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Escola EEFM Rio Caeté

Série: 3º ano Em: 11/04/22


Disciplina: HISTÓRIA

PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

A Primeira Guerra Mundial foi um conflito travado entre 1914 e 1918, colocando de lados opostos a Tríplice Aliança
e a Tríplice Entente. Esse conflito ficou marcado pela guerra de trincheiras, que trazia pouca mobilidade de tropas e
grande mortalidade de soldados. A guerra se encerrou com a derrota da Alemanha, país que foi humilhado pelos termos
do Tratado de Versalhes.

Resumo sobre a Primeira Guerra Mundial


 A Primeira Guerra Mundial se estendeu de 1914 a 1918, causando de 10 a 20 milhões de mortos.
 Esse conflito foi resultado das tensões existentes entre as nações europeias no começo do século XX.
 O estopim para o início da Primeira Guerra foi o assassinato de Francisco Ferdinando, arquiduque austríaco,
durante uma carreata na Bósnia.
 Os dois grupos conflitantes nessa guerra foram a Tríplice Entente e a Tríplice Aliança.
 A rendição alemã se deu em novembro de 1918 e os termos da rendição foram apresentados no Tratado de
Versalhes, em junho de 1919.

Causas da Primeira Guerra Mundial


A Primeira Guerra Mundial foi resultado dos choques de interesses que existiam entre as nações europeias no
começo do século XX. Diversos fatores contribuíram para que o conflito se iniciasse, tais como tensões nacionalistas,
alianças militares, interesses econômicos e imperialistas, entre outros.
Primeiramente, podemos falar de uma certa rivalidade entre certas nações europeias em razão
de interesses imperialistas. As maiores rivalidades nesse sentido eram as existentes entre alemães, franceses e ingleses,
sobretudo porque os alemães “chegaram tarde” à corrida imperialista, ficando bem atrás de franceses e ingleses,
principalmente no domínio de colônias na África.
Além disso, havia a questão dos movimentos nacionalistas, o que contribuiu para o fortalecimento de ideologias bélicas.
O pangermanismo, por exemplo, era um movimento que defendia os interesses alemães de expansão territorial pela
Europa. Essa ideologia nacionalista defendia também que a Alemanha deveria se impor como a força hegemônica da
Europa na economia e nos assuntos militares, por exemplo.
Havia também o revanchismo francês, um movimento nacionalista que alimentava um desejo de vingança francês
contra a Alemanha. Esse ressentimento foi resultado da derrota humilhante que a França sofreu dos alemães durante
a Guerra Franco-Prussiana, conflito travado entre as duas nações em 1870 e 1871.
Por fim, havia a questão relacionada aos Bálcãs, que era um pouco mais complexa. No contexto do começo do século
XX, uma porção dos Bálcãs habitada por diferentes povos eslavos era controlada pelo Império Austro-Húngaro. Nesse
cenário, havia uma nação independente na região — a Sérvia — e havia um projeto de construção da Grande Sérvia,
que uniria os povos da região sob o comando sérvio.
Esse movimento recebeu o nome de pan-eslavismo, sendo apoiado pela Rússia, país comandado pela monarquia
czarista. O choque nesse contexto era grande porque a Áustria tinha o interesse de estender o seu domínio sobre a
Sérvia, mas os sérvios desejavam liderar o processo de independência de outros povos eslavos dos Bálcãs.
Todas essas tensões existentes no continente europeu possibilitaram o surgimento de alianças militares entre
diferentes nações da Europa. Essas alianças se projetavam para um possível cenário de guerra no continente europeu
e, portanto, caso um dos países envolvidos na aliança fosse atacado, o outro país deveria oferecer auxílio militar para
seu aliado.
Além das alianças militares, iniciou-se uma corrida armamentista, na qual os países europeus passaram a realizar
maiores investimentos para reforçar os seus arsenais de guerra. Esses acontecimentos reforçam a ideia de que um
conflito europeu era um forte possibilidade. O historiador Eric Hobsbawm apontou que a possibilidade de uma guerra
europeia no começo da década de 1910 era “iminente”.
Podemos perceber, então, que a guerra estava prevista para acontecer e as nações europeias se prepararam para ela.
Assim, era necessário apenas um acontecimento para dar início ao conflito que arrastaria as nações europeias para uma
grande guerra.
Assassinato de Francisco Ferdinando
Esse estopim foi dado por Francisco Ferdinando, arquiduque do Império Austro-Húngaro, portanto herdeiro do trono
austríaco. Ele desejava realizar alguma ação para reafirmar o poderio austríaco sobre a Bósnia, região nos Bálcãs
bastante agitada por conta do nacionalismo pan-eslavista. Assim, ele decidiu realizar uma carreata por Sarajevo, cidade
na Bósnia, junto de sua esposa, em 28 de junho de 1914.
Ele havia sido advertido de que isso não era uma boa ideia, mas decidiu prosseguir. No meio do trajeto, ele foi
interpelado por Gavrilo Príncipe, estudante que era membro de um movimento nacionalista da Bósnia. O estudante
abriu fogo contra o arquiduque, matando-o.
Esse acontecimento deu início a uma enorme crise diplomática entre Áustria e Sérvia. Os alemães passaram a instigar
os austríacos para que eles atacassem a Sérvia, e os austríacos impuseram uma série de termos rígidos aos sérvios
durante as negociações. Os sérvios aceitaram quase todos os termos, mas, mesmo assim, os austríacos decidiram atacar
a Sérvia.
O ataque austríaco à Sérvia aconteceu em 29 de julho de 1914 e deu início a um efeito dominó no continente
europeu. Por fim, a Alemanha declarou guerra à Rússia e, depois, à França e, então, os britânicos declararam guerra aos
alemães porque a Alemanha havia invadido a Bélgica para atacar os franceses. A guerra havia sido iniciada e se
espalhou por quase toda a Europa.
Dois acontecimentos marcantes foram a saída da Rússia — realizada pelos bolcheviques, que haviam assumido o poder
do país no final de 1917 — e a entrada dos Estados Unidos, motivados por sucessivos ataques alemães contra
embarcações norte-americanas ou tripuladas por norte-americanos. Os ataques alemães aconteceram porque os Estados
Unidos enviavam navios mercantes à Grã-Bretanha durante a guerra.
A Primeira Guerra Mundial também foi marcada por eventos catastróficos, como o Genocídio Armênio,
um genocídio contra a população armênia que habitava o território do Império Otomano. Esse conflito também teve
grandes batalhas, como a Batalha de Somme, travada em território francês e que resultou em cerca de 1 milhão de
mortes. Outra grande batalha foi a travada em Verdun, também na França, que causou cerca de 800 mil mortos.

O término da Primeira Guerra Mundial ocorreu em 11 de novembro de 1918, quando os alemães decidiram render-
se. A rendição alemã foi resultado do completo esgotamento militar e econômico do país durante o conflito. O
isolamento alemão na guerra, após a rendição de seus aliados, contribuiu largamente para a derrota alemã.
A monarquia alemã acabou sendo derrubada por uma revolução liderada pelos social-democratas. O país se transformou
em uma república e o novo governo optou por colocar fim ao conflito. A rendição alemã foi seguida pelo Tratado de
Versalhes, de 1919, no qual os vencedores impuseram termos pesados para os alemães no conflito.

Consequências da Primeira Guerra Mundial


O primeiro grande destaque a ser feito em um conflito da magnitude da Primeira Guerra Mundial é a quantidade de
mortos. Estima-se que esse conflito tenha causado a morte de 10 a 20 milhões de pessoas durante os quatro anos em
que aconteceu.
Além disso, é importante mencionar que a Primeira Guerra Mundial foi um conflito em que a tecnologia desenvolvida
até então foi utilizada para o desenvolvimento de armas de destruição em massa. Esse conflito permitiu que essas
armas fossem amplamente utilizadas e algumas delas, como as armas químicas, foram proibidas de serem usadas
novamente.
Ao fim da Primeira Guerra Mundial, o mapa europeu foi drasticamente modificado, uma vez que as Potências Centrais
foram derrotadas e seus impérios foram dissolvidos. Assim, diversas novas nações foram criadas no mapa europeu,
como a Polônia, a Checoslováquia, a Finlândia, a Áustria, entre outras.

Tratado de Versalhes
O ponto mais polêmico do fim da Primeira Guerra Mundial, sem dúvida, foi o Tratado de Versalhes, acordo que
continha os termos que os vencedores — França e Grã-Bretanha — impuseram contra a Alemanha, derrotada. O acordo
do Tratado de Versalhes foi assinado, em junho de 1919, na Galeria dos Espelhos, no Palácio de Versalhes — o
mesmo local onde a França havia reconhecido sua derrota na Guerra Franco-Prussiana).
Entre as imposições, a Alemanha ficou proibida de ter navios e aviões de guerra, além de poder ter apenas 100 mil
soldados recrutados. O país perdeu todas as suas colônias na África e foi obrigado a pagar uma indenização astronômica
de guerra. O pagamento dessa indenização contribuiu para que a Alemanha vivesse, na década de 1920, a pior crise
econômica de sua história.
O Tratado de Versalhes foi considerado um acordo humilhante para a Alemanha e as dificuldades que esse tratado
criou para o país foram amplamente exploradas pela retórica dos movimentos de extrema-direita, dos quais estão
o nazismo.

Brasil na Primeira Guerra Mundial


A participação do Brasil na Primeira Guerra Mundial foi tímida e aconteceu apenas no último ano, a partir 1917.
Não houve envio de soldados brasileiros para as batalhas. Após o ataque de um navio brasileiro carregado de café por
navio alemães, o Brasil declarou guerra à Tríplice Aliança.
A participação brasileira se deu através do envio de equipes médicas, de armamentos e equipamentos de soldados,
além da exportação de produtos agrícolas como café, borracha, açúcar e demais gêneros aos aliados da Entente.

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