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2.1.1 CARGAS PERMANENTES: As cargas permanentes são originadas nos argilo-minerais através de
substituições isomórficas. Por ocasião da formação dos minerais, alguns dos átomos de Si, que deveriam
ocupar as cavidades no centro dos tetraedros ou de Al que deveriam ocupar as cavidades no centro dos
octaedros, são substituídos por outros cátions, com raio iônico semelhante, com mesmo tipo de carga, mas com
valência diferente. Essas substituições geram cargas e consistem, basicamente, pela troca do Silício (Si +4) pelo
Alumínio (Al+3) nos tetraedros, e do Alumínio (Al +3) pelo Ferro (Fe+2) ou pelo Magnésio (Mg +2) nos octaedros.
Nas duas situações, um cátion de maior valência dá lugar a um de menor valência, gerando um déficit de uma
carga positiva por substituição. Sendo assim, o mineral que deveria apresentar carga zero (eletricamente
neutro), passa a ter uma carga negativa por substituição, conforme desenho abaixo:
Para que seja mantida a eletroneutralidade do mineral onde ocorreram as substituições isomórficas,
elementos carregados positivamente (cátions) se localizam junto às cargas negativas e se ligam a elas
eletrostaticamente. Quando a entre-camada do mineral for muito estreita e não permitir a entrada de nenhum
cátion para neutralizar as cargas internas, ele se torna instável e rompe-se. A existência de uma entre-camada
muito pequena na caulinita é a principal razão por que seu número de cargas negativas (CTC) é menor que o
da montmorilonita e da vermiculita.
As substituições isomórficas geram, basicamente, cargas negativas. Na lâmina de bruscita (Mg(OH) 2),
entretanto, que localiza-se nas entre-camadas da clorita, há produção de cargas positivas devido à substituição
do Magnésio (Mg+2) pelo Ferro (Fe+3). Esse mineral, no entanto, não é expressivo nos solos brasileiros.
As cargas permanentes constituem a quase totalidade das cargas elétricas em solos de países de clima
temperado, onde predominam argilo-minerais do tipo 2:1; em solos altamente intemperizados, que ocorrem nos
países de clima tropical, elas representam apenas uma pequena parcela da carga total.
2.1.2 CARGAS VARIÁVEIS (DEPENDENTES DE pH): As cargas variáveis variam com a alteração do pH do
solo e por isso são também denominadas de cargas dependentes do pH. Esse tipo de carga encontra-se nas
superfícies quebradas de argilo-minerais, e principalmente nos óxidos e hidróxidos, e na matéria orgânica. É o
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tipo de carga predominante nos solos de países com clima quente, onde os solos são altamente intemperizados
cuja mineralogia predominante é composta de caulinita e de óxidos/hidróxidos.
O número e o tipo (positiva ou negativa) das cargas elétricas dependentes de pH variam com a
alteração do pH do solo devido à adsorção dos íons determinantes do potencial elétrico (Hidrogênio e Hidroxila)
nos constituintes sólidos. Quando a acidez é elevada (pH baixo), íons Hidrogênio (prótons) migram da solução
do solo para a superfície dos sólidos, e ao ligarem-se covalentemente aos grupos funcionais existentes na
superfície dos sólidos, passam a integrar a estrutura dos mesmos e assim conferem cargas positivas a eles.
Com o aumento do pH, o fenômeno dá-se em sentido contrário, ou seja, esses prótons são liberados
gradativamente desses grupos funcionais (moléculas de água, de hidroxilas, ou de radicais orgânicos
carboxílicos ou hidroxílicos) onde se encontravam ligados covalentemente, gerando cargas negativas. À medida
que o pH aumenta, há, portanto, um aumento nas cargas negativas e um decréscimo nas cargas positivas
Existe um determinado pH no qual o número de cargas positivas do solo é igual ao número de cargas
negativas, e a esse valor denomina-se de Ponto de Carga Zero (PCZ). Sposito vai um pouco além aos
conceitos de eletroneutralidade no solo e define como Ponto Isoelétrico o valor de pH que um determinado
constituinte sólido (mineral ou orgânico) apresenta cargas dependentes de pH igual a zero, e como PCZ o valor
de pH onde ele apresenta carga total (permanentes + dependentes de pH) igual a zero. Tanto o PCZ como o
ponto isoelétrico variam com o tipo de solo. Abaixo do PCZ o solo possui cargas positivas e acima dele, cargas
negativas.
Os solos possuem, na sua grande maioria, carga elétrica líquida negativa. Essas cargas estão
localizadas nas superfícies dos argilominerais e dos componentes orgânicos presentes no solo e tem que estar
sempre neutralizadas por íons ou moléculas de carga oposta. Como ao redor de cada um desses componentes
sólidos existe uma grande quantidade de cargas, e na superfície externa dos mesmos localizam-se um grande
número de íons de carga contrária, tem-se a formação de uma dupla camada elétrica. As formas como os íons
se localizam nesta interface sólido-líquido, a preferência de um ou de outro íon pelas cargas, e a espessura
dessa dupla camada elétrica têm reflexos importantes no manejo dos solos, nas técnicas de fertilização e como
conseqüência na nutrição de plantas.
Existem pelo menos três diferentes modelos propostos para descrever a adsorção de íons na superfície
dos sólidos, que origina a dupla camada difusa. De certa forma esses modelos são complementares. Uma
breve descrição dos mesmos será feita a seguir.
I+ = I* x ln -(Z e / RT)
ln = logaritmo natural;
Z = valência do cátion
e = carga eletrônica do cátion;
= potencial elétrico;
T = temperatura absoluta.
Pode-se verificar, nessa equação, que a quantidade de um dado cátion na camada difusa é diretamente
proporcional à concentração desse cátion na solução, e também diretamente proporcional à sua valência,
carga, e ao potencial elétrico. Não se deve esquecer que para superfícies carregadas negativamente, o é
negativo e que a carga eletrônica do cátion é positiva. Portanto, negativo multiplicado por positivo origina um
número negativo. Como a parte exponencial da fórmula é antecedida por sinal negativo, ela terá como resultado
final um número positivo. Não esquecer ainda que à medida que aumenta o valor do expoente positivo, o
resultado tende ao infinito, e à medida que aumenta o valor do expoente negativo, o resultado tende a zero.
Essa mesma fórmula também pode ser usada para avaliar a quantidade de um dado ânion na camada
difusa. Nesse caso, o resultado final da parte exponencial da fórmula é negativo porque a carga eletrônica do
ânion é negativa. Sendo assim, a concentração de um dado ânion na camada difusa é inversamente
proporcional à sua concentração na solução do solo.
A distância desde a superfície sólida carregada negativamente até o ponto onde as cargas deixam de
exercer atração eletrostática pelos cátions é denominada de espessura da camada elétrica difusa. Os íons que
se encontram nessa camada são atraídos à superfície através de ligações eletrostáticas, e, portanto não estão
sujeitos à lixiviação nem tampouco disponíveis para serem absorvidos pelas plantas. Para que qualquer um
desses dois fenômenos ocorra, os cátions têm que migrar dessa zona, que é considerada uma interface sólido-
líquido, para a solução do solo.
A espessura da camada difusa tem reflexos importantes principalmente na estabilidade da estrutura do
solo. Essa espessura é afetada pela valência dos cátions, pela concentração dos cátions, e pelo raio hidratado
dos mesmos. O efeito da valência e da concentração pode ser visualizado na fórmula abaixo.
= DT / 8 Z2 e2 I*
onde: = espessura da dupla camada elétrica, e D = constante dielétrica; os demais termos têm o mesmo
significado da fórmula anterior.
Como se pode ver, a espessura da dupla camada () é inversamente proporcional à concentração de
íons na solução do solo e ao quadrado da valência dos cátions.
O aumento da concentração de cátions na solução do solo diminui a espessura da camada difusa
porque provoca uma menor difusão desses cátions da camada difusa para a solução do solo, pois esta está
mais concentrada, os quais ficam mais compactos junto à superfície. O aumento da concentração eletrolítica da
solução do solo, especialmente com cátions de valência dois ou três, irá diminuir a espessura da dupla camada
difusa e com isso favorecer a floculação das argilas. O inverso também é verdadeiro.
No modelo de Gouy-Chapman, o potencial elétrico decresce exponencialmente a partir da superfície
carregada. O efeito da concentração eletrolítica da solução do solo, e da valência, no potencial elétrico varia
conforme o tipo de carga elétrica predominante no solo (permanente ou dependente de pH). A equação abaixo
mostra o efeito da concentração iônica da solução do solo, da valência, da carga eletrônica, e do potencial
elétrico na carga elétrica da superfície.
= (I*)1/2 sen (Z e )
Se desconsiderarmos a valência e a carga eletrônica, ela fica ainda mais simplificada:
= ( I* )1/2 sen ( )
Essa equação tem que ser interpretada de acordo com o tipo de carga predominante no solo.
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4. POTENCIAL ELÉTRICO
Sempre que há separação de cargas elétricas, existe um potencial elétrico. A maioria dos solos tem
carga elétrica líquida negativa, e, portanto possuem potencial elétrico negativo. Nos solos onde há um número
substancial de cargas dependentes de pH, ou naqueles onde essas cargas predominam, existe um pH onde a
carga total do solo é zero, ou seja, o número de cargas negativas iguala-se ao número de cargas positivas. A
esse valor de pH denomina-se de Ponto de Carga Zero (PCZ), e nele o potencial elétrico é igual a zero. Acima
do PCZ, o solo tem carga líquida negativa, e, portanto potencial elétrico negativo, e abaixo do PCZ, o solo tem
carga positiva, e, portanto, potencial positivo. Essas relações podem ser visualizadas nas equações abaixo,
através da equação de Nerst, que descreve o efeito do pH no potencial elétrico do solo.
o = (RT / F) ln [(H) / (H)PCZ]
onde o é o potencial elétrico da superfície, e os outros termos tem a mesmo significada descrito
anteriormente. Se simplificarmos essa equação e aplicarmos logarítmo, passamos a ter:
o = 59 (log H - log HPCZ)
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o = 59 (PCZ - pH)
O potencial elétrico diminui com a distância a partir da superfície carregada eletricamente, e tem
diferente comportamento de acordo com o tipo de carga predominante no solo (permanente ou variável), como
foi descrito anteriormente.
de nutrientes nesse meio, que provocaria um aumento excessivo na concentração salina, e como
conseqüência, na pressão osmótica da solução, impedindo a planta de absorver água e os próprios nutrientes.
Além disso, uma concentração relativamente alta na solução proporcionaria perdas elevadas dos nutrientes por
lixiviação, se houvesse percolação de água no perfil. Isso não é desejável, pois objetivamos aumentar a
produtividade agrícola com o mínimo de perdas, uma vez que os adubos constituem, na atualidade, o insumo
de mais elevado custo na produção da maioria das espécies.
Assim sendo, a fração adsorvida constitui o reservatório para os cátions, protegendo-os do risco de
lixiviação. Quanto maior for o número de sítios de ligação existente no solo, maior será a quantidade de cátions
que ali poderá ligar-se. Já que os elementos nessas duas formas (adsorvida e solução) estão em equilíbrio, à
medida que as plantas absorverem os elementos minerais haverá um deslocamento de cátions da fase sólida
para a solução do solo. Fica evidente, portanto, que os elementos que se encontram nessa forma constituem
uma fonte disponível para os vegetais. A velocidade com que os elementos migram da fase sólida para a
solução do solo (velocidade de restabelecimento do equilíbrio) é de extrema importância. Ela deverá, pelo
menos, ser igual à velocidade com que os vegetais exigem esses elementos (taxa de demanda), pois se isso
não ocorrer as plantas passarão a sentir deficiência mineral.
A velocidade de restabelecimento do equilíbrio varia com o tipo de solo. Ela é maior à medida que
aumenta o número de cargas negativas e o nível de fertilidade. À medida que diminui o nível de fertilidade, o
equilíbrio se torna cada vez mais lento. Chega-se há um tempo em que ele fica demasiado lento e não
consegue mais suprir a demanda vegetal, esta é a hora de adicionar adubos ao solo. Como o número de sítios
de ligação é limitado, e eles sempre estão todos ocupados, a adubação e a absorção de nutrientes pelos
vegetais proporcionarão alterações qualitativas nos elementos que se encontram nesses sítios, e isso levará a
um deslocamento e rearranjo no equilíbrio destes elementos no solo.
Essa equação mostra que o aumento do potássio na solução promove um aumento no K-trocável, e
consequentemente um deslocamento de parte do Ca trocável (que diminui) para a solução do solo (onde o Ca
aumenta). O inverso também é verdadeiro, ou seja, o aumento no Ca da solução promove um deslocamento do
equilíbrio para o lado direito, resultando num aumento do Ca-trocável e numa diminuição do K-trocável o qual é
deslocado pelo Ca para a solução, na qual o K aumenta. Como o número de cargas negativas é limitado e elas
estão sempre ocupadas, para que um elemento vá para as cargas negativas ele terá que deslocar outro para a
solução.
O grau de hidratação de um elemento é função de sua valência e de seu raio iônico. Para elementos
que se encontram na mesma coluna na tabela periódica, quanto maior for o raio iônico, menor será o raio
hidratado. Os íons de menor raio hidratado têm a possibilidade de localizarem-se na camada de Stern, próximo
da superfície carregada negativamente, e, portanto, com maior energia de ligação. Esta é a razão porque o
potássio é retido mais fortemente que o sódio, e o cálcio mais do que o magnésio pelo solo. Quanto mais
próximo da superfície carregada encontrar-se o elemento, mais fortemente ele estará ligado.
Os principais ânions presentes no solo em termos quantitativos são os cloretos (Cl), os nitratos (NO 3-)
e os sulfatos (SO4=). Em quantidades muito menores encontram-se: fosfatos (H 2PO4-, HPO4=), molibdatos
(HMoO4-, MoO4=), silicatos (H3SiO4-), boratos (H3BO4-) e carbonatos (HCO3-, CO3=). Os ânions orgânicos
(malatos, citratos, acetatos, butiratos, oxalatos, etc.) encontram-se em quantidades muito variáveis, pois a
presença dos mesmos depende do teor de matéria orgânica do solo e das condições de decomposição da
mesma.
Existem dois mecanismos de ligação nos quais os ânions participam no solo: adsorção eletrostática,
onde os ânions se ligam somente a superfícies de cargas opostas, e adsorção química, também denominada
de complexo de superfície ou troca de ligantes, onde a natureza da carga não impede a ligação, pois ela é,
normalmente, de caráter covalente. Nitratos e cloretos ligam-se somente eletrostaticamente; os demais ânions
presentes no solo podem ligar-se através de qualquer dos mecanismos.
subsuperficiais de latossolos. Estes óxidos e hidróxidos apresentam ponto de carga zero (PCZ) ao redor de 8,0,
e sendo assim deveriam conferir carga positiva ao solo. Entretanto suas cargas são quase que na totalidade,
neutralizadas pela matéria orgânica do solo, através de ligações organominerais.
Em termos de disponibilidade de nutrientes aos vegetais, a adsorção eletrostática de ânions seria de
extrema importância, principalmente para o nitrogênio. A forma nítrica (NO 3-) desse elemento, que corresponde
à quase totalidade do nitrogênio inorgânico do solo, não é retida por nenhum outro mecanismo, e, portanto fica
integralmente na solução do solo, sujeita a ser lixiviada. O enxofre é outro elemento que se perde em grandes
quantidades por lixiviação, principalmente como sulfato (SO 4-2). Apesar desta forma ser retida através de
complexos de superfície, isso só ocorre em valores de pH muito baixos, normalmente abaixo de 4,0, e a energia
da ligação do sulfato com os sítios de adsorção química é muito pequena e portanto ele compete pouco com os
demais ânions por esses sítios. A presença de cargas positivas determinaria uma diminuição nas quantidades
lixiviadas desses elementos. As perdas de nitrogênio são tão acentuadas a ponto de termos que parcelar as
quantidades a aplicar desse nutriente. Normalmente aplicamos 1/3 a 1/4 da dose no plantio ou na semeadura e
o restante, posteriormente, na época da maior exigência da cultura, numa adubação denominada de
"cobertura".
A presença de cargas positivas no solo também proporciona uma redução na lixiviação de cátions, pois
ao dificultar a descida de ânions também dificulta a de cátions, uma vez que os elementos somente deslocam-
se no perfil quando estiverem eletricamente neutros.
aumento de suas atividades (concentrações). Para o boro e o molibdênio isto é impossível, pois estes
elementos são exigidos em quantidades muito pequenas pelos vegetais, e o intervalo entre o limite de
deficiência e de toxidez e muito pequeno. Se uma quantidade grande desses nutrientes for adicionada ao solo,
certamente causará toxidez aos vegetais antes que eles consigam competir efetivamente com o P.
Os carbonatos também existem em pequenas quantidades na solução do solo, e mesmo após uma
calagem (são integrantes do calcário) eles reagem com os compostos ácidos do solo imediatamente após sua
solubilização. Os sulfatos podem existir em grandes quantidades, em determinadas situações, principalmente
em solos com altos teores de matéria orgânica e poucos anos de cultivo. Entretanto, este ânion possui uma
capacidade muito fraca de se ligar quimicamente nos valores de pH comumente encontrados no solo, e sendo
assim, também não consegue deslocar os fosfatos. Os silicatos também podem, em determinadas situações,
existir em grandes quantidades na solução do solo, mas por serem lixiviados facilmente, também não
conseguem exercer competição.
Acredita-se que os ânions orgânicos (malatos, citratos, acetatos, butiratos, etc) constituem-se naqueles
de maior capacidade de deslocar o fósforo para a solução. Isso, porém, requer maiores estudos.
O aumento do pH do solo, além da adubação fosfatada, constitui-se na maneira mais fácil e prática de
aumentar os valores de fósforo na solução do solo, e, conseqüentemente, sua disponibilidade aos vegetais.
Além da competição direta pelos sítios de ligação exercido pelas oxidrilas, conforme esquema abaixo, o
aumento do pH provoca aumento nas cargas negativas do solo, nas cargas negativas das formas aniônicas de
fósforo, na decomposição da matéria orgânica e por consequência no aumento dos ânions orgânicos. Além
disso, verifica-se uma diminuição na solubilidade do ferro e do alumínio, bem como dos valores de alumínio
trocável. Todos estes fatores contribuem para uma diminuição na adsorção do fósforo e o conseqüente
aumento do P na solução do solo.
Al-OH + H2PO4 = Al-H2PO4 + OH
Na reação acima, Al- representam um sítio de ligação; -OH e -H 2PO4 constituem os elementos
adsorvidos e OH e H2PO4 representam os elementos na solução do solo. Verifica-se que um aumento no
número de hidroxilas no sistema, que ocorre com a elevação do pH, proporciona um deslocamento no equilíbrio
da reação para o lado esquerdo. Isto fará com que parte do fósforo migre da fase sólida para a solução do solo.
O Mo e o enxofre possuem o mesmo comportamento do fósforo no solo em relação à adsorção
química: a disponibilidade de ambos aumenta com o aumento do pH do solo. O grau com que esses dois
elementos (Mo e S) limitam o aumento do rendimento vegetal é várias vezes menor que o fósforo, pois o Mo é
exigido em quantidades muito pequenas, e à semelhança do sulfato liga-se muito fracamente aos constituintes
do solo.
O boro, apesar de ser um ânion, possui o mesmo comportamento dos cátions, ou seja, sua
disponibilidade diminui com o aumento do pH do solo, conforme mostra a reação de troca de ligantes abaixo:
Al-OH + H3BO3 = Al-O-H3BO3 + H