bateria não é composta somente de um único instrumento. Para termos uma bateria completa
precisamos de várias peças como pratos e tambores. Nas lojas de instrumentos notamos que a
bateria já vem com um kit montado pelo fabricante, mas temos a total liberdade de adicionarmos
quantas peças quisermos.
Aqui veremos somente o kit montado "padrão", com praticamente uma peça de cada item,
apesar do kit ser "padrão" não quer dizer que essa é a única forma de montá-la. Veja nos exemplos a
seguir.

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Postura
A postura do baterista é algo que não parece ser tão importante, pois aparentemente não
existe muito segredo ao sentar em um banco, mas este pode ser um dos mais graves erros que um
estudante pode cometer. Uma postura mal colocada pode fazer com que você não consiga executar
alguma técnica, exercício ou música, e no pior dos casos pode até causar graves lesões no corpo.
As instruções de postura a seguir são apenas para que o aluno iniciante tenha um ponto de
partida sobre como se posicionar no kit, levando em conta a postura mais adequada para evitar
futuras lesões. E uma vez que você já tenha se acostumado com o kit, é bem possível que você
passa várias horas estudando sentindo apenas a fadiga padrão que temos ao praticar qualquer
exercício físico.

-Postura do tronco-
Devemos Sempre sentar-se ao banco de forma com que a coluna se mantenha reta, para
concentrarmos o ponto de equilíbrio que ficará focado na região do abdômen.

-Postura das pernas-

Sempre devemos tentar manter a linha dos joelhos alguns centímetros abaixo da linha da
cintura, ou seja, não mantenha seu banco muito baixo e
nem muito alto. A linha dos calcanhares deverá ficar um
pouco mais a frente da linha do joelho, ou no máximo
deixá-los na mesma vertical, assim o desempenho das
técnicas de bumbo se tornam mais confortáveis.

-Postura dos braços-

Tentar manter uma distância considerável
dos braços em relação ao corpo (em media de três a quatro
dedos de distância), assim evitamos que os braços se
cansem facilmente. E ao segurarmos as baquetas é
importante imaginarmos que elas são como uma extensão
do nosso braço, ou seja, do cotovelo até o pulso veremos
que se segue uma linha reta. Desse jeito automaticamente
ao segurarmos as baquetas e direcionarmos as pontas
para o centro dos tambores veremos que os braços
formam uma espécie de triângulo.

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-Postura das mãos-

Pinça: A pinça é a base fundamental quando se trata da postura das mãos e com o estudo
correto da pinça conseguimos aprimorar a pegada fazendo com que as técnicas de velocidade e
dinâmica fiquem muito mais confortáveis.

Matched grip: O Matched grip (pegada combinada) nos oferece duas categorias de posturas
para as mãos. A primeira é chamada de German Grip e a segunda French Grip.

German grip:

French grip:

Tradicional grip: Postura tradicional. Feita exclusivamente com a mão esquerda e com a
baqueta voltada para o lado interno da mão, com a pinça presa entre o polegar o indicador e apoiada
entre o dedo médio e anelar.

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-Postura dos pés-

Heel down: (Calcanhar para baixo) Postura feita com a planta do pé repousada sobre o pedal.

Heel up: (Calcanhar para cima) Postura feita com a ponta do pé no pedal e o calcanhar
levemente levantado.

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RECADO IMPORTANTE!

Apesar de o nosso cérebro conseguir facilmente compreender muitos dos conceitos

apresentados até aqui, o nosso corpo muitas vezes não tem essa mesma facilidade, nos deixando até um
tanto frustrados ao ver que apesar de sabermos exatamente o que deve ser feito, nosso corpo
estranhamente não responde de acordo.

Atividades como andar, correr, pular ou até respirar são feitas "automaticamente" por nosso
corpo, e essa mesma noção autônoma deve ser buscada ao praticar qualquer um dos exercícios
apresentados aqui ou em qualquer outro curso musical.

Pratique os exercícios sempre se lembrando de verificar se sua postura está de acordo, se não
estiver, corrija e continue. Depois de um tempo seu corpo irá se acostumar com as posturas e os novos
movimentos que você está executando. E é sempre bom ter alguém do lado para indicar quando sua
postura estiver fora do lugar sem você perceber, tanto o professor quanto um amigo ou parente podem
ajudar bastante.

Divirta-se!

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Exercícios Práticos

Os exercícios a seguir são para que você pratique a habilidade de dividir sua atenção em três
coisas ao mesmo tempo. A primeira: Manter atenção nas posturas, principalmente as pegadas das mãos
e posturas dos pés. A Segunda: Ler os exercícios da folha. E a terceira: Mandar o seu corpo tocar o que
estiver escrito.

É tudo bem simples, vá com calma e tente lembrar uma coisa de cada vez, quando você sentir
que o exercício já ficou fácil tente repeti-lo mais três vezes sem errar e passe para o próximo.

Boa sorte.

A linha central divide as mãos dos pés, ou seja, quando as letras estiverem acima da linha são
as mãos que devem ser tocadas e quando estiver escrito abaixo da linha, os pés então é que deveram
tocar. Veja o exemplo;

Cada linha terá até no máximo quatro pés ou mãos por vez.
Mãos e pés que estiverem escritas na mesma vertical devem ser tocados ao mesmo tempo.

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Apenas as mãos

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Apenas os pés

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Combinação simples

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Combinação cruzada

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Exercícios Teóricos

1. Nomeie as peças do kit incluindo as ferragens principais.

a.______________________________________ g._______________________________________

b.______________________________________ h._______________________________________

c.______________________________________ i._______________________________________

d.______________________________________ j._______________________________________

e.______________________________________ k.______________________________________

f.______________________________________ l._______________________________________

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2. Nomeie as pegadas.

A._____________________________

B._____________________________

C._____________________________

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3. Nomeie as posturas dos pés.

A.____________________________

B._____________________________

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