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 O ramo cardíaco cervical superior se divide do nervo vago principal ao nível das Fisiologia do sono e vigília:

vértebras cervicais e desce separadamente e medialmente à artéria carótida, antes


Os seres humanos dormem e acordam em um ciclo de 24 horas chamado de ritmo
de inervar o coração, realizando sinapses no mesmo lugar que o ramo cardíaco
circadiano, que é estabelecido pelo núcleo supraquiasmático do hipotálamo. Uma pessoa
torácico.
que está acordada encontra-se em estado de prontidão e é capaz de responder
As fibras continuam superiormente dentro do feixe nervoso principal do nervo vago conscientemente a vários estímulos.
e formam sinapses com o gânglio nodoso do nervo vago, também conhecido como
Os registros do EEG mostram que o córtex cerebral está muito ativo durante a vigília;
gânglio inferior. Aqui, tanto as fibras aferentes quanto as eferentes de todos os tipos
muito menos impulsos são gerados durante a maioria dos estágios do sono.
se separam, e seguem o mesmo trajeto em direção ao cérebro ou na direção oposta.
O sono é uma condição fisiológica de atividade cerebral, involuntário, natural e
Algumas das fibras que se unem ao feixe nervoso aferente também vêm do trato
periódica, caracterizada por modificar o estado de consciência e reduzir a sensibilidade
gastrointestinal superior, notadamente o ramo faríngeo, que emite fibras sensitivas
aos estímulos externos, assim como alterações autônomas. Vale acrescentar que é um
para a parte inferior da faringe, e emite ainda ramos para o plexo faríngeo e um ramo
estado reversível.
comunicante para o seio carotídeo.
O ciclo de sono-vigília é um estado cerebral ativo complexo e resultante de vários
O outro ramo é o do nervo laríngeo superior, que emite fibras sensitivas para a
mecanismos que determinam suas características, intensidade e distribuição durante o dia.
laringe superior.
Conforme as fibras pós-ganglionares deixam o gânglio nodoso, elas entram no
crânio através do forame jugular, e formam sinapse com o gânglio jugular, ou gânglio A função do sistema de ativação reticular no acordar:
superior.
Como o sistema nervoso faz a transição entre esses dois estados? Como a estimulação
Do gânglio jugular, fibras vagais são emitidas para o nervo auricular e o nervo de algumas de suas partes aumenta a atividade cortical, a parte da formação reticular é
meníngeo. conhecida como sistema de ativação reticular (SAR, em inglês, RAS). Quando essa área
está ativa, muitos impulsos nervosos são transmitidos para áreas muito dispersas do
As fibras finalmente formam sinapses no trato solitário (fibras vasoaferentes) ou
córtex cerebral, tanto diretamente quanto via tálamo.
no núcleo do trato espinhal (fibras somatoaferentes), no tronco encefálico.
O efeito é um aumento generalizado da atividade cortical. Despertar, ou o acordar do
sono, também implica aumento de atividade no SAR. Para que o despertar ocorra, o SAR
precisa ser estimulado.
Muitos estímulos sensoriais ativam o SAR: estímulos dolorosos detectados pelos
nociceptores, tato e pressão sobre a pele, movimentos dos membros, luz brilhante ou o
som de um despertador. Quando o SAR é ativado, o córtex cerebral também é ativado,
e ocorre o despertar.
O resultado é o estado de vigília, chamado de consciência. Embora o SAR receba
influxos dos receptores sensitivos somáticos, dos olhos e das orelhas, não há influxos
provenientes dos receptores olfatórios. Mesmo odores fortes podem não conseguir
produzir o despertar.
As pessoas que morrem em incêndios domésticos, geralmente, sucumbem à inalação
de fumaça sem acordar. Por essa razão, todas as áreas de dormir devem estar perto de um
detector de fumaça, que soe um alarme alto. Um travesseiro vibratório ou uma luz
brilhante têm a mesma finalidade para aqueles que têm a audição comprometida.

Por que dormimos?


Secreção hormonal, restauração das funções cerebrais, amadurecimento do SNC (em
crianças), aprendizado.
Fases do sono:

➔ CONCEITOS INTRODUTÓRIOS É dividido em duas fases: o sono não-REM e o sono REM, que apresentam
características e estágios diferentes.
• CONSCIÊNCIA: quando o indivíduo está consciente, além da capacidade de
reconhecimento, pode concentrar-se, ou seja, prestar atenção, focalizar a consciência em NREM: redução dos movimentos corporais+ relaxamento muscular+ sem movimentos
um ponto determinado do campo de observação. Daí, o estado de consciência seria aquele oculares rápidos.
no qual o indivíduo toma conhecimento de si mesmo e do ambiente, e ao mesmo tempo, N1: Um estágio de transição entre a vigília e o sono, durando, normalmente, de 1 a 7
está prestes à ação. minutos. A pessoa fica relaxada, com os olhos fechados, com pensamentos fugazes. As
• VIGÍLIA: o estado fisiológico de consciência. Pode ser o estado de alerta, que é a pessoas acordadas durante esse estágio dizem, muitas vezes, que não estavam dormindo.
condição segundo a qual, geralmente, desenvolvem-se as atividades habituais diurnas. Há relaxamento dos músculos e a respiração fica mais leve.

Em determinados momentos, pode-se passar à EXCITAÇÃO, ou seja, um estado de No EEG, este estágio se caracteriza pela presença de ondas de baixa amplitude e
alerta exacerbado como acontece nas circunstâncias de perigo, tensão, concentração frequência de 3 a 7Hz (ondas teta). Nossos olhos movem-se muito lentamente e a
emocional ou intelectual. atividade muscular torna-se, gradualmente, mais lenta.

Em outras ocasiões, a vigília pode ser RELAXADA, ou seja, menos intensa, podendo
facilmente passar à inconsciência. N2: Nossos movimentos oculares param, e nossas ondas cerebrais tornam-se mais lentas.
• SONO: estado fisiológico de não consciência, ou inconsciência; varia de intensidade Surgem os chamados complexos K, que são acompanhados por ocasionais surtos de 5 a
sendo ora leve ora profundo; mais ainda, durante a noite, o sono permanentemente está 7 ondas de 12 a 15Hz, em forma de crescendo-decrescendo, os chamados 'fusos de sono'.
mudando de intensidade; muitas vezes, a conceitualização de consciência ou Sono leve, é o primeiro estágio do sono verdadeiro. Nele, fica um pouco mais difícil
inconsciência é difícil, porque, obviamente, na vigília, o indivíduo está alerta e, logo, está de acordar a pessoa. Podem ser vivenciados fragmentos de sonhos, e os olhos podem,
consciente, mas alguns autores se referem à existência de estados de consciência no sono, vagarosamente, mover-se de um lado para outro.
são os chamados estados de consciência residual e onírica.
• CONSCIÊNCIA RESIDUAL: compreende o estado que permite ao indivíduo manter,
mesmo que de forma estreita, consciência do meio ambiente, que lhe permite realizar N3: começam a aparecer ondas extremamente lentas (0,3 a 2Hz), as chamadas ondas
certos atos. Exemplo: acordar antes do despertador. delta, intercaladas por ondas menores e mais rápidas. Ocorre a ativação dos 16 núcleos
parassimpáticos e inativação do simpático; observa-se também a redução do uso de
• CONSCIÊNCIA ONÍRICA: aquela que o indivíduo experimenta durante o sono, visto glicose e do fluxo sanguíneo no tronco encefálico.
que sonho é, de certa forma, a vivência de uma realidade paralela, a dos sentimentos ou
fobias próprias do indivíduo. É o período de sono relativamente profundo. A temperatura corporal e a pressão
arterial baixam e é difícil acordar a pessoa. Esse estágio ocorre após, aproximadamente,
Observação: atualmente, aceita-se que o RITMO SONO-VIGÍLIA do homem seria 20 minutos, depois do adormecer.
uma manifestação de seu próprio ritmo circadiano, pelo qual uma determinada função vai
modificando-se, de acordo com as variações cronológicas, ou seja, horas do dia.
N4: É o nível mais profundo do sono. Embora o metabolismo cerebral diminua
significativamente e a temperatura corporal diminua ligeiramente, nesse período, a
maioria dos reflexos está presente e o tônus muscular diminui apenas um pouco. Quando
o sonambulismo ocorre, ele se desenvolve durante esse estágio.
Normalmente, uma pessoa passa do estágio 1 para o estágio 4 do sono NREM em Diversas alterações fisiológicas ocorrem durante o sono. A maior parte dos sonhos
menos de 1 hora. Durante período normal de sono de 7 a 8 horas, ocorrem de três a ocorre durante o sono REM, e as leituras do EEG são semelhantes àquelas de uma
cinco episódios de sono REM, durante os quais os olhos se movem, rapidamente, de um pessoa que está acordada. Com exceção dos neurônios motores, que governam a
lado para outro, por baixo das pálpebras fechadas. respiração e o movimento dos olhos, a maioria dos neurônios motores somáticos é
inibida durante o sono REM, que diminui o tônus muscular e, até mesmo, paralisa os
A pessoa pode, rapidamente, passar pelos estágios 3 e 2, antes de chegar ao sono REM.
músculos esqueléticos.
O primeiro episódio de sono REM dura 10-20 minutos, sendo seguido por outro
intervalo de sono NREM. Os sonos REM e NREM se alternam durante a noite. Muitas pessoas experimentam um sentimento momentâneo de paralisia, caso sejam
despertadas durante o sono REM.
Os períodos REM, que ocorrem, aproximadamente a cada 90 minutos, aumentam
gradativamente, até que o período final dure cerca de 50 minutos. Durante o sono, a atividade na parte parassimpática da divisão autônoma do sistema
nervoso (DASN) aumenta, enquanto a atividade simpática diminui. A frequência
Em adultos, o tempo total de sono REM é de 90-120 minutos, durante período comum
cardíaca e a pressão arterial diminuem durante o sono NREM e diminuem ainda mais
de sono. À medida que a pessoa envelhece, o tempo total médio gasto dormindo diminui,
durante o sono REM.
e a porcentagem do sono REM também diminui.
O aumento na atividade parassimpática durante o sono REM, algumas vezes, provoca
Até, aproximadamente, 50% do sono de um recém-nascido é de sono REM, contra
ereção do pênis, mesmo quando o teor do sonho não é de natureza sexual. A presença de
35% para as crianças com 2 anos e 25% para os adultos. Embora ainda não
ereções penianas, durante o sono REM, em um homem com disfunção erétil
compreendamos a função do sono REM, a alta porcentagem do sono REM em recém-
(incapacidade de obter uma ereção enquanto desperto), indica que o problema possui uma
nascidos e em crianças é considerada importante para a maturação do encéfalo.
causa psicológica e não física.
A atividade neuronal é alta durante o sono REM — o fluxo de sangue e de oxigênio,
pelo encéfalo, é mais alto durante o sono REM do que durante atividade mental ou física
intensa, enquanto acordado. Partes diferentes do encéfalo medeiam o sono NREM e
REM.
Neurônios na área pré-óptica do hipotálamo, o prosencéfalo basal e o bulbo
(medula oblonga) governam o sono NREM;
Neurônios na ponte e no mesencéfalo ligam e desligam o sono REM. Diversos
indícios indicam a existência de substâncias químicas, no encéfalo, que induzem o sono.
Um indutor aparente do sono, a adenosina, que se acumula durante períodos de ATP alto
(trifosfato de adenosina) é usado pelo sistema nervoso.
A adenosina liga-se a receptores específicos chamados de receptores Al e inibe certos
neurônios colinérgicos (liberadores de acetilcolina) do SAR, que participam no despertar.
Portanto, a atividade no SAR, durante o sono, é baixa em razão do efeito inibitório da
adenosina.
A cafeína (no café) e a teofilina (no chá) — substâncias conhecidas pela capacidade
de manter a vigilância — ligam-se aos receptores Al, bloqueando-os, e impedindo que
a adenosina se fixe e induza o sono.
FISIOLOGIA DO SONO NÃO-REM: FISIOLOGIA DO SONO REM:
- É dito “sono sincronizado”, apesar de suas etapas nem sempre apresentarem tal -É o “sono dessincronizado” ou “sono paradoxal”;
regularidade; - Também conhecido como sono de ondas lentas (SOL);
- Caracteriza-se por ondas rápidas, de baixa voltagem e desordenadas e
-O sono vai aprofundando gradativamente à medida que passa das etapas I até IV; dessincronizadas;
-O tônus muscular está bem diminuído nessa fase, mas persiste um certo grau de tônus - Geralmente, é precedido pela fase IV do sono sincronizado; - A principal alteração diz
durante todo o tempo em que o sono de ondas lentas estiver presente; respeito à mudança de comportamento:indivíduo muda a posição global de seu corpo;se
estiver deitado em decúbito dorsal, vai para o lado direito ou esquerdo ou vira de bruço;
• ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS - A ventilação pulmonar é reduzida, levando a
- Duram em torno de 20 a 30 minutos e se repete de 4 a 5 vezes à noite, durante um sono
bradipnéia (baixa frequência respiratória) e o leve aumento da amplitude respiratória
normal; - Duração variável de acordo com a idade, sendo mais prolongada em crianças e
(respiração profunda);
jovens; - É MUITO PROFUNDO, necessitando de um estímulo de alta intensidade para
- Depressão cardiovascular, leva a bradicardia (redução da frequência cardíaca) e despertar; - O tônus muscular praticamente desaparece; Observação! “SONO
hipotensão arterial moderada. PARADOXAL”→ está, comportamentalmente, profundamente adormecido, mas
eletrofisiologicamente parece acordado;
MENOR ATIVIDADE DO SISTEMA SIMPÁTICO SOBRE O SISTEMA
CIRCULATÓRIO; • ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS

- Redução da temperatura corporal, em torno de 1ºC, por depressão do metabolismo - Ventilação pulmonar exagerada: taquipnéia (frequência respiratória exagerada), porém
basal (devido, em parte, a reduzida atividade muscular); o volume respiratório é menor (respiração superficial). Respiração costuma ser
irregular;
- Diminuição da função urinária, possivelmente pelo aumento da secreção de ADH
(vasopressina); - Atividade cardiovascular aumentada: frequência cardíaca aumentada (taquicardia) e
PA elevada (hipertensão arterial). Fluxo sanguíneo cerebral aumentado, maior
- Mudanças na função hipotálamo-hipofisária: menos ACTH e glicocorticoides no consumo de O2;
córtex adrenal, aumenta a secreção de somatotrofina;
-Maior atividade renal: taxa de filtração glomerular tende a ser mais alta, assim como a
- Mudanças na atividade do sistema nervoso, evidenciadas por: *Flacidez muscular diurese;
devido a diminuição do tônus; *Presença ocasional de movimentos musculares
involuntários, que representam fenômenos motores aprendidos e coordenados; Esses -Mudança na função hipotálamo-hipofisária: atividade secretora da ACTH aumenta,
fenômenos correspondem a programas motores complexos, previamente aprendidos. assim como a secreção de glicocorticoides no córtex da supra-renal – mais intensa no
fim da noite (madrugada), quando predomina o tempo total do sono paradoxal. Baixa
*Olhos se mantêm em posição fixa, voltados para cima em posição divergente (para fora), secreção de somatotrofina
pupila com diâmetro reduzido (miose) e pálpebras mantem-se fechadas; * Tônus dos
esfíncteres é mantido; -Atividade digestiva aumentada: Todas as secreções do sistema digestivo aumentam,
mais especificamente a gástrica (com Ph diminuído pela hipersecreção de HCl). Boca
tende a ficar seca porque predomina a secreção mucosa a salivar;
• MECANISMO DE DETERMINAÇÃO DO SONO NÃO-REM - Ereção do pênis: uma das manifestações mais típicas do sono dessincronizado,
- Acredita-se que o sono de ondas lentas se deve à produção de SEROTONINA nos aparentemente relacionada com a maior secreção de testosterona nesse período;
núcleos da rafe medial da formação reticular; - Mudanças no sistema nervoso *Apresenta-se atividade onírica, ou seja, individuo é
- Lesões da rafe produzem insônia prolongada; capaz de SONHAR. Se o indivíduo acordar em fase do sono REM, será capaz de lembrar
do sonho, mas se acordar em outra fase, será incapaz de recorda-lo. Muitos relatam que
- Os núcleos da rafe têm funções e conexões diferentes de outros núcleos reticulares; nunca sonham porque o indivíduo habitualmente acorda durante a fase do sono superficial
recebem aferências de várias partes do hipotálamo e do sistema límbico, como (sono de ondas lentas) e não durante o sono REM que é mais profundo;
também da substância branca periaquedutal;
*Tônus muscular, praticamente, ausente, porém apresenta abalos musculares
- Os neurônios da rafe contêm uma alta taxa de serotonina, a qual age como superpostos que se evidenciam nas extremidades;
neurotransmissor, e seus axônios se distribuem para muitas regiões do telencéfalo,
diencéfalo, tronco cerebral e da medula.
*Olhos diametralmente diferentes: pupila dilatada (midríase) e os olhos estão se ➔ PRIVAÇÃO DO SONO - Quando o indivíduo é privado do sono durante períodos
movimentando rapidamente, em diversos sentidos, e a pálpebra está entreaberta; prolongados, chega um momento que não pode mais se mantar acordado e cai em sono
*Esfínceteres podem apresentar diminuição do tônus, daí a fácil emissão de urina profundo. Isso ocorre ao redor de 70 a 100 horas de privação total do sono;
(enurese) por crianças durante o sono;
- Esse sono forçado é resultado da produção de uma substancia denominada substância
S ou Sleep substance, cuja maior concentração induz o sono ativo (excitação da região
• MECANISMO DE DETERMINAÇÃO DO SONO REM sincronizadora bulbar);

- Ativação dos núcleos reticulares (oval e caudal) da formação reticular pontina e dos -PRIVAÇÃO DO SONO REM: indivíduo fica psicologicamente alterado, com sintomas
núcleos do complexo vestibular devido à AÇÃO DA NORADRENALINA secretada de ansiedade e irritabilidade, que o tornam pouco sociável e frequentemente anti-social.
pelo locus coeruleus da formação reticular pontinha; Seria então relacionado com o equilíbrio psicológico e mental;

-A destruição do locus coeruleus determina a supressão do sono REM e a falta de -PRIVAÇÃO DO SOL: extremo cansaço físico, provocando necessidade de sentar-se
fenilalanina (percursora da noradrenalina) na dieta leva à falta do sono paradoxal; ou deitar-se, com baixo rendimento muscular. Seria, então, relacionado com o equilíbrio
somático, mais biológico;
-Secreção da noradrenalina precisa previamente da ação de um mecanismo
serotoninérgico que ocorre durante o sono de ondas lentas, que agiria como mecanismo
de preparação para desencadeamento do sono REM;
Contextualização! A FENILALANINA é um dos aminoácidos essenciais ao ser
humano, ou seja, não pode ser sintetizado pelo organismo humano e tem de ser adquirido
através da alimentação. Ela é encontrada no aspartame, um adoçante, substituto do
açúcar e muito utilizado em bebidas, principalmente refrigerantes (Coca-cola Zero).
Existe um grupo de pessoas que sofrem de uma rara doença hereditária chamada
fenilcetonúria: falta da enzima necessária para digerir a fenilalanina e, como não é
absorvida, passa a acumular-se no organismo até ser convertida em compostos tóxicos.

➔ SONO NORMAL DO HOMEM


• SEQUÊNCIA: SOL I → SOL II → SOL III → SOL IV → REM → SOL IV → SOL
III → SOL II → SOL III → SOL IV → REM;
Sucessivamente, ocorrendo ao redor de 4 a 5 ciclos durante as 6 a 8 horas de sono
• SONO DA MANHÃ - Desaparecimento da etapa IV; - Aumento da duração do sono
REM; - Sono REM não precedido por fase IV;
• SONO DA SESTA - Sono REM aumentado; - Fases III e IV diminuídas;
• SONO VESPERTINO - Predomínio de ondas lentas (SOL ou NÃO-REM); - Sono
REM tardio;

➔ ATIVIDADE ONÍRICA Muitas vezes, o indivíduo lembra de sonhos que não são
colírios, mas que são situações mais verdadeiras e reais. Trata-se, nesse caso, de
lembranças e não de sonhos que o indivíduo está experimentando durante a fase II ou,
mais frequentemente, fase IV do sono de ondas lentas. Essas imagens recordadas com
frequência provocam medo ou susto e até pavor, determinando os pesadelos ou pavor
noturno das crianças. AMBAS SITUAÇÕES OCORREM NO SONOS NÃO-REM;
Genes envolvidos: Hormônios e neurotransmissores:
CLOCK: Circadian Locomotor Output Cycle Kaput→ Mecanismo que ativaria ambos Cortisol:
genes, está ligado ao tempo. Seletivamente, pode ativar um gene ou outro dependendo da
Quando há algum evento estressor que altera a homeostase do organismo, respostas
hora do dia.
fisiológicas e comportamentais são ativadas e a atividade do sistema imunitário é
BMAL1: O gene Bmal1 (também conhecido como Mop3) faz parte do sistema de regulada. A sequência de eventos é a seguinte:
temporização em mamíferos. CLOCK e BMAL1 se unem, formando um heterodímero
1. Evento estressante
que é responsável por promover a transcrição dos genes Period 1 (Per1), Period 2 (Per2)
e Period 3 (Per3). 2. Células dos núcleos paraventriculares do hipotálamo secretam o hormônio CRH
(hormônio liberador de corticotropinas).
GENE PER: É ativado pela hora, de modo que pouco antes das 6h da manhã, o gene se
expressa através da respectiva proteína per que resulta na síntese e secreção de CRH, que 3. O CRH aumenta a atividade do ACTH
estimula a hipófise anterior a secretar ACTH que, por via sanguínea, estimula a secreção
adrenocortical e o CORTISOL, cuja taxa se eleva no sono. 4. O ACTH age nas adrenais (como expliquei na postagem anterior) e faz o córtex das
adrenais liberar cortisol
A hipercortisolemia é capaz de ativar a formação reticular mesencefálica,
precipitando o despertar e a vigília diurna, situação que pode persistir durante o dia. 5. Os níveis de cortisol aumentam drasticamente no sangue e o resultado no organismo é
o seguinte:
PILL: Expressão fenotípica se inicia por volta das 18h. A proteína pill é capaz de ativar
mecanismos intermediários que ocasionam a expressão de melatonina na glândula -Frequência cardíaca aumenta
pineal. -Pupilas se dilatam
O aumento do teor sérico de MELATONINA produz efeito inverso ao do -Sudorese aumenta
CORTISOL, ou seja, a depressão da formação reticular mesencefálica, de modo que o
SARA não pode manter a dessincronização do tálamo. -Glicemia aumenta
-Atividades do trato gastrintestinal diminuem
-Baço é contraído (de forma a expulsar mais hemácias, aumentando a oferta de oxigênio
aos tecidos)
–Atividades do sistema imunológico diminuem
Prepara o organismo para uma situação de luta ou fuga, que é a ativação do sistema
nervoso simpático.
Ciclo cicardiano:
O ciclo de sono-vigília conta com sistemas próprios, mas interconectados e que se
alternam periodicamente. Ele é controlado pelo ciclo circadiano, relacionado com o
fotoperiodismo (dia/noite) e está sobre controle do núcleo supraquiasmático do
hipotálamo.
O núcleo supraquiasmático é considerado o relógio mestre e é responsável pela
organização cíclica e temporal do organismo, e dos ciclos circadiano e de sono-vigília.
Lembrando que tal núcleo é influenciado pela luz durante o dia e pela melatonina durante
a noite, ou por amparo do sistema límbico e até horário de refeições.
As células do NSQ transmitem informação para os outros núcleos hipotalâmicos
adjacentes responsáveis por periodicidade de secreção de hormônios, duração do ciclo
entre outros. Também realizam a desinibição do VLPO ao fim da vigília e ativam o
hipotálamo lateral e LC.
Os ritmos circadianos podem ser afetados, em certo grau, por quase todos os tipos de
sinalizadores externos de tempo, como o alarme do nosso despertador, o estardalhaço
do caminhão de lixo e o horário das nossas refeições. A esses sincronizadores ou
marcapassos externos, chamamos de zeitgebers (do alemão, 'aquele que impõe o tempo').
Melatonina:
Designa um período aproximado de 24 horas, sobre o qual se baseia todo o ciclo
É produzida pela glândula pineal e apresenta um padrão de secreção sensível à biológico do corpo humano e de qualquer outro ser vivo;
luminosidade, com início de elevação no começo da noite (18h) e queda no final;
- Ele depende dos núcleos supra-quiasmáticos receberem sinais sensoriais acerca da
Sob circunstâncias naturais de um ciclo claro-escuro, ocorre uma produção rítmica duração do dia e dos níveis de luz recebido pelos olhos e pela temperatura da pele,
circadiana de melatonina. Conforme nossos olhos registram o cair da noite, a glândula basicamente, ELE É INFLUENCIADO PELA LUZ SOLAR.
pineal inicia a produção de melatonina para auxiliar o nosso organismo a regular a entrada
nos estágios mais profundos do ciclo do sono, cujo ápice acontece nas horas mais escuras - Ele regula todos os ritmos fisiológicos do corpo humano, através dos níveis hormonais,
da madrugada durante o sono REM; com influência sobre a digestão, o sono, o crescimento, a renovação das células, a
temperatura do corpo, o ritmo cardíaco, a pressão arterial e o cérebro.
Vista como o hormônio da juventude, pois tem um grande influência sobre os outros
hormônios e é considerada o melhor antioxidante conhecido; -A manutenção do ritmo circadiano é realizada por aglomerados de neurônios localizados
no hipotálamo, denominados núcleos supraquiasmáticos (NSQ).
Contextualização! Pacientes com Alzheimer apresentam concentrações de
melatonina maiores durante o dia porque a sua resposta, a pulsos de luz, fica reduzida. Eles são responsáveis pelo controle tanto da produção quanto da secreção da
Ela também tem efeito na retenção da memória. A cefaléia crônica, também pode estar MELATONINA, que é um neurotransmissor liberado, geralmente, à noite pela glândula
ligada a alterações da melatonina. pineal e tem como função básica informar ao organismo que está escuro.
Esse processo se dá através da fotorrecepção feita por cones e bastonetes, emitida
pela via retino-hipotalâmica a qual informa aos NSQ a alternância claro-escuro.
Distúrbios do sono: COMO O CEGO SE ADAPTA AO CICLO CIRCADIANO?
INSÔNIA: dificuldade de iniciar o sono, dificuldade de manter o sono, acordar muito - Cegos apresentam uma incapacidade de iniciar o sono no horário desejado, pois a
cedo ou até ter um sono de má qualidade. deficiência de percepção de luz provoca um progressivo atraso no horário do início do
sono.
- Prolongamento da fase REM e menor percentagem das etapas III e IV do sono
NÃO-REM. - Dificuldade para conciliar o sono, com despertar precoce; Se um cego sente sono às 22h, no dia seguinte sentirá sono somente às 23h e, três dias
depois, a sua capacidade para iniciar o sono só vai aparecer às duas horas da manhã
- Geralmente, acompanha dor, febre, fadiga, perturbações emocionais etc.
- O problema se agrava quando o início do sono ocorre muito tarde, mas a pessoa cega
NARCOLEPSIA: sonolência diurna excessiva, cateplexia (queda abrupta com perda
acorda cedo (para o trabalho ou estudo), e por acordar cedo, interrompe o sono, o que irá
de tônus muscular, sem perda de consciência, geralmente provocada por emoções como
influenciar o seu descanso noturno, que não ocorrerá de forma adequada.
riso, raiva ou surpresa).
Já o indivíduo cego que não trabalha ou estuda, em alguns momentos, permanece com
Trata-se de uma hipersonia que pode aparecer em qualquer momento do dia. Parece
o ciclo sono-vigília invertido, passa a dormir durante o dia e, muitas vezes, o ambiente
ser desencadeado pelo mecanismo do sono dessincronizado. O sono REM aparece de
que ele escolhe para dormir não é o adequado, podendo ter muito barulho, ser quente etc.
imediato;
Nessas condições, o sono não será reparador e a pessoa não terá um descanso adequado.
Paralisia do sono (experiência aterradora que ocorre ao início do sono ou ao acordar, em
-O principal distúrbio de sono dos deficientes visuais está dentro do grupo dos distúrbios
que o paciente se descobre subitamente incapaz de se mover, falar ou respirar
classificados como ‘Distúrbios do Sono Relacionados à Ritmicidade Circadiana’ e,
profundamente) ocorre quando o cérebro acorda do estado de sono REM, que é quando
dentro desse conjunto está a Síndrome do Ciclo Sono-Vigília em Livre Curso*.
acontecem os sonhos mais intenso, porém o corpo continua paralisado. A pessoa tem
consciência de que está acordada, mas não consegue se mexer; “Essa síndrome se caracteriza pelo padrão do ritmo de sono não ajustado ao dia e à
noite, mas com um ciclo de sono com um período maior que 24 horas, o que causa um
Alucinações hipnagógicas/hipnopômpicas (sonhos vívidos que podem ser difíceis de
progressivo atraso no início do sono diariamente e, dessa maneira, o indivíduo vai
distinguir da realidade e alucinações auditivas, visuais ou cenestopáticas que ocorrem
dormir e acordar todos os dias um pouco mais tarde. Isso ocorre, pois as pessoas cegas
no começo do sono, tanto diurno como noturno)
são incapazes de detectarem a presença e a ausência da luz, não sincronizando o seu ciclo
SÍNDROME DO AVANÇO DA FASE DO SONO E SÍNDROME DO ATRASO DA de sono-vigília com o dia e a noite.
FASE DO SONO: A síndrome do atraso de fase do sono (SAFS) é caracterizada pelo
Observação! Os nossos olhos não enxergam a luz, da mesma forma que não enxergamos
atraso do início do sono e pela demora para acordar (3–6 horas) em relação aos horários
a eletricidade, e os campos magnéticos. O que podemos ver externamente é a reflexão das
convencionais para as duas ações. A síndrome do avanço de fase do sono é caracterizada
cores nas superfícies. A luz em si, é visível interiormente, como efeito desta percepção.
por horários de início de sono e de acordar habitual e involuntariamente mais cedo do que
a média da sociedade. Privar de luz os olhos, não quer dizer que luz deixou de existir. Desta forma o cego que
por diversos motivos não pode ver, se a sua retina (bastonetes) está preservada, na
maioria das vezes, ele mantêm a percepção do claro e do escuro.
PARASSONIA: distúrbios que aparecem no sono aparentemente normal;
• SONAMBULISMO: levantar súbito da cama, formação de frases incoerentes, não
recordação do acontecido Ocorre durante as fases III ou IV do sono NÃO-REM, em que
ainda existe atividade tônica muscular para realização de movimentos como o andar;
• SONILOQUIA: manutenção da fala durante o sono, com murmúrios e frases sem
sentido. Amnésia no dia seguinte.
• BRUXISMO: fenômeno de ranger os dentes durante o sono. Pode levar ao desgaste
da articulação mandibular. Ocorre durante as fases III ou IV do sono NÃO-REM;
• PESADELO: despertar súbito acompanhado de angústia interna, palidez, sudorese,
taquicardia e dificuldade respiratória. Está associada a recordações de fatos reais que
produzem medo. Ocorre nas fases III ou IV do sono NÃO-REM;
PROTEÍNA G: Mecanismo de ação da cafeína:
São proteínas que, inativadas, estão acopladas a receptores no meio intracelular, as A cafeína é um alcaloide psicoestimulante que pertence ao grupo das xantinas. Os
quais, quando são ativadas, podem ativar enzimas amplificadoras ou abrir e fechar canais derivados das xantinas são utilizados como estimulantes cerebrais ou psicomotores por
iônicos atuarem no córtex cerebral e nos centros medulares.
São heterotrimericos, pois são formadas por três polipeptídios distintos Alfa, Beta e Por isso, a cafeína tem um efeito estimulante acentuado sobre a função mental e
Gama, formando seu complexo É, uma via metabotrópica que atua com o mecanismo de comportamental. Ela atua no sistema nervoso autônomo e seu mecanismo de ação inibe
transdução de sinal, sendo que as moléculas extracelulares são o 1º mensageiro e as os receptores de adenosina.
intracelulares o 2º mensageiro.
A adenosina é um neurotransmissor que age no controle da frequência cardíaca, da
Mecanismo GERAL pressão sanguínea e da temperatura corporal. É ela que induz as sensações de sono e
cansaço.
1. Ativação de proteínas-cinase, as quais transferem um grupo fosfato do ATP para uma
proteína OU ativação de enzimas amplificadoras que geram 2º mensageiros Como a cafeína inibe sua ação, acaba provocando os efeitos contrários. É por isso que
o consumo de cafeína está relacionado com o aumento da concentração, melhora do
2. Os 2º mensageiros alteram a abertura de canais iônicos ou aumentam o cálcio
humor, controle de peso, entre outros. No entanto, pessoas que utilizam a substância
intracelular ou mudam a atividade enzimática, principalmente das proteínacinase,
regularmente acabam observando menos suas sensações.
fosforilando ou desfosforilando
3. As proteínas modificadas são responsáveis pela resposta da célula ao sinal.
A cafeína (trimetilxantina) é uma droga psicotrópica do grupo dos estimulantes do
CLASSIFICAÇÃO DAS PROTEÍNAS G
SNC. Em geral, os seus efeitos sobre o organismo consistem em aumentar o estado de
GS Estimulatória alerta e reduzir a sensação de fadiga, podendo aumentar a capacidade para realizar
determinadas tarefas. A cafeína também possui efeitos reforçadores que podem ser
Ativa adenilato ciclase parcialmente devidos à ativação do sistema dopaminérgico.
Aumento da resposta celular Outra ação importante da cafeína é o estímulo à diurese, devido – entre outros
GQ Ativação da enzima fosfolipase C mecanismos – ao aumento de glomérulos em funcionamento e do fluxo sanguíneo
renal, ao elevar o gasto cardíaco. Da mesma forma que outras xantinas, a cafeína possui
Importantes funções no cérebro: transmissão neuronal, plasticidade sináptica.... efeitos inotrópicos, taquicardizantes, broncodilatadores e estimulantes da secreção
GI Inibitória Inibe adenilato ciclase gástrica.

Diminuição da resposta celular Em doses maiores, produz excitação, ansiedade e insônia e, em consumidores
habituais, desenvolve-se tolerância com necessidade de aumentar o consumo para obter
Envolvidas na proliferação e diferenciação de células musculares, atuando também na os efeitos iniciais. A interrupção do uso produz uma síndrome de abstinência com
angiogênese. cefaléia, irritabilidade e letargia.
Ao nível celular, a cafeína é um antagonista competitivo dos receptores de
adenosina e provavelmente atua também diretamente ao nível de receptores, para
potenciar a liberação do cálcio do retículo sarcoplasmático, pelo desacoplamento da
atividade da ATPase no músculo esquelético3.
Em consequência desses dois mecanismos celulares, a cafeína causa um aumento da
lipólise, a facilitação da transmissão no SNC, uma redução da concentração plasmática
de potássio durante o exercício, um aumento da força de contração muscular em
baixas frequências de estimulação e uma economia do glicogênio muscular 4.
Estes mecanismos de ação ao nível celular poderiam fazer pressupor um benefício
ergogênico da cafeína durante a execução de exercícios de longa duração durante os quais
a depleção de glicogênio limita o desempenho do atleta;
Esta teoria é sustentada por vários estudos. Já Jackman não encontrou evidências de
que a economia de glicogênio muscular promovida pela cafeína esteja relacionada com
um melhor desempenho em exercícios de curta duração e alta intensidade.
Segundo estes pesquisadores, é possível que a cafeína atue na ativação dos processos
neuronais e/ ou musculares diretamente relacionados com esse tipo de atividade
desportiva. De fato, a cafeína poderia atuar diretamente ao nível do SNC, estimulando a
liberação de ACTH e beta-endorfina, hormônios relacionados com a resposta ao
estresse, que modificam a percepção à dor e à fadiga causadas pelo esforço físico.

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