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Realizar

processos
diários na
instituição
de infância

Nível 3
MÓDULO 9

1
Módulo 9 – Realizar processos diários na instituição de infância

Autores envolvidos na
conceptualização do manual Informações gerais
© Fotos: Punda Milea, Associação Wona Sanana,
Os autores envolvidos na concepção deste manual são
Pequenos Alimos, Colégio Paraíso.
Prazeres Sena Goncalves e Svetlana K.-Drivdale.
Elaborado em Maputo, 2012
Harmonização, edição da linguagem e conceitos e
design de Svetlana K.-Drivdale e Iria Diana Pereira.

Colaboração e apoio técnico de Gesine Grosse Ruse e


Judith Emelina Mapanzene da Associação Nhapupwe,
Suzana Duarte, e Kordula Mulhanga. Requisitos de inscrição no módulo:

Conclusão com êxito da 10a classe ou certificado


Agradecimentos vocacional 2 em Educação de Infância. Conclusão com
êxito dos seguintes módulos: ‘Observar crianças numa
Especiais agradecimentos a todas as colegas de grupo
pelo apoio na elaboração deste guião; a Associação instituição de infância’, ‘Explicar como a criança
Wona Sanana e Associação Nhapupwe, pelas ideias aprende (I)’, e ‘Promover interacções respeitosas e
práticas e pelos exemplos de como tratar as crianças eficazes com e entre as crianças’.
com respeito e carinho no tempo de processos diários.
Progressão

A conclusão com êxito deste módulo é necessária


para a inscrição em todos os módulos do certificado
vocacional 4 em Educação de Infância. Este módulo
em especial serve como base para o módulo ‘Cuidar
dos bebés’ no certificado vocacional 4.

NÚMERO DE HORAS NORMATIVAS: 80 horas

NÚMERO DE CRÉDITOS: 8

2
Colecção dos guiões para a formação de Nível 3
Nota: Todos os guiões servem como referência e complementam o Programa Educativo
Nacional de Educação Pré-escolar do MMAS
Módulo 1 - Observar crianças na instituição de Módulo 11 - Estimular a linguagem oral na
infância - Manuais VERDES para módulos sobre criança - Manuais VERMELHOS para módulos sobre
processos pedagógicos actividades que beneficiam o desenvolvimento da
criança
Módulo 2 - Explicar como a criança aprende (I)
– Manuais LARANJA para módulos de Base Módulo 12 - Promover a expressão musical e
(abordagem chave) dramática nas crianças - Manuais VERMELHOS
para módulos sobre actividades que beneficiam o
Módulo 3 - Produzir e utilizar os materiais desenvolvimento da criança
pedagógicos - Manuais VERMELHOS para módulos
sobre actividades que beneficiam o Módulo 13 - Comunicar e colaborar com a
desenvolvimento da criança família - Manuais VERDES para módulos sobre
processos pedagógicos
Módulo 4 - Demonstrar conhecimentos da
Educação Inclusiva e Centrada na Criança - Módulo 14 - Explicar como a criança aprende -
Manuais LARANJA para módulos de Base Manuais LARANJA para módulos de Base
(abordagem chave) (abordagem chave)

Módulo 5 - Preparar ambiente estimulante Módulo 15 – Levar a cabo uma experiência de


para actividades livres (I) - Manuais VERMELHOS trabalho numa instituição de infância
para módulos sobre actividades que beneficiam o (Experiência de trabalho) - Manuais AZUIS para
desenvolvimento da criança Experiência de trabalho e avaliação integrada

Módulo 6 - Promover interacções respeitosas Módulo 16 – Melhorar o acompanhamento


e eficazes com e entre as crianças - Manuais das crianças nas actividades livres (Avaliação
VERDES para módulos sobre processos pedagógicos Integrada) - Manuais AZUIS para Experiência de
trabalho e avaliação integrada
Módulo 7 - Preparar ambiente estimulante
para actividades livres (II) - Manuais VERMELHOS
para módulos sobre actividades que beneficiam o
desenvolvimento da criança

Módulo 8 - Acompanhar crianças nas


actividades livres - Manuais VERDES para
módulos sobre processos pedagógicos

Módulo 9 - Realizar os processos diários na


instituição de infância - Manuais VERDES para
módulos sobre processos pedagógicos

Módulo 10 - Lidar com comportamentos


desviantes de crianças (I) - Manuais VERDES para
módulos sobre processos pedagógicos

3
Índice

Agradecimentos e informações gerais .............................................................................................................. 2


Índice.................................................................................................................................................................. 4
Introdução ......................................................................................................................................................... 7
Plano do Módulo e Avaliação ................................................................................................................. 8
Dicas para o formador ........................................................................................................................ 11

TEMA I: Definir os tipos e a importância dos processos diários e acompanhar as crianças nos momentos
de chegada e saída ......................................................................................................................... 2
1. Identifica os processos diários na instituição de infância e define as suas características e objectivos na
base da Educação Inclusiva e Centrada na Criança (EICC) ........................................................................ 2
2. Assegura as condições básicas adequadas para as crianças nos tempos de chegada e saída .................... 20
3. Recebe e entrega as crianças com afectividade e atenção individualizada, ajudando a fazer a transição
entre a casa e a instituição ...................................................................................................................... 22
4. Comunica com os pais de maneira respeitosa na chegada e saída ............................................................ 22
IMPLEMENTAÇÃO DO TEMA I.......................................................................................................................... 27

TEMA II: Acompanhar as crianças nos processos de alimentação ............................................................. 2


1. Define o que constitui uma alimentação equilibrada para as crianças ....................................................... 30
2. Assegura condições básicas apropriadas durante a refeição ...................................................................... 34
3. Promove nas crianças autonomia e relaciona-se com elas com respeito durante a refeição .................... 35
4. Assegura a alimentação das crianças com necessidades especiais no mesmo espaço, disponibilizando o
apoio necessário ..................................................................................................................................... 35
5. Conversa com as crianças duma maneira espontânea no tempo da refeição ........................................... 35
IMPLEMENTAÇÃO DO TEMA II......................................................................................................................... 39

TEMA III: Acompanhar as crianças nos processos de asseio e, lidar com doenças comuns....................... 41
1. Identifica actividades chave de asseio (higiene), explica a sua importância e identifica condições básicas
necessárias para cuidar da higiene das crianças .................................................................................... 42
2. Identifica sintomas de doenças contagiosas comuns nas crianças e age adequadamente ........................ 46
3. Acompanha as crianças (incluindo as que têm necessidades especiais) de forma respeitosa, nos tempos
de higiene, conversando com elas sobre a importância da higiene ....................................................... 47
IMPLEMENTAÇÃO DO TEMA III........................................................................................................................ 53

4
TEMA IV: Acompanhar as crianças nos processos de repouso .............................................................. 55
1. Assegura condições básicas para um bom repouso das crianças .............................................................. 56
2. Acompanha as crianças no tempo de repouso de maneira adequada ..................................................... 58
3. Diferencia as crianças que precisam e não precisam de dormir, considerando os ritmos e necessidades
diferentes de cada criança .......................................................................... Error! Bookmark not defined.
4. Envolve nas actividades repousantes as crianças que não precisam de dormir Error! Bookmark not defined.
IMPLEMENTAÇÃO DO TEMA IV ....................................................................................................................... 62

TEMA V: Garantir a segurança das crianças e prestar os primeiros socorros de acordo com a situação .... 2
1. Promove a segurança da criança na instituição identificando e prevenindo perigos e acidentes .............. 66
2. Identifica causas do acidente e presta os primeiros socorros de maneira adequada, usando a caixa de
primeiros socorros disponível na instituição ......................................................................................... 71
3. Distingue situações simples de situações complicadas e pede ajuda ou auxílio do centro de saúde,
aplicando medidas de emergência antes da ajuda chegar ..................................................................... 71
IMPLEMENTAÇÃO DO TEMA V ........................................................................................................................ 76

Reflexão ........................................................................................................................................................... 77
Bibliografia do Módulo 9 ................................................................................................................................. 78

5
@ Escolinha Punda Milea da Associação KULANI

6

Introdução
Como a criança Aprende I

Importância e resumo do módulo

Os dias da criança, na instituição de infância, estão estruturados à volta dos


processos diários. Processos esses, como chegada e saída, alimentação, asseio e
repouso, frequentemente ocupam mais tempo na instituição de infância, do que
as actividades educativas.

Ao mesmo tempo, muitas vezes os educadores e os auxiliares não dão a atenção


devida a esses processos, considerando-os só como tarefas necessárias, que
devem ser feitas o mais rápido possível. Esta visão resulta, em que, esses
Módulo 9
processos muitas vezes sejam realizados duma forma mecânica, sem respeitar
as necessidades individuais das crianças, ou considerar aquilo que elas podem
aprender nesses momentos.

Na realidade, os processos diários têm muitas funções importantes, que


incluem, por exemplo, o desenvolvimento de bons hábitos e da autonomia das
crianças, a transição entre a família e a instituição, o reforço de ligação
individual entre o educador e a criança, a aprendizagem das crianças sobre o seu
corpo e a saúde, entre outros. Os auxiliares normalmente estão mais envolvidos
nos processos diários e, por isso, também devem saber como acompanhar as
crianças nesses momentos de maneira respeitosa, promovendo ao mesmo
tempo o seu bem-estar e a aprendizagem . Por isso, os educadores que estudam
neste módulo, devem disseminar as ideias e as praticas apresentadas aqui, aos
seus colegas nas instituições de infância.

Após a conclusão deste módulo os formandos


serão capazes de:

1. Definir os tipos e a importância dos processos diários e acompanhar as


crianças nos momentos de chegada e saída
2. Acompanhar as crianças nos processos de alimentação
3. Acompanhar as crianças nos processos de asseio e, lidar com doenças
contagiosas
4. Acompanhar as crianças nos processos de repouso
5. Garantir a segurança das crianças e prestar os primeiros socorros de acordo
com a situação

7
Plano do Módulo e Avaliação
Plano do módulo

Horas totais: 80h


Aulas teóricas: 15h 30 min; Prática (no local de prática): 64h 30 min (escritas em itálico)

Tema e subtema Horas Tipo de


avaliação
Introdução (apresentação do formador, temas e subtemas e a sua 30min
avaliação, cópias)

Tema I: Definir os tipos e a importância dos processos diários e 13h30min


acompanhar as crianças nos momentos de chegada e saída
Subtema 1: Identifica os processos diários na instituição de infância e 1h30min Teste 1
define as suas características e objectivos na base da Educação
Inclusiva e Centrada na Criança (EICC)
Subtema 2: Assegura as condições básicas adequadas para as crianças 1h Teste 1
nos tempos de chegada e saída
Subtema 3: Recebe e entrega as crianças com afecto e atenção 2h Demonstração 1
individualizada, ajudando a fazer a transição entre a casa e a
instituição
Subtema 4: Comunica com os pais de maneira respeitosa na chegada e
saída
Implementação do Tema I 9h

Teste 1 30min
(Ou juntar este teste com os testes 2 e 3)
Tema II: Acompanhar as crianças nos processos de alimentação 17h
Subtema 1: Define o que constitui uma alimentação equilibrada para 2h Teste 1
as crianças
Subtema 2: Assegura condições básicas apropriadas durante a refeição 2h Demonstração 2

Subtema 3: Promove nas crianças autonomia e relaciona-se com elas 3h Demonstração 2


com respeito durante a refeição
Subtema 4: Assegura a alimentação das crianças com necessidades
especiais no mesmo espaço, disponibilizando o apoio necessário
Subtema 5: Conversa com as crianças duma maneira espontânea, no
tempo da refeição
Implementação do subtema Tema II e Continuação da Implementação 10h
do Tema I
Teste 2 20min
(Ou juntar este teste com os testes 1 e 3)

8
Tema III: Acompanhar as crianças nos processos de asseio e, lidar 14h 30min
com doenças comuns
Subtema 1: Identifica actividades chave de asseio (higiene), explica a 1h Teste 3
sua importância e identifica condições básicas necessárias para cuidar
da higiene das crianças.
Subtema 2: Identifica sintomas de doenças comuns nas crianças e as 1h 30 min Teste 3
maneiras de agir adequadamente.
Subtema 3: Acompanha as crianças (incluindo as que têm necessidades 3h Demonstração 3
especiais) de forma respeitosa, nos tempos de higiene, conversando
com elas sobre a importância da higiene.
Implementação do Tema III e Continuação da implementação dos 9h
temas II e III

Testes 1, 2 e 3 1h 20min

Demonstrações 1,2,3 2h
- reais ou simuladas –

Tema IV: Acompanhar as crianças nos processos de repouso 12h


Subtema 1: Assegura condições básicas para um bom repouso das 1h Demonstração 4
crianças.
Subtema 2: Acompanha as crianças no tempo de repouso de maneira 3h Demonstração 4
adequada.
Subtema 3: Diferencia as crianças que precisam e não precisam de
dormir, considerando os ritmos e as necessidades diferentes de cada
criança.
Subtema 4: Envolve nas actividades repousantes as crianças que não
precisam de dormir.
Implementação do Tema IV e Continuação da implementação dos 8h
temas I a III

Tema V: Garantir a segurança das crianças e prestar os primeiros 14h30min


socorros de acordo com a situação
Subtema 1: Promove a segurança da criança na instituição 1h30min Produto
identificando e prevenindo perigos e acidentes.
Subtema 2: Identifica causas do acidente e presta os primeiros 9h Demonstração 5
socorros de maneira adequada, usando a caixa de primeiros socorros
disponível na instituição.
]

Subtema 3: Distingue situações simples de situações complicadas e


pede ajuda ou auxílio do centro de saúde, aplicando medidas de
emergência antes da ajuda chegar.

9
Implementação do Tema V e Continuação da implementação dos 4h
temas I a IV

Produto 1h

Demonstrações 4 e 5 1h30min
- reais ou simuladas –

Reflexão 1h

Avaliação

AS FORMAS DE AVALIAÇÃO DESTE MÓDULO


A avaliação é realizada em 2 formatos: testes e/ou produtos escritos, produtos escritos,
e demonstrações. As demonstrações são realizadas no Centro de Pratica do formando.
Tema Subtemas avaliados através Subtemas avaliados em forma de
dum teste ou produto demonstração real
escrito
I 1,2 3, 4
II 1 2, 3, 4, 5
III 1 2, 3
IV - 1,2,3,4
V 1 2,3

A AVALIAÇÃO DE FORMANDOS COM NECESSIDADES ESPECIAIS


Para evitar que os formandos com necessidades especiais sejam prejudicados, podem ser produzidas as evidências
requeridas ou modificadas para a certificação destes candidatos. Contudo, para a modificação ocorrer, ela não deve diluir
a qualidade das especificações do módulo. Em todos os casos todas as modificações estão sujeitas a aprovação pelo
PIREP.

10
Dicas para o formador
Aula de introdução ao módulo
No início do módulo (aula de Introdução) o formador deve
 entregar aos formandos cópias do plano do módulo e a tabela das avaliações;
 informá-los sobre a característica do módulo, os seus temas e subtemas e a avaliação dos mesmos.
 entregar ao chefe da turma uma cópia de todos os Textos Resumos e informar os formandos que cada um deve tirar
uma cópia deles. Uma pasta com o conjunto destas cópias deve ser trazida pelos formandos, para cada aula.

Dicas gerais
• Antes de iniciar as aulas o formador deve ter lido sobre o que vai ensinar, sobre se quer adicionar outros materiais de
aprendizagem para além dos sugeridos ou substituir em caso de falta e preparar todos os materiais de ensino –
aprendizagem. O Formador deve ter lido todo o manual para ter uma visão completa do que vai ensinar e poder fazer
ligações ou avisar sobre algum aspecto caso seja necessário.
• Preste atenção que em cada ACTIVIDADE encontrará na parte lateral esquerda algumas dicas específicas:
- Notas de orientação para o formador
 - Tempo previsto
 - Material e Recursos necessários
- Preparação do formador à aula
Lembre-se que na falta de alguma das recomendações confie na sua criatividade
• Os exercícios encontram-se em Português, mas é importante usar a língua materna do formando para que o
conhecimento seja apropriado ao seu contexto sociocultural.
• Dentro de um subtema podem surgir discussões que tocam assuntos de subtemas seguintes – neste caso é preciso
ser flexível: tratar imediatamente dos conteúdos ou remete-los para mais tarde.
• Nos debates e em outras actividades deve em primeiro lugar, deixar os voluntários contribuírem.
• Sempre dar tempo para debates entre os formandos em relação a perguntas e dúvidas que apresentem.
• Ao preparar as aulas o formador deve calcular o tempo que precisa para cada actividade tomando em consideração
que:
o deve dar todos os subtemas com as suas actividades porque o PIREP exige a aviação de todos os subtemas com os
seus respectivos aspectos
o dependendo das suas características, que são diferentes, as actividades precisam de diferentes tempos.
• Nos exercícios e noutros trabalhos em grupos pequenos, deve avisar-se aos formandos 5 a 10min antes que a
actividade termine.
• O formador deve ser flexível e inventar outros exercícios se um debate o exigir.

O processo de ensino-aprendizagem
O processo de ensino - aprendizagem deste módulo deve ser activo, reflexivo e centrado no formando, dando ao
formando sempre tempo e possibilidade para apresentar dúvidas e perguntas abertas.

11
@ Associação Nhapupwe

“A rotina diária oferece um enquadramento comum de apoio às crianças


à medida que elas perseguem os seus interesses e se envolvem
em diversas actividades de resolução de problemas”

(Educar a Criança, p.224)

12
I Definir os tipos e a importância dos processos diários
e acompanhar as crianças nos momentos de chegada e saída

Subtemas
1. Identifica os processos diários na instituição de infância e define as
suas características e objectivos na base da Educação Inclusiva e
Centrada na Criança (EICC).
2. Assegura as condições básicas adequadas para as crianças nos tempos
de chegada e saída.
3. Recebe e entrega as crianças com afecto e atenção individualizada,
ajudando a fazer a transição entre a casa e a instituição.
4. Comunica com os pais de maneira respeitosa na chegada e saída.

Resumo da aprendizagem
Tema I

Neste tema é importante levar os formandos a identificarem as


características dos processos diários numa instituição que trabalha na
base da Educação Inclusiva e Centrada na Criança. Os formandos também
devem aprender como proporcionar as condições adequadas e
acompanhar as crianças nos momentos de chegada e saída.

Lembrete ao formador
Lembre-se que para o formando aprender melhor todos os conceitos
ensinados, é importante começar cada um dos subtemas com um resumo
dos conceitos ensinados e aprendidos no subtema anterior.
O formador deve avisar os formandos na aula anterior, quais os recursos
que devem trazer para a aula seguinte.
O formador deve relembrar os formandos que devem:
Sempre levar consigo o conjunto das cópias que tiraram dos textos
distribuídos, pois podem ser pedidos para utilização e revisão.

13
TEMA I
1. Nomeia os princípios de aprendizagem da criança
Subtema 1: Identifica os processos diários na instituição de infância e define as
suas características e objectivos na base da Educação Inclusiva e Centrada na
Criança (EICC).

 Notas para o formador Actividade

• Comece por introduzir o módulo, DEBATE E TRABALHO EM GRUPOS


1. O formador começa por saber de todos os formandos, as suas ideias e as
explicando os conteúdos, as
suas experiências, do que a criança faz numa Instituição de Infância
aulas práticas, e as avaliações
durante o dia, desde que chega até que sai. Incentiva que cada
que serão realizadas.
formando coloque as suas ideias e que os colegas dêem a sua opinião
• Se ainda não o fez, entregue o sobre elas. Modera esse debate.
conjunto de todos os Textos, ao 2. Sugere que leiam o TEXTO RESUMO 1, pede a um voluntário que o faça
chefe da turma, para copiar para em voz alta enquanto todos os outros escutam.
cada formando. (Os Textos 1 e 2 3. Sugere depois que se dividam em grupos pequenos (4-5 formandos) e
já devem ser copiados para essa respondam às seguintes questões, anotando as respostas resumidas por
aula.) escrito. Distribui a cópia das questões por cada grupo (EXERCÍCIO 1):

Questões a partir do texto 1:


 Tempo a. Enumere os processos diários que conhece.
1 hora 30 min b. Quais os três grandes domínios da área da saúde?
c. Como deve ser o ambiente, segundo o texto, para fazer face às
necessidades da criança?
d. Porque as rotinas nas crianças devem ser constantes?
 Materiais e. Qual a ajuda da rotina para o desenvolvimento da criança?
• Tire uma cópia do Texto f. Descreva uma rotina adequada para a criança de 3-5 anos
Resumo 1 e 2 – para o
formador
• Tire cópias do Exercício 1 (uma 4. Cada pequeno grupo apresenta o seu trabalho à turma, todos os outros
cópia para cada grupo de 4-5 colegas devem reflectir e comentar sobre o que escutaram.
formandos) O formador faz os seus comentários e acrescenta alguma coisa nova, se
for necessário, resumindo os pontos mais importantes.
• Cada formando usa a sua cópia
dos Textos 1 e 2.
DEBATE
• Prepare quadro, giz e cartões
1. Fazem discussão aberta em pares, sobre o que seria diferente nos
para escrever.
processos diários, numa instituição que promove Educação centrada no
Educador (ECE), e Educação Inclusiva e Centrada na Criança (EICC).
 Preparação Partilham algumas ideias em todo o grupo, enquanto o formador anota
• Estude o Texto Resumo 1 e 2 no quadro.
• Prepare cartões com 2. A seguir o formador distribui os cartões preparados com características
características de processos de processos diários, em ordem misturada, no chão, na mesa, ou no
diários na base de ECE e EICC quadro (fixando com prestik). Chama 1-2 voluntários para arrumar os
(veja a tabela com cartões em 2 colunas – características de processos diários no contexto
características em baixo das de ECE e EICC.
actividades)

14
3. A seguir os formandos devem ler individualmente o TEXTO 2, comparar com aquilo que fizeram
com os cartões, e fazer mudanças nas colunas de cartões, se for necessário. Se acharem que
falta algo nos cartões, podem escrever alguns aspectos nos cartões vazios, e acrescentar nas
colunas.

4. No fim discutem, primeiro em pares e depois com todo o grupo, as dúvidas que tenham, sobre
como os processos diários poderiam funcionar numa instituição baseada na EICC.

 Incentive os formandos a rever os Textos 1 e 2, em casa. As partes escritas


em itálico são as mais importantes para a preparação do teste.

15
Tabela de características de processos diários na base de ECE e EICC
[Tema I – subtema 1]

NOTA: Prepare 11 cartões em tamanho de A4 ou A3. Escreva os seguintes


conteúdos em cada cartão, inclusivamente os cartões de capas
(Processos diários no ECE, e Processos diários no EICC).

Em contexto de ECE, Em contexto de EICC, os


os processos diários… processos diários…

Promovem a saúde das crianças

Promovem bons hábitos nas crianças

Promovem cuidados rápidos e eficazes Permitem dar atenção individual e


do grupo das crianças respeitosa às crianças e suas
necessidades concretas

Não promovem nenhuma relação Facilitam a transição e relação entre a


entre a família e a instituição casa (família) e a instituição

Permitem às crianças
São geridos pelo educador (ele decide escolher e decidir algo
quando ir à casa de banho, como
sentar-se para almoçar, servir a
refeição…) Estimulam conversas sobre
boa higiene, nutrição etc.

*ECE – Educação Centrada no Educador


EICC – Educação Inclusiva e Centrada na Criança

16
Materiais para fotocopiar

Texto Resumo 1
- Importância das rotinas /processos diários -
[Tema I – subtema 1]

Uma parte da educação da criança, desde pequena, consiste em criar certos hábitos,
horários e rotinas. Desta rotina diária das crianças, fazem parte os processos da chegada e
saída, alimentação, asseio, repouso, mais as actividades livres e dirigidas.

A rotina diária na infância desde bebé, é muito importante, uma vez que proporciona à
criança uma estrutura do dia que ela segue e compreende. Deve ser consistente, permitindo
que a criança antecipe os acontecimentos que se vão seguir, criando assim o sentido de
segurança na criança. Em situações difíceis (por exemplo, perda dum familiar, mudança da
casa etc.), uma rotina estável ajuda a criança a adaptar-se à situação duma maneira
saudável. A rotina dá confiança à criança e promove a sua autonomia.

As crianças têm necessidade de sentir o seu ambiente organizado e previsível. A rotina


funciona como um tipo de moldura que organiza os três grandes domínios na saúde da
criança: o físico, o psicológico e o social. Assim, a falta da rotina diária prejudica o bem-estar
da criança.

É preciso lembrar que uma rotina adequada deve ser acompanhada de afecto e flexibilidade
por parte dos educadores e dos pais. Não é preciso seguir a rotina com rigidez; as
excepções podem ser feitas para os momentos especiais e para as situações espontâneas.

A rotina também ajuda a criança a perceber melhor as noções do tempo: a criança aprende
que existe o seu tempo para várias actividades, como chegada, asseio, alimentação, e
outros, e que uma actividade segue a outra. Ela funciona também como um suporte para o
educador pois permite-lhe gerir melhor o seu tempo e planificar o dia.

17
Exercício 1
Questões a partir do texto 1
[Tema I – subtema 1]

1) Enumere os processos diários que conhece

2) Quais os três grandes domínios da área da saúde?

3) Como deve ser o ambiente, segundo o texto, para fazer face às necessidades da criança?

4) Porque é que as rotinas nas crianças devem ser constantes?

5) Qual a ajuda da rotina para o desenvolvimento da criança?

6) Proponha uma rotina adequada para a criança de 3-5 anos:

Use o espaço atrás se for necessário,


colocando o número da pergunta.

18
Texto Resumo 2
- Características e objectivos dos processos diários
na base de Educação Inclusiva e Centrada na Criança -
[Tema I – subtema 1]

Características de processos diários na base de EICC:

• O educador utiliza os processos diários para promover a saúde e bons hábitos na criança

• O educador presta atenção às necessidades individuais das crianças (conversa com a criança,
verifica como esta, não faz pressão)

• O educador dá oportunidades às crianças para escolherem e decidirem algo (onde vou


sentar no almoço, quando vou à casa de banho etc.)

• O educador trata as crianças com respeito (sem envergonhar, rir, pegar de maneira brusca etc.)

• O educador deixa que as crianças façam sozinhas o que são capazes de fazer

• O educador aproveita os processos diários como momentos de aprendizagem (ex., para explicar
porque é importante lavar as mãos, conversar sobre as frutas que gostam, no almoço, etc.)

• O educador tenta fazer os processos diários semelhantes aos da família, promovendo um sentido
da família no centro infantil ou na escolinha (por ex., sentarem juntos numa esteira para comer,
conversar, etc.)

19
TEMA I
2. Define 2:
Subtema como a aprendizagem
Assegura activa
as condições acontece
básicas na criança
adequadas para as crianças nos
tempos de chegada e saída.

 Notas para o formador


Se não trabalha numa instituição de
infância no dia-dia, é recomendado Actividade
que faça uma visita e observe os
tempos da chegada e da saída num SIMULAÇÃO
centro ou numa escolinha, 1. Os formandos simulam as condições físicas nas quais as crianças
inclusivamente os materiais que as
tradicionalmente se encontram, no momento da chegada ou da saída,
crianças utilizam nesses momentos, e
nas instituições da infância que observaram. Para isso deve preparar
as actividades que realizam. Depois
alguns objectos como: mochilas e alguns brinquedos, que os
reflita, como poderia melhorar o que
formandos podem utilizar.
observou, na base da EICC. Isso pode
ajudá-lo a preparar-se bem para dar 2. A seguir o formador estimula uma discussão sobre o que as crianças
os subtemas 2 a 4. podem sentir e aprender nessas condições.
3. Debate com os formandos, sobre como poderiam melhorar as
condições físicas, no momento de chegada e saída, para que sejam
mais ‘inclusivas e centradas na criança’. Em especial, discutem e
 Tempo “melhoram”, no espaço físico simulado, os seguintes aspectos:
1 hora
• Os lugares para as mochilas (se os lugares são acessíveis às
crianças, se estão marcados com o nome ou símbolo de
cada criança; se as próprias crianças penduram/colocam
 Materiais e tiram a sua mochila).
• Tire uma cópia do Texto
• Onde é que ficam as crianças na chegada e saída (no interior,
Resumo 3 – para o formador
exterior, ambos; o espaço é amplo ou pequeno; existem
• Para a simulação dos espaços para os pais e filhos para conversar)
momentos de chegada e saída,
prepare: • Que tipos de materiais tem o espaço? Existem em número
o Lugares para as ‘crianças’ suficiente e diversificado para o número de crianças?
deixarem as suas mochilas;
algumas mochilas para 4. Sugere aos formandos que se dividam em equipas nas quais
simulação
realizam a pratica. Devem ler o TEXTO RESUMO 3, e anotar se no
o Espaço amplo para a
realização de várias local da sua prática, existem condições físicas adequadas para os tempos
actividades de chegada e saída.
o Diversos e suficientes 5. No final podem partilhar e debater algumas das suas conclusões, e o que
materiais, para as poderiam fazer para melhorar o ambiente físico, nos tempos da chegada
actividades livres (utilize e saída.
alguns materiais produzidos
nis módulos 5 e 7)

• Cada aluno deve trazer o Texto  Lembre aos formandos que revejam o Texto 3 em casa.
3. Caso tenham decidido fazer o Teste 1 separadamente dos outros testes,
avise aos formandos que terão um teste escrito sobre o Tema I, depois
 Preparação das aulas de implementação do Tema I.
• Estude o Texto Resumo 3

20
Materiais para fotocopiar

Texto Resumo 3
- Condições básicas para os momentos de chegada e saída -

[Tema I – subtema 2]

Os momentos de chegada e saída são os momentos de transição entre a família e a


instituição. Para proporcionar um sentido de segurança que a criança necessita nesses
momentos, é importante que este tempo esteja bem organizado. Devem estar disponíveis,
algumas áreas de actividades livres, com materiais suficientes para o número das crianças.
Mesmo como nas actividades livres noutro período do dia, a criança deve ter algumas
escolhas para decidir, o que ela quer fazer nessas áreas. Realizar uma actividade que a
criança gosta e onde pode agir livremente e com vontade, ajuda a criança a fazer a
transição entre a família e a instituição de infância.

Para facilitar a transição é importante também o lugar onde a criança é recebida. Se todas
as crianças ficam na mesma sala ao entrar, o sítio pode ficar muito barulhento. A escolha
livre dos materiais e áreas de actividades também pode ser dificultada, numa sala cheia de
crianças. Assim é importante assegurar que as crianças fiquem num sítio onde se sintam
confortáveis. Uma boa opção será cada turma ficar no seu grupo. Outra opção será a
maioria das crianças ficarem, no espaço ou parque infantil no exterior, onde também podem
ter algum material para actividades livres.

Os tempos de chegada e saída são bons momentos para apoiar as crianças a cuidar das suas
coisas e dos materiais que estão a usar. Por exemplo, ao entrar, a criança deve encontrar
sozinha, o lugar para a sua mochila (que deve estar marcado com um desenho/símbolo e o
nome da criança). Ao sair, deve de novo pegar a sua mochila e também arrumar os
brinquedos que utilizou. Para isto acontecer, é importante que a instituição organize os
sítios permanentes para as mochilas das crianças de cada grupo, como já foi recomendado e
que proporcione os materiais diversos para serem usados nesses momentos.

21
TEMA I
3. Define as necessidades e a sua ordem / hierarquia
Subtema 3: Recebe e entrega as crianças com afecto e atenção individualizada,
ajudando a fazer a transição entre a casa e a instituição.
Subtema 4: Comunica com os pais de maneira respeitosa na chegada e saída.

 Notas para o formador Actividade


• Nos Textos de Resumo 4 e 5
encontra orientações em relação a SIMULAÇÃO – CHEGADA E SAÍDA NUM CENTRO BASEADO NA ECE
estes subtemas que precisa para 1. Os formandos dividem-se em grupos de 5. Cada grupo deve preparar
orientar as actividades. uma simulação do que o educador e as crianças normalmente fazem no
• O formador deve alertar os momento da chegada ou da saída, nas instituições da infância que
formandos, que depois desta observaram. (2-3 grupos podem preparar o tempo da chegada e 2-3 –
actividade na sala de aulas irão o tempo da saída).
implementar o que aprenderam 2. Os grupos de formandos demonstram as práticas correntes nos
no seu local de prática. momentos de chegada e saída. A seguir o formador estimula uma
discussão sobre como as crianças se sentem nesses momentos e o que
aprendem (que mensagens recebem sobre como devem estar). Pode
 Tempo reforçar a discussão com os pontos seguintes (na caixa).
2 horas

UM OLHAR SOBRE OS MOMENTOS DE CHEGADA E SAIDA

 Materiais Em muitos centros infantis, nos tempos de chegada e saída, as crianças


muitas vezes são obrigadas a entrar numa sala e a sentar nas cadeiras com
• Tire uma cópia dos Textos
as mãos cruzadas, ou a brincarem todos numa sala, com poucos materiais
Resumos 4 e 5 – para o formador
ou mesmo sem materiais.
• Cada aluno deve trazer os Textos
4 e 5.
O barulho pode nesta sala ser bastante forte, e toda a situação pode parecer
• Prepare alguns materiais
caótica. Como resultado, as crianças muitas vezes também adoptam os
necessários para simular
comportamentos ‘caóticos’ (ex., correm ou gritam sem razão) ou, pelo
actividades desejáveis nos
contrário, ficam muito caladas, a observar os outros num cantinho,
momentos de chegada e saída.
tentando preservar um grau de paz dentro de si…

A falta de materiais para brincar muitas vezes promove lutas entre as


 Preparação crianças, com as mais fortes a tirar os brinquedos das outras.

• Prepare-se ao estudar os Textos A comunicação entre os pais e os educadores, é rara nos momentos de
de Resumo 4 e 5.
chegada e saída, com muitas crianças deixadas fora da portão da instituição,
• Prepare-se para simular as acções
de onde os assistentes de educadores acompanham para dentro da sala.
de educador na chegada e na
saída, numa instituição inclusiva e
centrada na criança (veja
instruções nas Actividades).

22
SIMULAÇÃO DA CHEGADA NUM CENTRO BASEADO NA EICC

1. O formador prepara algumas condições básicas adequadas para os momentos da chegada e saída
(alguns cantos de interesses abertos dentro ou no exterior, sítios para deixar as mochilas etc.).
2. A seguir convida os formandos a formar pares de pais e crianças, e a entrar num ‘centro infantil’
para participar na simulação da chegada, numa instituição baseada na EICC (Educação Inclusiva
Centrada na Criança).
3. Durante a simulação, o formador torna-se educador e simula o seguinte:

• Recebe cada ‘criança’ com carinho e atenção, chamando pelo seu nome
• Ajuda a criança a separá-la dos pais duma maneira positiva
• Conversa com a criança com carinho, sobre o que comeu, como veio para a escola, quem a
trouxe, se dormiu bem, se dormiu sozinha ou com algum boneco, etc.
• Convida a criança a colocar a sua mochila no lugar certo
• Na sala ou no parque infantil, procura saber da criança, sem a pressionar, o que ela quer fazer,
tentar perceber que actividade mais a pode aliciar ou tentar estimular para alguma actividade,
caso não manifeste interesse por nenhuma.

Esta simulação pode durar 10 minutos.

SIMULAÇÃO DA SAIDA NUM CENTRO BASEADO NA EICC

1. A seguir o formador convida uns formandos de novo a serem crianças e pais, mas já no
momento da saída num centro infantil.As crianças podem brincar, e os pais devem voltar para
buscá-las.
2. O formador realiza a simulação durante 5-10 minutos, demonstrando as seguintes acções do
educador:

• Conversa com as crianças com afecto


• Orienta as crianças para alguns cantos de interesse que estão abertos
• Pode contar uma história ou cantar umas canções com um grupinho de crianças interessadas,
enquanto os outras brincam nos cantos
• Na chegada do pai/mãe, deixa a criança acabar a actividade, assegura que a criança arrumou os
materiais que usou, pegou a sua mochila, etc.
• Conversou com os pais, se for possível, contando algo novo ou positivo que a criança fez hoje
• Acalmou as crianças que ficaram tristes ao verem partir os amigos e colegas, e envolveu-as
nalgumas actividades.

DEBATE E PEQUENAS SIMULAÇÕES

23
1. O formador estimula uma discussão sobre como as crianças e os pais se podem sentir e o
que aprendem, nessas condições simuladas pelo formador. Identifiquem e anotem juntos,
no quadro as características de bom acompanhamento das crianças e dos pais, nos
momentos da chegada e saída.
2. A seguir descreve várias situações concretas aos formandos, e chama sempre 2 voluntários
diferentes (1 ‘criança’ ou ‘pai’, e 1 ‘educador’), para demonstrar como o educador poderia
agir nessas situações:
(a) A criança fica triste observando que todas as outras crianças já foram para casa.
(b) A criança corre pelo espaço infantil e grita em voz alta, depois de chegar.
(c) A criança bateu noutra criança durante o dia. A tarde chega o pai da criança que
bateu, e o educador deve falar com ele.
(d) Um pai tem várias perguntas para o educador sobre o programa educativo do
centro, mas para o educador é difícil falar nesse momento pois tem que atender
muitas crianças.
(e) A criança chega e deita a sua mochila na porta.

3. Discutem no fim da cada demonstração, se a acção foi adequada, e como poderia ser
melhorada. O formador pode consultar as ‘soluções’ que se seguem, para obter mais ideias
sobre como poderia agir nas situações descritas.

[ SOLUÇÃO]

(a) Conversar com a criança, reconhecer como está a sentir. Convidá-la para fazerem
juntos uma actividade que a criança gosta.
(b) Cumprimentar a criança com carinho, lembrar da regra de não gritar, e ajudar a
escolher uma actividade que lhe interessa.
(c) Falar honestamente sobre o incidente, contando o que aconteceu, e qual foi a acção do
educador (na base das regras). Encorajar o pai para conversar com a criança sobre o
incidente em casa (mas não bater na criança!).
(d) Explicar com cortesia que neste momento está ocupado com as crianças, e combinar
um tempo na semana, para sentarem e conversarem.
(e) Lembrar a criança da regra de cuidar das suas coisas. Assegurar que a criança deixa a
mochila no sítio certo.

 Lembre aos formandos que estudem os Textos 4 e 5, em casa.


Caso se decidir fazer o Teste 1 separadamente dos outros testes, deve avisar aos formandos
sobre o teste que vão escrever depois das aulas de implementação do Tema I.

Materiais para fotocopiar

24
Texto Resumo 4
- A afectividade e o acompanhamento nos momentos da chegada e saída -
[Tema I – subtema 3]

A criança deseja e necessita de ser amada, aceite, acolhida e ouvida. Essas necessidades são
especialmente fortes nos momentos de transição da criança entre a casa e a instituição. Um
acolhimento agradável facilitará o momento de separação da família e promoverá a relação
entre as crianças e educadores. Um abraço, uma brincadeira, ou uma conversa breve com a
criança no momento de chegada pode relaxá-la e ajudá-la a entrar nas actividades do dia.
Contudo, a atenção do educador deve ser individualizada, mas nunca exclusiva a uma ou
duas crianças.

Tanto nos momentos de chegada como de saída, as crianças podem ser acompanhadas
pelos educadores, ir para o pátio onde acontecem momentos de recreação. Podem fazer
rodinhas, jogos, ou brincar livremente. O educador deve estar sensível aos interesses das
crianças e, se for necessário, ajudar a escolher uma área ou um tipo de actividades. As
crianças devem escolher a área onde querem brincar, o educador deve acompanhar as
crianças assegurando que cumpram as regras, mas deixando as explorar os materiais e
jogos à sua maneira, etc.

Os tempos de chegada e saída são bons momentos para conversas entre educadores e
crianças, sobretudo para promover as capacidades de análise e reflexão nas crianças.
Podem conversar sobre vários assuntos como por exemplo: as estações do ano, os dias da
semana, as plantas que há no jardim, etc. Através do diálogo o educador incentiva que cada
criança observe e fale do que vê à sua volta, fale sobre eventos acontecidos com elas no dia
anterior, após a saída da instituição, ou no fim de semana. Podem comentar ainda sobre as
actividades que serão desenvolvidas naquele dia, ou se for na saída podem falar das
actividades que foram feitas e do decorrer do dia.

Exemplo duma actividade que promove bom afecto entre educador e crianças:
As crianças podem fazer um jogo ao chegar, onde o educador será o primeiro a jogar e irá interagir
com as crianças de maneira afectiva: todos sentados em roda, próximos uns dos outros, enchem um
balão e passam-no de mão em mão, cantando um primeiro verso de uma canção, por exemplo: ” O
balão do João”, substitui-se o nome João pelo nome da criança que tem o balão na mão. O Educador
será o primeiro a fazer o jogo, cantando a canção, substituindo o nome do João pelo seu nome,
passa depois o balão à criança que estiver ao seu lado, o jogo continua assim percorrendo todo o
grupo, que pode ser repetido se as crianças o solicitarem. Este jogo pode ser feito na entrada e saída
das crianças, transmitindo assim o afectoe e o carinho do educador.

Texto Resumo 5

25
TEMA II: IMPLEMENTAÇÃO
IMPLEMENTAÇÃO

- Comunicar com os pais -


[Tema I – subtema 4]

Com a família, a relação deve ser de confiança, segurança, com constante comunicação. Esta comunicação passa por
transmitir o dia-a-dia da criança e transmitir claramente as regras institucionais, nunca esquecendo de criar uma relação
calma e de paciência com a família, que se pode fazer sentir com muitas dúvidas, ansiosa e insegura. É necessário um
trabalho constante entre o pessoal que integra a instituição e a família. Todos devem fazer um trabalho conjunto
porque a educação, as aprendizagens e o desenvolvimento da criança depende de todos. A recepção da criança deve
ser responsável, com local de recepção definido, com troca de informações com a família, com regras de minimização
da angústia de separação da família e registo das informações relevantes prestadas pela família, salvaguardando a sua
confidencialidade quando necessário.

Instituição de Infância e família são uma das parcerias mais produtivas. Se uma escolinha ou centro
infantil tem como valor o cumprimento de certas rotinas e a família não compartilha, ou vice-versa,
podem ser gerados na criança sentimentos de confusão, dúvidas e desconfiança. A instituição,
dependendo da sua orientação e da formação do seu pessoal - educadores, tem competência para
orientar a melhor maneira com que a família pode dar continuidade ao trabalho. Porém, é
importante deixar claro que a instituição de infância não é responsável por si só pelo
desenvolvimento das crianças. O papel da família é intransferível, isso não quer dizer que não seja
possível fazer parcerias e receber orientações. As acções serão mais significativas quanto maior for o
envolvimento da família.

Nota: Colaboração com os pais será aprofundada no Módulo 13.

 Tempo Actividade
9 horas
26


PREPARAÇÃO PARA A IMPLEMENTAÇÃO
1. Informe aos formandos sobre a sua tarefa de implementação:
• Devem implementar no local da sua prática tudo o que aprenderam
nos subtemas 2 a 4 do tema I.
• Têm 9h para esta implementação. Este tempo contempla:
acompanhamento de crianças e conversas com os pais na chegada
e saída pelo menos durante 2 dias, e preparação dalguns espaços e
materiais adequados para as actividades livres na chegada e saida.
• No fim do módulo vão ser avaliadas as suas capacidades de
implementar o que aprenderam, na base dos critérios de
acompanhar crianças nos processos diários.

2. Informe aos formandos sobre a sua tarefa de auto-observação durante o


acompanhamento das crianças na chegada e na saída. Nomeadamente,
no seu caderno, o formando deve:
a) Identificar situações com as crianças ou com os pais, na chegada ou
na saída, onde sentiu algumas dificuldades. Descrever o que
aconteceu, e o que poderia fazer de forma diferente na próxima vez.
b) Identificar situações onde aprendeu algo novo, em relação às
crianças ou aos pais. Descrever as suas ‘descobertas’, e anotar
como é que isso vai influenciar o seu trabalho no futuro.
c) Trazer as suas notas para a aula de reflexão no fim do módulo.

IMPLEMENTAÇÃO
Acompanhe os formandos da seguinte maneira:
• Visitem o maior número possível de formandos nos seus locais de
seu trabalho.
• Ajudem os a implementar os critérios que aprenderam.
• Reflictam com eles sobre as suas experiências de auto-observação.

27
@ Centro Infantil Pequenos Alimos

28
II Acompanhar as crianças nos processos de alimentação
Subtemas
1. Define o que constitui uma alimentação equilibrada para as
crianças.
2. Assegura condições básicas apropriadas durante a
alimentação.
3. Promove nas crianças autonomia e relaciona-se com elas
com respeito durante a refeição.
4. Assegura a alimentação das crianças com necessidades
especiais no mesmo espaço, disponibilizando o apoio
necessário.
5. Conversa com as crianças duma maneira espontânea,
no tempo da refeição.

Resumo da aprendizagem
Neste tema é importante levar os formandos a conhecerem o
Tema II

que constitui uma alimentação equilibrada para as crianças em


idade pré-escolar. Os formandos também devem aprender
como acompanhar as crianças nas refeições de maneira a
promover a sua autonomia e aprendizagem, e como
proporcionar o tratamento respeitoso e inclusivo a todas as
crianças.

Lembrete ao formador
Lembre que para o formando aprender melhor todos os
conceitos ensinados é importante começar cada um dos
subtemas com um resumo dos conceitos ensinados e
aprendidos no subtema anterior.
O formador deve avisar os formandos na aula anterior sobre
quais os recursos que devem trazer para a aula seguinte.
O formador deve relembrar os formandos que:
Levem sempre consigo o conjunto das cópias que tiraram dos
textos distribuídos, pois podem ser pedidos para utilização e
revisão.

29
TEMA II
1. Nomeia os princípios de aprendizagem da criança
1. Observa
Subtema as necessidades
1: Define e interesses
o que constitui das crianças,
uma alimentação na base de
equilibrada novos
para as
conhecimentos
crianças.

 Notas para o formador Actividade


Para preparar-se bem para essa
DEBATE
sessão, recolha alguns menus dos 1. O formador orienta um pequeno debate sobre a alimentação das
centros infantis, e analise-os em crianças, como é, como deveria ser, onde cada um deve dar a sua
termos de 3 grupos de alimentos, opinião, falar das suas experiências e acrescentar o que acharem bem
frequência de refeições, e suas sobre o assunto. O formador anota pontos-chave no quadro.
quantidades (se estão indicadas). Isso 2. A seguir os formandos lêem, individualmente ou em pares, o TEXTO 6 e
pode dar-lhe alguns exemplos analisam as imagens do TEXTO 7, e a partir destes recursos adicionam os
concretos que pode partilhar com os pontos importantes à aqueles que já estão anotados no quadro.
formandos. 3. Devem ter um debate especial sobre a alimentação das crianças de 1-2
anos, chegando à conclusão que nesta idade é importante:
a. Ter uma papa enriquecida todas as manhãs
b. Tomar as quantidades suficientes de leite (de preferência
materno, mas pode ser também artificial)
c. Ter 1 lanche leve, entre as refeições principais
 Tempo d. Assegurar que as refeições principais contenham os 3 grupos de
alimentos
2 horas
EXERCÍCIO PRÁTICO
1. O formador ajuda os formandos a dividirem-se em grupos de 3-4
pessoas.
 Materiais 2. Distribui as cópias do exemplo dum menu (referido em baixo, ou os que
• Tire uma cópia do Texto foram recolhidos pelo formador nos centros) a cada grupo.
Resumo 6 e 7 – para o 3. Analisem o exemplo do menu em conjunto, em termos dos seguintes
formador. critérios:
• Tire uma cópia do Exemplo do
menu (p.31) para cada grupo a. Se há 3 grupos de alimentos juntos em cada refeição
de 3-4 formandos b. Se a frequência de refeições é adequada
• Cada formando deve trazer c. Se a quantidade de alimentos é adequada para esta idade
Textos 6 e 7.
4. A partir deste exercício, os grupos elaboram um menu diário para as
crianças da faixa etária de 3-5 anos. O menu deve seguir as
 Preparação recomendações para um menu equilibrado, como o exemplo do menu
analisado.
Estude os Textos Resumo 6 & 7.
5. Cada grupo deve apresentar o seu menu aos outros grupos e
estes devem analisar se o menu corresponde aos critérios de boa
alimentação para crianças.

30
Exemplo do Menu alimentar diário para uma criança de 3-5 anos

Pequeno-almoço 1
1 copo de leite ou de iogurte
1/2 pão com fiambre de frango ou peru
1/2 peça de fruta

Lanche da manhã
1 iogurte ou 1 copo de leite
2 bolachas ou 1 peça de fruta

Almoço
1 sopa de legumes
1 fatia de carne ou peixe ou um ovo e meio
2-3 colheres de sopa de arroz ou massa ou 3-4 de leguminosas ou 1/2 -1 batata média (ou
pão)
1/2 chávena de vegetais
1/2 peça de fruta

Lanche OPÇÃO 1
1 copo de leite
1/2 pão com 20 g de queijo

Lanche OPÇÃO 2
1 peça de fruta, 1 cenoura ou 1 tomate pequeno
2 bolachas

Jantar
1 sopa de legumes
1 fatia de carne ou peixe ou um ovo e meio
2-3 Colheres de sopa de arroz ou massa ou 3-4 de leguminosas ou 1/2 -1 batata média
1/2 chávena de vegetais
1/2 peça de fruta

31
Materiais para fotocopiar

Texto Resumo 6
- Importância de uma alimentação adequada -
[Tema II – subtema 1]

Há duas áreas em que é particularmente importante estabelecer rotinas estáveis: a comida e o


sono. Em relação à alimentação, é melhor começar por doses pequenas e alimentos de que a
criança goste, para, pouco a pouco e, sem a obrigar, ir introduzindo novos sabores. Ajuda ainda,
que, seja a mesma pessoa a dar-lhe de comer e que o faça de forma relaxada, sem distracções nem
interferências. Também convém não prolongar muito a duração deste momento e nada de forçar,
ralhar, nem gritar!!! Comer deve ser algo agradável e cheio de afecto.

A alimentação de uma criança é de vital importância, já que este é um período crucial para a criação
dos seus hábitos nutricionais. Comida e nutrientes servem para formar os dentes, ossos, músculos e
tecidos e mantê-los saudáveis.

Uma boa dieta alimentar também pode proteger a criança de várias doenças. Uma alimentação
pobre em nutrientes pode causar atraso de crescimento e dificuldade de ganho de peso o que gera
aumento das oportunidades de adquirir infecções, como gripes, resfriados etc.

A falta de concentração e a dificuldade de aprendizagem também podem ter como causa uma
alimentação não adequada.

A alimentação das crianças deve ser constituída por refeições pequenas e frequentes, desde que
ricas em nutrientes essenciais. Uma alimentação equilibrada deve conter:
• Alimentos energéticos: cereais, pão, sementes e nozes; raízes como mandioca, batata; frutas;
pequenas quantidades de óleo ou açúcar etc.
• Alimentos, para crescer: carne, peixe, ovos; feijão, lentilhas; produtos de leite (queijo, iogurte,
leite em pó).
• Alimentos com vitaminas: todos os tipos de vegetais, frutas e sementes, em especial vegetais
amarelo-alaranjados (cenoura, abóbora, manga, mamão), vegetais verde-escuros (espinafre,
bróculos, couve, agrião, outras folhas), hortaliças cruas.
• Agua potável (da loja, tratada, ou fervida) e outras bebidas saudáveis, sempre quando a
criança precisa.

Para crianças pequenas é importante:


• Ter uma papa enriquecida no lanche da manhã
• Tomar quantidades suficientes de leite e produtos de leite
• Ter 1 lanche leve, entre as refeições principais
• Assegurar que as refeições principais contenham os 3 grupos de alimentos.

32
Texto Resumo 7
- Roda e Pirâmide dos alimentos -
[Tema II – subtema 1]

33
TEMA II
1. Nomeia os princípios de aprendizagem da criança
2. Assegura condições básicas apropriadas durante a alimentação
Subtema 2: Assegura condições básicas apropriadas durante a refeição.

 Notas para o formador Actividade


Se o formador não trabalha numa
instituição de infância no dia-dia, é SIMULAÇÃO
recomendado que ele/a visite pelo 1. O formador chama um grupo dos formandos para simularem as
menos dois (02) centros ou escolinhas condições físicas em que as crianças normalmente se encontram, no
diferentes e observe as condições momento da alimentação, nas instituições da infância que
físicas (posicionamento das crianças, observaram. Para isso deve preparar alguns objectos, como mesas e
uso do espaço e das paredes) e as cadeiras, ou esteiras, pratos e colheres, que os formandos podem
interacções entre educadores e utilizar.
crianças, nos tempos de refeições. A 2. A seguir o formador estimula uma discussão sobre como é que as
seguir reflita sobre o que poderia ser crianças podem sentir-se e que comportamentos aprendem, nessas
melhorado, na base da EICC. Use essas condições.
experiências, enquanto estiver a dar os 3. Finalmente, discuta com os formandos, como poderiam melhorar as
subtemas 2 a 5.
condições físicas, no momento da alimentação. Em especial,
‘melhoram’ logo, no espaço físico simulado, os seguintes aspectos:

 Tempo • Mesas e cadeiras de tamanho adequado, ou esteiras


suficientes e limpas, organizadas de maneira a promover um
sentido de família durante a refeição
2 horas
• Pratos e talheres limpos
• Se for possível, algo nas paredes (imagens de frutas, vegetais,
etc.) que promova a aprendizagem sobre boa alimentação
 Materiais • Recipientes com água, pão, frutas etc., no meio das
Para a simulação dos momentos de mesas/esteiras, para as crianças passarem entre si
alimentação, o formador deve • Alguns cartazes com imagens de produtos, pratos, etc., nas
preparar o seguinte: paredes
• Lugares para as crianças
sentarem e comerem (mesas e 4. A seguir, o formando pergunta que condições físicas podem ser
cadeiras, esteiras etc.) criadas para alimentação das crianças com certas necessidades
• Alguma loiça e talheres (de especiais. Os formandos nomeiam e ‘produzem’ essas condições
papel, de plástico) para a (simulando aquilo que é necessário, com objectos disponíveis). As
simulação condições podem incluir:
• Umas frutas, pão, água para • Almofadas ou cadeiras especiais, para ajudar a sentar bem
partilhar • Utensílios mais fáceis para usarem
• Comida servida de maneira que facilita a alimentação (em
• Imagens dalgumas frutas,
pedaços, no copo, etc.)
vegetais etc., para afixar nas
paredes
5. Sugere depois aos formandos que reflitam e anotem se no local da
sua prática, existem as condições físicas adequadas para os tempos
 Preparação de alimentação. No final podem partilhar e debater algumas das suas
conclusões.
Prepare-se para orientar as simulações
dos formandos (espaço físico no lugar  Caso decidirem fazer o Teste 2 separadamente dos outros,
deve avisar aos formandos sobre o teste que vão escrever
da refeição). 34
depois da implementação do Tema II.
TEMA II
Subtema 3: Promove nas crianças autonomia e relaciona-se com elas com
respeito durante a refeição.
Subtema 4: Assegura a alimentação das crianças, com necessidades especiais no
mesmo espaço, disponibilizando o apoio necessário.
Subtema 5: Conversa com as crianças duma maneira espontânea, no tempo da
refeição.
 Notas para o formador Actividade
Alerte os formandos que no fim desta SIMULAÇÃO – REFEIÇÃO NUM CENTRO BASEADO NA ECE
actividade na sala de aulas, irão 1. O formador ajuda os formandos a dividirem-se em 3 grupos. Cada
implementar o que aprenderam no grupo deve preparar uma simulação do que é que o educador e as
seu local de prática. crianças normalmente fazem no momento da refeição, nas
instituições da infância que observaram.
2. Os grupos de formandos demonstram as práticas correntes nos
momentos da alimentação. (Se houver pouco tempo, o primeiro
 Tempo grupo simula, e os outros só acrescentem o que o primeiro grupo não
mostrou.)
3 horas 3. A seguir o formador estimula uma discussão sobre como as crianças
podem sentir-se nesses momentos, e o que aprendem (sobre como
estar durante a refeição etc.) Pode reforçar a discussão com os
seguintes pontos.
 Materiais
• Tire uma cópia do Texto Tradicionalmente os tempos de refeições nas instituições de
Resumo 8 – para o formador. infância são focalizados na rapidez e eficácia. O objectivo é
• Deve preparar alguns materiais alimentar um grande número de crianças o mais rápido possível. Se
a criança demorar a comer, pode ser alimentada pelo educador,
necessários para simular
mesmo se já conseguir comer sozinha.
actividades desejáveis nos
momentos alimentação. As crianças normalmente são sentadas ao longo duma ou de duas
• Cada formando deve trazer o mesas cumpridas, ou mesas pequenas juntas, para facilitar a
Texto 8. distribuição de comida.

A comunicação durante as refeições é desencorajada, porque


prolonga o tempo de refeição e ‘distrai’ as crianças.
 Preparação
• Estude o Texto Resumo 8. Nas refeições raramente existe o sentido da família. Nalgumas
instituições as crianças ajudam a servir e a limpar a mesa, a usar o
• Pratique simular como guardanapo etc., mas isso não é uma prática comum.
acompanhar as crianças
durante uma refeição, na base
da EICC.

35
SIMULAÇÃO – REFEIÇÃO NUM CENTRO BASEADO NA EICC

1. O formador prepara algumas condições básicas adequadas para o momento de refeição.


2. A seguir chama alguns voluntários (6-8) para participar na simulação, fazendo o papel das
crianças (bebés de 1,5 ano) durante uma refeição.
3. Pede aos formandos que observem com atenção a simulação dum almoço na sala dos
bebés, numa instituição baseada na EICC, e anotem o que acham importante.
4. O formados acompanha os ‘bebés’ durante a refeição com as seguintes acções:

• Ajuda as crianças a sentar à volta das mesas ou nas esteiras


• Não força as crianças a comer; dá tempo suficiente para cada criança comer
• Espera o sinal da criança, quando a alimenta (ex., a criança abre a boca)
• Permite às crianças pequenas que queriam participar no processo de alimentação,
mesmo que sejam passos pequenos (ex., pegar na colher ou no copo)
• Dá uma atenção individualizada às crianças
• Conversa com as crianças com carinho

Esta simulação pode durar 5-10 minutos.

5. A seguir chama outro grupo dos formandos e informa que vão simular um almoço na sala de
crianças de 3-5 anos.
6. Demonstra as seguintes acções:

• Convida algumas crianças a ajudarem a servir à mesa


• Dá uma atenção individualizada às crianças
• Conversa com as crianças com carinho, sobre o que estão a comer, as cores,
sabores, e propriedades da comida (como ajuda a criança a crescer etc.)
• Estimula as crianças a provar uns alimentos novos para elas, ex., explicando para
que servem (como reforçam a saúde da criança), que sabor têm, etc.
• Encoraja as crianças a conversar entre si, e a ajudar umas às outras (a passar copos,
guardanapos etc.)
• Deixa as crianças comerem conforme o seu ritmo, permitindo que comam tanto
quanto queriam
• Apoia as crianças com necessidades especiais, ajudando-as a sentar bem e a pegar
os utensílios, a comer duma maneira calma mas eficaz. Conversa com essas
crianças, elogiando o esforço delas e sobre o que estão a comer.
• Não se ri, nem menciona as crianças que são as últimas a acabar de comer
• Estimula as crianças a arrumarem depois de si

Esta simulação pode durar 10 minutos.

36
DEBATE E SIMULAÇÕES PEQUENAS
1. O formador estimula uma discussão sobre as características de bom acompanhamento das crianças,
nos momentos da alimentação, na base das simulações que observaram. Em especial, discutem e
resumem no quadro o seguinte:
a. Como é que um educador pode tratar as crianças com respeito no momento da refeição?
b. Como é que um educador pode promover a autonomia da criança no momento de comer?
c. Como é que um educador pode promover a aprendizagem da criança neste momento?

2. A seguir o formador descreve várias situações concretas aos formandos, e chama sempre 2-3
voluntários diferentes (1-2 crianças e 1 educador), para demonstrar como é que o educador poderia
agir nas seguintes situações:
(a) Uma criança não consegue pegar a comida com o garfo
(b) Uma criança está a comer muito devagar, ficando sozinha no fim
(c) Uma criança começa a rir doutra que não consegue comer bem (a comida cai da boca etc.)
(d) Uma criança diz que não gosta de nenhuns vegetais verdes e deixa-os de lado
(e) Uma criança tenta comer muito depressa para ir brincar, e começa a tossir porque engasgou-
se com a comida

3. Discutem no fim da cada demonstração, se a acção foi adequada, e como poderia ser melhorada. O
formador pode consultar as ‘soluções’ que se seguem, para obter mais ideias sobre como poderia
agir nas situações antes descritas.

[ SOLUÇÃO]

(a) Não alimentar à criança, mas mostrar como é que ela pode fazê-lo. Pode ajudar a
dividir a refeição em pedacinhos.
(b) Em geral, dar a criança o tempo que ele/a precisa para comer. Não envergonhar ou
forçar a criança a comer depressa. Pode somente encorajar, conversando sobre as
actividades que a criança pode fazer depois de acabar a refeição.
(c) Parar a criança que está a rir. Explicar que todos nós tivemos que aprender a comer
bem, que isso leva tempo, e que às vezes devemos praticar muito, para fazer algo bem.
(d) Falar sobre como é que os diferentes vegetais ajudam o nosso corpo a estar saudável
(são como ‘soldados’ que protegem-nos das doenças). Fazer um jogo de ‘mandar os
soldados’ para a barriga.
(e) Acalmar a criança, dizendo que é melhor comer devagar, senão a garganta pode ficar
‘entupida’ com a comida e isso vai lhe fazer mal. Pode convidar um amigo a sentar-se
ao lado da criança, para esperar por ela e depois irem brincar juntos.

4. Finalmente, em pares leiam o TEXTO RESUMO 8, e verifiquem se neste texto há algumas sugestões
ou ideias adicionais sobre o acompanhamento da criança durante a refeição.

 Incentive os formandos a reverem o Texto 8, em casa.


Caso se decidir fazer o Teste 2 separadamente dos outros testes, deve lembrar aos formandos
sobre o teste que vão escrever depois da implementação do Tema II. 37
Materiais para fotocopiar

Texto Resumo 8
- Acompanhar as crianças na alimentação -
[Tema II – subtemas 3, 4, e 5]

Para uma alimentação adequada, os adultos em primeiro lugar devem criar boas condições
físicas, tais como:
• Mesas e cadeiras de tamanho adequado, ou esteiras suficientes e limpas, organizadas
de maneira a promoverem um sentido de família durante a refeição
• Pratos e talheres limpos
• Se for possível, algo nas paredes (imagens de frutas, vegetais, etc.) que promova a
aprendizagem sobre boa alimentação

Devem também, acompanhar as crianças de maneira adequada, respeitando o ritmo de


cada uma, promovendo a sua autonomia no momento de alimentação, estimulando bons
hábitos, conversando com ela sobre a alimentação, como por exemplo:
• Perguntar os nomes dos alimentos, as cores, os sabores e como estão preparados
• Perguntar sobre o que gosta de comer e porquê
• Conversar sobre o que costuma comer em casa
• Conversar de maneira simples, sobre como é que os vários alimentos ajudam a
crescer, protegem de doenças, etc.

Bebés e crianças portadoras de necessidades especiais necessitam de cuidados especiais


também na alimentação. Os cuidadores dessas crianças devem agir com elas como com
outra criança qualquer: como muito respeito e carinho, fazendo só o que elas não
conseguem fazer. Em termos de materiais, essas crianças podem necessitar de:
• Almofadas ou cadeiras especiais, que ajudem a sentar bem
• Utensílios mais fáceis de usarem
• Comida servida de maneira a facilitar a alimentação (em pedaços, no copo, etc.)

38
TEMA II
IMPLEMENTAÇÃO

 Tempo Actividade
10 horas
PREPARAÇÃO DA IMPLEMENTAÇÃO

 1. Informe aos formandos sobre a sua tarefa de implementação:


• Devem implementar no local da sua prática tudo o que
Materiais e Preparação aprenderam nos subtemas 1 a 5 do tema II.
• Organize a sua equipa de • Têm 10h para esta implementação. Este tempo contempla:
assistentes que vão acompanhar acompanhamento de crianças nos momentos de alimentação
e mais tarde também avaliar os pelo menos durante 2 dias (melhor durante 3 dias), e preparação
formandos na sua das condições adequadas para os tempos da refeição.
implementação. Escreva uma • No fim do módulo vão ser avaliadas as suas capacidades de
lista com os nomes de cada implementar o que aprenderam, na base dos critérios de
assistente e do formador e os acompanhar as crianças nos processos diários.
formandos que cada um deve
2. Informe aos formandos sobre a sua tarefa de auto-observação
acompanhar. Entregue esta lista
durante o acompanhamento das crianças nas refeições.
aos assistentes antes do início
Nomeadamente, no seu caderno, o formando deve:
das aulas de implementação. a) Identificar situações com as crianças, nos tempos da refeição,
• Entregue a cada assistente onde sentiu algumas dificuldades. Descrever o que aconteceu, e o
respectivamente uma cópia dos que poderia fazer de modo diferente na próxima vez.
Textos Resumo 6 a 8 e incentive- b) Identificar situações onde aprendeu algo novo, em relação às
os a estudá-los. crianças.
• Informe aos assistentes que no c) Descrever as suas ‘descobertas’, e anotar como é que isso vai
Texto Resumo 8 vão encontrar a influenciar o seu trabalho daqui para a frente.
d) Trazer as suas notas para a aula de reflexão no fim do módulo.
lista dos critérios sobre como é
que os formandos devem
IMPLEMENTAÇÃO
acompanhar as crianças nos
momentos da refeição. Os Acompanhem os formandos da seguinte maneira:
assistentes devem orientar-se • Visitem o maior número possível de formandos nos seus locais
por esta lista ao acompanhar os de seu trabalho.
• Ajudem os a implementar os critérios que aprenderam.
formandos na implementação.
• Reflictam com eles sobre as suas experiências de auto-
Pergunte se haverá perguntas
observação.
em relação a qualquer dos
critérios e clarifique-as.

39
@ Associação Wona Sanana

40
III Acompanhar as crianças nos processos de asseio e, lidar
com doenças comuns

Subtemas
1. Identifica actividades chave de asseio (higiene), explica a
sua importância e identifica condições básicas necessárias
para cuidar da higiene das crianças.
2. Identifica sintomas de doenças comuns nas crianças e as
maneiras de agir adequadamente.
3. Acompanha as crianças (incluindo as que têm necessidades
especiais) de forma respeitosa, nos tempos de higiene,
conversando com elas sobre a importância da higiene.

Resumo da aprendizagem
Neste tema é importante levar os formandos a conhecerem
como promover bons hábitos de higiene nas crianças, prevenir
Tema III

e agir em caso das doenças comuns, numa instituição de


infância. Os formandos também devem aprender como
proporcionar as condições adequadas e acompanhar as
crianças nos momentos de refeição, com respeito e
promovendo a autonomia e a aprendizagem das crianças.

Lembrete ao formador
Lembre-se que para o formando aprender melhor todos os
conceitos ensinados, é importante começar cada um dos
subtemas com um resumo dos conceitos ensinados e
aprendidos no subtema anterior.
O formador deve avisar os formandos na aula anterior, sobre
quais os recursos que devem trazer para a aula seguinte.
O formador deve relembrar os formandos para:
Sempre levar consigo o conjunto das cópias que tiraram dos
textos distribuídos, pois podem ser pedidos para utilização e
revisão.

41
TEMA III
1. Nomeia os princípios de aprendizagem da criança
3. Observa
Subtema as necessidades
1: Identifica e interesses
actividades chave dedas crianças,
asseio na base
(higiene), de novos
explica a sua
conhecimentos
importância e identifica condições básicas necessárias para cuidar da higiene
das crianças.

 Notas para o formador Actividade


Dê aos formandos tempo suficiente
OBSERVAÇÃO E DEBATE
para analisar a imagem no Texto 9 e
1. O formador apresenta o TEXTO 9 aos formandos e pede-lhes que
partilhar as suas ideias, antes de dizer analisem o desenho apresentado, em pares.
algo sobre a prevenção das doenças. 2. A seguir alguns pares partilham as suas ideias sobre como é que a falta
de higiene (nas zonas rurais e urbanas) causa doenças na criança.
3. Introduzem também no debate a propagação de várias doenças através
dos fluidos corporais duma pessoa doente.
 Tempo 4. A seguir, os formandos identificam em conjunto, as práticas chave de
higiene e as condições básicas de higiene que devem ser promovidas
1 hora pela instituição de infância, tanto no contexto urbano como no rural.
5. Finalmente leiam em pares o TEXTO 10 (incluindo as imagens) e
verifiquem nele os assuntos que ainda não foram discutidos.

 Materiais
Cada formando deve trazer os Textos 9  Lembre aos formandos que estudem os Textos 9 e 10, em casa.
e 10. Lembre aos formandos que no fim deste tema (Tema III) terão um
teste escrito sobre os conceitos aprendidos nos Temas I, II, e III.
LEMBRETE:

 Preparação
Estude os Textos Resumo 9 e 10.

42
Materiais para fotocopiar

Texto Resumo 9
- Quando as práticas de higiene faltam… -
[Tema III – subtema 1]

43
Texto Resumo 10
- Higiene das crianças -
[Tema III – subtema 1]

A Higiene é um sistema de boas práticas que ajudam a evitar as doenças. Bons hábitos de
higiene, além de promoverem a saúde, ajudam na prevenção de muitas doenças
contagiosas, que geralmente são encontradas em locais inadequados provenientes de
baixos padrões de higiene.

1. A falta ou as fracas práticas de higiene, causam muitas doenças na criança e no


adulto, tais como doenças diarreicas, infecções por parasitas, infecções
respiratórias e outras.
2. Essas doenças são principalmente transmitidas pelo contacto com fezes. Por
exemplo...
 A criança não lava as mãos depois de fazer as suas necessidades ou antes de
comer
 As fezes entram em contacto com a água e contaminam
 As moscas que pousam nas fezes, vão depois pousar na comida deixando
micróbios
 A cozinheira não lava bem os alimentos contaminados pelas fezes, antes de
cozinhá-los.

A higiene pessoal da criança inclui: lavar as mãos com sabão ou cinza antes de comer e
depois de usar a casa de banho; usar a casa de banho correctamente e não fazer
necessidades ao ar livre; lavar a cara e escovar os dentes depois das refeições; tomar
banho, pentear o cabelo, cortar as unhas, assoar o nariz e tapar a boca quando tossir, vestir
roupa limpa, etc.

As condições necessárias para assegurar uma boa higiene, tanto no contexto rural como
urbano, incluem:
• Água corrente para lavar as mãos
• Sabão ou cinza
• Latrina melhorada (com ventilação) ou sanita com autoclismo
• Papel higiénico ou um substituto de papel reciclado ou de plantas locais

Os bebés e as crianças necessitam de muito acompanhamento nos processos de higiene. Só


a partir dos 6 anos, é que a criança tem maturidade suficiente para ser responsável pela sua
higiene pessoal. Para que a criança seja bem-educada em higiene e desenvolva bons hábitos
é necessário que ela observe e seja encorajada a imitar boas práticas de higiene como parte
duma rotina diária.

44
Texto Resumo 10 (continuação)

45
TEMA III
Subtema 2: Identifica sintomas de doenças comuns nas crianças e as maneiras
de agir adequadamente.

 Notas para o formador Actividade


• No ponto 1, permita aos DEBATE E SIMULAÇÃO
formandos recontar livremente
as suas experiencias com 1. Os formandos discutem em conjunto que doenças são comuns nas
doenças mais comuns nas
crianças na primeira infância que um educador pode observar, e fazem
crianças.
uma lista no quadro, e nos seus cadernos.
• Assegure que os formandos
aprendem a prestar atenção ao
estado das crianças e a notar os Algumas doenças /infeções comuns na criança:
sintomas manifestados, para - malária
agirem adequadamente e - doenças respiratórias (incluindo pneumonia e tuberculose)
comunicarem sobre o que - sarampo
observaram, com os pais. - doenças diarreicas
- doenças parasíticas (sarna, tinhas, lombrigas, infecção pelos piolhos)
- conjuntivite
 Tempo
2. A seguir anotam juntos, ao lado da cada doença, os sintomas da doença
1 hora 30 min que conheçam. Depois leiam o TEXTO 11 em pares, e sugiram como
completar a lista das doenças e seus sintomas, no quadro e nos seus
cadernos.
3. A seguir organizam a simulação.
 Materiais a) Um formando simula sintomas duma doença comum na
criança (com base do TEXTO 11);
Cada formando deve trazer o Texto 11. b) Outro formando 1) adivinha que doença é essa, e 2) simula
como agir adequadamente com a criança doente, no centro
de infância ou escolinha.

 Preparação 4. O formador pede que cada par anote na tabela do TEXTO 11, ao lado de
cada doença, como é que ela poderia ser prevenida. Depois de 10-15
Estude o Texto Resumo 11. minutos os formandos partilham as suas ideias, completando-se uns aos
outros.

 Avise aos formandos sobre o teste que vão escrever depois da


implementação do Tema III (Teste 1,2,3, ou somente Teste 3) e peça que
revejam os Textos Resumo recebidos até agora. Avise também que
deverão demonstrar aquilo que aprenderam nos Temas I, II, e III, na sua
instituição de prática, depois de acabar o Tema III.

46
TEMA III
1. Nomeia os princípios de aprendizagem da criança
4. Observa
Subtema as necessidades
3: Acompanha e interesses
as crianças das crianças,
(incluindo as que têmnanecessidades
base de novos
conhecimentos
especiais) de forma respeitosa, nos tempos de higiene, conversando com elas
duma maneira espontânea, sobre a importância da higiene.

 Notas para o formador Actividade


• Se for possível, visite 2 instituições
SIMULAÇÃO – ASSEIO NUM CENTRO BASEADO NA ECE
de infância diferentes, antes de
dar esta sessão e observe os 1. O formador ajuda os formandos a dividirem-se em 3 grupos. Cada
momentos de asseio. Analise até grupo deve preparar uma simulação do que é que o educador e as
que ponto o que observou, crianças normalmente fazem no momento da higiene/asseio, nas
corresponde aos princípios da instituições da infância que observaram.
EICC, e reflita como algumas 2. Os grupos de formandos demonstram as práticas correntes nos
práticas poderiam ser mudadas. momentos de asseio. (Se o tempo for pouco, o primeiro grupo simula,
e os outros só acrescentam aquilo que o primeiro grupo não mostrou.)
Utilize as suas observações e
3. A seguir o formador estimula uma discussão sobre como é que as
reflexões, durante a sessão.
crianças se sentem nesses momentos e o que aprendem (sobre como
• Alerte os formandos que no fim comportar-se nos tempos de asseio etc.). Pode reforçar a discussão
desta actividade na sala de aulas com os pontos seguintes.
irão implementar o que
aprenderam no seu local de Tradicionalmente os tempos de higiene (asseio) são colectivos na
prática. instituição de infância. As crianças vão para a casa de banho todas
juntas antes e depois das refeições etc.

 Tempo Nesses momentos, normalmente existe pouca privacidade. As crianças


são encorajadas a serem rápidas, para todos conseguirem fazer as
3 horas
suas necessidades. Se a criança demora, um educador pode pegar
nela e limpá-la rapidamente.
 Materiais
Os educadores muitas vezes comentam ou riem sobre as crianças que
• Cada formando deve trazer a sua
tiveram um ‘acidente’, pensando que assim estão a ensinar a criança
cópia do Texto Resumo 12.
como melhor cuidar de si na próxima vez.
• Prepare alguns materiais
necessários para simular
Conversas com as crianças são desencorajadas – o enfoque é acabar a
actividades desejáveis nos
momentos de higiene, ex.: prática de higiene e sair.
• Bacia com água, caneca
• Sabão ou cinza Este tratamento, embora ensine bons hábitos e assegure a higiene das
• Toalha crianças, em geral tem o efeito negativo, porque não promove muita
• Papel higiénico autonomia nas criança e faz com que as crianças não sintam que os
• Alguns cartazes na parede seus corpos e suas necessidades são respeitados.
sobre higiene
• Uma boneca de bebé (de
tamanho médio)

 Preparação
Pratique simular como acompanhar as
crianças durante um momento de
asseio, na base da EICC. Para ‘bebés’,
prepare uma mesa de mudar fraldas,
47
com imagens ou objectos pendurados
perto da criança.
SIMULAÇÃO – ASSEIO NUM CENTRO BASEADO NA EICC
1. O formador prepara algumas condições básicas adequadas para o momento de higiene, como caneca ou
garrafa para ter água corrente, bacia, e sabão. A seguir pede aos formandos que observem com atenção a
simulação dum momento de higiene, numa instituição baseada na EICC e anotem o que acharam
importante.

2. Chama alguns participantes para simularem as crianças de 3-5 anos e acompanha as com as seguintes
acções:

• Pergunta às crianças quem quer ir à casa de banho; deixa as outras a brincar ou trabalhar
sob supervisão do auxiliar
• Acompanha as crianças à casa de banho; pergunta quem precisa de apoio; ajuda somente
essas crianças
• Não ri, nem critica as crianças que tiveram algum acidente (ex., fizeram xixi nas calças)
• Dá o tempo necessário para cada criança
• Dá uma atenção individualizada às crianças, conversando com carinho
• Demonstra algumas boas práticas de higiene, e explica a sua importância.

Esta simulação pode durar 5-10 minutos.

3. A seguir o formando pega numa boneca simulando que é um bebé, e explica que agora vai
acompanhar o asseio dum bebé. Demonstra as seguintes acções, durante 5 minutos:

• Pega e trata o corpo do ‘bebé’ com cuidado e carinho, e NÃO como se fosse um objecto.
• Informa ao ‘bebé’ sobre o que vai fazer com ele agora (ex., Agora vamos tomar banho.)
• Ao dar banho/vestir, acompanha as suas acções com palavras simples em voz calma.
• Mostra algumas imagens nas paredes, ou alguns objectos interessantes, ao bebé, e conversa
sobre esses.

DEBATE E SIMULAÇÕES PEQUENAS


1. O formador estimula uma discussão sobre as características de bom acompanhamento das
crianças nos momentos de higiene, na base das simulações realizadas. Em especial,
discutem e resumem no quadro, o seguinte:

1) Como é que o educador pode tratar as crianças com respeito no momento da higiene?
2) Como é que o educador pode promover autonomia da criança no momento da higiene?
3) Como é que um educador pode promover a aprendizagem da criança neste momento?

2. A seguir o formador descreve várias situações concretas aos formandos, e chama sempre 2-
3 voluntários diferentes (1-2 crianças e 1 educador), para demonstrar como o educador
poderia agir nessas situações:

48
(a) Uma criança não consegue esperar e tem um acidente a caminho da casa de banho
(b) Uma criança não gosta de tocar no sabão e só lava as mãos com água
(c) Uma criança faz as necessidades fora, nos arbustos
(d) Uma criança apanha algumas frutas que crescem no jardim da instituição e começa
logo a comer
(e) Uma criança tosse muito.

3. Discutem no fim da cada demonstração, se a acção foi adequada e como poderia ser
melhorada. O formador pode consultar as ‘soluções’ que se seguem, para obter mais ideias
sobre como poderia agir em situações antes descritas.

[ SOLUÇÃO]

(a) Acalmar a criança, ajudar a mudar a roupa. Assegurar que ninguém ri da criança,
explicando que às vezes qualquer um de nós pode ter um acidente.
(b) Explicar que o sabão é muito bom para tirar os bichinhos (micróbios) que ficam nas
mãos. Sem sabão os ‘bichinhos’ ficam colados nas mãos , mesmo se nós as lavarmos, e
depois podem causar-nos doenças.
(c) Nao enveronhar a criança! Falar com todas as crianças num momento oportuno, sobre
a importância de usar a casa de banho. Explicar que, quando fazemos xixi ou cócó fora
da casa de banho ou da latrina, as moscas vão pousar neles, depois pousar na comida
e nas pessoas provocando as doenças.
(d) Perguntar à criança, o que temos que fazer com as frutas, antes de as comer (lavar).
Na hora do círculo, pode contar uma história sobre um/a menino/a que comeu frutas
sem lavar, e o que aconteceu com ela (evite focar na crianca durante a história!).
(e) Ver se a criança tiver febre, neste caso, deve contactar os pais. Mas também ensinar
todas as criancas, num momento oportuno, a tossir dentro da sua mão ou cotovelo,
para não fazer com que outras crianças fiquem doentes.

 Incentive os formandos a rever o Texto 12, em casa.

49
Materiais para fotocopiar

Texto Resumo 11
- Doenças comuns nas crianças -
[Tema III – subtema 2]

As crianças são muito frágeis e as doenças acontecem nelas com mais frequência, que nos
adultos, porque o sistema de auto defesa do corpo, ainda não está totalmente
desenvolvido.

É muito importante que a instituição de infância esteja preparada contra as doenças


comuns nas crianças, antes que elas apareçam. A prevenção e o controle das infecções
estão directamente relacionados com a higiene dos educadores e das crianças, condições
sanitárias do local, condições dos alimentos oferecidos às crianças, e a idade e o número
de crianças por educador. A transmissão da doença pode ocorrer pelo ar, contacto com
fezes e fluidos da pessoa doente, brinquedos e outros objectos.

Outras doenças (como malária, bilharziose etc.) podem ter origem nos lares e nas
comunidades da criança. Os educadores devem conhecer os sintomas dessas doenças e
comunicar sem demora aos pais sobre aquilo que observaram.

Deve ser exigido a actualização do cartão de vacinas. A imunização das crianças pode
prevenir muitas doenças respiratórias, sarampo, paralisia infantil e outras. A instituição
deve exigir os cartões de vacinas das crianças no momento de inscrição, e estimular os pais
que apresentam os cartões desactualizados, a completar todas as vacinas necessárias.

Se a criança mostrar sintomas dalgumas doenças contagiosas, o educador deve prestar


certos apoios (por exemplo, dar líquidos nutritivos à criança com diarreia, arrefecer o
corpo da criança com febre, etc.) e aconselhar os pais a levarem-na ao médico ou se a
doença não for perigosa, deixá-la alguns dias em casa.

DOENÇAS COMUNS SINTOMAS DAS TRATAMENTO


NAS CRIANÇAS DOENÇAS
Doenças respiratórias Tosses, febre, Doenças respiratórias simples (como
(transmitem-se respiração rápida e tosse) podem ser tratadas em casa, com
facilmente através de difícil métodos caseiros (xaropes, inalação...).
tosse, fluidos Se a criança tiver respiração rápida e
corporais etc.) difícil, deve ser logo levada ao centro de
saúde (pode ser sintoma de pneumonia).

Doenças diarreicas Fezes líquidos Dar líquidos à criança, em poucas


(transmitem-se (diarreia) quantidades mas com frequência (ex.,
facilmente através do mistura caseira, agua de coco, sopas,

50
contacto com as fezes) sumos etc.).
Se a diarreia for 3-4 vezes por hora, leve a
criança para o centro de saúde, pois pode
ser cólera.

Malária Febre e calafrios, Se tiver esses sintomas, a criança deve ser


fraqueza, diarreia e logo levada ao centro de saúde, para
vómitos começar o tratamento anti-malárico.

Sarampo Febra alta, olhos Se os sintomas aparecerem, recomendar


vermelhos, erupção que seja levada logo ao centro de saúde. O
de borbulhas na pele sarampo é muito perigoso nas crianças
desnutridas e fracas, pois pode causar a
morte.

Conjuntivite Olhos vermelhos, Alertar aos pais para levarem a criança ao


liquido a sair dos centro de saúde para receber o
olhos tratamento com antibióticos.

Sarna Lesões no corpo; Alertar aos pais para levarem a criança ao


criança a coçar-se centro de saúde para receber o
constantemente tratamento

Tinha Manchas redondas na Alertar aos pais para levarem a criança ao


cabeça e no corpo centro de saúde para receber o
tratamento. Dar banhos frequentes à
criança.

Bilharziose (infecção Dores ao urinar, saída A criança que passa sangue na urina ou
pelas parasitas que de sangue na urina ou nas fezes, deve ser logo levada ao centro
vivem nos rios, nas fezes, febre, de saúde.
lagoas…) urinação involuntária

Infeção pelas Irritabilidade, Desparasitar a criança cada 3-6 meses


lombrigas problemas de sono, (mais frequentemente na zona rural).
fraqueza, lombrigas
nas fezes

Infeção pelos piolhos Irritabilidade, feridas Aconselhar os pais a comprar o


na cabeça, criança tratamento anti-parasítico para tratar o
sempre a coçar a cabelo das crianças.
cabeça

51
Texto Resumo 12
- Acompanhar as crianças no momento de asseio -
[Tema III – subtema 3]

Com as crianças de 3-5 anos…

• Pergunte às crianças quem quer ir à casa de banho; deixe as outras brincar ou trabalhar sob
supervisão do auxiliar
• Acompanhe as crianças à casa de banho; pergunte quem precisa de apoio; ajude somente
essas crianças
• Não ria das crianças que tiveram o acidente de higiene, nem critique-as
• Dê o tempo necessário para cada criança
• Dê uma atenção individual às crianças, conversando com elas com carinho
• Demonstre algumas boas práticas de higiene e explique a sua importância.

Com os bebés…

• Pegue e trate o corpo do ‘bebé’ com cuidado e carinho em vez de tratar como se fosse um
objecto.
• Informe o bebé sobre o que vai fazer com ele agora (ex., Agora vamos tomar banho.)
• Ao dar banho/vestir, acompanhe as suas acções com palavras simples em voz calma
• Coloque alguns cartazes interessantes à volta da mesa de mudar fralda ou nas paredes da
casa de banho (imagens das crianças, animais etc.) e converse com as crianças sobre eles.
(NOTA: Plastifique as imagens ou coloque em envelopes plásticos, para facilitar a limpeza.)

52
TEMA II
III
IMPLEMENTAÇÃO

Actividade
 Tempo
9 horas PREPARAÇÃO DA IMPLEMENTAÇÃO

1. Informe aos formandos sobre a sua tarefa de implementação:


 • Devem implementar no local da sua prática tudo o que
Materiais e Preparação aprenderam nos subtemas 1 e 3 do tema III.
• Têm 9 horas para esta implementação. Este tempo contempla:
• Organize a sua equipa de
acompanhamento de crianças nos momentos de asseio pelo
assistentes que vão acompanhar menos durante 2 dias, e preparação dalgumas condições
e mais tarde também avaliar os básicas para os tempos de asseio.
formandos na sua • No fim do módulo vão ser avaliadas as suas capacidades de
implementação. Escreva uma implementar o que aprenderam, na base dos critérios de
lista com os nomes de cada acompanhar as crianças nos processos diários.
assistente e do formador e os
formandos que cada um deve
2. Informe aos formandos sobre a sua tarefa de auto-observação
acompanhar. Entregue esta lista
durante o acompanhamento das crianças nas refeições.
aos assistentes antes do início Nomeadamente, no seu caderno, o formando deve:
das aulas de implementação. a) Identificar situações com as crianças, nos tempos do asseio,
• Entregue a cada assistente onde sentiu algumas dificuldades. Descrever o que aconteceu,
respectivamente uma cópia dos e o que poderia fazer de maneira diferente na próxima vez.
Textos Resumo 9 a 12 e b) Identificar situações onde aprendeu algo novo, em relação às
incentive-os a estudá-los. crianças. Descrever as suas ‘descobertas’, e anotar como isso
• Informe aos assistentes que no vai influenciar o seu trabalho daqui para frente.
c) Trazer as suas notas para a aula de reflexão no fim do módulo.
Texto Resumo 12 vão encontrar
a lista dos critérios sobre como é
IMPLEMENTAÇÃO
que os formandos devem
acompanhar as crianças nos Acompanhem os formandos da seguinte maneira:
momentos do asseio. Os • Visitem o maior número possível de formandos nos seus locais de
assistentes devem orientar-se trabalho
por esta lista ao acompanhar os • Ajudem os a implementar os critérios que aprenderam.
• Reflictam com eles sobre as suas experiências de auto-observação.
formandos na implementação.
Pergunte se há perguntas em
relação a qualquer dos critérios e
esclareça-os.

53
@ Colégio Paraíso, Matola

54
IV Acompanhar as crianças nos processos de repouso

Subtemas
1. Assegura condições básicas para um bom repouso das crianças.
2. Acompanha as crianças no tempo de repouso de maneira adequada.
3. Diferencia as crianças que precisam e não precisam de dormir,
considerando os ritmos e necessidades diferentes de cada criança.
4. Envolve nas actividades repousantes as crianças que não precisam de
dormir.

Resumo da aprendizagem
Neste tema, é importante levar os formandos a identificar as condições
para um bom repouso numa instituição infantil que trabalha. Os
formandos também devem aprender como acompanhar as crianças nos
momentos de repouso, tendo em conta os ritmos e necessidades
Tema IV

diferentes das crianças.

Lembrete ao formador
Lembre que para o formando aprender melhor todos os conceitos
ensinados, é importante começar cada um dos subtemas com um resumo
dos conceitos ensinados e aprendidos no subtema anterior.
O formador deve avisar os formandos na aula anterior, quais os recursos
que devem trazer para a aula seguinte.
O formador deve relembrar os formandos que:
Levem sempre consigo o conjunto das cópias que tiraram dos textos
distribuídos, pois podem ser pedidas para utilização e revisão.

55
TEMA IV
1. Nomeia os princípios de aprendizagem da criança
Subtema 1: Assegura condições básicas para um bom repouso das crianças.

 Notas para o formador Actividade

Se for possível, visite 2 instituições de DEBATE


infância diferentes, antes de dar essa 1. O formador estimula uma reflexão conjunta de como o tempo de repouso
sessão, e observe os momentos de está organizado neste momento, na maioria das instituições da infância.
2. A seguir, pede aos formandos para dividirem-se em pequenos grupos e
repouso (condições de repouso, e
lerem o TEXTO 13.
acções dos educadores). Analise até
3. Os formandos resumem em plenário, as ideias chave sobre a importância
que ponto o que observou,
do sono e de boas condições para o repouso.
corresponde aos princípios da EICC, e 4. A seguir, pede que cada formando reflita durante 2-3 minutos sobre até
reflita como algumas práticas que ponto essas condições podem ser observadas na sua instituição de
poderiam ser mudadas. Utilize as suas prática. O formador pede a alguns formandos para partilhem as suas
observações e reflexões, durante a constatações.
sessão. 5. A seguir os formandos registam no seu caderno, alguns aspectos
concretos do período de repouso que podem propor para melhorar na sua
instituição de prática.

 Tempo  Incentive os formandos a rever o Texto 13, em casa.


1 hora

 Materiais
Cada formando traz Texto 13

 Preparação
Estude o Texto Resumo 13

56
Materiais para fotocopiar

Texto Resumo 13
- Condições para um bom sono (repouso) -
[Tema IV – subtema 1]

Adormecer num espaço calmo, silencioso, de modo a que o sono se torne um momento
agradável para a criança, é muito importante. O sono ajuda a criança a relaxar e a
descansar, a recuperar duma doença e a crescer. A criança que dorme bem, forma melhor o
seu cérebro, o que influencia também no seu comportamento. Dormir bem previne o deficit
de atenção e a hiperactividade.

Há que respeitar a hora de dormir, que deve ser repetida todos os dias. Se adoptarmos
ritmos pouco adequados ou que mudam de um dia para outro, a criança pode não ter o
descanso necessário, e ter uma rotina diária desequilibrada. Podemos ter como
consequências da falta da sesta: irritabilidade, birras, actividade fora do normal e até
sonolência à hora do jantar.

Algumas condições básicas, para um sono repousante:


• Chão limpo
• Lugar arejado
• Lençóis limpos
• Colchões/camas com alguma distância umas das outras (60 cm)
• Se for possível, cortinas para escurecer a sala
• Evitar ruídos, vozes ou barulhos dentro ou perto da sala de dormir

Infelizmente, muitas vezes essas condições não são observadas. É ainda comum encontrar
crianças a dormir em colchões sujos ou estragados, com pouco espaço entre elas. As salas
onde as crianças dormem muitas vezes têm bastante luz, sem cortinas para escurecer o
espaço e assim melhorar a qualidade de sonho das crianças. Enquanto as crianças tentam
adormecer, é comum observar os educadores a entrar e a sair da sala, a falar em voz alta
etc., sem respeitar o sono da criança. Essas condições não promovem o bom descanso que
a criança necessita.

57
TEMA IV
1. Nomeia os princípios de aprendizagem da criança
5. Observa
Subtema as necessidades
2: Acompanha e interesses
as crianças dasde
no tempo crianças,
repousonadebase de novos
maneira adequada.
conhecimentos
Subtema 3: Diferencia as crianças que precisam e não precisam de dormir,
considerando os ritmos e necessidades diferentes de cada criança.
Subtema 4: Envolve nas actividades repousantes as crianças que não precisam
deActividade
dormir.

 Notas para o formador Actividade

Alerte os formandos que no fim desta SIMULAÇÃO – REPOUSO NUM CENTRO BASEADO NA ECE
actividade na sala de aulas irão 1. Os formandos dividem-se em 3 grupos. Cada grupo deve preparar uma
implementar o que aprenderam no simulação que o educador e as crianças normalmente fazem no
seu local de prática. momento do repouso, nas instituições da infância que observaram.
2. Os grupos de formandos demonstram as práticas correntes nos
momentos de repouso (Se o tempo for pouco, o primeiro grupo
simula, e os outros só acrescentam aquilo que o primeiro grupo não
 Tempo mostrou.)
3. A seguir o formador estimula uma discussão sobre como é que as
3 horas
crianças se sentem nesses momentos e o que aprendem (ex., a dormir
quando dizem, etc.). Pode reforçar a discussão com pontos seguintes.

Na maioria das instituições de infância o tempo de repouso é


 Materiais obrigatório para todas as crianças. Todos devem ficar nos colchões e
• Cada formando deve trazer o tentar adormecer. Se alguém começa a falar ou a brincar, o educador
Texto 14. deve pará-lo, prestar-lhe atenção.
• Prepare alguns materiais
necessários para simular o Enquanto as crianças descansam, os educadores aproveitam para fazer
momento de repouso (ex., pode as suas tarefas (como planificação), ou simplesmente tomam chá. A
usar os jornais para servir de criança que não quer dormir muitas vezes é vista como um problema,
‘colchões’, e preparar alguns porque ‘rouba’ este tempo valioso do educador.
materiais para actividades
repousantes de crianças).
SIMULAÇÃO – REPOUSO NUM CENTRO BASEADO NA ECE
1. O formador prepara algumas condições básicas adequadas para o
 Preparação período de repouso, como alguns colchões (ou jornais para simulá-los),
e alguns materiais para actividades repousantes para as crianças que
• Estude o Texto Resumo 14. não precisam de dormir. A seguir pede aos formandos que observem
• Pratique simular como com atenção a simulação do momento de repouso, numa instituição
acompanhar as crianças durante baseada na EICC, e anotem o que acharam importante.
o repouso, na base da EICC.

58
2. Chama alguns participantes para simularem as crianças antes do tempo de repouso. O formador
acompanha as ‘criancas’ com as seguintes acções:

• Pergunta às crianças se querem ir à casa de banho; deixa ir as que querem


• Lembra a todas as crianças que tirem e arrumem os calçados, num sítio concordado
• Conta uma história ou canta uma canção suave (as crianças podem escolher)
• Dá o tempo necessário para cada criança adormecer. Insiste para que durmam, com muito
carinho e afecto (isso é importante porque existem crianças que oferecem muita
resistência mas necessitam de dormir e acabam sempre por adormecer)
• Depois de 30 minutos, verifica se há algumas crianças que ainda não estão a dormir.
Oferece a esses algumas actividades repousantes (calmas), por exemplo,
- ver livros
- desenhar ou modelar com barro ou plasticina; recortar e colar
- construir com peças pequenas (Legos etc.)
• Na hora certa, acorda as crianças de maneira suave, abrindo as cortinas, tocando no ombro
etc.

Esta simulação pode durar 10 minutos.

DEBATE E SIMULAÇÕES PEQUENAS


1. O formador estimula uma discussão sobre as características de bom acompanhamento das
crianças nos momentos de repouso, na base da simulação realizada. Em especial, discutem e
resumem no quadro o seguinte:
1) Como é que o educador pode tratar as crianças com respeito no momento do
repouso?
2) Como é que o educador pode promover autonomia da criança no momento de
repouso?
3) Como é que o educador pode distinguir entre as crianças que precisam e que não
precisam de repouso?

2. A seguir o formador descreve várias situações concretas aos formandos, e chama sempre 2-3
voluntários diferentes (1-2 crianças e 1 educador), para demonstrar como é que o educador
poderia agir nessas situações:
(a) Uma criança não quer dormir, em vez disso quer sair do dormitório
(b) Uma criança gosta de conversar com a amiga, no tempo de dormir
(c) Uma criança faz as necessidades na cama no tempo de repouso
(d) Uma criança tem dificuldade de acordar.

3. Discutem no fim da cada demonstração, se a acção foi adequada e como poderia ser
melhorada. O formador pode consultar as ‘soluções’ que se seguem, para obter mais ideias
sobre como poderia agir nas situações descritas.

59
[ SOLUÇÃO]

(a) Dizer à criança que agora é o tempo de descansar. Ajudar a criança a ficar a repousar na
cama por 20-30 min, para ver se adormece. Caso não adormeça, oferecer à criança algumas
actividades calmas (desenhar, modelar, enfiar, ver livros etc.). Dizer que vamos todos sair
para brincar no pátio, mais tarde.
(b) Explicar que agora é tempo para ambas descansarem, para depois brincarem muito. Contar
uma história ou cantar umas canções calmas e suaves, para distrair e relaxar as crianças.
(c) Não envergonhar ou gritar com a criança. Não anunciar o acidente às outras crianças.
Ajudar a criança a mudar de roupa. À tarde, mencionar casualmente o acidente aos pais, e
pensar juntos, como ajudar a criança.
(d) Deixar a criança acordar gradualmente, abrindo janelas, cantando uma cancão, relatando o
que vão fazer esta tarde, etc.

 Lembre aos formandos para estudar os Textos 13 e 14, em casa.

60
Materiais para fotocopiar

Texto Resumo 14
- Acompanhar as crianças no repouso -
[Tema IV – subtemas 2,3,4]

O educador deve proporcionar um ambiente que promove bom descanso, mas também tem
o papel em acompanhar as crianças no momento de ir dormir e acordar. É muito útil criar
certos ‘rituais’ para esses momentos, por exemplo, deixar as crianças lavarem-se e tirarem
os calçados, a seguir deitarem-se nas camas enquanto o educador conta ou leia uma
história, ou canta uma canção suave.

Em geral, para que a criança consiga dormir melhor poderá colocar-se uma música calma ou
deixá-la dormir com um boneco, contar uma história, fazer uma massagem com um toque
suave e agradável. As actividades neste momento, quanto mais simples forem, melhor para
a criança.

No entanto, há que ter em conta que nem todas as crianças têm as mesmas necessidades:
há crianças que precisam de dormir durante mais horas do que outras e enquanto há
crianças que aos cinco anos ainda necessitam da sesta, outras já não têm esta necessidade.
É necessário considerar a rotina da criança em casa (as horas de sono nocturno podem ser
longas, assim a crianças podem não precisar de descanso durante o dia). Também é
necessário considerar a idade das crianças: por exemplo, as de 5 anos podem já não
necessitar o repouso de dia.

É bastante importante respeitar o ritmo de cada criança. Pelo menos nos primeiros tempos,
deve tentar-se que a criança durma, pode deixar-se 30 minutos na cama, se não adormeceu
durante este tempo, deve retirar-se para fazer algumas actividades calmas, nesta ou noutra
sala. Essas actividades podem incluir 1) desenhos, pintura, escrita; 2) modelagem; 3)
construção; 4) alguns jogos didácticos, e outros.

Em resumo, o educador acompanha as crianças de maneira adequada no momento de


repouso, quando…
• Pergunta às crianças se querem ir à casa de banho; deixa ir as que querem;
• Lembra a todas as crianças que tirem e arrumem os calçados;
• Conta uma história ou canta uma canção suave (as crianças podem escolher)
• Dá o tempo necessário para cada criança adormecer
• Depois de ‘30 minutos’, verifica se algumas crianças ainda não estão a dormir. Oferece a essas
algumas actividades repousantes.
• Acorda as crianças de maneira suave, abrindo as cortinas, tocando pelo ombro etc.

61
TEMA IV
IMPLEMENTAÇÃO

 Tempo Actividade
8 horas
PREPARAÇÃO DA IMPLEMENTAÇÃO
 1. Informe aos formandos sobre a sua tarefa de implementação:
• Devem implementar no local da sua prática tudo o que aprenderam
Materiais e Preparação no tema IV.
• Organize a sua equipa de • Têm 8hrs para esta implementação. Este tempo contempla:
assistentes que vão acompanhar acompanhamento de crianças nos momentos de repouso pelo
e mais tarde também avaliar os menos durante 2 dias (melhor durante 3 dias), e preparação
formandos na sua dalgumas condições básicas para os tempos de repouso.
implementação. Escreva uma • No fim do módulo vão ser avaliadas as suas capacidades de
lista com os nomes de cada implementar o que aprenderam, na base dos critérios de
assistente e do formador e os acompanhar as crianças nos processos diários.
formandos que cada um deve
2. Informe aos formandos sobre a sua tarefa de auto-observação durante o
acompanhar. Entregue esta lista
acompanhamento das crianças na hora do repouso. Nomeadamente, no
aos assistentes antes do início
seu caderno, o formando deve:
das aulas de implementação.
a) Identificar situações com crianças, nos tempos do repouso, onde
• Entregue a cada assistente sentiu algumas dificuldades. Descrever o que aconteceu, e o que
respectivamente uma cópia dos poderia fazer diferente na próxima vez.
Textos Resumo 13 e 14 e b) Identificar situações onde aprendeu algo novo, em relação às
incentive-os a estuda-los. crianças. Descrever as suas ‘descobertas’, e anotar como isso vai
• Informe aos assistentes que no influenciar o seu trabalho daqui para a frente.
Texto Resumo 14 vão encontrar d) Trazer as suas notas para a aula de reflexão no fim do módulo.
a lista dos critérios como os
formandos devem acompanhar IMPLEMENTAÇÃO
crianças nos momentos do Acompanhem os formandos da seguinte maneira:
repouso. Os assistentes devem • Visitem o maior número possível de formandos nos seus locais de
orientar-se nesta lista ao trabalho
acompanhar os formandos na • Ajudem os a implementar os critérios que aprenderam.
implementação. Pergunte se • Reflictam com eles sobre as suas experiências de auto-observação.
haverá perguntas em relação a
 Tempo
qualquer dos critérios e
clarifique-o.
9 horas


Materiais e Preparação
• Organize a sua equipa de
assistentes que vão acompanhar
e mais tarde também avaliar os
62
formandos na sua
implementação. Escreva uma
lista com os nomes de cada
@ Escolinha Punda Milea da Associação KULANI

63
64
V Garantir a segurança das crianças e prestar os
primeiros socorros de acordo com a situação

Subtemas
1. Promove a segurança da criança na instituição identificando
e prevenindo perigos e acidentes.
2. Identifica causas do acidente e presta os primeiros socorros
de maneira adequada, usando a caixa de primeiros socorros
disponível na instituição.
3. Distingue situações simples de situações complicadas e
pede ajuda ou auxílio do centro de saúde, aplicando
medidas de emergência antes da ajuda chegar.

Resumo da aprendizagem
Neste tema é importante levar os formandos a identificarem e
a prevenirem os perigos e acidentes possíveis na instituição de
infância. Os formandos também devem aprender como agir em
caso dum acidente, aplicando os primeiros socorros e sabendo
Tema V

quando a criança deve ser logo levada ao centro de saúde.

Lembrete ao formador
Lembre que para o formando aprender melhor todos os
conceitos ensinados é importante começar cada um dos
subtemas com um resumo dos conceitos ensinados e
aprendidos no subtema anterior.
O formador deve avisar os formandos na aula anterior, quais os
recursos que devem trazer para a aula seguinte.
O formador deve relembrar os formandos para:
Sempre levar consigo o conjunto das cópias que tiraram dos
textos distribuídos, pois podem ser pedidos para utilização e
revisão.

65
TEMA V
1. Nomeia os princípios de aprendizagem da criança
6. Observa
Subtema as necessidades
1: Promove e interesses
a segurança das
da criança nacrianças, na identificando
instituição base de novose
conhecimentos
prevenindo perigos e acidentes.

 Notas para o formador Actividade


Este subtema prepara os formandos
DEBATE
para reconhecerem e prevenirem os
1. O formador desenha um mapa simples da instituição de
acidentes comuns das crianças. Ao infância (prédio, espaço exterior com árvores, etc.) no papel
mesmo tempo, o objectivo deste tema gigante ou no quadro. A seguir orienta uma chuva de ideias
não é fazer com que os formandos sobre os sítios e objectos que podem ser perigosos para as
parem sempre as crianças, quando crianças, numa instituição de infância. Alistam juntos os
acham que algo é perigoso. Por perigos típicos no quadro.
exemplo, muitas crianças adoram
trepar às árvores ou acarinhar os Perigos típicos para crianças são: objectos cortantes;
animais. Os educadores devem estar plantas e animais perigosos; medicamentos e produtos
cientes dos perigos possíveis, mas ao químicos; objectos eléctricos; carros e bicicletas;
repositores de água, rio, etc.
mesmo tempo dar espaço às crianças
para experimentarem coisas novas e
2. O formador pede para os formandos dividirem-se em
interessantes para elas.
grupos de 4-5 pessoas. Distribui envelopes com imagens
recortadas, de sítios e objectos perigosos, a cada grupo dos
formandos.
 Tempo 3. Convida os grupos a tirar as imagens do envelope, estudá-
las, e agrupá-las por tipos de acidentes. Um grupo
1 hora 30 min apresenta o seu trabalho, enquanto os outros verificam se o
grupo acertou tudo ou não.
4. A seguir os formandos discutem se há algumas situações
semelhantes de perigo, no local da sua prática.
 Materiais 5. Discutem e registam as suas ideias em grupos, e a seguir
• Copie imagens de sítios e partilham em toda a turma, como se pode prevenir cada
objectos perigosos (em baixo da tipo desses perigos e acidentes, quer sejam os das figuras
actividades), e recorte-os, para ou os que cada um apresentou.
6. A seguir em grupos reveêem o TEXTO 15, e identifiquem
cada grupo de 4-5 pessoas.
algumas novas ideias de como prevenir os acidentes, que
• Cada formando deve trazer a
ainda não nomearam.
cópia do Texto 15.

 Lembre aos formandos que leiam o Texto 15, em casa.


 Preparação Informe os formandos que no fim deste tema V irão produzir em
grupos um produto escrito (análise das medidas de segurança
Estude o Texto Resumo 15.
numa instituição). A seguir irão demonstrar aquilo que
aprenderam no Tema IV (acompanhamento da criança no
LEMBRETE:
repouso), e os primeiros socorros adequados em caso dum
acidente.

66
Materiais para fotocopiar

Sítios e objectos perigosos que podem existir


na instituição de infância

67
Sítios e objectos perigosos que podem existir
na instituição de infância (Continuação)

68
Texto Resumo 15
- Prevenir perigos e acidentes com as crianças -
[Tema V – subtema 1]

As crianças pequenas não têm capacidade para avaliar o perigo, pelo que qualquer objecto
que encontram, quer seja em casa ou na Instituição de Infância, pode transformar-se num
brinquedo muito interessante. Os educadores e outros responsáveis devem prestar muita
atenção em cada detalhe do ambiente em que a criança vive, na instituição de infância. As
principais causas de acidentes em crianças, são: quedas, queimaduras, envenenamento por
ingerir substâncias tóxicas, afogamento, sufocamento, e choque eléctrico.

Não nos podemos limitar a proibir as crianças de fazerem isto ou aquilo; mas devemos
tomar as medidas de segurança no ambiente onde as crianças fiquem, e ensinar as crianças
e alertá-las para os riscos que certos actos envolvem, para que elas possam desenvolver a
noção do que é o perigo e do que são comportamentos perigosos. Mesmo quando as
crianças são pequenas, a explicação requer muita paciência. Sempre que necessário, deve-
se explicar à criança porque é que algumas acções são permitidas ao adulto e à criança não,
apontando razões de idade, capacidade, responsabilidade, segurança, etc.

Podem ser tomadas as seguintes medidas de segurança na instituição de infância, para


prevenir os acidentes comuns:

Para prevenir envenenamento e intoxicações:


• Guarde todos os medicamentos fora do alcance das crianças
• Guarde produtos de limpeza e outros produtos tóxicos em locais pouco acessíveis
• Nunca coloque detergentes, lixívia, insecticidas ou pesticidas em garrafas de água de
plástico já usadas, porque as crianças podem ingerir o produto pensando ser água
ou refresco
• Assegure que não há plantas ou animais venenosos ou perigos no espaço da
instituição e nos arredores

Para prevenir asfixia etc.


• Assegure que os bebés não tenham acesso aos objectos pequenos que podem
engolir ou aspirar pelo nariz
• Não deixe em qualquer sitio sacos plásticos, fios de telefone soltos, almofadas e
travesseiros altos e fofos – esses objectos podem asfixiar ou estrangular as crianças

Para prevenir quedas e lesões:


• Arranje um corrimão de apoio nas escadas
• Assegure que o piso não seja muito liso (escorregadio)
• Verifique se existem grades ou redes de protecção em todas as janelas e varandas
• Supervisione sempre as crianças quando estão a trepar árvores ou equipamentos
no espaço infantil

69
• Proteja os cantos das mesas e de outros móveis que possam significar perigo para o
bebé
• Verifique que não há objectos cortantes no chão, como vidro ou pregos, que as
crianças podem pisar

Para prevenir afogamento:


• Nunca deixe a criança sozinha perto de uma piscina, mesmo que esta seja própria
para ela
• Esteja atento às brincadeiras das crianças na água
• Se existe um rio, lago ou outra fonte da água perto da instituição, assegure que as
crianças não tenham acesso fácil a esses sítios

Para prevenir queimaduras:


• Não deixe crianças sozinhas na cozinha, assegure que não toquem em panelas com
comida ou água quente

Para prevenir cortes:


• Guarde facas, tesouras e objectos cortantes em locais pouco acessíveis

Para prevenir acidentes de tráfego


• Assegure que as crianças na instituição não tenham acesso fácil à estrada, etc.

Para prevenir choque eléctrico


• Tape as tomadas eléctricas e coloque todos os objectos eléctricos fora de alcance
das crianças

70
TEMA V
1. Nomeia os princípios de aprendizagem da criança
7. Observa
Subtema as necessidades
2: Identifica e interesses
causas do acidente e das crianças,
presta na basesocorros
os primeiros de novosde
conhecimentos
maneira adequada, usando a caixa de primeiros socorros disponível na
instituição.
Subtema 3: Distingue situações simples de situações complicadas e pede ajuda
ou auxílio do centro de saúde, aplicando medidas de emergência antes da ajuda
chegar.

 Notas para o formador Actividade


• Organize com antecedência uma CAPACITAÇÃO EM PRIMEIROS SOCORROS
capacitação em primeiros 1. O agente de saúde ou enfermeira contratada pelo Centro de
socorros (por máximo de 6 horas) Formação realiza uma capacitação em primeiros socorros,
oferecida pelo agente de saúde com duração máxima de 6 horas, para toda turma.
formado em matéria, ou pela
enfermeira. REVISÃO E SIMULAÇÕES
1. O formador orienta uma revisão rápida com os formandos
• Alerte os formandos que no fim
sobre os seguintes assuntos:
desta actividade na sala de aulas
a. O que deve constar na caixa dos primeiros socorros
irão implementar o que
numa instituição
aprenderam no seu local de b. Que acções de primeiros socorros o formando deve
prática. desenvolver, nalgumas situações concretas
(escolher algumas situações no Texto 16).

 Tempo 2. A seguir, realizam um debate sobre a postura de educador


perante a criança no momento de acidente: os formandos
6 horas (primeiros socorros) primeiro fazem uma chuva de ideias, e a seguir o formador
3 horas (revisão e simulações) pode acrescentar os seguintes pontos:

• Não deve ficar nervoso, deve tentar manter sempre


 Materiais a calma, pois só assim poderá pensar e ajudar a
• Prepare pelo menos 2 caixas de criança
primeiros socorros (ou, se for • Nunca deve fazer comentários que possam assustar
possível, 5 caixas, para 5 grupos a criança, acerca do seu estado
de trabalho) • Não deve fazer comentários negativos, (isto não
• Copie cartões prontos com teria acontecido se não tivesse sido teimosa,
cenários de acidentes, para cada se……… se………, se não tivesse subido….., se não
grupo pequeno (veja em baixo tivesse mexido, ainda devia ser pior para a próxima
não mexer, etc.)
das actividades)
• Deve mostrar o carinho pela criança
• Cada formando dever trazer o
Texto 16

 Preparação
• Convide um agente de saúde que
pode oferecer capacitação de 6
horas em primeiros socorros
71
• Estude o Texto Resumo 16
3. O formador ajuda os formandos a formar pequenos grupos e distribui a lista com 15 cenários
diferentes de acidentes para cada grupo (veja em baixo desta actividade). Pede que cada grupo
trabalhe para simular rapidamente cada situação, e para responder /aplicar os primeiros
socorros de maneira adequada e acompanhar a criança com boas atitudes. Se houver caixas de
socorros suficientes, distribua uma caixa para cada grupo, caso não, os grupos devem fingir
realizar as acções adequadas sem os materiais.

4. O formador deve circular pelos grupos, e observar as respostas em pelo menos 3-5
cenários diferentes em cada grupo. Depois de observar, deve fazer um pequeno debate
com os membros do grupo, sobre se os primeiros socorros e o acompanhamento foram
adequados, e caso não, o que deveria ser feito diferente.

5. No fim, os grupos reúnem-se. O formador pode chamar alguns formandos de forma


aleatória, e pedir para apresentar um certo cenário e a acção correcta, nesta situação.
Os outros formandos devem observar a acção do colega, e comentar sobre aquilo que foi
bem feito e o que poderia ser melhorado, se for necessário.

 Lembre aos formandos que estudem o Texto 16, em casa.

72
Materiais para fotocopiar

Cenários de acidentes para simular em grupos

1 A criança caiu duma árvore.

2 A criança foi mordida por um cão da rua.

3 A criança entornou uma panela com água quente por cima de si.

4 A criança comeu algo que ficou na garganta e não consegue


respirar.

5 A criança caiu da bicicleta e partiu o braço.

6 A criança bateu na porta e tem sangue a sair pelo nariz.

7 A criança que não sabe nadar caiu dentro da piscina (rio etc.)

8 A criança aspirou um produto químico.

9 A criança foi picada pela abelha.

10 A criança engoliu uns botões pequenos que encontrou.

11 A criança tem muita diarreia e dores.

12 A criança meteu um garfo dentro da tomada eléctrica, e apanhou


um choque eléctrico.

13 A criança pisou no vidro e cortou o pé.

14 A criança colocou um plástico por cima da cabeça e começou a


ficar asfixiada.

15 A criança encontrou um veneno contra ratos e engoliu-o.

73
Texto Resumo 16
- Distinguir emergências simples e complicadas
e prestar os primeiros socorros -
[Tema V – subtemas 2 & 3]

Algumas emergências de saúde (causadas por um acidente ou uma doença da criança)


podem precisar apenas de primeiros socorros, simples, e outras necessitarão de ajuda
profissional, ou de socorrer logo a criança para o hospital ou centro de saúde. Por exemplo
sangramento do nariz pode somente necessitar de socorros simples na instituição,
enquanto uma queimadura ou lesão necessita de atendimento médico o mais rápido
possível. Mesmo nesses casos os educadores podem e devem prestar certos socorros às
crianças, enquanto estão a espera dum apoio medico profissional.

Primeiros socorros são uma série de procedimentos simples com o intuito de manter vidas
em situações de emergência, feitos por pessoas até à chegada de atendimento médico
especializado. O melhor é treinar em primeiros socorros, antes de se precisar de usar os
procedimentos em quaisquer situações de emergência com as crianças.

Para conseguir aplicar os primeiros socorros, na instituição deve existir a caixa de primeiros
socorros com todos os materiais necessários, entre esses:
Manual de primeiros socorros, termómetro, tesoura, pinça, algodão, gaze esterilizada,
adesivo, desinfectante, soro fisiológico, analgésicos, compressas, pensos adesivos, ligaduras,
alfinetes, saco de gelo, pó de talco, etc.

A postura de educador perante a criança no momento de acidente é muito importante,


para acalmar a criança. Especificamente, o educador…
• Não deve ficar nervoso, deve tentar manter sempre a calma, pois só assim poderá
pensar e ajudar a criança
• Nunca deve fazer comentários que possam assustar a criança, acerca do seu estado
• Não deve fazer comentários negativos, (isto não teria acontecido se não tivesse sido
teimosa, se……… se………, se não tivesse subido….., se não tivesse mexido, ainda devia
ser pior para a próxima não mexer, etc.)
• Deve mostrar o carinho pela criança

Casos que normalmente apenas necessitam de primeiros socorros:

Corte com sangramento – Lave com água corrente e sabão neutro. Se o sangramento
persistir, comprima a região afectada com um pano limpo por alguns minutos. Cortes
superficiais não precisam de curativo para cicatrizar. Cortes pequenos, porém profundos,
devem ser cobertos com gaze apenas durante o dia. Procure um posto médico se o corte for
grande.

74
Sangramento no nariz – Coloque a criança em pé ou sentada e faça uma leve compressão
com as pontas dos dedos nas laterais do nariz, logo abaixo do ossinho, por cerca de 10
minutos.

Engasgo – Tente manter a calma e peça à criança para que tussa. Em geral, o alimento ou
objecto é expelido naturalmente. Menos de dois anos devem ser colocados de bruços no
colo, com a cabeça apoiada em uma de suas mãos. Com a outra mão, em forma de concha,
dê cinco tapas firmes nas costas (entre as omoplatas) da criança, para ajudá-la a cuspir o
que engoliu.

Casos que podem necessitar tanto de primeiros socorros como do apoio médico
profissional:

Pancada na cabeça – Se a criança apresentar sintomas como desmaio, vómito, tontura,


desorientação ou perda de memória, leve-a imediatamente a um centro de saúde. Nos
demais casos, coloque gelo sobre o local do trauma para diminuir o hematoma.

Fractura – É a quebra de um osso causada por uma pancada muito forte, uma queda ou
esmagamento. É necessário solicitar assistência médica, enquanto isso, mantenha a pessoa
calma e aquecida. Verifique se o ferimento não interrompeu a circulação sanguínea.
Imobilize o osso ou a articulação atingidos com uma tala. Mantenha o local afectado em
nível mais elevado que o resto do corpo e aplique compressas de gelo para diminuir o
inchaço, a dor e a progressão do hematoma.

Convulsão – Afaste a criança de objectos que possam magoá-la. Coloque-a deitada de lado,
com a cabeça apoiada sobre um travesseiro ou almofada, segure o maxilar para manter a
sua boca aberta. Isso facilita a respiração e ajuda no caso de vómito.

Objectos engolidos – Se a criança engolir um objecto pequeno, não se queixar de dor, ou


salivar em excesso, aguarde pela eliminação nas fezes. Caso contrário, leve-a ao centro de
saúde. Uma radiografia poderá determinar o que deve ser feito. Objectos colocados no
nariz ou ouvidos só devem ser retirados pelos pais e familiares se estiverem totalmente
acessíveis, com a ponta para fora, e se a criança conseguir colaborar. Cuidado para não
agravar a situação. O melhor é ir ao centro de saúde ou hospital.

Intoxicação – No caso de ingestão de substâncias tóxicas ou medicamentos, deve


imediatamente consultar o centro de saúde ou hospital.

Queimadura – A água é o melhor remédio para qualquer tipo de queimadura. Deixe as


queimaduras debaixo de água fria durante 20/30m. Nos casos graves, quando atinge todo o
corpo e até as roupas, leve a criança para o chuveiro frio. Para transportá-la ao hospital,
enrole a região queimada com panos macios e bastante molhados para manter a pele
hidratada e aliviar a dor.

Mordida de animais – Limpe o ferimento com água corrente e sabão e leve a criança ao
centro de saúde imediatamente.

75
TEMA V
IMPLEMENTAÇÃO

 Tempo Actividade
4 horas
PREPARAÇÃO PARA A IMPLEMENTAÇÃO
 1. Informe aos formandos sobre a sua tarefa de implementação:
• Devem implementar no local da sua prática tudo que
Materiais e Preparação aprenderam no Tema V.
• Organize a sua equipa de • Têm 4h para esta implementação.
assistentes que vão acompanhar • Este tempo contempla: observar os espaços no seu local de
e mais tarde também avaliar os prática que as crianças do seu grupo utilizem, propor ao gestor
formandos na sua da instituição, por escrito, as medidas de segurança que
implementação. Escreva uma acham necessárias e contribuir para melhorar a segurança
lista com os nomes de cada dalguns desses espaços.
assistente e do formador e os • Lembre que podem usar o TEXTO 15 como referência sobre as
formandos que cada um deve medidas de segurança possíveis.
• As medidas de segurança propostas por escrito serão
acompanhar. Entregue esta lista
avaliadas como produto escrito do grupo (farão parte da
aos assistentes antes do início
avaliação sumativa do módulo).
das aulas de implementação.
• Entregue a cada assistente
respectivamente uma cópia dos
Textos Resumo 15 e 16, e IMPLEMENTAÇÃO
incentive-os a estudá-los. Acompanhem os formandos da seguinte maneira:
• Informe aos assistentes que no • Visitem o maior número possível de formandos nos seus locais
Texto Resumo 15 vão encontrar de trabalho
a lista das medidas de segurança • Observem como é que os formandos produzem a lista das
possíveis que os formandos medidas de segurança (não podem ajudá-los, pois esse
devem considerar durante essa trabalho faz parte da avaliação sumativa)
implementação. Os assistentes • Ajudem os a implementar algumas medidas de segurança (e se
devem orientar-se nesta lista ao surgirem as situações, os primeiros socorros).

acompanhar os formandos na
implementação. Pergunte se
 Notasperguntas
haverá para oem formador
relação a
qualquer das medidas e
• clarifique-as.
Esta reflexão deve ser realizada no
fim da última aula do módulo, antes
dos formandos saírem para
actividades de prática nas suas
instituições.
• Não faz mal quando no fim dos
debates restam dúvidas/ questões. E
importante encorajar os formandos
a reflectir mais sobre estas questões
durante o curso. 76

 Tempo
Reflexão

 Notas para o formador Actividade


Durante a reflexão os formandos vão REFLEXÃO GERAL
anotar as dúvidas que ainda restam 1. Convide os formandos para individualmente responderem por
escrito de forma breve às seguintes perguntas:
sobre este módulo. O formador, por
1) Em geral – acharam difícil ou fácil de implementar o que
sua vez, vai tomar notas sobre as
aprenderam?
situações de auto-observação
2) O que foi novo que aprenderam neste módulo?
apresentadas pelos formandos. Todas 3) O que acharam de mais impressionante na implementação (em
estas anotações devem ser partilhadas relação às crianças etc.)?
com os outros formadores do curso, 2. Indique o tempo para esta tarefa, que são 15 minutos.
para eles perceberem as preocupações 3. Encoraje uns formandos a apresentarem o que notaram.
dos formandos e também para 4. Convide os formandos a entregarem as suas anotações. Informe-os
poderem aprofundar estes aspectos que não são avaliações, mas sim que vão servir para os formadores
nos módulos que vêm a seguir. poderem melhorar o curso.

Deve dar o máximo do tempo para a


reflexão sobre as experiências de auto- REFLEXÃO SOBRE AS AUTO-OBSERVAÇÕES
observação. 1. Convide alguns formandos a apresentarem algumas das suas auto-
observações que anotaram durante a implementação.
2. Os outros formandos podem dar comentários se quiserem, e em
conjunto podem debater sobre as situações apresentadas.
 Tempo 3. Situações que provocaram um grande debate podem ser simuladas
1 hora para serem destacadas e aprofundadas.
4. Tome notas das situações de auto-observação apresentadas.
5. Diga aos formandos que agora, no fim deste módulo, com certeza
 Materiais têm outras perguntas e dúvidas abertas. Encoraje - os a reflectirem
e pesquisarem mais sobre elas durante o curso.
Coloque na parede os cartazes com
critérios de implementação dos Temas
I a IV sobre:
1) Como acompanhar as
crianças na chegada e saída
2) Como acompanhar as
crianças na refeição
3) Como acompanhar as
crianças no asseio
4) Como acompanhar as
crianças no repouso

Use os respectivos Textos para produzir


os cartazes.

77
Bibliografia do Módulo 9
1. Hohmann, M. & Weikart, D. (1997). Educar a criança (High Scope
Educational Research Foundation). Fundação Calouste Gulbenkian: Lisboa.
2. Manual de Processos Chave da Creche em http://www2.seg-
social.pt/preview_documentos.asp?r=16680&m=PDF
Referências Bibliográficas
3. Ministério da Mulher e da Acção Social, Republica de Moçambique.
Programa Educativo para crianças do 1º ao 5º ano [ in press]. (Aprovado
em 2011.)
4. Ministério da Mulher e Coordenação da Acção Social, Republica de
Moçambique.
(2003). Manual de orientação e procedimentos para o atendimento às
crianças nos Centros Infantis. Maputo, Moçambique: LM Graphics.
5. Papalia, D. (2001). O Mundo da Criança (8ª edição). Lisboa: Mc Graw Hill.
6. Rodrigues, B. (2000). Primeiros socorros na Escola – Centro de Saúde de
Condeixa em
http://www.prof2000.pt/users/tsmf/eb23scondeixa/manualpsoc.htm
7. UNICEF. (2010). Saúde e vida (4ª Edição). UNICEF: Moçambique
8. http://www.anvisa.gov.br/reblas/manual_primeiros_socorros.pdf
9. http://atuaescola.blogspot.com/2009/04/pre-escolar-primeiros-socorros-
para.html
10. http://www.portoseguro.co.pt/informacao-seguros/manual-primeiros-
socorros.htm
11. http://www.prof2000.pt/users/tsmf/eb23scondeixa/manualpsoc.htm

78
Manuais de apoio ao formador centrado
na acção para o nível 3 do curso técnico
profissional de educadores de infância
aprovado pelo PIREP

Manuais LARANJA para módulos de Base


(abordagem chave):

Módulo 2 - Explicar como a criança aprende (I)


Módulo 4 - Demonstrar conhecimentos da
Educação Inclusiva e Centrada na
Criança
Módulo 14 - Explicar como a criança aprende

Manuais VERDES para módulos sobre


processos pedagógicos:

Módulo 1 - Observar as crianças na instituição de


infância
Módulo 6 - Promover interacções respeitosas e
eficazes com e entre as crianças
Módulo 8 – Acompanhar as crianças nas
actividades livres
Módulo 9 - Realizar os processos diários na
Módulo 10 - Lidar com comportamentos
desviantes de crianças (I)
Módulo 13 - Comunicar e colaborar com a família

Manuais VERMELHOS para módulos sobre


actividades que beneficiam o
desenvolvimento da criança:

Módulo 3 - Produzir e utilizar os materiais


pedagógicos
Módulo 5 - Preparar ambiente estimulante para
actividades livres (I)
Módulo 7 - Preparar ambiente estimulante para
actividades livres (II)
Módulo 11 - Estimular a linguagem oral na
criançaMódulo 12 - Promover a
expressão musical e dramática nas
crianças

Manuais AZUIS para Experiência de trabalho e


avaliação integrada

Módulo 15 – Levar a cabo uma experiência de


trabalho numa instituição de infância
(Experiência de trabalho)
Módulo 16 – Melhorar o seu acompanhamento
das crianças nas actividades livres
(Avaliação Integrada)

79

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