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FACULDADE INTEGRADA DE SANTA MARIA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

Ricardo Montalvan da Silveira Lopes

UMA COMPREENSÃO PSICANALÍTICA DOS PROCESSOS


PSÍQUICOS EM RELAÇÃO À INFIDELIDADE

Santa Maria, RS, Brasil


2017
Ricardo Montalvan da Silveira Lopes

UMA COMPREENSÃO PSICANALÍTICA DOS PROCESSOS


PSÍQUICOS EM RELAÇÃO À INFIDELIDADE

Projeto de TCCII, apresentado no Curso de


Psicologia a Faculdade Integrada de Santa
Maria (FISMA) para a obtenção do Grau de
Psicólogo. Orientadora: Professora Mestre
Katiusci Lehnhard Machado.

Santa Maria, RS, Brasil.


2017
Ricardo Montalvan da Silveira Lopes

UMA COMPREENSÃO PSICANALÍTICA DOS PROCESSOS


PSÍQUICOS EM RELAÇÃO À INFIDELIDADE

__________________________________________
Prof. (a) Ms. Katiusci Lehnhard Machado (FISMA)
(Presidente/Orientadora)

__________________________________________
Prof. (a) Ms. Tatiane Rodrigues (FISMA)
(Membro Titular)

______________________________________
Prof. (a) Ms. Caroline Prola Fritsch (FISMA)
(Membro Titular)

______________________________________
Prof.(a) Esp. Tainan Garcia (FISMA)
(Membro Suplente)

Santa Maria, RS, Brasil


2017
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, agradeço a um poder superior, por mostrar que tudo pode
acontecer.
Aos meus pais, por me possibilitarem concluir mais esta conquista e etapa de
minha vida.
À minha mãe e minha tia, que me incentivou a não desistir.
A minha esposa e meus filhos, que foram compreensíveis comigo nos momentos
e que tive que permanecer longe para poder estudar e escrever.
Aos demais familiares que, mesmo sentindo minha ausência, mantiveram a
serenidade e compreensão.
À minha orientadora Katiusci Lehnhard Machado, que em uma hora difícil de
minha etapa acadêmica apostou que eu seria capaz de escrever.
Aos professores, que somaram e compartilharam seus ensinamentos.
A todas as pessoas que fizeram e faz parte de minha história acadêmica durante
estes cinco anos de conhecimento.
RESUMO

Trabalho de Conclusão de Curso


Curso de Graduação em Psicologia
Faculdade Integrada de Santa Maria

UMA COMPREENSÃO PSICANALÍTICA DOS PROCESSOS PSÍQUICOS EM


RELAÇÃO À INFIDELIDADE

Autor: Ricardo Montalvan da Silveira Lopes


Orientadora: Katiusci Lehnhard Machado
Local e data da defesa: Santa Maria, 14 de julho de 2017.

O casamento que é uma instituição que tem sofrido intervenções ao longo do tempo,
transformando sua dinâmica por determinações econômicas, sociais, culturais,
gênero e classe. Sendo que um dos pontos que podem fragilizar a construção de
relacionamentos estáveis é a infidelidade conjugal. Neste sentido a pesquisa
objetivou conhecer os processos psíquicos que envolvem a constituição do sujeito
em relação à infidelidade conjugal. Para tanto foi realizada uma pesquisa
bibliográfica. A análise dos dados aponta uma mudança, no comportamento da
sociedade brasileira que passa a aceitar com maior naturalidade o divórcio e, além
disso, passa a acessar os serviços de justiça, formalizando as dissoluções dos
casamentos. Foi possível observar que embora a infidelidade, seja descrita e
entendida entre psíquico, sociocultural e biológico, ela é ligada a quebra da
confiança e do acordo de exclusividade em uma relação conjugal. A infidelidade
pode produzir em cada sujeito dentro de uma relação afetiva, sentimentos como
magoa e traição, e, por outro lado o crescimento e autonomia de cada um dentro
desse contexto afetivo. A infidelidade pode trazer reações, significados,
representações de vivências da infância, a qual pode ocorrer lembranças de estar
revivendo as questões edípicas.

Palavras-chave: Infidelidade. Psicanálise. Relações Conjugais.


ABSTRACT

Completion of course work


Psychology Undergraduate course.
Faculdade Integrada de Santa Maria

A PSYCHOANALYTIC UNDERSTANDING OF PSYCHIC PROCESSES IN


RELATION TO INFIDELITY

Author: Ricardo Montalvan da Silveira Lopes


Advisor: Katiusci Lehnhard Machado
Place and date: SANTA MARIA, July 14, 2017.

Marriage is an institution that has undergone interventions over time, transforming its
dynamics by economic, social, cultural determinations, gender and class. Being that
one of the points that can weaken the construction of stable relationships is the
conjugal infidelity. In this sense the research aimed to know the psychic processes
that involve the constitution of the subject in relation to conjugal infidelity. For this, a
bibliographical research was carried out. The analysis of the data points to a change
in the behavior of the Brazilian society that begins to accept the divorce more
naturally and, in addition, it begins to access the services of justice, formalizing the
dissolutions of marriages. It was possible to observe that although infidelity is
described and understood between psychic, sociocultural and biological, it is linked
to a breach of trust and exclusivity agreement in a conjugal relationship. Infidelity can
produce in each subject within an affective relationship, feelings such as hurt and
betrayal, and, on the other hand, the growth and autonomy of each one within this
affective context. Infidelity can bring reactions, meanings, representations of
childhood experiences, which may occur memories of being reviving oedipal issues.
Keywords: Infidelity. Psychoanalysis. Marital Relationships.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8
1.1. OBJETIVOS ......................................................................................................... 9
1.1.1 Objetivo geral ..................................................................................................... 9
1.1.2 Objetivos específicos.......................................................................................... 9
2. REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................................... 11
2.1 O ideal de Ego segundo a Psicanálise ................................................................ 11
2.2 O amor e a Psicanálise ....................................................................................... 12
2.3 Infidelidade: bases conceituais e o ponto de vista psicanalítico .......................... 13
3. METODOLOGIA ................................................................................................... 15
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................... 16
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 21
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 23
APRESENTAÇÃO

O presente estudo trata-se do Trabalho de Conclusão do Curso de


Graduação em Psicologia, no qual se evidência minhas inquietações ao longo da
trajetória acadêmica no Curso de Psicologia da Faculdade Integrada de Santa Maria
(FISMA), em especial as experiências nos estágios supervisionados em Clínica I e
em Clínica II. Além de expressar o desejo de aprofundar-me no tema da constituição
do sujeito, em especial o Ideal do Ego, sob dois aspectos: infidelidade e relação
conjugal.
O objetivo geral deste estudo foi pesquisar o conceito de Ideal do Ego em
relação à infidelidade conjugal e descrever de acordo com a Psicanálise os
possíveis processos psíquicos envolvidos. Para alcançar este objetivo que norteiam
a presente pesquisa foram traçados alguns objetivos específicos.
Visando alcançar os objetivos da pesquisa, o presente estudo estrutura-se em
cinco capítulos: O primeiro capítulo contempla a apresentação, introdução, o
problema de pesquisa, os objetivos, geral e específico para a realização do estudo.
No segundo capítulo, apresenta-se a fundamentação teórica relacionada ao
tema abordado, e está dividido em três seções: a primeira tem como foco o ideal de
Ego segundo a Psicanálise, a segunda o amor e a Psicanálise e a terceira
Infidelidade: bases conceituais e o ponto de vista psicanalítico.
O terceiro capítulo descreve-se os procedimentos metodológicos utilizados no
desenvolvimento do presente estudo. Desse modo, são abordados o tipo de
pesquisa e a análise dos dados.
No quarto capítulo, são descritos os resultados da pesquisa e, por fim, no
quinto capítulo é apresentada as considerações finais, as limitações do estudo e
sugestões para estudos futuros.
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1 INTRODUÇÃO

O casamento é uma instituição que tem sido moldada ao longo do tempo por
determinações econômicas, sociais, culturais, gênero e classe. Sendo que até
meados dos anos 70, a constituição da família parecia guiar-se por um padrão único,
de família nuclear tradicional, caracterizada pelo casamento heterossexual
indissolúvel, sendo dado ao homem o papel de provedor e a mulher o papel de mãe,
cuidadora do lar e da família.
Na contemporaneidade, ocorreram algumas mudanças, dentre elas a maior
autonomia das pessoas na relação afetiva, na sua sexualidade e no trabalho
(ARAÚJO, 2002). Além disso, de acordo com a abordagem sistêmica, observam-se
mudanças tanto nos papéis conjugais como nas expectativas em relação à união
conjugal (ZORDAN, et al, 2009).
O conceito casamento é compreendido na relação entre duas pessoas à
comunhão recíproca de vida em família, tendo como base na igualdade de direitos e
deveres. Neste sentido, regidos por normas constitucionais que dispõem sobre a
família e regulamentadas pela legislação atual do Código Civil (WALD, 2002).
Costa (2007) afirma que, para constituir um relacionamento estável, é preciso
considerar a capacidade de identificação entre o casal, isto resulta em ternura,
preocupação e empatia com o amor ao objeto. Sendo preciso desligar-se dos
objetos parentais primários para vincular-se a vida adulta de um casal.
Segundo Kernberg (1995) em relação à teoria psicanalítica, a competência de
se apaixonar é uma das sustentações do relacionamento conjugal, para isso é
necessário estabelecer a união entre a idealização e o desejo erótico. A idealização
é uma extensão do amor romântico da adolescência ao amor maduro da vida adulta.
De tal modo que, para chegar ao amor maduro, será preciso passar, inicialmente,
pelas excitações sexuais da puberdade, no qual o próprio corpo é o centro das
estimulações e satisfações pulsionais.
Zampieri (2004) comenta que um dos pontos que podem fragilizar a
construção de relacionamentos estáveis é a infidelidade conjugal. Para o autor a
infidelidade é um dos temas que a psicologia tem se dedicado, sendo uma das
forças mais dissociadoras dos aspectos emocionais do casal.
9

Existem na literatura diversos conceitos a respeito de infidelidade no qual se


tornam homogêneos quanto à violação do contrato conjugal. A infidelidade pode ser
considerada como o envolvimento sexual ou emocional com uma pessoa, que não o
parceiro oficial, o qual o consinta sobre o ocorrido (GLASS, 2002). Já Zampieri
(2004, p. 155) argumenta que a infidelidade pode caracterizar como a “quebra da
confiança e o rompimento do acordo conjugal sobre a exclusividade sexual no
relacionamento monogâmico”.
Para Leal (2005) a infidelidade é compreendida como o rompimento de um
contrato afetivo implícito ou explícito entre os parceiros, durante o casamento ou o
namoro. O tema da infidelidade conjugal se mostra bastante relevante, pois é um
tema no qual fragiliza a relação e identidade do sujeito, e durante o estágio curricular
no Curso de Graduação em Psicologia, Clínica-Escola Maiêutica de Psicologia da
Fisma – Santa Maria observou-se e acompanharam-se alguns casos clínicos que
envolveram conflitos conjugais, os quais apresentaram situações e vivências de
infidelidade conjugal.
Esta temática, do ponto de vista do senso comum, pode vir carregada de juízo
moral, no entanto, as vivências de infidelidade observadas durante o estágio em
Clínica I e Clinica II pode representar atualizações de sentimentos vivenciados pelo
Complexo de Édipo. Diante do exposto, a pesquisa busca responder a seguinte
pergunta: quais os processos psíquicos que envolvem a constituição do sujeito em
relação a uma infidelidade conjugal?
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1.1. OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo geral

Conhecer os fenômenos psíquicos que envolvem a constituição do sujeito em


relação à infidelidade conjugal.

1.1.2 Objetivos específicos

 Relacionar a infidelidade conjugal e o divórcio.


 Compreender a infidelidade conjugal a partir do Complexo de Édipo.
 Descrever os processos psíquicos nas suas relações dinâmicas, em relação à
infidelidade conjugal, com base do Complexo de Édipo.
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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 O ideal de Ego segundo a Psicanálise

Sobre a constituição do eu, Freud (1914) descreve que este não se encontra
presente desde o início da vida do indivíduo. Ele precisa ser constituído a partir das
pulsões auto erógenas, sendo que estas se encontram presentes desde o
nascimento.
A expressão “ideal do eu”, expressa e designa um modelo de referência do
Eu, como um substituto do narcisismo no qual foi perdido na infância e produto da
identificação com as figuras parentais e seus substitutos sociais (ROUDINESCO,
PLON, 1998). Conforme Laplanche e Pontalis (1994), o “ideal do eu”, é uma
expressão utilizada por Freud no quadro de sua segunda teoria sobre o aparelho
psíquico, em que a instância da personalidade é resultante da tendência do
narcisismo (idealização do ego) e das identificações com os pais, com os seus
substitutos e com os ideais coletivos. O ideal do ego irá constituir um modelo a que o
sujeito procura confortar-se, enquanto instância diferenciada.
Essa passagem do eu do prazer para o eu da realidade se caracteriza pela
maior importância dada aos órgãos de sentido, a função de atenção, julgamento de
existência e a transformação da descarga motora vinda do princípio do prazer para a
ação motora (CARPES, 1998). Freud (1924) que os investimentos de objetos são
abandonados e substituídos por identificações. Dessa forma a autoridade do pai ou
dos pais é introjetada no ego e aí forma o núcleo do superego, no qual “assume a
severidade do pai e proíbe o incesto, defendendo assim o ego do retorno do
investimento libidinal, sendo que as tendências que pertence ao complexo de Édipo”
são em parte dessexualizadas e sublimadas, ou seja, o complexo de Édipo é
recalcado, caindo sob a amnésia infantil e se instala como seu herdeiro o superego
(BURCHARDT, 2001, p. 65).
Para Freud (1996) após correlacionar as três instancias, eu, isso e supereu
(ego id, e superego), cita que a segunda tópica não anula a primeira, mas aumenta o
poder da teoria psicanalítica para explicar os fatos psíquicos, onde o eu tem seu
núcleo no sistema perceptivo-consciente, representa o eu o corporal como uma
projeção psíquica da superfície do corpo (CÂMARA, 2010).
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Goldstein (1997) ressalta que a primeira noção de identidade do ser humano


vem de fora, da imagem exploratória captada visualmente, do outro, criando efeitos
determinantes e, produzindo ao mesmo tempo paradoxos. É neste momento
estrutural que os dados são percebidos de uma forma dispersa e vão acabar se
unificando em uma imagem de si.

2.2 O amor e a Psicanálise

Os aspectos intrapsíquicos contribuem para o estudo dos relacionamentos


amorosos e a psicanálise tem buscado contribuir para isso. Freud quando descreve
seus constructos sobre o narcisismo, a sexualidade infantil e a transferência trazem
algumas noções sobre o amor. Para a psicanálise freudiana há pouca diferença
entre o amor e o apaixonamento, ela não distinguiu as dimensões do fenômeno
amoroso e nem estabelece a diferença entre vontade sexual do sentimento amoroso
(LEJARRAGA, 2002). Este autor afirma que a psicanálise se baseia nos conceitos
relativos à estruturação psíquica do sujeito, relacionando-o principalmente no
processo da escolha objetal e sua capacidade de estabelecer relações de intimidade
na vida adulta.
O sujeito tenta se relacionar emocionalmente com os objetos do mundo
externo com o intuito de obter felicidade, de amar e ser amado, tornando o amor o
centro de tudo (Freud, 1930/1996). O indivíduo torna-se dependente de uma parte
do mundo externo através da escolha do objeto amoroso, se sujeita ao sofrimento,
caso o outro morra, o rejeite ou lhe seja infiel. Este é o preço a ser pago quando se
faz um acordo amoroso com alguém. Afinal, “nunca notamos sermos tão fracos
contra o sofrimento quando amamos nunca tão desamparadamente infelizes quando
perdemos o nosso objeto amado ou o seu amor” (Freud, 1930/1996, p. 90).
Monteiro e Cardoso (2008) apontam que, uma das grandes conquistas da
vida adulta incide em amar com intimidade, no qual resulta no senso de integridade
e individualidade, o sentido de identidade é o que caracteriza a etapa adulta da
adolescência. Para chegar até o amor maduro, é preciso trilhar um caminho que se
estende desde a infância e seus conflitos edípicos, passando pelas desvalorizações
amorosas da latência, paixões e erotização da adolescência até chegar à intimidade
do amor adulto. Sendo, necessário inicialmente internalizar os objetos parentais
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construindo seu modelo identificatório e, posteriormente, fazer a sua própria escolha


objetal.

2.3 Infidelidade: bases conceituais e o ponto de vista psicanalítico

De acordo com Campos (2001), a infidelidade relaciona-se com a


característica individual e pessoal de cada indivíduo, com a tendência de procurar no
externo algo que não consegue encontrar nele mesmo. Tanto no masculino quanto
no feminino as características que podem incentivar a infidelidade são distintas.
Na infidelidade masculina possivelmente haja uma busca de aceitação
incondicional, havendo um deslocamento na figura feminina, aquela que escolheram
para manter uma relação conjugal, onde a esposa desenvolve a função de uma
mãe, é o que nos diz Campos (2001, p. 26) em:

“Considera o homem em da mãe o tempo todo, tentando restabelecer com


suas mulheres o mesmo tipo de relação pré-genital, que tinha com a mãe. A
esposa aceita tudo incondicionalmente, suas limitações, seus deslizes. E a
amante também aceita as privações, como passar os fins de semana
sozinha, ou não poder frequentar com ele um local público” (CAMPOS,
2001, p. 26).

Por outro lado, a emoção mais comum, entre as mulheres infiéis, é a culpa,
que induz muitas delas a confessar a infidelidade ao parceiro conjugal. Na
atualidade, as mulheres questionam a liberdade dos homens e querem agir de forma
parecida, mas muitas ainda se sentem divididas.
A infidelidade emerge como o principal motivo da dissolução conjugal e está
entre os principais problemas enfrentados pelos casais na atualidade,
principalmente, pelo número expressivo de pessoas que declaram ter sido infiéis em
algum momento do seu relacionamento. As graves consequências resultantes de
uma infidelidade afetiva ou sexual em uma relação adquire especial importância à
compreensão dos determinantes deste julgamento (ZORDAN; STREY, 2011).
Existe uma diversidade nas concepções de infidelidade (BLOW; HARTNETT,
2005). Embora o critério do envolvimento sexual seja o mais comum, vários autores
têm dado atenção para outros aspectos relevantes. Argumentam que tanto o
envolvimento emocional afetivo como o sexual pode violar a esperança de
exclusividade do outro parceiro, sendo percebido como uma quebra de confiança e
14

um ataque ao sistema de vinculação. Ao mesmo tempo, como um envolvimento de


resolução afetiva (GLASS; WRIGTH, 1992).
A infidelidade conjugal demanda um custo psicológico nas relações amorosas
da vida adulta, na contemporaneidade, promove dificuldades ou vicissitudes, na qual
constitui situações de conflitos na esfera individual e conjugal. Severino (1996) cita
que a decisão tomada entre duas pessoas a conviverem em uma relação estável,
implicando assumirem compromissos mútuos, reciprocidade e suporte para as
necessidades sociais, afetivas e sexuais. Nessa mesma ideia, Gomes e Paiva
(2003) complementam que o casamento a uma noção de transformação,
flexibilidade em relação ao novo e diferente constituindo a um espaço de
desenvolvimento interpessoal e de criatividade.
Freud (1910/1996), em seus estudos iniciais em relação ao tema infidelidade,
aponta que o padrão relacional de ser infiel possui associação às questões edípicas,
onde a interpretação do ato infiel é promovida devido ao ciúme infantil frente ao
amor parental, explicando que a infidelidade é parte essencial ao conflito edípico.
Costa (2007) sustenta que, a infidelidade pode ser uma forma encontrada para evitar
o estabelecimento de um vínculo com o parceiro e, consequentemente, de evitar
correr o risco de acabar aprisionado ao relacionamento, além do receio de ser traído
e abandonado.
Mitchell (2000) acredita que a infidelidade tem de fato uma relação na qual o
indivíduo não conseguiu internalizar objetos disponíveis que garantam o
estabelecimento da construção de vínculos seguros. Assim, verifica-se que existem
diversos elementos que embasam a compreensão das relações amorosas e das
vicissitudes que as cercam, especificamente em relação à traição, onde a posição
clássica Freudiana remonta a rivalidade que acontece na traição do pai/mãe
edípicos.
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3. METODOLOGIA

Este estudo tem como método de estudo uma pesquisa bibliográfica, de


caráter exploratório. Quanto à natureza foi realizada pesquisa básica, a qual objetiva
gerar conhecimentos novos, úteis para o avanço da ciência, sem prever uma
aplicação prática (GERHARDT; SILVEIRA, 2009).
De acordo com Gil (2010) a pesquisa bibliográfica é elaborada com base em
materiais já publicados. Esta modalidade de pesquisa, por tradição, inclui material
impresso, como livros, revistas, jornais, teses, dissertações e anais de eventos
científicos. Com a disseminação de novos formatos de informação, estas pesquisas
passaram a incluir outros tipos de fontes, como discos, fitas magnéticas, CDs, bem
como, o material disponibilizado pela Internet. Para o autor as pesquisas
bibliográficas permitem contextualizar os métodos, fatos, ações sociais e cientifico
promovidos até os dias atuais, de maneira eficaz. A pesquisa exploratória visa
proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito ou a
construir hipóteses. Envolve levantamento bibliográfico (GIL, 2010). Sendo assim, a
pesquisa bibliográfica foi utilizada como fonte desta pesquisa.
A coleta de dados compreende uma etapa importante por meio da qual as
informações são, portanto, coletadas. Nesta pesquisa a coleta de dados privilegiou o
uso de dados intencionais, isto é, dados construídos pelo critério de consistência
explicitada pelo pesquisador, de acordo com a relevância da questão de pesquisa. O
pesquisador qualitativo mergulha de forma sistemática e intensa no corpus da
pesquisa, a fim de buscar uma compreensão profunda e sua relação com a
produção do conhecimento, ao qual está implicado (MACEDO; GALEFFI;
PIMENTEL, 2009). Neste sentido, a partir da questão de pesquisa, realizou-se coleta
de dados em livros e artigos científicos de forma intencional.
Após a coleta de dados realizou-se a análise de dados. Esta etapa trata-se de
verificar se as informações coletadas correspondem aos resultados esperados ou
pela questão da pesquisa. Sendo que o primeiro passo da análise das informações é
a verificação empírica (GERHARDT; SILVEIRA, 2009). A partir da coleta foi
realizada uma aproximação com referenciais da psicanálise e alguns autores da
sistêmica.
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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Nos dias de hoje o casamento continua desejado, embora não faça parte
atualmente dos principais projetos de vida dos adultos jovens solteiros. É
compreendido como algo que pode acontecer a qualquer momento do que como um
objetivo a ser conquistado e pelo qual os jovens estejam dispostos a lutar para
alcançá-lo. Observou-se que o casamento ocorre mais tarde, sendo prioritários os
investimentos na formação profissional, tanto para homens quanto para as mulheres
(Zordan, et al. 2009).
Apesar de encontrarmos novos conceitos de casamento. Jablonski (2005)
identificou que o desejo de casar algum dia permaneceu, embora não seja um dos
principais projetos dos jovens solteiros, mas revelou que há a intenção de se casar
um dia, onde o casamento não é mais tão valorizado socialmente como um projeto
de vida. Não sendo mais uma obrigação, e sim mais uma escolha que representa
uma condição pretendida a uma etapa posterior a adultez jovem (BRANDEN, 2000).
Neste bojo, os conflitos conjugais podem resultar em situações que levem ao
divórcio. Salienta-se que a Lei do Divórcio, foi implementada no país em 1977, anos
depois, em 1984, foram contabilizados 30,8 mil divórcios, após uma década, em
1994, registros mostram um acréscimo de 205,1%. Em 2004, o índice chegou a
130,5 mil, um aumento de 38,7%, comparando as mudanças sociais e econômicas
dos últimos 30 anos, no entanto, houve um acréscimo de mais de 1.007% em
relação à dissolução do casamento.
Conforme Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (2014) revelou
informações que nos últimos dez anos a taxa de divórcios cresceu cerca de mais de
160% no país. No ano de 2004 a taxa de divórcios chegou a 130,5 mil e no ano de
2014 essa taxa atingiu o índice de 341,1 mil divórcios.
A análise dos dados revela uma mudança, em se tratando de um período
curto da história do divórcio, no comportamento da sociedade brasileira que passa a
aceitar com maior naturalidade, além disso, passa a acessar os serviços de justiça,
formalizando as dissoluções dos casamentos.
Os casamentos na atualidade tendem a se fragmentar devido a emancipação
e a autonomia das mulheres, pois isto contribui para fragilizar os ideais do amor
romântico, e que a união conjugal é única e eterna. Outro componente significativo
17

corresponde ao fato de que, hoje, „”os parceiros não aceitam que o casamento não
corresponda as suas expectativas de felicidade, prazer, compreensão mútua e
companheirismo, sendo o rompimento conjugal cada vez mais frequente” (FÉRES,
1998; STRAUBE; et al, 2003).
Jablonski (2001) comenta que a sociedade contemporânea cria nos
indivíduos com expectativas difícil de alcançar, onde se tornou o casamento, amor e
a paixão sinônimos, no qual gerou desejos que nem sempre podem ser realizados.
O autor na mesma perspectiva ressaltou que os sentidos, os motivos e as
expectativas referentes ao casamento e a relação conjugal de acordo com o
contexto sócio-histórico-cultural e a de acordo com o ciclo vital dos indivíduos.
Assim, se pode observar que os modelos tradicionais de casamento e formas de
amar e se relacionar. Estas estão sendo construídas para responder às exigências
de uma sociedade em que os valores e as regras econômicas e sociais estão
sempre em mutação (ARAÚJO, 2002; DINIZ; FÉRES, 2005). Constatou-se na
sociedade atual é um menor número de uniões formais, mas não da união de
maneira geral (GOLDENBERG, 2004).
Outro aspecto importante nesta temática é a semelhante relação da
infidelidade com o ciúme em relação à quebra de confiança nas relações. O ciúme
trata-se de uma manifestação normal. Classifica-se em três níveis: o competitivo ou
normal neste nível a presença de um rival, forte, desejável. O projetado, ou seja, a
fantasia e o desejo de trair estão sempre presentes, mas são projetados no outro, e
o delirante como sendo uma variação da paranoia, cada qual com sua
particularidade e intensidade. Freud (1976) o descreve:

É fácil perceber que essencialmente se compõe de pesar, de sofrimento


causado pelo pensamento de perder o objeto amado, e da ferida narcísica
[...] de sentimentos de inimizade contra o rival bem-sucedido e de maior ou
menor quantidade de autocrítica, que procura responsabilizar por sua perda
o próprio ego do sujeito (Freud, [1922] 1976, p. 271).

O ciúme não é completamente racional, apesar de ser visto como normal, tem
sua raiz no inconsciente, Freud (1976) cita que se trata de uma continuação das
primeiras manifestações emocionais da criança, origina-se do complexo de Édipo ou
de irmão-irmã do primeiro período sexual, reeditando as vivências edípicas.
Pittman (1994) comenta que o ciúme normal contém um elemento de
dependência e medo de abandono, equivale ao adulto dos medos de ser
18

abandonado pelos pais que todos nós experienciamos quando bebês. Portanto, o
ciúme ocorre quando se percebe que nosso parceiro não esta conectada como se
gostaria (ROSSET, 2004). Embora a infidelidade seja descrita e entendida entre
psíquico, sociocultural e biológico, ela é ligada a quebra da confiança e do acordo de
exclusividade do par, enquanto o adultério implica nas questões religiosas e legais,
independente do relacionamento entre os parceiros (ZAMPIERI, 2004).
Estes apontamentos levantam à clínica psicológica alguns desafios, em que
um ato de infidelidade conjugal é permeado por questões de gênero, questões
inconscientes, onde a interpretação do ato infiel relaciona-se ao ciúme infantil frente
ao amor parental. Zampieri (2004) aponta que a infidelidade é no plano psicológico,
uma das forças mais dissociadoras do aspecto emocional do casal.
De acordo com estudo com mulheres no estado do Rio de Janeiro, há
desigualdades de gênero em relação à infidelidade conjugal, a pesquisa aponta para
a relação de dominação masculina, sendo que a heteronomia e a vitimização,
persistem entre as informantes (ARENT, 2009).
Para Pizutti (2012), cita que os estudos clínicos, Freud constatou a existência
de uma realidade muito particular, e que esta realidade se expressava por meio dos
sintomas que apareciam no corpo, essa realidade, que ele denominou fantasias, que
o levou a investigar, por meio da “associação livre” da fala das pacientes, foi
descobriu que as fantasias eram construídas por experiências vividas na infância, e
que diziam da verdade do sujeito.
Ao trabalhar a noção de inconsciente, se apresenta a noção do aparelho
psíquico. Freud (2006) afirma que:

[...] um ato psíquico passa por duas fases quanto a seu estado, entre as
quais se interpõe uma espécie de teste (censura). Na primeira fase, o ato
psíquico é inconsciente e pertence ao sistema Ics; se, no teste, for rejeitado
pela censura, não terá permissão para passar à segunda fase; diz-se então
que foi “reprimido”, devendo permanecer inconsciente. Se, porém, passar
por esse teste, entrará na segunda fase e, subsequentemente, pertencerá
ao segundo sistema, que chamaremos de sistema Cs (FREUD, ([1915]),
2006, p 177-178).

Para o autor, há um componente de verdade presente tanto nas trocas


simbólicas de um relacionamento quanto em fantasias do sujeito, dessa forma o
aparelho psíquico é constituído por um sistema com características lógicas e
19

diferenciado sendo o inconsciente um sistema com conteúdo recalcados, os quais


são recusados pelo pré-consciente consciente sofre a ação do recalque.
A explicação que surge é que o Ego (consciente) quando não suporta as
representações psíquicas elas são recalcadas, e levadas para ao Id (inconsciente) e
com a ajuda do superego (regulador moral), na qual, a personalidade resulta na
dinâmica dessas três instâncias psíquicas, que compõe as grandes teses que
organizam e constituem o sujeito: a noção de inconsciente; a sexualidade
responsável pela organização da vida psíquica, ou seja, a constituição de um corpo
pulsional; e uma estrutura de linguagem (PIZUTTI, 2012). A pulsão é uma força
poderosa na qual se manifesta a todo o momento de forma indeterminada,
atemporal, arcaica e própria do ser vivo, onde o arco pulsional parte sempre do geral
para o específico (HANS, 1999).
Elia (2010) cita que a noção central do campo do psíquico é precisamente a
de sujeito, para evitar conflitos entre o que a psicanálise concebe como psíquico do
sujeito, e analisar que as classes de psíquico e de psiquismo são comprometidas
com o campo da psicologia, e se colocam em um conjunto de diferentes sentidos
com múltiplos significados de referências singulares, psicofísicas e psicossociais,
preferindo, a partir deste momento, referir-nos a esse campo do psíquico que a
psicanálise criou como campo do sujeito.
Para Moreira (2004) o processo de teorização do Complexo de Édipo é
constituído em quatro momentos crescentes e compõe uma das problemáticas
fundamentais da teoria e da prática psicanalítica. Não seria somente o “complexo
nuclear” das neuroses, mas também o ponto estruturante para a sexualidade
humana. Freud (1925) considera que há uma importância no processo de sexuação
que o sujeito na sua estrutura e organização:

O Complexo de Édipo, contudo, é uma coisa tão importante que o modo por
que o indivíduo nele se introduz e o abandona não pode deixar de ter seus
efeitos. Nos meninos o complexo não é simplesmente reprimido, é
literalmente feito em pedaços pelo choque da castração ameaçada. Suas
catexias libidinais são abandonadas, dessexualizadas, e, em parte,
sublinhadas; seus objetos são incorporados ao ego, onde formam o núcleo
do superego e fornecem a essa nova estrutura suas qualidades
características. Em casos normais, ou melhor, em casos ideais, o Complexo
de Édipo não existe mais, nem mesmo no inconsciente; o superego se
tornou seu herdeiro (FREUD, 1925, p. 139).
20

E é em Totem e Tabu que Freud (1931), amplia a discussão do Complexo de


Édipo e traz o outro, a tríade que estabelecerá a relação de alteridade, isolando o
foco que manteve no Eu Moreira (2004) cita que, através de um recurso mítico
nessa obra, é que Freud coloca a origem da ética, da organização social, cultural e
religiosa como decorrentes de um pacto, tencionando para o cultural.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na sociedade contemporânea um ato de infidelidade promove vários


adjetivos, sendo que muitas vezes a infidelidade invoca sentimentos de angustia,
ansiedade e emoções como medo, raiva, de ambivalência que podem trazer
lembranças inconscientes das vivências do complexo de Édipo, que pode se
apresentar de forma rigorosa e traumática de cenas vivida na fase fálica.
Freud, em seus estudos iniciais em relação ao tema infidelidade, propõe a
compreensão de um padrão relacional de ser infiel, o qual possui associação às
questões edípicas. A interpretação do ato infiel é promovida devido ao ciúme infantil
frente ao amor parental. Assim, compreende-se que a infidelidade é parte essencial
ao conflito edípico.
A partir destas análises levantam-se, ainda as seguintes reflexões: O que
significa para o sujeito a infidelidade? Será uma relação sexual, o sexo pago, uma
mensagem de texto, uma conversa online em redes sociais possui o mesmo
significado que há algumas décadas atrás?
É possível afirmar que a infidelidade é uma invenção, atribuída ao ato do
casamento, e que possui uma relação muito próxima ao catolicismo. A infidelidade
está inserida em um contexto de relações conjugais, idealizadas, muitas vezes, pelo
amor romântico.
Ao se deparar com questões que foram surgindo ao longo do curso de
psicologia em relação ao estudo da Psicanálise, aproveitou-se a oportunidade deste
estudo tentar dar conta de questões, em especial conhecer os processos psíquicos
que envolvem a constituição do sujeito e como esse sujeito se dá o processo de
subjetivação em relação à infidelidade conjugal. Conforme descrito anteriormente,
por meio de uma pesquisa bibliográfica buscou-se conhecer os processos psíquicos
que envolvem a constituição do sujeito em relação à infidelidade conjugal.
Foi possível compreender que há diferença entre termo infidelidade e divórcio.
Enquanto a infidelidade tem uma relação com os processos psíquicos da
constituição do sujeito e possui uma relação com complexo de Édipo na formação
do superego, o divórcio é regido pelas relações de ordem jurídicas. A infidelidade
não pode ser só vista como um ato sexual numa relação, mas também seja
entendida entre o psíquico, sociocultural e biológico, ligada a quebra da confiança e
22

parte de um acordo de exclusividade do par, enquanto o adultério implica nas


questões religiosas e legais, independente do relacionamento entre os parceiros.
Salienta-se que existe uma relação da infidelidade com o Complexo de Édipo
por trazer memória inconsciente da criança vivenciada durante a fase edípica,
conforme a psicanálise há uma continuação das primeiras manifestações
emocionais da criança, que se origina do complexo de Édipo ou de irmão-irmã do
primeiro período sexual, reeditando as vivências edípicas.
Compreende-se que os processos importantes para a constituição do sujeito
produzem uma dinâmica na qual o outro é fundamental para se constituir, por meio
de investimentos da relação entre mãe e bebê e sua triangulação para chegar ao
complexo de Édipo. Assim, posteriormente encontrar características de identificação
com o outro através de sentimentos de ambivalência.
No ceio de uma infidelidade pode-se encontrar desejos e anseios ligados
emocionalmente ao sujeito, pela vontade de algo novo, a sua liberdade, a
autonomia, a intensidade sexual, um desejo de recapturar partes do seu eu perdidas
de seu próprio ser ou uma tentativa de reestruturar a vitalidade. Assim, a infidelidade
pode produzir uma dupla perspectiva em cada sujeito dentro de uma relação afetiva,
por um lado pode ocorrer magoa e traição, e, por outro lado o crescimento e
autonomia de cada um dentro desse contexto afetivo.
Uma das limitações da pesquisa foi não ser possível usar e/ou aplicar
questionários para os pacientes dos casos presenciados durante o estágio em
função de preservar a sua identidade. Cabe ressaltar que os resultados
apresentados e discutidos no presente estudo não esgotam a totalidade de
contribuições feitas até então na literatura, cabendo uma continuidade na pesquisa,
a fim de ampliar e fortalecer as investigações sobre o tema. Considera-se que cada
sujeito possui sua singularidade pelo que internalizou de suas vivências, em especial
as infantis.
23

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