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Dezembro/2018
Resumo
O presente artigo científico foi escolhido em função do que se tem noticiado, pela mídia em
geral, de casos relacionados às diversas formas de erros, fraudes e corrupções que estão
expostas às empresas. Assim, de forma a evitar e minimizar os efeitos destes atos, que, em
alguns casos, podem atingir a imagem da empresa gerando descredibilidade ou até a
descontinuidade dos negócios é que o artigo sugere a utilização de ferramentas de compliance
como fator estratégico para as organizações. Todo conteudo exposto está alicercado nos temas
abordados ao longo do curso de Pós-Graduação em MBA em Contabilidade e Direito
Tributário realizado no Instituto de Pós-Graduação (IPOG) unidade João Pessoa-PB. Diante
do cenário atual, observa-se grandes escândalos envolvendo fraudes e corrupções nas
organizações devido a falta de controle interno e despreparo de muitos profissionais das áreas
de controladoria, contabilidade e financeira e muitas vezes dos empresários que
involutariamente ou inadivertidamente não dão a devida importância as questões tributárias.
Sendo assim, este trabalho possui uma abordagem tanto qualitativa como quantitativa, pois foi
considerado nesta pesquisa ambas as técnicas para coleta e análise de dados. Dessa forma,
abordaremos o conceito de compliance inserido nas organizações empresariais da atualidade
de forma estratégica, garantindo o bom funcionamento dos diversos setores e assegurando o
cumprimento da legislação vigente, diminuindo os riscos inerentes ao negócio.
1. Introdução
Tem-se falando ultimamente em Compliance, muito em função do que a mídia vem
expondo, dos escândalos políticos com a operação lava-jato envolvendo grandes empresas,
utilizando-se da ilicitude para obter vantagens competitivas. Porém, não são apenas os
aspectos culturais ou éticos que fazem com que empresas comprometam sua existência ou
gastem muito recurso financeiro com questões tributárias. A fragilidade nos controles
internos, e a velocidade das mudanças no ambiente operacional potencializam a pratica dos
atos ilícitos ou ao pagamento de multas fiscais devido a erros na hora de apresentar as
inúmeras informações ao fisco. São mais de 90 tributos e dezenas de obrigações acessórias.
Além disso, estima-se que são publicados, diariamente, mais de 50 atos legais relativos à
legislação tributária. Para além do próprio peso dos tributos, todo o processo relativo à
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2. Desenvolvimento
Segundo Prodanov (2013). A metodologia consiste em estudar, compreender e avaliar
os vários métodos disponíveis para a realização de uma pesquisa acadêmica. A aplicação dos
métodos possibilita a descrição, coleta e processamento de informações, visando resolver os
problemas ou questões investigadas.
Para o autor do ponto de vista dos procedimentos técnicos a pesquisa bibliográfica é
elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de: livros, revistas,
publicações em periódicos e artigos científicos, jornais, boletins, monografias, dissertações,
teses, material cartográfico, internet, com o objetivo de colocar o pesquisador em contato
direto com o material já escrito sobre o assunto da pesquisa (PRONADOV, 2013).
A pesquisa de campo procede à observação de fatos e fenômenos exatamente como
ocorrem no real, à coleta de dados referentes aos mesmos e, finalmente, à análise e
interpretação desses dados, com base numa fundamentação teórica consistente,
objetivando compreender e explicar o problema pesquisado (FUZZI, 2010).
A metodologia aqui aplicada, para o desenvolvimento desse artigo, na sua maioria, foi
realida através de pesquisa em livros, artigos, teses entre outras consultas bibliográficas
durante boa parte do decorrer do curso de especialização em Contabilidade e Direito
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2.1 - Compliance:
O termo compliance tem origem no verbo to comply, em inglês que tem como
traduções “cumprir”, “adequar-se”, “obedecer”. Dessa forma, entende-se como compliance o
ato de agir conforme uma regra, uma instrução interna, um comando, ou seja, estar em
“compliance” é estar em conformidade com leis e regulamentos externos e internos.
Compliance é o conjunto de disciplinas para fazer cumprir as normas legais e regulamentares,
as políticas e as diretrizes estabelecidas para o negócio e para as atividades da instituição ou
empresa, bem como evitar, detectar e tratar qualquer desvio ou inconformidade que possa
ocorrer.
2.1.a - Objetivos
Identificar e evitar qualquer possível desvio em relação à política interna. Cumprir
com a legislação nacional e internacional, além das regulações do mercado e das normas
internas da empresa; prevenir demandas judiciais; obter transparência na condução dos
negócios; “salvaguardar a confidencialidade da informação outorgada à instituição por seus
clientes”; evitar o conflito de interesse entre os diversos atores da instituição; “evitar ganhos
pessoais indevidos por meio da criação de condições artificiais de mercado, ou da
manipulação e uso da informação privilegiada”; evitar o ilícito da lavagem de dinheiro; e, por
fim, disseminar na cultura organizacional, por meio de treinamento e educação, os valores de
Compliance ANDELORO; RIZZO, 2012, p. 37-38).
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COMPROMETIMENTO
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IMPLEMENTAÇÃO
MONITORAMENTO E MEDIÇÃO
MELHORIA CONTÍNUA
3. Compliance Tributário.
Quando se fala em Compliance Tributário, fala-se em fazer uma revisão geral ou
checagem que a empresa faz das informações que serão entregues ao Fisco, para ter a certeza
de que ela está em conformidade com as normas tributárias e também para identificar erros ou
consistências que possam gerar multas, trazendo sérios prejuízos para a organização.
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Planejar é uma das obrigações dos dirigentes de uma empresa, uma vez que sem um bom
planejamento de médio e longo prazo, nenhuma empresa sobrevive por muito tempo. E hoje,
tendo em vista a globalização e a abertura dos mercados, há a necessidade de se ficar atento ao
que ocorre no mundo, pois, dependendo, alguns fatos podem afetar diretamente a empresa no
Brasil. (MARION, 2012. P 137).
Segue fluxo resumido de uma estrutura de implementação de compliance tributário.
Uma pesquisa realizada em 2013 pela consultoria Deloitte, que tinha por objetivo analisar
os esforços das empresas para atenderem às normas vigentes no País, mostrou que as
principais prioridades das organizações brasileiras no gerenciamento tributário são:
• Fazer uma adequada apuração dos tributos;
• Reduzir a carga tributária que incide sobre o negócio;
• Administrar de forma mais eficiente os processos tributários;
• Atender às fiscalizações em andamento.
4. Gestão de Riscos
A questão do gerenciamento do risco tem merecido revisões conceituais constantes. A
visão tradicional do risco e seu gerenciamento são trabalhados profundamente na teoria de
Finanças, com a associação do retorno do investimento. O dilema risco-retorno tem ocupado a
maior parte dos capítulos dos livros de administração financeira. Podemos denominar esta
visão tradicional de risco financeiro.
Outrossim, a empresa está sujeita a outros tipos de risos cujas origens não são
estritamente financeiras e devem merecer uma gestão igualmente importante. A relação com
clientes, fornecedores, recursos humanos, tecnologia, câmbio, etc. envolvem riscos e deve ser
considerada dentro de um modelo geral. (PADOVEZE, 2011 p.609).
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5. Segurança da Informação
A segurança da informação (SI) está diretamente relacionada com proteção de um conjunto de
informações, no sentido de preservar o valor que possuem para um indivíduo ou uma
organização. São propriedades básicas da segurança da informação: confidencialidade,
integridade, disponibilidade e autenticidade.
O tema Segurança da Informação desperta muito interesse em várias audiências desde
executivos e gerentes até técnicos. Isto ocorre, principalmente, porque a segurança cobre
diversas áreas, tais como: segurança física, infraestrutura tecnológica, aplicações e
conscientização organizacional, cada uma delas com seus próprios riscos, ameaças potenciais,
controles aplicáveis e soluções de segurança que podem minimizar o nível de exposição ao
qual a empresa está exposta, com o objetivo de garantir segurança para o seu principal
patrimônio: a informação.
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Um Gestor de Segurança da Informação (Security Officer), deve estar atento a itens como:
ambiente, tecnologia, processos e pessoas. Em cada uma dessas vertentes surgem diversas
iniciativas, por exemplo, Políticas, Normas e Procedimentos, Controle de Acesso (Físico e
Lógico), Auditoria, Questões Legais, Continuidade de Negócios, Criptografia, Gerenciamento
de Incidentes, Segurança da Rede, Conscientização dos Usuários, dentre outros.
Conceitos:
Confidencialidade – Quando se fala de confidencialidade, não se quer dizer que algo não
possa ser repassado, informado, comunicado, etc. não é isso, nem mesmo se trata de um
segredo. O termo confidencialidade, refere-se a algo ou à alguma informação que apenas deve
ser repassado para quem realmente tem o direito e acesso à tal informação. Isso é o que vem a
ser confidencialidade dentro da ciência da Segurança da Informação.
Integridade – Já o termo integridade, consiste na manutenção da originalidade da
informação, ou seja, ela precisa estar de acordo com suas características originais.
Disponibilidade – Já para o termo disponibilidade, consiste em toda e qualquer informação,
quando solicitada pelos usuários autorizados, estejam sempre disponíveis para utilização.
Toda empresa que possui um bom programa de Segurança da Informação, deve sempre,
através de seus gestores e/ou responsáveis, dar manutenção no mesmo, acompanhando,
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atualizando, monitorando, entre outros controles, para que o mesmo sempre esteja hábil e
pronto quanto à sua aplicabilidade e funcionalidade.
6. Ética Empresarial
A ética empresarial pode ser entendida como um valor da organização que assegura sua
sobrevivência, sua reputação e, consequentemente, seus bons resultados.
▪ Missão, Visão
▪ Segurança
▪ Relações Interpessoais ▪ Engajamento e e Valores
Corporativa
diálogo com Corporativos
stakeholders ▪ Estratégias da
▪ Etiqueta. Cordialidade
Organização
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▪ Papéis Sociais
▪ Respeito
▪ Solidariedade
▪ Qualidade da convivência ▪ Idoneidade da ▪ Reputação da (fidelidade) dos ▪ Identidade da
entre os colaboradores organização Organização stakeholders com a Organização
empresa
AFETA
▪ Reputação da
▪ Clima organizacionais ▪ Sociedade
organização
▪ Direitos
▪ A Auto-estima da pessoa
fundamentais da
(imagem de si mesmo perante ▪ Planeta
pessoa (valor
outros)
intríseco da pessoa)
Tabela1: Âmbito da Ética Empresarial
Fonte: Dados produzidos pelo o autor (2018)
7. Conclusão
O presente trabalho buscou mostrar a importância do conhecimento e a aplicabilidade do
termo COMPLIANCE nas diversas organizações da atualidade, pois esse é o grande
diferencial para aquelas que já se utilizam dessa ferramenta de Gestão. Para desenvolver o
trabalho foram estipulados alguns objetivos específicos, como: a importância da
implementação de Compliance, sua estrutura, suas diretrizes, sua eficácia no planejamento
Tributário nas empresas, seu monitoramento/acompanhamento depois de estruturado e sua
melhoria nos resultados e nos processos e procedimentos internos e externos.
Sendo assim, fazer Compliance, é dar um rumo certo a empresa e aos seus investidores,
porque quando se aplica “essa ferramenta” é estar de acordo ou em conformidade com as Leis
vigente, ou seja, é respeitar as Normas Jurídicas em todos os seus níveis.
Referências Bibliográficas:
AURÉLIO, Marco. Segurança da Informação. Conceitos da Segurança da Informação
Disponível em: http://segurancadainformacao.modulo.com.br/seguranca-da-informacao
CANDELORO, Ana Paula P.; RIZZO, Maria Balbina Martins de; PINHO, Vinícius.
Compliance 360º: riscos, estratégias, conflitos e vaidades no mundo corporativo. São
Paulo: Trevisan Editora Universitária, 2012.
Compliance tributário no Brasil As estruturas das empresas para atuar em um ambiente
complexo, pesquisa 2013/2014 disponível em:
https://www2.deloitte.com/content/dam/Deloitte/br/Documents/tax/ComplianceTributarioBra
sil.pdf
COIMBRA, Marcelo de Aguiar; MANZI, Vanessa Alessi (Coord.). Manual de Compliance:
preservando a boa governança e a integridade das organizações. São Paulo: Atlas, 2010.
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