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Compliance como fator Estratégico nas Organizações

Dezembro/2018

Compliance como fator Estratégico nas Organizações

Luiz Alberto Nunes – luizalberto970@hotmail.com


MBA em Contabilidade e Direito Tributário
Instituto de Pós-Graduação - IPOG
João Pessoa, PB, 26 de fevereiro de 2018

Resumo
O presente artigo científico foi escolhido em função do que se tem noticiado, pela mídia em
geral, de casos relacionados às diversas formas de erros, fraudes e corrupções que estão
expostas às empresas. Assim, de forma a evitar e minimizar os efeitos destes atos, que, em
alguns casos, podem atingir a imagem da empresa gerando descredibilidade ou até a
descontinuidade dos negócios é que o artigo sugere a utilização de ferramentas de compliance
como fator estratégico para as organizações. Todo conteudo exposto está alicercado nos temas
abordados ao longo do curso de Pós-Graduação em MBA em Contabilidade e Direito
Tributário realizado no Instituto de Pós-Graduação (IPOG) unidade João Pessoa-PB. Diante
do cenário atual, observa-se grandes escândalos envolvendo fraudes e corrupções nas
organizações devido a falta de controle interno e despreparo de muitos profissionais das áreas
de controladoria, contabilidade e financeira e muitas vezes dos empresários que
involutariamente ou inadivertidamente não dão a devida importância as questões tributárias.
Sendo assim, este trabalho possui uma abordagem tanto qualitativa como quantitativa, pois foi
considerado nesta pesquisa ambas as técnicas para coleta e análise de dados. Dessa forma,
abordaremos o conceito de compliance inserido nas organizações empresariais da atualidade
de forma estratégica, garantindo o bom funcionamento dos diversos setores e assegurando o
cumprimento da legislação vigente, diminuindo os riscos inerentes ao negócio.

Palavras-chave: Compliance. Compliance Tributário. Gestão de Risco. Ética Empresarial.


Segurança da Informação.

1. Introdução
Tem-se falando ultimamente em Compliance, muito em função do que a mídia vem
expondo, dos escândalos políticos com a operação lava-jato envolvendo grandes empresas,
utilizando-se da ilicitude para obter vantagens competitivas. Porém, não são apenas os
aspectos culturais ou éticos que fazem com que empresas comprometam sua existência ou
gastem muito recurso financeiro com questões tributárias. A fragilidade nos controles
internos, e a velocidade das mudanças no ambiente operacional potencializam a pratica dos
atos ilícitos ou ao pagamento de multas fiscais devido a erros na hora de apresentar as
inúmeras informações ao fisco. São mais de 90 tributos e dezenas de obrigações acessórias.
Além disso, estima-se que são publicados, diariamente, mais de 50 atos legais relativos à
legislação tributária. Para além do próprio peso dos tributos, todo o processo relativo à

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apuração, cálculo e pagamento de impostos e contribuições é, por si só, complexo e exige o


envolvimento de todo um conjunto de profissionais, implantação de sistemas e atualização
constante dos departamentos responsáveis por estes processos.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro Geografia Estatística) no ano de 2014, existiam
1.647.204 empresas no segmento de comércio e 1.332.260 no ramo de prestação de serviços,
no Brasil. Entretanto, no ano de 2015 o País voltou a registrar mais fechamento do que
abertura de empresas do mesmo modo que ocorreu em 2014, ou seja, o saldo de empresas
medido pela diferença entre as entradas e as saídas continuou negativo. Os problemas
apresentados ocorrem devido à falta de diversos controles que minimizariam os riscos
tributários e fiscais dentro da organização.
Desta forma, para mitigar este risco é que se faz necessário a utilização de ferramentas
de compliance, cujo sentido geral é agir de acordo com uma regra, um pedido, um comando,
ou seja, é o dever de cumprir, estar em conformidade e fazer cumprir regulamentos internos e
externos impostos às atividades da organização (SANTOS, 2011).
Neste panorama, o presente estudo teve o intuito de responder a grande questão
norteadora referente à falta de controle organizacional, que se dá, devido a não aplicabilidade
das regras e normas inseridas no sistema de compliance. Dessa forma, faz-se necessário
inserir nesse contexto, profissionais habilitados e que conheçam as regras de compliance,
atuando como promotores da integridade organizacional.
Sendo assim, cabe aos empresários e empreendedores buscarem alternativas em um
planejamento tributário lícito, planejamento este, que irá diminuir significativamente a carga
tributária, obtendo desta maneira, uma maior competitividade no mundo dos negócios.

2. Desenvolvimento
Segundo Prodanov (2013). A metodologia consiste em estudar, compreender e avaliar
os vários métodos disponíveis para a realização de uma pesquisa acadêmica. A aplicação dos
métodos possibilita a descrição, coleta e processamento de informações, visando resolver os
problemas ou questões investigadas.
Para o autor do ponto de vista dos procedimentos técnicos a pesquisa bibliográfica é
elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de: livros, revistas,
publicações em periódicos e artigos científicos, jornais, boletins, monografias, dissertações,
teses, material cartográfico, internet, com o objetivo de colocar o pesquisador em contato
direto com o material já escrito sobre o assunto da pesquisa (PRONADOV, 2013).
A pesquisa de campo procede à observação de fatos e fenômenos exatamente como
ocorrem no real, à coleta de dados referentes aos mesmos e, finalmente, à análise e
interpretação desses dados, com base numa fundamentação teórica consistente,
objetivando compreender e explicar o problema pesquisado (FUZZI, 2010).

A metodologia aqui aplicada, para o desenvolvimento desse artigo, na sua maioria, foi
realida através de pesquisa em livros, artigos, teses entre outras consultas bibliográficas
durante boa parte do decorrer do curso de especialização em Contabilidade e Direito

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Tributário. Porque diversos são os pensamentos e entendimentos sobre o que é fazer ou


aplicar COMPLIANCE no interior e no coração das organizações.

2.1 - Compliance:
O termo compliance tem origem no verbo to comply, em inglês que tem como
traduções “cumprir”, “adequar-se”, “obedecer”. Dessa forma, entende-se como compliance o
ato de agir conforme uma regra, uma instrução interna, um comando, ou seja, estar em
“compliance” é estar em conformidade com leis e regulamentos externos e internos.
Compliance é o conjunto de disciplinas para fazer cumprir as normas legais e regulamentares,
as políticas e as diretrizes estabelecidas para o negócio e para as atividades da instituição ou
empresa, bem como evitar, detectar e tratar qualquer desvio ou inconformidade que possa
ocorrer.

2.1.a - Objetivos
Identificar e evitar qualquer possível desvio em relação à política interna. Cumprir
com a legislação nacional e internacional, além das regulações do mercado e das normas
internas da empresa; prevenir demandas judiciais; obter transparência na condução dos
negócios; “salvaguardar a confidencialidade da informação outorgada à instituição por seus
clientes”; evitar o conflito de interesse entre os diversos atores da instituição; “evitar ganhos
pessoais indevidos por meio da criação de condições artificiais de mercado, ou da
manipulação e uso da informação privilegiada”; evitar o ilícito da lavagem de dinheiro; e, por
fim, disseminar na cultura organizacional, por meio de treinamento e educação, os valores de
Compliance ANDELORO; RIZZO, 2012, p. 37-38).

2.1.b – Estruturação do Programa e Forma de Implantação de Compliance


• A realidade da empresa e as suas peculiaridades são fundamentais para definir as bases
de construção de um programa de compliance;
• Seu ambiente negocial – atuação e concorrencial;
• Seu tamanho (porte) e suas estruturas organizacionais (operacionais e administrativas)
• O local ou locais (distribuição geografia) de suas atividades;
• A cultura organização, seus valores e princípios;
• São primordiais as análises dos seguintes aspectos:
a) Dimensão regional do compliance
b) Ambiente regulatório
c) Relação entre o compliance e outros objetivos do negócio
d) Tamanho e estrutura organizacional
e) Instrumentos e ferramentas do compliance

Os requisitos básicos para um programa efetivo são:


• Padrões de conduta e política e procedimentos escritos

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• Designação de um compliance Officer e/ou um Comitê de Compliance


• Educação e treinamento de forma efetiva
• Canal de comunicação anônima de eventuais problemas de compliance
• Monitoramento proativo de processos específicos e documentados e ajuda para
redução de problemas identificados
• Comunicação efetiva
• Ações disciplinares
• Ações corretivas

Para a implantação de uma política de Compliance, a empresa deverá inicialmente


elaborar um programa com base na sua realidade, cultura, atividade, campo de atuação e local
de operação. Ele deverá ser implementado “em todas as entidades que a organização participa
ou possui algum tipo de controle ou investimento” (COIMBRA; MANZI, 2010, p. 20-21),
principalmente mediante o estabelecimento de políticas, a elaboração de um Código de Ética,
a criação de comitê específico, o treinamento constante e a disseminação da cultura, o
onitoramento de risco de Compliance, a revisão periódica, incentivos, bem como a criação de
canal confidencial para recebimento de denúncias, com a consequente investigação e
imposição de penalidades em razão de eventual descumprimento da conduta desejada. Com a
implantação da política de Compliance, a empresa tende a: orientar todas as suas ações para
os objetivos definidos; utilizar os recursos de forma mais eficiente, visto que as decisões
passam a ser mais econômicas, pois uniformes para casos similares; “proteção contra as
pressões das emergências”; ter uniformidade e coerência em todos os seus atos e decisões,
colaborando com a transparência dos processos; facilitar a adaptação de novos empregados à
cultura organizacional; disponibilizar aos gestores mais tempo para repensar políticas e atuar
em questões estratégicas; aumentar e aperfeiçoar o conhecimento da organização por todos os
seus atores (GONÇALVES, 2012, p. 64-65).

2.1.c – Ferramenta modelo e a Formalização das Diretrizes


Uma das mais importantes ferramentas para estabelecimento de um modelo de cultura
corporativa de compliance é a formalização das diretrizes e expectativas em um código e em
padrões. Estas políticas definem a pedra fundamental do modelo de compliance.
A Norma AS 3806:2006 a elaboração de programa de compliance deve ser elaborado
com base em princípios agrupados:
Norma Australiana AS 3806, edição 2006, é o primeiro padrão do mundo a apresentar
os princípios para o desenvolvimento, a implementação e a manutenção de Programas de
Compliance.

COMPROMETIMENTO

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• Comprometimento do corpo diretivo e da alta direção com o programa de compliance.


• Política de compliance alinhada com a estratégia e os objetivos da organização.
• Disponibilidade de recursos para desenvolver, implementar, manter e melhorar o programa.
• Aprovação pelo corpo diretivo e alta direção dos objetivos e estratégia do programa.
• Cada uma das obrigações de compliance identificada e avaliada recebe tratamento devido.

IMPLEMENTAÇÃO

• Responsabilidade para obtenção de resultados de conformidade deve ser articulada e


atribuída claramente para toda a organização.
• As competências e as necessidades de treinamento são identificadas e levadas em
consideração, a fim de permitir que os funcionários cumpram com suas obrigações de
compliance.
• Estimular comportamentos que criam e sustentam o compliance, comportamentos que
comprometem não podem ser tolerados.
• Necessidade de controles para gerenciar as obrigações de compliance para alcançar os
objetivos e comportamentos desejados.

MONITORAMENTO E MEDIÇÃO

• Desempenho do programa de compliance deve ser monitorado, mensurado e divulgado.


• A organização deve ser capaz de apresentar seu programa através de documentação ou da
prática

MELHORIA CONTÍNUA

• O programa de compliance deve ser analisado criticamente com regularidade e melhorado


continuamente.

3. Compliance Tributário.
Quando se fala em Compliance Tributário, fala-se em fazer uma revisão geral ou
checagem que a empresa faz das informações que serão entregues ao Fisco, para ter a certeza
de que ela está em conformidade com as normas tributárias e também para identificar erros ou
consistências que possam gerar multas, trazendo sérios prejuízos para a organização.

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Planejar é uma das obrigações dos dirigentes de uma empresa, uma vez que sem um bom
planejamento de médio e longo prazo, nenhuma empresa sobrevive por muito tempo. E hoje,
tendo em vista a globalização e a abertura dos mercados, há a necessidade de se ficar atento ao
que ocorre no mundo, pois, dependendo, alguns fatos podem afetar diretamente a empresa no
Brasil. (MARION, 2012. P 137).
Segue fluxo resumido de uma estrutura de implementação de compliance tributário.

Figura1 – Fluxo de implementação de compliance tributário


Fonte: Dados produzidos pelo o autor (2018)
3.1 – Elementos necessários para realização de um Compliance Tributário
• Controlar as obrigações principais e acessórias a serem apresentadas;
• Monitorar os prazos de entrega;
• Cumprir sempre o padrão do layout das informações exigido pelo Fisco;
• Tomar cuidado para não apresentar informações incompletas ou inconsistentes;
• Seguir as regras de emissão da NF-e;
• Fazer o armazenamento dos arquivos digitais;
• Entre muitas outras atividades.

Uma pesquisa realizada em 2013 pela consultoria Deloitte, que tinha por objetivo analisar
os esforços das empresas para atenderem às normas vigentes no País, mostrou que as
principais prioridades das organizações brasileiras no gerenciamento tributário são:
• Fazer uma adequada apuração dos tributos;
• Reduzir a carga tributária que incide sobre o negócio;
• Administrar de forma mais eficiente os processos tributários;
• Atender às fiscalizações em andamento.

Elas não conseguem realizar tudo isso porque:


• O número de declarações exigidas é muito grande;
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• Não conseguem acompanhar as mudanças na legislação tributária;


• A administração dos processos é lenta e burocrática;
• A atuação agressiva do Fisco está reduzindo a oportunidade de planejamento
tributário;
• As fiscalizações estão cada vez mais detalhadas e complexas;
• Entre muitos outros fatores.

Neste cenário, a realização do Compliance Tributário se mostra como a melhor alternativa


para as empresas conseguirem atender às prioridades citadas e, assim, minimizarem os riscos
de não cumprirem as obrigações.
O Compliance pode, inclusive, reduzir os custos das empresas envolvidas na cadeia de
suprimentos, por causa da menor incidência de multas, e também melhorar o seu
posicionamento no mercado.

3.1.a - Como implantar um programa de Compliance efetivo?


Para implantar um programa de Compliance realmente efetivo em seu departamento
contábil, a empresa precisa:
• Criar uma matriz tributária, que possibilite um maior controle sobre os tributos que
incidem sobre o negócio, para que ela não deixe de pagar seus impostos e possa se
beneficiar de uma alíquota menor de tributação;
• Elaborar uma ‘agenda tributária’, com todas as obrigações principais e acessórias a
serem apresentadas em um determinado período;
• Melhorar o processo de entrega das informações, para que o layout exigido pelo Fisco
seja adotado e os dados não sejam entregues de forma errada ou inconsistente;
• Adotar ferramentas tecnológicas que realizem o gerenciamento das informações e
reduzam o ‘trabalho braçal’ feito pelos profissionais contábeis, que pode resultar em
erros e prolongar o tempo de realização dos processos.

4. Gestão de Riscos
A questão do gerenciamento do risco tem merecido revisões conceituais constantes. A
visão tradicional do risco e seu gerenciamento são trabalhados profundamente na teoria de
Finanças, com a associação do retorno do investimento. O dilema risco-retorno tem ocupado a
maior parte dos capítulos dos livros de administração financeira. Podemos denominar esta
visão tradicional de risco financeiro.
Outrossim, a empresa está sujeita a outros tipos de risos cujas origens não são
estritamente financeiras e devem merecer uma gestão igualmente importante. A relação com
clientes, fornecedores, recursos humanos, tecnologia, câmbio, etc. envolvem riscos e deve ser
considerada dentro de um modelo geral. (PADOVEZE, 2011 p.609).

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Gestão de riscos é o processo de organizar e planejar recursos humanos e materiais de


uma empresa de forma a reduzir ao mínimo possível os impactos dos riscos na organização,
utilizando um conjunto de técnicas que visa minimizar os efeitos dos danos acidentais
direcionando o tratamento aos riscos que possam causar.

4.1 – Gestão do Risco é:

Figura2 – Gestão do Risco


Fonte: Dados produzidos pelo o autor (2018)

4.1.a – Metodologia da Gestão do Risco

Figura3 – Gestão do Risco


Fonte: Dados produzidos pelo o autor (2018)

A seguir apresento um modelo de integração da gestão dos riscos corporativos com a


estratégia, a governança e o controle interno que desenvolvi para auxiliar as empresas na
tarefa de integração. O modelo proposto está alinhado com os princípios da estrutura do
COSO e da norma ISSO 31000, mas foi aprimorado aplicando ao mundo corporativo, as
regras e princípios de integração da gestão dos riscos nas missões espaciais, nos programas,
nos projetos e nos processos da NASA (National Aeronautics and Space Administration) e as
regras de avaliação dos riscos da Marina Americana (US Marine).
Esse modelo pode ser usado para implantar ou desenvolver um sistema integrado de gestão de
riscos e de integridade (compliance) dentro das organizações.

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Figura 4: Modelo de Integração da Gestão do Risco


Fonte: © 2015 César Ramos. ISBN 978-85-911432-6-9

5. Segurança da Informação
A segurança da informação (SI) está diretamente relacionada com proteção de um conjunto de
informações, no sentido de preservar o valor que possuem para um indivíduo ou uma
organização. São propriedades básicas da segurança da informação: confidencialidade,
integridade, disponibilidade e autenticidade.
O tema Segurança da Informação desperta muito interesse em várias audiências desde
executivos e gerentes até técnicos. Isto ocorre, principalmente, porque a segurança cobre
diversas áreas, tais como: segurança física, infraestrutura tecnológica, aplicações e
conscientização organizacional, cada uma delas com seus próprios riscos, ameaças potenciais,
controles aplicáveis e soluções de segurança que podem minimizar o nível de exposição ao
qual a empresa está exposta, com o objetivo de garantir segurança para o seu principal
patrimônio: a informação.

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Um Gestor de Segurança da Informação (Security Officer), deve estar atento a itens como:
ambiente, tecnologia, processos e pessoas. Em cada uma dessas vertentes surgem diversas
iniciativas, por exemplo, Políticas, Normas e Procedimentos, Controle de Acesso (Físico e
Lógico), Auditoria, Questões Legais, Continuidade de Negócios, Criptografia, Gerenciamento
de Incidentes, Segurança da Rede, Conscientização dos Usuários, dentre outros.

Princípios Básicos da Segurança da Informação:

Figura 5: Modelo de Integração da Gestão do Risco


Fonte: Dados produzidos pelo o autor (2018)

Conceitos:
Confidencialidade – Quando se fala de confidencialidade, não se quer dizer que algo não
possa ser repassado, informado, comunicado, etc. não é isso, nem mesmo se trata de um
segredo. O termo confidencialidade, refere-se a algo ou à alguma informação que apenas deve
ser repassado para quem realmente tem o direito e acesso à tal informação. Isso é o que vem a
ser confidencialidade dentro da ciência da Segurança da Informação.
Integridade – Já o termo integridade, consiste na manutenção da originalidade da
informação, ou seja, ela precisa estar de acordo com suas características originais.
Disponibilidade – Já para o termo disponibilidade, consiste em toda e qualquer informação,
quando solicitada pelos usuários autorizados, estejam sempre disponíveis para utilização.
Toda empresa que possui um bom programa de Segurança da Informação, deve sempre,
através de seus gestores e/ou responsáveis, dar manutenção no mesmo, acompanhando,

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atualizando, monitorando, entre outros controles, para que o mesmo sempre esteja hábil e
pronto quanto à sua aplicabilidade e funcionalidade.

6. Ética Empresarial
A ética empresarial pode ser entendida como um valor da organização que assegura sua
sobrevivência, sua reputação e, consequentemente, seus bons resultados.

6.1 - O impacto da ética em uma empresa


Quando uma organização adota e aplica a ética em seus princípios básicos, ela desenvolve
potencial para crescer de maneira sustentável. Ela é vista pelos clientes como uma empresa
séria e que tem responsabilidade.
As organizações que desrespeitam seus consumidores, fazem propagandas enganosas ou
ofertas falsas — principalmente, com o intuito de ganhar dinheiro mais rapidamente — são
condenadas ao fracasso. O sucesso dessas organizações costuma ser passageiro e, da mesma
forma que ela cresceu, ela encolhe até desaparecer.
Dentro da organização, a ética empresarial fomenta boas relações tanto entre os próprios
colaboradores quanto em relação aos clientes. O relacionamento entre todos passa a ser mais
claro, tornando-se agradável para todos os níveis.
Atualmente, no mundo corporativo, a ética empresarial passou a ser vista como meta
essencial a ser alcançada. O cultivo dela dentro das organizações passou a ser tratado com
tanta importância quanto os resultados, sucesso financeiro, inovação e excelência.

6.1.a – Habilidades gerenciais e a ética


A ética empresarial está presente nas habilidades e competências dos executivos atuais, como
a gestão, a liderança, a negociação, a comunicação e a inovação. Por esse motivo, é
importante fazer uma reciclagem que atualize suas habilidades em gestão empresarial,
inovação e visão estratégica, técnicas de negociação e coaching. Mantendo-se atualizado
profissionalmente, você consegue revolucionar sua carreira.
Abaixo tabela com âmbitos da ética empresarial:
RELACIONAMENTOS COMPLIANCE SUSTENTABILIDADE INTEGRIDADE GOVERNAÇA
SOCIABILIDADE LEGALIDADE RESPONSABILIDADE ETICIDADE LEGITIMIDADE
▪ Políticas e Práticas de
▪ Leis e Marcos ▪ Desenvolvimento de ▪ Diretrizes ▪ Cultura da
desevolvimento de pessoas e
Regulatórios práticas socioambientais Morais Organização
culturas
FOCOS

▪ Missão, Visão
▪ Segurança
▪ Relações Interpessoais ▪ Engajamento e e Valores
Corporativa
diálogo com Corporativos
stakeholders ▪ Estratégias da
▪ Etiqueta. Cordialidade
Organização

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▪ Papéis Sociais
▪ Respeito
▪ Solidariedade
▪ Qualidade da convivência ▪ Idoneidade da ▪ Reputação da (fidelidade) dos ▪ Identidade da
entre os colaboradores organização Organização stakeholders com a Organização
empresa
AFETA

▪ Reputação da
▪ Clima organizacionais ▪ Sociedade
organização
▪ Direitos
▪ A Auto-estima da pessoa
fundamentais da
(imagem de si mesmo perante ▪ Planeta
pessoa (valor
outros)
intríseco da pessoa)
Tabela1: Âmbito da Ética Empresarial
Fonte: Dados produzidos pelo o autor (2018)

7. Conclusão
O presente trabalho buscou mostrar a importância do conhecimento e a aplicabilidade do
termo COMPLIANCE nas diversas organizações da atualidade, pois esse é o grande
diferencial para aquelas que já se utilizam dessa ferramenta de Gestão. Para desenvolver o
trabalho foram estipulados alguns objetivos específicos, como: a importância da
implementação de Compliance, sua estrutura, suas diretrizes, sua eficácia no planejamento
Tributário nas empresas, seu monitoramento/acompanhamento depois de estruturado e sua
melhoria nos resultados e nos processos e procedimentos internos e externos.
Sendo assim, fazer Compliance, é dar um rumo certo a empresa e aos seus investidores,
porque quando se aplica “essa ferramenta” é estar de acordo ou em conformidade com as Leis
vigente, ou seja, é respeitar as Normas Jurídicas em todos os seus níveis.

Referências Bibliográficas:
AURÉLIO, Marco. Segurança da Informação. Conceitos da Segurança da Informação
Disponível em: http://segurancadainformacao.modulo.com.br/seguranca-da-informacao
CANDELORO, Ana Paula P.; RIZZO, Maria Balbina Martins de; PINHO, Vinícius.
Compliance 360º: riscos, estratégias, conflitos e vaidades no mundo corporativo. São
Paulo: Trevisan Editora Universitária, 2012.
Compliance tributário no Brasil As estruturas das empresas para atuar em um ambiente
complexo, pesquisa 2013/2014 disponível em:
https://www2.deloitte.com/content/dam/Deloitte/br/Documents/tax/ComplianceTributarioBra
sil.pdf
COIMBRA, Marcelo de Aguiar; MANZI, Vanessa Alessi (Coord.). Manual de Compliance:
preservando a boa governança e a integridade das organizações. São Paulo: Atlas, 2010.

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FUZZI, Ludmila Pena. O que é a pesquisa de campo? Disponível em


http://profludfuzzimetodologia.blogspot.com.br/2010/03/o-que-e-pesquisa-decampo.html
Acesso em 19/10/13.
GONÇALVES, José Antônio Pereira. Alinhando processos, estrutura e compliance à
gestão estratégica. São Paulo: Atlas, 2012.
HOINASKI, FÁBIO. Compliance Tributário: O que é e qual a sua importância.
Disponível em: http://www.administradores.com.br/artigos/tecnologia/compliance-tributario-
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KÁTIA, TÓFFOLO. Análise da Função Financeira e Orçamentária de uma Empresa.
Fundação FAFIMAN – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Mandaguari-PR.
Disponível em: seer.fafiman.br 2017
MARION, José Carlos; JR, Pedro Anan. Direito Empresarial e Tributário, Editora Alínea,
edição Especial, Campinas, São Paulo, 2012
PADOVEZE, CLÓVIS LUÍS. Contabilidade Gerencial . Um Enfoque em Sistema de
Informação Contábil. PLA – Programa do Livro Texto. Edição Especial. São Paulo: Editora
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PRONADOV, C.C; FREITAS, E.C. Metodologia do trabalho científico: Métodos e
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RAMOS, César. Gestão de riscos corporativos. Como integrar a gestão dos riscos com a
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Disponível em: http://www.cgu.gov.br/concursos/Arquivos/6_ConcursoMonografias/2-
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