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CATARINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM MECATRÔNICA
Florianópolis – SC
2019
ADEMAR FAGUNDES DA SILVA
FLORIANÓPOLIS
2019
CDD 629.8
S586r
1 v.: il.
Inclui referências.
1. Robôs industriais. 2. Redutor de velocidade. 3. Backlash. I. Teichmann, Erwin Werner. II. Gesser,
Felício José. III. Título.
Agradeço a Deus por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades
encontradas no caminho.
Aos meus pais Delmiro e Vanda pelo amor e dedicação prestados durante toda
a minha vida e pelo incentivo para que eu continuasse e atingisse este objetivo.
A Juliane pelo apoio, incentivo e colaboração no desenvolvimento deste
trabalho.
Ao meu orientador Prof. Dr. Eng. Erwin Werner Teichmann, ao meu
coorientador Prof. Me. Eng. Felício José Gesser, que me apontaram o caminho,
instruindo com sabedoria e dedicação, acreditando no trabalho e não medindo
esforços para me auxiliar na realização do mesmo.
Ao Sr. Homero e a empresa Homabras Indústria Mecânica Ltda, e aos colegas
de trabalho Gentil, Cássio e Joab, pelo apoio na fabricação do protótipo.
A todos os amigos e colegas da turma que conviveram comigo durante todo o
período letivo e que contribuíram com agradáveis momentos de descontração e apoio
nos momentos difíceis, aos colegas Thiago e Willian que compartilhamos as viagens
para deslocarmos até a instituição.
A todos os professores do IFSC, que com profissionalismo e sabedoria usam
de sua vocação para engrandecer o conhecimento de seus alunos, em especial ao
Prof. Dr. Eng. Nelso Gause Bonacorso que sempre me auxiliou com seus
conhecimentos no decorrer do desenvolvimento deste trabalho.
RESUMO
With the technological advances, industrial machines and equipment are being
demanded more and more, those must ally high production rates and optimum product
quality. The drives for those equipment are one of the main responsible for the
expected accuracy, especially when dealing with precision drive, such as robotic joints
or CNC machines. In this context, the present work describes the development of a
gear reducer based on “worm shaft and gear” principle, with a preload system for
minimizing backlash on the output shaft. For this, studies were performed on the
methods of minimizing backlash in gears and transmission systems. In order to make
it possible to manufacture the prototype and carry out the necessary tests, the
mechanical design was developed and later the individual manufacturing of the
components used on the prototype of the transmission system were also carried out.
To perform the validation tests of the transmission system, an electric motor was used
to drive and warm up the system to achieve the operation temperature, leaving the
system closer to the working conditions. The results obtained were evaluated and
compared with the commercial systems available for similar applications, and a patent
application was also filed for the developed system.
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 13
1.2 OBJETIVOS......................................................................................................15
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................................17
2.3 Robô..................................................................................................................19
2.3.3.1 Redutores..........................................................................................29
4 RESULTADOS EXPERIMENTAIS........................................................................52
REFERÊNCIAS..........................................................................................................62
1 INTRODUÇÃO
1.2 OBJETIVOS
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.3 ROBÔ
Existem diversos tipos de robôs industriais e cada um desses tipos podem ser
empregados para realizar tarefas específicas com maior precisão e repetibilidade.
Esses tipos de robôs surgem por meio de combinações de juntas e elos para se obter
a configuração desejada, ainda podem ser utilizados mesas rotativas basculantes
6como acessórios para complementar os braços robóticos, formando eixos adicionais
para o posicionamento das peças a serem soldadas, montadas ou usinadas.
A Robotics Institute of America (RIA - Instituto de Robótica da América) define
robô, como um “manipulador reprogramável e multifuncional, projetado para mover
materiais, peças, ferramentas ou dispositivos específicos em movimentos variáveis,
programados para a realização de uma variedade de tarefas” (RIVIN, 1988).
A norma ISO 10218, item 3.10, apresenta uma definição para o termo robô,
como “uma máquina manipuladora, com vários graus de liberdade, controlada
automaticamente, reprogramável, multifuncional, que pode ter base fixa ou móvel para
utilização em aplicações de automação industrial”.
Para Pazos (2002), pode-se definir robô como uma máquina automática
programável, ou seja, uma máquina onde a energia é proveniente de uma fonte
externa, sendo que o trabalho depende de instruções previamente dadas pelo
operador, independentemente de quais meios sejam utilizados para inserir estas
instruções na máquina e o formato delas. Previamente, estas instruções são
denominadas como programa.
Segundo Niku (2013), os robôs são elementos muito importante na indústria de
hoje. Eles são capazes de realizar diversas tarefas e operações, são precisos e não
requerem os elementos comuns de segurança e de conforto que os serem humanos
necessitam.
Nas últimas décadas, os robôs tiveram papel fundamental em linhas de
produção automatizadas. Os modelos antigos e caros deram lugar para novos
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modelos com alta tecnologia empregada, devido às múltiplas funções e elevado nível
de confiança. Através das pesquisas constantes e novos desenvolvimentos, os robôs
são máquinas que sempre estão em processo de inovação e com bom desempenho
de suas múltiplas funções, seja na área automobilística, soldagem ou paletização,
aprimorando toda a cadeia de produção.
Pode-se citar a vasta utilização de robôs industriais nas linhas de montagens
automotivas, onde esses equipamentos são responsáveis por cerca de 70% das
atividades envolvidas na produção dos veículos.
Para a realização do movimento proposto pelo manipulador, são utilizados
atuadores, que são artefatos mecânicos que agem sobre a estrutura do manipulador
para proporcionar a interação com o meio. Qualquer estrutura não móvel do
manipulador pode ser chamada de elo, e a junção de um atuador com um elo é
chamado junta (GROOVER et al, 1988).
Segundo Niku (2013), os robôs podem ser feitos de uma sucessão de juntas e
elos em qualquer ordem (Figura 1). As juntas podem ser prismáticas (lineares) ou de
revolução (rotação), e podem mover-se e ter deslocamentos em diferentes planos e
direções.
- Bons para grandes robôs e cargas - Podem vazar, não apropriados para
úteis pesadas; ambientes limpos;
- Podem ser deixados na posição sem - Alto torque, alta pressão, grande
que ocorra algum dano; inércia no atuador.
FONTE: Adaptado de Niku (2013)
● Acionamento indireto: Uma vez que os atuadores das juntas são pesados, os
fabricantes tentam introduzir alterações no projeto que permitam redução do
peso nas juntas próximas ao pulso e transferir este peso, quando possível, para
a base. Desta forma consegue-se uma capacidade de carga maior para o
braço. Este tipo de acionamento é denominado indireto, já que o atuador fica
afastado da junta movida por ele. Neste tipo de acionamento, é necessário usar
algum tipo de transmissão de potência, como polias, correntes, rodas dentadas,
engrenagens, parafusos e correias, ou seja, o acionador é adaptado longe da
junta pretendida do manipulador. Entretanto, este método sofre efeitos
indesejados no desempenho do robô, devido à folga nas engrenagens, flexão
dos vínculos do manipulador e escorregamento dos sistemas de polias.
produtividade. Maior torque significa maior velocidade ou maior carga, e ambos são
desejáveis.
Na Figura 3, observa-se que o acionamento elétrico é mais vantajoso
economicamente em braços de pequeno e médio porte, ao passo que o acionamento
hidráulico é melhor quando se trata de gerar grandes potências e cargas.
Vantagens:
● Redução do ruído produzido;
● Aumento da exatidão (10 vezes maior);
● Elevada precisão, repetibilidade e resolução;
● Redução de folgas e movimento suave;
● Simplificação do sistema em que são inseridos;
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● Manutenção reduzida.
Desvantagens:
● Elevado custo inicial para aquisição, na ordem de 30 a 400%, mais caro
que um convencional;
● Grande relação diâmetro comprimento o que inviabiliza o seu uso no
punho de robôs.
2.3.3.1 Redutores
(c)
FONTE: Adaptado de Varitron (2019), Direct Drive (2019) e Redutores IBR (2019)
Para Nordin e Gutman (2002), o backlash é uma das mais importantes não
linearidades que limitam o desempenho dos sistemas de posicionamento. O termo
backlash está associado à folga entre as partes móveis de uma transmissão mecânica
e o seu controle tem sido estudado desde os anos de 1940. O conceito de pré-carga
é frequentemente sugerido como 0solução para o problema.
Gesser (2012), comenta em sua dissertação, acerca dos diversos fatores que
afetam a capacidade de uma mesa rotativa para realizar seu posicionamento de forma
precisa. Por se tratar de um eixo rotativo reversível, fatores como histerese e backlash,
têm contribuição relevante nos erros de posicionamento.
Para Slocum (2001), a pré-carga é um elemento-chave para melhorar a
repetitividade de posicionamento e historicamente tem sido considerada na criação
de elementos de máquinas de baixo custo e alta precisão.
A pré-carga é gerada ao se ajustar mecanicamente as peças em contato com
certa interferência em vez de folga. A técnica de pré-carregamento que funciona bem
em mancais de rolamento e fusos de esferas, é útil para engrenamentos.
A Figura 9 mostra detalhes da transmissão tipo “Roller Gear” que aplica com
propriedade o princípio da pré-carga. Os desenvolvedores do sistema “Roller Gear”
relatam um funcionamento com backlash zero e com boa eficiência ao empregar
elementos rolantes na coroa (TSUTSUMI E SAITO, 2004).
FONTE: Yu et al (2011)
A Figura 12, mostra a solução que a empresa Cone Drive desenvolveu para
diminuir o backlash no sistema através de fuso “sem fim” globoidal dividido. Essa
solução aumenta consideravelmente a capacidade de carga da transmissão por ter
um maior número de dentes em contato simultaneamente.
Parafuso
de ajuste
Outra solução encontrada é com a coroa dividida, onde uma de suas metades
é montada em cima do cubo, que é fixo no eixo, enquanto a outra metade é unida com
o auxílio de molas e um sistema de fixação para o deslocamento axial, permitindo
assim apenas o deslocamento angular, o qual realiza uma defasagem entre os dentes
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A solução proposta por Koichiro (2009), consiste de dois fusos “sem fim”
operando em lados opostos da coroa (Figura 17). Nesta solução, o engrenamento
ocorre em flancos opostos de dois dentes da coroa. Uma pré-carga é ajustada
eletronicamente pelo servodriver do motor escravo para eliminar o backlash. O
princípio de duplo acionamento pode ser encontrado ainda em transmissões pinhão-
cremalheira, onde é conhecido como acoplamento Tandem.
Após análise das soluções citadas acima, as que mais chamaram atenção e
que mais se alinham com a proposta deste trabalho, foram as com o princípio de pré-
carga, dentro das quais se encontram a patente número 02, a solução encontrada por
Kiochiro, e, por último, o resultado desenvolvido por Gesser em sua dissertação de
mestrado.
Figura 19 - Concepção 1
Figura 22 - Concepção 4
4 RESULTADOS EXPERIMENTAIS
b) Torquímetro de relógio;
Fabricante: Torqueleader; Modelo ADS4; Número de série 0BZ009070;
Capacidade de Torque: 0 a 4 Nm;
Incerteza de medição para o torque de 1 Nm: ± 3,75 % (na temperatura
ambiente de 20 °C, conforme dados do certificado de calibração que
acompanha o torquímetro).
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Procedimento empregado:
Foram realizadas cinco medições em cada uma das posições de 0°, 90°, 180°
e 270°.
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4
2
6
REFERÊNCIAS
DOUGLAS, Walter H. et al. Gear reducer with tandem drives to the output. Patent
n° US 4229991 A, 1980.
MATSUMOTO Machine Co. Comparison between OTT worm and wheel gear and
double lead worm gear used for rotary tables. Disponível em:
<http://www.mmkchuck.com/english/product/table_point.html>. Acesso em: 11 maio
2019.
NETO, Adão de Melo. Robótica Industrial. São Paulo, 2017. Disponível em:
<https://www.ime.usp.br/~adao/ROBOTICAINDUSTRIAL1.pdf>. Acesso em: 30 jun.
2019.
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RIVIN, E. Mechanical Design of Robots. 1. ed. McGraw-Hill Inc., New York: 1988.
ROMANO, Vitor F. Robótica industrial. Ed. Edgard Blücher Ltda. 1. ed., 2002.
WALTER et al. Gear Reducer With Tandem Drives to The Output. Patente n°
US4229991A. 1978. Disponível em:
<https://patents.google.com/patent/US4229991A/en>. Acesso em: 20 jan. 2019.
ANEXOS
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