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Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclu-
siva metodologia em período integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado.
O material didático é composto por 6 cadernos de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares.
O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto contém uma rica teoria que contempla, de
forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de material alternativo
complementar. Para melhorar a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades.
A seguir, apresentamos cada seção:
MULTiMÍDiA
No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cuidado-
sa seleção de conteúdos multimídia para complementar o reper-
tório do aluno, apresentada em boxes para facilitar a compreen-
ÁREAS DE
são, com indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, livros, etc.
Tudo isso é encontrado em subcategorias que facilitam o apro- CONHECiMENTO DO ENEM
fundamento nos temas estudados – há obras de arte, poemas, Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desempenho ao
imagens, artigos e até sugestões de aplicativos que facilitam os fim da escolaridade básica, organizamos essa seção para que o
estudos, com conteúdos essenciais para ampliar as habilidades aluno conheça as diversas habilidades e competências abordadas
de análise e reflexão crítica, em uma seleção realizada com finos na prova. Os livros da “Coleção Vestibulares de Medicina” contêm,
critérios para apurar ainda mais o conhecimento do nosso aluno. a cada aula, algumas dessas habilidades. No compilado “Áreas de
Conhecimento do Enem” há modelos de exercícios que não são
apenas resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva
e descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no dia.
Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a
apurar as questões na prática, a identificá-las na prova e a resol-
CONEXÃO ENTRE DiSCiPLiNAS vê-las com tranquilidade.
HERLAN FELLiNi
© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2021
Todos os direitos reservados.
Autores
Caco Basileus
Herlan Fellini
Felipe Filatte
Kevork Soghomonian
Diretor-geral
Herlan Fellini
Diretor editorial
Pedro Tadeu Vader Batista
Coordenador-geral
Raphael de Souza Motta
Editoração eletrônica
Arthur Tahan Miguel Torres
Matheus Franco da Silveira
Raphael de Souza Motta
Raphael Campos Silva
Imagens
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ISBN: 978-65-88825-20-4
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lação, tendo por fim único e exclusivo o ensino. Caso exista algum texto a respeito do
qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à disposição para
o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e
localizar os titulares dos direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição
para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para
fins didáticos, não representando qualquer tipo de recomendação de produtos ou
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2021
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SUMÁRIO
FÍSICA
CINEMÁTICA
Aulas 1 e 2: Vetores 6
Aulas 3 e 4: Introdução ao estudo dos movimentos 18
Aulas 5 e 6: Movimento retilíneo uniforme 28
Aulas 7 e 8: Gráficos do MRU 38
TERMODINÂMICA
Aulas 1 e 2: Calor sensível 50
Aulas 3 e 4: Mudanças de estado 61
Aulas 5 e 6: Transmissão de calor 73
Aulas 7 e 8: Expansão térmica de sólidos e líquidos 83
ELETROSTÁTICA
Aulas 1 e 2: Princípios da eletrostática 95
Aulas 3 e 4: Lei de Coulomb 105
Aulas 5 e 6: Campo elétrico 110
Aulas 7 e 8: Força elétrica e campo elétrico 118
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
A cinemática possui grande incidência nas O tema cinemática sempre está presente
provas do ENEM, sempre relacionando na prova da Fuvest, com questões que
com o cotidiano e em praticamente em to- exigem interpretrações gráficas (MRU e
das as questões, e quase sempre possuem MRUV) e manipulações em equações
análise gráfica. horárias de movimento.
O tema cinemática sempre está presente na O tema cinemática sempre está presente O tema cinemática sempre está presente na
prova da Unicamp, com questões que exigem na prova da Unifesp, com questões que prova da Unesp, com questões que exigem
interpretrações gráficas e manipulações em exigem interpretrações gráficas (MRU e interpretrações gráficas e manipulações em
equações horárias de movimento relacionan- MRUV) e manipulações em equações equações horárias de movimento.
do com dinâmica. horárias de movimento.
O tema cinemática está presente com ques- O tema cinemática está presente com ques- O tema cinemática é cobrado com questões O tema cinemática é abordado com questões
tões que exigem manipulações em equações tões que exigem manipulações em equações de manipulações de equações horárias de que exigem interpretrações gráficas e manipu-
horárias de movimento. horárias de movimento. movimento. lações em equações matemáticas.
UFMG
O tema cinemática sempre está presente O tema cinemática sempre está presente O tema cinemática sempre está presente com
na prova da UEL, com questões que exigem na prova da UFPR. As questões abordadas questões que exigem interpretrações, análise
interpretrações gráficas e manipulações em não apenas exigem interpretrações gráficas de figuras e manipulações em equações
equações horárias de movimento. e manipulações em equações horárias horárias de movimento.
de movimento, mas também
conceitos.
O tema cinemática sempre está presente O tema cinemática sempre está presente O tema cinemática sempre está presente
na prova da Uerj, com questões que exigem na prova da Unigranrio, com questões que nessa prova, com questões que exigem
interpretrações gráficas e manipulações em exigem análise de figuras e manipulações em interpretrações de gráficos e análise de
equações horárias de movimento. equações horárias de movimento. figuras com manipulações em equações
horárias de movimento.
CINEMÁTICA
AULAS 1 e 2
Grandezas escalares Grandezas vetoriais
intensidade da
força de reação normal
corrente elétrica
resistência elétrica força elástica
capacidade térmica força tensora
calor específico sensível força centrípeta
VETORES calor latente empuxo
fluxo magnético quantidade de movimento
vazão momento
capacitância impulso
COMPETÊNCIA: 5
2. Vetor
Representam-se as grandezas físicas vetoriais por meio
HABILIDADE: 17 de vetores. A notação de um vetor é dada por uma letra
(maiúscula ou minúscula) com uma pequena flecha para a
direita acima da mesma. Vetor é um ente matemático repre-
sentado por um segmento de reta orientado (flecha).
L
Uma grandeza escalar é caracterizada apenas pela sua SO
S
SE
6
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
Para a aplicação da noção de vetores, algumas ideias matemáticas são necessárias, utilizamos praticamente concei-
tos de geometria espacial e geometria analítica. Noções de ponto, reta, espaço, segmento orientado e as operações
entre os vetores são conceitos puramente matemáticos. É sempre importante lembrar que existe diferença nas ope-
rações entre grandezas escalares e operações entre grandezas vetoriais.
Da matemática de Euclides ficaram definidos os conceitos de ponto, reta, plano e segmento de reta. O ponto, “o
que não tem partes”, sendo um elemento desprovido de tamanho, sem dimensões, sem forma. A reta é definida
como um ente geométrico de apenas uma dimensão, de maneira simplista podemos dizer que uma reta é formada
por infinitos pontos “alinhados”; duas retas podem ser classificadas como paralelas, concorrentes, perpendiculares,
coincidentes ou ainda como reta tangente ou reta secante.
7
porém sentidos opostos, diz-se que os mesmos são em sentido norte. Na figura, a flecha __(apontando para o
›
simétricos ou opostos entre si. norte) representa o vetor__velocidade v do automóvel; o
módulo desse vetor será u v u = 80 km/h. É importante des-
›
Vetores iguais: dois vetores são iguais se, e somen-
tacar que todo vetor que possuir mesma direção, mesmo
te se, tiverem o mesmo módulo, a mesma direção e o
sentido e mesma intensidade, representando, portanto, a
mesmo sentido.
mesma grandeza, representa uma classe de equipotência.
A intensidade, módulo ou norma de uma grandeza veto-
rial, é o módulo do valor numérico do vetor.
__›
v N
O L
S
__›
multimídia: vídeo |v | = 80 km/h
P
Q
a) têm a mesma direção.
b) têm o mesmo sentido.
c) são iguais. ___›
d
Resolução:
___› ___›
P
a) Os vetores C e D ___estão
___ em
__ uma direção oblíqua (in-
› › ›
clinada), os vetores
___ ___ E , A e F estão na direção vertical,
› › O deslocamento vetorial
___› realizado pela partícula é repre-
e os vetores B e G estão na horizontal.
___› ___› sentado pelo vetor d .
___› __› C e D estão no sentido nordeste e os
b) Os vetores
Que une o ponto inicial P (chamado origem do vetor) ao
vetores A e F estão no sentido norte.
ponto final Q (chamado extremidade do vetor).
c) Para que um vetor seja igual ao outro, as três carac-
terísticas (módulo, direção e sentido) devem ser iguais.
___› __› Aplicação do conteúdo
Observando o desenho, concluímos que os vetores A e F
são iguais, pois compartilham de um___módulo
› ___› 2u, direção 1. (UEM) Na ilustração abaixo, um trabalhador puxa por
vertical e sentido norte. Os vetores C e D também são uma corda um carrinho que se desloca em linha reta.
__
√
iguais por terem módulo 2 2 u, uma direção oblíqua e
O puxão da corda efetuado pelo trabalhador pode ser des-
sentido nordeste.
crito como uma força que:
O módulo de um vetor, graficamente, é proporcional ao seu a) possui somente magnitude.
comprimento. Suponha, por exemplo, que um automóvel b) possui somente direção.
esteja se deslocando com velocidade escalar de 80 km/h c) possui direção e magnitude.
8
d) não possui nem direção nem magnitude. Resolução:
e) realiza um torque.
Alternativa C
Um vetor força com um módulo (magnitude), uma direção
e um sentido, caracteriza o puxão da corda. Nesse caso, a
direção é oblíqua (inclinada) e o sentido é nordeste, porém
o sentido não é citado.
VIVENCIANDO
Apesar de algumas pessoas pensarem que a utilização de conceitos vetoriais está restrita aos campos da Física e da
Matemática, elas o fazem sem perceber. Atualmente, muitas pessoas utilizam GPS para se localizar ou localizar um
destino. Só no fato de localizar um ponto em relação a um referencial já temos um vetor, mas quando localizamos um
destino e seguimos os passos designados pelo GPS, cada passo trata-se de um vetor, e, a cada instrução realizada,
estamos compondo uma soma vetorial pela regra do polígono.
Se nos dias atuais pequenos deslocamentos nas cidades se dão através da utilização de aplicativos de localização
como o WAZE, é possível imaginar a necessidade e a importância da localização em mapas cartográficos, cartas de
navegação e a revolução que foi a organização utilizando latitude e longitude.
9
___› ___›
___›
P a
b
s
M
___›
___› b
a
N
___›
multimídia: vídeo a
FONTE: YOUTUBE
___›
Khan Academy: Módulo do vetor soma b
___›
b A propriedade comutativa na adição de vetores apresenta:
___› ___› ___› ___›
a +b =b +a
10
Preste atenção:
__ ___ ___›
u s› u < u a› u + u b u
__› ___› ___›
O módulo de s é menor que a soma dos módulos de a e b .
__›
Portanto, o módulo de___ s ___será
›
obrigatoriamente igual à
›
soma dos___› módulos
___› de a e b , somente no caso em que os
vetores a e b tenham direção e sentido iguais.
Aplicação do conteúdo
__›
__1.
›
Determinar o módulo da resultante dos vetores x e
y . Cada quadradinho mede uma unidade.
__›
x
__›
y
11
___
___› ___› a) Fr = √__
19 N
__ ___ ___
u s› u² = u a› u² + u b u² + 2 · u a› u · u b u · cos u b) Fr = √___
8 N
c) Fr = √34
___
N
A regra do paralelogramo é uma prática comum na soma d) Fr = √49 N __
de vetores. e) Fr = √2 N
12
2. Dados
___ ___› ___›os vetores representados na figura, obtenha
›
D = X – Y.
Por exemplo
Sendo qualquer um desses vetores ponto de partida, o ___› ___› ___›
ponto inicial sempre coincide com o ponto final, tornando Na figura, representamos
___› ___› os vetores a , 2a e –2a . Note
a resultante nula. que tanto 2a como –2a têm módulos iguais ao dobro
13
___› ___›
do módulo
___› de a . O___vetor 2a tem o mesmo sentido do
___› No entanto, nesse caso, temos:
›
vetor a e o vetor –2a tem sentido oposto ao do vetor a . __ __ __
u s› u = u x› u – u y› u = 5 – 3 = 2 unidades
___›
___› 2a ___›
a –2a Observação
Versor é um vetor unitário que possui a mesma dire-
___› __›
Podemos também dividir o vetor a por k, obtendo o vetor c : ção e mesmo sentido do eixo que o contém.
__› ___›
y
a
c = __ y →
j
k →
i
1
→
j →
1
→ j =1u →
0 1 x j =1u →
→
i
i
Sendo: →
i =1u 0 x
k =1u 0 1 x
___› →
1
1
→
→
i =1u
__ |a | i =1u k
u c› u = __ u=
... unidade de medida
z
k
__›
Quanto à direção e ao sentido de c , valem as mesmas con- 2.6. Projeções ortogonais
siderações feitas para a multiplicação.
___› ou decomposição de um vetor
Se k = 0, não podemos calcular . a
__
k O plano cartesiano é o sistema de referenciais que auxilia
adequadamente
___› toda representação vetorial. Seja um ve-
Aplicação do conteúdo tor a , conforme a representação abaixo:
__› __›
1. Qual a soma dos vetores x e y , se cada quadradinho
tem lados iguais a uma unidade. y
a) __›
a
__› θ
x
__› x
y
___›
A projeção
___› de a, no eixo (x) pode ser representada
___› pelo
b) vetor a x, bem como a projeção
___› do vetor a no eixo (y) pode
__› ser representado pelo vetor a y.
x
__›
y
Resolução:
14
___› ___› ___› __› __› __› __› __› __›
a = 3i + 3j O vetor F 1 será: F 1 = |F 1| i F 1= 12 i (N)
__› __› __› __› __› __›
Devemos lembrar que os módulos dos componentes tam- O vetor F 3 será: F 3 = |F 3| j F 3= 15 j (N)
__› __› __› __› __› __›
bém podem ser representados por relações trigonométricas: O vetor F 4 será: F 4 = (–1) |F 4| i F 4= –6 i (N)
ay __› __› __› __› __› __›
senθ = __ O vetor F 6 será: F 6 = (–1) |F 6| j F 6= –7 j (N)
a oay = a · senθ
ax Como resultante das forças, temos a soma vetorial de
cosθ = __
a oax = a · cosθ todas elas:
__› __› __› __› __› __› __›
Os vetores unitários, quando indicarem sentido oposto aos Fr = F1 + F2 + F3 + F4 + F5 + F6
__› ___› __› __› __› __›
eixos considerados, serão representados por: F r = 12__› i + (8cosx) i__› + (8senx)
__› j + 15 j + (– 6) i +
___› ___› (– 8cosx) i + (– 8senx) j + (– 7) j
–i e–j __› __›
F r =__›(12 – 6 + 8cosx – 8cosx) i + ( 15 – 7 + 8senx –
8senx ) j
Aplicação do conteúdo __› __› __›
F r = (6) i + (8) j (N).
1. Em um ponto __›
__› __› material
__› __› __›P, estão
__› aplicadas seis forças
Assim, o módulo do vetor F r será: (Fr )²= (6)² + (8)²
coplanares F 1, F 2, F 3 ,F 4 , F 5 e F 6 , representadas confor-
me figura a seguir, cujas intensidades são, respectiva- (Fr )² = 36 + 64
__› ____ __›
mente, 12 N, 8,0 N, 15 N, 6,0 N, 8,0 N e 7,0 N. (Fr )² = 100 |F r| = √100 N |F r| = 10 N.
multimídia: site
www.respondeai.com.br/resumos/1/capitulos/1
pt.khanacademyorg/math/precalculus/vectors-precalc
15
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 17
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físi-
cas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
A Matemática entra como ferramenta fundamental para a interpretação e/ou construção de fenômenos no
contexto da física, dessa forma se faz necessário saber o manuseio, aplicabilidade além da capacidade inter-
pretativa dessa linguagem simbólica. Tal qual o terceiro eixo cognitivo da matriz de referência do Ensino Médio
diz: “selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações representados de diferentes formas, para
tomar decisões e enfrentar situações-problema.”
A utilização de vetores é inerente à física, dada a grande quantidade de grandezas vetoriais, sendo vital para a
compreensão a fixação desse assunto, mais básico e, como dito anteriormente, uma ferramenta fundamental
para a Física.
MODELO 1
(Enem) Um foguete foi lançado do marco zero de uma estação e após alguns segundos atingiu a posição (6, 6,
7) no espaço, conforme mostra a figura. As distâncias são medidas em quilômetros.
Considerando que o foguete continuou sua trajetória, mas se deslocou 2 km para frente na direção do eixo-x, 3
km para trás na direção do eixo-y, e 11 km para frente, na direção do eixo-z, então o foguete atingiu a posição:
a) (17, 3, 9).
b) (8, 3, 18).
c) (6, 18, 3).
d) (4, 9, –4).
e) (3, 8, 18).
ANÁLISE EXPOSITIVA
No Ensino Médio o contato inicial que se tem em Física com vetores é em cinemática. A ideia de representar a posição de
um objeto no espaço é o exemplo mais clássico da utilização de vetores, além de ser um dos motivadores de sua criação.
Adotando como referência “para trás” como sendo no sentido negativo e “para frente” como um deslocamento no
sentido positivo de cada eixo, devemos somar o número inteiro correspondente ao deslocamento em cada coorde-
nada, sendo assim temos que:
(6 + 2,6 – 3,7 + 11) = (8, 3, 18).
RESPOSTA Alternativa B
16
DIAGRAMA DE IDEIAS
PROCESSO
MÓDULO
GEOMÉTRICO
VETOR
PROCESSO
DIREÇÃO
ANALÍTICO
SENTIDO
17
AULAS 3 e 4
80
Km
INTRODUÇÃO AO ESTUDO
DOS MOVIMENTOS
80
Km 60
Km
80
Km 60
Km
18
— —
a) qual a distância percorrida de X até Y? d = XY + YW
b) qual o deslocamento efetuado pelo indivíduo de
X até Y?
d = 400 + 300
c) qual a distância percorrida pelo indivíduo do ins- d = 700 m
tante t0 até t2?
b) O deslocamento de X até W é o valor da hipotenusa, que
d) qual o deslocamento total percorrido pelo indiví- pelo teorema de Pitágoras é:
duo do instante t0 até o instante t2? — — —
(XW)2 = (XY)2 + (YW)2
Resolução:
DS2 = (400)2 + (300)2
a) A distância percorrida corresponde efetivamente ao que
o indivíduo percorreu, ou seja, 120 m, pois ele se desloca DS2 = 160.000 + 90.000
da posição –30 m e vai até a posição 90 m. Perceba que, DS2 = 250.000
como é um movimento no mesmo sentido e com a mesma
DS = 500 m
direção da trajetória, a distância percorrida pode ser calcu-
lada através da expressão: c) A distância percorrida em uma volta completa é:
— — — —
d = DS = S – S0 d = 90 – (–30) d = 120 m d = XY + YW + WZ + ZX
19
Um ponto material é considerado em repouso quando sua posição em relação a um referencial não é alterada durante o
intervalo de tempo considerado.
Motorista Passageiro
(S)
A escolha do referencial é feita de modo a facilitar a resolução dos exercícios e totalmente arbitrária.
”Nada me produz tanta perplexidade como o tempo e o espaço. E, entretanto, nada me preocupa menos que o
tempo e o espaço, já que nunca penso neles.”
Charles Lamb
Muitos filósofos já discutiram sobre o tempo e para alguns é um conceito indefinível em palavras. Zenão de Eleia
(490-430 a.C.) foi um filósofo que se opôs à ideia de movimento, para ele o movimento era uma ideia que não pode-
ria existir: “Um móvel que está no ponto A e tenta atingir o ponto B. Isso é impossível, pois antes de atingir o ponto
B, o móvel tem que atingir o meio do caminho entre A e B, isto é, um ponto C. Mas para atingir C, terá que primeiro
atingir o meio do caminho entre A e C, isto é, um ponto D. E assim infinitamente”.
Ou seja, antes de atingir o destino final, o móvel teria que passar por sucessivos pontos intermediários infinitamente,
jamais chegando ao seu destino. Seu paradoxo mais famoso trata de Aquiles, o velocista, e a tartaruga: “Imagine
uma corrida entre Aquiles e uma tartaruga. Por questões de justiça, é dada para a tartaruga uma vantagem inicial,
já que ela é mais lenta, a tartaruga irá começar a disputa na metade do caminho. Aquiles jamais a alcançará, porque
quando ele chegar ao ponto de onde a tartaruga partiu, ela já terá percorrido uma nova distância; e quando ele
atingir essa nova distância, a tartaruga já terá percorrido uma outra nova distância, e assim infinitamente”.
Desse modo, a ideia de encontro entre dois móveis é impossível.
20
Platão (427-348 a.C.) e Aristóteles (384-322 a.C.) disseram que o tempo tem origem cosmológica. Devido a inú-
meros eventos periódicos na Natureza, a ideia de tempo cíclico foi sendo desenvolvida pela humanidade (gregos,
egípcios, maias, etc. A cultura ocidental-cristã incorporou a ideia de tempo linear, sendo esse uma grandeza absoluta.
Para o filósofo Santo Agostinho (345-430), não seria correto definir o tempo em termos do movimento periódico dos
astros, pois na hipótese da ausência de movimento dos astros, automaticamente o tempo desapareceria, o que seria
um absurdo. Para filósofos mais modernos, como Immanuel Kant (1724-1804), o tempo é uma criação da mente
humana, assim como para Baruch Spinoza (1632-1677).
21
S2 – S1 Resolução:
vm = DS
___ = _____
Dt t2 – t1 Alternativa C
De acordo com as informações fornecidas pelo enunciado,
No Sistema Internacional de Unidades (SI) a unidade uti-
o deslocamento do elevador foi de DS = 380 m e o inter-
lizada para velocidade é o m/s. Média ou instantânea, a valo de tempo de Dt = 40 s.
unidade de velocidade escalar é expressa em unidade de
comprimento por unidade de tempo: km/h (quilômetros Assim, a velocidade média do elevador é calculada da se-
por hora), m/s (metros por segundo), mi/h (milhas por guinte forma:
hora), cm/s (centímetros por segundo), etc. DS = ___
vm = ___ 380 ä v = 9,5 m/s
Dt 40 m
As unidades de velocidades podem ser convertidas
umas nas outras, por exemplo, de km/h para m/s e 2. (Cefet) Uma escada rolante de 6 m de altura e 8
vice-versa. m de base transporta uma pessoa entre dois andares
consecutivos num intervalo de tempo de 20 s. A velo-
1 km = 1.000 m
cidade média desta pessoa, em m/s, é:
Sabemos que: 1 h = 60 min e 1 min = 60 s
a) 0,2.
1 h = 60 · 60 s = 3.600 s b) 0,5.
1.000 m= ____
km = _______ 1m c) 0,9.
Então: 1 ___
h 3.600 s 3,6 s d) 0,8.
km = ___ m e 1 m/s = 3,6 km/h
1 __ e) 1,5.
Portanto: 1 ___
h 3,6 s Resolução:
× 3,6
km
___ : 3,6 m
__ Alternativa B
h s
Em um desenho ilustrativo do problema, percebemos:
Para converter km/h em m/s, divide-se o valor da veloci-
dade por 3,6; para converter m/s em km/h, multiplica-se o
valor da velocidade por 3,6.
Aplicação do conteúdo
1. Combinando tradição e modernidade, o edifício
Taipei 101 é um ícone de Taiwan. O edifício possui 61
elevadores, sendo dois de ultravelocidade. Suas carac-
terísticas de segurança permitem-lhe suportar tufões e
terremotos, que são frequentes nessa região.
O espaço percorrido por uma pessoa na escada rolante é
a hipotenusa do triângulo pitagórico. Aplicando o teorema
de Pitágoras, temos:
DS2 = 62 + 82 DS2 = 100
____
DS = √100 DS = 10 m
Assim, a velocidade média da escada rolante será:
DS v = ___
vm= ___ 10 v = 0,5 m/s
Dt m 20 m
22
c) 2,25 h a) Classifique o movimento dizendo se é progressivo ou
d) 3,50 h retrógrado.
e) 4,50 h
b) Calcule e velocidade escalar do móvel.
Resolução:
c) Qual é o espaço inicial do móvel?
Alternativa B
Resolução:
No desenho ilustrativo do exercício, temos:
a) Podemos perceber pela tabela que o móvel se locomove
no sentido contrário à trajetória, pois o espaço ao longo
do tempo diminui. Logo, temos um movimento retrógrado
(v < 0).
b) Vamos utilizar o tempo t = 0 s e o tempo
O intervalo de tempo do primeiro trecho será: t = 4 s. No primeiro, temos a posição de 20 metros e, no
v1= 'S1 v1= (S1 – S0) 80 = (100 – 0) 't1 segundo, de 8 metros. Assim, a velocidade escalar será:
100 't = 1,25 h.
= ___ (Sf – So)
v = ∆S
__ v = _______ (8 –20)
80 1
v = _____
∆t (tf – to) (4–0)
O intervalo de tempo do segundo trecho será:
(280 – 100) v = –12
___ v = –3 m/s
v2= 'S2 v2= (S2 – S1) 90 = _________ 't2 4
180 't = 2 h t2
= ___ Resposta: –3 m/s
90 1
Assim, o intervalo de tempo total será: Observação: em um movimento uniforme retrógrado, a ve-
locidade só pode ser negativa, o que confirmamos na letra b.
'ttotal = 't1 + 't2 'ttotal = 1,25 + 2 'ttotal = 3,25
horas. c) A posição inicial será localizada no início do movimento
(t = 0 s). Temos que para t = 0 s a posição é de 20 metros.
Aplicação do conteúdo
© Rafael Schaffer Gimenes/Schäffer Editorial
Aplicação do conteúdo
1. Um móvel realiza um movimento uniforme e seu es-
paço varia com o tempo segundo a tabela:
t(s) 0 1 2 3 4 5
S(m) 20 17 14 11 8 5
23
Resolução:
Observando o gráfico, o corpo encontrava-se na posição –40 m no instante de tempo t = 2 s e estava na posição +20 m no
instante de tempo t = 8 s. Desse modo, a velocidade média é calculada da seguinte maneira:
x – x0 ________
Dx = _____ 20 – (–40)
vm = ___ = = 10 m/s
Dt Dt 6
VIVENCIANDO
O conceito de velocidade média tem importantes aplicações cotidianas, entre elas podemos citar o custo no transpor-
te de mercadorias, aplicações no cálculo da vazão de reservatórios, o cálculo do custo da energia elétrica no sistema
metroviário. Na indústria, seu conceito é utilizado na produção. Atualmente, com a introdução da matemática e
estatística nos esportes, o conceito de velocidade média é amplamente utilizado na estratégia dos esportistas, seja
desde um maratonista, nadador ou mesmo um jogador de futebol (é possível analisar a velocidade média do jogador
durante uma partida, a distância efetivamente percorrida por ele, sua aceleração média e muito mais). No filme ”Mo-
neyball”, que foi baseado em fatos reais, Billy Beane emprega conceitos estatísticos para a elaboração do seu time.
24
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 2
Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente
desenvolvimento científico e tecnológico.
A compreensão do mundo visto de forma racional, mecânica e cartesiana se faz necessária no universo acadê-
mico-científico, sendo cada vez mais importante no mundo atual, em que novas tecnologias são desenvolvidas
em altíssima velocidade.
Dentro dos eixos cognitivos, a habilidade 2 impõe ao aluno a compreensão, dentro das várias áreas do conhe-
cimento, de fenômenos físicos com a intenção de conceber os fenômenos naturais implicando na produção
tecnológica. A compreensão do mundo ao nosso redor é cada vez mais vital para a sobrevivência dentro uma
sociedade altamente desenvolvida e competitiva.
Pertence também a outro eixo cognitivo, enfrentando situações-problema em que o aluno deve saber organizar,
relacionar e interpretar as informações. Problemas relacionados ao transporte, ou mesmo à saúde, são objeto
de estudo das ciências naturais. Além, é claro, de cobrar do aluno a construção de argumentação ao relacionar
diferentes informações.
MODELO 1
(Enem) Um pesquisador avaliou o efeito da temperatura do motor (em velocidade constante) e da velocidade
média de um veículo (com temperatura do motor constante) sobre a emissão de monóxido de carbono (CO)
em dois tipos de percurso, aclive e declive, com iguais distâncias percorridas em linha reta. Os resultados são
apresentados nas duas figuras.
A partir dos resultados, a situação em que ocorre maior emissão de poluentes é aquela na qual o percurso é
feito com o motor:
25
ANÁLISE EXPOSITIVA
Esse é um excelente exercício pertencente ao modelo Enem, exemplo típico do que é exigido no exame. Além de so-
licitar que o aluno faça a leitura e compreensão correta dos gráficos individualmente, permite ao aluno analisar dois
diferentes gráficos da mesma situação-problema. Desse modo, requer que o aluno saiba ligar problemas cotidianos
relacionados ao transporte, à saúde e ao mundo técnico-científico relacionado ao movimento do móvel.
A primeira figura permite concluir que, para menores temperaturas (motor frio) e em pista em aclive, a emissão de
CO é maior ao compararmos o gráfico de aclive (mais escuro) com o gráfico de declive (claro e tracejado). Desse
modo, é interessante perceber que a emissão é maior para a temperatura mais baixa nos dois casos do movimento
do veículo, diminuindo conforme aumenta a temperatura (funcionamento) do motor.
A segunda figura mostra que a emissão de CO é maior para baixas velocidades médias e em pista em aclive. A análi-
se acontece do mesmo modo que no primeiro gráfico, sendo que é interessante notar que o veículo emite menos CO
quanto maior é a velocidade média, fato interessante nas grandes cidades, onde o congestionamento de veículos
nas grandes vias, e consequentemente a baixa velocidade média, aumenta a emissão de poluentes.
RESPOSTA Alternativa D
HABILIDADE 20
Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos
celestes.
O estudo do movimento é objeto essencial da Física e das ciências naturais. Ele pertence ao cerne da construção
do pensamento físico e filosófico. Fator importante no desenvolvimento da Física e do pensamento científico.
Para caracterizar a causa ou efeitos do movimento, é necessário que o aluno domine a linguagem matemática
e científica, primeiro eixo cognitivo para que ele possa enfrentar situações-problema. Também é importante que
o aluno saiba construir sua argumentação baseado no pensamento lógico e dedutivo.
Compreender as causas e efeitos dos movimentos dos corpos pertencentes ao Universo é importante, não só
dentro do mundo acadêmico-científico, mas também no cotidiano das pessoas, afinal os indivíduos estão em
constante movimento e cercados por objetos também em movimento. Saber compreender, prever ou antecipar
o movimento dos diferentes objetos é fundamental na produção técnico-científica.
MODELO 2
(Enem) Uma empresa de transportes precisa efetuar a entrega de uma encomenda o mais breve possível.
Para tanto, a equipe de logística analisa o trajeto desde a empresa até o local da entrega. Ela verifica que
o trajeto apresenta dois trechos de distâncias diferentes e velocidades máximas permitidas diferentes.
No primeiro trecho, a velocidade máxima permitida é de 80 km/h e a distância a ser percorrida é de 80
km. No segundo trecho, cujo comprimento vale 60 km, a velocidade máxima permitida é 120 km/h.
Supondo que as condições de trânsito sejam favoráveis para que o veículo da empresa ande continua-
mente na velocidade máxima permitida, qual será o tempo necessário, em horas, para a realização da
entrega?
a) 0,7
b) 1,4
c) 1,5
d) 2,0
e) 3,0
26
ANÁLISE EXPOSITIVA
Esse exercício é um exemplo de que o aluno deve saber de antemão conceitos básicos de movimento, além de
dominar a manipulação matemática em equações e fórmulas.
O exercício produz uma situação-problema pertencente ao cotidiano do aluno.
Primeiramente, temos os seguintes dados: o primeiro deslocamento ∆S1 = 80 km com a velocidade v1 = 80 km/h;
já o segundo deslocamento é de ∆S2 = 60 km com a velocidade média v1 = 120 km/h.
Lembrando que a velocidade média é dada pela razão entre o deslocamento do móvel pelo intervalo de tempo
correspondente.
'S
v=
't
Uma vez que o tempo total é a soma dos dois tempos parciais, segue que:
RESPOSTA Alternativa C
DIAGRAMA DE IDEIAS
A A
DESLOCAMENTO
POSIÇÃO POSIÇÃO
ESPAÇO INICIAL FINAL
VELOCIDADE
MÉDIA
INTERVALO
TEMPO DE TEMPO RAPIDEZ
27
AULAS 5 e 6
DS ä v = ___
vm = ___ DS
1. Movimento retilíneo Dt Dt
uniforme (MRU) Fazendo DS = S – S0 e Dt = t – 0 = t, vem:
O conceito de velocidade média é muito importante; po- S – S0
DS ä v = _____
v = ___
rém, é pouco preciso. Por isso, a partir de agora, iremos Dt t
estudar alguns casos específicos de movimento. ä v · t = S – S0
Movimentos retilíneos uniformes são todos os movi- S = S0 + v · t
mentos nos quais o vetor velocidade não se altera, ou seja,
direção, sentido e intensidade não são alterados. Dessa FUNÇÃO HORÁRIA DO MOVIMENTO UNIFORME
28
A tabela ilustra alguns exemplos, sendo S em metros e t Para qualquer tipo de trajetória, o MRU é definido por es-
em segundos: sas funções.
progressivo/
S = S0 + vt S0 v
retrógrado
S = 50 + 20 t S0 = 50 m v = +20 m/s v > 0, progressivo
VIVENCIANDO
Assim como o conceito de velocidade média, a velocidade escalar média instantânea é aplicada em diversos casos,
afinal quando queremos uma maior precisão ao descrever o movimento de um móvel a função velocidade instantâ-
nea é muito mais reveladora. Um dos casos mais clássicos, de muito interesse, pois é aplicado em diversas situações,
é aquele em que a velocidade é constante.
A velocidade pode ser considerada constante em inúmeras situações, tal como a esteira de produção nas indústrias,
um carro que viaja numa estrada por um longo período de tempo sem mudar sua velocidade, etc.
29
3. (UFGRS) Um caminhoneiro parte de São Paulo com ve-
locidade escalar constante de módulo igual a 74 Km/h. No Considere 2 móveis (1 e 2) em MRU com funções horá-
mesmo instante, parte outro de Camaquã, no Rio Grande rias de posição S1 = S01 + v1 t e S2 = S02 + v2 t de modo
do Sul, com velocidade escalar constante de 56 km/h. que eles se encontrem e, se você quiser descobrir o
tempo de encontro é só igualar as duas funções e isolar
o tempo. Se desejar encontrar a posição do encontro,
basta, substituir esse tempo numa das funções.
SA = S0, A + vA t SA = 0 + 74 t SA = 74 t
Aplicação do conteúdo
O caminhão B tem posição inicial de 1.300 km e movimen-
ta-se contra a trajetória, logo sua velocidade será de –56 1. Dois móveis, 1 e 2, movem-se com movimento unifor-
km/h. A função horária do movimento do caminhão B será: me e no mesmo sentido num certo trecho retilíneo. Suas
velocidades escalares possuem intensidades respectiva-
SB = S0,B + vBt SB = 1300 + (–56)t SB = 1300 – 56 t. mente iguais a 20 m/s e 15 m/s. No tempo inicial zero, os
móveis encontram-se nas posições indicadas abaixo.
No ponto de encontro, temos que as posições finais dos
caminhões são iguais, logo:
SA = SB 74 t = 1300 – 56 t 74 t + 56 t = 1300 (m)
1300 t = 10 h
130 t = 1300 t = ____ 0 100
130 Determine:
Agora, basta aplicar o tempo igual a 10 horas em uma das
duas funções horárias para encontrar a posição final. a) o instante do encontro;
SA = 74 t SA = 74(10) SA = 740 km b) a posição do encontro.
30
S1 = 0 + 20 · 20 Dt é o intervalo de tempo; e
S1 = 400 m DSREL é a distância relativa entre os corpos.
Portanto, a posição do encontro fica a
Dado que o movimento das partículas é realizado na mes-
400 m da origem.
ma trajetória ou em trajetórias paralelas, as partículas po-
2. Dois veículos movem-se em MRU, um de encontro ao dem se mover no mesmo sentido ou em sentidos opostos,
outro. Suas velocidades escalares têm módulos 22 m/s como ilustrado na figura abaixo.
e 18 m/s, respectivamente. No instante t = 0 os veículos
ocupam as posições sinalizadas na figura que se segue.
VA VA
(m)
0 200 VB VB
Determine:
a) o instante do encontro;
Vrelativa = | VB | – | VA | ; VB > VA Vrelativa = | VB | + | VA |
b) a posição do encontro.
Resolução: 1.2.1. As velocidades têm a mesma
A resolução deste exercício é similar ao anterior. direção e mesmo sentido
a) Escreva as funções horárias da posição de A e B. Em casos de aproximação, como de afastamento, o mó-
dulo da velocidade relativa entre as partículas é dada pela
SA = S0A + vA t e SB = S0B + vB t
diferença entre os módulos das suas velocidades.
SA = 0 + 22 t e SB = 200 – 18 t
vREL = |vMAIOR| – |vMENOR|
Nesse exercício a velocidade de B é –18 porque o veículo
move-se no sentido oposto ao da orientação da trajetória. 1.2.2. As velocidades têm a mesma
Igualando as funções, temos:
direção e sentidos contrários
0 + 22 t = 200 – 18 t
22 t + 18 t = 200 Em casos de aproximação, como de afastamento, o mó-
40 t = 200 dulo da velocidade relativa entre as partículas é dado pela
t = 5 s soma dos módulos das suas velocidades.
Resolução:
DSREL
vREL = ____
Dt a) O móvel A está na mesma direção e sentido que o corpo
B, logo a velocidade relativa será:
Onde:
vREL é a velocidade relativa de um corpo em relação vAB = |vA| – |vB| vAB = |5| – |8|
a outro; vAB = –3 m/s.
31
Temos que o móvel A nunca irá encontrar o móvel B, pois a 1.3. Composição de movimentos
sua velocidade relativa é de afastamento (vAB < 0).
O movimento de uma partícula é definido apenas se for
b) O móvel B está na mesma direção porém em um sentido conhecida, ao longo do tempo, a variação da sua posição
contrário do corpo C, logo a velocidade relativa será: e em relação a um determinado referencial. De modo ge-
vBC = |vB| + |vC| vBC = |8| + |–4| ral, o referencial não é especificado quando se fala em
vBC = 8 + 4 vBC = 12 m/s. velocidade. Nesse caso, adota-se, implicitamente, que o
referencial é a Terra.
Temos que o móvel B irá encontrar o corpo C, pois a sua
velocidade relativa é de aproximação (vBC > 0).
1.3.1. Princípio de Galileu ou princípio
c) O móvel C está na mesma direção, porém em um sentido
contrário do móvel A, logo, a velocidade relativa será: da independência dos movimentos
vCA = |vC| + |vA| vCA =|–4| + |5|
vCA = 4 + 5 vCA = 9 m/s.
Em um corpo que está sob ação de vários movimen-
Temos que o móvel C irá encontrar o móvel A, pois a sua tos simultâneos, cada movimento é realizado como se
velocidade relativa é de aproximação (vCA > 0). os outros não existissem.
2. Duas cidades, A e B, distam entre si 400 km. Da ci-
dade A parte um móvel P dirigindo-se à cidade B; no
mesmo instante, parte do B outro móvel Q dirigindo-se Galileu propôs que esses três movimentos ocorrem ao
a A. Os móveis P e Q executam movimentos uniformes mesmo tempo: o movimento relativo, o movimento de ar-
e suas velocidades escalares são de 30 km/h e 50 km/h, rastamento e o movimento resultante.
respectivamente. A distância da cidade A ao ponto de
encontro dos móveis P e Q, em km, vale: A composição de movimento de um barco se movimen-
tando em um rio é um problema clássico. Abaixo, está sua
a) 120.
descrição, em que:
b) 150.
c) 200. vRES é velocidade resultante (velocidade do barco em
d) 240. relação à margem);
e) 250.
vREL é velocidade relativa (velocidade do barco em re-
Resolução:
lação à água);
32
3. Barco atravessa o rio, mantendo a proa perpendicular à Resolução:
margem (θ = 90º).
O avião segue na direção vertical e, para que isso ocorra,
ele deve estar com sua velocidade aplicada para a direita,
pois o vento aplica uma velocidade no avião. Segue o
diagrama vetorial:
Aplicação do conteúdo
1. (Unesp) Entre duas cidades X e Y, sopra um vento de
50 km/h na direção indicada na figura. Um avião, que
desenvolve 250 km/h em relação ao ar, faz em linha reta
a trajetória XY. Qual das retas abaixo melhor indica (no
plano horizontal de voo), a inclinação do avião em rela-
ção à trajetória XY?
A velocidade do barco em relação à correnteza, em km/h,
é de:
a) 4,0.
b) 6,0.
c) 8,0.
d) 10.
e) 12.
a) b) Resolução:
o
c) d) e) o
33
O tempo é de 30 minutos (0,5 hora) e a distância percor- Resolução:
rida pelo barco é a largura do rio; logo, a velocidade resul-
tante será:
∆s v
vresultante = __ 4 v
= ___ = 8 km/h
∆t resultante 0,5 resultante
A função polinomial do primeiro grau com apenas uma variável independente e uma dependente chama-se função
afim, definida como f de \ em \ dada por uma lei da forma f(x) = ax + b, onde a e b são números reais dados e
a ≠ 0. Na função f(x) = ax + b, o número a é chamado de coeficiente de x e o número b é chamado termo constante.
Nesse caso, a função da posição é dada em termo dos coeficientes a, que será a velocidade do móvel, e b, que
será a posição inicial. Assim, teremos a posição S em função do tempo t.
34
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 20
Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Como foi visto anteriormente, o movimento é objeto essencial da Física e das ciências naturais. Ele pertence
ao cerne do pensamento físico e filosófico. Trata-se de um fator importante no desenvolvimento da Física e do
pensamento científico. Após o domínio dos conceitos básicos como tempo, espaço, deslocamento, intervalo de
tempo e velocidade, partimos para uma nova empreitada: a classificação dos diferentes tipos de movimento. O
primeiro e mais básico é aquele em que o móvel possui velocidade constante durante todo o movimento numa
trajetória retilínea, situação essa que é explorada em inúmeras situações-problema em diferentes contextos
dentro das ciências naturais: como um automóvel que se desloca com a mesma velocidade numa trajetória
retilínea ou o movimento de uma onda sonora que trafega com velocidade constante.
Desse modo, sua aplicabilidade percorre todos os eixos cognitivos, como compreender fenômenos naturais e enfrentar
situações-problema relevantes ao cotidiano, sendo cobrado do estudante a capacidade de construir argumentação
consistente com a realidade das informações apresentadas e elaborar propostas através do conhecimento obtido.
MODELO 1
(Enem) Em apresentações musicais realizadas em espaços onde o público fica longe do palco, é necessá-
ria a instalação de alto-falantes adicionais a grandes distâncias, além daqueles localizados no palco. Como
a velocidade com que o som se propaga no ar (vsom = 3,4 × 102 m/s) é muito menor do que a velocidade
com que o sinal elétrico se propaga nos cabos (vsinal = 2,6 × 108 m/s), é necessário atrasar o sinal elétrico de
modo que este chegue pelo cabo ao alto-falante no mesmo instante em que o som vindo do palco chega
pelo ar. Para tentar contornar esse problema, um técnico de som pensou em simplesmente instalar um cabo
elétrico com comprimento suficiente para o sinal elétrico chegar ao mesmo tempo que o som, em um alto-
-falante que está a uma distância de 680 metros do palco.
A solução é inviável, pois seria necessário um cabo elétrico de comprimento mais próximo de:
a) 1,1 × 103 km.
b) 8,9 × 104 km.
c) 1,3 × 105 km.
d) 5,2 × 105 km.
e) 6,0 × 1013 km.
ANÁLISE EXPOSITIVA
Outro exercício onde há o contraste entre o senso comum e aplicação da Física. Mesmo sem calcular a
resposta, analisando somente as alternativas, já é possível notar que o comprimento do fio seria quilo-
métrico. Sabendo que as ondas se propagam com velocidade constante, é possível facilmente calcular o
comprimento do fio para que o som chegue no mesmo instante.
O intuito é que o aluno perceba quão absurda seria a ideia proposta.
Primeiramente, deve-se perceber que o intervalo de tempo deverá ser o mesmo, tanto para o sinal via
cabo quanto para o som. Assim sendo, basta igualar as equações:
Lcabo ____
____ d Lcabo
_________ 680 L = (2,6 3 108) L = 5,2 3 108 m = 5,2 3 105 km.
'tsinal = 'tsom
vsinal =vsom = ____
2,6 3 108 340 cabo cabo
RESPOSTA Alternativa D
35
HABILIDADE 3
Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo
ou em diferentes culturas.
Não é raro encontrarmos verdades ditas com tanta certeza, frases feitas muito populares, textos publi-
cados em veículos de comunicações ou em mídias sociais que veiculam fatos, fenômenos, explicações
cientificamente inverídicas. Além disso, não é raro quando o senso comum acaba levando a uma conclu-
são equivocada.
Nesse contexto, exercícios de cinemática levam o estudante ao confronto entre interpretações baseadas
no senso comum, em situações-problema contextualizadas, com a interpretação técnico-científica. Pro-
blemas que envolvam referencial, movimento, velocidade relativa são ótimos nesse quesito.
MODELO 2
(Enem) Conta-se que um curioso incidente aconteceu durante a Primeira Guerra Mundial. Quando voava a uma
altitude de dois mil metros, um piloto francês viu o que acreditava ser uma mosca parada perto de sua face.
Apanhando-a rapidamente, ficou surpreso ao verificar que se tratava de um projétil alemão.
PERELMAN, J. APRENDA FÍSICA BRINCANDO. SÃO PAULO: HEMUS, 1970.
ANÁLISE EXPOSITIVA
Excelente aplicação da habilidade 3, colocando em xeque o senso comum que muitas vezes nos leva a
respostas incorretas. Apesar de conceitualmente simples, a adoção de um referencial traz conclusões
corretas mais facilmente. Ao perceber que o projétil estava parado em relação ao piloto, o estudante
compreende que o movimento depende do referencial adotado, pois, se estava parado em relação ao
piloto, estava em movimento em relação ao solo, por exemplo.
Uma vez que o projétil se encontra com velocidade nula em relação ao piloto, temos que o projétil se
encontra parado em relação ao mesmo. Logo, concluímos que ambos possuíam a mesma velocidade, com
o mesmo módulo, mesma direção e mesmo sentido.
RESPOSTA Alternativa E
36
DIAGRAMA DE IDEIAS
KM/H
POSIÇÃO
INICIAL MOVIMENTO
FUNÇÃO
VELOCIDADE HORÁRIA
REFERENCIAL CONSTANTE DA POSIÇÃO
POSIÇÃO MOVIMENTOS
INICIAL SIMULTÂNEOS
MOVIMENTO
REFERENCIAL
RELATIVO
37
Retrógrado (v < 0): se o movimento é retrógrado, a
AULAS 7 e 8 velocidade é negativa (reta decrescente) e a partícula
movimenta-se no sentido contrário da trajetória.
GRÁFICOS DO MRU
V<0
COMPETÊNCIAS: 5e6
2. Gráfico da velocidade do
HABILIDADES: 17, 19 e 20
movimento retilíneo uniforme
v = constante
S = S0 + v ∙ t Progressivo
v z
S0 o posição inicial
S o posição final v> 0
v o velocidade constante e não nula
t o tempo
Como foi visto anteriormente, em MRU existem dois tipos
de movimento:
Progressivo (v > 0): se o movimento é progressivo, a
velocidade é positiva (reta crescente) e a partícula mo- Retrógrado
vimenta-se a favor da trajetória.
v< 0
38
3. Propriedades do gráfico Corpo B Corpo A
t(s) S(m) t(s) S(m)
da função horária 0 0 0 4
2 8 2 8
Observe novamente o gráfico horário do movimento S × t.
5 20 5 14
∆S SB – S0B
vB =NtgE vB = ___B vB = ______
∆t tB – t0
20 – 8 v = 4 m/s
vB = ______
5–2 B
Pontos t S
P1 t1 S1
Assim, o gráfico da velocidade do corpo A e B em função
do tempo será:
P2 t2 S2
Corpo A Corpo B
t(s) S(m) t(s) S(m)
0 12 0 6
4 0 1 0
5 -3 2 -6
39
∆S SA – S0A
vA =NtgD vA = ___A vA = ______ 04) Correto. O módulo da velocidade média dos trens será:
∆tA tA – t0A
∆S |v | = ___
|vm| = ___ 720 |v | = 60 km/h.
0 – 12 – 0 v = –3 m/s
vA = _____ ∆t m 12 m
4 A
∆S SB – S0B 08) Correto. Vemos pelo gráfico que o trem azul parte da
vB =NtgE vB = ___B vB = ______ cidade azul às 4 horas.
∆tB tB – t0B
(-6) – 0 16) Correto. Vemos pelo gráfico que o trem azul parte da
vB = ______ vB= –6 m/s
2–1 origem (0 km) e chega aos 720 km, e o contrário acontece
Assim, o gráfico da velocidade do corpo A e B em função com o trem vermelho.
do tempo será: 32) Correto. No ponto de encontro, as posições dos trens
são iguais; assim, tem-se:
SA = SV S0, A + vA(tf – t0) = S0,V + vV(tf – t0)
VA 0 + 60(t – 4) = 720 – 60(t – 6)
60 t – 240 = 720 – 60 t + 360
VB 1320 t = 11 h
120 t = 1320 t = ____
120
Resposta: A soma das corretas é 62.
2. (PUC-PR) O gráfico mostra a variação da posição de
Aplicação do conteúdo uma partícula em função do tempo.
40
VIVENCIANDO
Assim:
4. Propriedades do gráfico v × t
AABCD = AB ∙ BC = v ∙ Dt ?AABCD =N DS = S2 – S1
A representação gráfica de funções horárias nos trazem
muitas informações para o estudo do movimento de um Admita-se aqui, sem demonstração, que quando o dia-
corpo. Se considerarmos a função horária das velocidades, grama de velocidade não é uma reta paralela ao eixo dos
no MRU teremos, graficamente, um retângulo composto tempos, o movimento não é uniforme.
pelo valor da velocidade e pelo intervalo de tempo conside- Para qualquer movimento, é válida essa propriedade do
rado para o estudo. A área sob a curva será numericamente gráfico da função horária da velocidade no tempo. Sua
igual ao deslocamento do móvel. aplicação é geral e, em diversos casos, muito útil. Como é
Considere um ponto material em movimento retilíneo uni- possível observar nos exemplos abaixo:
forme, com velocidade v. O espaço percorrido até o instante
de tempo t1 é S1, e o espaço percorrido até o instante de
tempo t2 é S2.
Tem-se:
S2 = S0 + v(t2 – t0)
S1 = S0 + v(t1 – t0)
41
2. (UFPR) Assinale a alternativa que apresenta a história
que melhor se adapta ao gráfico.
Deve-se afirmar que apenas: Pelo gráfico de posição em função do tempo, é preciso encon-
a) I é correta. trar uma história na qual a pessoa saia de casa rapidamente
b) II é correta. por uma distância considerável, pare por um tempo, volte,
c) III é correta. pare de novo e vá diretamente ao seu destino sem parar.
d) I e II são corretas.
Alternativa B
e) II e III são corretas.
3. (UFSCar) O gráfico da figura representa a distância
Resolução: percorrida por um homem em função do tempo. Qual é
o valor da velocidade do homem quando:
I. Incorreta, pois o objeto se desloca em uma reta indicando um
movimento retilíneo e uniforme, no qual a aceleração é nula. a) t = 5 s;
b) t = 20 s.
II. Incorreta, pois o objeto entre os instantes t = 4 s e t = 6 s
fica todo o tempo na posição de 50 metros. Resolução:
III. Correta. A velocidade média do objeto entre os instan- a) Entre os instantes t = 0 s, e t = 10 s o homem está em
um MRU progressivo. Assim, a velocidade será calculada
tes 4 s e 9 s será:
pela tangente do gráfico.
(60 – 50)
∆S v =_______ 10
vm = __ vm = ___ (40 – 0)
∆S v = ______
∆t m
(9 – 4) 5 v = tgx v= __
∆t (10 – 0)
vm = 2 m/s. 40 v = 4 m/s
V = ___
10
Alternativa C Resposta: a velocidade será 4 m/s.
42
b) Como o homem do instante t = 10 s em diante não sai Referindo-se às informações, é correto afirmar que durante
da posição de 40 metros; assim, sua velocidade no instante o percurso:
t = 20 s é 0 m/s. a) a distância percorrida por Beatriz é maior do que a
percorrida por Ana.
4. (Unesp) Considere o gráfico de velocidade em função do b) o módulo da velocidade de Beatriz é cinco vezes
tempo de um objeto que se move em trajetória retilínea. menor do que o de Ana.
c) o módulo da velocidade de Carla é duas vezes
maior do que o de Beatriz.
d) a distância percorrida por Carla é maior do que a
percorrida por suas amigas.
Resolução:
A variação de espaço de Ana será:
Alternativa D
5. (CFT-MG) Ana (A), Beatriz (B) e Carla (C) combinam
um encontro em uma praça próxima às suas casas. O
gráfico, a seguir, representa a posição (x) em função do
tempo (t), para cada uma, no intervalo de 0 a 200 s. Con-
sidere que a contagem do tempo se inicia no momento
em que elas saem de casa.
43
Resolução:
a)
Pelo gráfico, é possível observar que o veículo percorreu as primeiras três horas com velocidade constante de 90 km/h e as
duas últimas com velocidade de 60 km/h.
O primeiro deslocamento será numericamente igual à área 1.
∆S1 = A1 ∆S1 = 90(3 – 0) ∆S1 = 90 · 3 ∆S1 = 270 km
O segundo deslocamento será numericamente igual à área 2.
∆S2 = A2 ∆S2 = 60(5 – 3) ∆S2 = 60 · 2 ∆S2 = 120 km
Assim, o deslocamento total será:
∆Stotal = ∆S1 + ∆S2 ∆Stotal = 270 + 120
∆Stotal = 390 km.
Resposta: O deslocamento será de 390 km.
44
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 17
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usa-
das nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações
matemáticas ou linguagem simbólica.
A habilidade 17 sempre será recorrente nas ciências da natureza, pois a matemática é a linguagem
com a qual o homem interpreta a Natureza. Para sintetizar uma série de informações, será recorrente a
apresentação dos dados em forma de gráficos ou tabelas. Se, na aula anterior, foi visto que a posição
é uma função do tempo, agora é possível traçar o gráfico que representa o movimento. Isso sintetiza
muito a informação e aumenta a capacidade de análise.
MODELO 1
(Enem) Um sistema de radar é programado para registrar automaticamente a velocidade de todos os veículos
trafegando por uma avenida, onde passam em média 300 veículos por hora, sendo 55 km/h a máxima ve-
locidade permitida. Um levantamento estatístico dos registros do radar permitiu a elaboração da distribuição
percentual de veículos de acordo com sua velocidade aproximada.
ANÁLISE EXPOSITIVA
Nesse exercício, o aluno deve ser capaz de relacionar o conceito de velocidade média na interpretação estatística do
gráfico fornecido, sendo necessário no final afirmar qual é a velocidade média dos carros que trafegam na avenida
cuja velocidade média é de 55 km/h. Típico exercício do Enem, contextualizado com os problemas sociais, exige
interpretação da tabela e noções de estatística.
Como o gráfico fornece a quantidade de carros que trafegam para cada velocidade média, basta calcular a média
ponderada das velocidades, na qual a quantidade de cada carro corresponde ao peso. Assim, obtém-se:
20 ∙ 5 + 30 ∙ 15 + 40 ∙ 30 + 50 ∙ 40 + 60 ∙ 6 + 70 ∙ 3 + 80 ∙ 1
Vm = ________________________________________________________
100
vm = 44 km/h
RESPOSTA Alternativa B
45
HABILIDADE 19
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou
solucionar problemas de ordem social, econômica ou ambiental.
MODELO 2
(Enem) O gráfico a seguir modela a distância percorrida em km por uma pessoa em certo período de tempo.
A escala de tempo a ser adotada para o eixo das abscissas depende da maneira como essa pessoa se desloca.
Qual é a opção que apresenta a melhor associação entre meio ou forma de locomoção e unidade de tempo,
quando são percorridos 10 km?
a) carroça – semana
b) carro – dia
c) caminhada – hora
d) bicicleta – minuto
e) avião – segundo
ANÁLISE EXPOSITIVA
Nesse exercício, o estudante deve interpretar e analisar o gráfico em questão, sendo necessário que ele
relacione qual forma de locomoção foi utilizada para percorrer o intervalo de tempo para qual a unidade
de tempo faria sentido. Além de interpretação, cobra-se do estudante poder dedutivo analítico.
Uma carroça pode se locomover como uma pessoa andando a 3 km/h ou 4 km/h. Nesse caso, 10 km são
percorridos em menos de 4 horas, e não em uma semana.
Um carro pode se locomover a 60 km/h ou mais. A 60 km/h, a distância de 10 km é realizada em 10
minutos, e não em um dia.
Uma caminhada a 4 km/h precisa de 2 horas e meia para 10 km. E, dessa forma, o diagrama é compatível com
essa situação.
Para uma bicicleta realizar 10 km em 2,5 minutos, sua velocidade deveria ser de 4 km/min = 240 km/h.
Fórmula 1 tudo bem, bicicleta não.
10 km em 2,5 segundos corresponde a 4 km/s = 14400 km/h. Um avião comercial viaja próximo de 1000 km/h.
RESPOSTA Alternativa C
46
DIAGRAMA DE IDEIAS
ESPAÇO
RELAÇÕES
MATEMÁTICAS
RAPIDEZ VELOCIDADE
DESCRIÇÃO DO
MOVIMENTO
TEMPO
47
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
O tema calorimetria é recorrente na prova da O tema calorimetria é recorrente na prova O tema calorimetria é recorrente na prova da
Unicamp, com maior cobrança em manipula- da Unifesp, com a cobrança de leitura de Unesp, com cobrança de leitura de gráficos,
ção de equações relacioanada com diversos gráficos, manipulação das equações e, manipulação das equações e, eventualmente,
assuntos da calorimetria. eventualmente, questões teóricas. questões teóricas.
O tema calorimetria é cobrado com ques- O tema calorimetria é cobrado com ques- O tema calorimetria é recorrente com a O tema eletrostática é abordado com questões
tões que exigem aplicação e manipulação tões que exigem aplicação e manipulação manipulação de equações e, eventualmente, que exigem interpretrações gráficas e manipu-
das equações. das equações. questões teóricas. lações em equações matemáticas.
UFMG
O tema calorimetria é abordado na prova da O tema calorimetria tem abordagem com O tema calorimetria exige manipulação das
UEL relacionando transmissão de calor com questões que não apenas exigem interpre- equações e, eventualmente, questões teóricas.
manipulação das equações matemáticas. trações gráficas e manipulações de fórmulas
matemáticas, mas também conceitos
O tema calorimetria é recorrente na prova da O tema calorimetria é cobrado na prova da Não há uma cobrança grande no tema
Uerj, com cobrança de interpretação de gráfi- Unigranrio por leitura de gráficos e manipula- calorimetria, porém, eventualmente, apa-
cos (calor por temperatura) e manipulação das ção das equações. recem questões que exigem manipulação
equações matemáticas. matemática.
48
TERMODINÂMICA
49
uma energia cinética média, menor que a organização de um
AULAS 1 e 2 gás em mesmas condições termodinâmicas. Assim, são per-
cebidas as transferências de energias para as partículas mais
próximas. A energia térmica em trânsito é chamada de calor.
Os gases, por sua vez, possuem moléculas com maior grau de
energia cinética. As moléculas portadoras de maiores ener-
CALOR SENSÍVEL gias cinéticas realizam colisões com outras moléculas menos
energéticas. Nessas colisões, são percebidas transferências
energéticas de tal forma que, depois de um intervalo de
tempo, o grupo de moléculas possuirá uma energia cinética
média; nessa condição, é possível dizer que os corpos estarão
em mesma temperatura, ou seja, em equilíbrio térmico.
A transferência espontânea de energia de um corpo para
COMPETÊNCIA: 6 outro, devido à existência de diferença de temperatura en-
tre eles, recebe o nome de transferência de energia térmica.
HABILIDADE: 21 A energia térmica transferida nesse processo é o calor.
A transferência de calor é cessada quando o equilí-
brio térmico é atingido, ou seja, quando os corpos estão na
mesma temperatura.
1. Introdução
Nota:
Diversos conceitos novos estão relacionados ao estudo
da termologia. A noção de equilíbrio, por exemplo, ser- Por se tratar de um processo, a transferência de ener-
ve para as mais diversas áreas do conhecimento humano. gia térmica, ou seja, calor, só é possível se houver dife-
Contudo, nessa grande área que envolve as transferências rença de temperatura entre os corpos. Justamente por
de calor, suas causas e consequências, definir adequada- se tratar de um processo, um corpo não pode estar ou
mente conceitos tornará a compreensão física dos fenôme- possuir calor, mas sim transferi-lo.
nos algo mais sólido e duradouro.
O próprio conceito de temperatura, que está associado às
energias cinéticas médias das moléculas que compõem o
corpo, oferece a exata noção de que o calor é transferi-
do do corpo de maior temperatura para o corpo de menor
temperatura, até que possam atingir juntos aquilo que é
conceituado como equilíbrio térmico.
O termo energia cinética das moléculas refere-se à multimídia: vídeo
energia cinética de translação das moléculas. Quando for
FONTE: YOUTUBE
necessário fazer referência à energia cinética de rotação
das moléculas, será utilizado diretamente o termo energia Temperatura: História do termômetro
de rotação das moléculas. A grandeza termodinâmi-
ca relacionada à energia cinética média de translação das
moléculas é a temperatura. 2. Escalas termométricas
Dessa forma, quando a temperatura de um corpo aumenta, a A verificação do grau de agitação das partículas que consti-
energia cinética de suas partículas também aumenta. Quan- tuem um corpo é realizada de maneira indireta. A tempera-
do a temperatura do corpo diminui, a energia cinética de suas tura de um corpo pode ser estimada pelo equilíbrio térmico
partículas também diminui. É necessário lembrar que a ener- entre dois ou mais corpos. Assim, existem estados termodinâ-
gia de um sistema termodinâmico também é composta pela micos que servem como referência para a construção do que
energia potencial das moléculas, cujo somatório repre- se denomina escala termométrica. Todos os corpos possuem
senta a energia necessária para desagregar as moléculas. características térmicas; são exatamente essas características
A estrutura física que caracteriza os sólidos indica que as molé- termossensíveis que permitem a construção de aparelhos de
culas que os compõem possuem um nível de agitação, ou seja, medição, como os termômetros de mercúrio.
50
A definição da escala se fundamenta na escolha adequa-
da de pontos de referência. O ponto de gelo, condição em Duc = DT
que gelo e água se apresentam em equilíbrio térmico em
pressão normal, e o ponto de vapor, condição em que água
Em 1742, o físico Anders Celsius (1701-1744) propôs a
e vapor de água se apresentam em equilíbrio em condi-
escala de temperatura que leva o seu nome, mas que ori-
ções normais de pressão, podem ser escolhidos. Existe uma
ginalmente era conhecida como sistema centígrado. Daniel
equação de conversão entre as escalas termométricas que
Gabriel Fahrenheit (1686-1736) foi, além de físico e enge-
pode ser utilizada para as mais diversas conversões. Por
nheiro, um vendedor de termômetros. Ele criou o termôme-
exemplo, quando se deseja converter um valor genérico de
tro de mercúrio, além, é claro, da escala de temperatura que
temperatura θc, medido em grau Celsius, em seu respectivo
leva o seu nome e que é ainda muito utilizada em países
valor θf , medido em grau Fahrenheit. Para tanto, compa-
anglo-saxões.
rando a razão entre os segmentos a e b da figura a seguir,
essa relação não depende das unidades de medida.
Assim:
Aplicação do conteúdo
1. O álcool, ou etanol, possui ponto de fusão igual a
–114 °C e ponto de ebulição igual a +78,5 °C. É por
isso que, em temperatura ambiente (cerca de 20 °C), o
álcool permanece em estado líquido. Passando para a
escala kelvin, o ponto de fusão e o ponto de ebulição
do etanol são, respectivamente, iguais a:
a) –387 e –194,65.
b) +159 e +351,5.
c) +387,25 e +194,65.
d) –159 e –351,5.
e) +159 e –351,5.
uc – 0 _______
__a = ______ u – 32 uc ______
u – 32 Resolução:
= f ä ___ = f
b 100 – 0 212 – 32 100 180
Sabe-se que, para transformar a temperatura de graus Cel-
sius para kelvin, é preciso somar 273:
Simplificando: uc ______
__ u – 32
= f TK = θC + 273
5 9
Assim, basta substituir cada temperatura desejada para o
Essa é a equação de conversão entre graus Celsius e graus ponto de fusão:
Fahrenheit. Da mesma forma, é possível utilizar a conver- TK = –114 + 273 = 159 K
são utilizando a unidade kelvin, onde Tk representa a tem-
peratura em kelvin: Para o ponto de ebulição:
TK = 78,5 + 273 = 351,5 K
uc ______
u – 32 ______
T
__ = f = k – 273
5 9 5 Alternativa B
Em 1848, William Thomson (1824-1907), conhecido como 2. Na escala Fahrenheit, qual é a temperatura que cor-
Lorde Kelvin, estabeleceu a escala absoluta, que leva o seu responde a 40 °C?
nome. Ele determinou a menor temperatura possível, cujo a) 313
valor é 0 K (zero kelvin). b) 4,444
c) 39,2
Caso seja necessário converter variações de temperatura, d) 2,25
pode-se trabalhar com as equações apresentadas anterior- e) 104
mente e alcançar às seguintes equações de conversão
para a variação de temperaturas: Resolução:
51
Basta substituir TC = 40 ºC e encontrar o correspondente variação de temperatura;
em Fahrenheit.
mudança de estado físico;
θF - 32
40 = ______
__
5 9 dilatação térmica.
TF = 104 ºF
Para as duas primeiras consequências, serão caracteriza-
Alternativa E das as quantidades de calor transferidas para substân-
3. O verão de 1994 foi particularmente quente nos Esta- cias puras: caso um corpo, ao ganhar energia, aumente a
dos Unidos da América. A diferença entre a máxima tem- energia potencial de ligação das moléculas, pode ocorrer
peratura do verão e a mínima do inverno anterior foi de a desagregação das moléculas e o estado físico pode mu-
60 °C. Qual o valor dessa diferença na escala Fahrenheit?
dar. Esse tipo de energia é denominado calor latente.
a) 108 °F
b) 60 °F 1. Se houver variação de temperatura: calor sensível.
c) 140 °F
2. Se houver mudança de estado físico: calor latente.
d) 33 °F
e) 92 °F
Resolução:
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE 4. Diagrama de
Termoscópio e termômetro de Galileu.
aquecimento de água
Caso seja observado o fornecimento de calor a um bloco
3. Efeitos macroscópicos de gelo, inicialmente a –20 °C, será possível verificar que:
52
Terminada a fusão, tem-se apenas água a 0 °C, que, à medida que recebe mais calor, aumenta a temperatura até 100
°C (ponto de ebulição).
Durante a vaporização, a temperatura permanece constante mais uma vez, apesar do recebimento de calor, porque as
moléculas, à medida que se desagregam, aumentam a energia potencial, permanecendo a energia cinética constante.
Finalmente, após a vaporização completa da água, o vapor, ao receber mais calor, volta a aumentar a energia cinética de
suas moléculas, aumentando a temperatura.
Fusão
Vaporização (ebulição)
b)
Aplicação do conteúdo Temperatura
25 ºC
Quantidade de calor
0 ºC Quantidade de calor
0 ºC
-18 ºC -18 ºC
53
Temperatura
e)
25 ºC
5.1. Capacidade térmica de um corpo (C)
Capacidade térmica é a relação entre a quantidade de
calor recebido ou cedido por um corpo e a correspondente
Quantidade de calor
0 ºC variação de temperatura Du.
A capacidade térmica representa a quantidade de calor ne-
-18 ºC cessária para variar a temperatura do corpo em uma unidade.
Resolução: Dessa forma, é possível fazer uma analogia com a mecâni-
ca, associando capacidade térmica à inércia térmica, ao
Vale lembrar que existem dois tipos de calor: sensível e la- medir a dificuldade de se variar a temperatura de um corpo.
tente. O calor sensível é aquele fornecido a algum material Ou seja, quanto maior a capacidade térmica de um corpo,
de forma a variar a sua temperatura. O calor latente, por maior a quantidade de calor necessária para aumentar sua
sua vez, é o calor fornecido a um material para que ocorra temperatura. Em linguagem matemática:
a mudança de estado físico. Durante essa etapa de mudan-
ça de estado, não há variação de temperatura. Q
C = ___ [ Q = C · Du
Du
Assim, fica fácil perceber que o gráfico mostrado na alter-
nativa A é a resposta correta.
A unidade usual da capacidade térmica é cal/°C; no SI é
No primeiro momento, a água é resfriada até uma tempe- J/K. Para simplificar, será considerado que a capacidade
ratura de 0 °C. Em seguida, passa pela etapa de solidifica-
térmica dos corpos é constante durante os experimentos.
ção, na qual a temperatura permanece constante. Por fim,
Contudo, é importante saber que, na prática, a capacidade
o gelo continua a resfriar até atingir o equilíbrio térmico
térmica pode variar com a temperatura.
com a temperatura do freezer em –18 °C.
Alternativa A
Aplicação do conteúdo
1. Ao fornecer 300 calorias de calor para um corpo, veri-
fica-se como consequência uma variação de temperatura
igual a 50 °C. Determine a capacidade térmica desse corpo.
Resolução:
multimídia: vídeo Como, por definição, a capacidade térmica é dada pela ra-
zão entre o calor e a variação de temperatura, segue que:
FONTE: YOUTUBE
Q 300 cal cal
Calor específico da água C = ___= ______ = 6 ___
∆T 50 ºC °C
54
No balde, com um número maior de moléculas (uma O calor específico de uma substância depende do esta-
vez que há mais massa), a energia é transferida para um do físico em que ela se encontra.
número maior de moléculas, e, portanto, o acréscimo
A capacidade térmica é uma característica de um cor-
da energia de uma molécula é menor. Dessa for-
po, enquanto o calor específico sensível é uma caracte-
ma, a evidência do aumento de temperatura se mostra
rística de uma substância.
menos perceptível.
5.3. Convenção de sinais
De acordo com as equações anteriores, pode-se inferir que:
55
2. (Mackenzie) Em uma manhã de céu azul, um banhista 5.4. Sistema termicamente isolado
na praia observa que a areia está muito quente e a água
do mar está muito fria. À noite, esse mesmo banhista ob-
serva que a areia da praia está fria e a água do mar está
morna. O fenômeno observado deve-se ao fato de que:
a) a densidade da água do mar é menor que a da areia.
b) o calor específico da areia é menor que o calor
específico da água.
c) o coeficiente de dilatação térmica da água é maior
que o coeficiente de dilatação térmica da areia.
d) o calor contido na areia, à noite, propaga-se para
a água do mar.
e) a agitação da água do mar retarda seu resfriamento.
Resolução: Afirma-se que um sistema está termicamente isolado quando
as partes do sistema (os corpos) trocam calor apenas entre si,
O calor específico sensível da água é muito maior que o da mas não com o exterior do sistema. Para conseguir esse cená-
areia. Enquanto que cágua = 1 cal/g°C e o careia = 0,12 cal/g°C. rio, é necessário o uso de um recipiente que isole seu conteúdo
Isso significa que, para quantidades de massas iguais que termicamente do meio externo. Esse recipiente tem paredes
receberam a mesma quantidade de calor, a variação de isolantes térmicas, denominadas paredes adiabáticas.
temperatura é maior no caso da areia. Dito isso, segue o
Utiliza-se um termômetro para monitorar a temperatura
problema: devido ao calor específico sensível da água ser
do interior. Assim, obtém-se um equipamento que recebe o
maior, durante o dia a temperatura da água varia menos; nome de calorímetro.
dessa forma, a temperatura final da água será menor que
a da areia, que, devido ao menor calor específico sensível, Além do termômetro, são necessários um agitador e um
teve uma maior variação de temperatura, acarretando uma aquecedor caso se deseje interferir mecânica ou termica-
maior temperatura final. Assim, durante o dia, a água está mente no conteúdo no recipiente.
fria, e a areia, quente. Quando os corpos são colocados no calorímetro, eles tro-
cam calor apenas entre si. Pelo princípio da conservação
À noite, ocorre o resfriamento tanto da areia quanto da
da energia, todo calor cedido por um dos corpos será ab-
água; porém, devido ao menor calor específico sensível, a
sorvido por outro dentro do calorímetro. Assim, a equação
areia sofre uma maior variação de temperatura e, assim,
de transferência de calor para os corpos no interior no ca-
sua temperatura final será menor que a da água, que, por
lorímetro é dada por uma soma das quantidades de calor
ter o calor específico sensível maior, possui uma menor
igualada à zero, uma vez que toda a transferência de calor
variação de temperatura; logo, sua temperatura final será
só ocorre entre os corpos em seu interior.
maior. Dessa forma, fica explicado porque, à noite, a água
está morna, enquanto a areia está fria.
Alternativa B
56
Resolução: Certos problemas também podem fornecer o equiva-
Para sistemas de trocas de calor, segue que: lente em água do calorímetro. Equivalente em água
corresponde à massa de água, cuja capacidade térmica é
Qágua + Qchumbo = 0
a mesma do calorímetro. Em outras palavras, com o valor
mágua cágua 'Tágua + mchumbo cchumbo'Tchumbo = 0 do equivalente em água (E), é possível obter a capacidade
1 cal térmica do calorímetro da seguinte forma:
8000 g · ____ · (θ – 30 ºC)
gºC
Ccalorímetro = E · cágua
0,0306 cal
+ 4000 g ________ (θ – 80 ºC) = 0
gºC Por exemplo, se o equivalente em água de um calorímetro
θ | 30,7 ºC é 25 g, e o calor específico da água é 4 J/g °C, então:
Assim, a temperatura final do sistema é de aproximada- Ccalorímetro = E · cágua = 25 · 4 = 100 J/°C
mente 30,7 °C.
VIVENCIANDO
No dia a dia, é comum as pessoas observarem as tabelas nutricionais que existem nos alimentos. Elas contêm o
equivalente mecânico em calorias e em joules que o alimento fornecerá àquele que o consumir.
POR PORÇÃO
ENERGIA GORDURA SATURADOS AÇUCARES SAL
Principalmente em dias frios, é comum as pessoas dizerem que “o frio não existe”, que ele é apenas uma questão
psicológica. “Quente” ou “frio” são comparações realizadas entre a temperatura de um determinado objeto e a
nossa temperatura corporal. O calor, por sua vez, é a energia térmica em trânsito. Por isso, deve-se tomar cuidado
com o vocabulário e diferenciar o termo técnico, presente em um livro, do termo usado informalmente no cotidiano.
57
Aplicação do conteúdo
1. Deseja-se aquecer 1,0 L de água que se encontra inicialmente à temperatura de 10 ºC até atingir 100 ºC sob pressão
normal, em 10 minutos, usando a queima de carvão. Sabendo-se que o calor de combustão do carvão é 6 000 cal/g
e que 80% do calor liberado na sua queima é perdido para o ambiente, a massa mínima de carvão consumida no
processo, em gramas, e a potência média emitida pelo braseiro, em watts, são:
a) 15 e 600.
b) 75 e 600.
c) 15 e 3000.
d) 75 e 3000.
Resolução:
O calor necessário Qnec para aquecer a água será dado pelo calor sensível:
Qnec = m c ∆T =
1000 g 1 cal/g °C (100 – 10) °C = 9 104 cal
Como somente 20% do calor fornecido pela combustão do carvão Qforn representa o Qnec:
Qnec
Qforn = ___ = 4,5 105 cal
0,2
Logo, a massa de carvão será dada pela razão entre a quantidade total de calor emitida pela combustão e o calor de com-
bustão por grama de carvão.
4,5 105 cal
m = _________ = 75 g
6000 cal/g
Para o cálculo da potência, devemos transformar as unidades para o Sistema Internacional:
Qforn ________________
4,5 ∙ 105 cal ∙ 4 J/cal
P = ____ = = 3000 W
∆t 10 min ∙ 60 s/min
Alternativa D
58
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 21
Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto
da termodinâmica e (ou) do eletromagnetismo.
A habilidade 21 avalia a capacidade do estudante de entender conceitos da Física, sua importância histórica
e saber aplicá-los no cotidiano, tal qual diz o segundo eixo cognitivo: “Construir e aplicar conceitos das várias
áreas do conhecimento para a compreensão de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da
produção tecnológica e das manifestações artísticas”.
MODELO 1
(Enem) Aquecedores solares usados em residências têm o objetivo de elevar a temperatura da água até 70 °C.
No entanto, a temperatura ideal da água para um banho é de 30 °C. Por isso, deve-se misturar a água aquecida
com a água à temperatura ambiente de um outro reservatório, que se encontra a 25 °C.
Qual a razão entre a massa de água quente e a massa de água fria na mistura para um banho à temperatura
ideal?
a) 0,111
b) 0,125
c) 0,357
d) 0,428
e) 0,833
ANÁLISE EXPOSITIVA
O Enem tem cobrado temas típicos dos principais vestibulares do país, entre eles a troca de calor entre
dois corpos. Nesse exercício, o estudante precisa dominar os conceitos básicos de calorimetria e saber
utilizar a fórmula.
Q1 + Q2 = 0 mQ ∙ c ∙ (30 – 70) + mF ∙ c ∙ (30 – 25) = 0
mQ ___
___ 5
mF = 40 = 0,125
RESPOSTA Alternativa B
MODELO 2
(Enem) As altas temperaturas de combustão e o atrito entre suas peças móveis são alguns dos fatores que
provocam o aquecimento dos motores à combustão interna. Para evitar o superaquecimento e consequentes
danos a esses motores, foram desenvolvidos os atuais sistemas de refrigeração, em que um fluido arrefecedor
com propriedades especiais circula pelo interior do motor, absorvendo o calor que, ao passar pelo radiador, é
transferido para a atmosfera.
Qual propriedade o fluido arrefecedor deve possuir para cumprir seu objetivo com maior eficiência?
a) Alto calor específico
b) Alto calor latente de fusão
c) Baixa condutividade térmica
d) Baixa temperatura de ebulição
e) Alto coeficiente de dilatação térmica
59
ANÁLISE EXPOSITIVA
Esse é um exercício típico do que é exigido pelo Enem. Nessa questão, é necessário que o aluno saiba
interpretar o problema e, principalmente, entender a propriedade do fluido que está relacionada a esse
problema.
Da expressão do calor específico sensível: Q = m ∙ c ∙ DU
O fluido arrefecedor deve receber calor e não sofrer sobreaquecimento. Para isso, de acordo com a expressão acima,
o fluido deve ter alto calor específico.
RESPOSTA Alternativa A
DIAGRAMA DE IDEIAS
TERMÔMETRO
TEMPERATURA
ESCALAS VARIAÇÃO DE
TERMOMÉTRICAS TEMPERATURA
• NÃO ALTERA O
ESTADO FÍSICO
• POTÊNCIA
CALOR
MASSA
ESPECÍFICO
CAPACIDADE
TÉRMICA
60
o líquido é chamado de condensação ou liquefação, e passar
AULAS 3 e 4 do estado líquido para o sólido é chamado de solidificação.
Quando ocorre de a substância passar do estado sólido para
o gasoso, sem passar para o estado líquido, ou o oposto,
passar do estado gasoso para o sólido, é chamado de subli-
mação. Todo processo endotérmico é aquele em que a subs-
tância recebe calor, já no exotérmico ela cede calor.
MUDANÇAS DE ESTADO Gasoso
COMPETÊNCIAS: 5e6
ão
Va
aç
po
im
riz
Co liqu
bl
ão
nd efa
aç
Su
aç
(
en çã
HABILIDADES: 17 e 21
ão
im
sa o)
bl
çã
Su
o
Fusão
Solidificação
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Condensação do vapor da água
61
Assim, o calor necessário para efetuar a mudança de fase
2. Calor latente de de um corpo é diretamente proporcional à sua massa.
mudança de fase Logo, matematicamente:
Fusão
Vaporização (ebulição)
62
há o aquecimento do sólido até o momento em que alcançado
Aplicação do conteúdo o ponto de fusão, no qual encontramos duas fases distintas
1. Podemos estimar quanto é o dano de uma queima-
(sólido e líquido) sem que haja alteração da temperatura (re-
dura por vapor da seguinte maneira: considere que gião II do gráfico). Ao derreter todo o sólido, resta apenas o
0,60 g de vapor condense sobre a pele de uma pessoa. líquido, que, ao absorver mais calor, aumenta sua temperatura
Suponha que todo o calor latente é absorvido por uma até que a pressão de vapor atinja a pressão atmosférica (região
massa de 5,0 g de pele. Considere que o calor especí- III), nesse ponto estamos diante de mais uma mudança de fase
fico da pele é igual ao da água. Considere o calor la- (líquido para vapor) e a temperatura permanece constante até
tente de vaporização da água como Lv = (1000/3) cal/g.
Calcule o aumento de temperatura da pele devido à
que todo o líquido vaporize (região IV). No gráfico, temos líqui-
absorção do calor, em ºC. do quando começa a fusão até o término da vaporização, ou
seja, corresponde aos pontos II, III e IV.
a) 0,60
b) 20 Alternativa C
c) 40
3. (IFSul) Sendo:
d) 80
e) 333
o calor específico da água líquida igual a 1 cal/g °C;
Resolução:
o calor específico do gelo igual a 0,5 cal/g °C;
A quantidade de calor trocada pelo vapor para condensar
é igual ao calor sensível responsável por aumentar a tem- o calor específico do vapor de água igual a 0,5 cal/g °C;
peratura da pele. o calor latente de fusão do gelo igual a 80 cal/g;
Qlatente = Qsensível
o calor latente de solidificação da água igual a –80 cal/g;
mv ∙ Lv = mp ∙ c . ∆T
o calor latente de vaporização da água igual a 540 cal/g;
Isolando a variação de temperatura e substituindo os valo-
res fornecidos no enunciado: o calor latente de condensação do vapor de água igual
∆T = [0,6 g ∙ (1000/3) cal/g]/(5 g ∙ 1 cal/g °C) a –540 cal/g.
Condensação do vapor
No gráfico, encontra-se a substância no estado líquido
nos pontos: Q2 = m LC = 100 (–540) = –54000 cal
a) I, II e IV.
Resfriamento da água de 100 °C a 0 °C
b) III, IV e V.
c) II, III e IV. Q3 = m c ∆T= 100 1 (0 – 100) = –10000 cal
d) I, III e V.
Congelamento da água
Resolução:
Q4 = m Ls= 100 (–80) = –8000 cal
Ao ser submetida ao aquecimento de uma substância pura que
A quantidade de calor cedida até essa última etapa é:
esteja no estado sólido, teremos dois pontos em que a tempera-
tura permanece constante à pressão constante. Primeiramente, Q = Q1 + Q2 + Q3 + Q4 = –73500 cal
63
O restante da quantidade de calor cedida é para resfriar o energia foi totalmente absorvida pela massa de gelo
gelo até a temperatura: (desconsidere qualquer tipo de perda) e que o forneci-
mento de energia foi constante, determine a potência
Q5 = –75000 – (–73500) = –1500 cal utilizada, em W.
64
Resolução: O estado de equilíbrio da sobrefusão é metaestável, ou
Q = Q1 + Q2 seja, existe equilíbrio aparentemente, porém ocorre a mu-
dança muito lenta do estado físico da substância. A intro-
Q = m · c · ∆Tm · L
dução de uma pequena porção sólida ou uma agitação
Q = 1000 · 1 · (100 – 20) + 1000 · 540 perturba o fenômeno e provoca uma brusca solidificação,
Q = 620000 cal = 2604 kJ parcial ou total, do líquido. A temperatura aumenta e atin-
ge o ponto de solidificação. Esse aumento de temperatura
Como 1 kWh = 3,6 ∙ 106 J ocorre porque a queda de energia potencial (característica
Temos que Q = 0,72 kWh, dessa forma o custo C será de: da solidificação) é compensada pelo aumento da energia
cinética das moléculas.
C = 0,28 ∙ 0,72 = R$ 0,20 aproximadamente.
Alternativa D Vulgarmente, a perda de “calor erroneamente sensível”
torna-se perda de calor “latente”.
O estado de superaquecimento, isto é, quando a subs-
tância atinge temperaturas superiores à temperatura de
ebulição sem que ocorra a ebulição, pode ocorrer ao se
aquecer uma substância no forno micro-ondas. Se o aque-
cimento é feito por uma chama, existem correntes de con-
vecção no sistema e essas perturbam suficientemente o
multimídia: vídeo sistema, fervendo a substância quando a temperatura de
ebulição for atingida.
FONTE: YOUTUBE
O superaquecimento também é um estado metaestável.
Calor específico e calor latente de fusão...
Desse modo, qualquer perturbação no sistema diminui seu
estado de energia potencial.
2.3. Evaporação
O processo de evaporação ocorre na superfície livre do líqui-
do, onde as moléculas têm diferentes energias: algumas estão
mais agitadas e outras menos. Ao colidirem umas com as ou-
tras, as partículas mais agitadas perdem parte de sua energia
65
para as partículas menos agitadas. Desse modo, a energia
cinética das moléculas da superfície aumenta e, então, aca-
bam por se libertar da superfície do líquido: evaporam.
As moléculas que conseguiram se vaporizar obtiveram ener-
gia cinética das demais moléculas do líquido. Assim, as molé-
culas restantes no líquido ficam com energia cinética menor,
e assim, a temperatura do líquido diminui.
Portanto, o processo de evaporação resfria o líquido rema-
nescente.
Mais energéticas:
Moléculas evaporação
mais energéticas: Escapam do líquido(evaporação).
Moléculas de vapor com pouca energia: voltam ao líquido.
Os fatores listados a seguir influenciam na velocidade de compouca
Moléculas com poucaenergia:
energia permanecem no líquido
evaporação:
66
VIVENCIANDO
A água é uma substância que tem constantemente seu estado físico alterado e é de suma importância para a manu-
tenção da vida no planeta. O ciclo da água é fundamental para o reabastecimento de água em rios, lagos e nascentes
e influencia o clima em todas as partes do globo.
3.2. Substâncias mais comuns O diagrama de fase é um gráfico que relaciona as fases
da substância com a pressão e temperatura. Cada ponto no
O comportamento normal do volume em função do estado gráfico corresponde a uma combinação de pressão e tem-
físico está resumido na figura abaixo. peratura bem definida, determinando a fase da substância.
Gasoso
As linhas no diagrama de fase dividem as fases e indicam
valores de pressão e temperatura, nas quais diferentes fa-
ses podem coexistir.
Redução de temperatura
Aumento de pressão
mantendo a temperatura constante
Sólido
67
Observando o diagrama de fases, é possível concluir que:
3.3. Comportamento da
Observando o diagrama de fases acima, é possível concluir que:
água e do bismuto
A água e o bismuto, ao passarem do estado líquido para aumentando a pressão, o ponto de fusão diminui (a
o estado sólido, ao contrário das demais substâncias, au- curva de fusão é decrescente);
mentam de volume. aumentando a pressão, o ponto de ebulição aumenta
Gasoso (a curva de ebulição é crescente).
Aplicação do conteúdo
1. (Esc. Naval) Observe o gráfico a seguir.
Líquido
Sólido
Resolução:
Do enunciado, sabe-se que existem duas caldeiras, com
temperaturas TA e TB e que ambas se encontram à pressão
constante de 1 MPa. Ainda do enunciado, a caldeira A é
destinada para a água do café, e a B, para o vapor d’água
para aquecer o leite.
68
A temperatura do café na xícara é TC e TC = TA. Congelamento
sobre o arame
Derretendo de
baixo do arame
© PRESSMASTER/SHUTTERSTOCK
No processo de fazer o café ou do vapor, quando a caldeira
liberar o líquido contido nelas, a pressão sofrerá uma redu-
ção brusca para o valor de 1 atm (0,1 Mpa).
Com base nisso, é possível concluir que:
1. Para que a água na xícara não seja vaporizada na produ- Pesos
69
Vapor
Líquido
Líquido
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
O “gás” de cozinha é, na verdade, “vapor” de cozinha, pois
Gelo seco com café
coexiste com o estado líquido.
3.6. Sublimação
A sublimação de uma substância ocorre quando existe a
mudança direta do estado sólido para o estado gasoso.
Esse processo ocorre em temperaturas e pressões abaixo
dos valores do ponto triplo. A região no diagrama de fases
em que ocorre sublimação é ilustrada na figura abaixo.
70
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 17
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usada nas ciências físi-
cas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
A Física, a Química e a Biologia têm como finalidade entender e descrever a natureza e seus fenômenos. Uma
ferramenta essencial para a Física é a Matemática. Por muito tempo, a Física serviu como fonte de inspiração
para a Matemática. Com ela, foi possível explicar de maneira gráfica os fenômenos e até mesmo quantificá-los.
MODELO 1
(Enem) A Terra é cercada pelo vácuo espacial e, assim, ela só perde energia ao irradiá-la para o espaço. O
aquecimento global que se verifica hoje decorre de pequeno desequilíbrio energético, de cerca de 0,3%, entre a
energia que a Terra recebe do Sol e a energia irradiada a cada segundo, algo em torno de 1 W/m2. Isso significa
que a Terra acumula, anualmente, cerca de 1,6 × 1022 J. Considere que a energia necessária para transformar
1 kg de gelo a 0 °C em água líquida seja igual a 3,2 × 105 J. Se toda a energia acumulada anualmente fosse
usada para derreter o gelo nos polos (a 0 °C), a quantidade de gelo derretida anualmente, em trilhões de
toneladas, estaria entre:
a) 20 e 40.
b) 40 e 60.
c) 60 e 80.
d) 80 e 100.
e) 100 e 120.
ANÁLISE EXPOSITIVA
O aluno precisa saber interpretar o problema e identificar as informações relevantes ao problema. Além disso, é
necessário um conhecimento da fórmula de quantidade de calor latente e de transformação de unidade.
Q = m ∙ L 1,6 ∙ 1022 = m ∙ 3,2∙105 m = 5 ∙ 1016 kg
m = 50 trilhões de toneladas
RESPOSTA Alternativa B
71
DIAGRAMA DE IDEIAS
CALOR TEMPERATURA
AQUECIMENTO LATENTE CONSTANTE
MUDANÇA DE
DIAGRAMAS
ESTADO
ESTADOS DA
RESFRIAMENTO MATÉRIA
SÓLIDO
LÍQUIDO
• SOLIDIFICAÇÃO • FUSÃO
• CONDENSAÇÃO • VAPORIZAÇÃO EVAPORAÇÃO
• SUBLIMAÇÃO • SUBLIMAÇÃO EBULIÇÃO
CALEFAÇÃO
72
AULAS 5 e 6
Corpos em contato
Extremidade Extremidade
menos quente menos fria
Extremidade Extremidade
quente Calor fria
TRANSMISSÃO DE CALOR
HABILIDADES: 3 e 21
1. Introdução
Foi visto anteriormente que a energia térmica flui espon- multimídia: site
taneamente das regiões de maior temperatura para as re-
giões de menor temperatura. Agora, serão abordadas as educacao.globo.com/fisica/assunto/termica/propaga-
formas de propagação de calor. cao-do-calor.html
www.if.ufrgs.br/~leila/propaga.htm
2. Condução térmica midia.atp.usp.br/ensino_novo/termodinamica/ebooks/
Experimente fazer brigadeiro utilizando uma colher com- propagacao_calor.pdf
pletamente de aço inoxidável (sem a proteção de madeira www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ul-
ou de plástico). Com o tempo, não será possível segurar t305u10688.shtml
a colher devido à temperatura alta que ela terá atingido.
www.usp.br/qambiental/tefeitoestufa.htm
O calor é transferido para a colher pela extremidade em
contato com o brigadeiro e, em seguida, é transferido para
toda a colher. Isso ocorre porque as moléculas do brigadei- A madeira é um bom isolante térmico (ou um péssimo con-
ro, aquecidas, colidem com as moléculas da extremidade dutor). Por isso, é utilizada para revestir os cabos dos talheres
da colher que estão em contato com o brigadeiro. e das panelas. É interessante observar que a madeira é um
A agitação das moléculas da extremidade é “transmitida” às mau condutor mesmo quando está em alta temperatura (cor
moléculas vizinhas por meio da interação (força) que existe avermelhada). Assim, é comum ver shows de pessoas que
entre elas e através das múltiplas colisões que ocorrem entre caminham descalças sobre a brasa sem queimar os pés.
os elétrons ligados “mais fracamente” aos átomos.
73
ferido da madeira para o pé, sendo insuficiente para queimá-lo. O gelo é utro exemplo de mau condutor. Os esquimós cons-
troem suas casas de gelo, os iglus, por esse motivo. O gelo,
por ser mau condutor, permite pouca transferência de calor
de seu interior para o exterior do iglu, mesmo estando a tem-
peraturas baixas. Dessa forma, o calor irradiado por uma fo-
gueira ou pelas reações do corpo humano terá um maior in-
tervalo de tempo para a sua absorção, proporcionando uma
temperatura mais agradável do que a temperatura externa.
A maior parte dos líquidos e dos gases são maus conduto-
res de calor. O ar, sendo um péssimo condutor de calor, faz
com que os materiais porosos também sejam maus con-
dutores de calor. Esse é o caso dos cobertores de lã (a lã
possui uma camada de ar entre os pelos) e do isopor.
VIVENCIANDO
No dia a dia, é possível observar inúmeras aplicações práticas de condução, convecção e irradiação. A condução, por
exemplo, está presente na escolha correta de materiais, como em panelas (o metal é um bom condutor), materiais que
sejam isolantes térmicos para a construção de casas em regiões que possuem temperaturas muito baixas, na escolha de
plástico ou madeira para o cabo da panela, nas roupas que utilizamos, em um beduíno que anda pelo deserto totalmen-
te coberto por roupas de lã (lembrando que a lã é um bom isolante térmico devido aos bolsões de ar que se formam
entre o tecido) ou nas plumagens das aves, que, assim como a lã, retêm bolsões de ar, servindo de isolante térmico.
A convecção, por sua vez, está presente nas geladeiras ou na escolha correta da posição do ar-condicionado (na parte
superior de uma sala) ou do aquecedor (na parte inferior de uma sala) a fim de otimizar o processo, na brisa marítima
e na terrestre. Infelizmente, também está presente na inversão térmica, que ocorre quando o ar carregado de poluentes
acaba ocupando regiões mais baixas da atmosfera, causando prejuízos à saúde da população de uma cidade.
A irradiação térmica, por exemplo, está presente na construção de estufas para fins agrícolas. A energia solar é co-
letada e transformada em energia elétrica, que pode abastecer casas e eletrodomésticos. Na cozinha, alimentos são
aquecidos em micro-ondas, assados são embrulhados em papel alumínio a fim de conservar o calor, além, é claro,
da presença da garrafa térmica.
a)
Aplicação do conteúdo
1. (Cefet) Estudantes de uma escola participaram de uma
gincana e uma das tarefas consistia em resfriar garrafas
de refrigerante. O grupo vencedor foi o que conseguiu
a temperatura mais baixa. Para tal objetivo, as equipes b)
receberam caixas idênticas de isopor sem tampa e iguais
quantidades de jornal, gelo em cubos e garrafas de re-
frigerante. Baseando-se nas formas de transferência de
calor, indique a montagem que venceu a tarefa.
74
c) (mais frios). A cor branca apresenta maior índice de refleti-
vidade de luz, diminuindo a absorção e, consequentemen-
te, o aquecimento do tecido.
Alternativa C
d)
2.1. Fluxo de calor na condução
térmica (lei de Fourier)
e)
Resolução:
Resolução:
Os brasileiros usam lã, que é um isolante térmico, para
impedir que o calor se propague do corpo (mais quente)
para o meio ambiente (mais frio). No caso dos povos do
deserto, eles usam lã para impedir a passagem do calor do
meio ambiente (mais quente) para os próprios corpos L
75
Nesse sentido, se o objetivo for resfriar por meio do pro-
Aplicação do conteúdo cesso de convecção, o processo deve ser realizado de cima
1. (IFSC) A lei de Fourier, ou lei da condução térmica,
para baixo, como é o caso da geladeira. O congelador si-
serve para analisar e quantificar o fluxo de calor atra- tua-se na parte superior para receber o calor oriundo dos
vés de um sólido. Ele relaciona esse fluxo de calor com alimentos através da convecção. O ar em baixa tempera-
o material, com a geometria do corpo em questão e à tura, depois de resfriado pelo congelador, fica mais denso
diferença de temperatura na qual está submetido. e desce para trocar calor com os alimentos. A geladeira é
Para aumentar o fluxo de calor de um corpo, sem alterar o feita de prateleiras vazadas (grades) para não impedir que
material e a diferença de temperatura, deve-se: a convecção ocorra; por esse motivo as prateleiras não de-
a) manter a área da secção transversal e aumentar a vem ser recobertas com panos ou plásticos.
espessura (comprimento) do corpo. Outra exemplo são os aquecedores, que ficam na parte
b) aumentar a área da secção transversal e a espessu- inferior de um ambiente. Devido à convecção, o ar quen-
ra (comprimento) do corpo.
te tende a ocupar regiões mais altas. Assim, o aquecedor
c) diminuir a área da secção transversal e a espessura
(comprimento) do corpo. aquece uma camada mais baixa do ar contido numa sala,
d) diminuir a área da secção transversal e aumentar a que adquire uma temperatura maior do que o ar contido
espessura (comprimento) do corpo. numa camada superior; por convecção esse ar sobe, e o
e) aumentar a área da secção transversal e diminuir a ar que estava acima desce. Como o aquecedor continua
espessura (comprimento) do corpo. em funcionamento, ele aquece a nova camada inferior de
Resolução: ar, que, por convecção, mais uma vez, tenderá a ocupar
regiões mais altas. Devido a esse processo, todo o ar do
De acordo com a lei de Fourier, o fluxo de calor (f) através ambiente passa a ter uma temperatura mais elevada.
de um sólido de comprimento L, de secção transversal A,
sendo ∆θ a diferença de temperatura entre suas extremi- Já um aparelho de ar-condicionado é instalado na parte su-
dades, é dado pela expressão: perior de um ambiente, uma vez que seu funcionamento é o
oposto do aquecedor. Ao retirar calor de uma camada supe-
k · A · ∆θ
f = ________ rior, esta tem sua temperatura diminuída, e, por convecção,
L
tenderá a ocupar camadas inferiores. Uma nova camada de
Dessa forma, para aumentar o fluxo, é possível aumentar
ar acaba tomando o lugar mais alto da antiga; porém, como
a área da secção transversal, aumentar a diferença de
o ar-condicionado continua em funcionamento, essa nova
temperatura ou diminuir o comprimento.
camada de ar também será resfriada e acabará descendo,
Alternativa E processo que resfriará todo o ar de um ambiente.
Juntamente com a diferença de calor específico entre areia
3. Convecção e água, a convecção também explica o sentido das brisas
nas proximidades da praia:
O processo de transferência de calor por meio do deslo-
camento de matéria do fluido de um local para outro é
denominado convecção.
Essa movimentação da matéria é causada pela diferença
Menor pressão
de densidade criada pelo desequilíbrio térmico do sistema.
Em geral, as partes em maior temperatura são menos den- Brisa marítima
sas e tendem a subir, enquanto as partes em menor tem-
peratura são mais densas e tendem a descer. Menor temperatura Maior temperatura
Quente e menos
densa, a água sobre
76
Durante o dia, o ar acima da areia está mais quente que o As ondas eletromagnéticas propagam-se no vácuo com ve-
ar acima da água, pois a areia se encontra em uma tem- locidade de c = 3 · 108 m/s e são classificadas de acordo
peratura mais alta e acaba aquecendo mais o ar que se com suas frequências ou comprimentos de onda.
encontra acima dela. Como o ar quente tende a subir, ele
Além das ondas de calor infravermelho, as ondas de
acaba criando um vácuo que deve ser preenchido, e assim
rádio, as micro-ondas, a luz visível, a radiação ultravi-
o ar que estava acima da água ocupa o seu lugar. Essa
oleta, os raios X e os raios gama também são ondas
ocorrência é chamada de brisa marítima. O oposto ocor-
eletromagnéticas.
re à noite, quando a água está a uma temperatura maior e
consequentemente o ar que está acima dela acaba sendo
aquecido. Mais uma vez, por convecção, o ar quente sobe Aplicação do conteúdo
criando uma região de vácuo, que é ocupada pelo ar que se 1. (UECE) O uso de fontes alternativas de energia tem
encontrava acima da areia. Essa ocorrência é denominada sido bastante difundido. Em 2012, o Brasil deu um im-
brisa terrestre. portante passo ao aprovar legislação específica para
micro e mini, geração de energia elétrica a partir da
Aplicação do conteúdo energia solar. Nessa modalidade de geração, a ener-
gia obtida a partir de painéis solares fotovoltaicos
1. (IFSUL) Em certos dias de inverno, é comum aconte- vem da conversão da energia de fótons em energia
cer o fenômeno físico chamado inversão térmica, que elétrica, sendo esses fótons primariamente oriundos
faz aumentar a concentração de poluentes no ar que da luz solar. Assim, é correto afirmar que essa energia
a população respira, causando doenças respiratórias, é transportada do Sol à Terra por:
principalmente, em crianças e idosos.
a) convecção.
Isso ocorre porque a: b) condução.
a) densidade das camadas superiores do ar atmosfé- c) indução.
rico é maior que a densidade das camadas inferiores. d) irradiação.
b) temperatura das camadas inferiores do ar atmos-
Resolução:
férico é igual à temperatura das camadas superiores.
c) temperatura das camadas superiores do ar atmosfé- O processo de transmissão de calor através do espaço,
rico é maior que a temperatura das camadas inferiores. por meio de ondas eletromagnéticas, é denominado irra-
d) a temperatura das camadas superiores do ar at- diação. Esse é o único processo de transmissão de calor
mosférico é menor que a temperatura das camadas
que ocorre no vácuo, ou seja, em que não há necessidade
inferiores.
de um meio material.
Resolução:
Alternativa D
A concentração de poluentes no ar aumenta porque a
temperatura das camadas superiores do ar atmosférico
4.1. Emissão de radiação
é maior que a temperatura das camadas inferiores, fator
que dificulta o fenômeno da convecção. Por meio de experimentos, foi constatado que todas as
substâncias, a qualquer temperatura acima do zero abso-
Alternativa C
luto, emitem radiação, e que a frequência de ondas mais
emitidas é proporcional à temperatura absoluta T:
4. Irradiação ou radiação
A condução ocorre preferencialmente em sólidos, e a con-
vecção só pode ocorrer em fluidos (líquidos ou gases). As- Baixa temperatura
sim, como a energia térmica do Sol chega à Terra?
A energia térmica do Sol é transmitida para a Terra por
meio de ondas eletromagnéticas. Essa transmissão é de-
nominada radiação. Essa transferência é possível por- Média
que os campos elétricos e magnéticos podem existir em
regiões onde não há matéria (vácuo), ou seja, a energia
radiante pode se propagar sem a necessidade de um
Alta temperatura
meio material.
77
A superfície do Sol, por estar a altas temperaturas (compara- possa viver em condições extremas de temperatura.
das às da superfície terrestre), emite ondas em alta frequên- Para isso, o entendimento completo dos mecanismos
cia, grande parte na faixa do espectro visível. Por outro lado, de troca de calor é imprescindível.
o planeta Terra está a temperaturas bem menores, de modo
Em cada uma das situações descritas a seguir, você deve
que a energia radiante emitida está a frequências mais bai-
reconhecer o processo de troca de calor envolvido.
xas do que a luz visível. Trata-se de radiações infravermelhas.
I. As prateleiras de uma geladeira doméstica são grades
As radiações infravermelhas, quando atingem nossa pele,
vazadas, para facilitar fluxo de energia térmica até o con-
causam-nos a sensação de calor. Assim, recebem o nome de
gelador por __________.
radiação térmica.
II. O único processo de troca de calor que pode ocorrer no
4.2. Absorção de radiação vácuo é por __________.
Todo bom emissor de radiação também é um bom absor- III. Em uma garrafa térmica, é mantido vácuo entre as pa-
vedor. Além disso, os corpos com cores mais escuras emi- redes duplas de vidro para evitar que o calor saia ou entre
tem e absorvem mais rapidamente a radiação. por __________.
Dessa forma, os corpos escuros, quando expostos ao sol, Na ordem, os processos de troca de calor utilizados para
aquecem-se mais rapidamente, e, quando anoitece, res- preencher as lacunas corretamente são:
friam-se também mais rapidamente. a) condução, convecção e radiação.
b) condução, radiação e convecção.
O comportamento oposto ocorre com os objetos de super- c) convecção, condução e radiação.
fícies claras. d) convecção, radiação e condução.
Superfícies espelhadas praticamente não absorvem a ener-
Resolução:
gia que as atinge, refletindo a maior parte dela.
A regra seguinte é válida para todos os corpos: a tempera- I. Convecção. Nas antigas geladeiras, as prateleiras são
tura aumenta quando o corpo está absorvendo mais radia- grades vazadas para que o ar frio (mais denso) desça, en-
ção do que está emitindo; e a temperatura diminui quando quanto o ar quente (menos denso) sobe. Nas modernas
o corpo emite mais radiação do que absorve. geladeiras, existe o dispositivo que injeta ar frio em cada
No fogão elétrico: compartimento, não mais necessitando de grades vazadas.
II. Radiação. Esse processo se dá através da propagação
de ondas eletromagnéticas, não havendo movimento de
massa, ocorrendo, portanto, também no vácuo.
III. Condução. Na verdade, condução e convecção são os
processos que movimentam massa.
Alternativa D
2. (UTF-PR) A garrafa térmica tem como função man-
ter seu conteúdo em temperatura praticamente cons-
tante durante um longo intervalo de tempo. É cons-
tituída por uma ampola de vidro cujas superfícies
interna e externa são espelhadas para impedir a pro-
pagação do calor por ________. As paredes de vidro
são más condutoras de calor evitando-se a ________
térmica. O vácuo entre as paredes da ampola dificulta
a propagação do calor por _________ e __________.
78
Resolução: III. Calor por condução pode ocorrer em sólidos, líquidos,
gases e, também, no vácuo.
As paredes espelhadas refletem ondas eletromagnéticas
evitando propagação por radiação; as paredes são más Está(ão) correta(s):
condutoras de calor para evitar a propagação por condu- a) apenas I.
ção e, finalmente, o vácuo entre as paredes impede a pro- b) apenas II.
pagação por convecção e condução. c) apenas III.
d) apenas I e II.
Alternativa C e) apenas II e III.
3. (UFSM) As plantas e os animais que vivem num ecos- Resolução:
sistema dependem uns dos outros, do solo, da água e
das trocas de energia para sobreviverem. Um processo I. Incorreta. Ondas eletromagnéticas quando absorvidas
importante de troca de energia é chamado de calor. transformam-se em energia térmica.
5. Efeito estufa
A energia irradiada pelo Sol é absorvida pelo planeta Terra e por sua atmosfera. Essa energia é composta por ondas de
frequências altas (luz visível, ultravioleta) por causa de sua temperatura alta. A atmosfera é transparente em relação à maior
parte dessa radiação, principalmente à luz visível, que atinge a superfície do planeta e é por ela absorvida.
O Sol emite ondas curtas, enquanto a Terra, em baixa temperatura, emite ondas longas, a radiação terrestre. O vapor d’água, o
dióxido de carbono, e outros “gases estufa” presentes na atmosfera refletem e/ou absorvem as ondas longas que, de outra forma,
seriam irradiadas da Terra para o espaço exterior.
A superfície da Terra “reirradia” essas ondas, em frequências infravermelhas, por estar em uma temperatura menor. Para esse
tipo de radiação, a atmosfera é opaca, ou seja, os gases atmosféricos absorvem e reemitem essas radiações de volta para a Terra,
mantendo a superfície do planeta aquecida.
Esse fato é benéfico! Caso não fosse o efeito estufa, a temperatura média da superfície da Terra seria algo em torno de –18 ºC.
Entretanto, os gases como o dióxido de carbono (emitido na combustão) intensificam esse efeito, causando um problema am-
biental, aumentando demasiadamente as temperaturas da superfície terrestre e ocasionando o aquecimento global.
O efeito tem esse nome por ser semelhante ao que ocorre nas estufas de flores, que usam vidros como cobertura. O vidro é
transparente à luz visível, mas opaco às ondas de calor. Além disso, impede a subida do ar quente por convecção, mantendo a
temperatura interna acima do convencional.
79
Os gases de estufa dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O), CFC (CFxCøx) absorvem parte da
radiação infravermelha emitida pela superfície da Terra e irradiam novamente parte da energia absorvida para a superfície
do planeta. A superfície recebe maior quantidade de energia da atmosfera do que a energia que recebe do Sol. A superfície fica,
então, com a temperatura cerca de 30 ºC mais quente do que estaria sem a presença dos gases estufa.
O metano, cerca de 20 vezes mais potente que o dióxido de carbono, é um dos piores gases. Esse gás é produzido pela flatu-
lência dos ovinos e bovinos. A pecuária representa 16% da poluição mundial. Um remédio está sendo desenvolvido para
tentar resolver esse problema. Por exemplo, na Nova Zelândia, pensou-se em adotar a cobrança de taxas para compensar
o efeito dos gases emitidos pelas vacas.
A propagação de calor está intimamente relacionada com o clima e suas mudanças. O clima é influenciado pela lati-
tude, pela longitude, pelo relevo, pela maritimidade e pelas massas de ar. Todos esses fatores sofrem ação direta da
radiação solar ou da convecção térmica. A movimentação das massas atmosféricas e dos oceanos, que ocorre através
da convecção, comanda principalmente o clima no globo; relevo, latitude e longitude influenciam pela quantidade de
radiação solar recebida em cada região.
A vegetação também tem um importante papel na determinação do clima em cada localidade. Contudo, a urbani-
zação e outras ações do homem vêm ganhando cada vez mais força. A comunidade científica internacional admite
que a principal causa do aquecimento global observado, evidenciado no aumento da temperatura nas últimas
décadas, deve-se à influência humana. Os gases de efeito estufa, dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido
nitroso (N2O), perfluorcarbonetos (PFC) e também o vapor de água contribuíram para o aquecimento entre 0,5 e 1,3
graus Celsius (ºC) no período entre 1951 e 2010.
Uma consequência direta da urbanização no clima das grandes cidades é a inversão térmica que ocorre em gran-
des centros urbanos industrializados, quando o ar frio e mais denso é impedido de circular por uma camada de ar
quente e menos densa; como nessas localidades as camadas mais baixas de ar estão repletas de gases poluentes,
oriundos de carros e indústrias, a dispersão desses gases é prejudicada, o que agrava problemas respiratórios.
80
maioria das garrafas, essa ampola pode ser desatarraxada
e removida
É comum que o vidro da ampola seja prateado. Assim, por
atuar como um espelho, reduz a radiação infravermelha.
Essa combinação do vácuo e do prateamento reduz signi-
ficativamente a transferência de calor por convecção, con-
dução e radiação. multimídia: livro
No entanto, mesmo na garrafa térmica os líquidos quentes FONTE: YOUTUBE
se resfriam. Por quê? A resposta é simples: não existem Aquecimento Global - Frias contendas científicas
isolantes perfeitos. Através da tampa, por exemplo, existe
perda de calor, mesmo que seja feita de um bom isolante Apresenta um ensaio relacionando o aquecimento global
térmico. Também ocorre perda de calor devido à condução à ação humana, conforme constatações feitas pelo IPCC –
de calor da ampola ao revestimento externo, onde ambos Intergovernamental Panel on Climate Change; um segundo
se encontram. Embora esfrie, o líquido quente colocado texto associando o aquecimento global a um ciclo geológi-
dentro da garrafa se resfria muito lentamente. co do planeta (opinião defendida pelos cientistas chama-
dos "céticos"); e, por fim, um terceiro ensaio que procura
Existe alguma diferença se o líquido colocado na garrafa conciliar argumentos das duas linhas de pensamento.
está quente ou frio?
Não. A garrafa apenas impede a transferência de calor
através das paredes, evitando que a temperatura do líquido
no interior se altere.
MARSHALL BRAIN. HOWSTUFFWORKS – COMO FUNCIONAM AS GARRAFAS TÉRMICAS.
PUBLICADO EM: 01 ABR. 2000 (ATUALIZADO EM: 25 ABR. 2007).
DISPONÍVEL EM: <WWW.CASA.HSW.UOL.COM.BR/GARRAFAS-
TERMICAS2.HTM>. ACESSO EM: 08 AGO. 2010. ADAPTADO.
multimídia: música
multimídia: livro
FONTE: YOUTUBE
Emissão de gases de efeito estufa
Esse livro apresenta estimativas de emissão de gases de
efeito estufa (CH4, CO, N2O e NOX) originados da queima
de resíduos agrícolas no Brasil, compreendendo as cultu-
ras de cana-de-açúcar e de algodão. Essas estimativas
integram o inventário de emissão de gases provenientes
de atividades humanas, como parte do acordo celebrado
por países membros da Convenção Quadro de Mudanças
Globais, iniciada durante a Eco 92, no Rio de Janeiro.
81
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 3
Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo
ou em diferentes culturas.
O senso comum costuma transformar palavras e termos de um assunto como tendo o mesmo significado até
mesmo para tentar simplificá-las. O problema é que geralmente esses termos científicos possuem significados
bem diferentes, e a utilização equivocada deles dificulta o entendimento do contexto científico.
HABILIDADE 21
Utilizar leis físicas e/ou químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto
da termodinâmica e/ou do eletromagnetismo.
A habilidade 21 avalia a capacidade do estudante de entender conceitos da Física, sua importância histórica e
saber aplicá-los no cotidiano, como diz o segundo eixo cognitivo: “Construir e aplicar conceitos das várias áreas
do conhecimento para a compreensão de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção
tecnológica e das manifestações artísticas”.
MODELO 1
(Enem) Uma garrafa de vidro e uma lata de alumínio, cada uma contendo 330 mL de refrigerante, são
mantidas em um refrigerador pelo mesmo longo período de tempo. Ao retirá-las do refrigerador com as
mãos desprotegidas, tem-se a sensação de que a lata está mais fria que a garrafa. É correto afirmar que:
a) a lata está realmente mais fria, pois a capacidade calorífica da garrafa é maior que a da lata.
b) a lata está de fato menos fria que a garrafa, pois o vidro possui condutividade menor que o alumínio.
c) a garrafa e a lata estão à mesma temperatura, possuem a mesma condutividade térmica, e a sensação
deve-se à diferença nos calores específicos.
d) a garrafa e a lata estão à mesma temperatura, e a sensação é devida ao fato de a condutividade térmica
do alumínio ser maior que a do vidro.
e) a garrafa e a lata estão à mesma temperatura, e a sensação é devida ao fato de a condutividade térmica
do vidro ser maior que a do alumínio.
ANÁLISE EXPOSITIVA
Essa é uma questão que exige do aluno saber diferenciar conceitos que se misturam no cotidiano. É preciso que
o candidato saiba diferenciar temperatura de sensação térmica e saiba qual propriedade física é responsável pela
situação apresentada na questão.
A condutividade térmica do alumínio é maior que a do vidro. Assim, o calor será transferido mais rapidamente pelo
alumínio
RESPOSTA Alternativa B
82
Chamando a variação de comprimento DL e a variação de
AULAS 7 e 8 temperatura DT:
EXPANSÃO TÉRMICA DE
SÓLIDOS E LÍQUIDOS 'L = L – L0
'T = T – T0
83
Observação: chamamos de dilatação relativa a por-
centagem da dilatação comparada ao tamanho inicial do
objeto. Isto é:
DL
dilatação relativa = ___
L0
Observe que:
DL = α ∙ Dθ
___ 0
L0
Como L em função de θ é uma função do primeiro grau,
A tabela a seguir apresenta alguns materiais e seus res- temos uma reta com uma certa inclinação em relação à
pectivos coeficiente de dilatação linear α. Perceba que di- horizontal formando um ângulo v. Temos que:
ferentes materiais possuem coeficiente de dilatação bem DL = aL
tg v = ___
discrepantes, por exemplo o chumbo αchumbo = 27 ∙ 10–6 Du 0
Zinco 26 ∙ 10–6
84
Assim, o coeficiente de dilatação linear do latão, no inter- 2.2. Lâmina bimetálica
valo de 0 °C a 100 °C, vale:
a) 2,0 ∙ 10–5 °C–1. INVAR
θ = 0 ºC θ < 0 ºC θ > 0 ºC
d) 2,0 ∙ 10–4 °C–1. invar (Ni + Fe) → αINVAR = 1,5 .10– 6 ºC– 1
alumínio → αALUMÍNIO = 22 .10– 6 ºC– 1
e) 5,0 ∙ 10–4 °C–1.
Resolução: A lâmina bimetálica é um dispositivo em que duas lâmi-
nas de materiais diferentes são soldadas e unidas forte-
Para sabermos qual é o coeficiente, devemos utilizar a fór-
mente e são utilizadas, por exemplo, como chaveamento
mula da dilatação linear: elétrico (abertura e fechamento de circuitos elétricos), pois,
DL = DL0 'T quando atravessadas por uma corrente elétrica, têm sua
temperatura aumentada, sofrendo assim, o conjunto, uma
Retirando do gráfico, temos: dilatação térmica. Como são constituídas de materiais di-
ferentes, dilatam diferentemente, forçando uma curva na
direção daquela que tem menor coeficiente de dilatação,
50,1 – 50,0 = α ∙ 50,0 ∙ 100
desligando assim o chaveamento, interrompendo a pas-
0,1 sagem da corrente elétrica. Contudo, se diminuirmos a
α = _____3 = 2 ∙ 10–5 °C–1 temperatura, o conjunto também se curvará na direção do
5 ∙ 10
material que possuir o maior coeficiente de dilatação linear.
Alternativa A
Esse equipamento é muito usado como chave de seguran-
3. (ITA) Você é convidado a projetar uma ponte metáli- ça em ferros de passar roupa, torradeiras elétricas, estufas
ca, cujo comprimento será de 2,0 km. Considerando os elétricas, termostatos, etc.
efeitos de contração e expansão térmica para tempera-
turas no intervalo de –40 °F a 110 °F e que o coeficiente
de dilatação linear do metal é de 12 ∙ 10–6 °C–1, qual a LÂMINA BIMETÁLICA
máxima variação esperada no comprimento da ponte?
(O coeficiente de dilatação linear é constante no inter-
valo de temperatura considerado.)
a) 9,3 m
b) 2,0 m
c) 3,0 m 3. Dilatação superficial
d) 0,93 m Agora abordaremos o caso em que a dilatação ocorre em
e) 6,5 m duas dimensões. Essa situação ocorre em chapas ou fo-
Resolução: lhas de metal, na superfície de uma estrutura (uma pon-
te), na superfície da calçada ou na parede com azulejos.
A principal diferença deste exercício em relação aos de- Do mesmo modo que para a dilatação linear, imagine um
mais é que a variação de temperatura à que o material corpo cuja área inicial A0, em uma temperatura θ0 , sofra
foi submetido é fornecida na escala Fahrenheit. Para que uma alteração de temperatura para θ. Experimentalmen-
possamos calcular a variação de comprimento, devemos te temos que a variação da área DA é proporcional à área
transformação a variação de temperatura para a Celsius. inicial, à variação de temperatura e a um coeficiente que
depende do material.
DθF = 150
DθC ___
Dθ DA = A – A0
____ = F
5 9
250
___ 'A = b ∙ A0 'T
DθC =
3
Aplicando a fórmula da dilatação, temos:
DL = DL0 'T
250 = 2 m
DL = 12 ∙ 10–6 ∙ 2 ∙ 103 ∙ ___
3
Alternativa B
85
DA , cuja unidade é definida por:
Dessa forma, temos que b = ______
A0 ∙ DT
1
(unidade de b) = _____________
(unidade de DT)–1
unidade de DT
b é chamado coeficiente de dilatação superficial, é uma
característica que depende do material e relaciona-se ma-
tematicamente com o coeficiente de dilatação linear pela
seguinte expressão: 4. Dilatação volumétrica
Por fim, temos o caso em que a dilatação ocorre em três dire-
b=2∙α ções: a dilatação volumétrica. Sendo rigoroso, todo corpo pos-
sui três dimensões, portanto, sempre ocorre dilatação volumé-
Combinando ambas as expressões para a dilatação super- trica. Os dois casos anteriores, a dilatação linear e a dilatação
ficial podemos escrever: superficial, são casos particulares, ou aproximações, quando a
dilatação ocorre preferencialmente em apenas uma ou duas
direções. Iremos utilizar a dilatação volumétrica quando os
A = A0[1 + b ∙ (θ – θ0)]
corpos estudados sejam, por exemplo, sólidos geométricos ou
líquidos (estes apresentam unicamente dilatação volumétrica
Observação: quando há um orifício em uma superfície de uma em todos os casos). Imagine um corpo cujo volume inicial V0,
certa substância, e esta passa por um processo de expansão, o em uma temperatura T, sofra uma alteração de temperatura
orifício também aumenta, esse aumento ocorre na mesma pro- para T. Experimentalmente, temos que a variação do volume
porção que a superfície, por isso podemos calcular o aumento DV é proporcional ao volume inicial, à variação de temperatu-
do orifício calculando como seria o aumento de uma superfície ra e a um coeficiente que depende do material.
da mesma substância de mesmo tamanho desse orifício.
DV = V – V0
g=3∙α
0
Combinando ambas as expressões para a dilatação volu-
métrica, podemos escrever:
Como A em função de θ é uma função do primeiro grau,
V = V0[1 + g ∙ (θ – θ0)]
temos uma reta com uma certa inclinação, em relação à
horizontal formando um ângulo v. Temos que : Observação: quando há um espaço vazio em um volume
'A= b ∙ A
tgv = ___ de uma certa substância, e este passa por um processo de
'T 0
expansão, o espaço vazio também aumenta. Esse aumento
Um claro exemplo da dilatação superficial é a necessidade ocorre na mesma proporção que o volume, por isso pode-
de juntas de dilatação em estruturas de concreto, pontes, mos calcular o aumento do espaço vazio calculando como
por exemplo, suportando as forças de tensão que se origi- seria o aumento de um volume com o mesmo volume desse
nam da expansão superficial da ponte. espaço vazio.
86
VIVENCIANDO
É comum observarmos juntas de dilatação ao passarmos numa ponte. Ao longo do dia, o concreto é banhado pelo
calor proveniente do Sol, podendo, assim, expandir o seu tamanho. Sem levar esse fator em conta, obras de enge-
nharia civil acabariam rachando e desmoronando.
Na imagem, vemos uma junta de dilatação, ela possibilita essa movimentação da estrutura, reduzindo a ocorrência
de fissuras na obra.
Pelo mesmo motivo, há uma separação entre os azulejos de uma cozinha, e/ou deixamos pequenos vãos nas calça-
das de cimento, caso contrário, devido à dilatação, elas rachariam.
Você sabia que a Torre Eiffel cresce todo verão? Isso mesmo, a torre feita de metal cresce 15 cm todo verão, mas isto
ocorre porque o metal dilata ao receber calor. Devido ao acréscimo de temperatura no verão, a Torre Eiffel, símbolo
da França, acaba aumentando de tamanho.
Até é possível notar que a torre se curva devido à dilatação.
4.1. Gráfico da dilatação volumétrica Como V em função de θ é uma função do primeiro grau,
temos uma reta com uma certa inclinação em relação à
Observe a equação deduzida anteriormente, V = V0[1 + g ∙ (θ – θ0)]:
horizontal formando um ângulo θ. Temos que:
podemos representar graficamente o volume final V em
'V= g ∙ V
tg v = ___
função da temperatura θ, isto é, uma função de V = V (θ). 'T 0
87
Resolução: dependem da faixa de temperatura em que a variação
ocorre, por exemplo, se a temperatura varia de 10 °C a
Para calcularmos a dilatação superficial, precisamos, antes
100 °C, ou se varia de 2000 °C a 3000 °C. Porém, essa
de tudo, saber qual é o coeficiente de dilatação superficial.
variação é pequena, e, portanto, na resolução dos exercí-
Lembrando que: cios ela será desprezada.
b=2∙a
Normalmente, o coeficiente de dilatação volumétrica dos
Logo: líquidos é muito superior ao coeficiente de dilatação dos
b = 4,4 ∙ 10–5 ºC–1 sólidos, isso implica que quando um recipiente contém um
Aplicando na fórmula de dilatação superficial, temos: líquido e ambos são aquecidos, a dilatação do líquido será
maior que a dilatação do recipiente. A tabela anterior apre-
DA = b ∙ A0 ∙ Du
senta o coeficiente de dilatação volumétrica de algumas
Substituindo os valores temos: substâncias no estado líquido.
DA = 4,4 ∙ 10–5 ∙ A0 ∙ (270 – 20)
Imagine a situação como da figura a seguir. Temos um lí-
Queremos uma relação de porcentagem entre o aumento quido dentro de um recipiente, ambos a uma temperatura
e o tamanho inicial, isso matematicamente é: u0, aquecidos até uma temperatura final. O líquido preen-
DA = 0,011
___ che totalmente o recipiente até a altura onde se encontra
A0 o “ladrão”, uma abertura por onde o líquido pode escorrer.
Portanto:
DA = 1,1%
___
A0
Alternativa B
88
Em que podemos chamar a diferença dos coeficientes de DV = g V0 Du
coeficiente de dilatação aparente:
Substituindo pelos valores dados, temos:
gaparente = g líquido – g recipiente 0,48 = 2 ∙ 10–4 ∙ 60 ∙ (u 20)
Isolando a temperatura final e realizando os cálculos, ob-
5.1. Dilatação anômala da água temos:
A água tem um comportamento diferente da maioria das u = 60 ºC
substâncias. Em geral, quando a temperatura de uma subs-
Alternativa A
tância aumenta, seu volume também aumenta. Porém, não
é isso que ocorre para a água. 2. (FGV) O dono de um posto de gasolina recebeu 4000 L de
combustível por volta das 12 horas, quando a temperatura
Sob pressão normal, a experiência mostra que o volume da
era de 35 °C. Ao cair da tarde, uma massa polar vinda do
água diminui com o aumento de temperatura entre 0 ºC Sul baixou a temperatura para 15 °C e permaneceu até que
e 4 ºC. E a partir de 4 ºC, o comportamento é semelhante toda a gasolina fosse totalmente vendida. Qual foi o preju-
ao das outras substâncias, isto é, o volume aumenta com o ízo, em litros de combustível, que o dono do posto sofreu?
aumento da temperatura.
Dados: coeficiente de dilatação do combustível é de
1,0 · 10–3 °C–1.
a) 4 L
b) 80 L
c) 40 L
d) 140 L
m , o menor volume
Como a densidade é calculada por d = __
V e) 60 L
V ocupado pela massa de água m fornece a maior densi-
dade possível da água. Desse modo, a água tem densidade Resolução:
máxima (1 g/cm3) a 4 ºC (sob pressão de 1 atm). Para descobrirmos o prejuízo do dono do posto, devemos
V (cm3) d (g/cm3) aplicar a fórmula para dilatação volumétrica:
1,0000
0,0099
DV = g ∙ V0 ∙ Du = 1 ∙ 10–3 ∙ 4000 ∙ (35–15) = 80 litros
V0 0,0098
Vmin Alternativa B
0,0097
0,0096
0 4 θ (ºC) 0 2 4 6 8 10 θ (ºC) 3. Diz um ditado popular: “A natureza é sábia“. De fato! Ao
observarmos os diversos fenômenos da natureza, ficamos
encantados com muitos pormenores, sem os quais não
Aplicação do conteúdo poderíamos ter vida na face da Terra, conforme a conhe-
cemos. Um desses pormenores, de extrema importância, é
1. (PUC) O tanque de gasolina de um automóvel, de
o comportamento anômalo da água, no estado líquido, du-
capacidade 60 litros, possui um reservatório auxiliar
rante seu aquecimento ou resfriamento sob pressão nor-
de retorno com volume de 0,48 litros, que perma-
mal. Se não existisse tal comportamento, a vida subaquá-
nece vazio quando o tanque está completamente
tica nos lagos e rios, principalmente das regiões mais frias
cheio. Um motorista enche o tanque quando a tem-
de nosso planeta, não seria possível. Dos gráficos abaixo,
peratura era de 20 °C e deixa o automóvel exposto
o que melhor representa esse comportamento anômalo é:
ao Sol. A temperatura máxima que o combustível
pode alcançar, desprezando-se a dilatação do tan-
a)
que, é igual a:
89
c)
d)
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Tema 04 - Propriedades Térmicas de Materiais...
e)
multimídia: site
Resolução:
parquedaciencia.blogspot.com.br/2013/08/dilatacao-
-termica-o-que-e-o-que-causa.html
O comportamento anômalo advém do fato de que a água
líquida contrai-se ao ser aquecida de 0 ºC a 4 ºC e dilata-se www.if.ufrgs.br/~leila/dilata.htm
quando aquecida a partir de 4 ºC. Assim, a 4 ºC o volume educacao.globo.com/fisica/assunto/termica/dilatacao-
de dada massa de água é mínimo e a densidade é máxima. -termica.html
Alternativa A
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/a-dilatacao-ter-
mica-no-cotidiano.htm
www.if.ufrj.br/~carlos/inic/luizfernando/monografiaLui-
zFernando.pdf
90
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 21
Utilizar leis físicas e/ou químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto
da termodinâmica e/ou do eletromagnetismo.
A habilidade 21 avalia a capacidade do estudante de entender conceitos da Física, sua importância histórica
e saber aplicá-los no cotidiano, tal qual diz o segundo eixo cognitivo: “Construir e aplicar conceitos das várias
áreas do conhecimento para a compreensão de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da
produção tecnológica e das manifestações artísticas”.
MODELO 1
(Enem) Durante uma ação de fiscalização em postos de combustíveis, foi encontrado um mecanismo inusitado
para enganar o consumidor. Durante o inverno, o responsável por um posto de combustível compra álcool por
R$ 0,50/litro, a uma temperatura de 5 °C. Para revender o líquido aos motoristas, instalou um mecanismo na
bomba de combustível para aquecê-lo, para que atinja a temperatura de 35 °C, sendo o litro de álcool revendi-
do a R$ 1,60. Diariamente o posto compra 20 mil litros de álcool a 5 ºC e os revende.
Com relação à situação hipotética descrita no texto e dado que o coeficiente de dilatação volumétrica do
álcool é de 1 × 10–3 ºC–1, desprezando-se o custo da energia gasta no aquecimento do combustível, o ganho
financeiro que o dono do posto teria obtido devido ao aquecimento do álcool após uma semana de vendas
estaria entre:
a) R$ 500,00 e R$ 1.000,00.
b) R$ 1.050,00 e R$ 1.250,00.
c) R$ 4.000,00 e R$ 5.000,00.
d) R$ 6.000,00 e R$ 6.900,00.
e) R$ 7.000,00 e R$ 7.950,00.
ANÁLISE EXPOSITIVA
Nesse exercício, o estudante é colocado para interpretar a situação proposta sendo necessário que relacione a
variação do volume do combustível com o lucro obtido pelo dono do posto. O principal problema é interpretar se o
volume dilatado foi ou não comprado pelo dono.
V0 = 20 ∙ 103 L; DT = 30 ºC, g = 10–3 ºC–1
DV = V0 ∙ g ∙ DT DV = 20 ∙ 103 ∙ 10-3 ∙ 30 DV = 600 L
$ = 600 ∙ 1,60 ∙ 7
$ = 6720,00
RESPOSTA Alternativa D
91
DIAGRAMA DE IDEIAS
MEIO DE
PROPAGAÇÃO LEI DE FOURIER
GARRAFA
TÉRMICA
92
ELETROSTÁTICA
93
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
O vestibular da Unicamp aborda, dentro do O vestibular da Unifesp aborda com O vestibular da Unesp aborda com frequên-
conteúdo de eletrostática, questões um pouco frequência questões teóricas e exige cia questões teóricas e exige interpretações
mais objetivas do que teóricas. interpretações de gráficos. de gráficos.
Essa prova aborda o tema eletrostática com Essa prova aborda o tema eletrostática com O tema eletrostática é cobrado com questões Essa prova aborda com frequência questões
questões que exigem interpretações de figu- questões que exigem interpretações de figu- de manipulações de equações. teóricas e exige interpretações de gráficos.
ras e manipulações de fórmulas matemáticas. ras e manipulações de fórmulas matemáticas.
UFMG
O vestibular da UEL aborda com frequência O tema eletrostática tem abordagem com Nessa prova, o tema eletrostática exige mani-
questões objetivas de eletrostática que exigem questões mais teóricas. pulação das equações e análise de figuras.
manipulação de equações matemáticas.
Essa prova aborda questões teóricas e objeti- O vestibular da Unigranrio aborda o tema Não há uma cobrança grande no tema ele-
vas que exigem do aluno a manipulação das eletrostática com questões que exigem trostática, porém, eventualmente, aparecem
formulas matemáticas dos principais temas interpretações de figuras e manipulações de questões que exigem análise de figuras e
(campo elétrico e potencial elétrico). fórmulas matemáticas. manipulação matemática.
94
Elétron
AULAS 1 e 2
Próton
PRINCÍPIOS DA Neutron
Núcleo
ELETROSTÁTICA
Nesse modelo, o átomo é constituído de prótons, elétrons
e nêutrons. O átomo pode ser divido em duas partes: a
primeira, o núcleo (composto de prótons e nêutrons); a
segunda, a eletrosfera (composta de elétrons). A atração
COMPETÊNCIAS: 1e5 elétrica descrita por Tales e por tantos outros físicos é justi-
ficada pela existência da carga elétrica. A carga elétrica
é uma propriedade intrínseca da matéria e existem dois
HABILIDADES: 3 e 17
tipos: as positivas e as negativas.
No modelo atômico, a carga elétrica dos prótons foi deno-
minada de carga positiva, e a carga elétrica dos elétrons,
de carga negativa. O nêutron, como o próprio nome su-
1. Introdução gere, não possui carga elétrica. As denominações de cargas
positivas e negativas e sua associação com os prótons e
O ramo da Física que estuda as propriedades das cargas elétrons se devem a razões históricas.
elétricas em repouso e suas interações é denominado
eletrostática. A constatação do módulo e das características das cargas
elétricas que prótons e elétrons portam só se mostrou pos-
sível empiricamente. A carga elétrica que cada umas dessas
partículas porta é chamada carga elétrica elementar, e
esse é o menor valor percebido livremente na natureza. Des-
sa forma, é possível dizer que a carga elétrica é quantizada, e
seu valor em módulo é dado por: |e| = 1,6 · 10–19 C.
95
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
Desde a antiguidade, o homem se pergunta do que é feita a matéria. Demócrito de Abdera foi um dos primeiros pen-
sadores a postular a existência de um componente básico para todas as coisas: o átomo. Muito tempo depois, foi na
química que a ideia atômica ressurgiu. Primeiramente, com John Dalton, que no começo do século XIX reinventou a ideia,
postulando a existência de esferas maciças e indivisíveis, extremamente pequenas, onde cada elemento químico distinto
era composto de um átomo diferente, com propriedades iguais ao elemento, mas diferente entre os diferentes átomos; por
fim, as reações químicas seriam apenas a união ou separação de diferentes arranjos atômicos. Seu átomo ficou conhecido
como bolas de bilhar.
Após Dalton, Joseph John Thomson sugeriu outro modelo atômico, incluindo propriedades elétricas, uma vez que a
eletricidade já era conhecida e estudada. Seu modelo ficou conhecido como pudim de passas, pois o átomo seria
constituído de um pudim, representando carga elétrica positiva, e pequenas passas espalhadas, que representariam a
carga negativa, uniformemente distribuídas pelo pudim.
Depois de realizar diversas experiências, Ernest Rutherford percebeu que, na verdade, o átomo era composto por um nú-
cleo maciço composto pelas cargas positivas, sendo orbitado pelas cargas negativas.
Por fim, o modelo atômico foi corrigido por Niels Henrick David Bohr, utilizando a mecânica quântica. Ele postulou que:
I. Os elétrons descrevem ao redor do núcleo órbitas circulares, chamadas de camadas eletrônicas, com energia constante
e determinada. Cada órbita permitida para os elétrons possui energia diferente.
II. Os elétrons, ao se movimentarem numa camada, não absorvem nem emitem energia es-
pontaneamente.
III. Ao receber energia, o elétron pode saltar para outra órbita mais energética. Dessa forma,
o átomo fica instável, pois o elétron tende a voltar à sua órbita original. Quando o elétron
volta à sua órbita original, ele devolve a energia que foi recebida em forma de luz ou calor.
96
Entretanto, caso um dos bastões de vidro seja carregado
positivamente e um dos panos de lã seja carregado negati-
5. Condutores e isolantes
vamente, haverá atração entre os corpos. Assim: Um bastão de vidro e um pano de lã, ao serem atritados
um com o outro, evidenciam, em cada um dos corpos,
Cargas elétricas de sinais opostos se atraem, e cargas um excesso de cargas elétricas nas regiões atritadas. Isso
elétricas do mesmo tipo se repelem. ocorre porque o vidro é um material isolante ou dielé-
trico. As cargas elétricas, nesses materiais, conservam-se
no local onde houve o processo de eletrização.
4. Princípio da conservação
das cargas elétricas
O princípio da conservação das cargas elétricas estabelece que:
97
Esses elétrons ocupam as posições mais distantes do nú-
cleo do átomo, e, por isso, estão ligados fracamente a ele.
6. Eletrização por atrito
Em consequência, esses elétrons abandonam mais facil- Quando dois corpos compostos por diferentes materiais
mente o átomo. Nos materiais isolantes, a forma como são são atritados, é possível perceber, em ambos, o que é de-
distribuídos e como ocorrem as interações faz com que es- nominado desequilíbrio eletrostático, ou seja, corpos com
ses elétrons não possuam os mesmos graus de liberdade excesso de um determinado tipo de carga elétrica. Isso
que existem nos elétrons presentes em superfícies metáli- ocorre porque um dos dois materiais possui uma tendência
cas; os elétrons estão fortemente ligados. maior em portar o excesso de elétrons. Da mesma forma,
em relação ao primeiro, o segundo corpo possui uma maior
Como não existem condutores e isolamentos perfeitos,
tendência em ceder os elétrons de camadas mais externas,
a denominação de materiais condutores ou isolantes é
ficando com excesso de cargas elétricas positivas.
apenas prática. A melhor forma para a classificação é
dada por bons condutores elétricos e maus condu- Como exemplo, ao se atritar um pedaço de seda e um bas-
tores elétricos. tão de vidro inicialmente neutros, uma certa quantidade
de elétrons do vidro é transferida para o pedaço de seda.
Assim, todos os corpos são condutores elétricos, bons ou
Então, a seda adquire eletrização negativa (excesso de
maus. Se o experimento anterior fosse repetido sem o isola-
elétrons) e o vidro adquire eletrização positiva (excesso de
mento devido, ao segurar o bastão diretamente com a mão,
prótons). É importante destacar que, ao final do processo
o corpo se comportaria como um bom condutor, e não se-
de eletrização, devido à conservação da quantidade de car-
riam percebidos quaisquer excessos de cargas elétricas. Des-
gas elétricas que compõem o sistema de corpos, a quanti-
se modo, o bastão não se eletriza, pois suas dimensões são
dade de carga que um dos dois corpos envolvidos terá em
muito reduzidas em relação às dimensões da Terra.
excesso será, em módulo, idêntica à do outro corpo.
98
1. pele humana seca 11. alumínio 21. prata Terminando os cálculos, obtém-se:
2. couro 12. papel 22. ouro Q’2 = + 12 μC
3. pele de coelho 13. algodão 23. platina Assim, resulta que o vidro está com um carga de +12 μC.
4. vidro 14. aço 24. poliéster 3. Um pedaço de papel higiênico e uma régua de plás-
5. cabelo humano 15. madeira 25. isopor tico estão eletricamente neutros. A régua de plástico é,
6. nylon 16. âmbar 26. filmes PVC então, friccionada no papel higiênico. Depois do atrito,
deve-se esperar que:
7. lã 17. borracha dura 27. vinil
a) somente a régua fique eletrizada.
8. chumbo 18. níquel 28. silicone
b) somente o papel fique eletrizado.
9. pele de gato 19. cobre 29. teflon c) ambos fiquem eletrizados com cargas de mesmo
10. seda 20. latão sinal e mesmo valor absoluto.
d) ambos fiquem eletrizados com cargas de sinais
Por exemplo, se forem atritados seda e isopor, a seda, que contrários e mesmo valor absoluto.
antecede o isopor na ordem da lista, ficará carregada po- e) nenhum deles ficará eletrizado.
sitivamente, enquanto o isopor ficará carregado negativa-
Resolução:
mente. Já se forem atritados seda e lã, como a seda sucede
a lã na ordem da lista, a seda ficará carregada negativa- A eletrização por atrito faz com que os corpos atritados ad-
mente, enquanto a lã ficará carregada positivamente. quiram cargas de sinais contrários, pois um dos corpos vai
retirar elétrons do outro, ou seja, um corpo ficará com exces-
so de elétrons, e o outro com excesso de prótons, ficando,
respectivamente, um negativo e o outro positivo. Além disso,
pelo princípio da conservação das cargas elétricas, ambos
terão o mesmo valor absoluto de carga.
Alternativa D
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE 7. Eletrização por contato
Processos de eletrização A eletrização por contato é o processo de eletrização
associado ao contato entre um corpo eletrizado e outro que
pode ou não estar eletrizado. É importante destacar que, nes-
se processo, assim como em qualquer outro, a quantidade de
Aplicação do conteúdo carga do sistema é conservada; contudo, ao final do processo,
os corpos ficam com o mesmo tipo de carga elétrica.
1. Um aluno realiza um experimento que consiste em
atritar lã num bastão de vidro, fazendo, assim, a lã ga- Ao colocar em contato um condutor A, eletrizado positiva-
nhar elétrons e, por consequência, fazendo o vidro per- mente, com um condutor B, inicialmente neutro, o condu-
der elétrons. Após o experimento, quando estes dois tor B adquire eletrização positiva. Essa eletrização ocorre
corpos forem aproximados, haverá atração ou repulsão?
quando o condutor A retira parte dos elétrons livres de B.
Resolução: Entretanto, A continua eletrizado positivamente, mas com
Como os corpos possuem cargas de sinais opostos, have- menor quantidade de carga, uma vez que a quantidade
rá atração, isto é, a lã está com carga negativa, enquanto de prótons em excesso diminuiu. O condutor B, por sua
o vidro apresenta carga positiva. vez, fica com uma menor quantidade de elétrons depois do
contato e, portanto, eletriza-se positivamente.
2. Com base no exercício anterior, se a lã ganhou uma car-
ga no valor –12 μC, de qual foi a carga que o vidro ficou?
Resolução:
Sabe-se, pelo princípio da conservação das cargas elétricas,
que as cargas se conservam, ou seja:
Q1 + Q2 = Q’1 + Q’2
Sabe-se que, inicialmente, tanto a lã quanto o bastão de vidro A POSITIVO E B NEUTRO ESTÃO ISOLADOS E AFASTADOS; COLOCADOS EM CONTATO,
estavam descarregados, assim, temos que: Q1 = Q2 = 0. Logo: DURANTE BREVE INTERVALO DE TEMPO,
ELÉTRONS LIVRES VÃO DE B PARA A; APÓS O PROCESSO, A
0 + 0 = –12 μC + Q’2 E B APRESENTAM-SE ELETRIZADOS POSITIVAMENTE.
99
No entanto, se A estivesse carregado negativamente, par- elétrons. Quando o pai usa o calçado de borracha, impede
te de seus elétrons em excesso seriam transferidos para o o contato elétrico entre o interruptor e o solo, por isso não
condutor B. Dessa forma, o condutor A permaneceria ne- recebe o choque. Já o menino tinha seus pés como ligação
gativo (apesar de ficar com um menor número de elétrons entre o solo e o interruptor. Sabe-se que o corpo humano é
em excesso), e o condutor B, por adquirir mais elétrons, um bom condutor de eletricidade, por isso recebeu o choque.
seria eletrizado negativamente.
2. Um corpo eletrizado com carga Q a = –5 ∙ 10 –9 C é
colocado em contato com outro corpo com carga
Q b = 7 ∙ 10–9 C. Qual é a carga dos dois objetos
após ter sido atingido o equilíbrio eletrostático?
Resolução:
A NEGATIVO E B NEUTRO ESTÃO ISOLADOS E AFASTADOS: COLOCADOS EM Para descobrir qual é a situação final de equilíbrio, deve-se
CONTATO, DURANTE BREVE INTERVALO DE TEMPO, ELÉTRONS VÃO DE A PARA B;
DEPOIS DO PROCESSO, A E B APRESENTAM-SE ELETRIZADOS NEGATIVAMENTE.
aplicar a fórmula:
Qa + Qb
Se os condutores A e B forem iguais, por exemplo, a duas Q’ = __
2
esferas condutoras de mesmo material e dimensão, as Substituindo os valores, temos:
cargas em quantidade e sinais serão idênticas para os
dois corpos. –5 · 10-9 + 7 · 10-9
Q’ = __
2
Finalizando a conta, obtém-se:
Q’ = 1 · 10–9 C
Ou seja:
Q’ = 1 nC
Aplicação do conteúdo
1. Antes de sair do banheiro de sua casa, um garoto
que estava com os pés descalços toca no interruptor
instalado incorretamente, com o objetivo de apagar
a lâmpada, mas recebe um choque elétrico. O menino
então chama o seu pai, que averigua a situação e toca Caso o indutor seja afastado, o induzido voltará à sua con-
também no interruptor, mas, calçado com um par de dição inicial, na qual as cargas elétricas não estavam sepa-
chinelos de borracha, não recebe choque. Explique con-
ceitualmente por que o pai do garoto não recebeu o
radas. Pode-se realizar o seguinte procedimento para que
choque elétrico. o induzido se mantenha eletrizado:
A borracha é um material isolante, ou seja, um mau condu- 2. Conecta-se ao induzido um outro condutor, e este à Ter-
tor elétrico, por isso dificulta a transmissão e/ou corrente de ra (fio-terra);
100
3. Retira-se o fio-terra;
Caso um corpo eletrizado A atraia um condutor B, po-
4. Somente após os procedimentos acima, afasta-se o indutor.
derá B estar eletrizado com carga de sinal oposto ao
de A ou estar neutro.
REPRODUÇÃO
Na eletrização por indução, o induzido ficará eletriza-
do com cargas elétricas de sinais opostos às cargas
elétricas apresentadas pelo indutor. A carga do indutor
não se altera.
101
Franklin percebeu também que um globo metálico não elétrico é um desses aparelhos e é constituído por uma
conseguiria manter eletricidade no seu interior. Além disso, esfera de material leve (isopor ou cortiça), recoberta por
ele relacionou o relâmpago com descargas elétricas iguais uma camada metálica fina e suspensa por um fio isolante
às produzidas por uma garrafa de Leiden. (seda ou náilon) em uma haste-suporte.
Foram os franceses Charles Augustin Coulomb (1736- Pode-se determinar a eletrização de um corpo A aproxi-
1806) e Charles Fraçois de Cisternay du Fay (1698-1739) mando-o da esfera do pêndulo elétrico. Se a esfera não se
que perceberam que existiam apenas dois tipos de fluidos mover, o corpo A não está eletrizado. Contudo, se a esfera
elétricos, sendo que a designação de positivo e negativo foi for atraída, o corpo A está eletrizado.
dada por Benjamin Franklin.
Aplicação do conteúdo
1. A figura abaixo representa um condutor A, eletri-
camente neutro, ligado à Terra. Aproxima-se de A um
corpo B carregado positivamente. Pode-se afirmar que:
Resolução:
Ao se aproximar uma carga positiva, pelo princípio da
atração e repulsão, elétrons de todo o eletroscópio serão
atraídos a ficarem fixos na esfera, inclusive das folhas, ou
a) os elétrons da Terra são atraídos para A.
seja, os elétrons das folhas vão migrar e se concentrar na
b) os elétrons de A escoam para a Terra.
esfera. Com essa migração, as folhas ficarão com excesso
c) os prótons de A escoam para a Terra. de prótons e, assim, ficarão positivas. Ficando ambas posi-
d) os prótons da Terra são atraídos para A. tivas, elas irão se repelir, logo, irão abrir.
e) há troca de prótons e elétrons entre A e B. Alternativa C
Resolução:
Há elétrons e prótons em abundância na Terra. Isso causa 9.1. Gerador de Van de Graaff
como consequência o fato de que todo corpo carregado,
quando conectado à Terra, fica descarregado. Quando o
corpo B, positivamente carregado, é aproximado do corpo
A, ocorre, pelo princípio da atração e repulsão, a tendên-
cia para atrair elétrons. Assim, os elétrons da Terra serão
atraídos e irão migrar para a esfera A.
Alternativa A
102
uma esfera de metal. Baseia-se no princípio de eletrização por atrito, no qual uma correia é atritada com uma roldana de
plástico. Hoje em dia, é muito comum a utilização de um gerador de Van de Graaff em shows de Física.
VIVENCIANDO
A eletricidade está presente em todos os lugares no dia a dia moderno e tecnológico. Fugindo um pouco do óbvio,
observe algumas aplicações cotidianas da eletricidade. Em caminhões que carregam combustíveis, existe uma cor-
rente metálica que é arrastada pelo chão a fim de descarregar para a Terra um possível excesso de carga elétrica, que
se deve ao atrito do caminhão com o ar e que poderia originar uma faísca e provocar uma explosão. Ao caminhar
sobre carpetes com os pés descalços, é possível, através do atrito entre eles, que a pessoa possua um excesso de
cargas, e, ao encostar em um objeto ou em outra pessoa, pode-se gerar um pequeno choque devido à descarga elé-
trica. Em dias secos, é mais fácil eletrizar por atrito, por exemplo, ao escovarmos os cabelos; a repulsão elétrica entre
os fios de cabelo será maior, e atrair pequenos objetos com a escova será mais fácil. Já em dias úmidos, o efeito é
menor. Isso se deve ao fato de que as moléculas de água presentes no ar acabam roubando os elétrons e dificultando
a eletrização por atrito.
103
DIAGRAMA DE IDEIAS
CARGA
ELÉTRICA
CARGA CARGA
POSITIVA NEGATIVA
CARGA
FUNDAMENTAL
104
AULAS 3 e 4
COMPETÊNCIAS: 5e6
HABILIDADES: 17 e 20
105
2. Duas cargas elétricas puntiformes encontram-se num
determinado meio e interagem mutuamente por meio
de uma força eletrostática, cuja a intensidade F varia
com a distância d entre elas de acordo com o diagrama
da figura. Determine a intensidade da força de intera-
ção eletrostática entre essas cargas, quando a distância
entre elas for de 0,5 m.
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Lei de Coulomb
Resolução:
Para calcular, é preciso retirar alguns valores do gráfico, multimídia: site
como para d = 0,1 m, temos F = 9 N, assim:
ko · |Q1| · |Q2| pt.khanacademy.org/science/physics/electric-charge-
F = __
d2 -electric-force-and-voltage#charge- electricforce
ko · |Q1| · |Q2|
9 = __ mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/forca-eletrica.htm
0,12
Por consequência, tem-se: www.if.ufrgs.br/fis/EMVirtual/cap1/cargas.htm
F = 0,36 N
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Força Elétrica - Lei de Coulomb
106
_____› _____› _____›
Na carga Q1: F e1 = F 2,1 + F 3,1 Resolução:
_____› _____› _____›
Na carga Q2: F e2 = F 1,2 + F 3,2 Se elas estão alinhadas, então há duas forças aplicadas em
_____› _____› _____›
Q3, na mesma direção, mas em sentidos opostos, pois Q1
Na carga Q3: F e3 = F 1,3 + F 2,3
e Q2 possuem o mesmo sinal de carga. Aplicando a lei de
Quanto maior for a quantidade de cargas elétricas envolvi- Coulomb, a resultante será:
das, mais complicado será calcular a força elétrica resultan-
* *
te. Por isso será importante detalhar cada força envolvida, k0 · |Q1| · |Q3| __
k · |Q | · |Q3|
Fr = __ 2
– 0 22 .
representar geometricamente seu vetor, prestando atenção d d
se a força é de atração ou de repulsão, para o cálculo veto-
Substituindo os valores, temos:
rial da força resultante.
Considerações importantes *
9 · 109 · 2 · 10-6 · 4 · 10-6 – __
Fr = __
9 9 *
9 · 109 · 2 · 10-6 · 4 · 10-6
Massa do elétron: 9,1 · 10–31 kg Observa-se que os valores das forças são os mesmos; logo,
temos:
Massa do próton: 1,67 · 10–27 kg
1 C é, em eletrostática, uma carga enorme. Em virtude dis- Fr = 0 N
so, são muito utilizados os submúltiplos do Coulomb:
2. Considere duas cargas elétricas pontuais, sendo uma
1 milicoulomb = 1 mC = 10–3 C delas Q1, localizada na origem de um eixo x, e a outra
1 microcoulomb = 1 mC = 10–6 C Q2, localizada em x = L. Uma terceira carga pontual, Q3,
é colocada em x = 0,4 L. Considerando apenas a intera-
1 nanocoulomb = 1 nC = 10–9 C ção entre as três cargas pontuais e sabendo que todas
Q2
1 picocoulomb = 1 pC = 10–12 C elas possuem o mesmo sinal, qual é a razão __ para
Q1
A carga de um elétron ou de um próton é a menor car- que fique submetida a uma força resultante nula?
ga elétrica livre encontrada na natureza. Essas cargas são
iguais em valores absolutos, constituindo a chamada carga Resolução:
elementar (e):
Segue a representação do caso:
107
triângulo isósceles vertical. Sabendo que as únicas forças Por fim, sabe-se que a deve anular a própria força-peso do
que agem em q são as de interação eletrostática com Q1 corpo q, logo:
e Q2 e seu próprio peso, o valor dessa terceira carga é:
FER = P
Substituindo:
1 · 106 · q = 10 · 10–3 · 10
Finalizando:
Resolução:
108
VIVENCIANDO
A força elétrica é uma das quatro forças fundamentais da Natureza. Graças à força elétrica, há união entre os dife-
rentes átomos, moléculas, etc, possibilitando condições para que a vida exista. A atração e a repulsão elétrica estão
presentes quando um pente é capaz de atrair pequenos corpos depois de ser atritado com o cabelo de uma pessoa.
Elas também ocorrem nos processos em que gotículas de água são ionizadas a fim de atrair pequenas partículas de
poeira ou sujeira, processo que ocorre nas chaminés industriais ou em climatizadores, por exemplo.
DIAGRAMA DE IDEIAS
CARGA
ELÉTRICA
GRANDEZA
VETORIAL
DEPENDE DO INVERSO
FORÇA ELÉTRICA DA DISTÂNCIA AO
AÇÃO A QUADRADO
DISTÂNCIA
NATUREZAS NATUREZAS
OPOSTAS IGUAIS
ATRAÇÃO REPULSÃO
109
unificou as leis de Coulomb, Oersted, Ampère, Biot-Savart,
AULAS 5 e 6 Faraday e Lenz expressando todas essas leis em apenas
quatro equações.
CAMPO ELÉTRICO
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Campo elétrico
COMPETÊNCIAS: 5e6
HABILIDADES: 17 e 21
110
Resolução: O gráfico de E em função de d, mantendo a carga Q fixa, é
apresentado na figura a seguir:
Pela definição de campo elétrico, tem-se:
E = __F
q
Sendo F a força elétrica provocada, e q a carga de prova,
cujo valor, nesse caso, é 2 C.
Assim, substituindo na fórmula, temos:
20
E = __ GRÁFICO DE E VERSUS D
2
Terminando os cálculos, temos:
Aplicação do conteúdo
E = 10 N/C
1. Calcule o valor do campo elétrico produzido por uma
carga Q = 5 μC, num ponto que dista 5 cm dessa carga.
k0 · |Q|
multimídia: site E = __ .
d2
Substituindo os valores, obtém-se:
guiadoestudante.abril.com.br/estudo/resumo-de-fisi-
ca-campo-eletrico/ 9 · 109 · 5 · 10-6.
E = __
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/campo-eletrico.htm 52 · 10-4
Realizando os cálculos, resulta:
www.todamateria.com.br/campo-eletrico/
E = 1,8 · 107 N/C
www.efeitojoule.com/2009/01/campo-eletrico-e-con-
ceito-campo.html Direção:
__›
www.rc.unesp.br/showdesica/99_Explor_Eletrizacao/ A direção do campo é a mesma da força F e.
paginas%20htmls/Campo%20el%C3%A9trico.htm
Sentido:
1.° caso: a carga Q é positiva (Q > 0)
Se em P for colocada a carga pontual ___› q > 0, as cargas se
3. Campo elétrico de uma repelem (pois
__› Q > 0 e q > 0). Então E , em P, tem o mesmo
carga puntiforme Q fixa sentido de F e, isto é, de Q para P.
|Q|
E = k0 · ___ Se em P for colocada a carga
___› pontual q < 0, as cargas se
d² atraem. Como q < 0, então E , em P, tem sentido oposto ao
111
__›
de F e, e, isto é, de Q para P. Observando as duas situações, Se em P for colocada a carga ___› q < 0, as cargas se repelem.
é possível___› verificar que, Q > 0, o sentido do vetor campo Como__› q < 0, segue-se que E em P tem sentido oposto ao
elétrico E em P é de Q para P, qualquer que seja o sinal da de F e, isto é, de P para Q. Observe agora
___› que, sendo Q <
carga de prova. 0, o sentido do vetor campo elétrico E em P é de P para Q.
___› ___›
O campo elétrico E produzido por uma carga posi- O campo elétrico E produzido por carga negativa fixa
tiva fixa é de afastamento (divergente) em qual- é de aproximação (convergente) em qualquer ponto.
quer ponto.
112
2. Sabendo-se que o vetor campo elétrico no ponto A é
Aplicação do conteúdo nulo, a relação entre d1 e d2 é:
d1
__
a) = 4.
d2
d1
__
b) = 2.
d2
d1
__
c) = 1.
d2
d1 __
d) __ = 1.
d2 2
Resolução: d1 __
e) __ = 1.
Calculando o valor do campo elétrico produzido pela d2 4
carga A:
k0 · |Q| Resolução:
E = __
d2 Para que as distâncias sejam encontradas, é preciso anali-
Substituindo os valores, tem-se:
sar os campos elétricos no ponto A gerado por cada carga.
9 · 109 · 12
E = __ Se o campo no ponto A é nulo, isso significa que os campos
22
de A e B possuem o mesmo módulo e direção, mas em
Assim: sentidos opostos.
E = 2,7 · 1010 N/C Sendo Ed1 e Ed2, os campos produzidos pela carga +4q e
+q, respectivamente, temos:
Calculando o valor do campo elétrico produzido pela
carga B: Ed1 = Ed2
9 · 109 · 20
E = __
22 Substituindo:
Assim: k · |+q|
k0 · |+4q| ________
________
2
= 0 2
E = 4,5 · 1010 N/C d1 d2
Simplificando:
Lembre-se de que, para cargas positivas, o campo tem sen-
tido divergente à carga; para cargas negativas, o campo +4q ________
________ +q
tem sentido convergente à carga, ou seja: 2
= 2
d1 d2
Logo:
d12
__ =4
d22
d1
__ =2
d2
Alternativa B
3. Duas cargas puntiformes no vácuo, de mesmo valor
Q = 125 μC e de sinais opostos, geram campos elétricos
no ponto P (vide figura). Qual o módulo do campo elé-
trico resultante, em P, em unidades de 107 N/C?
113
Sabendo que o sen(a) = 3/5, temos:
ER = 2 · 45 · 107 · __3
5 ()
Concluindo, temos:
ER = 54 · 107 N/C
Lembrando que:
|E–q| = |Eq|
114
O número de linhas de força por unidade de área é
proporcional à quantidade de carga elétrica do corpo
ou partícula.
Aplicação do conteúdo
1. Observe o desenho das linhas de força do campo ele-
CARGA PUNTIFORME Q < 0.
AS LINHAS DE FORÇAS CHEGAM ÀS CARGAS NEGATIVAS. trostático gerado pelas pequenas esferas carregadas
com cargas elétricas e.
Quanto maior for o módulo da carga que origina o campo
elétrico, maior será o número de linhas de força. Na figura
a seguir, o módulo da carga positiva é maior que o da carga
negativa. Nas regiões em que as linhas estão mais próxi-
mas, a concentração de linhas de força é maior e o campo
elétrico é mais intenso. O campo elétrico é mais intenso
em A do que em B, por exemplo. No ponto N, o campo
elétrico é nulo.
115
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 21
Utilizar leis físicas e/ou químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto
da termodinâmica e/ou do eletromagnetismo.
Fenômenos eletromagnéticos estão presentes no cotidiano do mundo moderno. Desde a Segunda Revo-
lução Industrial, a eletricidade tomou conta da vida das pessoas. Entretanto, ainda trata-se de uma área
mais abstrata da física, uma vez que o objeto de estudo é pequeno demais aos olhos. A habilidade 21
cobra justamente que o estudante seja capaz de perceber, relacionar e interpretar os fenômenos eletro-
magnéticos cotidianos e trazer à luz a verdade por meio de respostas científicas.
MODELO 1
(Enem) Em museus de ciências, é comum encontrarem-se máquinas que eletrizam materiais e geram intensas
descargas elétricas. O gerador de Van de Graaff (Figura 1) é um exemplo, como atestam as faíscas (Figura 2) que
ele produz. O experimento fica mais interessante quando se aproxima do gerador em funcionamento, com a mão,
uma lâmpada fluorescente (Figura 3). Quando a descarga atinge a lâmpada, mesmo desconectada da rede elétri-
ca, ela brilha por breves instantes. Muitas pessoas pensam que é o fato de a descarga atingir a lâmpada que a faz
brilhar. Contudo, se a lâmpada for aproximada dos corpos da situação (Figura 2), no momento em que a descarga
ocorrer entre eles, a lâmpada também brilhará, apesar de não receber nenhuma descarga elétrica.
A grandeza física associada ao brilho instantâneo da lâmpada fluorescente, por estar próxima a uma descarga
elétrica, é o(a):
a) carga elétrica.
b) campo elétrico.
c) corrente elétrica.
d) capacitância elétrica.
e) condutividade elétrica.
ANÁLISE EXPOSITIVA
Essa é uma questão que exige do aluno saber diferenciar conceitos que se misturam no cotidiano. É preciso que
o candidato saiba diferenciar temperatura de sensação térmica e saiba qual propriedade física é responsável pela
situação apresentada na questão.
A condutividade térmica do alumínio é maior que a do vidro. Assim, o calor será transferido mais rapidamente pelo
alumínio.
RESPOSTA Alternativa B
116
MODELO 1
(Enem) Durante a formação de uma tempestade, são observadas várias descargas elétricas, os raios, que podem
ocorrer: das nuvens para o solo (descarga descendente), do solo para as nuvens (descarga ascendente) ou entre
uma nuvem e outra. As descargas ascendentes e descendentes podem ocorrer por causa do acúmulo de cargas
elétricas positivas ou negativas, que induz uma polarização oposta no solo.
Essas descargas elétricas ocorrem devido ao aumento da intensidade do(a):
a) campo magnético da Terra.
b) corrente elétrica gerada dentro das nuvens.
c) resistividade elétrica do ar entre as nuvens e o solo.
d) campo elétrico entre as nuvens e a superfície da Terra.
e) força eletromotriz induzida nas cargas acumuladas no solo.
ANÁLISE EXPOSITIVA
Excelente questão, pois cobra do aluno a explicação de um fenômeno natural muito comum, que é a
ocorrência de relâmpagos. O estudante deve ser capaz de explicar cientificamente o fato, utilizando-se
dos seus conhecimentos em eletricidade.
O aumento do campo elétrico entre as nuvens e o solo favorece o deslocamento de partículas carregadas
(íons) que causam as descargas elétricas.
RESPOSTA Alternativa D
DIAGRAMA DE IDEIAS
CARGA
ELÉTRICA
DEPENDE DO INVERSO
GRANDEZA
CAMPO ELÉTRICO DA DISTÂNCIA AO
VETORIAL
QUADRADO
CAMPO CAMPO
CONVERGENTE DIVERGENTE
117
Assim como a força elétrica, o campo elétrico é uma gran-
AULAS 7 e 8 deza vetorial. Os dois sempre terão a mesma direção, mas
o sentido depende do sinal da carga de prova q.
FORÇA ELÉTRICA E
CAMPO ELÉTRICO __› ___›
Observe que F e e E são grandezas
__› físicas diferentes,
___› ainda
que sejam grandezas vetoriais: F e é força e E é vetor campo
elétrico.
COMPETÊNCIAS: 5e6
HABILIDADES: 17 e 20
118
comparada com suas dimensões. É importante saber que
em placas reais existe um efeito de borda, no qual o campo
elétrico é distorcido nas extremidades das placas.
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Força Elétrica
119
2.1. Movimento de uma carga 3.º caso: a carga é lançada
elétrica puntiforme num CEU obliquamente às linhas de força
y
1.º caso: a carga é lançada paralelamente às
linhas de força ou abandonada do repouso hmáx →
E
→
g
→ +
E →
V0 →
P
→
F
q
+ → +
→
m v0 v q α
A B +
0 A x
→ − q
3. Pêndulo eletrostático
F
Como foi visto, dois corpos carregados com cargas opostas
Nesse caso, a carga executará um lançamento horizontal. se atraem. Considere dois corpos esféricos idênticos (de
120
mesma massa m) A e B, presos por fios ideais e isolantes
carregados com cargas de mesmo módulo, mas de sinais Aplicação do conteúdo
opostos. Quando próximos a eles, passa a atuar em cada
1. Um pêndulo simples, cuja extremidade inferior é com-
um uma força elétrica. No entanto, já atuavam, e conti- posta por um corpo de massa “m“ e carga elétrica posi-
nuam atuando, a força-peso, uma vez que o corpo possui tiva “q“, está imerso em um campo elétrico uniforme de
massa e está imerso no campo gravitacional terrestre, e a intensidade “E“, conforme a ilustração a seguir. Conside-
força tensora no fio, pois o fio está tensionado. re como “g“ o módulo da aceleração da gravidade local.
A B
A B a) Represente, em uma figura, todas as forças que
atuam sobre o corpo de massa “m“.
Primeiramente, deve-se indicar cada força que atua em cada b) Expresse, em termos das grandezas “m“, “q“, “E“
e “g“, se o ângulo é correspondente à situação de
corpo. A força-peso é dada pela fórmula P = m · g, e a força equilíbrio acima.
k0 |Q1| · |Q2|
elétrica é dada por Fe =_________ . Resolução:
d2
a) Seguem as forças que estão sendo aplicadas no
corpo:
T T
Fe Fe
A B
A P P
B
Assim, no equilíbrio, a soma das forças será nula, e é pos- b) A soma da força P com a força elétrica resultará em
sível afirmar que o módulo da força tensora é igual ao mó- uma força que irá igualar a força T em módulo. Por
geometria, não é difícil visualizar que:
dulo da soma vetorial da força elétrica e da força-peso.
Fel
______ tan(θ) = __
T = √ P2 + Fe2 P
Logo:
E·q
No equilíbrio, o fio e a horizontal formam um ângulo fixo tan(θ) = ____
m·g
θ. Utilizando as relações métricas no triângulo retângulo, é
Então:
possível escrever que:
F
tgθ = __e
P
( )
E·q
θ = arctan ____
m·g
2. Duas bolinhas iguais, de material dielétrico, de massa
m, estão suspensas por fios isolantes de comprimento
θ θ
L, presos no ponto P (ver a figura a seguir).
P T
T
Fe
A
Fe
A P
121
As bolinhas são carregadas com cargas “q”, iguais em mó-
dulo e sinal, permanecendo na posição indicada. Calcule o
ângulo θ em função de “m”, “g”, “q”, “d” e «0 (permissi-
vidade elétrica do ar).
Resolução:
(
θ = arctan ____2
q2
4 · π. «0 · m · g · d ) multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Péndulo eletrostático
122
DIAGRAMA DE IDEIAS
CARGAS
ELÉTRICAS
DEPENDEM DO INVERSO
GRANDEZA
CAMPOS ELÉTRICOS DO QUADRADO
VETORIAL
DA DISTÂNCIA
NA PRESENÇA DE
OUTRA CARGA:
FORÇA ELÉTRICA
123
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnológi-
H11
cos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científi-
co-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científi-
co-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas
Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
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