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Aula 1

Disciplina: Elementos Mecânicos de


União

Professor: Edry Antonio Garcia Cisneros


Email: edry1961cu@gmail.com
1
Disciplina: Elementos Mecânicos de
Transmissão e Rolamentos

Aula 2 Elementos de fixação e união.

2
Tema II. Elementos de fixação e união.

2.1. Uniões parafusadas. Generalidades.

2.2. Principais falhas das uniões parafusadas.

2.3. Cálculo das uniões parafusadas.

2.4. Projeto e avaliação de uniões parafusadas.


Introdução.
Dentro os elementos da maquinas, o parafuso é o que se
utiliza com maior frequência:

Os parafusos são empregados sob várias formas:


• Como parafusos de fixação, para junções desmontáveis
• Como parafusos de pretensão, para se aplicar pretensões
(tensores)
• Como parafusos obturadores para tampar orificios
• Como parafusos de ajustagem, para iniciais ou ajustes de
eliminaçao de folgas ou compensação de desgastes
• Como parafusos transmissores de força, para obter grandes
forças axiais a través da aplicação de pequenas forças
tangenciais (prensa de parafuso, morsa)
• Como parafusos de movimento, para a transformação de
movimentos rotativos em retilíneos ou (morsa, fuso) retilíneos em
rotativos (pua)
Junções por meio de parafusos
Elementos para unir (partes)
Parafuso

União desmontável
Porca
Prafuso métrico de Cabeça sextavada

K = (0,6 … 0,7) d
S = ( 1,7 … 1,5) d
Chave 8 10 13 17 19 24
d (mm) 5 6 8 10 12 16
Porca métrica sextavada

S = ( 1,7 … 1,5) d
H = 0,8 d (tamanho normal)
H = 1,2 d (tamanho alto)
H = 1,6 d (tamanho extra alto)
Tipos de Junções parafusadas.

Parafuso e Porca.

As espessuras dos elementos a unir


não são muito grandes e permitem
fazer furos passantes
Tipos de Junções parafusadas.

Parafuso.
A espessura de um dos elementos a
unir permite fazer um furo passante e
no outro se pode fazer uma rosca (ou
enroscar o parafuso).
Tipos de Junções parafusadas.

Parafuso pino
empregam-se quando não existe
espaço para a cabeça ou não é
possível o brocado da rosca ou o
furo passante para o parafuso
Roscas de sujeição.

Os parafusos, como suporte da rosca, têm uma


superfície em forma de helicoide que permite um
movimento de rotação e translação vinculado ao
aperte dos elementos a unir.
Geometría Básica da Rosca
Na atualidade, coexistem várias nomenclaturas para roscas de
sujeição, mas a rosca ISO de fixação é uma das de maior difusão
p : Passo da rosca (mm).
• Na Rosca ISO se identificam: d: Diâmetro exterior (mm).
• Passo p (normalizado em milímetros) d1: Diâmetro interior [mm]
d2: Diâmetro médio [mm]
• Angulo entre flanco de 60° d3: Diâmetro de fundo do parafuso
[mm]
h: Altura do perfil prático [mm]
: Ângulo de perfil: = 60º
n: Número de entradas (É usual n = 1)
Porca : Ângulo de elevação da hélice.

Algumas relações:
d1 = d – 0,0825 p
Parafuso
d2 = d – 0,06495 p
h = 0,54126 p
Rosca
Diâmetros (mm) Passo
exterior fundo médio (mm)
d d3 d2 p Designação:
8 6.65 7.19 1.25
Mdxp
6.92 7.35 1
7.19 7.51 0.75
10 8.38 9.03 1.5
8.65 9.19 1.25

Exemplos:
M8 (rosca d = 8mm e passo de 1.25)
M8x0.75 (rosca d = 8mm e passo de 0.75 mm)
2.1. Uniões parafusadas. Generalidades.

As uniões parafusadas se classificam como uniões


desmontáveis. Consistem em rosquear exteriormente
uma peça e interiormente a outra de maneira que ficam
unidas mediante o fio de rosca. Têm um amplo
emprego, perto do 60 % das uniões das maquinas são
parafusadas.
Principais Vantagens:

❖ São muito confiáveis, sobre tudo a carga


estática.
❖ Fácil montagem e desmonte.
❖ Podem-se unir diferentes tipos de
materiais.
❖ Não modifica as propriedades mecânicas
das peças a unir.
❖ Ampla padronização.
❖ Baixo custo devido a sua ampla
padronização e processos de produção muito
produtivos.
Principais desvantagens:

❖ Os furos reduzem a resistência das peças.


❖ Não se obtém o hermetismo das uniões
por solda
❖ Podem-se afrouxar ou debilitar ante
variações da carga ou a temperatura.
❖ Revistam requerer elementos adicionais
para a fixação
❖ Baixa resistência a cargas variáveis.
Tipos de elementos de união:
Alguns tipos de parafusos e porcas
Classificação das roscas.
Rosca é um conjunto de filetes em torno de uma superfície cilíndrica.

Sentido de direção da rosca:

Na rosca direita, o filete sobe da direita para a


esquerda, conforme a figura.

Na rosca esquerda, o filete sobe da


esquerda para a direita, conforme a figura.
De acordo ao número de filetes:

De uma entrada De duas entradas De três entradas


Nomenclatura da rosca
Independentemente da sua aplicação, as roscas têm os mesmos
elementos, variando apenas os formatos e dimensões.

P = passo (em mm)

d = diâmetro externo

d1 = diâmetro interno

d2 = diâmetro do
flanco

a = angulo do filete D = diâmetro do fundo da porca

f = fundo do filete D1 = diâmetro do furo da porca


i = angulo da hélice h1 = altura do filete da porca
c = crista h = altura do filete do parafuso.
Métodos de fabricação da rosca: Maquinadas (o 98%),
Laminadas e Forjadas.

2.2. Principais falhas das uniões parafusadas.

- A carga estática (Pouco freqüente):

➢ Ruptura da rosca (“Ir-se de rosca”)  A cortante, a esmagamento e a


flexão.
➢ Ruptura do corpo.
- A carga variável (90% do total de erros), produto da concentração de
tensões.

A ruptura se produz nos parafusos


➢ 65% 1ro e 2do filete de trabalho.
➢ 20% Mudança de seção da rosca ao corpo.
➢ 15% Mudança de seção do corpo à cabeça.
2.3. Cálculo das uniões parafusadas.
Roscas triangulares
As roscas triangulares classificam-se, segundo o seu perfil, em três
tipos:
➢ rosca métrica
➢ rosca whitworth
➢ rosca americana
Em nosso estudo vamos centrar nos só na rosca métrica, mas os
procedimentos de cálculo que conhecerão também são aplicáveis aos outros
tipos.
Rosca métrica ISO normal e rosca métrica ISO fina NBR 9527.
Uniões parafusadas. Elementos principais

Ângulo do perfil da rosca: a = 60º.


Diâmetro menor do parafuso ( do núcleo): d1 = d - 1,2268P.
Diâmetro efetivo do parafuso ( médio): d2 = D2 = d - 0,6495P.
Altura do filete do parafuso he = (d – d1)/2
Folga entre a raiz do filete da porca e a crista do filete do parafuso: f = 0,045P.
Raio de arredondamiento de raiz do filete do parafuso rre=0,14434P
Diâmetro maior da porca: D = d + 2f
Diâmetro menor da porca (furo): D1 = d - 1,0825P
Altura do filete do porca hi = (D – D1)/2
Raio de arredondamiento de raiz do filete do porca rri=0,14434P

A rosca métrica fina, num determinado comprimento, possui maior número de filetes do que a rosca
normal. Permite melhor fixação da rosca, evitando afrouxamento do parafuso, em caso de vibração de
máquinas. Exemplo: em veículos.
Exemplo: Determine o diâmetro exterior e o passo do parafuso usando o
paquímetro e o gabarito de roscas.
a) Calcule todos os parâmetros do mesmo e da porca correspondente.

Passo: 1.25 mm d = 6 mm

Porca

Parafuso
2.4. Projeto e avaliação de uniões parafusadas.
Principais expressões e considerações para o cálculo das uniões
pré-carregadas.
1- Cálculo de resistência.

5.2P 5.2P
σ=  [σt] ou d1 
πd 12 π[σ t 

Recomenda-se:
Y onde o coeficiente de segurança
[σt] = (0.25 a 0.5) σy =
n n estará entre 2 e 4.

Os menores valores de [σt] quando d  30mm e não se controla a


pré-carrega ou pretensão.
Pré-carrega ou pretensão inicial.

(Dint) = S (Distancia entre faces)  Diâmetro inscrito no hexágono do


parafuso e da porca.
(Dext)  Diâmetro maior é o formado desde Dint com um ângulo α = 26o40'.
Considera-se que o cilindro cujo diâmetro é igual ao Dext tem uma área
média igual à área média de cone truncado oco.
Verificação da resistência á fadiga.

n  n = 1.5 a 3
2   −1 Para o ciclo de
n= tensões σa - Amplitude do ciclo
k   a flutuantes.
σ-1 - Limite de resistência à fadiga
 −1 Para o ciclo de Kσ - Coeficiente de concentração de
n= tensões tensões kσ = 3.6 a 4.8
k   a simétrico.

 max −  min
a =
2
Momento de aperte.

d2   S 2 + d c 
Ma =V tan( +  ) + f  
2   2  d 2 

V Valor da força da Precarga


Ψ Angulo de elevação da rosca
ρ Angulo de fricção
d2 diâmetro efetivo do parafuso (  médio)
f Folga entre a raiz do filete da porca e a crista do filete do parafuso
S2 Distancia entre faces
Dc Diâmetro do furo
Exemplo

Na figura se mostra a união da tampa circular de um recipiente que se


empregará para armazenar um fluido pouco viscoso e tóxico. Desejam-se
utilizar parafusos M10.
Determine:
a) Quantidade de parafusos necessários.
b) Classe dos parafusos.
Outros Dados:

0  p  1.5MPa
Solução:

a) Quantidade de parafusos necessários.

 D
Z = (1)
(3.5 a 7 ) d

D = 210mm d = 10mm

Sustituindo em (1) temos:

 (210)
Z= = 9.42 a 18.8  Z = 10 -- 19
(3.5 a 7 ) 10
Múltiplos de 4 ou 6  Z = 12, 16 e 18

Seleciona-se Z =16 (Fluido tóxico)


b) Cálculo de resistência

5.2 P0
t =   t  = (0.25 − 0.5) Y = 0.25 Y (Fluido Tóxico)
  d12

P0 = Força máxima no parafuso


P0 = V / + P V´ = Precarrega residual

/
  Coeficiente de aderência.
V =γP
 = 1.2 a 1.5  Se a carrega for constante.
 = 1.5 a 1.8  Se a carrega for variável.

Substituindo temos:

V / = 1. 5 P

P0 = 2.5P
Rmáx   D12
PMax = Rmax = Pmax  Ai r Air =
Z 4

Substituindo se obtém:

  D12  p max  (150)2  (1.5 )


Pmáx = = = 1657N D1=150mm
4Z 4  16

Mas P0 = 2.5P

Então

P0 = 2.5(1657) = 4142N
5.2 P0
t =   t  d1 = 8.918mm
  d12

5.2(4142) 86,2
t = = 86.2 MPa  0.25 Y  Y  = 344,8 MPa
 (8.918) 2
0,25

Selecciona-se a classe 5,8 onde:  Y = 420 MPa


1. Identifique nas figuras o tipo de rosca:
2. Escreva o nome da nomenclatura da figura:
12.Mencione as principais falhas das uniões parafusadas.
13.As roscas triangulares classificam-se, segundo o seu perfil,
em três tipos, mencione-os.
14. Determine o diâmetro exterior e o passo do parafuso,
sabendo as seguintes medidas: Passo= 1.25 ; Diâmetro
d= 10 mm
a) Calcule todos os parâmetros do mesmo e da porca
correspondente.

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